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COMPLICAÇÕES CAUSADAS PELO DESMAME PRECOCE E A IMPORTÂNCIA DA AMAMENTAÇÃO EM LACTANTE COMPLICATIONS CAUSED BY EARLY WEANING AND THE IMPORTANCE OF BREASFEEDING Claudia Aparecida Galindo Dos SANTOS¹ Iolanda Carline Codá GOMES¹ Nubia Karolina De SOUZA¹ Cesário da Silva SOUZA2 RESUMO INTRODUÇÃO. De acordo com as recomendações da Organização Mundial da Saúde sobre alimentação de bebês e crianças pequenas, para alcançar o crescimento, desenvolvimento e saúde ideais, a amamentação deve ser iniciada precocemente uma hora após o nascimento. OBJETIVOS. O objetivo do trabalho foi descrever as complicações causadas aos indivíduos afetados pelo desmame precoce e identificar as patologias que podem ser acarretadas consequentemente pelo mesmo, buscando expor as complicações causadas pelo desmame precoce e a importância do aleitamento materno exclusivo até os 6 meses de vida. MÉTODO. Trata-se de uma revisão integrativa, fez uso das plataformas: PUBMED, SCIELO e LILACS, utilizando os seguintes descritores: desmame precoce, amamentação, patologias (early weaning, breastfeeding, pathologies), no período de 2015 à 2019. RESULTADOS. Dos seis (6) estudos selecionados foram encontrados estudos de coorte, revisão sistemática meta- análise, revisão de literatura e estudo transversal. Os níveis de evidências foram inconstantes, contudo seus desfechos mantiveram uma tendência. CONCLUÇÃO. No entanto, os artigos que investigaram as complicações causadas pelo desmame precoce, mostrou e comparou crianças amamentadas e não amamentadas e concluíram que a amamentação tem efeito protetor para as criança. Palavras-chave: Desmame precoce, Amamentação, Patologias COMPLICATIONS CAUSED BY EARLY WEANING AND THE IMPORTANCE OF BREASFEEDING ABSTRACT INTRODUCTION. According to World Health Organization recommendations on infant and young child feeding, to achieve optimal growth, development and health, breastfeeding should be started early one hour after birth. OBJECTIVE. The objective of this study was to describe the complications caused to individuals affected by early weaning and to identify the pathologies that may consequently be caused by it, seeking to expose the complications caused by early weaning and the importance of exclusive breastfeeding until 6 months of age. METHOD. This is an integrative review, using the platforms: PUBMED, SCIELO and LILACS, using the following descriptors: early weaning, breastfeeding, pathologies (early weaning, breastfeeding, pathologies), from 2015 to 2019. RESULTS. Of the six (6) selected studies we found cohort studies, systematic meta-analysis review, literature review and cross- sectional study. The levels of evidence were inconsistent, but their outcomes maintained a tendency. CONCLUSION: However, articles investigating the complications caused by early weaning showed and compared breastfed and non-breastfed children and concluded that breastfeeding has a protective effect on children. Keywords: Early weaning, Breastfeeding, Pathologies Claudia Aparecida Galindo Dos SANTOS¹ Iolanda Carline Codá GOMES¹ Nubia Karolina De SOUZA¹ Cesário da Silva Souza2 COMPLICAÇÕES CAUSADAS PELO DESMAME PRECOCE E A IMPORTÂNCIA DA AMAMENTAÇÃO EM LACTANTES COMPLICATIONS CAUSED BY EARLY WEANING AND THE IMPORTANCE OF BREASFEEDING Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de nutrição, da Universidade Tiradentes, como requisito parcial para a obtenção do grau de Bacharel. Maceió, 04 de dezembro de 2019 BANCA EXAMINADORA Prof. Me. Nutricionista Jaqueline Fernandes Centro Universitário Tiradentes – UNIT-AL Prof. Me. Nutricionista Raphaela Costa Centro Universitário Tiradentes – UNIT-AL Prof. Dr. Orientador Cesário Souza Centro Universitário Tiradentes – UNIT-AL 1 INTRODUÇÃO De acordo com as recomendações da Organização Mundial da Saúde sobre alimentação de bebês e crianças pequenas, para alcançar o crescimento, desenvolvimento e saúde ideais, a amamentação deve ser iniciada precocemente uma hora após o nascimento. Da mesma forma, os bebês devem ser amamentados exclusivamente nos primeiros seis meses e a introdução de alimentos complementares nutricionalmente adequados e seguros deve