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Guia de Estudos da Unidade 3 - Fundamentos de Economia e Administração


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Fundamentos de Economia 
e Administração
UNIDADE 3
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UNIDADE 3
fUNDAmENtos DE EcoNomIA E ADmINIstrAção
PARA INÍCIO DE CONVERSA
Caro(a) aluno(a), estamos iniciando a Unidade III e convidamos você para refletir sobre o funciona-
mento das políticas fiscal, monetária, cambial e comercial. Vamos entender sobre o papel da moe-
da na economia e o funcionamento do mercado monetário, ou seja, oferta e demanda da moeda. 
Compreendendo como ele funciona, fica mais seguro entender como pode sofrer intervenções 
através da política monetária. Apresentamos, ainda, os instrumentos dessa política. 
Então, vamos iniciar essa Unidade. Queremos que você saiba que estaremos junto com você, es-
timulando a aprendizagem e esclarecendo as suas dúvidas.
Disposto? Aposto que sim. Então vamos avante, temos muito que aprender.
 
PAlAVRAS DO PROfESSOR
Após aprendermos o que significa a microeconomia e seus objetos de estudo, vamos conhecer e 
aprender, nesta unidade, o que é a macroeconomia e o que ela se propõe a estudar. Lembre-se de 
que a microeconomia estuda os elementos mais simples da economia. Quais são esses elemen-
tos? Vamos recordá-los? Ela tem por objetivo estudar o comportamento dos consumidores, isto é, 
como se dirigem ao mercado para adquirir bens e serviços. 
Há aí uma relação de dependência com a renda do consumidor, uma vez que o nível de consumo 
depende dela e de como é auferida. Além disso, estuda o comportamento das empresas, verifi-
cando o que a leva a produzir determinados bens e serviços, como a demanda por bens e serviços 
determinam o nível de produção ou a quantidade a ser produzida para atender à procura ou de-
manda. A microeconomia preocupa-se, inclusive, em estabelecer como o consumidor gasta sua 
renda, além de estudar a forma como as empresas utilizam os fatores de produção.
Você lembra quais são os fatores de produção? Se não, releia a Unidade I.
Bom, vamos agora aprender o que é a macroeconomia e o que ela estuda. Preparados? Então 
vamos lá.
Desejo a você um bom estudo, e lembre-se que o seu tutor aguarda sua sinalização para dirimir 
dúvidas, que porventura venham a aparecer.
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ORIENtAçõES DA DISCIPlINA
A Unidade III enfatizará o ramo da economia denominado de macroeconomia. Você vai aprender a 
distinguir a economia nos níveis micro e macro. Na parte destinada ao estudo da microeconomia, 
destacamos os mercados de concorrência perfeita e imperfeita, ao passo que na parte macroeco-
nômica destacaremos o sistema de contas nacionais e os indicadores sociais, além das políticas 
econômicas do governo e como elas impactam na produção e no consumo. 
Portanto, vamos compreender os significados das políticas fiscal, monetária, cambial e tributária. 
Você vai entender as razões que levam o governo a fazer flutuações nas taxas de juros e como elas 
definem o crescimento ou retração da economia.
Os assuntos que temos pela frente são bastante interessantes e de fundamental importância para 
entendermos o comportamento da economia em um dado período.
Antes de iniciarmos, vamos a um pequeno resumo. Preparado? Então vamos lá:
•	 Microeconomia: parte da teoria econômica que estuda os agentes econômicos de forma 
individualizada, como consumidor e a empresa.
•	 Macroeconomia: parte da teoria econômica que estuda os agentes econômicos em seu 
conjunto. Tem por finalidade determinar os fatores que interferem no nível total da ren-
da e do produto da economia.
Consegue perceber a diferença? É simples, certo? Contudo, entenda que a microeconomia e a 
macroeconomia são estudos complementares e não excludentes.
Vamos, então, mergulhar no estudo da macroeconomia.
MACROECONOMIA
Como já vimos, a macroeconomia estuda os agentes econômicos em seu conjunto, ou seja, busca 
compreender como os fatores interferem no nível da renda e do produto da economia.
Vamos nos lembrar de o que foi abordado na unidade II? Lembra que definimos a economia como 
a ciência da escassez? Mas o que é mesmo escassez? É a limitação dos fatores de produção para 
produção de bens e serviços para os consumidores cada vez mais desejosos de adquirirem tais 
bens e serviços, dadas as suas necessidades ilimitadas. Bom, para que a produção atenda às 
necessidades dos consumidores, deve buscar a eficiência e a eficácia. E é possível conquistá-las? 
A resposta é simples: otimizando o uso dos fatores de produção e melhorando seus processos 
produtivos, isto é, aumentando a produtividade. E o que significa produtividade? O aumento da 
produtividade significa fazer mais com menos: menos inputs (entradas) e mais outputs (saídas). 
Você sabe o que significa entradas e saídas em um sistema produtivo? Entradas são todos os 
insumos necessários para o processo produtivo: matéria-prima, equipamentos, instalações, mão 
de obra, tecnologia, etc. Já as saídas são os bens e serviços acabados e prontos para o consumo.
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Agora vamos entender o conceito de contabilidade nacional ou social? 
Então, trata-se da contabilidade que apresenta, em termos quantitativos, o desempenho da eco-
nomia, ou seja, nos fornece os meios para a análise do conjunto da economia de uma sociedade. 
