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TCC - O USO DAA TECNOLOGIA NA SALA DE AULA

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Prévia do material em texto

Universidade Federal de Santa Catarina 
Programa de Pós-graduação em 
Engenharia de Produção
O uso das novas tecnologias em sala de aula
Sirley Nogueira de Faria Diniz
Dissertação apresentada ao 
Programa de Pós-graduação em 
Engenharia de Produção da 
Universidade Federal de Santa Catarina 
Como requisito parcial para obtenção 
Do título de Mestre em 
Engenharia de Produção
Florianópolis - SC 
2001
Sirley Nogueira de Faria Diniz
O uso das novas tecnologias em sala de aula
11
Esta dissertação foi julgada e aprovada para a 
Obtenção do título de Mestre em Engenharia de 
Produção no Programa de Pós-graduação em 
Engenharia de Produção da
Universidade Federal de Santa Catarina
Florianópolis,
Prof. Ricari 
Co
ho de 2001
nda Barcia, Phd 
do Curso
Banca Examinadora
Prof.
João Bosdo da'Mota Alves, Dr. 
Orientador
Prof*.
Regina de FátM aT.lde / olzan, Mcs 
Tutora
iii
À minha querida mãe Anita, 
aos meus filhos Renato e Fabricio, 
noras Tânia e Andreia e aos meus netinhos, 
pela compreensão, tolerância e apoio durante todo o
meu trabalho
Primeiramente à Deus, por me permitir continuar vivendo após um aneurisma 
cerebral e continuar lutando para a realização de meus sonhos
À Universidade Federal de Santa Catarina e ao Instituto Metodista Izabela 
Hendrix, pela oportunidade oferecida para a minha participação no curso.
À Universidade de Itaúna, especialmente ao Dr. Faiçal David Freire Chequer,
Magnífico Reitor, pelo apoio financeiro
À professora Regina de Fátima F. de Andrade Bolzan, pela amizade, presença 
constante, discussões e sugestões para o desenvolvimento do trabalho.
Aos alunos do 1o e 4o períodos de Pedagogia 2o semestre/2000, pela
participação na pesquisa
Aos amigos que, direta ou indiretamente contribuíram para a realização deste 
trabalho, especialmente ao Joel e Marconi Briseno, pela assistência, amizade
e pronto atendimento
A minha amiga e colega Ana Maria de M. Nolasco pela presença amiga e 
constante, pelo estímulo e disponibilidade para ouvir, discutir e enriquecer o
meu trabalho.
“PebCfiAiba/é/ver o-cfue/tcrdxy- wuAndo-já/vCwe^pen&ctv
cr que/ y\Á^\j^iÁém/pev\^ow. ”
(Albert Szent - Gyorgyl: 1893-1986, Prêmio 
Nobel 1937- indicador da vitamina C)
S u m á r io
Lista de Figuras vjjj
Lista de Quadros jx
Lista de Tabelas x
Lista de Reduções Xi
Resumo Xii
Abstract xjjj
1 Introdução 1
1.1 Objetivos 10
1.1.1 Objetivo Geral 10
1.1.2 Objetivos Específicos n
1.2 Metodologia 1 1
1.3 Estrutura do trabalho 12
2 Recursos de Ensino: Uma tecnologia. 14
2.1 Evolução das tecnologias 14
2.2 Recursos de Ensino, Meios Auxiliares, Recursos Pedagógicos e 17 
outras terminologias
2.3 Importância dos Recursos Audiovisuais 24
2.4 Os Meios Audiovisuais Tradicionais 28
3 A Informática na Escola 39
3.1 Introdução 3g
3.2 Breve Histórico 40
3.3 O Computador como ferramenta pedagógica 44
3.4 Relação de Aprendizagem: Professor X Aluno 46
3.5 O Psicólogo na Escola: Aprendizagem 49
3.6 A introdução do Computador nas Escolas Públicas 51
3.7 Uma classificação sobre a utilização dos Computadores pela Escola 53
3.8 O processo de iniciação e utilização das NTIC nas Escolas 57
3.9 O papel dos Computadores na Educação 62
3.9.1 Vantagens da Informática para a Educação 64
3.9.2 Vantagens para os deficientes 66
3.10 Estratégia de implementação 67
3.10.1 Considerações gerais 67
3.10.2 A Informática para as crianças 68
4 Influências das Tecnologias no Processo Ensino-Aprendizagem 78
4.1 Descrição dos formulários 78
4.2 Metodologia de trabalho 79
4.3 Análise das questões 80
4.4 Dados estatísticos 82
vi
5 Análise dos resultados da pesquisa 105
vii
6 Conclusão 117
6.1 Trabalhos futuros 1 2 3
8 Referências Bibliográficas 125
9 Bibliografia 128
10 Anexos i 33
10.1 Lista de Escolas Pesquisadas 134
10.2 Trabalho de Campo - SEBRAE 137
10.3 Trabalho de Campo - SENAI 140
10.4 Trabalho de Campo - FAEN - UI 144
10.5 Trabalho de Campo - Colégio Sant'Ana 147
10.6 Carta de Autorização 150
10.7 Formulário de Pesquisa - Professor 151
10.8 Formulário de Pesquisa - Aluno 153
10.9 Retrospecto do passado 154
viii
L is ta de F ig u r a s
Figura 1: Cone de Dale 20
Figura 2: Gráfico: Idade de Professor X Sexo 83
Figura 3: Gráfico: Idade de Professores X Grau de Ensino 84
Figura 4: Gráfico: Idade de Professores X Grau de Ensino 85
Figura 5: Gráfico: Cidades X Entidades Mantenedoras 87
Figura 6: Gráfico Recursos Tecnológicos Pedagógicos da Escola 88
Figura 7: Gráfico: Freqüência de uso dos Recursos Tecnológicos 89
Figura 8: Gráfico: Nível de Rendimento do Processo Ensino- 90 
Aprendizagem
Figura 9: Gráfico: Nível de Satisfação das Famílias 91
Figura 10: Gráfico: Treinamento de Professores para usar novos 92 
Recursos
Figura 11: Gráfico: Treinamento de Alunos para usar os novos 93 
Recursos
Figura 12: Gráfico: Os novos Recursos facilitaram o Processo Ensino- 94 
Aprendizagem?
Figura 13: Gráfico: Alunos pesquisados X Sexo 96
Figura 14: Gráfico: Idade de Alunos X Sexo 97
Figura 15: Gráfico: Gosto de estudar usando o Computador 98
Figura 16: Gráfico: Tem Computador em casa? 99
Figura 17: Gráfico: Aprende mais quando usa o Computador? 100
Figura 18: Gráfico: Ajuda para usar o Computador 101
Figura 19: Gráfico: Gosto da Família pelo estudo com auxílio do 102 
Computador
Figura 20: Gráfico: Em quais atividades usa o Computador 103
ix
L is ta de Q u a d r o s
Quadro 1 : Classificação dos recursos segundo Wilbur Schramm 22
Quadro 2: Classificação Brasileira de recursos Audiovisuais 24
Quadro 3: Vantagens e desvantagens do quadro de giz 30
Quadro 4: Vantagens e desvantagens do retroprojetor 31
Quadro 5: Os audiovisuais tradicionais mais usados em sala de aula 38
Quadro 6: Evolução do Computador 42
Quadro 7: Computador X Professor X Aluno 48
Quadro 8: Computador X Educação 63
Quadro 9: Paralelo entre as quatro escolas pesquisadas 95
Quadro 10: Incorporação dos Recursos ao Computador 122
X
L is ta de T a b e la s
Tabela 1: Aprendizagem através dos sentidos 25
Tabela 2: Retenção da Aprendizagem através dos sentidos 25 
Tabela 3: Comparação da Retenção da Aprendizagem: Sentidos X
Tempo 26
Tabela 4: Idade dos Professores X Sexo 83
Tabela 5: Idade dos Professores X Tipos de Escola 84
Tabela 6: Idade dos Professores X Grau de Ensino 85
Tabela 7: Cidades X Entidades Mantenedoras 86
Tabela 8: Recursos Tecnológicos Pedagógicos da Escola 88
Tabela 9: Freqüência de uso dos Recursos Tecnológicos 89
Tabela 10: Nível de rendimento do Processo Ensino-Aprendizagem 90
Tabela 11: Nível de satisfação das Famílias 91
Tabela 12: Treinamento dos Professores para usar os Novos Recursos 92
Tabela 13: Treinamento de alunos para usar os Novos Recursos 93 
Tabela 14: Os Novos Recursos facilitaram o Processo Ensino-
Aprendizagem? g4
Tabela 15: Alunos pesquisados X Sexo 96
Tabela 16: Idade dos alunos X Sexo 97
Tabela 17: Gosto de estudar usando o Computador 98
Tabela 18: Tem Computador em casa? 99
Tabela 19: Aprende mais quando usa o Computador? 100
Tabela 20: Precisa de ajuda para usar o Computador? 101
Tabela 21: Gosto da Família pelo estudo com auxílio do Computador 102
Tabela 22: Em quais atividades usam o Computador 103
L ista de R ed u ç õ e s
Abreviaturas
a.C. = antes de Cristo
d.C. = depois de Cristo
Siglas
AT&T = Uma das maiores empresas de telefonia do mundo
ENIAC = Eletronic Numeral Integrator and Computer
FAEN = Faculdade de Engenharia de Itaúna
FAFI = Faculdade de Filosofia de Itaúna
GE = General Electric
IBM = International Business Machines Corporation
LDB = Lei Diretrizes e Bases da Educação Brasileira
NTE = Novas Tecnologias Educacionais
NTIC = Novas Tecnologias de Informação e Comunicação
PC = Personal Computer
PROINFO = Programa de Informação
SEBRAE = Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas
SEE = Secretaria de Estado da Educação
SENAI = Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
UI = Universidade de Itaúna
Resumo
xii
DINIZ, Sirley Nogueira de Faria. O uso das novas tecnologias em sala de Aula
Belo Horizonte, 2001, 162 f.
Dissertação( Mestrado emEngenharia de Produção)- Programa de pós-graduação 
em Engenharia de Produção. UFSC, 2001.
Essa dissertação, caracteriza-se por uma abordagem conceituai a respeito dos 
diversos recursos de ensino utilizados nas salas de aula e da inclusão das novas 
tecnologias, como mais uma ferramenta a ser implementada no processo ensino- 
aprendizagem.
