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Brasília-DF. 
Introdução à EngEnharIa dE 
SEgurança do trabalho
Elaboração
Paulo Rogério Albuquerque de Oliveira
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
Sumário
APRESENTAÇÃO ................................................................................................................................. 5
ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA .................................................................... 6
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 8
UNIDADE I
ASPECTOS GERAIS DA SAÚDE DO TRABALHADOR ................................................................................. 11
CAPÍTULO 1
UM POUCO DE HISTÓRIA ........................................................................................................ 11
CAPÍTULO 2
SEGURANÇA DO TRABALHO NO BRASIL E NO MUNDO ............................................................ 19
CAPÍTULO 3
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL E LEGISLAÇÃO SOBRE SEGURANÇA DO TRABALHO NO BRASIL .......... 25
CAPÍTULO 4
REGULAMENTAÇÃO E ATRIBUIÇÕES DA EST ............................................................................. 35
UNIDADE II
ASPECTOS CONSTITUCIONAIS DA SAÚDE DO TRABALHADOR ................................................................ 38
CAPÍTULO 1
CRFB-1988: ULTRAPASSAGEM DE PARADIGMA ........................................................................ 38
CAPÍTULO 2
GERAÇÕES DE SAÚDE DO TRABALHADOR .............................................................................. 46
CAPÍTULO 3
AGRAVOS RELACIONADOS AO TRABALHO .............................................................................. 53
UNIDADE III
FATORES DE RISCOS DO MEIO AMBIENTE DO TRABALHO ...................................................................... 60
CAPÍTULO 1
RISCOS FÍSICOS E QUÍMICOS ................................................................................................. 62
CAPÍTULO 2
RISCOS BIOLÓGICOS, ERGONÔMICOS MECÂNICOS (ACIDENTES) ......................................... 68
UNIDADE IV
ACESSO A DADOS E ESCRITURAÇÃO FISCAL SOBRE SST (ESOCIAL) ....................................................... 79
CAPÍTULO 1
ACIDENTALIDADE E OBSERVATÓRIO ........................................................................................ 79
CAPÍTULO 2
E-SOCIAL ............................................................................................................................... 81
CAPÍTULO 3
SERVIÇOS ESPECIALIZADOS E PROGRAMAS DE SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHADOR ....... 92
PARA (NÃO) FINALIZAR ................................................................................................................... 101
REFERÊNCIAS ................................................................................................................................ 102
5
Apresentação
Caro aluno
A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se 
entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. 
Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela 
interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da 
Educação a Distância – EaD.
Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade 
dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos 
específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém 
ao profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a 
evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.
Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo 
a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na 
profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira.
Conselho Editorial
6
Organização do Caderno 
de Estudos e Pesquisa
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em 
capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos 
básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam tornar 
sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta para 
aprofundar seus estudos com leituras e pesquisas complementares.
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos 
Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes 
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor 
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita 
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante 
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As 
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Sugestão de estudo complementar
Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, 
discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.
Atenção
Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a 
síntese/conclusão do assunto abordado.
7
Saiba mais
Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões 
sobre o assunto abordado.
Sintetizando
Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o 
entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.
Para (não) finalizar
Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem 
ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.
8
Introdução
Engenheiro de segurança é todo engenheiro ou arquiteto que possui curso de especialização 
em Engenharia de Segurança do Trabalho (EST). Atua na gestão da saúde do trabalhador 
nas empresas dos mais diversos segmentos, visando reduzir as perdas e danos humanos e 
materiais, quanto às máquinas, equipamentos, instalações e ao meio ambiente.
No Brasil, a profissão é regulamentada pela Lei no 7.410, de 27 de novembro de 1985, que 
dispôs sobre a especialização, em nível de pós-graduação, de engenheiros e arquitetos, 
em engenharia de segurança do trabalho. Regulamentado pelo Decreto no 92.530, de 
09 de abril de 1986, pela Resolução CONFEA 359/1995, nos termos definidos pela 
Classificação Brasileira de Ocupação (CBO).
Figura 1. Regulamentação, Competência e Atribuições Engenharia de Segurança do Trabalho (EST).
Lei 7.410/1985
Decreto Nº 92.530/1986 
Resolução Confea 359/1991
Resolução Confea 1.073/2016
Resolução Confea 473/2016
Resolução Confea 473/2017_Anexo
CBO - 2149-15 -EST 
Fonte: próprio autor.
Pela CBO no 2149-15 - Engenheiro de Segurança do Trabalho, descrevem-se as 
responsabilidades: 
 » assessora empresas industriais e de outro gênero em assuntos relativos 
à segurança e higiene do trabalho, examinando locais e condições 
de trabalho, instalações em geral e material, métodos e processos de 
fabricação adotados pelo trabalhador, para determinar as necessidades 
dessas empresas no campo da prevenção de acidentes;
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 » inspeciona estabelecimentos fabris, comerciais e de outro gênero, 
verificando se existem riscos de incêndios, desmoronamentos ou outros 
perigos, para fornecer indicações quanto às precauções a serem tomadas;
 » promove a aplicação de dispositivos especiais de segurança, como óculos 
de proteção, cintos de segurança, vestuário especial, máscara e outros, 
determinando aspectos técnicos funcionais e demais características, 
para prevenir ou diminuir a possibilidade de acidentes; Engenheiro de 
Segurança do Trabalho - CBO 0-28.40;
 » adapta os recursos técnicos e humanos, estudando a adequação da 
máquina ao homem e do homem à máquina,para proporcionar maior 
segurança ao trabalhador; 
 » executa campanhas educativas sobre prevenção de acidentes, 
organizando palestras e divulgações nos meios de comunicação, 
distribuindo publicações e outro material informativo, para conscientizar 
os trabalhadores e o público, em geral; 
 » estuda as ocupações encontradas num estabelecimento fabril, comercial 
ou de outro gênero, analisando suas características, para avaliar a 
insalubridade ou periculosidade de tarefas ou operações ligadas à 
execução do trabalho; 
 » realiza estudos sobre acidentes de trabalho e doenças profissionais, 
consultando técnicos de diversos campos, bibliografia especializada, 
visitando fábricas e outros estabelecimentos, para determinar as causas 
desses acidentes e elaborar recomendações de segurança.
O curso está estruturado com a seguinte grade de disciplinas e cargas horárias:
Figura 2. Grade de disciplinas. 
Introdução à Engenharia de Segurança do Trabalho - 20
Ergonomia - 30
Gerência de Riscos - 60
Higiene do Trabalho - Riscos Físicos no ambiente de Trabalho - 50
Higiene do Trabalho - Riscos Químicos no ambiente de Trabalho -50
O Ambiente e as Doenças do Trabalho - 50
Proteção Contra Incêndios e Explosões - 60
Administração Aplicada a Engenharia de Segurança do Trabalho - 30
Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações I - 50
Higiene do Trabalho - Riscos Biológicos no ambiente de Trabalho - 50
10
Psicologia da Engenharia de Segurança do Trabalho - 20
Legislação Aplicada à Engenharia de Segurança do Trabalho - 20
Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações II - 30
Proteção do Meio Ambiente - 50
Documentação para a Engenharia de Segurança do Trabalho - 30
Projeto Final: Metodologia da Pesquisa e Monografia - 20
Total: 620h
Fonte: <http://www.posest.com.br/>
Objetivos
 » Contextualizar e apresentar a grade curricular deste curso, com a 
introdução das respectivas disciplinas. 
 » Inserir o aluno no campo do conhecimento relacionado à EST.
 » Informar sobre as nuances jurídico-político-científicas, relacionadas à EST.
 » Expor os objetivos da EST em alinhamento ao negócio da organização, como 
instrumento em prol do meio ambiente saudável (estratégias necessárias). 
 » Debater sobre as Responsabilidades do Engenheiro de Segurança do 
Trabalho.
 » Informar as atribuições e responsabilidades da EST. 
 » Introduzir sobre as responsabilidades civil e penal.
 » Informar sobre as entidades públicas e privadas dedicadas à prevenção 
de acidentes.
 » Introduzir sobre definições básicas de Risco e Perigo.
 » Discutir referenciais teóricos da incapacidade laboral e sua tipologia.
http://www.posest.com.br/
11
UNIDADE IASPECTOS GERAIS DA 
SAÚDE DO TRABALHADOR
CAPÍTULO 1
Um pouco de história
Os acidentes e doenças relacionadas ao trabalho são antigos e a sua origem está 
vinculada ao surgimento do trabalho: ao longo de toda a História, as condições do 
ambiente de trabalho têm causado incapacidades e mortes para um grande número de 
trabalhadores (MATTOS; MÁSCULO, 2011). Observe:
 » Na Antiguidade, essa associação foi encontrada em papiros antigos, 
no Império Babilônico e em escrituras greco-romanas. Nesse período, 
predominava o conceito de fenômenos de origem mágico-religiosa e, 
posteriormente, naturalista. 
 » No Egito, há registros de 2360 a.C., como o Papiro Seler II e o Anastasi 
V, sendo este último conhecido como “Sátira dos Ofícios”, de 1.800 
a.C., no qual estão evidenciados problemas relativos à insalubridade, 
periculosidade e penosidade dos profissionais à época (MATTOS; 
MÁSCULO, 2011).
 » Em 1750 a.C., o código de Hamurabi trazia em seu bojo cerca de 281 artigos 
a respeito das relações de trabalho, família, propriedade e escravidão. Um 
deles, em especial, tratava da pena de morte ao arquiteto que projetasse 
uma casa que desmoronasse e causasse a morte de seus ocupantes.
 » As civilizações greco-romanas não tinham interesse em estudar o trabalho 
em si, uma vez que essa área era de competência dos escravos. Entretanto, 
houve estudos relevantes, como o tratado de Hipócrates, Sobre os Ares, 
Águas e Lugares, no século IV a.C., cujo conteúdo indicava ao médico 
a relação entre ambiente e saúde, bem como descreveu um quadro de 
intoxicação saturnina em um mineiro. No séc. I a.C., o naturalista romano 
Plínio escreve um tratado chamado História Natural, evidenciando 
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UNIDADE I │ ASPECTOS GERAIS DA SAÚDE DO TRABALHADOR
o aspecto dos trabalhadores expostos a chumbo, mercúrio e poeira 
(MATTOS; MÁSCULO, 2011).