Por isso, surge uma indagação: como medir a produção de um sistema econômico? Lembra-se do 
que é um sistema econômico? Caso seja necessário, releia a nossa Unidade I.
 
fICA A DICA
Caro estudante, o importante é ter em vista que a produção é contínua, ou seja, 
não é interrompida, pois todos nós, consumidores, estamos demandando sempre 
por bens e serviços para atender nossas necessidades e desejos.
E o que é o produto de uma determinada economia? É a soma dos valores, expressos em termos 
monetários, dos bens e serviços produzidos e voltados para o consumo final.
E como medir a atividade econômica? O que é renda de uma economia? A renda de uma economia 
é a soma da remuneração paga aos fatores de produção. Lembra quais os fatores de produção? Se 
não, releia a Unidade I. Em outras palavras, para se obter a renda de um país, em um determinado 
período, somam-se os salários, os aluguéis, os juros e os lucros que são os pagamentos feitos aos 
fatores de produção.
Temos outra ótica: a da despesa. Em que consiste essa ótica? É a análise do uso que os agentes 
fazem da sua renda. E como a renda é utilizada? Ela pode ser utilizada no consumo de bens e 
serviços, compra de títulos do governo, etc.
Podemos, então, afirmar que o produto de uma economia é expresso em termos monetários. 
Lembre-se de que um sistema econômico não inclui somente os consumidores e empresas. Como 
já vimos nas unidades anteriores, o setor público, ou seja, o governo, é um agente econômico e, 
assim sendo, faz parte do sistema econômico.
 
PAlAVRAS DO PROfESSOR
Percebe que nesta unidade introduzimos dois novos conceitos? Produto e renda.
Então, agora, podemos falar sobre contabilidade nacional, que é um método de medir a atividade 
econômica. E o que se mede? A produção em um determinado período de tempo.
Dúvidas? Creio que não. Todavia, se surgir alguma, o seu tutor estará à disposição para tirá-las.
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Continuemos a aprofundar nossos conhecimentos. Vamos falar sobre os agregados macroeconô-
micos. E quais são os agregados econômicos? Nada complicado.
Você certamente já ouviu falar sobre o PIB (Produto Interno Bruto), que é a soma de tudo que um 
país produz em um determinado período de tempo. A partir desta definição, fica claro que quanto 
maior o PIB, maior a produção de bens e serviços. Claro, as empresas só estarão dispostas a au-
mentar a produção na medida em que o consumo aumentar. Então, podemos concluir: o consumo 
aumenta quando a renda dos consumidores também aumenta. Então, temos: mais produção que 
gera mais renda, mais demanda mais produção.
Mas o que determina o crescimento? 
Como explicitado anteriormente, a variação do PIB é a medida do crescimento econômico. Assim, 
é necessário determinar quais os componentes do PIB para saber o que realmente determina o 
crescimento econômico de um país. A seguinte equação representa os condicionantes docresci-
mento econômico:
 
PIB = consumo das famílias + gasto do governo + investimento das empresas + exportação líquida. 
Vamos analisar, agora, cada um dos componentes separadamente:
Consumo das famílias: quando elas recebem suas rendas, as famílias direcionam uma parte ao 
consumo de bens e serviços. Quanto mais elas consomem, mais as empresas terão que produzir 
para suprir as demandas por bens e serviços. Vale salientar que famílias de baixa renda tendem a 
consumir proporcionalmente mais de suas rendas, pois não adquiriram todos os bens de que ne-
cessitam. Destaca-se, então, a importância de uma distribuição de renda equitativa no país, pois 
famílias de baixa renda consomem menos e, caso tenham algo mais em seus ganhos, passarão a 
consumir mais, impulsionando o crescimento econômico.
Investimento das empresas: é uma das mais importantes variáveis para o crescimento de um país. 
Ao investirem, as firmas aumentam o nível de emprego, produto e renda. As indústrias, na maioria 
das vezes, não possuem recursos suficientes para realizar seus planos de investimento e, com 
isso, precisam solicitar empréstimos junto às instituições financeiras, pagando uma determinada 
taxa de juros pelo dinheiro que toma emprestado. Ao fazerem seus planos de investimento, as 
empresas calculam, aproximadamente, a rentabilidade que tal investimento proporcionará. Caso 
a lucratividade do investimento seja maior que os juros que deverão ser pagos pelo financiamen-
to, a empresa geralmente elabora seus planos; caso contrário, o investimento torna-se inviável. 
Portanto, para que exista um nível de investimento elevado na economia, é necessário que se 
mantenha a taxa de juros baixa.
Gasto público: ao fazer obras, construir, operar suas estatais, etc., o governo está gerando empre-
gos para mais pessoas, com isso dando condições para que as empresas produzam mais. Assim, 
ao produzir mais, o governo causa um aumento exagerado da produção e do nível de emprego, 
aumentando o nível de renda da economia.
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Exportação líquida: com relação às exportações, quanto maior o saldo, maiores serão os níveis 
de emprego e o crescimento econômico, já que a produção deve aumentar. Quanto menor o saldo, 
menor o nível de emprego, pois produtos que eram produzidos aqui passam a ser comprados do ex-
terior, piorando a produção da economia. É claro que nenhum país fica sem comprar e vender para 
o exterior, mas o ideal é aumentar o nível de exportações e diminuir o de importações. O Sistema 
de Contas Nacionais e a consequente mensuração dos agregados acarretam em uma avaliação 
quantitativa do produto que uma economia pode ser capaz de gerar num determinado período de 
tempo. Esta situação vem sendo considerada um importante indicador de desempenho econômico 
e mostra a capacidade de geração de renda das economias. Portanto, quando o objetivo da políti-
ca econômica for de crescimento econômico, automaticamente, se estará procurando expandir o 
nível de produção e, consequentemente, o nível de emprego da economia. 