É muito importante que os educadores possam visualizar quais são as reais 
tendências para o futuro e estejam conscientes para participarem desse processo 
ensino-aprendizagem, numa sociedade globalizada e informatizada. Não oferecer 
acesso aos novos recursos tecnológicos é omitir o contexto histórico, sócio- 
cultural e econômico, vivenciado pelos profissionais da educação e educandos. 
Demonstra e analisa, através de uma extensa, minuciosa e cuidadosa pesquisa, o 
impacto que as novas tecnologias tem revolucionado no mundo escolar e de como 
elas estão modificando o modo de pensar e agir das pessoas envolvidas no 
processo
Palavras chave: educação, tecnologia, sociedade globalizada, recursos, 
ferramentas
Abstract
xiii
DINIZ, Sirley Nogueira de Faria. O uso das novas tecnologias em sala de aula 
Belo Horizonte, 2001, 150 f.
Dissertação(Mestrado em Engenharia de Produção)- Programa de pós-graduação 
em Engenharia de Produção. UFSC, 2001.
This dissertation is characterized by a conceptual approach about several 
teaching resources applied in the classrooms, and the use of new technologies as 
one more tool to be implemented in the teaching-learning process.
It is very important that educators be aware and able to visualize the real 
tendencies for the future, so that they can take part in this teaching-learning 
process in a society in the era of global communication and information 
technology. Access to new technological resources should be offered, otherwise 
people will be deprived of a historical, social-cultural and economic context which 
has been experienced by professionals involved with education.
This dissertation also shows and analyses, through a comprehensive, detailed 
and careful research, the impact that new technologies have brought about in the 
educational area and how they have been modifying the way of thinking and 
behaving of educators and learners.
Key Words: education / technology / resources / tools / society in the era 
of global communication.
1
Os avanços tecnológicos começam a ser utilizados em todos os ramos do 
conhecimento humano, não acontecendo diferente no meio educacional.
Os últimos anos tem sido marcados em nosso país e no mundo por mudanças 
educacionais onde a predominância do uso de novas tecnologias têm se 
destacado numa sociedade que tem como objetivo a construção do próprio 
conhecimento pelo aluno.
Uma nova era na Educação! Um mundo novo se abre em acelerado processo 
de globalização; é uma sociedade espantosamente dinâmica, instável e evolutiva, 
onde o elemento fundamental e decisivo é a mudança de paradigmas. A 
informação associada à robótica e a outras inovações tecnológicas de fundo, 
estão definitivamente encerrando a era industrial e inaugurando em novo tempo, a 
era pós- industrial, uma era sem precedentes.
Contextualizar o profissional da educação no mundo globalizado e 
informatizado implica na capacidade de “testemunhar o desenvolvimento de uma 
capacidade até agora não imaginada de ampliar o intelecto humano. O homem 
tem uma capacidade singular de armazenar informação e utilizá-las para o seu 
progresso e bem estar. A tecnologia da sociedade de informação amplia esta 
capacidade humana, bem além de qualquer nível julgado possível a um quarto de 
século, colocando conhecimentos à disposição dos que necessitam, quando 
necessitam e onde quer que estejam” (Rankine, 1987, p.292). Colocar
I In tr o d u ç ã o
2
conhecimento à disposição do que deles necessitam implica numa melhor 
comunicação.
A tecnologia não é uma panacéia para a reforma de ensino, mas ela pode ser 
um catalisador significativo para a mudança e uma ferramenta para apoiar a 
indagação, composição, colaboração e comunicação dos alunos . Por indagação 
entende-se o aluno capaz de procurar, refletir e criticar as informações que lhes 
estão sendo oferecidas. Esse aluno não mais aceita o professor dono da verdade, 
ou seja, o único receptáculo do saber. A composição nos leva àquele aluno que 
não aceita as informações simplesmente como lhe são passadas, mas que a partir 
delas, pesquisa, extrapola e se informa, enriquecendo, compondo o seu 
conhecimento, ou seja, construindo seu próprio conhecimento. A colaboração é a 
capacidade do trabalho colaborativo, cooperativo e integrador, levando o aluno ao 
trabalho de equipe. Finalmente entende-se por comunicação o aluno capaz de 
viver uma sociedade baseada na comunicação de informação.
Quase sempre que se menciona a categoria comunicação, muitas pessoas 
tendem involuntariamente, a pensar na comunicação através de palavras ou 
outros símbolos lógicos. Isso não é casual, é produto, primeiro, do modelo de 
comunicação desenvolvido na antigüidade por Aristóteles, que tinha a 
comunicação verbal como único centro, e, segundo, da afirmação que durante 
séculos sofreu o paradigma da lógica formal de R. Descartes, sustentando-se 
precisamente na palavra ou nos números como a única via para o 
desenvolvimento do pensamento humano, quando, na verdade, o conceito
3
comunicação envolve muitas outras possibilidades como a comunicação através 
da imagem visual, os cheiros, o tacto, os sabores, etc.
A palavra comunicação provém do latim communicatione, que significa 
participar, fazer ou colocar em comum alguma coisa. Mas, mesmo partindo dessa 
raiz, hoje a comunicação serve para denominar processos e fenômenos bem 
diferentes daqueles que conheceram os nossos antecessores gregos e romanos. 
Assim, por exemplo, com esse termo se aludem processos relativos aos meios de 
comunicação de massa, fluxos de trabalho dentro das empresas, marketing, 
propaganda, publicidade, telemática, internet, artes visuais, procura de contato 
com outras civilizações planetárias, fenômenos relativos à transmissão de 
impulsos elétricos e até à transmissão de determinadas informações genéticas de 
um organismo a outro. Dessa maneira, a comunicação tem sido pesquisada nos 
níveis individual, grupai, organizacional, comunitário, societal e até regional ou 
envolvendo vários países.
Para defini-la, nós nos serviremos da definição oferecida por Gortari (1990, 
p.34), segundo a qual... “a comunicação é o processo mediante o qual se 
transmitem significados de uma pessoa para outra; é transmissão de informação, 
idéias, emoções, habilidades por meio do uso de símbolos, palavras ou outras 
maneiras de expressão”, no contexto educativo. A comunicação no contexto 
educativo é o processo que permite não só a transmissão de informações e 
conhecimentos, mas também a formação e desenvolvimento da personalidade do 
educando ou, em outras palavras, é o processo que permite a formação de 
valores, regras, capacidade e habilidades intelectuais e afetivas nos alunos.
4
A disponibilidade de novas tecnologias, com o aumento do conhecimento sobre 
os processos cognitivos, sobre a comunicação humana e a comunicação homem- 
máquina, e a facilidade recente da manipulação da informação, estão abrindo 
inúmeras perspectivas para a educação.
É pois necessário uma nova postura para o grande desafio educacional do 
futuro, baseado na tecnologia, que representa um processo interativo centrado no 
aluno. Para que isso aconteça é necessária a mudança de todos os elementos 
básicos do processo: professor, aluno e conteúdo.
O professor, nesse momento, não mais será o centro do processo ensino- 
aprendizagem, mais deverá estar lado a lado de seus alunos como aprendiz 
levando também seus alunos a criarem e fazerem crescer seus próprios 
conhecimentos. Ele deverá adotar a nova tecnologia como um meio para novos 
fins, para uma aprendizagemmais dinâmica, mas sabendo-se que ela não deve 
ser a questão principal.
As questões reais são as novas formas de percepção e adoção de mudanças 
como a nova maneira de produzir conhecimento e uma boa vontade para 
abandonar suas antigas formas de autoridade, para formas mais democráticas de 
uma verdadeira aprendizagem.
A nova postura do novo profissional da educação é que ele precisa dominar um 
saber sobre produção social do comunicação cultural e um saber ser comunicador 
escolar com mídias e multimídias (Resende e Fusari, 1994, p. 15). A hipermidia 
combinada com materiais diversos, tornando disponível grande quantidade de 
informação e integrando textos, imagens, sons, animação, etc. está desafiando os
5
paradigmas instrucionais que foram desenvolvidos no mundo dos materiais 
impressos.
“A escola não deve temer nem subestimar o seu diálogo com os meios de 
comunicação e o uso das novas tecnologias”,” Não vejo os meios de comunicação 
como instrutores, quero pensá-los como produtores do conhecimento”.(Citelli, 
2000, p.7).
Diante das novidades, os professores apresentam dois sentimentos: um que é 
a necessidade de incorporar as novas tecnologias ao seu dia-a-dia e um outro que 
é a insegurança, o medo, gerados pela falta de preparo para trabalhar com elas. 
Citelli mostra que não é necessário ter esse medo e que os meios de 
comunicação devem ser usados como produtores do conhecimento, onde 
professores e alunos, juntos, lado a lado, estarão sempre aprendendo, sem ter 
medo ou vergonha de errar .É necessário apropriar-se da tecnologia na educação 
para “provocar uma reflexão crítica e questionadora em relação à busca e 
elaboração da informação articulada à produção social da vida individual e coletiva 
(Cortelazzo, 1996, p.20); professores sabem que precisam mudar, mas não 
sabem como, gerando angústia, pois a escola, e especialmente eles, têm de 
acompanhar a mudança do mundo.
A sala de aula deve tornar-se um ambiente de aprendizagem cooperativa, na 
qual o professor fornece a direção, a orientação e a inspiração. O professor não 
perderá seu espaço, pelo contrário, seu papel se amplia, se torna mais rico e 
interessante, uma vez que terá o auxílio de poderosas ferramentas de ensino, 
porém, deve-se preparar para acompanhar esta evolução.
6
O uso do computador como de qualquer outra tecnologia, exige do educador 
uma reflexão crítica sobre o valor pedagógico da informática, bem como sobre as 
transformações no futuro da educação. Assim, os professores vêem-se forçados a 
confrontar suas idéias e verdades com uma nova realidade, iniciando um processo 
de profunda mudança em seu fazer pedagógico, processo este que não é, de 
forma alguma, isento de contradições, de idas e vindas.
O aluno, por sua vez, tem de fazer suas próprias mudanças de paradigmas 
concernentes ao uso dessas novas tecnologias, pois, sabe-se que o ensino 
tradicional da transferência de conhecimento como prontos, como pacotes, terá de 
ser substituído. O aluno passa a ser o responsável pela aquisição e produção do 
seu próprio conhecimento. O estudante passa a ser o protagonista ao invés de 
simples assistente ou expectador. Ele se confronta, se desafia.
