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UNIVERSIDADE PAULISTA 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS (ICH) 
PSICOLOGIA 
 
 
 
 
 
Paulo César Trigo Fernandes – RA: D37AEJ-3 
 
 
 
 
 
 
 
 
A MORTE: FIM DO CICLO VITAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Santos 
2019 
Paulo César Trigo Fernandes – RA: D37AEJ-3 
 
 
 
 
 
 
 
A MORTE: FIM DO CICLO VITAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atividade Prática Supervisionada apresentada à 
disciplina de Psicologia do Desenvolvimento: Ciclo 
Vital, em regime de dependência, do curso de 
Psicologia, da Universidade Paulista - UNIP. 
 
Prof. Me. Mirene Ferreira Marques 
 
 
 
 
 
 
 
Santos 
2019 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 4 
 
2 A MORTE: FIM DO CICLO VITAL ................................................................................... 5 
2.1 Visão Histórica .................................................................................................................... 5 
2.2 Visão Social.......................................................................................................................... 6 
2.3 Visão Cultural ..................................................................................................................... 6 
2.4 A Morte nas Diferentes Etapas do Desenvolvimento Humano .......................................... 7 
2.4.1 Infância ............................................................................................................................. 7 
2.4.2 Adolescência ...................................................................................................................... 7 
2.4.3 Idade Adulta ...................................................................................................................... 8 
2.4.4 Terceira Idade ................................................................................................................... 9 
2.5 Morte de Outro ................................................................................................................. 10 
2.6 Separação .......................................................................................................................... 10 
2.7 Perda .................................................................................................................................. 11 
2.8 Processo de Luto................................................................................................................ 11 
 
3 CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 12 
 
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................... 13 
 
4 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
 A morte é um tema cujas ideias, hipóteses e argumentos, fora do campo biológico, têm 
amplas relações com as características de cada cultura e de cada período histórico. Também as 
crenças religiosas, muitas vezes, determinam concepções sobre a finitude humana. A morte é um 
dos temas mais delicados e controversos da história cultural da humanidade. É um elemento 
estrutural para o entendimento do homem, pois o ser humano só se reconhece a partir da 
aceitação de sua finitude. A vida está estreitamente ligada com a significação que se atribui à 
morte. 
 A concepção que o homem tem de vida e a que tem de morte fazem parte de um único 
comportamento fundamental. Com o reconhecimento da morte, a vida torna-se mais plena, uma 
vez que a consciência do fim embasa um olhar diferenciado sobre o presente, dando forma à vida. 
Adaptar-se à ideia da morte oferece bases para a vivência. Como os humanos constituem a única 
espécie que tem a certeza da morte presente durante a existência e que pratica ritos fúnebres, a 
sua essência está associada às suas crenças em relação à morte. As formas de viver têm amplas 
relações com o fim. 
 O conhecimento que as pessoas têm do próprio fim é que torna possível a relação que os 
humanos têm com a própria mortalidade. Morrer não é apenas uma determinação extrínseca da 
existência, um acidente, mas um atributo essencial do homem. A relação do ser humano com a 
morte é constitutiva de seu próprio ser. É difícil conhecer o ser humano sem entender a morte, 
pois é nela que o homem mostra-se ao mundo. É nas atitudes diante da morte que o ser humano 
explicita suas diferenças em relação aos outros seres vivos. A morte é a imagem do homem, e, 
quando este a olha, ele observa a si próprio. A morte é um perigo constante, é um acaso que surge 
no cotidiano humano, que aparece nas transformações do mundo e que norteia o decorrer da vida. 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
2 A MORTE: FIM DO CICLO VITAL 
 