 » No período entre o apogeu do Império Romano e o final da Idade Média, 
poucos relatos foram encontrados sobre doenças. Porém, nessa época, 
foram criadas ordens hospitalares para prestar atendimento a enfermos 
(MATTOS; MÁSCULO, 2011).
A sociedade feudal caracterizava-se pela produção de bens e serviços efetuados pelo 
trabalho servil e artesanal. Mas qual era a relação de servidão com o acúmulo de capital? 
Os camponeses não eram trabalhadores livres e não possuíam direito de propriedade 
ou de venda de sua força de trabalho em troca de salário, onde quer que estivessem. 
O senhor feudal e o clero exigiam os dízimos e impostos, pouco se importando com o 
estado de saúde de seus subalternos. A assistência ao doente ou inválido era arcada 
pela família, pois o trabalho e as doenças decorrentes disso não eram objetos de 
regulamentação e interferência do Estado (VASCONCELOS; OLIVEIRA, 2011). O artesão 
era capaz de realizar todas as tarefas do ofício, conhecendo o início e o fim do trabalho, 
não o distanciando de seu objeto de atuação, o que ocorrerá na Revolução Industrial. 
Após anos, apenas em 1473, Ulrich de Elsborg desenvolveu o estudo sobre vapores 
metálicos, em que há o descritivo de sinais e sintomas de envenenamento ocupacional 
por monóxido de carbono, chumbo, mercúrio e ácido nítrico, além de sugerir medidas 
preventivas (MATTOS; MÁSCULO, 2011).
Até o final do século XV, muitas pesquisas tratavam de doenças causadas por agentes 
químicos, como o estudo completo De Re Metallica (George Bauer ou Georgius Agricola, 
Inglaterra), que se compõe de: problemas relacionados às atividades de extração e 
fundição de prata e ouro; acidentes de trabalho; doenças comuns entre mineiros; e 
meios de prevenção (MATTOS; MÁSCULO, 2011).
Já no início do século XVIII, o mundo do trabalho sofreu grandes transformações 
com o surgimento de novos estudos pela Europa e, por conseguinte, com as grandes 
contribuições para a medicina do trabalho, como a obra De Morbis Artificum Diatriba, 
de Bernadino Ramazzini. Em seu estudo, o autor descreveu as doenças, os riscos e as 
precauções relacionados a 50 profissões da época. É considerado o pai da medicina do 
trabalho (MATTOS; MÁSCULO, 2011).
No final do XVIII e início do século XIX, ocorre na Europa a Revolução Industrial, 
inicialmente na Inglaterra, França e Alemanha, tendo como marcos a invenção da 
máquina a vapor por James Watts (1784) e a publicação polêmica de Adam Smith da 
obra Riqueza das nações (1776), apontando as vantagens econômicas na divisão do 
trabalho (MATTOS; MÁSCULO, 2011).
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ASPECTOS GERAIS DA SAÚDE DO TRABALHADOR │ UNIDADE I
Nesse espectro, a forma de fabricação industrial caracterizou-se por: 
1. Divisão técnica do trabalho. 
2. Uso intensivo de máquinas do dono da empresa. 
3. Uso de energia motriz capaz de movimentar um conjunto de máquinas. 
A operação das máquinas gerava uma divisão técnica do trabalho 
e as atividades passaram a ser parceladas, com tarefas divididas, 
exigindo movimentos de partes específicas do corpo do trabalhador 
(VASCONCELOS; OLIVEIRA, 2011).
Com o furor causado pela Revolução Industrial, houve grande aumento da produtividade 
e ampliação do consumo de bens pela sociedade em geral, necessitando de mais mão 
de obra para conduzir as máquinas. Para isso,foram empregadas mulheres, homens e 
crianças (a partir dos 6 anos), em condições de trabalho degradadas, como jornada de 
trabalho prolongada, ruído exacerbado, más condições de higiene no local de trabalho, 
somando-se a esses aspectos o elevado número de acidentes e adoecimentos (MATTOS; 
MÁSCULO, 2011).
A indústria capitalista demandou legiões de trabalhadores e trouxe consigo efeitos 
devastadores, como alta frequência de mortes, epidemias e mutilações, contudo, 
em função disso, várias leis começaram a ser editadas, principalmente na França e 
Inglaterra (VASCONCELOS; OLIVEIRA, 2011).
A situação só se modificou com os movimentos sociais de trabalhadores, que obrigaram 
legisladores e políticos a repensar o papel do Estado na regulação das condições de 
trabalho nas fábricas. Desta forma, em 1802, foi aprovada a Lei da Preservação da Saúde 
e da Moral dos Aprendizes e de Outros Empregados, constituindo-se, portanto, na 
primeira legislação de amparo e proteção aos trabalhadores. E aí foi feita uma comissão 
de inquérito do parlamento britânico, que estabelecia a jornada diária de trabalho de 
12 horas, proibia o trabalho noturno e obrigava a ventilação e lavagem das paredes das 
fábricas pelos empregadores (MATTOS; MÁSCULO, 2011).
As ações dessa comissão parlamentar resultaram na primeira legislação no campo da 
saúde do trabalhador, a Factory Act (Lei das Fábricas), que, apoiada pela sociedade 
britânica, obrigou todos os empregadores a proibirem o trabalho noturno para menores 
de 18 anos e montarem escolas para menores de 13 anos. Além disso, a idade mínima 
para o trabalho passou a ser de 9, e não mais de 6 anos, e o desenvolvimento físico do 
trabalhador menor deveria ser avaliado por um médico. No mesmo ano, a Lei Operária 
foi aprovada na Alemanha (MATTOS; MÁSCULO, 2011).
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UNIDADE I │ ASPECTOS GERAIS DA SAÚDE DO TRABALHADOR
A Factory Act tomou por base o conselho de Baker, que foi um médico contratado 
por um industrial inglês, Robert Derham, em 1830, para estudar a melhor forma 
de preservar a saúde dos trabalhadores de sua fábrica. Após seu estudo, Baker 
sugeriu que Derham contratasse um médico que visitasse a fábrica diariamente 
e estudasse a influência do trabalho na saúde dos trabalhadores – aqui foi criado 
o ensaio do primeiro serviço médico industrial do mundo. Quatro anos depois, 
Baker foi nomeado inspetor médico do parlamento inglês. A criação da legislação 
ocupacional na Inglaterra contou também com a contribuição de Charles Turner 
Thackrah, em 1830, quando ele publicou um livro sobre doenças ocupacionais.
Quando os trabalhadores começaram a ser contratados maciçamente pela via salarial, 
costumava-se pagá-los por produção, e as jornadas de trabalho eram muito mais longas 
do que as atuais – podiam atingir de 16 a 18 horas seguidas – e, comumente, eram 
empregadas crianças e mulheres para realizar tarefas árduas, fato gerador de duras 
críticas por parte das primeiras associações formadas por trabalhadores (primeiros 
sindicatos, por assim dizer). A partir daí, obteve-se a melhoria das condições de trabalho 
e o advento das primeiras leis no século XVIII, que se consolidariam especialmente 
no século XIX, em alguns países da Europa, como França e Inglaterra, e nos Estados 
Unidos da América (MATTOS; MÁSCULO, 2011).
No auge da Revolução Industrial, muitos artesãos habilitados foram contratados e 
mantiveram suas tradições e regras de ofício até a difusão da “organização científica do 
trabalho”, por Frederic Taylor, a partir do século XX. Dessas tradições e regras de ofício, 
partiram muitos marcos regulatórios que determinariam a organização do trabalho 
e cuidados aos riscos profissionais para a saúde do trabalhador (VASCONCELOS; 
OLIVEIRA, 2011).
A transição ocorreu com as profundas transformações provocadas pelo taylorismo 
e fordismo. O fordismo desencadeou a 2ª Revolução Industrial quando Henry Ford 
estabeleceu, em sua montadora de carros nos Estados Unidos, o gerenciamento científico 
de Taylor, valorizando todas as formas de intensificação das tarefas e automação 
industrial (VASCONCELOS; OLIVEIRA, 2011), instituindo a produção em série e o 
consumo em massa. Aqui o trabalhador entra como uma equipagem merecedora de 
processos de análise seletiva na sua inserção na indústria. Nessa condição, a manutenção 
da sua saúde destina-se a evitar o absenteísmo por meio de práticas de medicina, 
psicologia, higiene industrial, com vias de não interferir na produtividade e no lucro. 
Leia o artigo “Fordismo, taylorismo e toyotismo: apontamentos sobre suas 
rupturas e continuidades”, de Érika Batista, disponível em nossa biblioteca virtual. 
15
ASPECTOS GERAIS DA SAÚDE DO TRABALHADOR │ UNIDADE I
A partir do século XX, algumas organizações criaram resoluções e convenções na 
tentativa de melhorar as condições de trabalho e atendimento à saúde em todos os 
países membros que tivessem aderido às referidas convenções. Estamos falando das 
organizações multigovernamentais tais como a ONU e suas afiliadas: OIT (Organização 
Internacional do Trabalho) e OMS (Organização Mundial da Saúde) (MATTOS; 
MÁSCULO, 2011).
Em 1979, foi retomado o movimento sindical no Brasil, e várias entidades tiveram acesso 
às informações das empresas, prontuários, laudos e exames médicos de trabalhadores 
para constituir dossiês e instigar a discussão das suas condições de vida e trabalho, 
divulgando essas informações na imprensa e estações de rádio e de televisão daquela 
época (MATTOS; MÁSCULO, 2011).
É importante ressaltar que esse movimento deu fruto a uma obra pioneira na integração 
das atividades sindicais com a pesquisa em saúde e área jurídica: “De que adoecem e 
morrem os trabalhadores”, organizado pelo médico Herval Ribeiro e Francisco Lacaz. 
