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PAPER - 1ª Versão - ENSINO FUNTAMENTAL DE 9 ANOS E O ENSINO DE LIBRAS 2019

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1 
 
 
 
 
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI 
GRADUAÇÃO NO CURSO DE LICENCIATURA EM LETRAS – LIBRAS 
SUNAMÍ GRAÇAS DE FARIAS CORREIA 
 
 
 
 
 
 
ENSINO FUNTAMENTAL DE 9 ANOS 
E O ENSINO DE LIBRAS 
 
 
 
 
Trabalho de conclusão da disciplina prática interdisciplinar 
a coordenação de graduação da UNIASSELVI 
da Profº Márcia Francisca Diogo 
 
 
 
 
 
 
 
FORMOSA – GO / 2019 
2 
 
 
ENSINO FUNTAMENTAL DE 9 ANOS E O ENSINO DE LIBRAS 
 
 
RESUMO 
 
 
O artigo apresentado tem como objetivo principal entender o ensino de libras nas escolas 
públicas do Brasil. O papel da escola é formar cidadãos, transmitindo valores éticos e 
morais, conhecimentos e desenvolvendo habilidades no educando, por meio do processo 
pedagógico de ensino-aprendizagem, preparando-os para o exercício da cidadania e sua 
preparação para vivência em sociedade, de forma atuante, crítica e transformadora. 
A escola, no século passado, insistia na oralização dos alunos surdos, com o fim de 
integrá-los na sociedade ouvinte (Perlin; Strobel, 2006). Os Surdos eram submetidos a 
longos treinamentos auditivos e de fala, na busca de que eles deixassem de ser menos 
deficientes ou se aproximassem mais dos ouvintes e mais normais. 
Atualmente a língua de sinais é uma língua natural, com gramática própria e, por ser 
visual/espacial, é adquirida sem dificuldades pelas pessoas surdas. A aquisição da língua 
de sinais permitirá à pessoa surda, além do desenvolvimento linguístico, o 
desenvolvimento dos aspectos cognitivo, social e emocional. Permitirá também o 
desenvolvimento de identificação com o mundo surdo, um dos dois mundos aos quais ela 
pertence. E mais, a língua de sinais servirá como base para a aquisição da língua 
majoritária, preferencialmente na modalidade escrita. 
Finalmente, o fato de ser capaz de utilizar a língua de sinais será uma garantia de que a 
pessoa surda possa usar pelo menos uma língua (Pereira; Vieira, 2009, p. 64). 
 
 
PALAVRAS CHAVE: Ensino Fundamental. Libras. Intérprete 
 
 
3 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
A atual Política Nacional da Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva 
preconiza que “a Educação Especial é uma modalidade de ensino que perpassa todos os 
níveis, etapas e modalidades” (Brasil, 2008, p. 10). É de responsabilidade ofertar 
atendimento educacional especializado, como disponibilizar recursos e serviços além de 
orientar quanto a sua utilização no processo de ensino e aprendizagem nas turmas comuns 
do ensino regular (Almeida, 2011; Luna; Julião, 2016). 
Ainda de acordo com a Política, o atendimento educacional especializado “tem como 
função oferecer acessibilidade que elimine as barreiras para a plena participação dos 
alunos, considerando suas necessidades específicas” (Brasil, 2008, p. 10). A Educação 
Inclusiva tem sido um dos temas mais discutidos na área educacional na atualidade; O 
desenvolvimento e a capacidade de aprendizagem do aluno com necessidades 
educacionais especiais estabelecem a compreensão e o reconhecimento do potencial e de 
suas capacidades como ser humano. 
A Constituição Federal de 1988, trouxe em seu Art. 208, Inciso III, que o “atendimento 
educacional especializado aos portadores de deficiência, deve se dar preferencialmente 
na rede regular de ensino” (Brasil, 1988, p. 70); a Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Brasileira (Lei nº 9.394/96) estabelece que os sistemas de ensino devem assegurar 
principalmente professores especializados ou devidamente capacitados para atuar com 
qualquer pessoa especial na sala de aula. 
De acordo com o Decreto nº 5.626/05, as pessoas com surdez, têm direito a uma educação 
que garanta a sua plena formação; em seu Art. 2º, “considera-se pessoa surda aquela que, 
por ter perda auditiva, compreende e interage com o mundo por meio de experiências 
visuais, manifestando sua cultura principalmente pelo uso da Língua Brasileira de Sinais 
– Libras” (Brasil, 2005, p. 1). Para que a inclusão ocorra, além da Língua Brasileira de 
Sinais como primeira língua que o surdo adquire (L1), deverá também aprender no âmbito 
escolar a sua segunda língua, que é o português (L2), preferencialmente na modalidade 
escrita, língua de formação/instrução, e que o acesso às duas línguas ocorra de forma 
simultânea no ambiente escolar, colaborando para o desenvolvimento de todo o processo 
educativo (Pereira; Vieira, 2009). 
4 
 
