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ISCED TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
 
Direitos de autor (copyright) 
Este manual é propriedade do Instituto Superior de Ciências e Educação à Distância (ISCED), e 
contém reservado todos os direitos. É proibida a duplicação ou reprodução parcial ou total deste 
manual, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (eletrónicos, mecânico, gravação, 
fotocópia ou outros), sem permissão expressa de entidade editora (Instituto Superior de 
Ciências e Educação à Distância (ISCED). 
A não observância do acima estipulado o infractor é passível a aplicação de processos judiciais 
em vigor no País. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Instituto Superior de Ciências e Educação à Distância (ISCED) 
Rua Dr. Almeida Lacerda No 211, Ponta-Gêa 
Beira - Moçambique 
Telefone: +258 23323501 
Fax: 258 23324215 
E-mail: info@isced.ac.mz 
Website: www.isced.ac.mz 
 
http://www.isced.ac.mz/
ISCED TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
 
Agradecimentos 
O Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED), agradece a colaboração dos 
seguintes indivíduos e instituições na elaboração deste manual: 
 
 
Autor Dr. Fernando Manuel Samuel Safo Chicumule 
Coordenação 
Design 
Financiamento e Logística 
Revisão Científica e 
Linguística 
Ano de Publicação 
Local de Publicação 
Direcção Académica 
Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED) 
Instituto Africano de Promoção da Educação a Distancia (IAPED) 
Dr. Marcelino Cumbane 
MSc. Chimica Francisco 
2019 
ISCED – BEIRA 
 
 
 
 
 
 
ISCED TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
 
i 
 
Sumário 
VISÃO GERAL ........................................................................................................................... iii 
O PROCESSO DE COMUNICAÇÃO .................................................................................................... 3 
AS TÉCNICAS E OS MÉTODOS DE ESTUDO .................................................................................... 11 
UNIDADE 3 - A LEITURA......................................................................................................... 15 
UNIDADE 4 ............................................................................................................................ 19 
A TOMADA DE NOTAS ................................................................................................................... 19 
O RESUMO..................................................................................................................................... 23 
UNIDADE 6 A SÍNTESE ............................................................................................................... 28 
UNIDADE 7 ................................................................................................................................ 30 
A ORTOGRAFIA .............................................................................................................................. 30 
UNIDADE 8 ................................................................................................................................ 38 
A PONTUAÇÃO .............................................................................................................................. 38 
UNIDADE 9 ................................................................................................................................ 47 
A ANÁLISE DE UM TEXTO ESCRITO ............................................................................................... 47 
.................................................... 52 
UNIDADE 10 .......................................................................................................................... 52 
A FRASE ......................................................................................................................................... 52 
UNIDADE 11 .............................................................................................................................. 56 
A FRASE SIMPLES E COMPLEXA ..................................................................................................... 56 
UNIDADE 12 .............................................................................................................................. 61 
ESTUDO DO VERBO ....................................................................................................................... 61 
UNIDADE 13 .............................................................................................................................. 65 
CONJUGAÇÃO PRONOMINAL........................................................................................................ 65 
Introdução ............................................................................................................................. 65 
UNIDADE 14 .............................................................................................................................. 68 
O DISCURSO DIRECTO E INDIRECTO .............................................................................................. 68 
A FICHA BIBLIOGRÁFICA ................................................................................................................ 72 
UNIDADE 16 .............................................................................................................................. 74 
A FICHA DE LEITURA ...................................................................................................................... 74 
UNIDADE 18 .............................................................................................................................. 83 
 
ISCED TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
 
ii 
 
TEXTOS ADMINISTRATIVOS ........................................................................................................... 83 
Introdução ............................................................................................................................. 83 
UNIDADE 19 .......................................................................................................................... 85 
FORMAS DE TRATAMENTO ........................................................................................................... 85 
UNIDADE 23 ............................................................................................................................ 100 
TEXTO EXPOSITIVO-EXPLICATIVO ............................................................................................... 100 
Introdução ........................................................................................................................... 100 
...................................................... 106 
UNIDADE 24 ............................................................................................................................ 106 
TEXTO EXPOSITIVO-ARGUMENTATIVO ....................................................................................... 106 
UNIDADE 25 O RELATÓRIO ..................................................................................................... 115 
Introdução ............................................................................................................................... 115 
Bibliografia Recomendada ...................................................................................................... 119 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ISCED TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
 