Obras como essa foram fruto de pesquisas organizadas pelos sindicatos para melhoria 
de base técnica em defesa dos direitos dos trabalhadores (MATTOS; MÁSCULO, 2011).
Muitos sindicalistas conseguiram espaço com direito a voto nos processos de criação e 
retificação das normas regulamentadoras, bem como a participação nos embrionários 
Conselhos-Centros de Referência em Saúde do Trabalhador (MATTOS; MÁSCULO, 2011).
O movimento de redemocratização e a abertura cultural e política, aliados ao intercâmbio 
entre entidades ambientalistas, pesquisadores, sindicatos e outros intelectuais da época, 
resultaram na inserção de leis de proteção ao meio ambiente e saúde do trabalhador na 
Constituição Federal de 1988 e em legislações estaduais (MATTOS; MÁSCULO, 2011).
Essa pressão incisiva, fomentada pelos sindicatos sobre os parlamentares e 
Administração Pública, foi em sua maioria integrada por categorias de trabalhadores 
atreladas diretamente às atividades econômicas com dependência direta dos recursos 
naturais, das águas, compostos químicos, além de trabalhadores rurais, sem-terra e 
extrativistas (MATTOS; MÁSCULO, 2011). Ora, essas categorias possuíam a real 
dimensão dos impactos ambientais e da saúde dessas atividades econômicas. 
Você sabia que a implantação da NR 5 começou, de fato, nas plantas industriais 
químicas e refinarias de petróleo? Em 1990, multiplicaram-se casos de 
contaminação por exposição a compostos químicos, em que as doenças mais 
prevalentes apresentadas foram leucemia e outros tipos de cânceres. Na indústria 
química, trabalhadores e comunidade em volta desses complexos industriais são 
expostas à toxicidade variada dos insumos, produtos e subprodutos efluentes. 
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16
UNIDADE I │ ASPECTOS GERAIS DA SAÚDE DO TRABALHADOR
Por isso, a preocupação da comunidade veio se somar ao foco ocupacional, e a 
noção de perigo foi cada vez mais agregada ao conhecimento dos sindicalistas 
sobre os riscos químicos para a saúde humana e ambiental. 
Os problemas de saúde ocupacional pioraram com a 2ª Revolução Industrial,advinda 
pela descoberta da eletricidade e motor de explosão, culminando no surgimento de 
várias obras que tratavam da situação do mundo do trabalho naquela época, como o 
livro O Capital, de Karl Marx, que trata principalmente dos mecanismos de acumulação 
de capital pelos empregadores por meio da mais-valia, além de descrever a exploração 
da mão de obra na Inglaterra. Nesse período, a enfermeira italiana Florence Nightingale 
publicou, em 1861, “Notas sobre a enfermagem para as classes trabalhadoras”, tornando-
se pioneira em sua área de atuação. 
Diante do quadro preocupante, muitos países do continente europeu aprovaram leis 
sobre a reparação de acidentes e doenças profissionais, como a Alemanha (1884), 
Inglaterra (1897), França (1898), Portugal (1913) e, no continente americano, os 
Estados Unidos (1911) (MATTOS; MÁSCULO, 2011).
Em 1900, foi criada a Internacional Association for Labour Legislation – embrião 
da OIT, que seria formalmente criada após 19 anos. As duas primeiras convenções 
internacionais sobre o trabalho, especificamente sobre trabalho noturno das mulheres 
e eliminação de fósforo branco da indústria de máquinas, foram originadas em 
conferências diplomáticas realizadas em Berna, na Suíça (1905). A medicina do trabalho 
foi reconhecida enquanto especialidade somente em 1954. 
Os movimentos mundiais pela conscientização do papel fundamental da saúde do 
trabalhador foram motivadores para o trabalho em conjunto da OIT e OMS de tal 
modo que, na década de 1950 do século passado, uma comissão conjunta foi formada 
para tratar da saúde ocupacional, na Suíça, e, desde essa época, o tema tem sido 
debatido em vários encontros da Conferência Internacional do Trabalho (MATTOS; 
MÁSCULO, 2011).
Na história brasileira colonial e imperial, a mão de obra escrava teve uma importância 
central no panorama econômico, perfazendo um total de 400 anos de trabalho escravo. 
Diferentemente do que imaginamos, naquela época, surgiu uma prática de medicina do 
trabalho dirigida aos escravos com um foco do que hoje seria a zootecnia ou medicina 
veterinária: o escravo era considerado mercadoria animal, cujo senhorio era proprietário 
de corpo físico, da liberdade e da prole do escravo por toda eternidade.
Considerando a escravidão em larga escala nas Américas, o mercado de escravos 
organizou-se de maneira distinta do mercado de força de trabalho desenvolvido no modo 
17
ASPECTOS GERAIS DA SAÚDE DO TRABALHADOR │ UNIDADE I
capitalista industrial. A visibilidade da doença do trabalho se perdia em um mundo de 
extrema violência e crueldade, o que se configuraria num massacre moral extremo e 
desastre epidêmico (VASCONCELOS; OLIVEIRA, 2011). Quando doentes, os escravos 
eram tratados por seu valor patrimonial, caso houvesse interesse do proprietário, caso 
não sobrevivesse, era substituído por outro hígido. 
Segundo Vasconcelos e Oliveira (2011), a medicina do trabalho no Brasil surge como 
aquela assistência à saúde dos escravos por meio de práticas de medicina veterinária 
aplicadas aos seres humanos em cativeiro. Algumas leis foram promulgadas para 
amenizar o sofrimento dos escravos durante o Império, culminando com a Lei Áurea, 
em 1888. 
Pouco se diferenciava as condições de trabalho no Brasil com aquelas encontradas 
na Europa, quando do advento da indústria em território nacional. Com aumento da 
atividade fabril, principalmente em São Paulo, os movimentos sociais pressionaram o 
Estado à criação de legislação trabalhista em 1917, ainda que rudimentar, e também uma 
lei sobre acidentes de trabalho em 1919. Aqui, a Revolução Industrial foi tardia, assim 
como em toda América Latina, lá pelos idos dos anos de 1930, tendo-se a promulgação 
da Consolidação das Leis do Trabalho (1943), por Getúlio Vargas, como marco principal 
do século XX (MATTOS; MÁSCULO, 2011).
A 8ª Conferência Nacional de Saúde e seus desdobramentos na Assembleia Nacional 
Constituinte, bem como a criação do Sistema Único de Saúde, advieram dos ideais e bases 
teóricas fomentados pela Epidemiologia Social. Ela apresentou avanços tecnológicos 
importantes na América Latina, desde o final da década de 1970, tendo grande reflexo 
na saúde pública brasileira. 
A ênfase no processo de produção estimulou a expansão conceitual da “Saúde 
Ocupacional” para “Saúde dos Trabalhadores”, paralela à implantação de políticas 
de saúde coerentes com esse novo marco. Em paralelo, a pauta da saúde ambiental 
ganhava espaço nas esferas políticas do mundo inteiro. Após a Rio 92, no Brasil, o 
campo da saúde ambiental teve uma abertura maior não apenas ao debate específico 
sobre o saneamento básico e as doenças infectocontagiosas, mas também ao enfoque 
de problemáticas a respeito de agrotóxicos, metais pesados, contaminação das águas 
para consumo humano, ambiente urbano, além de outros. Isso representaria os 
primeiros passos para o delineamento de uma política de saúde ambiental consistente 
(RIGOTTO, 2003).
Do ponto de vista institucional, as questões ambientais, tradicionalmente relacionadas 
à saúde no Brasil – numa preocupação quase que exclusiva de instituições voltadas ao 
saneamento básico (água, esgoto, lixo etc.) –, estiveram, durante muitos anos, pautadas 
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UNIDADE I │ ASPECTOS GERAIS DA SAÚDE DO TRABALHADOR
nas propostas do Governo e atreladas a diversos campos internos do aparelho de 
Estado, notadamente em alguns ministérios, como o da Saúde e do Interior, secretarias 
estaduais e municipais, além de algumas universidades. A partir da década de 1970, 
com a piora dos problemas ambientais gerados pelo crescimento industrial, novas 
instituições surgiram ou foram criadas, como a Companhia Estadual de Tecnologia 
em Saneamento Ambiental (CETESB) e a Fundação Estadual de Engenharia do Meio 
Ambiente (FEEMA). Essas instituições contribuíram para o desenvolvimento de ações de 
monitoramento e controle da poluição ambiental, sem sequer ter ligação com o sistema 
de saúde. Em outra via, a elaboração de novas teorias e abordagens que renovavam esse 
aporte institucional estava latente no mundo acadêmico – estando majoritariamente 
associado a outras organizações civis no bojo da luta pela redemocratização do país 
(TAMBELINNI; CÂMARA, 1998). 
Com o crescimento da saúde do trabalhador, a partir do final da década de 1970, e 
durante toda a década de 1980, ficou explícito o elo existente entre essas questões e 
o sistema de saúde, abrindo o caminho para a incorporação de uma saúde ambiental 
moderna no setor. O período anterior à realização da Conferência das Nações Unidas 
sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (UNCED), em 1992, no Rio de Janeiro, 
também corroborou para aumentar as preocupações com os problemas de saúde 
relacionados ao ambiente. Além disso, esse período pode ser caracterizado pelo 
crescimento dos movimentos ecológicos – ONGs e outras formas organizadas de luta 
da sociedade civil pela preservação do ambiente e da saúde –, que ganharam dia após 
dia mais publicidade. Esse desenrolar de fatos históricos concatenados demonstra e 
explicita o convencimento do meio político e social a respeito da importância da questão 
ambiental em seus desdobramentos para a saúde humana, atingindo todo o planeta 
também (TAMBELINNI; CÂMARA, 1998). 
O SUS resulta de movimentos inusitados na área de saúde do trabalhador: influencia 
a organização da saúde do trabalhador na rede pública como direito universal e dever 
do Estado, incorpora princípios institucionais nas legislações estaduais, introduz o 
conceito ampliado de saúde do trabalhador – diferente dos conceitos reducionistas 
de medicina do trabalho e saúde ocupacional –, e vislumbra a saúde como elemento 
central na proteção dos trabalhadores diante das imposições econômicas e sociais dos 
processos de trabalho historicamente arraigados (VASCONCELOS; OLIVEIRA, 2011).
