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Fundamentos de Economia e Administração UNIDADE 3 2 UNIDADE 3 fUNDAmENtos DE EcoNomIA E ADmINIstrAção PARA INÍCIO DE CONVERSA Caro(a) aluno(a), estamos iniciando a Unidade III e convidamos você para refletir sobre o funciona- mento das políticas fiscal, monetária, cambial e comercial. Vamos entender sobre o papel da moe- da na economia e o funcionamento do mercado monetário, ou seja, oferta e demanda da moeda. Compreendendo como ele funciona, fica mais seguro entender como pode sofrer intervenções através da política monetária. Apresentamos, ainda, os instrumentos dessa política. Então, vamos iniciar essa Unidade. Queremos que você saiba que estaremos junto com você, es- timulando a aprendizagem e esclarecendo as suas dúvidas. Disposto? Aposto que sim. Então vamos avante, temos muito que aprender. PAlAVRAS DO PROfESSOR Após aprendermos o que significa a microeconomia e seus objetos de estudo, vamos conhecer e aprender, nesta unidade, o que é a macroeconomia e o que ela se propõe a estudar. Lembre-se de que a microeconomia estuda os elementos mais simples da economia. Quais são esses elemen- tos? Vamos recordá-los? Ela tem por objetivo estudar o comportamento dos consumidores, isto é, como se dirigem ao mercado para adquirir bens e serviços. Há aí uma relação de dependência com a renda do consumidor, uma vez que o nível de consumo depende dela e de como é auferida. Além disso, estuda o comportamento das empresas, verifi- cando o que a leva a produzir determinados bens e serviços, como a demanda por bens e serviços determinam o nível de produção ou a quantidade a ser produzida para atender à procura ou de- manda. A microeconomia preocupa-se, inclusive, em estabelecer como o consumidor gasta sua renda, além de estudar a forma como as empresas utilizam os fatores de produção. Você lembra quais são os fatores de produção? Se não, releia a Unidade I. Bom, vamos agora aprender o que é a macroeconomia e o que ela estuda. Preparados? Então vamos lá. Desejo a você um bom estudo, e lembre-se que o seu tutor aguarda sua sinalização para dirimir dúvidas, que porventura venham a aparecer. 3 ORIENtAçõES DA DISCIPlINA A Unidade III enfatizará o ramo da economia denominado de macroeconomia. Você vai aprender a distinguir a economia nos níveis micro e macro. Na parte destinada ao estudo da microeconomia, destacamos os mercados de concorrência perfeita e imperfeita, ao passo que na parte macroeco- nômica destacaremos o sistema de contas nacionais e os indicadores sociais, além das políticas econômicas do governo e como elas impactam na produção e no consumo. Portanto, vamos compreender os significados das políticas fiscal, monetária, cambial e tributária. Você vai entender as razões que levam o governo a fazer flutuações nas taxas de juros e como elas definem o crescimento ou retração da economia. Os assuntos que temos pela frente são bastante interessantes e de fundamental importância para entendermos o comportamento da economia em um dado período. Antes de iniciarmos, vamos a um pequeno resumo. Preparado? Então vamos lá: • Microeconomia: parte da teoria econômica que estuda os agentes econômicos de forma individualizada, como consumidor e a empresa. • Macroeconomia: parte da teoria econômica que estuda os agentes econômicos em seu conjunto. Tem por finalidade determinar os fatores que interferem no nível total da ren- da e do produto da economia. Consegue perceber a diferença? É simples, certo? Contudo, entenda que a microeconomia e a macroeconomia são estudos complementares e não excludentes. Vamos, então, mergulhar no estudo da macroeconomia. MACROECONOMIA Como já vimos, a macroeconomia estuda os agentes econômicos em seu conjunto, ou seja, busca compreender como os fatores interferem no nível da renda e do produto da economia. Vamos nos lembrar de o que foi abordado na unidade II? Lembra que definimos a economia como a ciência da escassez? Mas o que é mesmo escassez? É a limitação dos fatores de produção para produção de bens e serviços para os consumidores cada vez mais desejosos de adquirirem tais bens e serviços, dadas as suas necessidades ilimitadas. Bom, para que a produção atenda às necessidades dos consumidores, deve buscar a eficiência e a eficácia. E é possível conquistá-las? A resposta é simples: otimizando o uso dos fatores de produção e melhorando seus processos produtivos, isto é, aumentando a produtividade. E o que significa produtividade? O aumento da produtividade significa fazer mais com menos: menos inputs (entradas) e mais outputs (saídas). Você sabe o que significa entradas e saídas em um sistema produtivo? Entradas são todos os insumos necessários para o processo produtivo: matéria-prima, equipamentos, instalações, mão de obra, tecnologia, etc. Já as saídas são os bens e serviços acabados e prontos para o consumo. 