ser iniciada no sexto mês, juntamente com a amamentação contínua por até dois anos ou mais (SHIBRU H, 2018). A amamentação fornece um efeito protetor para uma série de doenças e reduz o risco de mortalidade, causada principalmente por doenças infecciosas, em países de baixa e média renda. O aleitamento materno também oferece proteção contra doenças gastrointestinais e respiratórias, como encontrado em países de alta renda. No entanto, todas essas evidências estão associadas ao efeito protetor do aleitamento materno exclusivo por até 6 meses. O aleitamento materno exclusivo é definido como o fornecimento de leite materno sem a introdução de outros alimentos ou bebidas à criança (FRANK, 2019a). A má oclusão é um distúrbio do desenvolvimento que ocorre nas estruturas craniofaciais que compõem a mandíbula, a língua e os músculos faciais. Causa deformidade ou falta de funcionalidade e tem sido associado a impactos negativos no sorriso, emoção e contato social. A amamentação pode desempenhar um papel importante na prevenção da má oclusão na dentição decídua, devido à sua capacidade de promover crescimento e desenvolvimento adequados dos músculos e ossos da mandíbula (FERREIRA, 2015). As doenças alérgicas são comuns na infância e uma causa significativa de morbidade. Nas últimas décadas, houve um aumento dramático na prevalência dessas condições, que incluem asma, eczema e rinite alérgica, e um aumento semelhante e retardado foi observado. observada para alergia alimentar nos últimos 10 a 15 anos 4. Mais de 300 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de asma. Estima-se que a rinite alérgica afeta entre 10 e 30% da população global. O eczema e a alergia alimentar também representam grandes problemas de saúde pública e estão associados a impactos negativos profundos na qualidade de vida relacionada à saúde. A complexidade e a gravidade da doença alérgica continua a aumentar, principalmente em crianças e adultos jovens, que carregam a maior parte do ônus da doença. O estudo conclui que existem evidências de que a amamentação é protetora para a asma de 5 a 18 anos. Há evidências mais fracas de um efeito protetor para eczema ≤2 anos e rinite alérgica ≤5 anos de idade, com maior proteção para asma e eczema em países de baixa renda (LODGE, 2015). O corpo humano abriga trilhões de células microbianas cujas ações coordenadas são consideradas importantes para a vida humana, os estágios iniciais da vida representam um período mais oportunista da vida humana, onde a microbiota intestinal pode ser mais propensa a alterações por intervenções envolvendo probióticos, prebióticos, fagos ou combinações destes. O desenvolvimento subsequente dessa microbiota intestinal inicial é modulado por compostos alimentares específicos presentes no leite humano que apóiam a colonização seletiva.Foi demonstrado que os genomas dos comensais do intestino infantil, em particular as bifidobactérias, são geneticamente adaptados para utilizar componentes glicanos específicos desse fluido secretório humano. Isso representa um exemplo muito intrigante de coevolução hospedeiro-micróbio, onde acredita-se que ambos os parceiros se beneficiam (CHRISTIAN M, 2017). Observa-se vários benefícios relacionados à saúde da amamentação, tanto enquanto a criança está sendo amamentada quanto no período após a interrupção da amamentação. Demonstrou-se que a amamentação é benéfica na infância e na primeira infância em relação a certas doenças respiratórias e gastrointestinais, com incidência reduzida de otite média desde a infância até os 4 anos de idade para algumas crianças amamentadas (FRANK, 2019). O aleitamento materno exclusivo nos 6 primeiros meses de vida na prevenção da saúde do indivíduo é indispensável, tendo como objetivo ampliar a qualidade de vida desde crianças, adolescentes e até o indivíduo adulto bem como, advertindo grandes patologias. A educação informativa sobre aleitamento materno deve debutar desde o pré natal, direcionando as mães aos conhecimentos necessários para que ela faça a amamentação de seu filho corretamente. Assim, o objetivo do trabalho foi descrever as complicações causadas aos indivíduos afetados pelo desmame precoce e identificar as