Assista aos vídeos disponíveis no HTML: 
Módulo 1 - Aspectos Históricos, Formais e Conceituais da EST - PARTE 1
Módulo 1 - AspectosHistóricos, Formais e Conceituais da EST - PARTE 2
19
CAPÍTULO 2
Segurança do trabalho no Brasil 
e no mundo
Essa evolução expõe o histórico da engenharia de segurança do trabalho e como ela 
estava se tornando mais relevante em diferentes setores econômicos. Além disso, faz uma 
jornada com os precursores dessa disciplina que a levou a ser formalizada como ciência 
e profissão. A começar pela Antiguidade e Idade Média. Os escravos desempenharam 
um papel importante nas atividades produtivas do mundo antigo, porque foram eles 
que executaram as tarefas mais árduas e arriscadas. Pode-se até dizer que o trabalho 
sempre esteve associado à escravidão e ao esforço físico. 
Figura 3. Os escravos desempenharam um papel importante nas atividades produtivas do mundo antigo.
Fonte: <http://www.reporteroindustrial.com/temas/Historia-de-la-Seguridad-Industrial+97385?pagina=1>.
O Egito é uma das civilizações do mundo antigo que teve notáveis inovações em saúde 
e segurança do trabalhador. Por exemplo, no Egito, arreios, sandálias e andaimes foram 
usados como implementos de segurança. Esses dispositivos foram usados pelos escravos 
que se dedicaram a construir as pirâmides e esfinges que adornavam a cidade egípcia. 
Figura 4. O Egito é uma das civilizações do mundo antigo que teve inovações notáveis na área de segurança e 
saúde ocupacional.
Fonte:<http://www.reporteroindustrial.com/temas/Historia-de-la-Seguridad-Industrial+97385?pagina=1>
20
UNIDADE I │ ASPECTOS GERAIS DA SAÚDE DO TRABALHADOR
A era dos avanços importantes para os trabalhadores na Grécia ocorreu entre os séculos 
VI e IV a.C. onde o trabalho diferenciado foi desenvolvido com a construção da Grande 
Acrópole. As maiores contribuições em medicina ocupacional na Grécia foram no 
campo do trabalho de minas e de doenças envenenadas. O pai da medicina, Hipócrates 
(460-370 a.C) escreveu um tratado sobre as doenças dos mineiros, a quem recomendou 
tomar banhos higiênicos para evitar a saturação de chumbo. 
384-322 a.C. Aristóteles, filósofo e naturalista grego, também interveio na saúde 
ocupacional de seu tempo, porque estudou certas deformações físicas produzidas 
pelas atividades ocupacionais, levantando a necessidade de prevenção. Ele também 
investigou doenças causadas por envenenamento por chumbo.
62 -113 d.C. Em Roma, a toxicidade do mercúrio foi descrita por Plinio e Galeno, 
referindo-se aos perigos do manuseio de enxofre e zinco e enunciou vários padrões 
preventivos para trabalhadores em minas de chumbo e mercúrio. Por exemplo, ele 
recomendou aos mineiros o uso de respiradores fabricados com a bexiga de animais. 
Sendo Roma o berço da lei e da jurisprudência, além das leis de conduta e proteção da 
propriedade privada, também foram tomadas medidas legais sobre a saúde, como a 
instalação de banheiros públicos e a proteção dos trabalhadores.
130-200 d.C. Outra figura notável de Roma foi Galeno, que depois de Hipócrates é 
considerado o médico mais importante do mundo antigo no Ocidente. Galeno estudou as 
doenças dos mineiros, curtidores e gladiadores. Também menciona doenças associadas 
a vapores de chumbo e doenças respiratórias em trabalhadores de minas. 
Renascimento. Na França, as primeiras universidades foram fundadas no século X e as 
primeiras leis que protegem os trabalhadores também emergem. Seria nas leis que os 
primeiros avanços em direção à formalização da segurança do trabalho fossem suportados.
1413-1417. As “Ordenações da França” são determinadas para garantir a segurança da 
classe trabalhadora.
1473. Na Alemanha, um panfleto de Ulrich Ellenbaf é publicado, apontando algumas 
doenças ocupacionais. Este seria o primeiro documento impresso sobre segurança e um 
dos primeiros textos sobre saúde ocupacional.
Na Renascença, frontispício da era moderna, dois homens - Agrícola e Paracelso - 
descrevem em suas obras, doenças ocupacionais e seus respectivos sistemas de proteção, 
fazendo importantes contribuições para a higiene ocupacional.
Idade Moderna. Kircher escreve Mundus Subterraneus, no qual ele descreve alguns 
sintomas e sinais das doenças dos mineiros, como tosse, dispneia e caquexia.
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ASPECTOS GERAIS DA SAÚDE DO TRABALHADOR │ UNIDADE I
1665: Walter Pope publica transações filosóficas em que ele se refere às doenças dos 
mineiros produzidos por envenenamento com mercúrio.
Ramazzini estabeleceu um precedente muito importante no campo da saúde ocupacional, 
mas com a indústria nascente do século XVIII, o interesse dos cientistas concentrou-se 
nos aspectos técnicos do trabalho primeiro e depois da segurança, para que a saúde 
ocupacional passasse por um período de latência até o final do século XIX. 
Figura 5. A saúde ocupacional atravessaria um período de dormência até o final do século XIX.
Fonte:<http://www.reporteroindustrial.com/temas/Historia-de-la-Seguridad-Industrial+97385?pagina=1>
Revolução Industrial. 1500 - Século XVIII. As indústrias manuais progrediram, graças à 
criação da manivela, às bombas de água e à lançadeira volantes de Kay (teares primitivos).
1736 -1819. James Watt inventa a máquina a vapor, aperfeiçoando os artefatos acima 
mencionados e, assim, inicia o processo de mecanização dos sistemas de produção e 
transporte. 
Figura 6. Locomotiva primitiva - máquina a vapor. 
Fonte:<http://www.reporteroindustrial.com/temas/Historia-de-la-Seguridad-Industrial+97385?pagina=1>
22
UNIDADE I │ ASPECTOS GERAIS DA SAÚDE DO TRABALHADOR
Laboriosamente, os ofícios foram substituídos pela produção em massa. Os agricultores 
migrantes não receberam o salário que esperavam, mas foram forçados a trabalhar 
em condições subumanas porque não tinham outra opção. Como o número de 
migrantes excedeu a capacidade das cidades, a densidade populacional aumentou 
e, como resultado, superlotou e proliferaram doenças e epidemias. As condições de 
saúde e segurança eram mínimas, em parte por causa do número de trabalhadores, 
mas principalmente por causa da falta de uma cultura de segurança eficiente, tanto por 
parte dos trabalhadores, quanto por empregadores. Dois terços dos trabalhadores eram 
mulheres e crianças que, além de serem exploradas, não dispunham das condições de 
segurança necessárias, de modo que muitas crianças e mulheres sofriam ferimentos, 
mutilações ou morriam em acidentes trágicos, mas recorrentes.
Devido a esta situação dolorosa, foram introduzidas leis para proteger os trabalhadores. 
1778. Na Espanha Carlos III deu o edital de proteção contra acidentes. 
1802. O parlamento inglês dá a regulamentação do trabalho nas fábricas que limita o dia 
de trabalho e estabelece níveis mínimos de higiene, saúde e educação dos trabalhadores.
Especificamente no campo da EST, cronologicamente se destacam: em 1802, o 
parlamento inglês por meio de uma comissão de inquérito, aprovou a 1a Lei de Proteção 
aos Trabalhadores: lei de saúde e moral dos aprendizes, estabelecendo limite de 12 horas 
de trabalho/dia, proibindo o trabalho noturno. Obrigava os empregadores a lavarem as 
paredes das fábricas 2 vezes ao ano e tornava obrigatório a ventilação desses locais. Por 
volta de 1831, na Inglaterra, uma Comissão Parlamentar de Inquérito, elaborou um 
cuidadoso relatório, que concluía da seguinte forma:
Diante dessa Comissão Parlamentar desfilou longa procissão de 
trabalhadores homens e mulheres, meninos e meninas, abobalhados, 
doentes, deformados, degradados na sua qualidade humana, cada 
um deles é clara evidência de uma vida arruinada. Um quadro vivo 
da crueldade humana do homem para com o homem, uma impiedosa 
condenação imposta por aqueles que, detendo em suas mãos poder 
imenso, abandonam os fracos à capacidade dos fortes. 
Avançando, entre 1844 e 1848 a Grã-Bretanha aprova as primeiras leis específicas de 
segurança do trabalho e saúde pública. Virando o século há a criação da Organização 
Internacional do Trabalho (OIT) em 1919, tendo o Brasil comparecido como membro 
fundador. 
1828. Robert Owen lança um programa parao melhoramento ambiental, educacional 
e moral dos trabalhadores. Dois anos depois, Robert Backer propôs que um médico 
fizesse uma visita diária às fábricas.
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ASPECTOS GERAIS DA SAÚDE DO TRABALHADOR │ UNIDADE I
1841. A lei do trabalho para crianças surge.
1844. Leis aparecem que protegem as mulheres. Em Manchester, as máquinas 
operavam sem proteção. E não seria até 1877 quando se ordenou colocação de guardas 
às máquinas, basicamente o que a NR-12 obriga no Brasil em 1978.
As leis similares já contemplado em 1855 aspectos, tais como a ventilação e de proteção 
de túneis em desuso, sinalização, a utilização de pressão e adequado para válvulas de 
caldeiras a vapor, e os indicadores de requisitos e travões no caso dos dispositivos de 
equipamento de elevação.
