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ARQUIDIOCESE DE NATAL (Doutrina social da Igreja) 1

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ARQUIDIOCESE DE NATAL
SEMINÁRIO DE SÃO PEDRO
CURSO DE TEOLOGIA
DOUTRINA SOCIAL DA IGREJA
	
EDMUNDO FERREIRA DO NASCIMENTO FILHO
CENTESÍMUS ANNUS 
NATAL
2019
EDMUNDO FERREIRA DO NASCIMENTO FILHO
CENTESIMUS ANNUS
Artigo apresentado a disciplina de Doutrina social da Igreja, do Curso de Teologia, da Instituição Seminário de São Pedro, para fins avaliativos do quarto período. 
	
Orientador: Profº. Pe. Antônio Gomes. 
NATAL
2019
A carta Centesimus annus - CA, é a terceira e última encíclica social de São João Paulo II, publicada no dia 01 de maio de 1991, e foi escrita no centenário (Cem Anos) da Rerum Novarum - RN do Papa Leão XIII, que traz à tona as realidades novas enfrentas pela Igreja no tempo presente. A CA compreende, além da Introdução, seis capítulos, que olham para o passado (as coisas novas do fim do século XIX), para o presente (as coisas novas do fim do século XX) e para o futuro (as coisas novas do terceiro milênio), ou seja, fazendo uma "releitura" da RN, a nova encíclica nos convida a um tríplice olhar: "olhar para trás", para o contexto do fim do século passado, em que emerge a Rerum Novarum, e para os principios fundamentais que ela formulou; "olhar ao redor", para as novas "coisas" deste nosso fim de século: "olhar ao futuro", para o advento do terceiro milênio "carregado de incógnitas e de promessas" (CA 3). 
Desta forma, ela propõe um olhar ao redor para ver as coisas novas de hoje, olhando para os fatos da história recente, para construir um futuro mais de acordo com a vontade de Deus. Quais seriam as “coisas novas” de hoje? São João Paulo II reflete sobre as coisas novas que devemos como cristãos procurar compreender e dar uma justa interpretação, para que não caímos no modismo; É preciso fazer uma releitura dos tempos e redescobrir os princípios a fim de os aplicar ao mundo de hoje, como por exemplo a luta de classes, a corrida armamentista, o consumismo, o marxismo, o Ateísmo além do nefasto capitalismo.
Assim, publicada no contexto da queda do Muro de Berlim (1989). O capitalismo “de olho” nos países do leste Europeu. O afirmar-se de identidades nacionais. A última década do milênio. Em síntese do conteúdo, o ponto de partida: as coisas novas de hoje. Uma análise dos fatos de 1989. Reflexão sobre o mercado, democracia e cultura. Desta maneira, a novidade que acrescenta à Doutrina Social da Igreja - DSI é uma leitura ético-ideológica do capitalismo. A maneira como vem apresentada a “opção” pelo mercado.
Durante esse percurso podemos perceber que surgiu o Socialismo, já condenado por diversos Papas, mas que agora de forma enfática João Paulo II coloca o dedo na ferida do socialismo, apontando que seu o erro é de caráter antropológico, ou seja, no socialismo desaparece o conceito de pessoa, de autonomia, de decisão moral, tudo depende da maquina social e daqueles que a controlam, fazendo com a sociabilidade do homem fique comprometida e submissa a outros. Não há liberdade e sim um disfarce, pois o Estado controla as relações sociais, comprometendo a dignidade e o caminho autêntico para a construção de uma comunidade humana. 
Desta maneira, um fato histórico que podemos exemplificar é o ano de 1989 que com a queda do Muro de Berlim dar-se início a processo de redemocratização na Europa, ou seja, a queda do marxismo no Centro-Leste europeu que surtiu efeito em diversos países do mundo, pois não era somente uma divisão territorial que ruía, mas sim o fato visível de uma ideologia que estava perdendo forças. É perceptível que neste período começa a dar os primeiros passos um fenômeno denominado de Globalização que coloca em xeque o Progresso Humano X Progresso Econômico, pervertendo a identidade única de cada nação, criando uma cultura universal baseada no fator econômico e na destruição da centralidade cultural de cada povo. Por isso, que nos ensina o Papa que o progresso não deve estar somente atrelado ao fator econômico, mas também ao humano, fazendo com que todos os povos possam gozar da vocação que foram chamados, ou seja, viver na justiça, equidade e no amor. 