 
O ENSINO FUNTAMENTAL DE 9 ANOS E O ENSINO DE LIBRAS 
 
 
Com os processos de inclusão e igualdade nas escolas (Lei da Inclusão, nº 13.146/15), as 
salas de aula passaram também a ser inclusivas para as diversidades de necessidades e 
deficiências físico-motoras e cognitivas, destinadas “a assegurar e a promover, em 
condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa 
com deficiência, visando à sua inclusão social e cidadania” (Brasil, 2015, p. 1), 
proporcionando o amplo direito de desenvolvimento para todo cidadão, incluindo os 
educandos com deficiências visuais e auditivas. 
Para os alunos surdos, além do processo de inclusão, há também a necessidade de 
aprendizado da Língua Brasileira de Sinais – Libras, reconhecida pela Lei Federal nº 
10.436/02, que legitima a Libras como meio de comunicação dos surdos, reconhecimento 
que fortalece as estratégias de conquistas dos movimentos de surdos (Quadros, 2003). 
Essa legislação garante ao surdo o direito linguístico de ter acesso aos conhecimentos 
escolares na língua de sinais. Essa lei é um instrumento legal que reconhece e afirma a 
Libras como uma das línguas brasileiras usadas pela comunidade surda do Brasil. 
 
O ensino da Libras 
 
O nível de importância da aquisição da Língua de Sinais para os surdos vai além da 
necessidade de comunicação com seus pares e familiares. Exige integração maior dos 
ouvintes com a Língua de Sinais e dos surdos com a língua portuguesa (Delgado; 
Cavalcante, 2011). 
As crianças surdas, assim como as ouvintes, precisam ter conhecimento de sua própria 
língua, pois sem esse conhecimento fica difícil as crianças surdas avançarem de maneira 
significativa nem com relação a Libras nem do aprendizado do português escrito, seja nos 
aspectos relativos à leitura e compreensão de textos, seja em relação à escrita e produção 
de textos (Quadros, 2003). Diferentemente das crianças ouvintes, que chegam à escola 
falando português, as crianças surdas muitas vezes não têm o domínio adequado da sua 
5 
 
 
língua; assim, a preocupação da escola deve ser criar um ambiente em que essas crianças 
possam adquirir primeiramente a Língua de Sinais e depois o português (Delgado; 
Cavalcante, 2011). 
No caso das crianças que começam sua vida com o conhecimento da Língua de Sinais, 
seja por terem pais surdos ou porque seus pais os expuseram ao contato com a Libras, 
independentemente deles, a escola deve proporcionar condições para a prática e o 
exercício da Libras (Quadros, 2003). Portanto, a escola deve ser um espaço em que o 
surdo possa livremente usar sua língua, mas a maioria das escolas não estão ainda 
preparadas, pois não possuem intérpretes para ajudar as crianças surdas a adquirir o 
conhecimento da Libras (Delgado; Cavalcante, 2011). Sem o fomento dessas condições 
na escola, a educação da pessoa surda vai estar sempre aquém da educação que é 
destinada à pessoa ouvinte, e as dificuldades para ela aprender o português vão 
permanecer (Xavier; Viotti, 2011). 
 