Karl Marx (1818-1883) e Frederic Engels (1820-1895), que estavam interessados nos 
direitos dos trabalhadores, são os promotores de sindicalização poderia servir como um 
canal para melhorar as condições de trabalho, incluindo a segurança. Pode-se dizer isso 
além estrutura política das propostas socialistas marxistas e Engels, a transcendência 
de suas ideias tem sido inegável reformas trabalhistas na Europa e na América. 
Isso é tão que em 4 de maio de 1886 ocorreu a Revolta de Chicago, que culminou com 
o estabelecimento justo de 8 horas de trabalho.
1848. Legislação de saúde foi iniciada para a indústria. Dois anos depois, as inspeções 
começaram a verificar o cumprimento dos regulamentos, que teriam apoio legal. 
O primeiro sistema de extinção de incêndios foi implementado por Frederic Grinnell 
em 1850 nos Estados Unidos.
1867. Uma lei que nomeia inspetores em fábricas foi promulgada. 1868. As leis de 
compensação dos trabalhadores aparecem. Max von Pettenkofer (1818-1901) fundou o 
primeiro Instituto de Higiene em Munique, em 1875.
1874. Inglaterra e França foram os países que lideraram a formalização da saúde e 
segurança ocupacional na Europa.
1890. A legislação que protege a sociedade e os trabalhadores contra riscos ocupacionais 
é disseminada em todo o mundo.
1911. O estado de Wisconsin aprovou a primeira lei que regula a compensação dos 
trabalhadores.
Século XX. Juntamente com todos os avanços técnicos que possibilitaram a passagem 
para o século XX com a massificação de energia elétrica ou fontes termodinâmicas em 
residências e indústrias, respectivamente. As teorias e concepções de administração 
trabalhista também colocam sua parcela no processo de formalização da segurança que 
culminou na institucionalização da segurança do trabalho.
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UNIDADE I │ ASPECTOS GERAIS DA SAÚDE DO TRABALHADOR
1918. A Universidade de Harvard foi a primeira casa de estudos superiores que concedeu 
o título de pós-graduado em Segurança e Higiene no Trabalho.
Em 1918, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) começou a operar. Outro evento 
importante foi o Tratado de Versalhes, que em sua XII seção estabeleceu princípios que 
a OIT adotaria mais tarde, de modo que em 1921 seu Serviço e Prevenção de Acidentes 
foi criado. Ainda neste ano a Escola Americana também aparece com Heinrich, 
Simonds, Grimaldi e Birds; que propôs uma abordagem analítica e preventiva aos 
acidentes. As primeiras referências sobre danos à audição humana causados pelo ruído 
são encontradas no Regimen Sanitatis Salerenitarum, que foi escrito em 1150.
Em 1960, a segurança industrial já é uma ciência e uma profissão, cujas contribuições 
para a indústria e o trabalho são valorizadas, eliminando ou minimizando os riscos 
ocupacionais, permitindo reduzir os custos econômicos que afetam a produção.
Atualmente, a segurança industrial tem gerado grande interesse por parte de 
empresários, trabalhadores e políticos. Em particular, os governos investiram dinheiro 
na disseminação de normas de segurança e na inspeção periódica de empresas, fábricas 
e indústrias por meio de várias agências de controle.
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Módulo 1 - Aspectos Históricos, Formais e Conceituais da EST - PARTE 3
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CAPÍTULO 3
Revolução Industrial e legislação sobre 
segurança do trabalho no Brasil
Em torno de 1760 surge a Revolução Industrial na Inglaterra, com o aparecimento das 
máquinas de tecelagem movidas a vapor (tear mecânico). Pode-se dividi-la em 4 fases:
 » 1ª Fase: 1760 a 1830, circunscrita à Inglaterra. Surgiram as primeiras 
máquinas movidas a vapor.
 » 2ª Fase: 1830 a 1900, amplia-se para Europa e América, a partir das 
novas formas de energia: hidrelétricas e novos combustíveis (gasolina). 
 » 3ª Fase: 1900 a 1950 com as várias inovações: energia atômica, meios de 
comunicação rápida, produção em massa com o advento dos computadores
 » 4ª Fase: 1950 aos dias atuais, embasada na internet e sua convergência 
com o mundo físico.
As figuras seguintes esquematizam tais fases:
Figura 7. Revoluções Industriais. 
Revoluções
1ª 2ª 3ª 4ª
Característica
Produção manual para 
mecanizada
Manufatura em massa
Conhecimento acessível em 
todo planeta
Mudanças profundas em 
toda sociedade
Tecnologia
Criação de máquinas a 
vapor
Eletricidade, fontes de 
energia fósseis
Eletrônica, computadores e 
internet
Convergência entre o mundo 
físico, o biológico e digital
Quando
Final do século XVIII e início 
do século XIX
Segunda metade do século 
XIX
Após segunda metade do 
século XX
Século XXI em curso
Fonte: USP - Universidade de São Paulo. <https://jornal.usp.br/tecnologia/4a-revolucao-industrial-rompe-limites-entre-digital-
fisico-e-biologico/>
A indústria 4.0 (4ª Fase) permite a automação e a integração de todas as etapas 
de produção, ao passo que exige trabalhadores críticos, flexíveis, qualificados e, 
principalmente, abertos a novos aprendizados. Cenário no qual as ferramentas digitais 
trazem novos paradigmas para o setor industrial, os profissionais também precisam 
26
UNIDADE I │ ASPECTOS GERAIS DA SAÚDE DO TRABALHADOR
mudar e se adaptar. A EST deve se ajustar a este futuro, que já se vislumbra no presente, 
com os empregos ante à quarta Revolução Industrial – Indústria 4.0.
Figura 8. Indústria 4.0
4ª Revolução Industrial
1760 a 1840 1850 a 1945 1950 a 2000 Dias atuais
Fatos 
Históricos
Inglaterra das maquinas a 
vapor, que impulsionam o 
crescimento da indústria 
têxtil e de ferro. Em 1825 
o engenheiro George 
Stepheson, o pai das 
ferrovias, lança a primeira 
locomotiva a vapor do mundo
Avanços industriais (química, 
elétrica, petróleo, aço) 
permitem invenções como o 
navio a vapor, a prensa móvel, 
energia elétrica, o telefone, 
carro e produção em massa 
de bens de consumo. 1906, 
o brasileiro Alberto Santos 
Dumont decola com sucesso, 
o avião 14-Bis
O período entre pós- guerra 
e a virada do milênio foi 
marcado por transformações 
profundas na produção e pela 
rapidez do desenvolvimento 
de novas tecnologias, que 
mudaram a indústria, as 
economias e a sociedade. 
Uma das mais importantes foi 
a internet
O conceito de Indústria 4.0 
foi criado pelos alemães 
em 2011. Ele se refere às 
chamadas fábricas inteligentes 
que reúnem inovações 
tecnológicas em automação, 
controle e tecnologia da 
informação para aprimorar os 
processos de manufatura
Fonte: CNI. <http://www.conexaoramonbarros.com/2016/07/futuro-do-emprego-e-industria-40-sao.html>
Em terras brasileiras, a história da EST seguiu a seguinte cronologia. Já na primeira 
carta magna republicana de 1891, logo após declaração de independência em 1889, 
teve início a preocupação prevencionista com o Decreto no 1.313/1891 que tratava da 
proteção ao trabalho dos menores, que diz (fragmentos grifados):
DECRETO no 1.313, DE 17 DE JANEIRO DE 1891. Estabelece 
providências para regularizaro trabalho dos menores empregados nas 
fábricas da Capital Federal. 
O Generalíssimo Manoel Deodoro da Fonseca, Chefe do Governo 
Provisório da República dos Estados Unidos do Brazil, attendendo à 
conveniência e necessidade de regularizar o trabalho e as condições 
dos menores empregados em avultado número de fábricas existentes 
na Capital Federal, a fim de impedir que, com prejuízo próprio e da 
prosperidade futura da pátria, sejam sacrificadas milhares de crianças, 
Decreta:
[...]
Art. 2o Não serão admitidas ao trabalho effectivo nas fábricas 
crianças de um e outro sexo menores de 12 annos, salvo, 
a título de aprendizado, nas fábricas de tecidos as que se acharem 
comprehendidas entre aquella idade e a de oito annos completos. 
http://www.conexaoramonbarros.com/2016/07/futuro-do-emprego-e-industria-40-sao.html
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ASPECTOS GERAIS DA SAÚDE DO TRABALHADOR │ UNIDADE I
[...]
Art. 4o Os menores do sexo feminino de 12 a 15 annos e os do sexo 
masculino de 12 a 14 só poderão trabalhar no máximo sete horas 
por dia, não consecutivas, de modo que nunca exceda de quatro horas 
o trabalho contínuo, e os do sexo masculino de 14 a 15 annos até nove 
horas, nas mesmas condições. Dos admittidos ao aprendizado nas 
fábricas de tecidos só poderão occupar-se durante três horas os de 8 a 
10 annos de idade, e durante quatro horas os de 10 a 12 annos, devendo 
para ambas as classes ser o tempo de trabalho interrompido por meia 
hora no primeiro caso e por uma hora no segundo. 
Art. 5o E’ prohibido qualquer trabalho, comprehendido o da limpeza 
das officinas, aos domingos e dias de festa nacional, bem assim das 6 
horas da tarde às 6 da manhã, em qualquer dia, aos menores de ambos 
os sexos até 15 annos. 
[...]
Art. 10. Aos menores não poderá ser commettida qualquer operação 
que, dada sua inexperiência, os exponha a risco de vida, tais como: a 
limpeza e direcção de machinas em movimento, o trabalho ao lado de 
volantes, rodas, engrenagens, correias em acção, em summa, qualquer 
trabalho que exija da parte delles esforço excessivo. 
Art. 11. Não poderão os menores ser empregados em depósito de carvão 
vegetal ou animal, em quaisquer manipulações directas sobre fumo, 
petróleo, benzina, ácidos corrosivos, preparados de chumbo, sulphureto 
de carbono, phosphoros, nitro-glycerina, algodão-polvora, fulminatos, 
polvora e outros misteres prejudiciaes, a juizo do inspector. 
[...]