4 Agora vamos entender o conceito de contabilidade nacional ou social? Então, trata-se da contabilidade que apresenta, em termos quantitativos, o desempenho da eco- nomia, ou seja, nos fornece os meios para a análise do conjunto da economia de uma sociedade. Por isso, surge uma indagação: como medir a produção de um sistema econômico? Lembra-se do que é um sistema econômico? Caso seja necessário, releia a nossa Unidade I. fICA A DICA Caro estudante, o importante é ter em vista que a produção é contínua, ou seja, não é interrompida, pois todos nós, consumidores, estamos demandando sempre por bens e serviços para atender nossas necessidades e desejos. E o que é o produto de uma determinada economia? É a soma dos valores, expressos em termos monetários, dos bens e serviços produzidos e voltados para o consumo final. E como medir a atividade econômica? O que é renda de uma economia? A renda de uma economia é a soma da remuneração paga aos fatores de produção. Lembra quais os fatores de produção? Se não, releia a Unidade I. Em outras palavras, para se obter a renda de um país, em um determinado período, somam-se os salários, os aluguéis, os juros e os lucros que são os pagamentos feitos aos fatores de produção. Temos outra ótica: a da despesa. Em que consiste essa ótica? É a análise do uso que os agentes fazem da sua renda. E como a renda é utilizada? Ela pode ser utilizada no consumo de bens e serviços, compra de títulos do governo, etc. Podemos, então, afirmar que o produto de uma economia é expresso em termos monetários. Lembre-se de que um sistema econômico não inclui somente os consumidores e empresas. Como já vimos nas unidades anteriores, o setor público, ou seja, o governo, é um agente econômico e, assim sendo, faz parte do sistema econômico. PAlAVRAS DO PROfESSOR Percebe que nesta unidade introduzimos dois novos conceitos? Produto e renda. Então, agora, podemos falar sobre contabilidade nacional, que é um método de medir a atividade econômica. E o que se mede? A produção em um determinado período de tempo. Dúvidas? Creio que não. Todavia, se surgir alguma, o seu tutor estará à disposição para tirá-las. 5 Continuemos a aprofundar nossos conhecimentos. Vamos falar sobre os agregados macroeconô- micos. E quais são os agregados econômicos? Nada complicado. Você certamente já ouviu falar sobre o PIB (Produto Interno Bruto), que é a soma de tudo que um país produz em um determinado período de tempo. A partir desta definição, fica claro que quanto maior o PIB, maior a produção de bens e serviços. Claro, as empresas só estarão dispostas a au- mentar a produção na medida em que o consumo aumentar. Então, podemos concluir: o consumo aumenta quando a renda dos consumidores também aumenta. Então, temos: mais produção que gera mais renda, mais demanda mais produção. Mas o que determina o crescimento? Como explicitado anteriormente, a variação do PIB é a medida do crescimento econômico. Assim, é necessário determinar quais os componentes do PIB para saber o que realmente determina o crescimento econômico de um país. A seguinte equação representa os condicionantes docresci- mento econômico: PIB = consumo das famílias + gasto do governo + investimento das empresas + exportação líquida. Vamos analisar, agora, cada um dos componentes separadamente: Consumo das famílias: quando elas recebem suas rendas, as famílias direcionam uma parte ao consumo de bens e serviços. Quanto mais elas consomem, mais as empresas terão que produzir para suprir as demandas por bens e serviços. Vale salientar que famílias de baixa renda tendem a consumir proporcionalmente mais de suas rendas, pois não adquiriram todos os bens de que ne- cessitam. Destaca-se, então, a importância de uma distribuição de renda equitativa no país, pois famílias de baixa renda consomem menos e, caso tenham algo mais em seus ganhos, passarão a consumir mais, impulsionando o crescimento econômico. Investimento das empresas: é uma das mais importantes variáveis para o crescimento de um país. Ao investirem, as firmas aumentam o nível de emprego, produto e renda. As indústrias, na maioria das vezes, não possuem recursos suficientes para realizar seus planos de investimento e, com isso, precisam solicitar empréstimos junto às instituições financeiras, pagando uma determinada taxa de juros pelo dinheiro que toma emprestado. Ao fazerem seus planos de investimento, as empresas calculam, aproximadamente, a rentabilidade que tal investimento proporcionará. Caso a lucratividade do investimento seja maior que os juros que deverão ser pagos pelo financiamen- to, a empresa geralmente elabora seus planos; caso contrário, o investimento torna-se inviável. Portanto, para que exista um nível de investimento elevado na economia, é necessário que se mantenha a taxa de juros baixa. Gasto público: ao fazer obras, construir, operar suas estatais, etc., o governo está gerando empre- gos para mais pessoas, com isso dando condições para que as empresas produzam mais. Assim, ao produzir mais, o governo causa um aumento exagerado da produção e do nível de emprego, aumentando o nível de renda da economia. 