2.1 Visão Histórica 
 
 A herança cultural sobre a morte que define a visão de morte nos dias atuais. Segundo 
Kastenbaum e Aisenberg (1983), as interpretações atuais sobre a morte constituem parte da 
herança que as gerações anteriores, as antigas culturas nos legaram. 
 Segundo Morin (1997) na pré-história, os mortos dos povos musterenses eram cobertos 
por pedras, principalmente sobre o rosto e a cabeça, tanto para proteger o cadáver dos animais, 
quanto para evitar que retornassem ao mundo dos vivos. Mais tarde, eram depositados alimentos 
e as armas do morto sobre a sepultura de pedras e o esqueleto era pintado com uma substância 
vermelha. 
 Segundo Kastenbaum e Aisenberg (1983), os egípcios da Antiguidade, em sua sociedade 
bastante desenvolvida do ponto de vista intelectual e tecnológico, consideravam a morte como 
uma ocorrência dentro da esfera de ação. Eles possuíam um sistema que tinha como objetivo, 
ensinar cada indivíduo a pensar, sentir e agir em relação à morte. 
 A Idade Média foi um momento de crise social intensa, que acabou por marcar uma 
mudança radical na maneira do homem lidar com a morte. Kastenbaum e Aisenberg (1983) 
relatam que a sociedade do século catorze foi assolada pela peste, pela fome, pelas cruzadas, pela 
inquisição; uma série de eventos provocadores da morte em massa. A total falta de controle sobre 
os eventos sociais teve seu reflexo também na morte, que não podia mais ser controlada 
magicamente como em tempos anteriores. Ao contrário, a morte passou a viver lado a lado com o 
homem como uma constante ameaça a perseguir e pegar a todos de surpresa. 
 No século XX, entre as décadas de 1930 e 1950, ocorre o deslocamento do local da morte. 
Já não se morre mais em casa, entre os familiares, mas no hospital, onde há recursos de 
tratamento e de higiene não disponíveis no lar. O hospital passa a ser um lugar privilegiado para a 
morte; os pacientes não são mais levados para lá somente para serem curados, mas também para 
morrerem em um local mais adequado, sem a presença de parentes e vizinhos. O deslocamento 
do lugar da morte dá respaldo para a sua higienização e, também, para que a sociedade seja 
poupada de abalos. A finitude humana deixa de ser um momento coletivo. 
6 
 
 Kübler-Ross (1997) descreve que são cada vez mais intensas e velozes as mudanças 
sociais, expressas pelos avanços tecnológicos. O homem tem se tornado cada vez mais 
individualista, preocupando-se menos com os problemas da comunidade. Essas mudanças tem 
seu impacto na maneira com a qual o homem lida com há morte nos dias atuais. 
 
2.2 Visão Social 
 
 O ser humano se diferencia por ser o único a ter consciência sobre sua finitude (MELO; 
VALLE, 1999), sendo que tal percepção se inicia na infância, definida como o período que se 
estende dos zero aos 12 anos de idade incompletos (PAPALIA; OLDS, 2000). Nunes, Carraro, 
Jou e Sperb (1998), realizaram estudo que teve como objetivo investigar como as crianças 
elaboram o conceito de morte. Partindo de uma perspectiva desenvolvimental cognitiva, foi 
resgatada a teoria de Jean Piaget para embasar a pesquisa. Os conceitos de irreversibilidade(alguém que morre não pode voltar a viver), não-funcionalidade (com a morte cessam as funções 
vitais) e universalidade (todos os seres-vivos morrem) são aspectos fundamentais para a obtenção 
do conceito de morte. 
 Freire (2006) complementa esse pensamento afirmando que, apesar de o homem desejar a 
superação da morte, algumas mudanças na compreensão do papel do indivíduo nas sociedades 
modernas contribuíram para uma maneira diferenciada de negar a morte. “Não são mais as 
projeções da ideia de continuidade em um plano metafísico que asseguram a amenização para o 
enfrentamento da morte. Negar a mortalidade, atualmente, é viver como se ela não existisse”. 
 
2.3 Visão Cultural 
 
 Na cultura ocidental do século XX, procurou-se reduzir ao mínimo as operações diante da 
morte, tendo-se apenas as atitudes necessárias para fazer o sepultamento do corpo. As cerimônias 
devem ser simples e evitar o extravasamento de emoções. A boa morte é a morte maldita do 
passado. A boa morte á aquela que não perturba a sociedade, que se dá de forma discreta 
(ARIÈS, 2003). 
 