Sala das sessões do Governo Provisório, 17 de janeiro de 1891, 3o da 
Republica.
Manoel Deodoro da Fonseca. 
José Cesario de Faria Alvim. 
Em alguns aspectos, essa pioneira normativa ainda parece ser atual às situações laborais 
existentes em alguns rincões do Brasil. O Decreto no 3.724, de 15/1/1919, anterior 
mesmo a Previdência Social que é de 1923, foi a primeira lei brasileira sobre acidentes 
de trabalho. De tão importante, vale à pena transcrevê-la:
DECRETO No 3.724, DE 15 DE JANEIRO DE 1919. Regula as obrigações 
resultantes dos accidentes no trabalho. O Presidente da República 
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UNIDADE I │ ASPECTOS GERAIS DA SAÚDE DO TRABALHADOR
dos Estados Unidos do Brasil: Faço saber que o Congresso Nacional 
decretou e eu sancciono a resolução seguinte:
TITULO I - DOS ACCIDENTES NO TRABALHO
Art. 1o Consideram-se accidentes no trabalho, para os fins da 
presente lei: Ia) o produzido por uma causa súbita, violenta, externa e 
involuntária no exercício do trabalho, determinado lesões corporaes ou 
perturbações funccionaes, que constituam a causa única da morte ou 
perda total, ou parcial, permanente ou temporária, da capacidade para 
o trabalho; I b) a moléstia contrahida exclusivamente pelo exercício do 
trabalho, quando este fôr de natureza a só por si causal-a, e desde que 
determine a morte do operário, ou perda total, ou parcial, permanente 
ou temporária, da capacidade para o trabalho. 
Art. 2o O accidente, nas condições do artigo anterior, quando occorrido 
pelo facto do trabalho ou durante este, obriga o patrão a pagar uma 
indemnização ao operário ou a sua família, exceptuados apenas os 
casos de força maior ou dolo da própria victima ou de estranhos. 
Art. 3o São considerados operários, para o effeito da indemnização, 
todos os indivíduos, de qualquer sexo, maiores ou menores, uma vez que 
trabalhem por conta de outrem nos seguintes serviços: construcções, 
reparações e demolições de qualquer natureza, como de prédios, 
pontes, estradas de ferro e de rodagem, linhas de tramways electricos, 
rêdes de esgotos, de illuminação, telegraphicas e telephonicas, bem 
como na conservação de todas essas construcções; de transporte carga 
e descarga; e nos estabelecimentos industriais e nos trabalhos agrícolas 
em que se empreguem motores inanimados. 
[...] 
TITULO II - DA INDEMNIZAÇÃO
Art. 5o A indemnização será calculada segundo a gravidade das 
consequências do accidente, as quaes podem ser: 
morte;
a. incapacidade total e permanente para o trabalho;
b. incapacidade total e temporária;
c. incapacidade parcial e permanente;
d. incapacidade parcial e temporária.
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ASPECTOS GERAIS DA SAÚDE DO TRABALHADOR │ UNIDADE I
[...] 
Art. 8o Em caso de incapacidade total e permanente, a indemnização 
a ser paga à victima do accidente consistirá em uma somma igual à 
do seu salário de três annos. 
[...]
Art. 13. Em todos os casos o patrão é obrigado a prestação 
de soccorros médicos e pharmaceuticos, ou sendo necessários, 
hospitalares, desde o momento do accidente. 
[...]
Art. 16. As indemnizações a que esta lei obriga serão pagas no logar do 
estabelecimento em que occorreu o accidente, sendo que as diárias serão 
pagas semanalmente. Em caso de morte, o pagamento aos beneficiários 
será feito após a apresentação de todos os documentos necessários, que 
serão indicados no regulamento desta lei. 
[...]
§ 1o Não será considerada como consequência do accidente a aggravação 
da enfermidade ou a morte provocada por culpa exclusiva da 
victima. 
[...]
TITULO III - DA DECLARAÇÃO DO ACCIDENTE
Art. 19. Todo o accidente de trabalho que obrigue o operário a suspender 
o serviço ou se ausentar, deverá ser immediatamente communicado 
a autoridade policial do logar, pelo patrão, pelo próprio operário, ou 
qualquer outro. A autoridade policial comparecerá sem demora ao 
logar do accidente e ao em que se encontrar a victima, tomando as 
declarações desta, do patrão e das testemunhas, para lavrar o respectivo 
auto, indicando o nome, a qualidade, a residência do patrão, o nome, a 
qualidade, a residência e o salário da victima, o logar preciso, a hora e 
a natureza do accidente, as circumstancias em que se deu e a natureza 
dos ferimentos, os nomes e as residências das testemunhas e dos 
beneficiários da victima. 
§ 1o No quinto dia, a contar do accidente, deve o patrão enviar a 
autoridade policial, que tomou conhecimento do facto, prova de que 
fez á victima o fornecimento de soccorros médicos e pharmaceuticos 
30
UNIDADE I │ ASPECTOS GERAIS DA SAÚDE DO TRABALHADOR
ou hospitalares, um attestado médico sobre o estado da victima, as 
consequências verificadas ou prováveis do accidente, e a época em que 
será possível conhecer-lhe o resultado definitivo.
§ 2o Nesse mesmo dia a autoridade policial remetterá o inquerito, com os 
documentos a que se refere o paragrapho anterior, ao juizo competente, 
para a instauração do summario. 
[...] 
Art. 30. Revogam-se as disposições em contrário. Rio de Janeiro, 15 de 
janeiro de 1919, 98o da Independencia e 31o da República.
DELFIM MOREIRA DA COSTA RIBEIRO
Urbano Santos da Costa Araujo
Antonio de Padua Salles
No Brasil, o marco inicial da Previdência Social, foi a publicação da Lei Eloy Chaves, 
Decreto Legislativo 4.682 de 24/1/1923 (BRASIL, 1923), que criou as Caixas de 
Aposentadoria e Pensão (CAP), para os empregados das empresas ferroviárias. Durante 
a décadade 1920, as CAPs foram ampliadas, sendo instituídas, em diversos outros 
ramos, como dos portuários, marítimos, etc. As CAP eram organizadas por empresa, 
e cada uma possuía sua caixa. No início da era Vargas, na década de 1930, as 183 
CAPs existentes foram reunidas, dando origem aos Institutos de Aposentadoria e 
Pensão (IAP). 
Esses institutos eram organizados por categoria profissional. As seguintes categorias 
formaram seus IAP: Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Marítimos – IAPM, 
Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Comerciários – IAPC, Instituto de 
Aposentadoria e Pensão dos Bancários – IAPB, Instituto de Aposentadoria e Pensão 
dos Industriários – IAPI, e Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Empregados em 
Transporte de Carga – IAPTEC. Em 1953, todas às CAPs foram unificadas, por meio 
Decreto 34.586 (BRASIL, 1953), surgindo então a Caixa Nacional.
Em 1960, foi criado o Ministério do Trabalho e da Previdência Social, e aprovada a Lei 
Orgânica da Previdência Social – LOPS. Em 1967 foi criado o Instituto Nacional de 
Previdência Social (INPS), consolidando-se a unificação dos IAP.
Em 1977, foi criado o Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social, que 
contava com os seguintes órgãos: INPS – Instituto Nacional de Previdência Social, 
responsável pela administração dos benefícios; IAPAS Instituto da Administração 
Financeira da Previdência Social, responsável pela arrecadação, fiscalização e cobrança 
de contribuições; INAMPS – Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência 
Social, além da LBA – Legião Brasileira de Assistência, FUNABEM – Fundação Nacional 
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ASPECTOS GERAIS DA SAÚDE DO TRABALHADOR │ UNIDADE I
do Bem Estar do Menor, CEME – Central de Medicamentos, e DATAPREV – Empresa 
de Processamento de Dados da Previdência Social.
1941 – Em 21/4/1941, empresários fundam no Rio de Janeiro a Associação Brasileira 
para Prevenção de Acidentes (ABPA). 1943 – CLT foi aprovada pelo Decreto-Lei no 
5.452, em 1/5/1943 (entrou em vigor em 10/11/1943). Foi o instrumento jurídico que 
viria a ser prática efetiva da prevenção no Brasil.
1944 – Decreto-lei no 7.036 de 10/11/1944 promoveu a “reforma da Lei de Acidentes de 
Trabalho” (um desdobramento que contava no capítulo V do Título II da CLT).
Objetivando maior entendimento à matéria e agilizar a implementação dos dispositivos 
da CLT referentes à Segurança e Higiene do Trabalho, além de garantir a “Assistência 
Médica, hospitalar e farmacêutica” aos acidentados e indenizações por danos pessoais 
por acidentes. Este Decreto-lei, em seu artigo 82 criou as CIPAs.
1953 – Decreto-lei no 34.715, de 27/11/1953 instituiu a Semana de Prevenção de 
Acidentes do Trabalho (SPAT) a ser realizada na 4a semana de Novembro de cada ano. 
Também em 1953 a Portaria 155 regulamenta e organiza as CIPAs e estabelece normas 
para seu funcionamento.
1955 – Criada a Portaria 157, de 16/11/1955 para coordenar e uniformizar as atividades 
das SPAT. Constando a realização do Congresso anual das CIPA durante a SPAT. O Título 
do Congresso passou em 1961 para Congresso Nacional de Prevenção de Acidentes do 
Trabalho – CONPAT. A exclusão do CONPAT ocasionou a proliferação de Congressos 
e outros eventos.
1960 – A Portaria 319 de 30/12/1960 regulamenta a uso dos EPIs.
1966 – Criada conforme Lei no 5.161 de 21/10/1966 a Fundação Centro Nacional de 
Segurança Higiene e Medicina do Trabalho, atual Fundação Jorge Duprat Figueiredo 
de Segurança e Medicina do Trabalho, em homenagem ao seu primeiro Presidente. 
Hoje mais conhecida como FUNDACENTRO. A criação da FUNDACENTRO foi sem 
dúvida um dos grandes feitos na história da segurança do trabalho e partir de ações da 
entidade a segurança do trabalho pode avançar de forma significativa.