6 Exportação líquida: com relação às exportações, quanto maior o saldo, maiores serão os níveis de emprego e o crescimento econômico, já que a produção deve aumentar. Quanto menor o saldo, menor o nível de emprego, pois produtos que eram produzidos aqui passam a ser comprados do ex- terior, piorando a produção da economia. É claro que nenhum país fica sem comprar e vender para o exterior, mas o ideal é aumentar o nível de exportações e diminuir o de importações. O Sistema de Contas Nacionais e a consequente mensuração dos agregados acarretam em uma avaliação quantitativa do produto que uma economia pode ser capaz de gerar num determinado período de tempo. Esta situação vem sendo considerada um importante indicador de desempenho econômico e mostra a capacidade de geração de renda das economias. Portanto, quando o objetivo da políti- ca econômica for de crescimento econômico, automaticamente, se estará procurando expandir o nível de produção e, consequentemente, o nível de emprego da economia. O cálculo das variáveis econômicas permite a avaliação quantitativa do produto que uma econo- mia se torna capaz de gerar num determinado período de tempo. Tal medida é considerada um importante indicador de desempenho econômico e identifica a capacidade de geração de renda da economia. Entretanto, se a preocupação for com a qualidade de vida da população, o produto agregado mos- tra-se inadequado. Na avaliação da qualidade de vida da população, faz-se necessário considerar não apenas os aspectos econômicos, mas também aqueles ligados à oferta de bens públicos, como saúde e educação, que afetam diretamente o bem-estar. A utilização de indicadores sociais como parte da avaliação da riqueza de uma região insere-se na discussão entre crescimento e desenvolvimento econômico. A preocupação com o bem-estar da sociedade é que nos lembramos do confronto de dois im- portantes conceitos: crescimento econômico versus desenvolvimento econômico. Desse modo, observa-se nas sociedades em fase de desenvolvimento ou subdesenvolvidas a ocorrência de crescimento sem desenvolvimento. Se o crescimento for muito concentrado, isto é, mal distribuí- do, grande parte da população não se beneficia da elevação da renda gerada na economia. Vale a pena observar que uma das formas de avaliar o desenvolvimento é acompanhar a evolução de alguns indicadores relativos à saúde e à educação, porque o comportamento fornece uma boa aproximação do que está ocorrendo com a qualidade de vida da população. Algumas instituições internacionais, como o Banco Mundial e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD –, vêm informando sistematicamente dados como os de expectativas de vida, mortalidade infantil, condições sanitárias, nível e qualidade da educação do país. Tais estatísticas, além de permitirem avaliar a qualidade de vida de um país, possibilitam compara- ções entre os países e fornecem uma ideia mais precisa do que vem a ser caracterizado como um país desenvolvido. 7 VOCê SAbIA? Você sabia que o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), publicado nos Relatórios do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD tem como objetivo avaliar a qualidade de vida nos países. O PNUD calcula o IDH desde o início dos anos 1990 e, atualmente, faz essa estimativa para muitos países. O IDH agrega, em sua metodologia de cálculo, três variáveis: Indicador de renda: é a renda per capita, ajustada para refletir a paridade do poder de compra (PPP) entre os países (portanto, renda avaliada em US$ PPP). Indicador das condições de saúde: é a expectativa de vida (índice de longevida- de). Indicador das condições de educação: é uma média ponderada de outros dois indicadores: a taxa de alfabetização de adultos e a taxa combinada de matrícula nos Ensinos Fundamental, Médio e Superior. O IDH varia de zero a um e permite classificar os países em três grupos distintos: baixo desenvol- vimento: IDH menor ou igual a 0,5; médio desenvolvimento: IDH entre 0,5 e 0,8; e países de alto desenvolvimento: IDH maior que 0,8. ACESSE O AMbIENtE VIRtuAl Que tal você dar uma lida em seu material? Sugiro que leia o 5º capítulo do livro princípios de Economia, de Flávio Ribas Tebchirani, que está disponível na biblioteca virtual. Desejo uma boa leitura. VISItE A PágINA Agora também faço outra sugestão, visite esta página, nela você verá as informações sobre como é calculado o PIB no Brasil, e sua evolução durante os últimos anos, podem ser obtidas nos en- dereços: http://www.ibge.gov.br/home/ http://www.ipeadata.gov.br/ipeaweb.dll/ipeadata?65370046 ??? http://www.ibge.gov.br/home/ http://www.ipeadata.gov.br/ipeaweb.dll/ipeadata?65370046 8 Sobre o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e sua evolução nos principais países, veja in- formações disponíveis em: http://www.pnud.org.br/home/ http://www.pnud.org.br/idh/ PAlAVRAS DO PROfESSOR E então? Complicado? Claro que não. É só pensar. Todos nós ouvimos falar constantemente que o Brasil tem uma péssima distribuição de renda. O que isso significa? Vamos entender. Sabemos que o sistema econômico produz bens e serviços que serão ofertados aos consumidores. Ora, quanto maior a renda das pessoas, mais acesso elas terão ao consumo. Dessa forma, a renda precisa ser distribuída de maneira que torne o acesso das pessoas aos bens e serviços. É sabido que a renda não é igual em todas as regiões do país. Ela se concentra nas regiões onde há mais fatores de produção. Lembra quais são os fatores de produção? Capital, terra e trabalho. Nesse contexto, devemos entender como a renda é distribuída entre