O prazer da descoberta por meio da aprendizagem é mais motivador e a tarefa 
mais agradável, prazerosa e eficaz. Os alunos passam a pensadores e pessoas 
capazes de resolverem problemas. Para exemplificar, podemos citar como a 
tecnologia lhes oferece um ambiente conceituai no qual eles podem coletar 
informações, organizá-las, visualizá-las, ligar e descobrir relações entre fatos e 
eventos. Podem ainda usar tecnologia para comunicar suas idéias a outros, para 
discutir e criticar suas perspectivas, persuadir e ensinar outras pessoas e para 
acrescentar níveis maiores de compreensão a seu conhecimento em expansão. 
Quando os alunos se comunicam com pessoas de lugares estranhos e distantes 
deles, eles começam entender, apreciar e respeitar as diferenças e similaridades 
culturais, lingüísticas, políticas, ambientais, geográficas. Sua visão de mundo e de
7
seu lugar no mundo mudam e o conteúdo do currículo torna-se atual, relevante e 
integrado a partir de uma perspectiva multidisciplinar e global.
41 A adogão -da nova-tecnologia não é fáciLao„professor que viveu a infânr.ia ^ 
adolescência dentro de quatro paredes de uma sala de aula, recebendo os 
conteúdos através de um professor autoritário que transfere os conhecimentos 
baseados apenas em sua óptica, mas, para os alunos de hoje, a coisa é diferente 
e se torna mais fácil, pois, ela está acontecendo na sua geração, na sua e ra ./ 
Cabe à escola, então, preocupar-se com o conteúdo de ensino, para atender a 
esta desafiadora evolução de informática, dessa nova tecnologia. A escola deve e 
precisa mudar continuadamente para ajustar-se à sociedade na qual está inserida. 
Como a tecnologia da informação é atualmente a força direcionadora da nova 
economia e cultura, faz-se necessário que ela seja incorporada aos currículos, 
através de uma forma bem significativa.
Os professores sabem que toda a filosofia do aprendizado mudou muito e a 
maneira como os alunos são ensinados, os tipos de habilidades adquiridos em 
sala de aula, hoje, são bem diferentes da metodologia e do currículo de anos 
atrás. A preocupação maior porém, deve ser de como a tecnologia se enquadra na 
estrutura curricular e instrucional de uma maneira enfática como demonstra os 
PCN(parâmetros curriculares nacionais).
A tecnologia é mais poderosa, quando utilizada com abordagens construtivistas 
de ensino, que enfatizam mais a solução de problemas, o desenvolvimento de 
conceitos e o raciocínio crítico do que a simples aquisição de conhecimento 
factual.
8
Apesar da importância das estratégias construtivistas, acreditamos que, os 
professores mais eficazes são aqueles que implementam uma série de 
abordagens para o benefício de seus alunos, que atingem um equilíbrio entre as 
atividades de instrução e construção. É necessário tornar o currículo mais 
interativo, incentivando a exploração. A tecnologia pode ser ajustada de modo a 
adaptar-se ao currículo, mas de uma forma prática e atendendo aos objetivos da 
educação. Como diz Valente:
“A disseminação da informática na educação e os avanços de softwares 
educacionais estão mostrando que a distinção entre o uso do computador 
para ensinar ou para promover a aprendizagem é que é a grande questão” 
(Valente, 1999- prefácio de 2a edição).
Muitas escolas adquirem os computadores, mas usam os mesmos apenas 
como uma nova maneira de repassar informação, ou seja, usando a informática 
não há nenhuma mudança pedagógica. O que precisamos então é discutir como 
os softwares podem ser usados como parte da mudança pedagógica transmissora 
de conhecimento, de informação para uma pedagogia que incentiva o aluno a 
buscar e selecionar informações e a construir o seu próprio conhecimento. Ainda 
comentando Valente:
“Lutamos pela implantação da informática na educação, porém visando a 
realização de mudanças na escola como um todo, envolvendo todos os 
segmentos, procurando adequá-la às mudanças que estão ocorrendo em 
outros setores da sociedade. É fato que estamos adentrando na era da 
sociedade do conhecimento. A escola deve pois ocupar um papel de
9
destaque, sendo a instituição por excelência, na qual o conhecimento deve 
ser desenvolvido, estimulado e aprofundado. A escola ainda tem se 
preocupado com a transmissão de informações e pouco tem sido feito em 
termos de processar essa informação no sentido de construir o 
conhecimento e desenvolver habilidades importantes como saber pensar, 
criar e aprender.
Nesse sentido, será bastante paradoxal falar e viver uma sociedade na qual 
a moeda é o “conhecimento” e pensar em uma escola na qual esse bem 
ainda não existe. É como falar em um banco onde não há dinheiro” 
(Valente, 1999, p. VI).
A escola modelo padrão, deve deixar espaço para uma escolanova e criativa, 
na qual o professor seja cada vez mais um agente motivador, o aluno o agente 
motivado e onde haja uma integração total com a família e comunidade.
Necessitamos pois, de muita fundamentação para conseguirmos vencer essa 
difícil fase de transição pela qual estamos passando; será uma batalha que nos 
levará a compreender que a “mudança” é necessária para a utilização da 
informação e consequentemente a construção do conhecimento.
O educador tem de aprender a deixar os jovens exercerem suas diferenças, 
pois, a vida moderna exige os mais diversos conhecimentos e sabemos que cada 
aluno é um ser único e indivisível, com todas as suas necessidades, indagações, 
curiosidades; o professor deve levá-lo a construir seu próprio saber, saber este em 
sentido amplo e direcionado à aplicabilidade prática e realista.
10
“O saber sedimentado nos poupa dos riscos da aventura do pensar” (Alves, 1994, 
p. 27).
Segundo Alves, as informações massificadas, prontas, em pacotes, não 
permitem que o aluno busque o saber para construir o seu próprio conhecimento, 
impossibilitando-o perceber as diferenças, condutoras da própria história e da 
história do mundo em que vive.
“Essa nova visão permite que os estudantes sintam-se libertos para crescer 
em direção ao que seu arbítrio assinalar e os professores não precisarão 
mais competir com as agências de informação. Os professores serão 
estimuladores e transformadores de informação e conhecimento” (Antunes, 
2000, p. 13).
Como já foi dito anteriormente, volto a afirmar que o aluno, a escola, enfim, 
todos os elementos ligados ao processo ensino aprendizagem têm de mudar suas 
posturas para se adaptarem ao novo tempo, à nova realidade.
1.1 Objetivos
1.1.1 Objetivo geral
- Identificar o uso de novas práticas pedagógicas e mudança ocorrida com a 
aplicação das novas tecnologias em sala de aula, pelos professores de Minas 
Gerais.
1.1.2 Objetivos específicos
11
- Mostrar que através do uso de novas tecnologias, poderá abrir uma janela 
na história, construindo seu próprio conhecimento.
- Pesquisar, analisar e apresentar através de novas tecnologias em 
educação, uma forma de aprendizagem mais satisfatória e eficaz.
- Identificar o valor da aplicação de recursos de ensino como elo entre a 
palavra e a realidade para um ensino e uma aprendizagem mais 
satisfatória.
- Avaliar o uso das novas tecnologias, em especial o computador, como
mais um aliado no desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem.
Enquanto se vê a explosão da informática em todos os ramos do conhecimento 
humano, inclusive no setor educacional, nota-se o grande desafio para a 
educação: o uso de novas tecnologias na sala de aula. Como diz Litto, 2000, p.5: 
o grande desafio da educação hoje seria: “como equilibrar o binômio massificação 
(dar acesso à aprendizagem formal para todos os interessados), e, ao mesmo 
tempo, manter um nível inquestionável de qualidade em todos os aspectos 
educacionais. Um outro desafio igualmente importante é como equilibrar 
educação, em todos os níveis, a duas finalidades educacionais aparentemente 
opostas: compreensão profunda, por parte do aluno, dos princípios operacionais 
fundamentais funcionando em qualquer matéria acadêmica, e a aquisição das 
habilidades tão importantes hoje como “navegar” com êxito na Internet, comunicar 
com clareza e persuasão, solucionar problemas, tomar decisões inteligentemente 
e fazer as perguntas certas, sempre.
1.2 Metodologia
12
A metodologia usada neste trabalho compôs-se de uma pesquisa 
bibliográfica, consultando vários autores como Valente, Tajra, Sancho, Moran, 
Candau, Litto, Libâneo, Nérici dentre outros, e uma pesquisa de campo feita entre 
professores e alunos de várias escolas de cidades da Grande BH, Centro-Oeste e 
Vale do Pará. Nesta pesquisa foram abordados a frequência e uso das novas 
tecnologias, o treinamento para usá-las, em que nível elas facilitaram o processo 
ensino-aprendizagem, o gosto pelo seu uso, atividades desenvolvidas e a 
facilidade para usá-las, comparando escolas que usam e as que não as usam.
1.3 Estrutura do trabalho
Esta dissertação apresenta a seguinte estrutura: no capítulo 2 foi realizado um 
retrospecto do passado, com apresentação dos grandes inventos. No capítulo 3 foi 
apresentado os recursos de ensino como tecnologias usadas no processo ensino- 
aprendizagem, sua evolução, classificação, importância e os audiovisuais 
tradicionais. No capítulo 4 foi tratado da informática na escola com um breve 
histórico, evolução do computador, o computador como ferramenta pedagógica, a 
relação de aprendizagem professor x aluno, o psicólogo na escola, a introdução 
dos computadores nas escolas públicas, uma classificação sobre a utilização dos 
mesmos, a utilização dos NTIC nas escolas, o papel do computador na escola e 
estratégias de implementação. No capítulo 5 tratou-se das influências das 
tecnologias no processo ensino-aprendizagem, através de uma pesquisa feita 
entre professores e alunos de escolas particulares, municipais e estaduais, nos
13
diversos graus de ensino. No sexto capítulo foi apresentada a análise do resultado 
dessas pesquisas. E, no capítulo 7 a conclusão e recomendações finais com a 
sugestão de trabalhos futuros.
14
Tudo aquilo que se usa para tornar mais eficaz uma transmissão de 
mensagem, pode-se considerar uma tecnologia comunicacional, desde a 
simples linguagem até os mais sofisticados equipamentos e/ou ferramentas.
Então, todos os recursos utilizados pelo professor no seu processo de 
ensino são considerados tecnologias.