7 
 
2.4 A Morte nas Diferentes Etapas do Desenvolvimento Humano 
 
 O ser humano se diferencia por ser o único a ter consciência sobre sua finitude (MELO; 
VALLE, 1999), sendo que tal percepção se inicia na infância, definida como o período que se 
estende dos zero aos 12 anos de idade incompletos (PAPALIA; OLDS, 2000). Nunes, Carraro, 
Jou e Sperb (1998), realizaram estudo que teve como objetivo investigar como as crianças 
elaboram o conceito de morte. Partindo de uma perspectiva desenvolvimental cognitiva, foi 
resgatada a teoria de Jean Piaget para embasar a pesquisa. Os conceitos de irreversibilidade 
(alguém que morre não pode voltar a viver), não-funcionalidade (com a morte cessam as funções 
vitais) e universalidade (todos os seres-vivos morrem) são aspectos fundamentais para a obtenção 
do conceito de morte. Esses são adquiridos no estágio operatório concreto da teoria de Jean 
Piaget, no qual a criança passa a entender a reversibilidade das coisas que a cercam. Conhecendo 
a reversibilidade, a criança consegue conceber a irreversibilidade. 
 
2.4.1 Infância 
 
 Em pesquisa realizada com crianças de dois a cinco anos vítimas de câncer, Almeida 
(2005) constatou que as crianças possuíam inabilidade para compreender a morte como sendo 
irreversível. Porém, no estudo de Nunes, Carraro, Jou e Sperb (1998), realizado com seis crianças 
entre seis e sete anos que foram investigadas através de entrevistas e desenhos, foi possível 
verificar que tais crianças mostraram compreender a irreversibilidade da morte. Cabe salientar 
que além da influência do desenvolvimento cognitivo, a experiência da criança com relação à 
morte e as representações formais à disposição na cultura também estão relacionadas com a 
elaboração do conceito de morte. Tais fatos podem explicar a diferença constatada entre os 
estudos. 
 
2.4.2 Adolescência 
 
 Após a infância, chegamos à adolescência, etapa na qual o jovem se depara com uma 
importante tarefa desenvolvimental, a construção de sua identidade. Nessa etapa da vida o jovem 
entende o significado da morte, porém, habitualmente não pensa muito sobre este fato. Kovács 
8 
 
(2005), evidencia que os adolescentes possuem dificuldade para pensar na possibilidade de perder 
pessoas próximas, chegando a não perceber sua morte como possível, provavelmente pelos seus 
sentimentos de imortalidade e onipotência. Kovács (2005) relatam que o jovem se encontra no 
auge da vida, buscando seu lugar no mundo e consolidando sua identidade, não sobrando espaço 
para pensar em sua finitude. Por outro lado, Günther (1996), buscando conhecer as preocupações 
de adolescentes entre 11 e 18 anos, verificou que 50% ou mais dos jovens se preocupava, entre 
outros, com a morte de algum familiar e com a possibilidade da perda de um amigo (a) próximo 
(a). 
 O fato de não pensarem muito sobre o assunto não impede que os adolescentes percebam 
as características essenciais da morte, estando somente afastados emocionalmente dela 
(KOVÁCS, 2005). Isso porque estão passando por diversas mudanças e sentimentos acreditando 
estar distante da mesma... (KOVÁCS, 2005). Outro fator que colabora para que os adolescentes 
em sua maioria não pensem no assunto morte é o fato de acreditarem que são invulneráveis. 
Elkind (1984) nomeia tal pensamento como fábula pessoal, ou seja, o pensamento que o 
adolescente tem de não ser vulnerável aos acontecimentos vitais. Tal pensamento fica evidente no 
estudo realizado por Kovács (2005), no qual a autor diz que comportamentos como o uso de 
drogas, direção arriscada levando a acidentes envolvendo adolescentes podem ser explicados pela 
necessidade de viver a vida intensamente e, assim, desafiar a morte. 
 
2.4.3 Idade Adulta 
 
 No início da idade adulta os indivíduos concluem seus estudos e estão em meio a suas 
carreiras profissionais, seus casamentos e, provavelmente, possuem filhos. Estão ansiosos para 
viver tudo aquilo que planejaram e para o qual vinham se preparando. Assim, a morte pode ser 
encarada como motivo de frustração. Isso porque a morte nesta etapa faz com que o adulto se 
depare com sua finitude em um momento no qual os indivíduos lidam com questões do início da 
idade adulta, tais como os profissionais e familiares (PAPALIA; OLDS, 2000). Em estudo 
realizado com adultos jovens (20 a 30 anos), Zilberman (2002) investigou a concepção de morte 
no processo de individuação. Através deste estudo, foi possível concluir que existe evitação ou 
temor acerca do tema nos adultos jovens que se sentiam mais apegados ou dependentes de sua 
família. Além disso, constatou-se que a morte de alguém próximo poderia dificultar o processo 
9 
 
de individuação que os adultos jovens vivenciam. Tal dado evidencia o impacto que a morte tem 
sobre o ser humano. 
 