iii 
 
VISÃO GERAL 
 
Bem-vindo ao Manual da Disciplina de Técnicas de 
Expressão Oral e Escrita 
A Competência na comunicação e expressão em língua portuguesa é 
uma das habilidades indispensáveis, quer na comunidade em geral, 
quer em todos os processos de gestão do capital humano, nas 
organizações. Assim, por meio deste manual pretendemos que o 
futuro técnico ou gestor de recursos humanos seja capazde se 
exprimir correctamente e de produzir documentos de carácter 
administrativo com uma boa expressividade e correcção linguísticas. 
 
 
Objectivos do Manual 
 
 
Constituem os objectivos deste manual 
Objectivos 
• Adquirir e aperfeiçoar as técnicas de expressão consideradas como 
fundamentais para a prossecução dos estudos superiores e para 
futura vida profissional; 
• Conjugar destrezas e conhecimentos linguísticos com literacia e 
 competências comunicativas; 
• Analisar aspectos gramaticais e funcionais da 
 língua portuguesa; 
• Reflectir sobre a estética e a cultura da linguagem; 
• Produzir correctamente textos de carácter administrativo; 
• Aplicar eficazmente as diferentes formas de tomada de notas ou de 
estudo; 
• Reconhecer as estratégias discursivas que norteiam a produção e 
organização de textos; 
• Usar correctamente as regras de pesquisa e elaboração de 
trabalhos científicos. 
 
 
Quem deveria estudar este manual 
O presente Manual foi concebido para estudantes do 1º ano dos 
cursos de licenciatura do ISCED. 
 
ISCED TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
 
iv 
 
 
Como está estruturado este manual 
O presente manual está estruturado da seguinte maneira: 
• Conteúdos deste manual. 
• Abordagem geral dos conteúdos do manual, resumindo os 
aspectos-chave que você precisa para conhecer a história da 
comunicação. Recomendamos vivamente que leia esta secção com 
atenção antes de começar o seu estudo, como componente de 
habilidades de estudos. 
 
 
Conteúdo deste manual 
 
Este manual está estruturado em temas. Cada tema, comporta 
certo número de unidades temáticas ou simplesmente unidades, 
cada unidade temática caracteriza-se por conter um título 
específico, seguido dos seus respectivos subtítulos. 
No final de cada unidade temática, são propostos 10 exercícios de 
fechados e 5 exercicios abertos. No fim de cada tema, são 
incorporados 10 exercícios fechados para avaliação e 5 exercicios 
abertos para auto-avaliacao. No final do manual estão 
incorporados 100 exercicios fechados para preparação aos 
exames. 
Os exercícios de avaliação são Teóricos e Práticos. 
 
 
Outros recursos 
O ISCED pode, adicionalmente, disponibilizar material de estudo na 
Biblioteca do Centro de recursos, na Biblioteca Virtual, em formato 
físico ou digital. 
 
 
 
 
 
 
ISCED TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
 
v 
 
 
 
Auto-avaliação e Tarefas de avaliação 
As tarefas de auto-avaliação para este manual encontram-se no 
final de cada unidade temática e de cada tema. As tarefas dos 
exercícios de auto-avaliação apresentam duas características: 
primeiro apresentam exercícios resolvidos com detalhes. Segundo, 
exercícios que mostram apenas respostas. 
As tarefas de avaliação neste manual também se encontram no 
final de cada unidade temática, assim como no fim do manual em 
si, e, devem ser semelhantes às de auto-avaliação, mas sem 
mostrar os passos e devem obedecer o grau crescente de 
dificuldades do processo de aprendizagem, umas a seguir a outras. 
Parte das tarefas de avaliação será objecto dos trabalhos de campo 
a serem entregues aos tutores/docentes para efeitos de correcção 
e subsequentemente atribuição de uma nota. Também constará do 
exame do fim do manual. Pelo que, caro estudante, fazer todos os 
exercícios de avaliação é uma grande vantagem. 
 