Como diz Sancho (1998, p.79 ), uma vez estabelecidos os fins e 
concretizados em objetivos, é necessário dar início a ações que encaminhem 
para eles. Nessas ações há a intervenção de objetos e instrumentos cuja 
missão é facilitar a realização das tarefas estabelecidas. A decisão didática 
sobre os meios a serem utilizados não deve ser feita tanto em função da sua 
modernidade ou provável eficiência, mas sim da adequação às metas 
educacionais previstas. O valor instrumental não está nos próprios meios, mas 
na maneira como se integram na atividade didática, em como eles se inserem 
no método porque é este que os articula e lhes dá sentido no desenvolvimento 
da ação.
2.1 Evolução das tecnologias
Faremos uma descrição da evolução das tecnologias no mundo e no Brasil, 
no geral e na educação. Como disse Libâneo (1991-p.57) desde os primeiros 
tempos existem indícios de formas de aprendizagem, que podem ser 
consideradas como forma de ação pedagógica, embora sem uma estruturação.
2 R e c u r s o s de e n s in o : u m a T e c n o l o g ia
15
Na chamada Antigüidade Clássica (gregos e romanos) e no período 
medieval também se desenvolvem formas de ação pedagógica em escolas, 
mosteiros, igrejas, universidades.
A formação da teoria didática para investigar as ligações entre ensino e 
aprendizagem e suas leis, ocorre no século XVII, quando Amós Comenius 
(1592-1670), um pastor protestante, escreve a primeira obra clássica sobre 
Didática, a “Didacta Magna”. Ele foi o primeiro educador a formular a idéia de 
difusão dos conhecimentos a todos e criar princípios e regras do ensino.
Apesar da grande novidade destas idéias, principalmente dando um impulso 
ao surgimento de uma teoria de ensino, Comenius não escapou de algumas 
crenças usuais na época, sobre ensino. Embora partindo da observação e da 
experiência sensorial, mantinha-se o caráter transmissor do ensino.
Entretanto, Comenius desempenhou uma influência considerável, não 
somente porque empenhou-se em desenvolver métodos de instrução mais 
rápidos e eficientes, mas também porque desejava que todas as pessoas 
pudessem usufruir dos benefícios do conhecimento.
Sabemos que, como diz Libâneo, na história, as idéias principalmente 
quando são muito inovadoras para a época, demoram para terem efeito prático.
Na época em que viveu Comênius e nos séculos seguintes,havia ainda 
predominância das práticas escolares da Idade Média, ou seja, ensino 
intelectualista, verbalista e dogmático, memorização e repetição mecânica dos 
ensinamentos do professor. Não havia espaço para idéias próprias dos alunos, 
o ensino era separado da vida, mesmo porque ainda era grande o poder da 
religião na vida social.
16
Já no século XVI, a grande ênfase que se dava ao verbalismo, foi criticada 
por Michel de Montaine. Ele propunha uma educação baseada na experiência 
que levasse o educando a observar, comparar e refletir.
Ainda no século XVII, surgiu nos meios educacionais europeus, o 
movimento denominado realismo pedagógico, influenciado por uma corrente 
filosófica da época do empirismo, representada por Francis Bacon, que 
afirmava que o conhecimento provém da experiência e das percepções 
sensíveis.
Em 1654, Comenius escreveu Orbis Fictus (O mundo ilustrado ), com 
gravuras para tornar o ensino intuitivo e chegar por meio de impressões 
sensíveis aos conhecimentos gerais, empregando o método intuitivo. Ele 
declarava que a memória e inteligência dos estudantes deveriam ser 
estimuladas pelas representações visuais
No século XVIII, Jean Jacques Rousseau (1712-1778) defendia a 
necessidade de partir de objetos sensíveis para chegar aos intelectuais!
Pestalozzi que viveu de 1746 a 1827, propôs e utilizou um método de 
ensino, que fazia da percepção sensorial a base e o ponto de partida para 
construir o conhecimento, aproveitando a vivência de situações concretas, 
observações da natureza e a experiência de fatos e fenômenos. Foi o 
precursor dos métodos ativos.
No século XIX, Frederick W. Froebel, estagiário de Pestalozzi, criou um 
Jardim de Infância onde usava uma série de materiais, que seriam 
manipulados pelas crianças num processo de auto-atividade e visavam ao 
desenvolvimento motor e sensorial.
17
Nos primeiros anos do século XX, o movimento denominado Escola Nova, 
recomendava o uso de métodos ativos que apelavam para a atividade do 
educando e sugeria que o professor utilizasse todos os recursos a seu alcance, 
para tornar o ensino mais ligado à realidade e ativar os processos mentais da 
pessoa que aprende, estimulando o pensamento. Maria Montessori criou uma 
série de jogos sensoriais para a pré-escola e um conjunto variado de materiais 
para concretizar as lições das séries do ensino elementar.
Uma das primeiras tentativas de incorporar os recursos audiovisuais à 
didática dentro do contexto dos métodos ativos, foi feito por Celestin Freinet. 
Ele sugeriu o uso do cinema, através de projeções de filmes acompanhados de 
discussões e debates, para ser usado como uma forma ativa de educação.
A partir da época da Segunda Guerra Mundial, ocorreu a integração dos 
recursos audiovisuais ao ensino.
2.2 Recursos de ensino, meios auxiliares de ensino, recursos 
pedagógicos e outras terminologias
“designam todos os recursos usados no processo ensino- 
aprendizagem, com o propósito de tornar mais eficaz a transmissão da 
mensagem pelo professor e mais eficiente a aprendizagem pelo aluno. É 
um elo entre o que o professor fala e a realidade que deseja transmitir, 
ou seja, substituir do melhor modo possível a realidade” (Martins, 1985, 
p.202).
18
Martins mostrou com esta definição que todos os recursos usados pelo 
professor, com o fim de complementar seus ensinamentos, quer seja numa 
aula expositiva ou numa dinâmica de grupo, ou outra qualquer usada para 
transmitir uma mensagem, vem tornar o processo ensino-aprendizagem mais 
eficaz, mais dinâmico, mais interessante, mais prazeroso e mais divertido.
Como diz Libâneo (1991, p. 173):
“os professores precisam dominar, com segurança, esses meios 
auxiliares de ensino, conhecendo e aprendendo a utilizá-los. O 
momento didático mais adequado de utilizá-los vai depender do trabalho 
docente prático, no qual se adquirirá o efeito traquejo na manipulação do 
material didático”.
Já dizia Mattos (1957, p.252):
“os olhos e os ouvidos são os órgãos sensoriais mais desenvolvidos e 
aperfeiçoados de que dispõe o ser humano para receber as impressões 
do mundo exterior e adaptar-se ao seu ambiente. Conseqüentemente 
são os que mais contribuem para uma aprendizagem eficaz. Serão 
estes, portanto, também os sentidos que mais deverão ser explorados 
pelo professor na direção da aprendizagem de seus alunos, desde a fase 
inicial de apresentação de matéria”. A partir da afirmação de Mattos e da 
grande variedade de recursos de ensino, várias classificações têm sido 
propostas. Não há uma classificação de recursos universalmente aceita. 
Algumas são bastante incompletas e outras mais completas. Vejamo-las:
19
2.2.1 Classificação tradicional
Tradicionalmente os recursos de ensino são agrupados em 3 categorias:
- Recursos visuais: ligados diretamente ao sentido visão.
Compreendem então as gravuras, cartazes, diapositivos, etc.
- Recursos auditivos: ligados diretamente ao sentido da audição.
Compreendem os discos, fitas, rádios, etc.
- Recursos audiovisuais: ligados aos dois sentidos anteriores
paralelamente. Compreendem-se os diafilmes, filmes sonoros, televisão,
videocassete, etc.
2.2.2 Classificação de Edgar Dale
Outra classificação bastante utilizada é a de Edgar Dale, técnico norte 
americano, que apresenta em seu livro “Audio-Visual Methode in Teaching” 
apud Piletti (1990, p. 153) o cone de experiência dos recursos audiovisuais em 
que esses recursos são hierarquizados com base no grau de abstração, tendo 
como primeiro estágio a experiência vivenciada e por último os símbolos orais, 
ou seja, vai do concreto ao abstrato, passando por estágios intermediários. Sua 
proposta está de acordo com os princípios de aprendizagem que estabelecem 
que esta se realiza das experiências diretas para as indiretas.
O cone é apresentado em camadas horizontais, cujo valor aumenta à 
medida que estas se situam mais próximas da base, ou seja, quanto mais
20
concreto, quanto mais se aproxima da situação real, maior o seu valor, onde o 
aluno aprende executar tarefas, aprende a fazer fazendo.
Apresentação do cone, segundo Dale
Fonte: DALE, apud Piletti, 1990, p.153
21
Esta classificação tem a vantagem de destacar que o ensino puramente 
verbalista (emprego de palavras vazias de experiência), deve ser evitado. Isto 
porque a aprendizagem é tanto mais eficaz quanto mais se possa realizar uma 
experiência direta. E a utilização de recursos ajuda a proporcionar aos alunos 
tais experiências (Piletti,2000-p. 153).Confirmando essas palavras vejamos o 
que já afirmava Dale:
“não há conflito entre o concreto e o abstrato; o concreto não é 
necessariamente o mais fácil e o abstrato o mais difícil. Quando 
utilizamos uma palavra para indicar um objeto, estamos controlando 
este objeto; quando generalizamos, utilizamos um maior número de 
experiências. Quanto mais amplo sejam nossos conceitos, maior será o 
nosso domínio sobre o meio ambiente” (Dale, 1979, p. 102)
O professor deve escolher o meio de ensino, considerando a sua utilização 
como veículo de generalização de concreto e não como mera ilustração.
2.2.3 Classificação da UNESCO
A UNESCO apresenta a seguinte classificação, aprovada em sua II 
Conferência Geral:
- Experiência direta com a realidade:
. excursões escolares - viagens escolares, escotismo e 
bandeirantismo
• objetos, espécimes e modelos - museu escolar, mostras e 
exposições, dioramas, planetário, aquário, visitas a museus.
22
. auxiliares de atividade - dramatização, demonstrações, clubes, 
marionetes, bibliotecas, recortes, cruz vermelha infantil.
- Auxiliares visuais: (material pictórico) ilustrações, cartões e 
fotomicrografia, fac-símile, ultrafax e estereoscopia.