as pessoas. Normalmente, a renda de uma pessoa é fruto do seu trabalho. Se ocorrer uma distribuição mais justa da renda, as pessoas terão mais oportunidade de adquirir bens e serviços. Se há um aumen- to na demanda por tais bens e serviços, mais as empresas produzirão. Se as empresas produzem mais, necessitarão de mais pessoas trabalhando. Se há mais pessoas trabalhando,mais acesso elas terão ao consumo. Essa cadeia gera o aumento das riquezas produzidas pelo país. Lembra-se do conceito de PIB? Se não, releia. Quero que você saiba que a microeconomia busca entender: • Como o consumidor destina sua renda para a aquisição de bens e serviços; • Como a empresa estabelece o planejamento de sua produção, buscando diminuir seus custos; • Como a empresa precifica seus produtos e serviços. A macroeconomia visa: • Explicar as razões que levam uma economia a crescer ou não; • Quais as razões que levam os preços dos bens e serviços a aumentarem em certo período e outros permanecerem estáveis. Caro(a) aluno(a), é possível concluir que a macroeconomia tem por objetivo analisar os índices de preços, nível de produção e de emprego. Busca também analisar a relação que existe entre a taxa de juros e o nível de investimento na produção e a influência da taxa de câmbio nas importações e exportações. http://www.pnud.org.br/home/ http://www.pnud.org.br/idh/ 9 Imagino que você não teve dificuldades para entender a macroeconomia. Na sequência desta exposição, se houver alguma dificuldade sinalize o seu tutor, não deixe escapar nada. ACESSE O AMbIENtE VIRtuAl Para aprofundar seus conhecimentos sobre o tema abordado, continue lendo o capítulo 5 do livro princípios de Economia, de Flávio Ribas Tebchirani, que está disponível na biblioteca virtual. Já agregamos uma série de conhecimentos. Agora vamos discorrer sobre as Políticas Econômicas do Governo. Afinal, quais são essas políticas e qual suas finalidades e metas? Vamos lá. Não é tão complicado assim. Os objetivos da política econômica envolvem compensações e conflitos. Enquanto algumas variá- veis macroeconômicas flutuam juntas, produção e emprego, para exemplificar, em outras situa- ções as decisões da política econômica enfrentam conflitos que são inevitáveis. ExEMPlO Vamos exemplificar para que você entenda melhor. Quando dissemos que a pro- dução e o emprego flutuam juntos, queremos dizer que o aumento da produção acarreta a criação de mais postos de trabalho. Em contrapartida a queda na produção acarreta a diminuição dos postos de trabalho. Ora, essa flutuação gera um aumento ou queda da taxa de emprego. Certamente, você já ouviu falar sobre o crescimento ou não da taxa de emprego, já que é um indicador econômico que mostra o desempenho da economia do país em um determinado período. Resumindo, quanto menor a taxa de desemprego, melhor o desempenho da economia, visto que a produção de bens e serviços aumenta em razão do aumento de sua demanda. Entendido? Então, passemos agora a definir as políticas econômicas e os impactos que elas causam na eco- nomia, mas antes vamos classificá-las: • Fiscal – diz respeito ao orçamento público (receitas e gastos do setor público); • Monetária – controle da moeda, do crédito ofertado e da taxa de juros; • Cambial – controle do ingresso e saída de moeda estrangeira e a formação da taxa cambial; • Comercial – políticas de comércio internacional e dos incentivos as exportações. 10 Caro estudante, vamos falar sobre cada uma dessas políticas e como elas afetam o desempenho da economia de um país. Você verá que a compreensão é fácil e entenderá as razões que levam o governo a optar por determinadas políticas. Lembre-se, o governo é um agente econômico e interfere diretamente na produção e no consumo por bens e serviços. Bom, vamos começar pela política fiscal. Afinal, o que é e de que trata a política fiscal? Imagine você enquanto um assalariado. Claro, se você exerce uma atividade produtiva, no final do mês, re- cebe o pagamento pelos serviços prestados a uma determinada empresa. Com esta renda, deman- dará por bens e serviços que atendam suas necessidades e desejos. Pagará à prestação do carro, o aluguel, comprará alimentos, roupas, etc. Bom, se seus gastos mensais ultrapassam sua receita, você assume a posição de deficitário, ou seja, suas despesas são maiores que sua receita. Com o governo ocorre a mesma coisa. Ele elabora seu orçamento anual, na qual constam as receitas e despesas presumíveis. No entanto, considerando que o governo é perdulário, as despesas sempre são maiores que as receitas. De alguma forma o governo precisa cobrir este “rombo”. E de que forma o faz? Buscando dinheiro no mercado. E como o governo capta dinheiro no mer- cado? Por meio da emissão de títulos da dívida pública. Ora, se o governo pede dinheiro empres- tado, em um momento ele terá que pagar (quando do resgate dos títulos emitidos e comprado pelos investidores), certo? Nesse caso, o governo aumenta seu endividamento, destinando parte da receita para o pagamento dos juros dos títulos. Claro que ao destinar parte da receita para o pagamento dos juros, outros investimentos não serão feitos. Que investimentos são esses? Investimentos em