patologias que podem ser acarretadas consequentemente pelo mesmo, buscando expor as complicações causadas pelo desmame precoce e a importância do aleitamento materno exclusivo até os 6 meses de vida, que é de extrema importância para o desenvolvimento desde criança até a vida adulta. Diante desse estudo, alçou a seguinte pergunta: Qual a importância do aleitamento materno exclusivo até os 6 meses, complementando a alimentação até os dois anos ou mais? 2 MÉTODOS Foi utilizado o método de estudo revisão integrativa que reúne e analisa rigorosamente diversas metodologias, integrando os resultados, mantendo o rigor metodológico, permitindo a combinação de estudos empíricos e teorias sobre um determinado tópico. Para o desenvolvimento da revisão foram percorridas 6 etapas, de acordo com Mendes, Silveira e Galvão (2008), 1º elaboração da questão de pesquisa, 2º busca na literatura, 3º categorização dos estudos, 4º avaliação dos estudos, 5º interpretação dos resultados, 6º apresentação da revisão. Para captação de artigos a base de dados utilizada foi a PubMed Central (PMC) e a partir dela foram encontrados artigos das seguintes bases de dados PubMed, Literatura Latino- Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Scientific Eletronic Library Online (SciELO) e MEDLINE. Como critérios de inclusão foram utilizados: artigos originais publicados em português e inglês, com acesso gratuito e publicados entre os anos de 2015 a 2019. Excluiu-se da busca aqueles que não estabeleciam resposta para pergunta norteadora, teses e dissertações. O descritor booleano utilizado para os cruzamentos foi o “AND”, ao relacionar os descritores early weaning, breastfeeding e pathologies (desmame precoce, amamentação e patologias) estabelecidos foram encontrados 1629 estudos, aplicado os critérios de inclusão e exclusão restaram 203 após a leitura de títulos e resumos restaram 68. Após a leitura dos artigos na íntegra restaram seis (6) estudos dos quais estão selecionados e organizados em 1 SCIELO, 4 PUBMED e 1 LILACS. O termo de busca dos artigos avaliados neste estudo encontra-se evidenciado a seguir: Figura 1: Fluxograma dos artigos e o método utilizado: Fonte: Dados da Pesquisa, 2019. 3 RESULTADOS Dos seis (6) estudos selecionados foram encontrados estudos de coorte, revisão sistemática meta-análise, revisão de literatura e estudo transversal. Os países de publicação encontrados nos artigos foram, Brasil, Etiópia e EUA. Ao que se refere ao período de publicação dos artigos selecionados, tem-se 3 artigos de 2015, 1 artigo de 2019, 1 artigo de 2017, 1 artigo de 2018. Os estudos foram classificados com base na categorização do Agency for Healthcare Reserch and Quality (AHRQ) dos Estados Unidos da América. A qualidade das evidências é classificada em seis níveis: nível I, metanálise de múltiplos estudos controlados; nível II, estudo individual com desenho experimental; nível III, estudo com desenho quase- experimental como estudo sem randomização com grupo único pré e pós-teste, séries temporais ou caso-controle; nível IV, estudo com desenho não-experimental como pesquisa descritiva correlacional e qualitativa ou estudos de caso; nível V, relatório de casos ou dado obtido de forma sistemática, de qualidade verificável ou dados de avaliação de programa; nível IV, opinião de autoridades respeitáveis baseada na competência clínica ou opinião de comitês de especialistas, incluindo interpretações de informações baseadas em pesquisas; opiniões reguladoras ou legais. Foram analisados artigos sobre aleitamento materno, tendo como principal foco as complicações causadas pelo desmame precoce e como isso poderia impactar na vida seguinte dos indivíduos. De acordo com os artigos lidos, a amamentação deve ser exclusiva nos 6 primeiros meses de vida, pois até os 6 meses o aleitamento materno é essencial para o bebê, tendo assim o recebimento dos nutrientes necessários para seu desenvolvimento e prevenção de patologias e podendo ser complementado após esse período de forma gradativa, dando proteção sobre doenças infecciosas e prevenindo de doenças crônicas não transmissíveis. A amostra final desta revisão foi constituída por 6 artigos científicos, selecionados