- Auxiliares audiovisuais: filmes sonoros e televisão
- Símbolos e representação plana: quadro-negro, cartaz, carta-mural, 
diagrama, frisos, multiplicadores, jornal mural, caricatura, globos e 
mapas, historieta gráfica, mural e flanelógrafo.2.2.4 Classificação de Wilbur Schramm
Consiste numa classificação que considera a evolução e a aplicação 
Quadro 1 : Classificação de Recursos Segundo a Evolução e Aplicação
Introd. nas 
escolas
Ensino coletivo 
ou individual
Características
PR IM EIR A GERAÇÃO
Demonstrações, explicações 
no quadro
Muito antiga Coletivo Não Necessitam 
Dispositivos eletrônicos
Exposições, modelos, 
quadros, m apas. etc.
Muito antiga Ambos
S EG U N D A GER AÇÃ O Manuais, livros de classe, 
testes, etc.
Após 1450 Individual
Máquina no processo de 
informação indústria do livro 
escolar
TE R C E IR A G ER AÇÃ O
Gravações
Séc. XIX e 
XX
Ambos
Máquina na reprodução de textos 
e como substituição da vista e 
do ouvido
Fotografias, diapositivos, 
filmes fixos, epidiascópio etc.
Séc. XIX e 
XX Coletivo
Rádio Após 1920 Ambos
Menor Abstração 
0 aluno vê e ouve 
Grande progresso
Comunicação estabelecida entre 
o homem e a máquina
Filmes mudos e sonoros Séc. XX Coletivo
Televisão educativa Após 1950 Ambos
Q UARTA G ER AÇÃ O
Laboratório de línguas Após 1950 Ambos
Instrução programada
Muito
recente
Individual
Emprego de computadores
Muito
recente
Fonte: TURRA e outros. Planejamento de Ensino e Avaliação. Porto Alegre, Emma, 1995
2.2.5 Classificação brasileira de recursos audiovisuais
23
Foi elaborada também uma classificação brasileira dos recursos 
audiovisuais que especifica-os dentro dos sentidos: visão, audição e 
combinação dos dois.
Segundo Nérici (1983, p.318) “o material didático é uma exigência daquilo 
que está sendo estudado por meio de palavras....a fim de torná-lo concreto e 
intuitivo, e tem um papel destacado no ensino de todas as disciplinas”.
Já dizia Dale (1979, p. 105) “se se deseja uma imagem real, as descrições 
verbais não serão suficientes. A menos que se tenha uma experiência pictórica 
com a qual se possa combinar a descrição verbal, provavelmente será visto 
algo bem diferente do que se esperava”.
De acordo com os dois autores, Nérici e Dale, é necessário o uso de 
materiais didáticos que apelem para outros sentidos, para tornar mais real, 
mais concreto o que foi explorado apenas por descrições verbais ou por meio 
de palavras.
Na Classificação Brasileira dos Recursos de Ensino, foram classificados em 
03 categorias: Recursos Visuais, Recursos Auditivos e Recursos Audiovisuais, 
que pode ser demonstrada no quadro a seguir:
24
Quadro 2: Classificação brasileira de recursos audiovisuais
í . . . . . . . . . . . . . . ........ RECURSOS VISUAIS ....... .............. . . . . . . . . . .
Elementos ou códigos
CÓDIGOS DIGITAIS ESCRITOS 
CÓDIGOS ANALÓGICOS
Icônicos
Esquemáticos
Abstratos-Emocionais
I
Materiais ou Veículos
RECURSOS AUDITIVOS
I
Elementos ou códigos
CÓDIGOS DIGITAIS ORAIS 
CÓDIGOS ANALÓGICOS ORAIS
Quadro-negro Fotografias
Flanelógrafo Álbum seriado
Imanógrafo Mural didático
Quadros Exposição
Cartazes Gráficos
Gravuras Diagramas
Modelos Mapas
Museus Objetos
Espécimens Diapositivos
Diafilmes Transparências
Filmes
Materiais ou Veículos
Rádio
Disco
I
Fita magnética
Recursos Audivisuais 
Diapositivos e filmes com som] 
[Cinema sonoro] 
[Televisão]
Fonte: Parra apud Piletti, 2000, p. 157
2.3 Importância dos recursos audiovisuais
Os recursos audiovisuais colaboram no processo ensino-aprendizagem 
porque eles aproximam a comunicação, o mais próximo possível, das situações 
reais da vida.
25
Como diz Nérici (1984, p.99): “o material didático é, no ensino, ligação entre 
a palavra e a realidade. O ideal seria que toda aprendizagem se efetuasse em 
situação real de vida. Não sendo isso possível, o material didático tem por fim 
substituir a realidade, representando-a da melhor forma possível, de maneira a 
facilitar a sua intuição por parte do aluno”.
Entre os muitos objetivos do material didático está o “ favorecer a 
aprendizagem e sua retenção”. Quanto a esse objetivo, é importante ressaltar 
dados de pesquisas que revelam que o homem toma conhecimento do mundo 
exterior através dos cinco sentidos. Aprendemos:
Tabela 1: Aprendizagem X Sentidos
% de aprendizagem X sentidos
Sentidos % aprendizagem
Gosto 1%
Tato 1,5%
Olfato 3,5%
Audição 11%
Visão 83%
Fonte: Nérici. Apud Turra, 1995
Retemos:
Tabela 2: Retenção da aprendizagem X Sentido
Retenção da aprendizagem X Sentido
% de retenção Atividade/Sentido
10% Do que lemos
20% Do que escutamos
30% Do que vemos
50% Do que vemos e escutamos
70% Do que ouvimos logo discutimos
90% Do que ouvimos e logo realizamos
Fonte: Nérici apud Turra, 1995
A partir daí, pode-se concluir que os cinco sentidos não têm a mesma 
importância para a aprendizagem. Conclui-se também que a percepção através 
de um único sentido é menos eficaz do que a percepção através de dois ou
26
mais sentidos. Por isso é importante empregar métodos de ensino que utilizem 
simultaneamente os recursos orais e visuais.
Para reforçar, apresentamos o quadro seguinte
Tabela 3: Comparação da retenção de aprendizagem: sentidos 
x tempo
Método de Ensino Dados retidos depois 
de três horas
Dados retidos depois 
de três dias
Somente oral 70% 10%
Somente visual 72% 20%
Visual e oral 
simultaneamente
85% 65%
Fonte: Piletti ( 2000, p.14i»
Segundo a professora Irene Melo Carvalho “quando os professores 
descobriram os audiovisuais, muitos deles julgaram que tais recursos, só por si, 
garantiriam ótimo ensino e alta aprendizagem. As coisas, porém, não se 
passam bem assim. O excesso de audiovisuais e sua utilização desnecessária 
ou inadequada pode prejudicar em vez de auxiliar. É por isso que podemos 
afirmar que entre o usar mal ou não usá-lo, é preferível a segunda alternativa, 
pois, ao contrário acabará dispersando a atenção do aluno. É preferível usar 
menos material, mas que seja bem escolhido, significativo para essa ou aquela 
situação de ensino-aprendizagem, permitindo que os alunos o explorem 
mentalmente, aplicando a ele seus esquemas cognitivos.”
Quando selecionamos esses materiais ou recursos audiovisuais, para 
serem utilizados devemos adotar alguns critérios:
- Adequação aos objetivos, ao conteúdo e a clientela - esse material 
a ser usado deve atender aos objetivos propostos e ao conteúdo a ser 
assimilado. Deve também ser adequado ao nível de maturidade cognitiva dos 
alunos, e satisfazer às necessidades e interesses dos alunos. Nunca se deve
27
usar um recurso por usar, ou seja, porque está na moda, porque é bonito ou 
porque o colega usa.
- Funcionalidade - o material a ser usado deve ser funcional 
possibilitando uma utilização dinâmica, ativando o pensamento reflexivo dos 
alunos. Deve ainda atender ao tipo de aprendizagem a ser desenvolvida: se 
cognitiva, afetiva ou psicomotora.
- Simplicidade- os recursos devem ser de fácil manipulação pelo 
professor e alunos, de preferência, de custo baixo.
- Qualidade e exatidão- devem transmitir com exatidão a mènsagem a 
ser comunicada. Devem oferecer informações claras, objetivas e precisas para 
atingir seu objetivo que é a compreensão do conteúdo, pelos alunos. Devem 
ainda ser atraentes para despertar o interesse dos alunos em participar da 
aula.
Por intermédio dos sistemas de atividade, o indivíduo vincula-se com o seu 
meio ambiente, como os demais membros da espécie por meio de uma relação 
interativa e transformação dialética. Nesses sistemas de atividade, os 
instrumentos são tão fundamentais como o resto dos elementos construtivos do 
sistema. Riviere ( 1984-p.35 ) sustenta que “as ferramentas, os utensílios, são 
tão necessários à construção da consciência como de qualquer artefato 
humano. Permitem a regulamentação e a transformação do meio externo, mas, 
também a regulamentação da própria conduta e da conduta dos outros.” Não é 
possível, então, entender um sistema de atividade sem a participação de 
instrumentos e ferramentas, os quais, por sua vez, são configurados histórica e 
culturalmente como ocorre com a totalidade do sistema. Por meio de sua
28
participação, incide-sena transformação do meio ambiente e, ao mesmo 
tempo, na configuração da consciência do sujeito que intervém na atividade.
No que se refere ao ensino, as suas práticas sempre estiveram 
influenciadas pelos instrumentos materiais e semióticos como o ábaco, o giz ou 
a maquete, mas, também o texto impresso, a ilustração gráfica ou o mapa 
mundi, entre outros, todos eles envolvidos numa relação comunicativa, mais ou 
menos dialogai entre os professores e seus alunos, entre eles consigo próprios 
e com seus professores.
Todos são instrumentos, ferramentas, que, de uma maneira ou outra, 
intervêm na atividade de ensino marcando presença entre professores, alunos 
e os outros elementos presentes na situação de ensino.
É necessário, no entanto, ter consciência de que nem todos os meios são 
válidos para qualquer tipo de conteúdo. Nas palavras de Edmund Carpenter, 
um meio não é um envelope fechado que possa conter qualquer tipo de 
conteúdo (Carpenter e McLuhan, 1974). Os meios condicionam as linguagens. 
O livro, por exemplo, é hiperfuncional para a linguagem verbal escrita, mas a 
televisão não.