Então, a Igreja ver com bons olhos a relação de Estado e Cultura, mas não como um totalitarismo do Estado, que arroga a si isenção de erro ou infalibilidade de decisões e exercício de poder absoluto, e sim de forma democrática, pois os direitos democráticos permitem ao homem desenvolver a sua cultura. A Igreja favorece a verdadeira cultura que permite ao homem se expressar e viver segundo os princípios éticos-morais. Deste modo, a encíclica enriquece mais uma vez a reflexão política ao abordar o tema da democracia, o qual se relaciona com a escolha de pessoas que decidirão o bem comum e os critérios que utilizarão. A encíclica CA traz as principais indicações: A Igreja encara com simpatia o sistema da democracia, enquanto assegura a participação dos cidadãos nas opções políticas e garante aos governados a possibilidade quer de escolher e controlar os próprios governantes, quer de os substituir pacificamente, quando tal se torne oportuno [...] (CA.46a)
Assim, a mesma encíclica alerta, porém, para o esvaziamento dos valores da democracia, que, por si só, não constitui caminho para o bem comum: Uma autêntica democracia só é possível num Estado de Direito e sobre a base de uma reta concepção da pessoa humana [...] A este propósito é necessário notar que, se não existe nenhuma verdade última que guie e oriente a ação política, então as ideias e as convicções podem ser facilmente instrumentalizadas para fins de poder. Uma democracia sem valores converte-se facilmente num totalitarismo, aberto ou dissimulado, como a história demonstra (CA. 46b). 
Deste modo, o papel do Estado: a) Determinar o marco jurídico dentro do qual se desenvolvem as relações econômicas e salvaguardar as condições fundamentais para uma economia livre (CA 15; 25). b) Garantir a igualdade de condições dos distintos agentes econômicos (CA 15; 48). Uma igualdade de condições perante a lei e, principalmente, na hora da negociação dos contratos, mas não igualitarismo na distribuição das rendas ou de um critério de redistribuição das mesmas. c)Tutelar os direitos de nível superior: proteger a liberdade de todos (CA 44), zelar pelo exercício de direitos humanos no campo econômico (CA 48).d) Prover os ‘bens públicos’: sistema monetário estável, serviços públicos eficientes, segurança jurídica (CA 48), defesa e tutela dos bens coletivos, tais como o ambiente humano e natural (CA 40).e) Uma presença de suporte e suplência da iniciativa privada, segundo o princípio de subsidiariedade (CA 48).
 A presente Encíclica visa pôr em evidência a fecundidade de alguns princípios, que pertencem ao patrimônio doutrinal da Igreja, e como tais, empenham a autoridade do seu Magistério. E o considera de caráter geral e fundamental, permanentes e universais. Estes princípios são: 
Princípio da destinação universal dos bens: O princípio da destinação universal dos bens tem o seu fundamento: a terra é o primeiro dom de Deus para o sustento da vida humana. O trabalho é o segundo dom. O homem se apropria da terra pelo trabalho. Não tem direito de impedir que outros tenham a mesma oportunidade (pois a terra é de todos). Outra forma de propriedade é o conhecimento, a técnica e o saber. Todo tem direito a aceder a esses bens (hoje nas mãos da elite dominante). 
Este princípio se baseia no fato de que: “A origem primeira de tudo o que é bem é o próprio ato de Deus que criou a terra e o homem, e ao homem deu a terra para que a domine com o seu trabalho e goze dos seus frutos (Cf. Gn 1, 28-29). Deus deu a terra a todo o gênero humano, para que ela sustente todos os seus membros sem excluir nem privilegiar ninguém. Está aqui a raiz da destinação universal dos bens da terra. Esta, pela sua própria fecundidade e capacidade de satisfazer as necessidades do homem, constitui o primeiro dom de Deus para o sustento da vida humana”( CA 31).
Destinação universal dos bens e propriedade privada: A propriedade privada é direito inerentea toda pessoa humana - CA 30 (Dado por Deus), contudo é meio ou instrumento para fazer que os homens cresçam em solidariedade e sentimentos fraternos, pois a primeira forma de propriedade privada é a da terra. Mediante o trabalho, o homem, usando a sua inteligência, consegue dominar a terra e torná-la sua digna morada: “Deste modo, ele apropria-se de uma parte da terra, adquirida precisamente com o trabalho. Está aqui a origem da propriedade individual” (CA 31). A doutrina social requer que a propriedade dos bens seja equitativamente acessível a todos (CA 6), de modo que todos sejam, ao menos em certa medida, proprietários, e exclui o recurso a formas de “domínio comum e promíscuo”(RN 11).