pelos critérios de inclusão previamente estabelecidos. Destes, 1 foi encontrado na base de dados LILACS, 1 da Scielo 4 na Medline . O quadro 1 representa as especificações de cada um dos artigos inclusos. O quadro 1 descreve as características dos seis estudos incluídos. Quadro 1. Artigos levantados nas bases de dados LILACS, SciElo e Medline de revisão integrativa relacionada a amamentação. Base de dados Título do artigo Autores Ano Desfechos País do Estudo Nível de evidência PubMed Sub-Optimal Breastfeeding and Its Associated Factors in Rural Communities of Hula District, Southern Ethiopia: A Cross-Sectional Study. SHIBRU Hoche; Berhan Meshesha; and Negash Wakgari Jan. 2018 A amamentação subótima foi considerada alta. O início tardio e as práticas de amamentação não exclusiva foram os principais contribuintes para a amamentação abaixo do ideal. Etiópia, Hula III PubMed The relationship between breastfeeding and reported respiratory and gastrointestinal infection rates in young children Frank NM1, Lynch KF2, Uusitalo U2, Yang J2, Lönnrot M3, Virtanen SM4,5,6,7, Hyöty H3,8, Norris JM9 Set. 2019 Amamentação pode ser protetora contra várias doenças agudas respiratórias e gastrointestinais em algumas crianças até pelo menos 6 meses de idade EUA: Colorado, Geórgia / Flórida, Washington; e três na Europa: Finlândia, Alemanha e Suécia. III LILACS Impact of malocclusion on deciduous and permanent dentition on the quality of life of children and adolescents: literature review. Rev. Bras. Odontol. Andressa Ferreira M; Larissa S Pinto; K Von Ahn Pinto; Paula Goveia C; Sara A Zago J; Karen Sibele V; Denise P Rosa Jun. 2015 A amamentação pode desempenhar um papel importante na prevenção da má oclusão na dentição decídua, devido à sua capacidade de promover crescimento e desenvolvimento adequados dos músculos e ossos da mandíbula Brasil, Rio de janeiro IV PubMed Breastfeeding and asthma and allergies: a CJ Lodge DJ Tan MXZ Lau XDai R Tham 20 Jul. 2015 Associação entre amamentação e doenças alérgicas Austrália I systematic review and meta‐analysis AJ Lowe G Bowatte KJ Allen SC Dharmage na infância PubMed The First Microbial Colonizers of the Human Gut: Composition, Activities, and Health Implications of the Infant Gut Microbiota Christian M, Sabrina D, Francesca B, Eoglan C, Francesca T, Jennifer M, Clara B, Susana D P, Silva A M, Leonardo M, Gabriele A L, Juan M R, Lars B, Willem V, Miguel G, Aberlado M, Douwe V S, Marco V. 8 Nov. 2017 Alterações na composição da microbiota intestinal infantil têm sido associadas a várias doenças e distúrbios. EUA, Califórnia V SciElo Effect of breastfeeding on obesity of schoolchildren: influence of maternal education Katia Jakovljevic Pudla,1 David Alejandro Gonzaléz- Chica,1 and Francisco de Assis Guedes de Vasconcelos. Jul-Set 2015 Avaliação a associação entre duração do aleitamento materno e obesidade em escolares de Florianópolis (SC) e o papel de possíveis modificadores de efeito. brasil, florianópolis (SC) III Fonte: Dados da Pesquisa, 2019. 4 DISCUSSÃO A amamentação materna é uma maneira natural e apropriada de alimentar uma criança nos primeiros meses de vida, promovendo crescimento e desenvolvimento adequados. Vários estudos mostraram que a amamentação é um fator protetor tanto para a desnutrição quanto para a obesidade. Nesse contexto, sabe-se que os primeiros meses de vida são identificados como cruciais para o desenvolvimento da obesidade. Há também uma controvérsia sobre o efeito protetor do leite materno no desenvolvimento da obesidade. Enquanto alguns estudos sugerem que a amamentação pode proteger as crianças contra o desenvolvimento de sobrepeso ou obesidade, outros sugerem que o fato de iniciar a introdução de alimentos complementares o mais próximo possível da idade recomendada é o fator protetor contra o excesso de peso. (NASCIMENTO, 2016) A primeira infância é determinante para uma qualidade de vida nas fases posteriores como a adolescência. Estudos científicos mostram evidências crianças que tiveram a amamentação interrompida antes dos 6 primeiros meses de vida e obesidade durante a adolescência. Os estudos demonstram a importância do aleitamento materno como prevenção de doenças