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3 - Positivismo Criminológico

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1) Imperialismo:
a. Depois a da Revolução Industrial a desigualdade social aumenta. 
b. Em busca de matéria prima e mercado consumidor, os países europeus passam a colonizar África e Ásia. 
2) Antecedentes Científicos:
a. Fisionomia: É o estudo da aparência externa do indivíduo. Principais autores: Della Porta e Lavater. 
b. Frenologia: É o estudo do cérebro humano. Atribuíam o comportamento delituoso às deformidades cerebrais. 
c. Antropologia: À época, consistia no estudo do crânio e da influência da formação deste no comportamento humano.
d. Teoria da evolução da espécies: Antecedente do darwinismo social.
3) Principais teóricos: 
a. Cesare Lombroso: Inaugura a Criminologia científica adotando o método empírico. 
i. Foi médico, militar, político e psiquiatra. Escreveu a obra o ‘O Homem Delinquente’, por meio da qual desenvolve a teoria do delinquente nato. 
ii. Para Lombroso, o criminoso sofreria uma regressão na escala evolutiva (Regressão Atávica). Isso faria com que o criminoso se comportasse de forma primitiva, violenta, não conseguindo repelir os instintos ferozes. Essa regressão, é uma patologia hereditária. É identificável através das características físicas do indivíduo. O indivíduo que as reunisse seria chamado de criminoso nato. 
iii. O criminoso nato não teria livre-arbítrio e seria um doente que deveria ser neutralizado. 
b. Enrico Ferri: É o pai da sociologia criminal. Acreditava que além das características físicas, outros fatores influenciavam o comportamento criminal. 
i. Fatores:
1. Telúricos: Clima, temperatura e estações do ano.
2. Sociais: Educação, família, opinião pública e meio social. 
ii. Não se confunde com as escolas sociológicas do crime, de origem estadunidense e que se dividem em: conflito e consenso. 
iii. Defendia intervenções que desconsiderassem os direitos individuais em prol da defesa social. Era antiliberal. 
c. Rafaelle Garófalo: Jurista e extremamente conservador.
i. Desenvolve a teoria do delito natural. 
1. Toda conduta que atentasse ao sentimento de piedade (crimes contra vida) e probidade (crimes contra o patrimônio). O criminoso não possuiria tais sentimentos, e portanto, deveria ser considerado perigoso. 
2. Temebilità: Gênese do conceito atual de periculosidade. Indivíduo que não consegue viver em sociedade por ser perigoso. Defendia a aplicação de medidas de segurança bem como da pena de morte. 
4) Postulados: Há uma relação de pré-determinação entre a constituição orgânica do homem e o seu comportamento, de modo que, o crime escapa do controle de seu autor (Determinismo Biológico). 
a. Interessa ao positivismo a etiologia criminal. A causa do crime pode ser encontrada nas características físicas dos indivíduos. 
b. Inaugura o período científico da criminologia ao adotar o método empírico. Propõe a sobreposição da ordem social aos interesses individuais. 
5) Resquícios do Positivismo:
a. Utilização da Medida de Segurança.
b. Conceito de personalidade.
c. Exame criminológico. 
6) Outras teorias: 
a. Bioantropológicas: É uma espécie de atualização do Positivismo criminológico, um tipo de teoria “neolombrosiana”. Ainda hoje há cientistas que tentam descobrir as causas do crime nas variáveis biológicas (W. Sheldon: etiologia criminal através do DNA). A Neurociência também tenta relacionar o impulso nervoso ao comportamento criminal. 
b. Psicodinâmicas: Começam a explicar o crime com as Teorias do Freud. 
i. Introdução: A partir dos estudos de Freud, passa a haver uma relação entre a psicologia e a etiologia criminal. Agora, não são apenas as características biológicas que explicam o desvio (crime), mas também as condições psicológicas. Partem do pressuposto de que todos são condicionados à prática de crime, mas a sociedade coíbe essa condição inerente do homem.
ii. Resumo da personalidade: Freud dividia a personalidade humana em três.
1. Id: É o inconsciente, que é comandado pelo princípio do prazer.
2. Superego: Funciona como limitador do ideal do prazer do Id.
3. Ego: É a instância intermediária. Estabelece compromissos entre os impulsos do Id e os limites do Superego.
iii. O crime exprime uma perda do poder inibitório do Superego em relação ao Ego, o qual fica livre para obedecer às exigências do Id. O crime, portanto, confere satisfação aos instintos reprimidos. 
iv. Para as teorias psicodinâmicas, há três princípios fundamentais:
1. Todo homem é um ser antissocial por natureza.
2. A causa do crime é social. É o preço pago pela domesticação de um animal selvagem.
3. É durante a infância que se modela a personalidade.
v. Criminoso por culpa e criminoso normal: 
1. Criminoso por sentimento de culpa: É compelido ao crime pela necessidade de ser punido, como forma de expiação de um sentimento de culpa. A culpa não é a consequência, mas a causa do crime.
2. Criminoso normal: Caracteriza-se pela ausência de conflito entre o Id e o Superego. A estrutura psicológica é correta, o problema é o padrão de Superego adotado, o qual se funda no conteúdo criminoso.
vi. Sociedade Punitiva (Explicação para o sentimento de prazer na punição do crime): Estuda as seguintes questões:
1. Como se entende a indignação exercida pelo crime.
2. Como explicar o fascínio do homem pelo crime.
3. De onde nasce o sentimento de vingança e expiação.
vii. Respostas para sociedade punitiva:
1. Ao aplicar a pena, o Estado legitima a ordem vigente e transmite a sensação de paz à população. Reforça-se o superego.
2. Ao penalizarmos o outro, satisfazemos o nosso extinto de agressão. Além disso, transferimos a nossa culpa para o apenado. 
c. Psicossociológicas: É a fusão das teorias psicodinâmicas e sociológicas do crime.
i. Containment theory: Há dois tipos de controle em relação ao crime. O externo (pressão comunitária e estrutura social) e o interno (consciência). Quando nenhum destes agem, ocorre o crime.
ii. Vínculo social: O vínculo de determinado indivíduo com a sociedade se dá através de 04 elementos (apego, envolvimento, empenho e crença). Quando estes enfraquecem, aumenta-se a possibilidade de delinquência.
iii. Teoria da frustração agressão: O crime é uma resposta aos obstáculos impostos pela sociedade, os quais geram frustração.
iv. Crime por sentimento de injustiça: O crime é uma resposta a uma injustiça real ou imaginária. 
v. Técnicas de neutralização: Normas podem ser neutralizadas. O indivíduo projeta o crime como algo que lhe aconteceu (que não prejudica ninguém ou que é culpa do sistema).

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