O cálculo das variáveis econômicas permite a avaliação quantitativa do produto que uma econo-
mia se torna capaz de gerar num determinado período de tempo. Tal medida é considerada um 
importante indicador de desempenho econômico e identifica a capacidade de geração de renda 
da economia.
Entretanto, se a preocupação for com a qualidade de vida da população, o produto agregado mos-
tra-se inadequado. Na avaliação da qualidade de vida da população, faz-se necessário considerar 
não apenas os aspectos econômicos, mas também aqueles ligados à oferta de bens públicos, 
como saúde e educação, que afetam diretamente o bem-estar. A utilização de indicadores sociais 
como parte da avaliação da riqueza de uma região insere-se na discussão entre crescimento e 
desenvolvimento econômico.
A preocupação com o bem-estar da sociedade é que nos lembramos do confronto de dois im-
portantes conceitos: crescimento econômico versus desenvolvimento econômico. Desse modo, 
observa-se nas sociedades em fase de desenvolvimento ou subdesenvolvidas a ocorrência de 
crescimento sem desenvolvimento. Se o crescimento for muito concentrado, isto é, mal distribuí-
do, grande parte da população não se beneficia da elevação da renda gerada na economia. Vale 
a pena observar que uma das formas de avaliar o desenvolvimento é acompanhar a evolução de 
alguns indicadores relativos à saúde e à educação, porque o comportamento fornece uma boa 
aproximação do que está ocorrendo com a qualidade de vida da população.
Algumas instituições internacionais, como o Banco Mundial e o Programa das Nações Unidas para 
o Desenvolvimento – PNUD –, vêm informando sistematicamente dados como os de expectativas 
de vida, mortalidade infantil, condições sanitárias, nível e qualidade da educação do país. Tais 
estatísticas, além de permitirem avaliar a qualidade de vida de um país, possibilitam compara-
ções entre os países e fornecem uma ideia mais precisa do que vem a ser caracterizado como um 
país desenvolvido.
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VOCê SAbIA?
Você sabia que o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), publicado nos 
Relatórios do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD 
tem como objetivo avaliar a qualidade de vida nos países. O PNUD calcula o IDH 
desde o início dos anos 1990 e, atualmente, faz essa estimativa para muitos 
países. O IDH agrega, em sua metodologia de cálculo, três variáveis:
Indicador de renda: é a renda per capita, ajustada para refletir a paridade do 
poder de compra (PPP) entre os países (portanto, renda avaliada em US$ PPP).
Indicador das condições de saúde: é a expectativa de vida (índice de longevida-
de).
Indicador das condições de educação: é uma média ponderada de outros dois 
indicadores: a taxa de alfabetização de adultos e a taxa combinada de matrícula 
nos Ensinos Fundamental, Médio e Superior.
O IDH varia de zero a um e permite classificar os países em três grupos distintos: baixo desenvol-
vimento: IDH menor ou igual a 0,5; médio desenvolvimento: IDH entre 0,5 e 0,8; e países de alto 
desenvolvimento: IDH maior que 0,8.
 
ACESSE O AMbIENtE VIRtuAl
Que tal você dar uma lida em seu material? Sugiro que leia o 5º capítulo do 
livro princípios de Economia, de Flávio Ribas Tebchirani, que está disponível na 
biblioteca virtual. Desejo uma boa leitura.
 
VISItE A PágINA
Agora também faço outra sugestão, visite esta página, nela você verá as informações sobre como 
é calculado o PIB no Brasil, e sua evolução durante os últimos anos, podem ser obtidas nos en-
dereços: 
http://www.ibge.gov.br/home/
http://www.ipeadata.gov.br/ipeaweb.dll/ipeadata?65370046
???
http://www.ibge.gov.br/home/
http://www.ipeadata.gov.br/ipeaweb.dll/ipeadata?65370046
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Sobre o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e sua evolução nos principais países, veja in-
formações disponíveis em: 
http://www.pnud.org.br/home/
http://www.pnud.org.br/idh/
PAlAVRAS DO PROfESSOR
E então? Complicado? Claro que não. É só pensar.
Todos nós ouvimos falar constantemente que o Brasil tem uma péssima distribuição de renda. O 
que isso significa? Vamos entender. Sabemos que o sistema econômico produz bens e serviços 
que serão ofertados aos consumidores. Ora, quanto maior a renda das pessoas, mais acesso elas 
terão ao consumo. Dessa forma, a renda precisa ser distribuída de maneira que torne o acesso 
das pessoas aos bens e serviços. É sabido que a renda não é igual em todas as regiões do país. 
Ela se concentra nas regiões onde há mais fatores de produção. Lembra quais são os fatores de 
produção? Capital, terra e trabalho. Nesse contexto, devemos entender como a renda é distribuída 
entre as pessoas.