infecciosas e não transmissíveis, incentivando dessa maneira o aleitamento materno exclusivo durante os 6 primeiro meses de vida e depois uma introdução alimentar cuidadosa, com alimentos naturais em quantidade certa. Nesse estudo, a amamentação abaixo do ideal contribuiu com um número significativo de óbitos dos bebês. Shibu observou os fatores associados ao aleitamento materno não exclusivo que está relacionado a educação das mães, o aconselhamento sobre aleitamento materno durante as visitas dos Cuidados do Pré-Natal (CPN), o descarte de colostro, a ordem de nascimento e o conhecimento do aleitamento materno exclusivo mostraram independentemente associação estatisticamente significativa com o aleitamento materno não exclusivo de bebês. As mulheres que não tinham educação formal tinham quase duas vezes mais chances de amamentar não exclusivamente do que mulheres que tinham educação formal. Além disso, as mães que não foram orientadas a amamentar durante as visitas do CPN tiveram maior probabilidade de amamentar não exclusivamente do que aquelas que foram orientadas. Entretanto, as mulheres que deram à luz pela primeira vez tiveram duas vezes mais chances de amamentar não exclusivamente do que as mães de maior ordem de nascimento. Da mesma forma, as mulheres que conheciam o aleitamento materno exclusivo eram cinco vezes mais propensas a amamentar exclusivamente do que aquelas que não tinham conhecimento. As características sociodemográficas de mães com bebês de 6 a 12 meses: Um total de 634 mães de crianças de 6 a 12 meses foram incluídas no estudo, obtendo uma taxa de resposta de 100%. A idade média das mães foi de 26,6 anos e variou de 15 a 45 anos. A idade média dos bebês foi de 9,7 meses e variou de 6 a 12 meses. Em relação ao estado civil dos entrevistados, 99,1% estavam em união conjugal. Em relação à escolaridade, 42,3% não possuíam educação formal e 47,8% cursaram o ensino fundamental (Shibru, 2018). Segundo Frank, que acompanhou 6861 crianças por mais de 18 meses e até um máximo de 48 meses de idade, que não eram auto-anticorpos para ilhotas positivos ou diabéticos no momento da coleta de dados. Em seus 6 meses de idade, 6720/6861 (98,0%) das crianças tiveram um relato dos pais de experimentar pelo menos uma infecção desde a inscrição aos 3 meses de idade. Dessas crianças, 1628 (24,3%) ainda estavam sendo amamentadas exclusivamente desde o momento da inscrição, 3396 (50,7%) ainda eram amamentadas, mas não exclusivamente, ou seja, o leite materno era suplementado com outros tipos de alimentos ou fórmula antes da inscrição e 1669 (24,9%) não estavam sendo amamentadas no momento da inscrição. As chances de um episódio infeccioso gastrointestinal foram significativamente reduzidas entre as crianças que foram amamentadas exclusivamente e não exclusivamente em comparação com as crianças que não foram amamentadas. A amamentação exclusiva e não exclusiva são protetores contra a otite média aguda, portanto, os achados de vários outros estudos (Dewey, 1995; Duffy, 1997; Aniansson, 1994). Este estudo esclarece ainda mais essas relações, indicando que os efeitos protetores da amamentação permanecem no trabalho pelo menos até os 18 meses de idade para crianças que continuam a receber leite materno. Esta não é uma descoberta sem precedentes, pois, de acordo com uma metanálise publicada em 2015, as evidências cumulativas sustentam que a amamentação protege contra a otite média até os 2 anos de idade (FRANK, 2019). Os problemas de oclusão dentária que consistem em anomalias do crescimento e desenvolvimento, afetando principalmente, os dentes, músculos e os ossos maxilares no período da infância e da adolescência, os quais podem produzir alterações tanto do ponto de vista estético como funcional. A amamentação é um fator que tem vindo cada vez mais a ser relacionado com o desenvolvimento crâniofacial, especialmente o crescimento mandibular, pois o mecanismo da amamentação tem sido considerado uma mais-valia na correção do retrognatismo mandibular presente no bebê. O tempo de amamentação é uma condicionante muito importante, visto que, o menor tempo de amamentação leva ao uso precoce do biberão (FRANK, 2019; FERREIRA, 2015). Este