saúde, educação, segurança, infraestrutura, etc. Perceba que o governo não está destinando dinheiro para atividades produtivas, pois o orçamento público sempre apresenta déficit. Ou seja, receita menor que despesa. Vamos imaginar a seguinte situação: você recebe seu salário no final do mês. Como você gasta mais do que recebe, sua posição é deficitária. O que você faz? Pede dinheiro emprestado ao banco, utilizando o cheque especial. No final do mês, você terá que pagar os juros cobrados pelo banco. Ou seja, os recursos financeiros que você poderia utilizar para outros fins serão usados para o pagamento da dívida contraída. É assim que o governo se comporta. Então, fica uma pergunta: o que o governo deve fazer? Equilibrar seu orçamento, gastando só o que arrecada. Há alternativa? Sim. Incentivar a produção, alterando a política tributária. E agora? O que é política tributária? Tenho certeza de que você já ouviu centenas de vezes a seguinte ex- pressão: “a carga tributária no Brasil inibe a produção”. Estou certo? Então, vamos conversar um pouco sobre a política tributária. A política tributária diz respeito aos impostos, taxas e demais contribuições que o governo cria para arrecadar mais e cobrir seu “rombo” orçamentário. Você já ouviu falar, certamente, que o Brasil tem uma das maiores cargas tributárias do mundo. O que isso quer dizer? Quer dizer que o Brasil cobra muitos impostos. E como isso inibe o crescimento da economia? Vamos entender. 11 Na medida em que o governo onera a produção, as empresas se retraem, deixam de produzir ou diminuem sua produção. Por qual razão? Pelo simples motivo de que os custos de produção ficam mais elevados. O que ocorre quando os custos de produção ficam mais elevados? As empresas re- passam o aumento desses custos para o consumidor. Ora, se os preços dos bens e serviços ficam mais altos, há uma inibição no consumo. Tal inibição no consumo faz com que as empresas produ- zam menos. Produzindo menos, o país deixa de gerar riquezas. Lembra-se do PIB? Você certamente deve estar perguntado: por que o governo não altera sua política tributária? Essa é uma pergunta que todos se fazem. Vamos arriscar uma resposta? O governo não altera sua política tributária em razão do descontrole da sua política fiscal. Se o governo arrecadasse melhor e gastasse de forma responsável, certamente teria um orçamento equilibrado. Lembra-se do exemplo do consumidor que tem uma determinada renda e gasta mais? PARA REflEtIR Precisamos, para fechar a abordagem sobre a política tributária, estabelecer como elas impactam no desempenho das organizações. Claro, se os encargos são elevados, as empresas têm os custos de produção aumentados – já abordamos isso. Se os custos de produção são onerados, as organizações, obrigatoriamente, repassam esses custos para o preço final do bem ou serviço. E o que isso signi- fica? Significa que nossas empresas perdem competitividade. E o que significa perder competitividade? Significa que elas não conseguem competir com empre- sas de outros países, pois os custos de produção das empresas de outros países são mais baixos. Eis a razão pela qualo Brasil é um país pouco competitivo. A baixa competitividade leva o país a comprometer seus resultados na balança co- mercial. E o que é a balança comercial? Falaremos sobre ela quando abordarmos a política comercial. PAlAVRAS DO PROfESSOR Gostaria de saber se você tem alguma dificuldade? Não se preocupe. Ao assistir as videoaulas, ler o material indicado, participar dos fóruns e fazer os exercícios propostos, você compreenderá com facilidade o que estamos abordando. Vamos seguir e falar sobre a política monetária? Quando falamos de política monetária, nos refe- rimos às ações do governo no sentido de controlar as condições de liquidez da economia. Diante disso, a política monetária pode ser definida como o controle da oferta de moeda e das taxas de juros, no sentido de que sejam atingidos os objetivos da política econômica global do governo. Alternativamente, também pode ser definida como a atuação das autoridades monetárias, por meio de instrumentos de efeito direto ou induzido, com o propósito de controlar a liquidez global do sistema econômico. 12 A formulação da política monetária é uma prerrogativa do Banco Central, que dimensiona os meios de pagamento e os níveis das taxas de juros, adequando essas variáveis aos objetivos de crescimento da produção e do emprego, com estabilidade de preços. A atuação do Banco Central opera-se pela determinação do volume de reservas obrigatórias dos bancos, dependendo do com- portamento do público e dos bancos em relação às quantidades de moedas que desejam reter. ACESSE O AMbIENtE VIRtuAl Quero que você aprofunde os conhecimentos lendo o capítulo 19 do livro Prin- cípios de Economia, de Francisco Mochón, ao seu alcance na biblioteca virtual. Então, tudo certo até agora? Que bom! Vamos sequenciar nossa abordagem sobre a política monetária, falando sobre a demanda por moeda. O que significa demanda por moeda? Quais os motivos que levam as pessoas a demandar e reter moeda? Primeiro vamos conceituar e definir o papel da moeda. A partir daí, será fácil compreender o as- sunto. Vamos pensar? Então a moeda