Normalmente, a renda de uma pessoa é fruto do seu trabalho. Se ocorrer uma distribuição mais 
justa da renda, as pessoas terão mais oportunidade de adquirir bens e serviços. Se há um aumen-
to na demanda por tais bens e serviços, mais as empresas produzirão. Se as empresas produzem 
mais, necessitarão de mais pessoas trabalhando. Se há mais pessoas trabalhando,mais acesso 
elas terão ao consumo. Essa cadeia gera o aumento das riquezas produzidas pelo país. Lembra-se 
do conceito de PIB? Se não, releia.
Quero que você saiba que a microeconomia busca entender:
•	 Como o consumidor destina sua renda para a aquisição de bens e serviços;
•	 Como a empresa estabelece o planejamento de sua produção, buscando diminuir seus 
custos;
•	 Como a empresa precifica seus produtos e serviços.
A macroeconomia visa:
•	 Explicar as razões que levam uma economia a crescer ou não;
•	 Quais as razões que levam os preços dos bens e serviços a aumentarem em certo período 
e outros permanecerem estáveis.
Caro(a) aluno(a), é possível concluir que a macroeconomia tem por objetivo analisar os índices de 
preços, nível de produção e de emprego. Busca também analisar a relação que existe entre a taxa 
de juros e o nível de investimento na produção e a influência da taxa de câmbio nas importações 
e exportações.
http://www.pnud.org.br/home/
http://www.pnud.org.br/idh/
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Imagino que você não teve dificuldades para entender a macroeconomia. Na sequência desta 
exposição, se houver alguma dificuldade sinalize o seu tutor, não deixe escapar nada.
ACESSE O AMbIENtE VIRtuAl
Para aprofundar seus conhecimentos sobre o tema abordado, continue lendo o 
capítulo 5 do livro princípios de Economia, de Flávio Ribas Tebchirani, que está 
disponível na biblioteca virtual.
Já agregamos uma série de conhecimentos. Agora vamos discorrer sobre as Políticas Econômicas 
do Governo. Afinal, quais são essas políticas e qual suas finalidades e metas? Vamos lá. Não é 
tão complicado assim.
Os objetivos da política econômica envolvem compensações e conflitos. Enquanto algumas variá-
veis macroeconômicas flutuam juntas, produção e emprego, para exemplificar, em outras situa-
ções as decisões da política econômica enfrentam conflitos que são inevitáveis. 
ExEMPlO
Vamos exemplificar para que você entenda melhor. Quando dissemos que a pro-
dução e o emprego flutuam juntos, queremos dizer que o aumento da produção 
acarreta a criação de mais postos de trabalho. Em contrapartida a queda na 
produção acarreta a diminuição dos postos de trabalho. Ora, essa flutuação gera 
um aumento ou queda da taxa de emprego. Certamente, você já ouviu falar sobre 
o crescimento ou não da taxa de emprego, já que é um indicador econômico que 
mostra o desempenho da economia do país em um determinado período.
Resumindo, quanto menor a taxa de desemprego, melhor o desempenho da economia, visto que a 
produção de bens e serviços aumenta em razão do aumento de sua demanda. Entendido? 
Então, passemos agora a definir as políticas econômicas e os impactos que elas causam na eco-
nomia, mas antes vamos classificá-las:
•	 Fiscal – diz respeito ao orçamento público (receitas e gastos do setor público);
•	 Monetária – controle da moeda, do crédito ofertado e da taxa de juros;
•	 Cambial – controle do ingresso e saída de moeda estrangeira e a formação da taxa 
cambial;
•	 Comercial – políticas de comércio internacional e dos incentivos as exportações.
 
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Caro estudante, vamos falar sobre cada uma dessas políticas e como elas afetam o desempenho 
da economia de um país. Você verá que a compreensão é fácil e entenderá as razões que levam 
o governo a optar por determinadas políticas. Lembre-se, o governo é um agente econômico e 
interfere diretamente na produção e no consumo por bens e serviços.
Bom, vamos começar pela política fiscal. Afinal, o que é e de que trata a política fiscal? Imagine 
você enquanto um assalariado. Claro, se você exerce uma atividade produtiva, no final do mês, re-
cebe o pagamento pelos serviços prestados a uma determinada empresa. Com esta renda, deman-
dará por bens e serviços que atendam suas necessidades e desejos. Pagará à prestação do carro, 
o aluguel, comprará alimentos, roupas, etc. Bom, se seus gastos mensais ultrapassam sua receita, 
você assume a posição de deficitário, ou seja, suas despesas são maiores que sua receita. Com 
o governo ocorre a mesma coisa. Ele elabora seu orçamento anual, na qual constam as receitas e 
despesas presumíveis. No entanto, considerando que o governo é perdulário, as despesas sempre 
são maiores que as receitas. 
De alguma forma o governo precisa cobrir este “rombo”. 
E de que forma o faz? Buscando dinheiro no mercado. E como o governo capta dinheiro no mer-
cado? Por meio da emissão de títulos da dívida pública. Ora, se o governo pede dinheiro empres-
tado, em um momento ele terá que pagar (quando do resgate dos títulos emitidos e comprado 
pelos investidores), certo? Nesse caso, o governo aumenta seu endividamento, destinando parte 
da receita para o pagamento dos juros dos títulos. Claro que ao destinar parte da receita para 
o pagamento dos juros, outros investimentos não serão feitos. Que investimentos são esses? 
Investimentos em saúde, educação, segurança, infraestrutura, etc. Perceba que o governo não 
está destinando dinheiro para atividades produtivas, pois o orçamento público sempre apresenta 
déficit. Ou seja, receita menor que despesa. 