1967 – A Lei no 5.316 de 14/09/1967 integrou o seguro de acidentes de trabalho na 
Previdência Social. Também em 1976 surge a sexta lei de acidentes de trabalho, e 
identifica doença profissional e doença do trabalho como sinônimos e os equipara ao 
acidente de trabalho.
1972 – Decreto no 7.086 de 25/07/1972, estabeleceu a prioridade da Política do Programa 
Nacional de Valorização do Trabalhador (PNVT). Selecionou 10 prioridades, entre elas 
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UNIDADE I │ ASPECTOS GERAIS DA SAÚDE DO TRABALHADOR
a Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho. A Portaria 3.237 do MTE de 27/07/72 
criou os serviços de Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho nas empresas. Foi o 
“divisor de águas” entre a fase do profissional espontâneo e o legalmente constituído. 
Esta portaria criou os cursos de preparação dos profissionais da área. 1974 – Iniciados 
enfim, os cursos para formação dos profissionais de Segurança, Higiene e Medicina 
do Trabalho.
1977 – A Lei no 6.514 de 22/12/1977 modificou o Capítulo V do Título II da CLT. Convém 
ressaltar que essa modificação deu nova cara a CIPA, estabeleceu a obrigatoriedade, 
estabilidade, entre outros avanços. 
1978 – Criação das Normas Regulamentadoras (NR), aprovadas pela Portaria 3.214 
de 8/6/1978 do MTE, aproveitando e ampliando as portarias existentes e Atos 
Normativos, adotados até na construção da Hidrelétrica e Itaipu. Na ocasião foram 
criadas 28 NRs. 
1979 – Em virtude da carência de profissionais para compor o SESMT, a resolução no 
262 regulamenta a criação de cursos em caráter prioritário para esses profissionais.
1983 – A Portaria no 33 alterou a Norma Regulamentadora 5 introduzindo nela os riscos 
ambientais.
1985 – A Lei no 7410 de 27/11/1985, oficializou a especialização em Engenharia de 
Segurança do Trabalho e criou a categoria profissional de Técnico em Segurança 
do Trabalho, até então os únicos profissionais prevencionistas não reconhecidos 
legalmente. Dava prazo de 120 dias para o MEC os currículos básicos do curso de 
especialização em Técnico de Segurança do Trabalho. Mas somente em 1987, por meio 
do parecer 632/1987 do MEC, foi estabelecido o curso de formação de TST em vigor.
1986 – A Lei no 7.498/1986 regulamenta as profissões Enfermeiro, Técnico em 
Enfermagem, Auxiliar de Enfermagem. 1986 – A Lei no 9.235 de 9/4/1986 regulamentou 
a categoria de Técnico de Segurança do Trabalho. Que na década de 1950 eram chamados 
de “Inspetores de Segurança”. 
Em 1990, a Lei 8.029/1990 criou o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), a 
partir da junção do INPS com o IAPAS. O INAMPS que prestava assistência médica 
a população passou a ser vinculado ao Ministério da Saúde, sendo essa atividade 
atualmente desenvolvida pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A Constituição de 1998 
reuniu as três atividades da seguridade social: saúde, previdência social, e assistência 
social. Em 2004, por meio da Medida Provisória 222, depois convertida na Lei no 11.098, 
regulamentada pelo Decreto no 5.256, foi criada a Secretaria de Receita Previdenciária, 
vinculada ao Ministério da Previdência Social, com atribuições de arrecadar, fiscalizar, 
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ASPECTOS GERAIS DA SAÚDE DO TRABALHADOR │ UNIDADE I
lançar, e normatizar as atividades pertinentes às receitas previdenciária, ficando o INSS 
com atribuição de concessão e pagamento de benefícios aos segurados e dependentes.
1990 – O quadro do SESMT NR 4 é atualizado. O SESMT a partir de então é formado 
por: Engenheiro de Segurança do Trabalho; Médico do Trabalho; Enfermeiro do 
Trabalho; Auxiliar de Enfermagem do Trabalho; Técnicoem Segurança do Trabalho. 
1991 – Lei 8.213/1991 estabelece o conceito legal de Acidente de Trabalho e de Trajeto 
e nos artigos 19 a 21 e no artigo 22 também estabelece a obrigação da empresa em 
comunicar os Acidentes do Trabalho às autoridades competentes. Foi posteriormente 
alterado pelo Decreto no 611, de 21 de julho de 1992.
2001 – Entra em vigor a Portaria no 458 de 4 de outubro de 2001, e fica proibido a 
partir de então, o trabalho infantil no Brasil. 
2003 – Lei 10.666 cria o Fator Acidentário de Prevenção (FAP). 
2006 – Lei 11.430 cria o Nexo Técnico Epidemiológico (NTEP). 
2009 – O termo “Ato Inseguro” é retirado do item 1.7 da Norma Regulamentadora 1. 
E isso é motivo de comemoração para muitos prevencionistas que reclamam que o termo 
retirava em muitas vezes a responsabilidade do empregador. Pois era fácil rotular os 
acidentes somente como Ato Inseguro, e isso dificultava encontrar a verdadeira causa. 
A medicina do trabalho está pautada principalmente na presença de um serviço médico 
dentro das empresas, para monitorar a saúde dos trabalhadores, modelo ainda muito 
próximo à sua origem na Revolução Industrial. 
2014 – Decreto 8.373 institui o eSocial com eventos e registros de SST. 
Cronologicamente, destacam-se:
Figura 9. Cronologia da Legislação no Século XX. 
De 1919 a 1988
1919 – Criada a Lei de Acidentes do Trabalho, tornando compulsório o seguro contra o risco profissional.
1920 – Em Tatuapé/SP, surge o primeiro médico de empresa.
1923 – Criação da Caixa de Aposentadorias e Pensões para os empregados das empresas ferroviárias, marco da Previdência Social brasileira.
1930 - Criação do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, atual MTb.
1933 – Surgiram os Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAP), entidades de grande porte, abrangendo os trabalhadores agrupados por ramos 
de atividades. Tais institutos foram o IAPTEC (para trabalhadores em transporte e cargas), IAPC (para os comerciários), IAPI (industriários), IAPB 
(bancários), IAPM (marítimos e portuários) e IPASE (servidores públicos).
1934 – Criada no Ministério do Trabalho, a Inspetoria de Higiene e Segurança do Trabalho que, ao longo dos anos, passou a Departamento de 
Segurança e Saúde no Trabalho (DSST), em nível federal, e Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE), em nível estadual.
1943 – Criada a Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, que trata de segurança e saúde do trabalho no Título II, Capítulo V do Artigo 154 ao 201.
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UNIDADE I │ ASPECTOS GERAIS DA SAÚDE DO TRABALHADOR
1966 – Unificação dos Institutos com a criação do Instituto Nacional de Previdência Social – INPS, atual Instituto Nacional do Seguro Social – INSS.
1966 – Criação da Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho – FUNDACENTRO, que atua em pesquisa científica e 
tecnológica relacionada à segurança e saúde dos trabalhadores.
1972 a 1974 – Programa Nacional de Valorização do Trabalhador. 
1978 – Criação das Normas Regulamentadoras Urbanas – NRs (regulamentação da CLT, art. 154 a 201). 
1988 – Promulgação da Constituição Federal (art. 7o, inciso XXII) e criação das Normas Regulamentadoras Rurais – NRR.
2003 – Lei 10.666 cria o Fator Acidentário de Prevenção (FAP).
2006 – Lei 11.430 cria o Nexo Técnico Epidemiológico (NTEP). 
2014 – Decreto no 8.373 institui o eSocial com eventos e registros de SST.
Fonte: próprio autor.
História da Revolução Industrial. Disponível em: <https://historiadomundo.uol.
com.br/idade-moderna/revolucao-industrial/> Acesso em: 28 out. 2018. 
Site relacionado à Revolução Industrial para entender a sua repercussão no mundo 
do trabalho. BALBINOT, Camile. CLT: fundamentos ideológico-políticos: fascista 
ou liberal-democrática? 2007. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/10062/
clt-fundamentos-ideologico-politicos-fascista-ou-liberal-democratica. Acesso 
em: 28 out. 2018.
Assista aos vídeos disponíveis no HTML: 
Módulo 1 - Aspectos Históricos, Formais e Conceituais da EST - PARTE 4
Módulo 1 - Aspectos Históricos, Formais e Conceituais da EST - PARTE 5
 
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CAPÍTULO 4
Regulamentação e atribuições da EST
Percebam a importância de nossas atribuições. Veja posição do STF a respeito 
da Ineficácia Absoluta do EPI! O STF estabeleceu duas teses. Depois de ler essa 
decisão (ARE 664335), reflita sobre o significado político de nossas práticas e 
saberes alçados ao nível do STF: O que isso significa? 
Consulte <http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&doc
ID=7734901> 
Atribuições de EST. Confea Resolução 473/2002, última Atualização: 3/1/2017. 
Por curiosidade a nossa é: Título 424-01-00 Engenheiro de Segurança do Trabalho 
Engenheira de Segurança do Trabalho Eng. Seg. Trab. 
Você sabe quais são as atribuições do EST seus significados? Veja Resolução 
473/2002 Títulos e Resolução Confea.
As atribuições dos Engenheiros de Segurança do Trabalho, de acordo com Art. 4o da 
Resolução 359/1991 do Confea, são as seguintes: 
1. Supervisionar, coordenar e orientar os serviços de Engenharia de 
Segurança Trabalho. 
2. Planejar e desenvolver gerenciamento e controle de riscos. 
3. Estudar as condições de segurança dos locais de trabalho e das instalações 
e equipamentos. 
4. Vistoriar, avaliar, realizar perícias, arbitrar, emitir parecer, laudos 
técnicos e indicar medidas de controle sobre grau de exposição e agentes 
agressivos de riscos físicos, químicos e biológicos. 
5. Analisar riscos, acidentes e falhas, investigando causas, propondo 
medidas preventivas e corretivas e orientando trabalhos estatísticos, 
inclusive com respeito a custos. 