é um meio de troca, é a maneira mais eficaz de um indivíduo adquirir os bens e serviços de que necessita. Entretanto, como uma pessoa não gasta toda sua renda no momento em que a recebe, podemos perguntar: por que esse indivíduo não aplica parte dela – a que não é consumida imediatamente – em títulos que rendem juros? Caro estudante, existem três razões fundamentais que levam as pessoas a demandar e reter moe- da em seu poder: Primeira razão: o fato dos pagamentos e os recebimentos não serem perfeitamente sincronizados. A maior parte dos trabalhadores recebe seus salários no início do mês, mas tem gastos no decor- rer do mesmo mês, com as despesas comuns de sua família, como aluguel, condução, alimenta- ção, etc. Portanto, essa pessoa precisa reter moeda ou dinheiro em seu poder durante todo o mês. A essa razão para a retenção de moeda, damos o nome de demanda da moeda para transações. Segunda razão: chamamos de demanda de moeda para precaução. Significa que as pessoas pre- videntes sempre têm certa soma em seu poder, reservada para um imprevisto, como problemas de saúde, uma batida de automóvel, etc. Terceira razão: é a demanda de moeda para especulação ou demanda especulativa. Essa razão está atrelada ao fato de a moeda funcionar como reserva de valor. Se um indivíduo já separou de sua renda aquelas parcelas destinadas às transações e à precaução, o procedimento correto seria aplicar o restante em títulos, que rendem juros, pois nada acontece com o dinheiro quando está simplesmente em casa ou depositado em um banco, em conta corrente. 13 ACESSE O AMbIENtE VIRtuAl Para lhe ajudar em seus estudos, sugiro que você leia o capítulo 7 do livro Ma- croeconomia de Andrew B. Abel, Bem S. Bernanke e Dean Croushore. Dessa for- ma, você estará agregando novos conhecimentos. Consulte a biblioteca virtual. Vamos conceituar, agora, o que é taxa de juros. Esse conceito precisa ser entendido para seguir- mos em frente. Em 2005, foi publicado o livro O valor do amanhã, que discute a questão dos juros na sua concepção mais ampla. Veja uma citação desse livro: [...] o fenômeno dos juros é, portanto, inerente a toda e qualquer forma de troca intertemporal. Os juros são o prêmio da espera na ponta credora – ganhos decorrentes da transferência ou cessão temporária de valores do presente para o futuro; e são o preço da impaciência na ponta devedora – o custo de antecipar ou importar valores do futuro para o presente. (GIANNETTI, 2005, p. 10) Então, prezado(a) aluno(a), taxa de juros é o preço cobrado pelos credores aos devedores pelo uso de suas poupanças durante certo período de tempo. Voltemos à nossa discussão. Se a taxa de juros do mercado está baixa, essa pessoa prefere esperar um aumento para aplicar seu dinheiro e obter, assim, uma remuneração maior. Nesse caso, é importante ressaltar que a moeda cumpre melhor seu papel de reserva de valor em economias onde não há inflação ou quando ela baixa. Altos índices inflacionários corroem o poder aquisitivo da moeda, reduzindo seu valor com o pas- sar do tempo. Isso tudo nos permite estabelecer uma relação inversa entre a taxa de juros do mercado e a demanda especulativa da moeda. Realmente, quanto maior a taxa de juros, menor a quantidade de moeda demandada e retida para especulação, e vice-versa. O que foi visto, nos leva a concluir que a demanda por moeda tem um componente influenciado pela taxa de juros – a demanda especulativa – e um componente que não depende de juros – a demanda para transações e por precaução. Para entendermos perfeitamente a demanda por moe- da, basta lembrar que a taxa de juros é o preço da moeda, isto é, o preço do dinheiro no mercado financeiro. Assim, no mercado financeiro, no qual se encontram a oferta e a demanda por dinhei- ro, ele se transforma numa mercadoria, cujo preço é a taxa de juros. Percebe que a moeda tem um preço? E qual é seu preço? Como já posto, o preço da moeda são as taxas de juros. PAlAVRAS DO PROfESSOR Muita informação? Sim. Mas não se iniba ou desestimule. O aprendizado é assim mesmo. Quanto mais informações temos, mais informações desejamos. Internalizados estes conceitos, vamos conversar sobre os efeitos da política monetária na econo- mia e como ela afeta a produção e o consumo. 14 Vimos que a emissão de moeda e o controle da sua quantidade em circulação é prerrogativa do Banco Central. Certamente, você deve estar se perguntando: por que controlar a circulação da moeda em um dado período? Então, vamos explicar: imagine que há uma grande quantidade de moeda em circulação no país. Se há uma grande quantidade de moeda em circulação, mais pes- soas as usarão para o consumo dos bens e serviços. Suponha que as empresas ofertem as mesmas quantidades de bens e serviços ao mercado. O que ocorrerá? Mais pessoas demandando por bens e serviços. Ora, se há uma maior demanda por bens e serviços e sua oferta é estável, a tendência é que os preços deles aumentem. Isso gera o início do processo inflacionário. E o que é inflação? É o aumento generalizado e contínuo dos preços. Por essa razão, o governo define sua política monetária. Ou seja, limita a oferta de moeda em circulação no mercado. VOCê SAbIA? Você sabia que ao limitar