Vamos imaginar a seguinte situação: você recebe seu salário no final do mês. Como você gasta 
mais do que recebe, sua posição é deficitária. O que você faz? Pede dinheiro emprestado ao 
banco, utilizando o cheque especial. No final do mês, você terá que pagar os juros cobrados pelo 
banco. Ou seja, os recursos financeiros que você poderia utilizar para outros fins serão usados 
para o pagamento da dívida contraída. É assim que o governo se comporta. 
Então, fica uma pergunta: o que o governo deve fazer? Equilibrar seu orçamento, gastando só o 
que arrecada. Há alternativa? Sim. Incentivar a produção, alterando a política tributária. E agora? 
O que é política tributária? Tenho certeza de que você já ouviu centenas de vezes a seguinte ex-
pressão: “a carga tributária no Brasil inibe a produção”. Estou certo? Então, vamos conversar um 
pouco sobre a política tributária.
A política tributária diz respeito aos impostos, taxas e demais contribuições que o governo cria 
para arrecadar mais e cobrir seu “rombo” orçamentário. Você já ouviu falar, certamente, que o 
Brasil tem uma das maiores cargas tributárias do mundo. O que isso quer dizer? Quer dizer que 
o Brasil cobra muitos impostos. E como isso inibe o crescimento da economia? Vamos entender.
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Na medida em que o governo onera a produção, as empresas se retraem, deixam de produzir ou 
diminuem sua produção. Por qual razão? Pelo simples motivo de que os custos de produção ficam 
mais elevados. O que ocorre quando os custos de produção ficam mais elevados? As empresas re-
passam o aumento desses custos para o consumidor. Ora, se os preços dos bens e serviços ficam 
mais altos, há uma inibição no consumo. Tal inibição no consumo faz com que as empresas produ-
zam menos. Produzindo menos, o país deixa de gerar riquezas. Lembra-se do PIB? Você certamente 
deve estar perguntado: por que o governo não altera sua política tributária? Essa é uma pergunta 
que todos se fazem. Vamos arriscar uma resposta? O governo não altera sua política tributária em 
razão do descontrole da sua política fiscal. Se o governo arrecadasse melhor e gastasse de forma 
responsável, certamente teria um orçamento equilibrado. Lembra-se do exemplo do consumidor 
que tem uma determinada renda e gasta mais?
 
PARA REflEtIR
Precisamos, para fechar a abordagem sobre a política tributária, estabelecer 
como elas impactam no desempenho das organizações. Claro, se os encargos são 
elevados, as empresas têm os custos de produção aumentados – já abordamos 
isso. Se os custos de produção são onerados, as organizações, obrigatoriamente, 
repassam esses custos para o preço final do bem ou serviço. E o que isso signi-
fica? Significa que nossas empresas perdem competitividade. E o que significa 
perder competitividade? Significa que elas não conseguem competir com empre-
sas de outros países, pois os custos de produção das empresas de outros países 
são mais baixos. Eis a razão pela qualo Brasil é um país pouco competitivo. A 
baixa competitividade leva o país a comprometer seus resultados na balança co-
mercial. E o que é a balança comercial? Falaremos sobre ela quando abordarmos 
a política comercial.
PAlAVRAS DO PROfESSOR
Gostaria de saber se você tem alguma dificuldade? 
Não se preocupe. Ao assistir as videoaulas, ler o material indicado, participar dos fóruns e fazer 
os exercícios propostos, você compreenderá com facilidade o que estamos abordando.
Vamos seguir e falar sobre a política monetária? Quando falamos de política monetária, nos refe-
rimos às ações do governo no sentido de controlar as condições de liquidez da economia. Diante 
disso, a política monetária pode ser definida como o controle da oferta de moeda e das taxas de 
juros, no sentido de que sejam atingidos os objetivos da política econômica global do governo. 
Alternativamente, também pode ser definida como a atuação das autoridades monetárias, por 
meio de instrumentos de efeito direto ou induzido, com o propósito de controlar a liquidez global 
do sistema econômico.
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A formulação da política monetária é uma prerrogativa do Banco Central, que dimensiona os 
meios de pagamento e os níveis das taxas de juros, adequando essas variáveis aos objetivos de 
crescimento da produção e do emprego, com estabilidade de preços. A atuação do Banco Central 
opera-se pela determinação do volume de reservas obrigatórias dos bancos, dependendo do com-
portamento do público e dos bancos em relação às quantidades de moedas que desejam reter.
ACESSE O AMbIENtE VIRtuAl
Quero que você aprofunde os conhecimentos lendo o capítulo 19 do livro Prin-
cípios de Economia, de Francisco Mochón, ao seu alcance na biblioteca virtual.
Então, tudo certo até agora? Que bom! 
Vamos sequenciar nossa abordagem sobre a política monetária, falando sobre a demanda por 
moeda. O que significa demanda por moeda? Quais os motivos que levam as pessoas a demandar 
e reter moeda?
Primeiro vamos conceituar e definir o papel da moeda. A partir daí, será fácil compreender o as-
sunto. Vamos pensar?
Então a moeda é um meio de troca, é a maneira mais eficaz de um indivíduo adquirir os bens e 
serviços de que necessita. Entretanto, como uma pessoa não gasta toda sua renda no momento 
em que a recebe, podemos perguntar: por que esse indivíduo não aplica parte dela – a que não é 
consumida imediatamente – em títulos que rendem juros? 
