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Paciente 50 anos 170 cm, 115 kg, casado há 30 anos, tendo em sua prole 3 filhos, 4 netos, morador do Estado de Santa Catarina, trabalhou por 35 anos na indústria, na linha de produção e acabamento do produto, se aposentou recentemente. Foi levado ou Hospital Municipal de Rio Grande da Serra com vômitos, dor epigástrica, e dor em membros superiores, após queda da própria altura. Chegando ao serviço, imediatamente verificaram a pressão arterial 200 mmHg X 160 mmHg, saturação de 92%, realizaram o eletrocardiograma e observaram um supradesnivelamento da onda ST seguido do aparecimento da onda Q. Solicitaram também o exame de sangue e obtiveram os resultados. CK-Mb 10 mg/L Mioglobina 150 mg/l Troponinas: (cTnI : 1,0mg/L) Feito o diagnóstico, colocaram máscara de Venturi com oferta de O 2 de 100%, administrado morfina 5mg, nitroglicerina 5ug/mim em infusão contínua, heparina 80 U/Kg em bolus. Durante a terapia observaram que o pé esquerdo do paciente estava caído, fizeram Rx do de membro inferior do paciente. O médico solicita ao paciente uma densitometria óssea onde diagnostica osteoporose avançada em fêmur esquerdo, osteopenia em fêmur direito e coluna lombar. Como intervenção terapêutica sugere uma cirurgia de artroplastia total de quadril, com diagnóstico de fratura de fêmur. A esposa relata ao médico que há 8 meses seu marido, vem apresentando alguns episódios de vômitos (ele sempre atribuiu à alimentação), dores de cabeça, confusão mental e sonolência. Fez exames de sangue e só constou anemia. Esses sintomas começaram acontecer após o programa de reeducação alimentar que está inserido, e já obteve a eliminação de 75 kg (pesava 190 kg). O médico solicita exame de urina e identifica a presença de Ácido Delta aminolevulínico ALA –U, e no exame de urina identifica uma hipocalemia. Qual (s) exame (s) pode ser solicitado para ajudar no diagnóstico? É necessário realizar um exame de dosagem de chumbo no sangue para constatar a exposição e intoxicação por chumbo devido a anos de exposição no ambiente ocupacional e dosagem de zinco-protoporfirina nas hemácias está aumentada na carência de ferro e no envenenamento pelo chumbo, e o exame de fluorescência de raio-x para detectar o acúmulo de chumbo nos ossos, além de dosar os níveis de glicemia, sódio, magnésio, cálcio, verificar a função renal. No caso do paciente, foi descartado a insuficiência renal no momento, mas deve-se ser observado, caso fosse detectado a insuficiência renal seria na verdade uma hipercalemia. Quais são os diagnósticos possíveis para esse paciente? De acordo com o quadro clínico detectou-se Intoxicação crônica por chumbo, porém um possível diagnóstico poderia ser insuficiência renal, o paciente pode vir a apresentar insuficiência respiratória, falta de ar, devido a saturação que chegou a 100% de oxigênio, realizando uma gasometria arterial para verificar a saturação de O2, os níveis de eletrólitos para verificar a função cardíaca, devido o chumbo também causar insuficiência cardíaca, Verificar Ph, hco3 (bicarbonato) anion gap( ag) e agravando o quadro para hipercalemia. Qual tratamento sugerido frente ao diagnóstico sugerido? O tratamento com quelantes, dependendo dos sintomas, são os mais indicados devido ter ação antagonista formando ligações químicas fortes e estáveis com o chumbo facilitando sua excreção do organismo através da urina. A quelação é realizada com ácido 2,3-dimercapto-succínico oral. Existem também outros quelantes: a d-penicilamina (oral), o EDTA e o dimercaprol (injetáveis). Os níveis de chumbo acima de 70 µg/dL são considerados uma emergência clínica, e o tratamento envolve a administração intravenosa de EDTA, que é perigoso porque o chumbo ligado ao EDTA é tóxico para os rins. Existe uma causa primária para esses acometimentos ou são fatos isolados? Se sim justifique a resposta. Sim, a primeira causa para o quadro clínico seria a intoxicação crônica por chumbo devido aos 35 anos de exposição ocupacional, a alteração alimentar que ocasionou a perda de peso 190kg para 115kg foi um fator que agravou o quadro, pois quando o mesmo estava com um peso mais elevado os sintomas não eram tão visíveis e com a perda de peso foram agravados (níveis de chumbo aceitáveis são de 25 mg/kg), quando o paciente perde peso sem um tratamento pode eliminar o chumbo os níveis provavelmente ultrapassaram dos níveis aceitáveis. Todos os outros acontecimentos fazem parte do quadro de intoxicação por chumbo.
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