6. Propor políticas, programas, normas e regulamentos de Segurança do 
Trabalho, zelando pela sua observância. 
7. Elaborar projetos de sistemas de segurança e assessorar a elaboração de 
projetos de obras, instalações e equipamentos, opinando do ponto de 
vista da Engenharia de Segurança. 
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UNIDADE I │ ASPECTOS GERAIS DA SAÚDE DO TRABALHADOR
8. Estudar instalações, máquinas e equipamentos, identificando seus pontos 
de risco e projetando dispositivos de Segurança. 
9. Projetar sistemas de proteção contra incêndio, coordenar atividades de 
combate a incêndio e de salvamento e elaborar planos para emergência 
e catástrofes. 
10. Inspecionar locais de trabalho no que se relaciona com a Segurança do 
Trabalho, delimitando áreas de periculosidade. 
11. Especificar, controlar e fiscalizar sistemas de proteção coletiva e 
equipamentos de segurança, inclusive os de proteção individual e os de 
proteção contra incêndio, assegurando-se de sua qualidade e eficiência. 
12. Opinar e participar da especificação para aquisição de substâncias 
e equipamentos cuja manipulação, armazenamento, transporte ou 
funcionamento possam apresentar riscos, acompanhando o controle do 
recebimento e da expedição. 
13. Elaborar planos destinados a criar e desenvolver a prevenção de acidentes, 
promovendo a instalação de comissões e assessorando-lhes o funcionamento. 
14. Orientar o treinamento específico de segurança do trabalho e assessorar 
a elaboração de programas de treinamento geral, no que diz respeito à 
Segurança do Trabalho. 
15. Acompanhar a execução de obras e serviços decorrentes da adoção de 
medidas de segurança, quandoa complexidade dos trabalhos a executar 
assim o exigir. 
16. Colaborar na fixação de requisitos de aptidão para o exercício de funções, 
apontando os riscos decorrentes desses exercícios. 
17. Propor medidas preventivas no campo de Segurança do Trabalho, em 
face do conhecimento da natureza e gravidade das lesões provenientes 
do Acidente de Trabalho, incluídas as doenças do trabalho. 
18. Informar aos trabalhadores e à comunidade, diretamente ou por meio de 
seus representantes, as condições que possam trazer danos à sua integridade. 
Consulte a Resolução 359/1991 do Confea e verifique as 18 atribuições do 
Engenheiro de Segurança do Trabalho buscando encontrar tuas afinidades! 
Procure explicar preliminarmente os significados das peças técnicas envolvidas 
a cada uma delas. Por exemplo: no item 4:
37
ASPECTOS GERAIS DA SAÚDE DO TRABALHADOR │ UNIDADE I
Vistoriar, avaliar, realizar perícias, arbitrar, emitir parecer, laudos 
técnicos e indicar medidas de controle sobre grau de exposição 
a agentes agressivos de riscos físicos, químicos e biológicos, tais 
como poluentes atmosféricos, ruídos, calor, radiação em geral e 
pressões anormais, caracterizando as atividades, operações e 
locais insalubres e perigosos.
Qual o significado de vistoriar? É diferente de inspecionar? Por força dessa 
atribuição (4) o que o EST está apto a desenvolver e ser remunerado por isso? 
Quais atribuições só são possíveis praticar se houver base em cálculo diferencial, 
bem como o básico da graduação (física, química, cálculo numérico etc.) 
38
UNIDADE II
ASPECTOS 
CONSTITUCIONAIS 
DA SAÚDE DO 
TRABALHADOR
CAPÍTULO 1
CRFB-1988: ultrapassagem 
de paradigma
Aspectos constitucionais da saúde 
do trabalhador 
Objetiva-se com este trabalho permitir ao leitor uma visão ampla, interligada e sistêmica 
do tema em destaque, considerando a evolução das teorias envoltas ao fenômeno saúde-
trabalho-adoecimento e meio ambiente, bem como os aparatos jurídicos e científicos, 
multidimensionais e pluridisciplinares, que sustentam esse almejado e complexo bem 
social chamado Saúde do Trabalhador.
A Saúde do Trabalhador aqui discutida deve ser entendida como resultado do avanço 
social ao representar um conjunto de anseios, direitos e deveres (de quebra de 
paradigma), por força da Constituição da República Federativa do Brasil, promulgada 
em 1988 — CFRB-88 — assumidos na direção do direito público, no campo da saúde 
coletiva, em contraposição aos preceitos obsoletos e restritos da Medicina do Trabalho, 
calcados em direito privado, no estreito campo da saúde individual.
Compreende-se o choque causado por essa linha de abordagem — principalmente 
àqueles oriundos dos cursos de Engenharia de Segurança do Trabalho; Medicina do 
Trabalho; Enfermagem do Trabalho; técnicos e auxiliares técnicos do trabalho — 
arraigado ao viés trabalhista, há anos, e incrustado na sociedade brasileira por herança 
do Brasil agropastoril, ainda remanescente em alguns setores da economia. 
Nesse esforço de concatenação do tema sanitário laboral, esta obra inicia com uma 
base comum e universal a qualquer sistema produtivo, aqui chamado de “visões”, 
válida como material didático-pedagógico às inúmeras possibilidades acadêmicas, para 
39
ASPECTOS CONSTITUCIONAIS DA SAÚDE DO TRABALHADOR │ UNIDADE II
nos capítulos seguintes fazer o acoplamento mais adequado entre algo arcaicamente 
chamado de trabalhista (sentido exótico) para um sistema mais elaborado de conexões 
sociojurídicas, hodiernamente, vinculado ao campo da dignidade humana (sentido 
esotérico), com desdobramentos nos mais variados campos do conhecimento humano.
Nesse sentido, optou-se por adotar esquemas de exemplos-âncoras e cenários hipotéticos 
de casos, exatamente para conferir praticidade às argumentações aqui elaboradas. 
Da Constituição da República
A Constituição de um Estado emerge de um pacto entre diversificados valores sociais, 
ideias, aspirações e interesses diferenciados e até mesmo antagônicos. Conquanto seja 
verdade que a Constituição tenha por intuito retratar um consenso fundamental, não 
tem ela o condão de aplainar as saliências e reentrâncias do pluralismo e antagonismo 
das ideias subjacentes à celebração do referido pacto. Choques de valores sempre 
existirão e isso em nada desnatura o Estado Democrático de Direito; ao contrário, faz 
florescer e amadurecer a democracia.
A saúde do trabalhador brota desse bojo de conflitos sob o prisma constitucional 
do novo ramo de direito público — Direito Sanitário — voltado especificamente à 
integridade física e mental do trabalhador, assim entendido o trabalhador sob qualquer 
denominação, subordinação ou vinculação, inclusive os desocupados. Por certo o tema 
é incipiente, bastante polêmico e ao mesmo tempo auspicioso.
Constitucionalização do Direito Sanitário
A constitucionalização do Direito Sanitário na atual Carta Magna possui duas 
características principais: o reconhecimento do direito à saúde como direito fundamental 
e a definição dos princípios que regem a política pública da saúde.
A caracterização da saúde como direito fundamental ocorre pela primeira vez na 
história constitucional brasileira na Carta Excelsior de 1988. A saúde consta como 
um dos direitos sociais reconhecidos no art. 6o, que abre o Capítulo II (“Dos Direitos 
Sociais”) do Título II (“Dos Direitos Fundamentais”) da Constituição de 1988; além 
disso, o caput do art. 196 define a saúde como “direito de todos e dever do Estado”. Essa 
forma de constitucionalização acarreta quatro importantes consequências, a saber:
Não apenas o empregado tem direito à saúde!
O texto constitucional anterior reconhecia em seu art. 165, XV, no Título III, “Da 
Ordem Econômica e Social”, o direito à “assistência sanitária, hospitalar e médica 
40
UNIDADE II │ ASPECTOS CONSTITUCIONAIS DA SAÚDE DO TRABALHADOR
preventiva”, nos termos da lei. Isso permitia, na legislação infraconstitucional, a 
separação entre o sistema de saúde dos segurados da Previdência Social, integrantes 
do mercado formal de trabalho, e a maioria da população, que não tinha acesso a 
esse sistema. Ou seja, quem tivesse Carteira Profissional — CTPS teria direito aos 
serviços de saúde; ao contrário, aqueles que não a tivessem, ficavam à míngua. Com 
a definição da saúde como direito fundamental, abre-se o caminho para que todos 
os cidadãos brasileiros possam dela usufruir, tendo em vista que a saúde passa a 
constituir um direito público subjetivo que é garantido pela existência do Sistema 
Único de Saúde (SUS).
Direito à saúde: direito fundamental irreformável
Direito à saúde se insere como cláusula pétrea à Constituição. As chamadas “cláusulas 
pétreas” são limites ao poder de reforma da Constituição, já que as matérias por elas 
alcançadas não podem ser abolidas, nem mesmo de forma tendencial, por emendas 
constitucionais.
A Saúde está disposta, dentre os direitos e garantias individuais, na qualidade de 
direito fundamental; portanto, inclui-se na definição de “cláusula pétrea”, de acordo 
com o inciso IV do art. 60, § 4o, da CRFB-88. Deve-se observar que na aplicação desse 
dispositivo, o intérprete não deve se pautar pelo critério literal, já que o reconhecimento 
de todos os direitos fundamentais é uma decisão do poder constituinte que não pode 
ser alterada pelo poder reformador.
Direito objetivo à saúde
Direito à saúde como valor: os direitos fundamentais reconhecidos pela Constituição 
possuem não apenas uma dimensão subjetiva, atribuindo direitos aos cidadãos, mas 
também uma dimensão objetiva, na qual se estabelecem os valores ou bens jurídicos 
principais que devem ser objeto de proteção pelo Estado e pela sociedade.
Portanto, mesmo quando não haja violação direta do direito subjetivo à saúde, os 
operadores do direito devem verificar se o bem jurídico saúde está sendo afetado por 
ações ou omissões dos Poderes Públicos. Isso justifica, por exemplo, a declaração de 
inconstitucionalidade da lei ou ato normativo que venha contrariar

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