a oferta de moeda no mercado, seu o preço – taxa de juros - se eleva? Pois é, com a elevação das taxas de juros, o acesso ao cré- dito fica mais difícil e mais caro. O que as pessoas fazem então? Diminuem o consumo ou adiam a compra de um bem até que os juros caiam. A intenção do governo é diminuir o consumo, forçando as empresas a baratearem seus bens e serviços. Verifique que os consumidores, no caso do aumento das taxas de juros, ao invés de usarem a moeda para o consumo, usam-na para outros investimentos – poupança, compra de títulos, etc. Percebe-se, claramente, que a diminuição do consumo leva as empresas a produzirem menos. Ao produzirem menos, são obri- gadas a dispensarparte de seus empregados. Esses empregados dispensados não terão renda e, portanto, não consumirão o que antes consumiam e, o que faz com que as empresas reduzam ainda mais seu interesse em produzir, já que a demanda cai. Então, os efeitos de uma política monetária restritiva colocam a economia em um processo de estagnação. Ou seja, não há crescimento. Bom, você deve estar perguntando: por que o governo não muda sua política monetária? A resposta não é simples e a solução menos ainda. O ideal seria o governo incentivar a produção para que houvesse um equilíbrio entre a oferta e a demanda. Surge, agora, outra pergunta: como incentivar o aumento da produção? Vamos ver: • Alterando sua política tributária, para desonerar a produção; • Equilibrando suas contas (política fiscal), buscando o superávit; • Gerando superávit na balança comercial (exportar mais e importar menos). Complicado? Claro que não. Leia o material indicado e pesquise. ??? 15 Como uma coisa puxa a outra, acima falamos que uma das alternativas para que haja incentivo a produção é gerar superávit na balança comercial. Surgem, então, dois novos assuntos para abordarmos. O que é balança comercial e quando ela se torna superavitária ou deficitária? ACESSE O AMbIENtE VIRtuAl Para lhe ajudar no entendimento, consulte o capítulo 13 do livro Princípios, de Economia de Francisco Mochón. Pronto para iniciarmos novo assunto? Então vamos lá. Caro(a) aluno(a), é momento de tratarmos sobre exportação, importação e política cambial. Para entendermos bem o assunto que ora iniciamos, vamos entender o que é uma economia fechada e uma economia aberta. Esses dois conceitos são importantes para entendermos o comércio inter- nacional. Você lembra quais são os agentes econômicos? Vamos recordar: os trabalhadores, os empresá- rios, o governo e o setor externo são agentes econômicos. Para começar, vamos imaginar um sis- tema econômico com a participação apenas dos trabalhadores e empresários. Esse é o chamado sistema fechado e sem governo. E por que fechado? Por que não há setor externo. Nesse caso, não existem relações comerciais e financeiras com outros países e sem governo, porque não há o setor público. É claro que esse exemplo é hipotético. Evidentemente, que não existe nenhum país assim. E o que é uma economia aberta? Em uma economia aberta, o país mantém relações comerciais e financeiras com outros países. O conjunto desses países constitui o setor externo. E O QuE SIgNIfICAM ESSAS RElAçõES COMERCIAIS? Os países compram e vendem o que produzem para seus parceiros comerciais. Nas exportações, o país vende parte do que produz para outros países e nas importações o país compra parte dos bens e serviços produzidos em outros países. E o que significa saldo da balança comercial? O saldo da balança comercial é a diferença entre as exportações e as importações. E quando a balança comercial está equilibrada, deficitária ou superavitária. Resposta simples? A balança comercial está equilibrada quando as exportações são iguais às importações. É deficitária quando as importações são maiores que as exportações e é superavitária quando as exportações são maiores que as importações. 16 guARDE ESSA IDEIA! Bom, tudo isto nos remete a fazer um questionamento. De que forma o país pode gerar superávit em sua balança comercial? Adotando políticas que incentivem a formação de parcerias comerciais, formulando adequadamente sua política cam- bial, incentivando as empresas a melhorarem a qualidade dos bens e serviços produzidos, entre outras tantas. Assim, podemos dizer que o comércio internacional deve ser o objetivo das nações, definindo um cenário de competições igualitárias entre as indústrias nacionais e estrangeiras. É fundamental, nesse sentido, a ação do governo, promovendo uma política industrial de longo prazo e abertura econômica graduada, que não venha a trazer perdas, mas sim benefícios para a nação. Fica como sugestão, continue lendo o capítulo 13 do livro Princípios de Economia, de Francisco Mochón. Aprofunde e aprimore seus conhecimentos. VISItE A PágINA Consulte também sobre o comportamento do balanço de pagamentos do Brasil, sumário metodológico de toda a estrutura, disponível no link. Imagino que evoluímos bastante e que você começa a se familiarizar com esse “bicho de sete cabeças” chamado economia. Viu como é fácil entendê-la? Observou que é possível entender claramente suas oscilações em um dado momento? Percebeu como o governo pode interferir di- retamente? Muito