Desta maneira, em nossos dias existe outra modalidade de propriedade privada, tão importante quanto a da terra: é a propriedade do conhecimento, da técnica e do saber. A riqueza das nações industrializadas funda-se muito mais sobre este tipo de propriedade do que sobre a dos recursos naturais. A propriedade do “saber” e da “técnica” é que dá ao trabalho e, por conseguinte, à matéria prima maior valor, pois quem possui um saber técnico pode avaliar as carências dos homens e projetar o trabalho de modo a produzir exatamente aquilo de que o mercado necessita. A atual fase histórica, colocando à disposição da sociedade bens novos, de todo desconhecidos até a tempos recentes, impõe uma releitura do princípio da destinação universal dos bens da terra, tornando necessário estendê-lo de sorte que compreenda também os frutos do recente progresso econômico e tecnológico. A propriedade dos novos bens, fruto do conhecimento, da técnica e do saber, torna-se cada vez mais decisiva, pois “a riqueza das nações industrializadas funda-se muito mais sobre este tipo de propriedade, do que sobre a dos recursos naturais” (CA 32).
Desta forma, os novos conhecimentos técnicos e científicos devem ser postos ao serviço das necessidades primarias do homem, para que possa acrescer gradualmente o patrimônio comum da humanidade. A plena atuação do princípio da destinação universal dos bens requer, portanto, ações no plano internacional e iniciativas programadas por parte de todos os países: “Torna-se necessário quebrar as barreiras e os monopólios que deixam tantos povos à margem do progresso, e garantir, a todos os indivíduos e nações, as condições basilares que lhes permitam participar no desenvolvimento” (CA 35).
Princípio da subsidiariedade: O princípio de subsidiariedade protege as pessoas dos abusos das instâncias sociais superiores e solicita estas últimas a ajudar os indivíduos e os corpos intermédios a desempenhar as próprias funções. Este princípio impõe-se porque cada pessoa, família e corpo intermédio tem algo de original para oferecer à comunidade. A experiência revela que a negação da subsidiariedade, ou a sua limitação em nome de uma pretensa democratização ou igualdade de todos na sociedade, limita e, às vezes, também anula, o espírito de liberdade e de iniciativa.
Com o princípio de subsidiariedade estão em contraste formas de centralização, de burocratização, de assistencialismo, de presença injustificada e excessiva do Estado e do aparato público: “Ao intervir diretamente, irresponsabilizando a sociedade, o Estado assistencial provoca a perda de energias humanas e o aumento exagerado do sector estatal, dominando mais por lógicas burocráticas do que pela preocupação de servir os usuários com um acréscimo enorme das despesas” (CA 48). A falta de reconhecimento ou o reconhecimento inadequado da iniciativa privada, também econômica, e da sua função pública, bem como os monopólios, concorrem para mortificar o princípio de subsidiariedade.
À atuação do princípio de subsidiariedade correspondem: o respeito e a promoção efetiva do primado da pessoa e da família; a valorização das associações e das organizações intermédias, nas próprias opções fundamentais e em todas as que não podem ser delegadas ou assumidas por outros; o incentivo oferecido à iniciativa privada, de tal modo que cada organismo social, com as próprias peculiaridades, permaneça ao serviço do bem comum; a articulação pluralista da sociedade e a representação das suas forças vitais; a salvaguarda dos direitos humanos e das minorias; a descentralização burocrática e administrativa; o equilíbrio entre a esfera pública e a privada, com o consequente reconhecimento da função social do privado; uma adequada responsabilização do cidadão no seu “ser parte” ativa da realidade política e social do País.
Princípio da participação: A participação na vida comunitária não é somente uma das maiores aspirações do cidadão, chamado a exercitar livre e responsavelmente o próprio papel cívico com e pelos outros, mas também uma das pilastras de todos os ordenamentos democráticos, além de ser uma das maiores garantias de permanência da democracia. O governo democrático, com efeito, é definido a partir da atribuição por parte do povo de poderes e funções, que são exercitados em seu nome, por sua conta e em seu favor; é evidente, portanto, que toda democracia deve ser participativa (CA 46). Isto implica que os vários sujeitos da comunidade civil, em todos os seus níveis, sejam informados, ouvidos e envolvidos no exercício das funções que ela desempenha.
