Buscar

ENADE PSICOPATOLOGIA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Unidade Curricular: Psicofarmacologia
Docente: Profa. Ms. Ana Claudia Arantes Yamashiro
Discente: Ana Paula Soares Saraiva 
Curso: Psicologia - Bacharelado
Turma: 2017.1 (A)
QUESTÃO 27 (ENADE 2018)
Em campanha contra a medicalização da vida e da educação, o Conselho Federal de Psicologia lançou um caderno com discussões e orientações sobre o tema. No Brasil, o metilfenidato, substância prescrita para crianças e adolescentes com a pretensão de se tratar o Transtorno por Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) na escola, subiu de 70 000 caixas vendidas em 2000 para dois milhões de caixas em 2010, colocando o Brasil como segundo maior consumidor dessa droga no mundo, atrás somente dos Estados Unidos da América.
Disponível em: <www.medicalizacao.com.br>. Acesso em: 19 jul. 2018 (adaptado).
Nesse contexto, avalie as afirmações a seguir.
I. O diagnóstico de TDAH estabelecido pelo psiquiatra e, geralmente, validado pelo psicólogo sem que haja qualquer questionamento opera como um dispositivo de verdade que contribui para o uso crescente do metilfenidato.
II. Ao receber o encaminhamento de uma criança diagnosticada com TDAH, cabe ao psicólogo estabelecer terapêuticas que facilitem o ajustamento dessa criança no contexto escolar.
III. O psicólogo deve fomentar a reflexão da comunidade escolar acerca dos padrões acadêmicos exigidos de crianças e adolescentes, problematizando a culpabilização do sujeito e a sua estigmatização.
IV. Ao corroborar indiscriminadamente com os laudos médicos, o psicólogo contribui com a ideia, amplamente difundida, da eficácia do metilfenidato para fins de alterações comportamentais e de aprendizagem, desconsiderando os efeitos colaterais dessa substância.
Parte 1 (Objetiva): É correto apenas o que se afirmar em
A I e II.
B II e III.
C III e IV.
D I, II e IV.
E I, III e IV.
Parte 2 (Dissertativa): Justifique a correção e a incorreção de cada afirmação, utilizando, para tanto, referências bibliográficas devidamente pesquisadas e citadas.
I. O diagnóstico de TDAH estabelecido pelo psiquiatra e, geralmente, validado pelo psicólogo sem que haja qualquer questionamento opera como um dispositivo de verdade que contribui para o uso crescente do metilfenidato. Está correta, pois o diagnostico do psiquiatra/medico é visto como uma verdade absoluta, que não cabe questionamentos, pois é considerada uma como ciência que tem poder sobre o anormal. Assim, discursos ou dispositivos de poder psiquiátricos são constituídos para transformar comportamentos diferentes em patologias de modo que possam agir sobre os corpos, autorizadamente. Quando se tratando de TDAH, o diagnóstico é clínico, pois não existem exames laboratoriais que possam comprovar a patologia. Desse modo, qualquer pessoa pode facilmente receber o diagnóstico deste transtorno mental e uma prescrição para tratamento medicamentoso. Há uma parceria entre psiquiatras e a indústria farmacêutica, com isso podemos observar o aumento de diagnósticos e medicamentos e um discurso de medicalização. 
II. Ao receber o encaminhamento de uma criança diagnosticada com TDAH, cabe ao psicólogo estabelecer terapêuticas que facilitem o ajustamento dessa criança no contexto escolar. Errada, cabe a escola traça estratégias para o ajustamento dessa criança no contexto escolar. A escolar tem que se adequar as necessidades daquele aluno e as didáticas que serão trabalhadas na escola.
III. O psicólogo deve fomentar a reflexão da comunidade escolar acerca dos padrões acadêmicos exigidos de crianças e adolescentes, problematizando a culpabilização do sujeito e a sua estigmatização. Correta, é comum que as escolas encaminhem seus alunos para outros serviços especializados, como: neurologia, psiquiatria, psicologia ou psicopedagogia, em busca de encontrar para o aluno uma patologia que justifique o seu mau desempenho ou comportamento. Tentando justificar a dificuldade de aprendizagem do aluno, mas não uma discussão coletiva em torno dos problemas pedagógicos da escola, uma análise coletiva da prática educacional e do sistema de ensino. 
Cabe então ao psicólogo fomentar essa discussão perante aquela comunidade, levando a reflexão.
O psicólogo além das teorias, que são alicerces para uma formação esclarecedora, crítica e reflexiva deve entender com as crianças e com os professores as necessidades que estes têm todos os dias. Para ajudá-los a desmistificar o papel dos psicólogos e levar essa reflexão da melhor forma possível.
A dinâmica e as estruturas do mundo psíquico são universais, a Psicologia teoriza sobre o desenvolvimento universal das crianças, e assim qualquer criança que não se desenvolva como as demais será considerada como tendo um problema. O objetivo é que a Psicologia se liberte das práticas individualizadas e patologizantes e caminhe para uma atuação que contribua de forma mais efetiva e mais ampla para a melhoria da qualidade da Educação.
IV. Ao corroborar indiscriminadamente com os laudos médicos, o psicólogo contribui com a ideia, amplamente difundida, da eficácia do metilfenidato para fins de alterações comportamentais e de aprendizagem, desconsiderando os efeitos colaterais dessa substância. Correto, pois as práticas psicológicas reducionistas colaborar com o crescimento da venda de medicamentos, já que os psicólogos acabam não questionando o laudo médico. Verifica-se na bula que o uso dessa substancia pode acarretar insônia, cefaleia, taquicardia, alterações da pressão arterial, tontura, náusea, irritabilidade e dependência física ou psíquica, os efeitos psíquicos e comportamentais em crianças não estão claramente estabelecidos. Os indivíduos sofrem as consequências da medicação e se tornam potencialmente dependentes.
Rondônia obteve o maior consumo de metilfenidato no triênio (2009-2011) da região noite. entre 2003 e 2005, em Santa Catarina houve cinco casos de intoxicações relatadas no CIT/SC11, sendo quatro por tentativa de suicídio e uma por ingestão acidental.
Referencias:
Conversações em Psicologia e Educação. Comissão de Psicologia e Educação do CRP-RJ [org.]. Rio de Janeiro: Conselho Regional de Psicologia 5ª Região, 2016. Acesso em: http://www.crprj.org.br/site/wp-content/uploads/2016/10/livro_psicologia_educacao.pdf
MARTINHAGO, Fernanda. TDAH e Ritalina: neuronarrativas em uma comunidade virtual da Rede Social Facebook. Ciênc. Saúde coletiva, Rio de Janeiro, v. 23, n. 10, p. 3327-3336, Oct. 2018. Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232018001003327&lng=en&nrm=iso>. access on  31  Mar.  2020.  https://doi.org/10.1590/1413-812320182310.15902018.
SAPIA, Iuna Pereira Medicalização na educação: a neurologia na construção dos diagnósticos de distúrbios de aprendizagem. Porto Velho, Rondônia, 2013.

Continue navegando