Caro estudante, existem três razões fundamentais que levam as pessoas a demandar e reter moe-
da em seu poder:
Primeira razão: o fato dos pagamentos e os recebimentos não serem perfeitamente sincronizados. 
A maior parte dos trabalhadores recebe seus salários no início do mês, mas tem gastos no decor-
rer do mesmo mês, com as despesas comuns de sua família, como aluguel, condução, alimenta-
ção, etc. Portanto, essa pessoa precisa reter moeda ou dinheiro em seu poder durante todo o mês. 
A essa razão para a retenção de moeda, damos o nome de demanda da moeda para transações.
Segunda razão: chamamos de demanda de moeda para precaução. Significa que as pessoas pre-
videntes sempre têm certa soma em seu poder, reservada para um imprevisto, como problemas de 
saúde, uma batida de automóvel, etc.
Terceira razão: é a demanda de moeda para especulação ou demanda especulativa. Essa razão 
está atrelada ao fato de a moeda funcionar como reserva de valor. Se um indivíduo já separou de 
sua renda aquelas parcelas destinadas às transações e à precaução, o procedimento correto seria 
aplicar o restante em títulos, que rendem juros, pois nada acontece com o dinheiro quando está 
simplesmente em casa ou depositado em um banco, em conta corrente.
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ACESSE O AMbIENtE VIRtuAl
Para lhe ajudar em seus estudos, sugiro que você leia o capítulo 7 do livro Ma-
croeconomia de Andrew B. Abel, Bem S. Bernanke e Dean Croushore. Dessa for-
ma, você estará agregando novos conhecimentos. Consulte a biblioteca virtual.
Vamos conceituar, agora, o que é taxa de juros. Esse conceito precisa ser entendido para seguir-
mos em frente. Em 2005, foi publicado o livro O valor do amanhã, que discute a questão dos juros 
na sua concepção mais ampla. Veja uma citação desse livro:
[...] o fenômeno dos juros é, portanto, inerente a toda e qualquer forma de troca intertemporal. Os 
juros são o prêmio da espera na ponta credora – ganhos decorrentes da transferência ou cessão 
temporária de valores do presente para o futuro; e são o preço da impaciência na ponta devedora 
– o custo de antecipar ou importar valores do futuro para o presente. (GIANNETTI, 2005, p. 10)
Então, prezado(a) aluno(a), taxa de juros é o preço cobrado pelos credores aos devedores pelo uso 
de suas poupanças durante certo período de tempo. Voltemos à nossa discussão. Se a taxa de 
juros do mercado está baixa, essa pessoa prefere esperar um aumento para aplicar seu dinheiro 
e obter, assim, uma remuneração maior. Nesse caso, é importante ressaltar que a moeda cumpre 
melhor seu papel de reserva de valor em economias onde não há inflação ou quando ela baixa. 
Altos índices inflacionários corroem o poder aquisitivo da moeda, reduzindo seu valor com o pas-
sar do tempo. Isso tudo nos permite estabelecer uma relação inversa entre a taxa de juros do 
mercado e a demanda especulativa da moeda. Realmente, quanto maior a taxa de juros, menor a 
quantidade de moeda demandada e retida para especulação, e vice-versa.
O que foi visto, nos leva a concluir que a demanda por moeda tem um componente influenciado 
pela taxa de juros – a demanda especulativa – e um componente que não depende de juros – a 
demanda para transações e por precaução. Para entendermos perfeitamente a demanda por moe-
da, basta lembrar que a taxa de juros é o preço da moeda, isto é, o preço do dinheiro no mercado 
financeiro. Assim, no mercado financeiro, no qual se encontram a oferta e a demanda por dinhei-
ro, ele se transforma numa mercadoria, cujo preço é a taxa de juros. Percebe que a moeda tem um 
preço? E qual é seu preço? Como já posto, o preço da moeda são as taxas de juros.
PAlAVRAS DO PROfESSOR
Muita informação? Sim. Mas não se iniba ou desestimule. O aprendizado é assim mesmo. Quanto 
mais informações temos, mais informações desejamos.
Internalizados estes conceitos, vamos conversar sobre os efeitos da política monetária na econo-
mia e como ela afeta a produção e o consumo.
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Vimos que a emissão de moeda e o controle da sua quantidade em circulação é prerrogativa do 
Banco Central. Certamente, você deve estar se perguntando: por que controlar a circulação da 
moeda em um dado período? Então, vamos explicar: imagine que há uma grande quantidade de 
moeda em circulação no país. Se há uma grande quantidade de moeda em circulação, mais pes-
soas as usarão para o consumo dos bens e serviços. 
Suponha que as empresas ofertem as mesmas quantidades de bens e serviços ao mercado. O que 
ocorrerá? Mais pessoas demandando por bens e serviços. Ora, se há uma maior demanda por bens 
e serviços e sua oferta é estável, a tendência é que os preços deles aumentem. Isso gera o início 
do processo inflacionário. E o que é inflação? É o aumento generalizado e contínuo dos preços. 
Por essa razão, o governo define sua política monetária. Ou seja, limita a oferta de moeda em 
circulação no mercado.
 
VOCê SAbIA?