2.4.4 Terceira Idade 
 
 Na terceira idade, etapa do ciclo vital na qual há um número maior de perdas, colaborando 
para que o idoso pense mais sobre sua finitude (KOVÁCS, 2005). A perda de amigos e 
familiares, perda da sua ocupação, de parte de sua força física, redução do aparelho sensório e, 
em alguns casos, perda do funcionamento cerebral são comuns nesta idade (SILVA; 
CARVALHO; SANTOS; MENEZES, 2007). 
 Em decorrência de a terceira idade ser uma fase constituída por perdas, a morte nessa 
idade, conforme mencionam Lunardi e Lunardi Filho (1997) pode ser vista como natural e 
aceitável. Diante disso, é possível perceber que o tema morte é algo que acompanha 
frequentemente os indivíduos de terceira idade. Bee (1997) nos diz que na velhice as pessoas 
tendem a pensar e falar mais sobre o assunto se comparadas a pessoas de qualquer outra faixa 
etária. Porém, tal fato não quer dizer que a temam menos do que pessoas de outras idades 
(ROSENBERG, 1992). De acordo com tais evidencias, pode-se pensar que a possibilidade 
eminente de morte que acompanha indivíduos nesta etapa do ciclo vital pode, em alguns casos, 
ser geradora de angustia. Segundo Rosenberg (1992, p. 70), “nosso medo da morte não caminha 
linearmente com nossa idade”. Frumi e Celich (2006) realizaram uma pesquisa com cinco idosos 
acima de 60 anos com o objetivo de conhecer o significado do envelhecer e da morte para os 
idosos. Através do estudo, as autoras puderam perceber que os idosos encaram a morte como uma 
certeza, sendo que tal forma de encarar o assunto parece estar alicerçada em crenças e valores 
espirituais, que trazem para o idoso a confiança de uma vida após a morte. Sendo assim, é notável 
a importância de alguns aspectos, tais como a espiritualidade para uma vivência menos temerosa 
acerca da morte. 
 Silva, Carvalho, Santos e Menezes (2007) realizaram um estudo com o objetivo conhecer 
a vida do idoso após a morte de um amigo asilado. A pesquisa foi realizada com 15 idosos 
residentes em asilos permitindo concluir que diante da morte de um companheiro,os idosos se 
disseram chocados, descrentes, amedrontados, enfurecidos e tristes. Além disso, diversos 
sentimentos foram descritos, tais como sensação de vazio, falta do amigo, saudade, 
10 
 
estarrecimento, tristeza, ansiedade, raiva, lembrança e solidão. O estudo também evidenciou que 
a morte de um amigo pode representar aprendizado, uma vez que os idosos entrevistados citaram 
a dor, o sofrimento e a agonia como grandes momentos de aprendizado. Mais uma vez, podemos 
perceber a diversidade de reações diante da morte e que estas, independentemente da idade do 
indivíduo tendem a ter aspectos em comum, tais como a tristeza e o sofrimento. 
 
2.5 Morte de Outro 
 
 De acordo com Kovács (2005), A morte do outro se configura como a vivência da morte 
em vida. É a possibilidade de experiência da morte que não é a própria, mas é vivida como se 
uma parte nossa morresse, uma parte ligada ao outro pelos vínculos estabelecidos. 
 