tipo de aleitamento pode não satisfazer o bebê por completo, pois o mecanismo de aleitamento é diferente do de amamentação, e pode potenciar o desenvolvimento de hábitos de sucção não nutritivos, como o uso da chupeta ou sucção digital, que vai prejudicar o desenvolvimento estomatognático, dando origem a más oclusões (FERREIRA, 2015). Os hábitos de sucção não nutritiva quando instalados e com uma frequência, duração e intensidade elevada podem levar a problemas oclusais que só serão corrigidos ortodonticamente (Romero, 2011; cit in Chen, Xia e Ge, 2015). Desta forma, a amamentação movimentos realizados na sucção está intimamente relacionada com o estabelecimento da fala, da deglutição e de uma correta respiração, além de promover o crescimento harmônico de todo sistema estomatognático (Medeiros, 2009; cit in Costa, 2010). No presente estudo foi reunido estudos de diferentes tipos para analisar evidências de que a amamentação reduz o risco de asma na infância. O efeito protetor da asma, eczema e rinite alérgica são maiores no início da vida. As crianças que foram amamentadas em países de alta renda 18% eum efeito benéfico ligeiramente maior nos países de renda média / baixa 20%. As classificações do grau refletem isso, pois as metanálises dos estudos observacionais recebem uma classificação inicialmente baixa, antes de uma avaliação mais detalhada dos possíveis vieses (LODGE, 2015). Entretanto foi encontrado estudos que analisaram a relação entre o desmame e a oferta da alimentação complementar, antes do tempo recomendado para a amamentação exclusiva, onde Pudla (2015) observou um estudo em escolas, onde foi analisado mais sobre a relação entre a amamentação e a obesidade. Ou seja mesmo tendo os conhecimentos sobre a amamentação, quando e como deveria ser complementado a alimentação, as crenças continuam fazendo com que as mães vissem o popular com a finalidade de proteger, e acaba podendo prejudicar com esta ação. Pois de acordo com os artigos que deram embasamento para se observar como ao desenvolvimento motor-oral da criança pode ser afetado por não ser amamentada, já que o movimento de sucção do leite materno não acontece e isso pode acabar prejudicando o seu desenvolvimento na parte oral. Foi também visto que a não amamentação, levando o uso de fórmulas infantis e até mesmo. E não somente com relação a isto, mas também o desenvolvimento do intestino do bebê (PUDLA, 2015). 5 CONCLUSÃO A prática do aleitamento materno evita patologias como sobrepeso e obesidade, diabetes infantil, alergias, e além disso, é um forte aliado para contribuir para o desenvolvimento motor- oral, social e psicológico. A presente revisão de literatura permitiu observar que há uma grande importância de se preconizar o aleitamento materno exclusivo, pelo menos até os 6 meses de vida. A maioria dos artigos sobre a amamentação mostrou os benefícios de proteção que só o leite materno oferta. No entanto, os artigos que investigaram as complicações causadas pelo desmame precoce, mostrou e comparou crianças amamentadas e não amamentadas e concluíram que a amamentação tem efeito protetor para as criança. Embora a amamentação exclusiva até os 6 meses exercer impacto positivo na qualidade de vida, investigar os fatores associados aos problemas ocasionados pelo desmame precoce é importante para sua prevenção, pois o desmame precoce pode ser preditivo de várias doenças crônicas, inflamatórias e alérgicas, comprovadamente, a amamentação exerce impactos importantíssimos na qualidade de vida desde a infância até a vida adulta. Além disso, a prevenção é uma alternativa atraente e viável em nível populacional, simplificando e até mesmo evitando tratamentos, problemas de saúde e gastos ao governo que exigem necessidade de acesso a serviços especializados e despendem de um custo mais elevado. 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDRESSA Ferreira M; Larissa S Pinto; K Von Ahn Pinto; Paula Goveia C; Sara A Zago J; Karen Sibele V; Denise P Rosa. Impact of malocclusion on deciduous and permanent dentition on the quality of life of children and adolescents: literature review. Rev. Bras. Odontol. 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