 
Habilidades de estudo 
 
O principal objectivo desta secção, é ensinar a aprender 
aprendendo. 
Durante a formação e desenvolvimento de competências, para 
facilitar a aprendizagem e alcançar melhores resultados, implicará 
empenho, dedicação e disciplina no estudo. Isto é, os bons 
resultados apenas se conseguem com estratégias eficientes e 
eficazes. Por isso, é importante saber como, onde e quando 
estudar. Apresentamos algumas sugestões com as quais esperamos 
que caro estudante possa rentabilizar o tempo dedicado aos 
estudos, procedendo como se segue: 
 
1º - Praticar a leitura. Aprender à distância exige alto domínio de 
leitura. 
2º - Fazer leitura diagonal aos conteúdos (leitura corrida). 
 
ISCED TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
 
vi 
 
3º - Voltar a fazer a leitura, desta vez para a compreensão e 
assimilação crítica dos conteúdos (ESTUDAR). 
4º - Fazer seminário (debate em grupos), para comprovar se a sua 
aprendizagem confere ou não com a dos colegas e com o padrão. 
5º - Fazer TC (Trabalho de Campo), algumas actividades práticas ou 
as de estudo de caso, se existir. 
 
IMPORTANTE: Em observância ao triângulo modo-espaço-tempo, 
respectivamente como, onde e quando estudar, como foi referido 
no início deste item, antes de organizar os seus momentos de 
estudo reflicta sobre o ambiente de estudo que seria ideal para si: 
Estudo melhor em casa/biblioteca/café/outro lugar? Estudo melhor 
à noite/de manhã/de tarde/fins-de-semana/ao longo da semana? 
Estudo melhor com música/num sítio sossegado/num sítio 
barulhento!? Preciso de intervalo a cada 30 minutos ou a cada 60 
minutos? etc. 
É impossível estudar numa noite tudo o que devia ter sido estudado 
durante um determinado período de tempo; deve estudar cada 
ponto da matéria em profundidade e passar só a seguinte quando 
achar que já domina bem o anterior. 
Privilegia-se saber bem (com profundidade) o pouco que puder ler 
e estudar, que saber tudo superficialmente! Mas a melhor opção é 
juntar o útil ao agradável: saber com profundidade todos conteúdos 
de cada tema, no manual. 
 
Dica importante: não recomendamos estudar seguidamente por 
tempo superior a uma hora. Estudar por tempo de uma hora 
intercalado por 10 (dez) a 15 (quinze) minutos de descanso (chama-
se descanso à mudança de actividades). Ou seja, que durante o 
intervalo não se continuar a tratar dos mesmos assuntos das 
actividades obrigatórias. 
Uma longa exposição aos estudos ou ao trabalho intelectual 
obrigatório, pode conduzir ao efeito contrário: baixar o rendimento 
da aprendizagem. Por que o estudante acumula um elevado volume 
de trabalho, em termos de estudos, em pouco tempo, criando 
interferência entre os conhecimentos, perde sequência lógica, por 
 
ISCED TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
 
vii 
 
fim ao perceber que estuda tanto, mas não aprende, cai em 
insegurança, depressão e desespero, por se achar injustamente 
incapaz! 
Não estude na última da hora; quando se trate de fazer alguma 
avaliação. Aprenda a ser estudante de facto (aquele que estuda 
sistematicamente), não estudar apenas para responder a questões 
de alguma avaliação, mas sim estude para a vida, sobretudo, estude 
pensando na sua utilidade como futuro profissional, na área em que 
está a se formar. 
Organize na sua agenda um horário onde define a que horas e que 
matérias deve estudar durante a semana; face ao tempo livre que 
resta, deve decidir como o utilizar produtivamente, decidindo 
quanto tempo será dedicado ao estudo e a outras actividades. 
É importante identificar as ideias principais de um texto, pois será 
uma necessidade para o estudo das diversas matérias que 
compõem o curso: A colocação de notas nas margens pode ajudar 
a estruturar a matéria de modo que seja mais fácil identificar as 
partes que está a estudar e pode escrever conclusões, exemplos, 
vantagens, definições, datas, nomes, pode também utilizar a 
margem para colocar comentários seus relacionados com o que 
está a ler; a melhor altura para sublinhar é imediatamente a seguir 
à compreensão do texto e não depois de uma primeira leitura; 
utilizar o dicionário sempre que surja um conceito cujo significado 
não conhece ou não lhe é familiar. 
 
 
Precisa de apoio? 
 