Cabe então ao professor, usar do bom senso e de sua criatividade para 
escolher o melhor meio que se adapte melhor a esse ou aquele conteúdo, 
segundo as potencialidades das ferramentas.
2.4 Os meios audiovisuais tradicionais
29
Dentre os diversos meios a serem usados no modelo de pedagogia, 
devemos tirar proveito do que cada um possa oferecer, sempre de acordo com 
as necessidades dos alunos e com as exigências dos conteúdos curriculares 
Não podemos esquecer aqueles meios audiovisuais mais tradicionais como:
Quadro de giz
Não se sabe quando exatamente se introduziu nas escolas o quadro de giz. 
Sabe-se apenas que foi no século XVI. Seu uso no Brasil foi introduzido em 
1927, quando José Francisco das Chagas, mestre-escola da corte , que expôs 
na 1a Assembléia Legislativa, as vantagens de seu uso, quando então foi 
oficializado.
O quadro de giz é um dos recursos didáticos mais utilizados, e que traz 
mais recursos para o professor. Sua função deve ficar restrita a explanações 
ou demonstrações que não sejam necessárias durante toda a apresentação, 
mas, apenas por instantes. Para utilizá-lo bem, observar:
- A área a ser escrita deve ser bem distribuída, essencialmente da 
esquerda para a direita, de cima para baixo. O giz branco é o que dá 
melhor destaque, claro e suficiente para todos os assistentes.
- Nunca fale enquanto estiver escrevendo, pois, tanto a imagem que 
você está elaborando, quanto a imagem falada que está 
transmitindo, perderão a força que normalmente teriam. Termine o 
desenho ou texto e depois, virando para a platéia, explique-o.
- Quando o assunto ilustrado no quadro se encerrar, apague-o, 
evitando a fixação desnecessária da imagem.
30
Sugestões para melhor utilização do quadro
- Limpe totalmente o quadro antes de começar qualquer explicação.
- Escreva com letra grande e legível, para que todos possam ler.
- Dê boa disposição gráfica, mantendo ordem e limpeza no quadro.
- Use setas, círculos e barras de cor, para destacar pontos 
importantes
- Estimule a participação do aluno, na utilização do quadro de giz.
- Mantenha-se ao lado do quadro para não prejudicar a visibilidade.
- Deve-se dividir o quadro de acordo com o seu tamanho e com o 
assunto a ser tratado.
A seguir um quadro de vantagens e desvantagens de seu uso.
Quadro 3: Vantagens e desvantagens do uso do quadro de giz
Vantagens Desvantagens
Mais fácil de usar. Informação não permanente
Participação direta do aluno Difícil quando mal iluminado
Apresentação de idéias abstratas Difícil pela posição das carteiras
Dinamiza a apresentação Professor de costas
Econômico e fácil de encontrar Preocupação em copiar = perda de explicação
Fonte: Extraído de PILETTI, Claud no. Didática Geral. SP - Ática. 2000.
Retroprojetor
É um recurso que deixa se ser aproveitado em muitas escolas do país, mas 
usado com ótimos resultados em países mais avançados. É o único audiovisual 
que foi inventado pensando-se no ensino: foi usado pela primeira vez pelo 
exército americano para treinamento rápido dos soldados na II Guerra Mundial.
Consta de um moderno projetor para material transparente. Sua grande 
vantagem consiste em produzir imagens claras e nítidas sem necessitar 
escurecimento do ambiente.
31
Seu arranjo ótico e seu jogo de espelhos permitem que a luz passe através 
da transparência e bata perpendicularmente na tela.
Quadro 4: Vantagens e desvantagens do Retroprojetor
Vantaqens Desvantaqens
ÍProf. de frente para o auditório Riscos de sinais indecifráveis
Operar x manipulação de materiais se a letra for pequena
Transparências cirandes
Perm itir notas marginais
Diriqir a atenção
Registro de aula ou conferências
Recinto não escurecido
Controle de tempo de exposição
Uso de cores
Arranjo prévio dos materiais
Notas visuais para si e público
Possibilita aumento de imaqens
Unificar grupo de estudo
Preparo prévio e reutilização
Fonte: TURRA et.al. Planejamento de Ensino e Avaliação. Porto Alegre. 1995
Quanto às limitações, ou seja, o risco de que o tamanho reduzido das letras 
e sinais os tornam indecifráveis, pode ser evitado se as lâminas forem bem 
feitas. Será um meio particularmente indicado para esquematizar conteúdos. 
Se jogarmos com a possibilidade técnica de superposição de transparências, o 
retroprojetor torna-se adequado também para visualizar processos. Existem 
sistemas cada vez mais elaborados para a confecção de transparências, como 
também sistemas simples como o de fotocópias em preto e branco e a cores.
O projetor de slides
O slide continua a ser um recurso particularmente útil quando se trata de 
analisar imagens estáticas. Permite o acesso à realidade ou experiências 
inacessíveis diretamente. Muito indicado no estudo de Geografia e obras de 
arte. Apresenta um inconveniente de precisar de ambiente escurecido, mas 
é de fácil confecção, funcional e versátil, com muitas possibilidades de 
reorganização e reestruturação. Permite adequar o ritmo de uso às
32
necessidades de aprendizagem e aos condicionamentos no momento da 
exposição
Os visuais diretos
Os visuais diretos como flanelógrafos, murais, posters, cartazes, colagens.... 
oferecem oportunidade para aprendizagem
O flanelógrafo é muito usado nas séries iniciais do ensino fundamental; 
permite a participação dos alunos e a adequação do ritmo de exposição ou de 
trabalho em função de seus interesses e de sua capacidade de compensação. 
Deve-se ressaltar aqui o aspecto econômico desse recurso pelo seu baixo 
custo. Nele vão sendo colocados por aderência, os elementos visuais 
necessários à aula. Pode-se ainda monta-lo em uma parte do quadro de giz, 
tornando assim uma dupla de quadros em um só conjunto: um normal, o 
quadro de giz e outro forrado de flanela.
Suas vantagens:
- Facilidade de construção e transporte;
- Manejo simples;
- Possibilidade de movimento, imprimindo dinamismo na 
apresentação;
- Apresentação de assuntos por etapas, gradativamente, o que 
permite desenvolver uma seqüência lógica;
Concretização de idéias e conceitos 
Os outros meios visuais diretos, principalmente os cartazes e posters, têm 
grande aceitação entre adolescentes e jovens, daí, não ser difícil canalizar 
este interesse a favor do processo de aprendizagem.
I Biblioteca Universitária 
í UFSC O
H' ^ 33
A fita de áudio
Muito adequada sempre que os conteúdos a serem trabalhados em sala de 
aula sejam elementos auditivos como as aulas de música ou de línguas. 
Permite o acesso à realidade e experiências sonoras inacessíveis diretamente.
A montagem audiovisual
Consiste numa série de slides sincronizadas, automática ou manualmente, 
com, uma trilha sonora em fita. Os inconvenientes são: a necessidade de 
ambiente escuro, falta de movimento das imagens e a tensão que exige do 
professor, quando a sincronização é manual, mais equipamentos do que só a 
imagem.
Além dessesrecursos citados e que são muito usados, poderíamos citar 
tantos outros como: - álbum- seriado que é uma coleção de cartazes presos a 
um suporte ou cavalete.
- Gravuras, fotografias, desenhos, pinturas , ilustração tiradas de 
jornais e revistas e fotos tiradas pelo próprio professor, facilitam a 
visualização de seres, objetos, fatos e fenômenos de difícil 
observação em situação natural.
- Mapas, gráficos e diagramas; exposição e museu; gravador de fita 
magnética e tantos outros recursos que poderão ser usados pelos 
professores a fim de dar mais realidade à sua sala de aula.
Televisão
Volta e meia a TV está num banco de réus. Acusam-na de culpada de 
muitos males que afligem a sociedade, de crimes violentos ao desinteresse
34
pela leitura e com isso tentam puní-la de alguma forma. Entendendo-a como 
comunicação, diálogo, construção do conhecimento, interação dentro do 
processo ensino aprendizagem, temos de assumir que existe uma cultura 
televisiva proporcionando às nossas crianças e jovens, informações, valores, 
conhecimentos. A educação precisa conhecê-la, analisá-la e incorporá-la ao 
contexto pedagógico, retirando dela tudo o que há de melhor em prol do 
processo ensino-aprendizagem. Com o aproveitamento da TV na educação, a 
concepção de educativo amplia-se, abre-se as dimensões do imaginário, às 
pluralidades do afetivo e ao desafio de preparar jovens para o enfrentamento 
cotidiano com o mundo, como nos diz Carneiro( 2000, p. 19)
Videocassete
A partir da década de 80, o elenco de recursos audiovisuais foi acrescido de 
uma nova transmissão de mensagem, aliando som e imagem; o videocassete. 
Ele é um processo e uma técnica de comunicação que sintetiza a televisão e o 
cinema. Um filme pode mostrar atitudes, estimular emoções e desenvolver 
problemas.
A tecnologia do vídeo impôs-se socialmente em decorrência de tudo o que 
oferece. É especialmente indicada em sala de aula, pela sua capacidade de 
transmitir informações audiovisuais, mais concretamente informações do tipo 
audiovisual- cinético.
As melhores possibilidades e as piores limitações do vídeo são provenientes 
de fatores alheios à tecnologia: a qualidade dos programas com os quais 
trabalha e a preparação do professor para usá-los de forma criativa e 
participativa.
35
E os materiais impressos?
Esses, livros-textos, enciclopédias, cadernos de leitura, fichas de atividades, 
dicionários e tantos outros são, de longe, os recursos mais usados no sistema 
escolar. Em muitos casos são meios exclusivos, em muitas outras são 
complementares de meios exclusivos, em muitas salas de aula são 
predominantes e em outras, são complementares de meios audiovisuais e/ou 
informáticos, mas, em todas de uma forma ou outra, estão presentes. Existem 
inúmeros e variados tipos de materiais impressos no mercado, que podem ser 
usados com finalidade pedagógica. A identificação e classificação deles, 
depende do critério utilizado.
O livro
Apesar da colonização brasileira ser contemporânea da invenção da 
imprensa, só a partir do século XIX, instalaram-se entre nós as tipografias 
oficiais e foi possível a impressão e divulgação do material impresso. Isto 
porque a família real fugiu para o Brasil e aqui tornou-se a sede da corte. Até 
então a impressão da escrita era uma atividade clandestina e perigosa.