O ensino fundamental de 9 anos 
 
A inclusão de alunos surdos nas escolas regulares da rede pública de educação ainda é 
um grande desafio. A preocupação dos educadores atualmente é respeitar a autonomia 
das línguas de sinais e estruturar um plano educacional que não afete a experiência 
psicossocial e linguística da pessoa surda. 
O currículo escolar no Ensino Fundamental deveria estar organizado a partir de uma 
perspectiva visual-espacial, segundo Quadros (2004), para garantiro acesso a todos os 
conteúdos escolares na própria língua da criança, porque a língua da escola para os alunos 
surdos precisaria ser, desde o princípio, a Língua Brasileira de Sinais. 
Para o aluno surdo construir seu conhecimento em uma sala de aula inclusiva, ele precisa 
estar integrado ao processo de ensino-aprendizagem. O professor deve desenvolver 
estratégias pedagógicas para despertar o interesse desse aluno. Porém o que ocorre nas 
escolas do Ensino Fundamental é um ensino oferecido de modo tradicional, sem 
considerar as necessidades especificas dos alunos surdos, que, sendo assim, não 
conseguem desenvolver uma aprendizagem significativa (Quadros, 2003). 
6 
 
 
As metodologias didático-pedagógicas não têm atendido às necessidades desse educando 
por muitas vezes ignorar os aspectos cultural e social que fazem parte do processo 
educacional, deixando a criança surda à margem da escola (Lacerda, 2006). 
 
Intervenção psicopedagógica 
 
A Psicopedagogia pode acompanhar o processo inclusivo do aluno surdo em sala de aula, 
em todas as idades e níveis escolares, desde a educação infantil até a universidade, 
mediante suas atuações institucional e clínica. 
No âmbito institucional, a psicopedagogia elabora estratégias junto aos professores, 
gestores e demais funcionários da escola, para preparação e qualificação dos docentes no 
sentido de acolher o aluno surdo – e isso envolve o destaque à figura do professor e do 
intérprete em LIBRAS, para evitar a evasão escolar do aluno surdo. 
No aspecto clínico, buscará observar os processos cognitivos e psicológicos que 
permeiam o processo de aprendizagem da criança/adolescente surdo, considerando-se sua 
autoimagem e autoestima como ser “diferente”, “deficiente” ou “inválido”. Em ambas as 
áreas de atuação, a psicopedagogia foca seu interesse na construção da subjetividade do 
sujeito surdo, inserido em uma família de ouvintes ou de surdos, qual a dinâmica familiar 
envolvida na surdez, e é assim que se constrói a identidade individual e cultural da 
criança/adolescente surdo. 
Nesse processo, as turmas para surdos possuem professores habilitados em linguagem de 
sinais. Há atividades de aprendizagem conjunta entre surdos e ouvintes de níveis similares 
na maioria das áreas ou apenas em algumas. Tais atividades conjuntas podem ser 
organizadas para todos, para a maioria ou apenas para algumas crianças surdas. 
A flexibilidade organizacional é imprescindível. O educador pode, em seu planejamento, 
organizar atividades com imagens de objetos e nomes correspondentes escritos em 
português e em sinais. O uso de DVDs de histórias contadas em LIBRAS por outras 
crianças ou de DVDs de brincadeiras com regras interpretadas em LIBRAS associadas às 
imagens são recursos importantes no dia a dia escolar. 
7 
 
 
A Psicopedagogia auxilia no trabalho pedagógico buscando intervir no aprendizado do 
aluno surdo e o faz obter resultados positivos, pois a falta de uma linguagem, 
independentemente de como ela seja, acarreta em especial na criança, atraso em seu 
desenvolvimento cognitivo, de aprendizagem, dificuldades de interação com outras 
crianças no seu meio, em consequência disso, sua capacidade de socialização com outros 
pode ser comprometida, se não acompanhada por pais, professores habilitados, 
psicopedagogos e/ou médicos da área. 
 
Intérprete nas escolas 
 
Nas escolas de Ensino Fundamental, a inclusão dos alunos surdos ocorre por intermédio 
de um intérprete, que traduz para a Língua de Sinais os conteúdos que o professor ministra 
e avalia o educando. Assim, o papel do professor junto com o intérprete é conseguir 
realizar o processo de inclusão do aluno surdo. É notório que a presença do intérprete na 
sala de aula é importante para os alunos surdos, mas somente a presença desse profissional 
não garante a inclusão. Por essa razão, é importante a atuação conjunta de ambos – 
professor e intérprete – na garantia da inclusão do educando surdo. 
Além dessa parceria profissional, deve-se criar um ambiente favorável, em que o 
educando surdo tenha possibilidade de desenvolver suas potencialidades, sendo 
necessário que a escola disponibilize os recursos necessários para que esse processo de 
desenvolva (Santos; Festa, 2014). Para que o processo de ensino-aprendizagem em salas 
com educandos surdos ocorra de forma plena, tem-se o papel do profissional intérprete, 
que medeia esse processo e é facilitador no diálogo professor-aluno. 
A Lei nº 12.319, de 1º de setembro de 2010, regulamenta a profissão de tradutor e 
intérprete de Libras (TILS); esse profissional realiza a interpretação simultânea nas duas 
línguas (Libras e língua portuguesa). Em seu artigo 6º, discorre sobre a função do 
intérprete: 
I. efetuar comunicação entre surdos e ouvintes, surdos e surdos, surdos e surdos cegos e 
ouvintes, por meio da Libras para a língua oral e vice-versa; 
8 
 