bom! Agora, vamos conversar um pouco sobre a taxa de câmbio e como ela influencia o desempenho da balança comercial. Lembre-se que é muito importante você compreender essa relação. No Brasil, antes da reforma econômica, o governo estabelecia a cotação da moeda referência, o dólar americano, em relação ao real. Com as mudanças efetivadas, o governo adotou o câmbio flutuante. E o que é o câmbio flutuante? Como já abordamos nas outras unidades, a moeda é um produto como outro qualquer. Vimos, também, quais as funções da moeda. Lembra? Bom, com o câmbio flutuante o mercado é quem determina a cotação do real em relação ao dólar. Como isso é possível? Imagine que há uma grande quantidade de dólar no mercado. Qual a tendência? O Real se valorizar em relação ao dólar. E por quê? A velha lei da oferta e procura. Imagine que há uma pequena quantidade de dólar no mercado e uma demanda alta por essa moeda. Qual a tendência? O dólar se valorizar em relação ao Real. Novamente, a lei da oferta e da procura. Ficou claro? http://www.bcb.gov.br/sddsp/balpagam_p.htm 17 E O gOVERNO, PARA EQuIlIbRAR A bAlANçA COMERCIAl O QuE fAZ? Simples. Retira ou coloca dólar no mercado. Você deve estar se perguntando: o que tem a ver a quantidade de dólar no mercado com a balança comercial? Vamos lá. Não é difícil entender. Dentro de uma nação, as transações se realizam com a mesma moeda, são as transações internas. No entanto, no comércio internacional são utilizadas diferentes moedas. Daí surge à necessidade de converter uma moeda em outra, isto é, fazer o câmbio como forma de facilitar os intercâmbios comerciais. Logo, a taxa de câmbio é o mecanismo pelo qual essa troca é possível, ou seja, é a expressão do número de unidades da moeda nacional por unidade de moeda estrangeira. Sua va- riação altera diversas variáveis econômicas, sobretudo aquelas relacionadas ao comércio exterior. Isso mesmo, os países trocam entre si bens e serviços. No comércio internacional, não há apenas uma moeda a ser empregada para pagamento das transações. Todavia, ao se fecharem as referi- das transações, o saldo é contabilizado em uma única moeda. Em outras palavras, é necessário que exista alguma forma de conversão. A operação conhecida como taxa de câmbio faz a conversão da moeda nacional em moeda estran- geira. O número de unidades necessárias, em moeda doméstica, para adquirir uma unidade em moeda estrangeira tem sido regulado pela taxa de câmbio. ExEMPlO Taxa de câmbio do Real em relação ao dólar = 2,20 (assim, entregam-se R$ 2,20 para se obter US$ 1,00). O governo, alterando a taxa de câmbio, ou seja, a relação entre as moedas vai interferir automati- camente na dinâmica das relações comerciais do país, uma vez que modifica a posição dos preços internacionais. Imagine que a taxa de câmbio seja: R$ 1,00 = US$ 1,00, o Brasil consegue exportar 1.000 tonela- das de aço; num segundo momento, o governo brasileiro altera a taxa de câmbio para: R$ 2,00 = US$ 1,00, o Brasil, a essa nova taxa, consegue exportar 2.000 toneladas de aço, pois quem pos- suía dólares teve seu poder de compra ampliado. Esse fato ocorre porque a alteração da taxa de câmbio tornou a moeda brasileira desvalorizada, ou seja, mais “barata” em relação à estrangeira e, consequentemente, nossos produtos caíram de preço no mercado internacional, tornando-se mais “atrativos” no exterior, resultando no aumento das exportações. No Brasil, a taxa de câmbio representa o preço,em moeda nacional, de uma unidade de moeda estrangeira. O aumento dessa taxa representa uma desvalorização e o oposto uma valorização. O sistema cambial, ou regime cambial, é definido pela regra estabelecida para a formação da taxa de câmbio. Existem, fundamentalmente, dois tipos de taxa de câmbio: 18 fixa: que é administrada pelo Banco Central (autoridade monetária) do país, rege a oferta e a demanda de moedas estrangeiras. A autoridade monetária estabelece, assim, a taxa de câmbio que considera a mais conveniente para a economia. flutuante: regime cambial flexível, no qual a autoridade monetária não tem compromisso algum para apoiar determinada taxa. A oferta e a demanda de divisas são quem determinam a taxa de câmbio praticada. Lembra-se do que falamos? O preço da moeda depende da oferta e da demanda. ACESSE O AMbIENtE VIRtuAl Consulte e reflita sobre o tema abordado no capítulo 5 do livro Economia Brasi- leira, disponível na biblioteca virtual. Imagino que você agora entende o que é balança comercial e como a taxa de câmbio interfere na ampliação ou diminuição do comércio internacional. Viu que um assunto que parecia complicado tornou-se inteligível? Não pare por aí. Leia, pesquise, reflita. PAlAVRAS DO PROfESSOR Chegamos ao final da Unidade III. Você conheceu a macroeconomia e seus objetos de estudos. Esses conhecimentos são importantes para compreender como funciona a economia de um país, o que leva uma economia a crescer ou não, quais as razões que conduzem a um processo inflacio- nário e como as políticas econômicas do governo podem estimular ou não o crescimento do país. Lembre-se, caso haja alguma dúvida, faça contato com o seu tutor e não deixe de ler o material recomendado. Grande abraço, bons estudos e sucesso!