Caro estudante, temos a certeza que por uma ou por outra razão, 
o material de estudos impresso, pode suscitar-lhe algumas dúvidas 
como falta de clareza, alguns erros de concordância, prováveis 
erros ortográficos, falta de clareza, fraca visibilidade, página 
trocada ou invertidas, etc.). Nestes casos, contacte os serviços de 
atendimento e apoioao estudante do seu Centro de Recursos (CR), 
via telefone, SMS, E-mail, Casos Bilhetes, se tiver tempo, escreva 
mesmo uma carta participando a preocupação. 
Uma das atribuições dos Gestores dos CR e seus assistentes 
(Pedagógico e Administrativo), é a de monitorar e garantir a sua 
 
ISCED TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
 
viii 
 
aprendizagem com qualidade e sucesso. Dai a relevância da 
comunicação no Ensino à Distância (EAD), onde o recurso às TIC se 
tornam incontornável: entre estudante, estudante – tutor, 
estudante – CR, etc. 
As sessões presenciais são um momento em que caro estudante, 
tem a oportunidade de interagir fisicamente com staff do seu CR, 
com tutores ou com parte da equipa central do ISCED indigitada 
para acompanhar as suas sessões presenciais. Neste período, pode 
apresentar dúvidas, tratar assuntos de natureza pedagógica e/ou 
administrativa. 
O estudo em grupo, que está estimado para ocupar cerca de 30% 
do tempo de estudos a distância, é de muita importância na 
medida em que permite-lhe situar, em termos do grau de 
aprendizagem com relação aos outros colegas. Desta maneira fica 
a saber se precisa de apoio ou precisa de apoiar aos colegas. 
Desenvolver hábito de debater assuntos relacionados com os 
conteúdos programáticos, constantes nos diferentes temas e 
unidade temática, no manual. 
 
Tarefas (avaliação e auto-avaliação) 
 
O estudante deve realizar todas as tarefas (actividades avaliação e 
auto−avaliação), pois, influenciam directamente no seu 
aproveitamento pedagógico. 
Para cada tarefa serão estabelecidos prazos de entrega, e o não 
cumprimento dos prazos de entrega, implica a não classificação do 
estudante. Esteja sempre ciente de que a nota das avaliações conta 
e é decisiva para a admissão ao exame final da disciplina. 
As avaliações são realizadas e submetidas na Plataforma MOODLE. 
Podem ser utilizadas diferentes fontes e materiais de pesquisa, 
contudo os mesmos devem ser devidamente referenciados, 
respeitando os direitos do autor. 
 
ISCED TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
 
ix 
 
O plágio1 é uma violação do direito intelectual do (s) autor (es). Uma 
transcrição à letra de mais de 8 (oito) palavras do texto de um autor, 
sem o citar é considerada plágio. A honestidade, humildade 
científica e o respeito pelos direitos autorais devem caracterizar a 
realização dos trabalhos e seu autor (estudante do ISCED). 
 
 
Avaliação 
Muitos perguntam: como é possível avaliar estudantes à distância, 
estando eles fisicamente separados e muito distantes do 
docente/tutor!? Nós dissemos: sim é muito possível, talvez seja 
uma avaliação mais fiável e consistente. 
Você será avaliado durante os estudos à distância que contam com 
um mínimo de 90% do total de tempo que precisa de estudar os 
conteúdos do seu manual. Quanto ao tempo de contacto presencial, 
conta com um máximo de 10% do total de tempo do manual. A 
avaliação do estudante consta de forma detalhada do regulamento 
de avaliação. 
As avaliações de frequência pesam 25% e servem de nota de 
frequência para ir aos exames. Os exames são realizados no final da 
disciplina e decorrem durante as sessões presenciais. Os exames 
pesam 75%, o que adicionado aos 25% da média de frequência, 
determinam a nota final com a qual o estudante conclui a disciplina. 
É definida a nota de 10 (dez) valores como nota mínima de 
aprovação na disciplina. 
Nesta disciplina, o estudante deverá realizar pelo menos 5 
avaliações escritas sendo 2 fóruns e 3 testes (teóricos e práticos), e 
1 (um) exame final. 
Algumas actividades práticas, relatórios e reflexões serão utilizados 
como ferramentas de avaliação formativa. 
Durante a realização das avaliações, os estudantes devem ter em 
consideração a apresentação, a coerência textual, o grau de 
cientificidade, a forma de conclusão dos assuntos, as 
 
1 Plágio - copiar ou assinar parcial ou totalmente uma obra literária, propriedade 
intelectual de outras pessoas, sem prévia autorização. 
 
