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CASO 9 PRATICA CIVEL

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EXENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA _____ VARA CIVEL DA COMARCA DO RIO DE JANEIRO
PAULO CASTRO, nacionalidade, estado civil, profissão, portador da carteira de identidade nº_____, inscrito no CPF nº ________, residente e domiciliado na rua _______, município/UF, e-mail _____, vem, por seu advogado, com endereço profissional na ________, município/uf, e-mail_____, onde recebe intimações, conforme art. 77, V, CPC, propor:
AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE
Pelo rito especial, em face de SILVIA BRANDÃO, nacionalidade, estado civil, portadora da cédula de identidade nº________, inscrita no CPF nº______, residente e domiciliada na _________, Rio de Janeiro/RJ, e-mail _______, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:
I- DOS FATOS
Paulo Castro e Sílvia Brandão mantiveram união estável entre janeiro de 2007 e dezembro de 2014, quando decidiram separar-se. O período de convivência não foi antecedido de qualquer convenção sobre o regime de bens dos companheiros. Como não haviam adquirido quaisquer bens durante aquele período, e como Sílvia, ao tempo da separação, se achava desempregada, Paulo anuiu à permanência de Sílvia, por tempo indeterminado, no imóvel que até então servira de residência aos companheiros, situado no Rio de Janeiro. Tal imóvel fora adquirido por Paulo, mediante pagamento integral do preço, no ano de 1997. Paulo retirou-se do imóvel, passando a morar em outro, tomado por ele em locação. Passados mais de dois anos do fim da união estável, Paulo promoveu a notificação extrajudicial de sua ex-companheira, exigindo-lhe a desocupação, no prazo de quinze dias, do imóvel situado no Rio de Janeiro. A notificação foi efetivamente recebida por Sílvia e o prazo concedido na notificação extrajudicial já se expirou, sem que Sílvia tenha deixado o imóvel.
II- DOS FUNDAMENTOS
O Código Civil garante ao possuidor o direito de restituição de bem que lhe seja esbulhado: “(...) Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de esbulho (...)”.
A novel legislação processual civil, regulando o exercício do direito acima, também disciplinou o direito do possuidor a ser reintegrado de sua posse em caso de esbulho (NCPC, art. 560), incumbindo ao autor da ação de reintegração de posse, qual seja, aquele que sofreu o esbulho, provar:
“Art. 561 (...) I – a sua posse; II – a turbação ou o esbulho praticado pelo réu; III – a data da turbação ou do esbulho; IV – a continuação da posse, embora turbada, na ação de manutenção, ou a perda da posse, na ação de reintegração (...)”.
A posse do imóvel acerca do qual se funda a demanda está devidamente comprovada pela certidão anexa, expedida pelo XX cartório de registro de imóveis do Rio de Janeiro/RJ, atestando a regularidade do registro do imóvel em nome do autor da presente ação (matrícula do imóvel - nº. Xx. Xxx), documento que, segundo a jurisprudência, é bastante para tal finalidade:
“(...) IMÓVEL. PROPRIEDADE. REGISTRO (...) A propriedade de bem imóvel se dá através da certidão do cartório de registro de imóveis do respectivo imóvel” (TJRJ, proc. 1.0024.10.184017, Rel. Des. Antônio Bispo, DJ de 07/07/2014).
O esbulho praticado pelo réu restou consubstanciado pelo Termo de União Estável e sua Anulação, também anexos à esta peça exordial, asseverando-se que o Autor vive em locação conforme contrato de locação e seus comprovantes, por sua vez, também fortalece a convicção da data em que foi praticado o aludido esbulho.
Ressalte-se que houve uma tentativa de composição extrajudicial da lide, com o envio de notificação a Ré, solicitando a desocupação do local, conforme consta do A.R. em anexo (docs. nºs 11 e 12). No entanto, se recusou a deixar o local.
III- DA LIMINAR POSSESSÓRIA
Disciplina o art. 562, caput, do NCPC, no que atina aos temas “manutenção e reintegração de posse”, que, “(...) Art. 562. Estando a petição inicial devidamente instruída, o juiz deferirá, sem ouvir o réu, a expedição do mandado liminar de manutenção ou de reintegração (...)”.
Ainda, havendo comprovação da posse, do esbulho, da data de sua ocorrência, bem como da perda da posse, o que restou comprovado na vestibular, é cediço que seja cabível a concessão de pedido liminar de reintegração de posse, conforme já decidiu o egrégio Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro:
“(...) REINTEGRAÇÃO DE POSSE - PROVA DA POSSE E DO ESBULHO PRESENTES - LIMINAR – POSSIBILIDADE - Existindo a comprovação da posse, do esbulho, da data da sua ocorrência, bem como da perda da posse, nos exatos termos do artigo 927 do CPC, cogente resta a concessão de liminar de reintegração de posse” (TJRJ, proc. 1.0433.15.026671-9/001, Rel. Des. Pedro Aleixo, DJ de 18/03/2016).
A) DO ESBULHO E DA REINTEGRAÇÃO DE POSSE
Pressupõe-se que o possuidor haja sofrido agressão da sua posse, sem dela ter sido privada. Já a reintegração de posse é a ação possessória que tem por finalidade recuperar a posse perdida, em caso de esbulho, e requer a exclusão total da posse do possuidor que o esbulhou.
Conforme o artigo 560, do Código de Processo Civil, aquele que tiver sua posse esbulhada terá direito a reintegração.
O autor que concedeu de boa-fe o imóvel para moradia, não o fez sob abandono de lar e sim na separação, afastando-se qualquer hipótese de usucapião familiar, conforme o artigo 1.240-A, do Código Civil.
Ao se recusar de desocupar o imóvel mesmo após a notificação do autor, a esbulhadora privou totalmente o bem do autor, logo, sem justa e cabível a presente ação com fim de ter a posse do imóvel reintegrado.
B) TUTELA ANTECIPADA
Estão presente os requisitos autorizadores para a concessão da tutela antecipada, quais sejam, verossimilhança das alegações e prova inequívoca, consubstancias na notificação extrajudicial, bem como de dano difícil de reparação consistente no esbulho praticado pela ré, em conformidade com o exposto no artigo 300 do Código de Processo Civil.
IV- DOS PEDIDOS
Diante o exposto, requer-se:
A) A concessão da tutela antecipada, para a expedição do mandado de reintegração de posse em favor do autor.
B) Julgar procedente o pedido de reintegrar em definitivo o autor na posse do bem
C) A expedição do mandado liminar de manutenção ou de reintegração, caso contrário, determinar que o autor justifique o alegado, citando-se o réu para comparecer à audiência que for designada, conforme artigo 562 do Código de Processo Civil.
D) Que o autor promova, nos 05 ( cinco ) dias subsequentes, a citação do réu para, querendo contestar a ação no prazo de 15 dias, conforme artigo 564 do Código de Processo Civil. 
E) A condenação do réu ao pagamento das custas processuais e aos ônus de sucumbência.
V- DAS PROVAS 
Requer-se a produção de provas, especialmente documentais. 
VI- DO VALOR DA CAUSA
Dá se o valor da causa de R$ ...
Nestes termos, pede deferimento
Local, data
Advogado
OAB/UF

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