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OBRIGAÇÕES ALTERNATIVAS

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OBRIGAÇÕES 
ALTERNATIVAS
Arts. 252 a 256 do CC
Prof. Mayara M. Magalhães
OBRIGAÇÕES ALTERNATIVAS
É aquela que tendo objeto composto (dois ou mais objetos) é considerada 
cumprida com a entrega de qualquer das prestações.
“Apesar da pluralidade de prestações possíveis e distintas, estas se excluem no 
pressuposto de que apenas uma delas deverá ser satisfeita”, claro, mediante a 
escolha do credor ou do devedor.
“São duas prestações distintas, independentes, das quais uma tem que ser 
cumprida, ficando a escolha ao arbítrio do devedor, ou, anormalmente do credor”
Exemplo: “A pagará a dívida perante B, mediante a entrega de 200.000 reais OU de 
um apartamento nesse valor. O devedor exonera-se do débito quando oferece 
uma das prestações “
Art. 252, CC: “Nas obrigações alternativas, a escolha 
cabe ao devedor, se outra coisa não se estipulou”.
DIREITO DE ESCOLHA
A obrigação alternativa só estará em condições de ser cumprida depois de 
definido o objeto a ser prestado. O que acontecerá no ato da escolha.
Como verificado no artigo, respeita-se em primeiro lugar, a vontade das 
partes. Não havendo estipulação ou presunção em contrário - ou seja, nada 
obsta que as partes, no contrato, atribuam a escolha ao devedor, ao credor 
ou a um terceiro de confiança de ambos -, a escolha caberá ao devedor.
O direito de opção transmite-se aos herdeiros, quer pertença ao devedor, 
quer ao credor.
Art. 252, §1º, CC: “Não pode o devedor obrigar o credor 
a receber parte em uma prestação e parte em outra”.
Ex: Se se obriga a entregar duas sacas de café ou duas sacas de 
arroz, não poderá compelir seu credor a receber uma saca de café 
e uma de arroz. Há neste artigo a indivisibilidade do pagamento.
Art. 252, §2º, CC: “Quando a obrigação for de 
prestações periódicas, a faculdade de opção poderá ser 
exercida em cada período”
Na obrigação de trato sucessivo (mensais, anuais), a cada 
período, o titular do direito de opção poderá fazer uma escolha 
distinta.
Ex. Se ao credor “A” é facultada a escolha mensal entre 1kg de 
feijão ou 1kg de farinha de trigo, a cada mês poderá pleitear ao 
devedor “B” a entrega de uma dessas opções.
Art. 252, §3º, CC: “No caso de pluralidade de optantes, 
não havendo acordo unânime entre eles, decidirá o 
juiz, findo o prazo por este assinado para a 
deliberação”.
Inovação do CCB/02: a concentração é 
atribuída ao magistrado.
Art. 252, § 4º Se o título deferir a opção a terceiro, e 
este não quiser, ou não puder exercê-la, caberá ao juiz 
a escolha se não houver acordo entre as partes.
CONCENTRAÇÃO
Fase em que a obrigação alternativa, originariamente plural, é convertida em 
obrigação simples pela determinação do objeto a ser prestado.
● Concentração: Escolha
● Tornar o objeto conjunto em singular.
● A escolha compete ao devedor, mas pode ser atribuída ao credor, 
terceiro,conjunto de pessoas.
● Se o terceiro se recusar ou o conjunto de pessoas não for unânime, o juiz 
escolherá.
● Nas obrigações periódicas: renova a concentração a cada vencimento
● A concentração uma vez feita, é irretratável ( não há como voltar atrás), 
SALVO se em contrário dispuserem as partes ou a lei.
O contrato deve estabelecer prazo para o exercício da opção. 
Se não o fizer, o devedor será notificado, para efeito de sua constituição em 
mora. Esta não o priva, entretanto, do direito de escolha, salvo se a convenção 
dispuser que passa ao credor; 
Abre-se ao credor a viabilidade de propor uma ação condenatória para o 
exercício da opção:
Art. 800, NCPC: “Nas obrigações alternativas, quando a escolha couber ao devedor, esse será 
citado para exercer a opção e realizar a prestação dentro de 10 dias, se outro prazo não lhe foi 
determinado em lei ou em contrato”.
Não cumprindo a obrigação dentro do prazo, a opção será devolvida, em 
caráter definitivo, ao credor.
Se a escolha couber ao credor e este quedar-se inerte, aplica-se o art. 342, 
CC:
 “Se a escolha da coisa indeterminada competir ao credor, será ele citado para esse fim, sob 
cominação de perder o direito e de ser depositada a coisa que o devedor escolher (...)”.
IMPOSSIBILIDADE DAS PRESTAÇÕES
Art. 253, CC: “Se uma das prestações não puder ser objeto de 
obrigação ou se tornado inexequível, subsistirá o débito quanto à 
outra”.
● Impossibilidade parcial (de uma das prestações)
● Sem culpa de qualquer das partes.
● Concentração do débito na prestação subsistente independentemente da 
vontade das partes.
● Ex: não se fabrica mais uma das coisas que o devedor se obrigou a entregar.
Com culpa do devedor:
● Escolha atribuída ao devedor: concentração do débito na prestação 
subsistente (art. 253, CC).
● Escolha cabe ao credor: o titular do direito (credor) poderá exigir a 
prestação remanescente ou o valor da que se impossibilitou, além de 
perdas e danos (Art. 255, 1ª parte, CC).
Art. 255. Quando a escolha couber ao credor e uma das prestações tornar-se impossível por 
culpa do devedor, o credor terá direito de exigir a prestação subsistente ou o valor da 
outra, com perdas e danos; (...) 
Sem culpa do devedor: extingue-se a obrigação
Art. 256, CC: “Se todas as prestações se tornarem impossíveis sem culpa do devedor, extinguir-se-
á a obrigação”.
● As partes retornam ao estado originário: resolução do pacto pela perda 
superveniente do objeto.
Com culpa do devedor:
a) Escolha atribuída ao devedor: deverá pagar o valor da prestação que por 
último se impossibilitou, além das perdas e danos (art. 254, CC).
Art. 254. Se, por culpa do devedor, não se puder cumprir nenhuma das prestações, não competindo ao credor a escolha, ficará 
aquele obrigado a pagar o valor da que por último se impossibilitou, mais as perdas e danos que o caso determinar.
b) Escolha atribuída ao credor: poderá este exigir o valor de qualquer das 
prestações, além das perdas e danos.
VALOR DE QUALQUER PRESTAÇÃO + PERDAS e DANOS

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