Em sua trajetória, durante estes últimos dois séculos, o livro passou de 
objeto quase inexistente, conhecido apenas por raros letrados, para objeto 
pouco usado e pouco valorizado, numa cultura com predomínio da oralidade, 
num país com grande massa de analfabetos totais e outro tanto de analfabetos 
funcionais.
O livro no Brasil-colônia era um tabu proibido por ser capaz de divulgar 
idéias subversivas, de fazer pensar. No Brasil do século XX, ele continua a
36
desempenhar seu papel de objeto- tabu, de difícil acesso às classes populares, 
permanecendo a maioria da população sem condições de usufruí-lo
O livro didático, que é um livro organizado em lições ou unidades centradas 
em temas selecionados é destinado ao público escolar.
Entre os materiais didáticos, este é o elemento mais decisivo no ensino, no 
atual estado da cultura brasileira. Deixou sua função de auxiliar para se exigir 
em centro irradiador do saber. Pela grande importância de que foi revestido, 
criou uma dependência prejudicial para seus usuários, levantando grande 
polêmica em torno de sua qualidade e de sua necessidade, por grande parte 
do professorado universitário. Daí a necessidade de uma política educacional 
bem planejada tornando como um dos pontos básicos a questão do livro 
didático- sua qualidade. Outro ponto seria a capacitação do professor
A atualização, a renovação, o aprofundamento e o aperfeiçoamento nos 
diferentes âmbitos da vida profissional docente exige do professor constante 
atualização. Isto pode ser alcançado entre outras ações mediante a consulta, 
mais ou menos regular, da bibliografia pedagógica que está sendo 
permanentemente publicada.
Hoje já nos encontramos na era do livro sem papel. Os livros digitais 
chegaram à Web e o desafio agora é convencer os leitores a experimentar a 
novidade e descobrir as vantagens do novo formato, de acordo com o artigo de 
Elen Peterson (Revista Veja, agosto/2000- p.112), Stephen King, depois de 
vender 400.000 cópias de seu primeiro livro digital em 2 dias, volta à rede mais 
ousado. Coloca no ar um capítulo do livro The Plant (www.stephenkina.com) 
para quem quiser copiá-lo e propôs que os leitores que baixassem o arquivo
http://www.stephenkina.com
37
paguem 1 dólar por capítulo. No total serão 8 capítulos e o preço aumentará a 
medida que a história se aproxime do desfecho. Novos episódios só entram na 
rede se a venda dos dois capítulos iniciais atingir um número mínimo de 
compradores.
Então podemos concluir que as tecnologias estarão sempre surgindo, cada 
uma trazendo a sua novidade, mas, o importante não é estar usando 
tecnologias mais tradicionais como os vídeos, TV e outros ou simplesmente os 
recursos ou meios didáticos como livro, quadro de giz dentre outros, ou ainda 
as novas tecnologias. O que importa realmente é o “como” serão usados. O 
valor instrumental não está nos próprios meios, mas na maneira como se 
integram na atividade didática, em como eles se inserem no método, porque é 
este que os articula e lhes dá sentido no desenvolvimento da ação.
O caráter ético das tecnologias educacionais não vem estabelecido per se, 
pelo contrário, a sua bondade ou perversidade será o resultado da 
intencionalidade de seus promotores, projetistas e, em última instância, das 
pretensões de seus usuários.
Este capítulo abordou os diversos recursos de ensino utilizados nas salas 
de aula, desde o século XVII até os dias atuais, o que poderá ser observado no 
quadro seguinte:
38
Quadro 5: Os audiovisuais tradicionais mais usados em sala 
de aula, antes da Informática
Recursos Evolução Epoca
| Quadro de giz Introdução nas escolas Séc. XVI
Introdução no Brasil 1927
j
| Retroprojetor Com a função de ensinar a partir da Segunda 
Guerra Mundial
i Projetor de Slide Análise de imagens 
estáticas [s.d.]
Visuais Diretos Flanelógrafo, murais... fs.d.]
Fita de Audio Para aula de música fs.d.l
Montagem Audiovisual Som + Imagem fs.d.l
Televisão Invenção Janeiro de 1928
Uso no Brasil 1950
Videocassete Para transmissão de 
mensaqem 1980
Livro Primeiras tipografias 
oficiais Séc. XIX
Fonte: Extraído de MATOS e outros.
O próximo capítulo tratará da introdução da Informática na educação, 
mostrando a sua evolução, sua implantação, vantagens e desvantagens.
39
3 A In f o r m á t ic a na e s c o la
3.1 Introdução
O uso do computador nas escolas já não é mais novidade para a maioria 
dos alunos das escolas particulares e, até públicas, sendo inclusive, motivo de 
propagação em outdoor.
É muito freqüente a pergunta: “Vocês ensinam informática? Feita por pais, 
ansiosos por prepararem seusfilhos para um futuro de sucesso, na hora da 
matrícula em uma nova escola.
Porém, é importante salientarmos, que as técnicas de “informática” 
ensinadas hoje nas escolas, provavelmente, estarão superadas quando essas 
crianças chegarem ao futuro tão preparadas pelos pais zelosos por seus êxitos 
profissionais. Não sabemos ainda como serão os computadores do futuro! Não 
sabemos ainda que linguagem utilizaremos na comunicação 
homem/computador! Então , não os estamos treinando para o mercado de 
trabalho; estamos, no máximo, desmistificando o uso dos computadores, 
familiarizando nossas crianças com essa nova tecnologia.
Mas então, não devemos utilizar o computador nas escolas? Se ele já faz 
parte da realidade social da maioria das crianças não deveria ser também 
inserido na realidade escolar dessas crianças? Claro que sim! Afinal, o 
computador é uma máquina com características que nenhuma outra tecnologia 
educacional até hoje apresentou como:
40
- diversas finalidades de uso (folha de pagamento, produção de um livro, 
edição de um vídeo- clip);
- recursos de multimídia (som, imagem, texto);
- resposta imediata - feedback (redirecionamento do que está sendo 
realizado);
- virtualidade das informações processadas.
O que precisamos refletir é como utilizá-lo na escola, pois hoje o que temos 
são os laboratórios de informática, onde os computadores ficam centralizados, 
e a informática como uma disciplina da grade curricular, com 45 minutos de 
aula e provas para nota. Esse é um processo válido dentro da chamada 
“alfabetização em informática”, mas não podemos chamar essa forma de 
utilização de “informática educacional”. Infelizmente, esse ainda é o quadro 
encontrado na maioria das escolas que utilizam o computador com seus 
alunos. Com essa forma de uso do computador, estará a escola utilizando-o 
como uma ferramenta pedagógica de auxílio ao professor e aos alunos no 
processo de ensino- aprendizagem? Ela ainda está na fase de objeto a ser 
interiorizado, passa a ser meio.
3.2 Breve Histórico
O primeiro engenho criado pelo homem e que pode ser considerado o 
primeiro dos computadores é um dispositivo chamado ábaco, formado por 
contas e fios utilizado desde 2000 A.C e ainda encontrado no Japão e outros 
países orientais. Blaise Pascal, matemático , físico e filósofo francês, inventou a 
primeira calculadora mecânica da qual se tem conhecimento, em 1642.
41
Já em 1830, Charles Babbage criou o que foi conhecido como “máquina 
analítica”, um aparelho projetado para calcular valores de funções matemáticas 
como tabelas de logaritmos e outras, inclusive mais complexas. Entretanto a 
complexidade das engrenagens causava inúmeros transtornos e dificultava a 
operação do aparelho.
Por volta de 1936, um jovem chamado Alan Turing demonstrou que um 
conjunto de estruturas simples agrupadas poderia resolver qualquer problema 
complexo. Ele e sua equipe desenvolveram um dos primeiros computadores do 
mundo, denominado Colossus. Era um equipamento de proporções 
gigantescas, equipado com válvulas enormes e de pouca duração. Esse 
aparelho era capaz de processar cerca de 5000 caracteres por segundo e foi 
muito utilizado durante a Segunda Guerra Mundial para decodificações das 
mensagens cifradas dos alemães.
Depois da guerra, Turing ainda colaborou com o projeto do primeiro 
computador americano, conhecido como ENIAC e desenvolvido na 
Universidade da Pensilvânia. Mas ainda persistia o problema da utilização das 
válvulas que geravam muito calor e tinham pouquíssima duração.
Por volta de 1947, foi inventado o transmissor de silício, que viabilizou o 
aumento da velocidade das tarefas de processamento de informações e veio 
para substituir de vez as válvulas com algumas grandes vantagens: eram mais 
rápidos, não geravam calor e muito mais precisos e duráveis. Ainda persistia, 
entretanto, o problema do tamanho dos computadores.
Por volta dos anos 60, começaram os esforços na tentativa de redução 
drástica do tamanho dos equipamentos, o que era indispensável para a corrida
42
espacial que havia sido deflagrada. Antes do final da década de 60, surgiu o 
que ficou conhecido como “circuito integrado”, que nada mais era do que a 
adaptação de vários circuitos eletrônicos em um único chip. O resultado levou 
ao que temos hoje à disposição: vários chips agrupados formando o que é 
conhecido como microprocessador - o principal componente dos 
computadores modernos.
Quadro 6: Evolução do Computador
Epoca Acontecimento
XVII O francês Blaise Pascal projeta uma calculadora que soma e subtrai e o alemão 
Gottfried Wihem Leibniz incorpora operações de multiplicar e dividir a máquina
XVIII O francês Joseph Marie Jacquard constrói um tear automatizado: cartões perfumados 
controlam o movimento da máquina.
1834 0 inglês Charles Babbage projeta a máquina analítica capaz de armazenar informações.
1847 O inglês George Boole estabelece a lóoica binária para armazenar informações.
1890 0 norte - americano Hermann Hollerith constrói o primeiro computador mecânico.
1924 Nasce a International Business Machines Corporation (IBM), nos Estados Unidos.
1938 O Alemão Konrad Zuse faz o primeiro computador elétrico usando a teoria binária.
1943 0 inglês Alan Turing constrói a primeira geração de computadores modernos, que 
utilizam válvulas.
1944 0 norte- americano Howard Aiken termina o Mark I, o primeiro computador 
eletromecânico.
1946 0 Eletronic Numerical Integrator and Computer (ENIAC), primeiro computador eletrônico, é criado nos EUA.