A participação pode ser obtida em todas as possíveis relações entre o cidadão e as instituições: para tanto, particular atenção deve ser dada aos contextos históricos e sociais em que esta pode verdadeiramente atuar-se. A superação dos obstáculos culturais, jurídicos e sociais que não raro se interpõem como verdadeiras barreiras à participação solidária dos cidadãos à sorte da própria comunidade exige uma autêntica obra informativa e educativa. Merece uma preocupada consideração, neste sentido, todas as atitudes que levam o cidadão a formas participativas insuficientes ou incorretas e à generalizada desafeição por tudo o que concerne à esfera da vida social e política: atente-se, por exemplo, para as tentativas dos cidadãos de “negociar” com as instituições as condições mais vantajosas para si, como se estas últimas estivessem ao serviço das necessidades egoísticas, e para a praxe de limitar-se à expressão da opção eleitoral, chegando também, em muitos casos, a abster-se dela (CA 47). No âmbito da participação, uma ulterior fonte de preocupação é representada pelos países de regime totalitário ou ditatorial, em que o fundamento do direito a participar da vida pública é negado na raiz, porque considerado como uma ameaça para o próprio Estado (CA 44-45). 
Princípio da solidariedade: apresenta-se como um dos princípios basilares da concepção cristã da organização social, política e de todo ensinamento social da Igreja. Várias vezes Leão XIII o enuncia, com o nome “amizade”, que encontrámos já na filosofia grega; desde Pio XI é designado pela expressão mais significativa “caridade social”, enquanto Paulo VI, ampliando o conceito na linha das múltiplas dimensões atuais da questão social, falava de civilização do amor (CA 10).
Deste modo, é também uma verdadeira e própria virtude moral, não um sentimento de compaixão vaga ou de enternecimento superficial pelos males sofridos por tantas pessoas próximas ou distantes. Pelo contrário, é a determinação firme e perseverante de se empenhar pelo bem comum; ou seja, pelo bem de todos e de cada um, porque todos nós somos verdadeiramente responsáveis por todos. A solidariedade eleva-se ao grau de virtude social fundamental, pois se coloca na dimensão da justiça, virtude orientada por excelência para o bem comum, e na aplicação em prol do bem do próximo, com a disponibilidade, em sentido evangélico, para perder-se em benefício do próximo em vez de o explorar, e para servi-lo em vez de o oprimir para proveito próprio (CA 57). Em síntese é a exigência de reconhecer, no conjunto dos vínculos que unem os homens e os grupos sociais entre si, o espaço oferecido à liberdade humana para prover ao crescimento comum, de que todos partilhem.
Assim, a CA indica, ainda, o valor fundamental que devem presidir a vida social.Este valore é: 
Liberdade: O valor da liberdade, enquanto expressão da singularidade de cada pessoa humana, é respeitado e honrado na medida em que se consente a cada membro da sociedade realizar a própria vocação pessoal; buscar a verdade e professar as próprias ideias religiosas, culturais e políticas; manifestar as próprias opiniões; decidir o próprio estado de vida e, na medida do possível, o próprio trabalho; assumir iniciativas de caráter econômico, social e político. Isto deve acontecer dentro de um “sólido contexto jurídico” (CA 42), nos limites do bem comum e da ordem pública e, em todo caso, sob o signo da responsabilidade. A liberdade deve desdobrar-se, por outro lado, também como capacidade de recusa de tudo o que é moralmente negativo, seja qual for a forma em que se apresente (CA 17), como capacidade de efetivo desapego de tudo o que possa obstar o crescimento pessoal, familiar e social. A plenitude da liberdade consiste na capacidade de dispor de si em vista do autêntico bem, no horizonte do bem comum universal.
Portanto, nos últimos cem anos, a Igreja manifestou repetidamente o seu pensamento, seguindo de perto a evolução contínua da questão social. Não o fez para recuperar privilégios do passado ou para impor a sua concepção social. O seu único objetivo era o cuidado e a responsabilidade pelo homem, pois é a própria missão da Igreja confiado pelo próprio Cristo. Recordamos o Concílio do Vaticano II, que o homem é a única criatura sobre a terra a ser querida por Deus por si mesma, e para a qual Deus tem o seu projeto, isto é, a participação na salvação eterna. Não se trata de uma ideia de homem, mas do homem na sua realidade, inserido nas relações sociais, históricas e de saber, porque cada homem foi englobado no mistério da Redenção e Cristo uniu-se com cada um para sempre através desse mistério. A Centesimus Annus retoma o percurso social e histórico projetando a Igreja para o futuro e suas problemáticas, rememorando que sua missão é, e sempre será anunciar o amor de Cristo pela humanidade e de que forma Ele nos amou ofertando sua própria vida em favor de todos, para que tivesse vida em abundancia. 
REFERÊNCIAS
PONTIFÍCIO CONSELHO DE “JUSTIÇA E PAZ”, Compêndio da doutrina social da Igreja. 7ª. ed. São Paulo: Paulinas, 2011.
SÃO JOÃO PAULO II. Carta Encíclica Centesimus annus. 7ª. ed. São Paulo: Paulinas, 2007.

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