 
II. interpretar, em Língua Brasileira de Sinais – Língua Portuguesa, as atividades didático-
pedagógicas e culturais desenvolvidas nas instituições de ensino nos níveis fundamental, 
médio e superior, de forma a viabilizar o acesso aos conteúdos curriculares; 
III. atuar nos processos seletivos para cursos na instituição de ensino e nos concursos 
públicos; 
IV. atuar no apoio à acessibilidade aos serviços e às atividades-fim das instituições de 
ensino e repartições públicas; 
V. prestar seus serviços em depoimentos em juízo, em órgãos administrativos ou policiais 
(Brasil, 2010, p. 2). 
 
A função de intérprete exige que sejam seguidos alguns preceitos éticos 
 
✓ Imparcialidade (interpretação neutra, sem dar opiniões pessoais) 
✓ Distância profissional (não haver interferência da vida pessoal) 
✓ Confiabilidade (sigilo profissional) 
✓ Discrição (estabelecer limites no seu envolvimento durante a atuação) 
✓ Fidelidade (interpretação deve ser fiel, sem alterar a informação mesmo que seja 
com a intenção de ajudar). 
 
Área de atuação 
 
O intérprete de libras deve ser um profissional capacitado e/ou habilitado em processos 
de interpretação de língua de sinais, atuando em situações formais como: escolas, 
palestras, reuniões técnicas, igrejas, fóruns judiciais, programas de televisão etc. A 
categoria profissional possui código de ética e respaldo institucional como: 
✓ Associações de pessoas surdas. 
✓ Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos. 
✓ Federação Mundial dos Surdos, entre outras. 
9 
 
 
Formação 
 
A formação do intérprete de Libras está em processo, as capacitações técnicas para esse 
profissional têm sido ofertadas ao nível de graduação e pós-graduação. A fluência da 
língua de sinais é obtida através da prática, sem dispor do aparato teórico que lhe 
concederia uma graduação especifica na interpretação e tradução da Libras. 
O que existe de formalizado é o Prolibras que é aplicado para certificar pessoas que já 
são fluentes em língua de sinais – concedendo a proficiência na língua. As provas 
possuem dois níveis: uma para medir conhecimento para o ensino de Libras, e outra para 
medir conhecimento para a interpretação da língua. 
 
Importância desse profissional para o processo de ensino-aprendizagem de uma 
criança/adolescente surda nas salas de inclusão 
 
O intérprete de Libras tem a função de ser o canal comunicativo entre o aluno surdo, o 
professor, colegas e equipe escolar. 
Seu papel em sala de aula é servir como tradutor entre pessoas que compartilham línguas 
e culturas diferentes. Essa atividade exige estratégias mentais na arte de transferir o 
conteúdo das explicações, questionamentos e dúvidas, viabilizando a participação do 
aluno em todos os contextos da aula e fora dela, nos espaços escolares. 
Quanto a sua postura, o intérprete deve se conscientizar de que ele não é o professor, e 
em situações pedagógicas não poderá resolver, limitando-se as funções comunicativas de 
sua área. Seu contato com os alunossurdos não poderá ser maior que o do professor de 
sala. 
O profissional deve dominar a língua de sinais e a língua portuguesa. Uma especificidade 
do intérprete de Libras é seu trabalho na educação, denominado intérprete educacional 
(IE). O objetivo principal não é apenas traduzir, mas buscar, juntamente com o professor, 
meios diferenciados de ensino para que o aluno surdo possa ser favorecido em uma 
aprendizagem especificamente elaborada e pensada e, consequentemente, eficiente (Olah, 
2010; Oliveira, 2012; Santos; Festa, 2014). 
10 
 