Você sabia que ao limitar a oferta de moeda no mercado, seu o preço – taxa de 
juros - se eleva? Pois é, com a elevação das taxas de juros, o acesso ao cré-
dito fica mais difícil e mais caro. O que as pessoas fazem então? Diminuem o 
consumo ou adiam a compra de um bem até que os juros caiam. A intenção do 
governo é diminuir o consumo, forçando as empresas a baratearem seus bens e 
serviços. Verifique que os consumidores, no caso do aumento das taxas de juros, 
ao invés de usarem a moeda para o consumo, usam-na para outros investimentos 
– poupança, compra de títulos, etc. Percebe-se, claramente, que a diminuição do 
consumo leva as empresas a produzirem menos. Ao produzirem menos, são obri-
gadas a dispensarparte de seus empregados. Esses empregados dispensados 
não terão renda e, portanto, não consumirão o que antes consumiam e, o que 
faz com que as empresas reduzam ainda mais seu interesse em produzir, já que 
a demanda cai. 
Então, os efeitos de uma política monetária restritiva colocam a economia em um processo de 
estagnação. Ou seja, não há crescimento. Bom, você deve estar perguntando: por que o governo 
não muda sua política monetária? A resposta não é simples e a solução menos ainda. O ideal seria 
o governo incentivar a produção para que houvesse um equilíbrio entre a oferta e a demanda. 
Surge, agora, outra pergunta: como incentivar o aumento da produção? Vamos ver:
•	 Alterando sua política tributária, para desonerar a produção;
•	 Equilibrando suas contas (política fiscal), buscando o superávit;
•	 Gerando superávit na balança comercial (exportar mais e importar menos).
Complicado? Claro que não. Leia o material indicado e pesquise.
???
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Como uma coisa puxa a outra, acima falamos que uma das alternativas para que haja incentivo 
a produção é gerar superávit na balança comercial. Surgem, então, dois novos assuntos para 
abordarmos. O que é balança comercial e quando ela se torna superavitária ou deficitária?
 
ACESSE O AMbIENtE VIRtuAl
Para lhe ajudar no entendimento, consulte o capítulo 13 do livro Princípios, de 
Economia de Francisco Mochón.
Pronto para iniciarmos novo assunto? Então vamos lá.
Caro(a) aluno(a), é momento de tratarmos sobre exportação, importação e política cambial. Para 
entendermos bem o assunto que ora iniciamos, vamos entender o que é uma economia fechada e 
uma economia aberta. Esses dois conceitos são importantes para entendermos o comércio inter-
nacional.
Você lembra quais são os agentes econômicos? Vamos recordar: os trabalhadores, os empresá-
rios, o governo e o setor externo são agentes econômicos. Para começar, vamos imaginar um sis-
tema econômico com a participação apenas dos trabalhadores e empresários. Esse é o chamado 
sistema fechado e sem governo. E por que fechado? Por que não há setor externo. Nesse caso, 
não existem relações comerciais e financeiras com outros países e sem governo, porque não há 
o setor público. É claro que esse exemplo é hipotético. Evidentemente, que não existe nenhum 
país assim. E o que é uma economia aberta? Em uma economia aberta, o país mantém relações 
comerciais e financeiras com outros países. O conjunto desses países constitui o setor externo.
E O QuE SIgNIfICAM ESSAS RElAçõES COMERCIAIS? 
Os países compram e vendem o que produzem para seus parceiros comerciais. Nas exportações, 
o país vende parte do que produz para outros países e nas importações o país compra parte dos 
bens e serviços produzidos em outros países.
E o que significa saldo da balança comercial? O saldo da balança comercial é a diferença entre 
as exportações e as importações. E quando a balança comercial está equilibrada, deficitária ou 
superavitária. Resposta simples? A balança comercial está equilibrada quando as exportações 
são iguais às importações. É deficitária quando as importações são maiores que as exportações e 
é superavitária quando as exportações são maiores que as importações.
 
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guARDE ESSA IDEIA!
Bom, tudo isto nos remete a fazer um questionamento. De que forma o país pode 
gerar superávit em sua balança comercial? Adotando políticas que incentivem a 
formação de parcerias comerciais, formulando adequadamente sua política cam-
bial, incentivando as empresas a melhorarem a qualidade dos bens e serviços 
produzidos, entre outras tantas.
Assim, podemos dizer que o comércio internacional deve ser o objetivo das nações, definindo um 
cenário de competições igualitárias entre as indústrias nacionais e estrangeiras. É fundamental, 
nesse sentido, a ação do governo, promovendo uma política industrial de longo prazo e abertura 
econômica graduada, que não venha a trazer perdas, mas sim benefícios para a nação.
Fica como sugestão, continue lendo o capítulo 13 do livro Princípios de Economia, de Francisco 
Mochón. Aprofunde e aprimore seus conhecimentos.
VISItE A PágINA
Consulte também sobre o comportamento do balanço de pagamentos do Brasil, 
sumário metodológico de toda a estrutura, disponível no link.
Imagino que evoluímos bastante e que você começa a se familiarizar com esse “bicho de sete 
cabeças” chamado economia. Viu como é fácil entendê-la? Observou que é possível entender 
claramente suas oscilações em um dado momento? Percebeu como o governo pode interferir di-
retamente? Muito bom!
Agora, vamos conversar um pouco sobre a taxa de câmbio e como ela influencia o desempenho da 
balança comercial. Lembre-se que é muito importante você compreender essa relação.