2.6 Separação 
 
 A separação é uma vivência de morte numa situação de vida. Segundo Caruso (1982), 
durante o processo, desenvolve-se: a Catástrofe do Ego, onde com a separação produz-se uma 
morte na consciência. Ocorre uma mutilação egóica, a identidade sucumbe, o que aciona os 
mecanismos de defesa para que a morte não aniquila a consciência e não leve a alguma situação 
psicótica. 
 Pode se desenvolver ainda a Agressividade que pode surgir como um mecanismo de 
defesa atacando aquele que abandonou. A desvalorização do ausente é uma forma de tentar 
reconciliar o ego ferido com o ideal abalado. 
 Pode acontecer ainda o aparecimento da Indiferença. Esta é uma fase onde se força a 
diminuição da idealização egóica. Esta indiferença pode ocorrer em meio ao desespero. Pode-se 
traçar uma analogia com a rigidez da morte, uma renúncia ao prazer, para se evitar o desprazer. 
 Pode ocorrer uma busca de novas atividades ou de novas formas de prazer, a qual o 
Caruso (1982) denomina de Fuga para diante. Durante o processo, procura-se intensamente novas 
relações, como substituição ao parceiro perdido. E, por fim, acontece a Idealização. Esta atua 
como uma forma de depuração, uma rebelião contra o processo de morte que procura se instala. 
 
11 
 
2.7 Perda 
 
 De acordo com Kovács (2005), a perda e a sua elaboração são elementos contínuos no 
processo de desenvolvimento humano. É neste sentido que a perda pode ser chamada de morte 
“consciente” ou morte vivida. 
 Na representação de morte estão envolvidas duas pessoas: uma que é a “perdida” e a outra 
que lamenta essa falta. Como a morte não pode ser vivida concretamente, a única morte 
experienciada é a perda, quer concreta, quer simbólica. Ver a perda como fatalidade, ocultar os 
sentimentos, eliminar a dor, apontar o crescimento possível diante dela, podem ser formas de 
negar os sentimentos que a morte provoca, para não sofrer. 
 
2.8 Processo de Luto 
 
 O processo de luto por definição é um conjunto de reações diante de uma perda. Bowlby 
(1985) refere-se às quatro fases do luto: 
 A primeira seria a fase do choque que tem a duração de algumas horas ou semanas e pode 
vir acompanhada de manifestações de desespero ou de raiva. Nesta fase, o indivíduo pode parecer 
desligado, embora manifeste um nível alto de tensão. Podem ocorrem expressões emocionais 
intensas, ataques de pânico e raiva. 
 A segunda fase seria a do desejo e busca da figura perdida, que pode durar também meses 
ou anos. A raiva pode estar presente nesta fase, principalmente quando há a percepção de que 
houve efetivamente uma perda, provocando desespero, inquietação, insônia e preocupação. Ao 
mesmo tempo, existe a ilusão de que talvez tudo não tenha passado de um pesadelo. Essa raiva 
pode se manifestar como irritabilidade ou uma profunda amargura. 
 A terceira seria a fase de desorganização e desespero, onde a esperança intermitente, os 
desapontamentos repetidos, o choro, a raiva, as acusações, podem ser manifestações desta fase. 
 Pode haver ainda a sensação de que nada mais tem valor, muitas vezes acompanhada de 
um desejo de morte, pois a vida sem o outro não vale a pena. E, por fim, a fase de alguma 
organização, onde se processa uma aceitação da perda definitiva e a constatação de que uma nova 
vida precisa ser começada. 
 
12 
 
3 CONCLUSÃO 
 
 Com a realização deste estudo, buscou-se um entendimento geral da compreensão da 
morte ao longo do desenvolvimento humano através da leitura de diversos artigos e a busca por 
embasamento teórico em livros. 
 A evolução da visão histórica, social e cultura sobre a morte durante os séculos na 
história. 
 Conclui-se que as crianças até certa idade não são capazes de compreender os aspectos 
centrais da morte, e a importância de disponibilizar informações verdadeiras e adequadas ao 
entendimento infantil. Informações verdadeiras no sentido de não ocultar da criança a ocorrência 
da morte de alguém próximo, mas sim tornar o fato compreensível à linguagem da criança. Na 
adolescência, evidenciamos que o assunto parece ser ignorado, uma vez que o jovem se considera 
novo demais para pensar nesse assunto, acreditando ser invulnerável. Na vida adulta a 
possibilidade da morte se concretiza como algo realmente possível de acontecer, tendo um 
significado social atribuído. Porém, é somente na velhice que a morte é encarada como natural. 
Sendo assim, acredita-se que é possível ver a compreensão que os indivíduos têm acerca da morte 
em um continuum, iniciando pelo desconhecimento infantil, passando pelo entendimento no final 
da infância, pela crença adolescente de que tal evento não venha a ocorrer, seguido da 
compreensão adulta da morte como uma possibilidade real, finalizando pela naturalidade com a 
qual o idoso tende a encarar o assunto. 
 Percebe-se também, a influência de diferentes variáveis sobre a compreensão que se tem 
da morte. Os níveis de negação, evitação, estresse e temor podem contribuir para o 
distanciamento do assunto, bem como os avanços médicos, os fatores culturais e os lutos 
vivenciados ao longo do desenvolvimento. Todas essas variáveis parecem estar envolvidas no 
modo como se encara este assunto. Diante disso, é notável a inter-relação de diversos fatores 
quanto à compreensão da morte. Neste ponto reside a necessidade de se estudar tal assunto, 
conhecendo cada vez mais o papel de cada um destes fatores. Dessa forma, acredita-se que os 
profissionais da área da saúde poderão estar preparados para tal situação, podendo oferecer o 
cuidado necessário nestas ocasiões. 
 