1947 Criação do transistor, substituto da válvula, que permite máquinas mais rápidas.
1957 Primeiros modelos de computadores transistorizados cheqam ao mercado.
1958 Criação do chip, circuito integrado que permite a miniaturização dos equipamentos eletrônicos.
1969
Criação da Arpanet, rede de informações do Departamento de Defesa Norte-Americano 
interligando universidades e empresas , que dará origem à Internet, sendo Vinton Cef, 
pesquisador da Universidade de Stanford considerado o pai da Internet. Ele disputa o 
título com Leonard Kleinrock.
1974 A intel projeta o microprocessador 8080, que origina os microcomputadores.
1975 Os norte -americanos Bill Gates e Paul Alen fundam a Microsoft.
1976 Lançamento do Apple I, primeiro microcomputador comercial.
1981 A IBM lança seu micro computador - o PC - com o sistema operacional MS-DOS, 
elaborado pela Microsoft.
1983 A IBM lança o PC-XT, com o disco rígido.
1984 A National Science Foundation, nos Estados Unidos, cria a Internet, rede mundial de 
computadores que conecta governos, universidades e companhias.
1984 A Apple lança o Macintosh, primeiro computador a utilizar ícones e mouse. 0 mouse foi invenção de Douglas Engelbart bem como a Hipermídia e Teleconferência.
1995 A Microsoft lança o Windows para o PC, que só obtém sucesso com a versão 3.0 (1990)
1993 A Intel lança o Pentium
Fonte: Trabalho apresentado na disciplina Didática pelo - 4° Pedagogia/1999 - FAFI-UI
43
Neste quadro poder-se-á acompanhar o progresso por que passou a grande 
invenção que é o “Computador”, desde o que o originou até as versões mais 
modernas do mesmo (1993). A seguir, será apresentado o que de mais 
moderno aconteceu para enriquecer as comunicações e informações: Internet.
3.2.1 Surgimento da Internet
A Internet surge nos Estados Unidos na década de 60, época da Guerra 
Fria, como uma rede de informações militares que interliga centros de comando 
e de pesquisa bélica. Para atender à necessidade de proteger os sistemas de 
defesa do país no caso de um ataque nuclear, a rede não tem um “centro” que 
sirva de alvo principal ao inimigo. Nos anos 70, a rede começa a ser usada 
pela comunidade acadêmica mundial e, em 1975, são feitas as primeiras 
ligações internacionais. Nesse período, os computadores conectados não 
passavam de 200. Na década de 80 e no início dos anos 90, a rede é 
aperfeiçoada: começam a surgir os serviços que dão à Internet sua feição 
atual.O principal deles é a Word Wide Web (www), lançado em 1991, que 
viabiliza a transmissão de imagens, som e vídeo pela grande rede. (pelo 
Londrino Tim Bernes- Lee).
Até então, só circulavam pela Internet por um software chamado Gopher. 
Com a www, a Internet se populariza entre os usuários comuns de 
computadores. Nesta época surgem os provedores de acesso, empresas 
comerciais que vendem aos clientes o acesso para navegar na Internet. Em 
1995, o número de provedores em todo o mundo é de 6,6 milhões. A partir de
44
1994, a Internet amplia suas funções: além de ser uma rede de circulação de 
informações, também torna-se um meio de comercialização de produtos e 
serviços. É o início do comércio eletrônico. Apesar desse comércio ainda ser 
incipiente, é possível, por exemplo, comprar CDs, livros, programas de 
computador e diversos outros produtos.
3.3 O Computador como ferramenta pedagógica
O uso do computador, enquanto instrumento tecnológico na educação, está 
sempre associado a milagres ou a revoluções. O computador, por si só, não é 
um agente de mudanças. Se para o professor, ensinar é transmitir 
conhecimento, é fixar regras, o computador, com todos os seus recursos de 
multimídia (som, imagem, animação), será apenas uma versão moderna da 
máquina de ensinar skinneriana. Nele, software, ditos educativos, transmitirão 
informações de forma muito atrativa, farão exercícios de fixação de conteúdos 
com um controle preciso sobre a quantidade de erros de cada aluno (sem se 
preocupar com a qualidade do erro) e proporcionarão a todos a falsa idéia de 
modernização conservadora, onde o “espirito” revolucionário do uso do 
computador é subvertido pelo sistema educacional vigente e convertido em 
instrumento de sua consolidação.
O computador pode ser uma ferramenta muito útil ao professor na 
transmissão de informações( ajuda estruturá-las) aos seus alunos, pois com 
todos os seus recursos, enriquece esse processo: dentro das salas de aula, 
junto com o quadro, o giz, o vídeo, a TV, o som, os mapas, os livros, os gibis,
45
as revistas, os jogos pedagógicos, a cola, a tesoura, o lápis de cor e ainda na 
sala de aula junto com o professor e com os alunos, dentro da proposta 
pedagógica da escola. Para fazer o que? O seu uso vai depender da visão do 
professor sobre o que é ensinar e o que é aprender; da visão do professor de 
como se constrói conhecimento.
Numa visão mais abrangente de construção de aprendizagem pelo aluno, 
sendo o professor um mediador desse processo, o computador poderia ser 
utilizado:
- como fonte de pesquisa de informações na Internet ou em software 
específicos ( enciclopédias eletrônicas);
- como meio de comunicação e discussão de informações (rnaiís e 
fóruns);
- como ferramenta para registrar informações (editores de texto, 
editores de imagem e som);
- como organizador de informações ( bancos de dados ou software de 
apresentação);
- como ferramenta de apoio para o trabalho com alguma informação 
específica a ser vista pela turma (questões ortográficas, simulações de 
experiências químicas);
- como ferramenta que permite o registro de informações pela 
expansão de algumas habilidades, às vezes não muito desenvolvidas 
em algumas crianças (crianças que não apresentam uma boa 
coordenação motora por conta de uma paralisia cerebral e que podem 
utilizar o teclado do computador para produzir um texto ou um desenho).
46
Reflitamos um pouco: a matéria - prima do computador é a informação. 
Então, ele armazena, recupera, trata e exibe informações. Mas, informação não 
é a mesma coisa que conhecimento, pois o conhecimento é a re-significação 
da informação a partir do saber de cada um. O saber é a linguagem dos 
símbolos, é a linguagem da originalidade, onde cada um se inscreve diferente 
do outro numa mesma cultura, sendo intransferível. O conhecimento é a 
linguagem dos conceitos. A criança precisa passar da originalidade da 
experiência (saber) para a generalidade do conhecimento e esse processo 
ocorre graças à interferência do outro, pois a informação que vem do outro 
para interferir no saber é necessária para a construção do conhecimento. 
Aprender é fazer próprio o que é do outro, é apropriar-se.
Por isso, é impossível a substituição da pessoa- professor pela máquina- 
instrutor, ainda que os computadores se sofistiquem a nível de hardware e os 
software se tornem cada vez mais atrativos, pois a aprendizagem envolverá 
sempre a subjetividade de dois sujeitos em relação. Ensinar não é apenas 
transmitir conteúdos e aprender não é apenas memorizá-los.
Foi o conceito psicanalítico de transferência, que pôde ser estendido à 
relação professor- aluno, a grande contribuição da Psicanálise à Educação, 
pois a partir dele, observou-se que na escola, como na vida, também se 
aprende por “amor a alguém”. A partir da análise da relação professor- aluno se
3.4 Relação de Aprendizagem: Professor/Aluno/Computador
47
pode pensar no que faz um aluno aprender, no que o faz acreditar no 
professor.
O ser humano não aprende sozinho. O processo de aprendizagem sempre 
supõe a relação de uma pessoa (o aprendiz) com outra que ensina (o 
professor); aprender é aprender com alguém, que será colocado numa 
determinada posição de suposto saber. Freud (citado em Kupfer, 1992) nos 
mostrava: 5
“No decorrer do período de latência, são os professores e geralmente as 
pessoas que têm a tarefa de educar, que tornarão para a criança o lugar 
dos pais, do pai em particular, e que herdarão os sentimentos que a 
criança dirigia a esse último na ocasião do Complexo de Édipo. Os 
educadores, investidos da relação afetiva primitivamente dirigida ao pai, 
se beneficiarão da influência que esse último exercia sobre a criança.”
A ênfase freudiana não está concentrada nos conteúdos cognitivos a serem 
transmitidos do professor para o aluno, mas no campo que se estabelece entre 
professor/aluno, uma relação que primeiramente foi dirigida ao pai. 
Transferência é o nome dado pela Psicanálise a este campo. Só assim o 
professor pode tornar-se a figura a quem serão endereçados os interesses dos 
alunos. A transferência se produz quando o desejo de saber do aluno se liga à 
pessoa do professor, que passa a ser depositário de algo que pertence ao 
aluno, esvaziando-se enquanto pessoa.
O professor não perderá seu espaço, pelo contrário, seu papel se amplia, se 
torna mais rico e interessante, uma vez que terá o auxílio dessa poderosa 
ferramenta de ensino, porém, deve-se preparar para acompanhar esta
48
evolução. A utilização do computador no processo pedagógico, assim como o 
uso de qualquer tecnologia, exige do educador uma reflexão crítica sobre o 
valor pedagógico da informática bem como sobre as transformações no futuro 
da educação. O computador na educação possibilita mudanças no processo 
ensino-aprendizagem, na organização do trabalho na escola e no próprio 
sistema educacional, levando o aluno a construir o conhecimento orientado 
pelo professor e oportunizando o questionamento, a busca de soluções 
exercitando a criatividade, recurso potencializador de ação pedagógica. No 
quadro seguinte, poder-se-á verificar como fica o papel do professor e aluno 
diante do uso do computador
Quadro 7: Computador x Professor x Aluno
Aluno Professor
Ativo, critico, curioso autor de 
Sua aprendizagem, aprender 
a aprender, pensar, decidir, 
intervir, questionar e 
comprometer-se com seu 
momento histórico.
Desafiador, estimulador mediador, conselheiro, 
parceiro, agente cultural, pesquisador e contínuo 
aprendiz, reconstrutor do conhecimento, consciente 
da importância da tecnologia no uso:
- Genérico
- Profissional
- Atividade pedagógica
- Planejamento
- Execução
Fonte: Trabalho apresentado pela turma IHGI-2,1999.
Kupfer (1992) ressalta que “o encontro entre o que foi ensinado e a 
subjetividade de cada um é o que torna possível o pensamento 
renovador, a criação, a geração de novos conhecimentos. Esse

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