No Brasil, antes da reforma econômica, o governo estabelecia a cotação da moeda referência, o 
dólar americano, em relação ao real. Com as mudanças efetivadas, o governo adotou o câmbio 
flutuante. E o que é o câmbio flutuante? Como já abordamos nas outras unidades, a moeda é um 
produto como outro qualquer. Vimos, também, quais as funções da moeda. Lembra? Bom, com o 
câmbio flutuante o mercado é quem determina a cotação do real em relação ao dólar. Como isso é 
possível? Imagine que há uma grande quantidade de dólar no mercado. Qual a tendência? O Real 
se valorizar em relação ao dólar. E por quê? A velha lei da oferta e procura. Imagine que há uma 
pequena quantidade de dólar no mercado e uma demanda alta por essa moeda. Qual a tendência? 
O dólar se valorizar em relação ao Real. Novamente, a lei da oferta e da procura. Ficou claro?
http://www.bcb.gov.br/sddsp/balpagam_p.htm
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E O gOVERNO, PARA EQuIlIbRAR A bAlANçA COMERCIAl O QuE fAZ?
Simples. Retira ou coloca dólar no mercado. Você deve estar se perguntando: o que tem a ver a 
quantidade de dólar no mercado com a balança comercial? Vamos lá. Não é difícil entender.
Dentro de uma nação, as transações se realizam com a mesma moeda, são as transações internas. 
No entanto, no comércio internacional são utilizadas diferentes moedas. Daí surge à necessidade 
de converter uma moeda em outra, isto é, fazer o câmbio como forma de facilitar os intercâmbios 
comerciais. Logo, a taxa de câmbio é o mecanismo pelo qual essa troca é possível, ou seja, é a 
expressão do número de unidades da moeda nacional por unidade de moeda estrangeira. Sua va-
riação altera diversas variáveis econômicas, sobretudo aquelas relacionadas ao comércio exterior. 
Isso mesmo, os países trocam entre si bens e serviços. No comércio internacional, não há apenas 
uma moeda a ser empregada para pagamento das transações. Todavia, ao se fecharem as referi-
das transações, o saldo é contabilizado em uma única moeda. Em outras palavras, é necessário 
que exista alguma forma de conversão.
A operação conhecida como taxa de câmbio faz a conversão da moeda nacional em moeda estran-
geira. O número de unidades necessárias, em moeda doméstica, para adquirir uma unidade em 
moeda estrangeira tem sido regulado pela taxa de câmbio.
 
ExEMPlO
Taxa de câmbio do Real em relação ao dólar = 2,20 (assim, entregam-se R$ 2,20 para se obter US$ 
1,00).
O governo, alterando a taxa de câmbio, ou seja, a relação entre as moedas vai interferir automati-
camente na dinâmica das relações comerciais do país, uma vez que modifica a posição dos preços 
internacionais.
Imagine que a taxa de câmbio seja: R$ 1,00 = US$ 1,00, o Brasil consegue exportar 1.000 tonela-
das de aço; num segundo momento, o governo brasileiro altera a taxa de câmbio para: R$ 2,00 = 
US$ 1,00, o Brasil, a essa nova taxa, consegue exportar 2.000 toneladas de aço, pois quem pos-
suía dólares teve seu poder de compra ampliado. Esse fato ocorre porque a alteração da taxa de 
câmbio tornou a moeda brasileira desvalorizada, ou seja, mais “barata” em relação à estrangeira 
e, consequentemente, nossos produtos caíram de preço no mercado internacional, tornando-se 
mais “atrativos” no exterior, resultando no aumento das exportações.
No Brasil, a taxa de câmbio representa o preço,em moeda nacional, de uma unidade de moeda 
estrangeira. O aumento dessa taxa representa uma desvalorização e o oposto uma valorização.
O sistema cambial, ou regime cambial, é definido pela regra estabelecida para a formação da taxa 
de câmbio. Existem, fundamentalmente, dois tipos de taxa de câmbio: 
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fixa: que é administrada pelo Banco Central (autoridade monetária) do país, rege a oferta e a 
demanda de moedas estrangeiras. A autoridade monetária estabelece, assim, a taxa de câmbio 
que considera a mais conveniente para a economia.
flutuante: regime cambial flexível, no qual a autoridade monetária não tem compromisso algum 
para apoiar determinada taxa. A oferta e a demanda de divisas são quem determinam a taxa de 
câmbio praticada. Lembra-se do que falamos? O preço da moeda depende da oferta e da demanda.
ACESSE O AMbIENtE VIRtuAl
Consulte e reflita sobre o tema abordado no capítulo 5 do livro Economia Brasi-
leira, disponível na biblioteca virtual.
Imagino que você agora entende o que é balança comercial e como a taxa de câmbio interfere na 
ampliação ou diminuição do comércio internacional. Viu que um assunto que parecia complicado 
tornou-se inteligível?
Não pare por aí. Leia, pesquise, reflita.
 
PAlAVRAS DO PROfESSOR
Chegamos ao final da Unidade III. Você conheceu a macroeconomia e seus objetos de estudos. 
Esses conhecimentos são importantes para compreender como funciona a economia de um país, 
o que leva uma economia a crescer ou não, quais as razões que conduzem a um processo inflacio-
nário e como as políticas econômicas do governo podem estimular ou não o crescimento do país.
Lembre-se, caso haja alguma dúvida, faça contato com o seu tutor e não deixe de ler o material 
recomendado.
Grande abraço, bons estudos e sucesso!