 
13 
 
REFERÊNCIAS 
 
ALMEIDA, F. A. Lidando com a morte e o luto por meio do brincar: a criança com câncer 
no hospital. Boletim de Psicologia, São Paulo, v. 55, n. 123, p. 149-167, dez. 2005. 
 
ARIÈS, Philippe (2003). Sobre a história da morte no ocidente desde a idade média. 2º ed. 
Trad. de Pedro Jordão. Lisboa: Teorema 
 
BEE, H. O ciclo vital. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997. 
 
BOWLBY, J. – Apego, perda e separação – São Paulo, Martins Fontes, 1985. 
 
CARUSO, I. – A separação dos Amantes – São Paulo, Diadorim Cortez, 1982. 
 
ELKIND, D. All grown up and no place to go. Reading, MA: Addison-Wesley, 1984. 
 
FREIRE, Paulo. Pedagogia da esperança: um reencontro com a Pedagogia do oprimido. São 
Paulo: Paz e Terra, 2006. 
 
FRUMI, C; CELICH, K. L. S. O olhar do idoso frente ao envelhecimento e à morte. Revista 
Brasileira de Ciências do Envelhecimento Humano, 2006. 
 
GÜNTHER, I. A. Preocupações de adolescentes ou os jovens têm na cabeça mais do que 
bonés. Psicologia: Teoria e Prática, Brasília, v. 12, 1996. 
 
KASTENBAUM, R., & AISENBERG, R. (1983). Psicologia da morte. São Paulo: Pioneira. 
 
KÜBLER-ROSS, E. (1997). Sobre a morte e o morrer (T. L. Kipnis, Trad.) São Paulo: Martins 
Fontes. (Original publicado em 1969) 
 
LUNARDI, V. L. & LUNARDI Filho, W. D. A morte do idoso: um fato natural e 
aceitável. Texto e Contexto Enfermagem, Florianópolis, 1997.MELO, L. L; VALLE, E. R. M. "E a luz está se apagando...": vivências de uma criança com 
câncer em fase terminal. Revista Brasileira de Enfermagem, Brasília, v. 52, n. 4, p. 566-575, 
1999. 
 
MORIN, E. Complexidade e ética da solidariedade. In CASTRO, G. et al Ensaios de 
complexidade. Porto Alegre: Sulina, 1997. 
 
NUNES, D. C; CARRARO, L; JOU, G. I; SPERB, T. M. As crianças e o conceito de 
morte. Revista Psicologia Reflexão e Crítica, Porto Alegre, v. 11, n. 3, p. 579-590, 1998. 
 
PAPALIA, D. E; OLDS, S. W. Desenvolvimento Humano. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000. 
 
14 
 
SILVA, C. A; CARVALHO L. S; SANTOS, A. C. P. O; MENEZES, M. R. Vivendo após a 
morte de amigos: história oral de idosos. Texto e Contexto Enfermagem, Florianópolis, 2007. 
 
ZILBERMAN, A. B. A concepção de morte em adultos jovens no processo de individuação. 
2002. Dissertação (Mestrado em Psicologia) - Faculdade de Psicologia, Pontifícia Universidade 
Católica do Rio Grande do Sul. Porto Alegre. Rio Grande do Sul, RS

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