 
O papel da família na educação do surdo 
 
Deve-se levar em conta que apenas 10% das pessoas surdas têm pais surdos. Mais de 90% 
das crianças surdas que possuem pais ouvintes não conhecem a língua de sinais; isso é 
um dado preocupante, pois com isso essas crianças normalmente não têm exposição a 
uma língua efetiva na infância; em decorrência dessa carência, surgem inúmeros 
problemas socioeducativos e psicocognitivos ao longo de sua vida. Em muitos casos, os 
pais não querem que seus filhos aprendam a sinalizar por causa da falsa ideia de que, se 
aprenderem Libras, não serão capazes de adquirir fala. Quando se aborda o 
desenvolvimento comunicativo e linguístico da criança surda, pode-se explicar que os 
ambientes linguísticos em que elas desenvolvem são muito variados; por isso, os 
processos de socialização linguística são marcadamente diferentes. 
As crianças surdas cujos pais usam sinais adquirem de forma espontânea a língua utilizada 
no ambiente familiar. Crianças educadas em um ambiente linguístico acessivelmente rico 
têm plenas oportunidades de interação com pais e irmãos, o que não ocorre com a maioria 
das crianças surdas de pais ouvintes (Coll et al., 2004). 
Nesse sentido, é importante destacar o papel da família, pois é por ela que o alicerce da 
personalidade subjetiva é construído, de forma que o desenvolvimento da criança é, em 
grande parte, de sua responsabilidade. Família, sociedade e escola, portanto, formam a 
base de proteção e inclusão do sujeito na sociedade e da superação de suas dificuldades e 
necessidades para o pleno desenvolvimento como ser humano e como cidadão. 
É papel da família identificar o quanto antes a condição de surdez na criança, para que se 
possa buscar a melhor forma de comunicação e de fortalecimento das inter-relações e, ao 
mesmo tempo, buscar, pela Libras, implantar o bilinguismo para que todos possam se 
comunicar plenamente e desenvolver assim a criança e prepará-la para ingressar no 
âmbito escolar. 
 
 
 
 
11 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 
A deficiência auditiva é, certamente, um assunto de máxima relevância e de interesse de 
toda a sociedade, seja em ambiente escolar ou não, já que se trata de um tema que envolve 
o ser humano em sua cognição e adaptação social. 
As pessoas com deficiência auditiva têm o direito e devem ser inseridas normalmente na 
sociedade. A escola tem o papel fundamental de formar cidadãos proativos para a 
construção da sociedade. 
Nesse processo, estão incluídos alunos com deficiência física, visual, auditiva e outras. 
Porém deficiências não são motivos para que esses cidadãos não sejam considerados 
como tal. Com a inclusão escolar, as instituições de ensino têm o dever de matricular 
todos os alunos, e as esferas governamentais devem garantir o suporte necessário nesse 
processo para aquelas estarem preparadas para atender a todos os educandos, além de 
reconhecer o papel do intérprete como mediador no processo de ensino-aprendizagem do 
educando surdo, no ensino de Libras como L1 ou L2, a formação continuada de 
professores e recursos didático-pedagógicos para o ensino dos conteúdos curriculares das 
disciplinas e permitir que o surdo consiga adquirir o bilinguismo, ou seja, todo o conjunto 
necessário para que o educando surdo possa ter garantido o seu pleno desenvolvimento 
educacional. 
É extremamente necessário que todos os setores da sociedade se empenhem em busca da 
qualidade, da igualdade e da equidade na educação brasileira. Essa busca precisa ser 
iniciada dentro da escola, na mais tenra idade, para que a criança consiga exercer um bom 
papel na sociedade quando adulta. 
É dever de todos proporcionar o bem-estar das pessoas portadoras de necessidades 
especiais, seja ela auditiva ou não. No ambiente escolar cabe aos professores fazer com 
que os futuros cidadãos brasileiros aceitem as diferenças e convivam com elas com 
extrema naturalidade. Também é um dever do professor sua constante atualização e 
capacitação para suprir as necessidades de comunicação e formação pessoal dos alunos 
com deficiências. 
 
12 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
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2011. Disponível em: http://www.brasil.gov.br/noticias/arquivos/2011/04/18/cresce-
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