ISCED TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
 
x 
 
recomendações, a identificação das referências bibliográficas 
utilizadas, o respeito pelos direitos do autor, entre outros. 
Os objectivos e critérios de avaliação constam do Regulamento ds 
Cursos e Sistemas de Avaliação do ISCED. 
ISCED TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
3 
 
UNIDADE 1 
 O PROCESSO DE COMUNICAÇÃO 
 
Introdução 
Nesta primeira unidade, abordamos o processo de comunicação 
porque constitui a base da nossa comunicação no quotidiano. 
Neste processo, são estudados os elementos que garantem uma 
comunicação perfeita. 
Focalizamos também as funções de comunicação que se 
relacionam intrinsecamente com os factores da comunicação 
para o processo comunicacional. 
 
Ao completar esta unidade/lição, será capaz de: 
 Objectivos 
• Conhecer os elementos de comunicação; 
• Relacionar os factores da comunicação com as funções de 
linguagem; 
• Comunicar, de forma desbloqueada, sem ruído. 
 
 
 
 
O Processo de comunicação 
 No processo de comunicação, o emissor (ou codificador) emite 
uma mensagem (ou sinal) ao receptor (ou descodificador), 
através de uma chamada, por exemplo, um telefonema. O 
receptor 
 
interpretará a mensagem que pode ter chegado até ele com 
algum tipo de barreira (ruído) e, a partir daí, dará o feedback ou 
resposta, completando o processo de comunicação. 
Ciclo comunicacional: 
- Codificar: transformar, num código conhecido, a intenção da 
comunicação ou elaborar um sistema de signo ou um significado que 
aparenta objectivos comuns; 
- Descodificar: decifrar a mensagem, operação que depende do 
repertório (conjunto estruturado de informação) de cada pessoa; 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Emissor
http://pt.wikipedia.org/wiki/Emissor
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mensagem
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mensagem
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sinal
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sinal
http://pt.wikipedia.org/wiki/Receptor
http://pt.wikipedia.org/wiki/Receptor
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ru%C3%ADdo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ru%C3%ADdo
http://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%B3digo
http://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%B3digo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema
http://pt.wikipedia.org/wiki/Signo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Signo
ISCED TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
4 
 
- Feedback: corresponde à informação que o emissor consegue obter 
e pela qual sabe se a sua mensagem foi captada pelo receptor. 
Tipos de Linguagem 
-Linguagem verbal: as dificuldades de comunicação ocorrem 
quando as palavras têm graus distintos de abstracção e 
variedade de sentido. O significado das palavras está nas pessoas 
(no repertório de cada um e que lhe permite decifrar e 
interpretar as palavras); 
-Linguagem não verbal: as pessoas não se comunicam apenas 
por palavras. Os movimentos faciais e corporais, os gestos, os 
olhares, as entoações são também importantes: são os 
elementos não verbais da comunicação. 
Os significados de determinados gestos e comportamentos variam 
muito de uma cultura para outra e de época para época. 
A comunicação verbal é plenamente voluntária; o 
comportamento não-verbal pode ser uma reacção involuntária 
ou um acto comunicativo propositado. 
Alguns psicólogos (e.g. Armindo Freitas-Magalhães, 2007) 
afirmam que os sinais não-verbais têm as funções específicas de 
regular e encadear as interacções sociais e de expressar emoções 
e atitudes interpessoais: 
a) Expressão facial: não é fácil avaliar as emoções de alguém 
apenas a partir da sua expressão fisionómica. Por vezes os rostos 
transmitem espontaneamente os sentimentos, mas muitas 
pessoas tentam inibir a expressão emocional. 
b) Movimento dos olhos: desempenha um papel muito 
importante na comunicação. Um olhar fixo pode ser entendido 
como prova de interesse, mas noutro contexto pode significar 
ameaça, provocação. Desviar os olhos quando o emissor fala é 
umaatitude que tanto pode transmitir a ideia de submissão 
como a de desinteresse. 
c) Movimentos da cabeça: tendem a reforçar e sincronizar a 
emissão de mensagens. 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Linguagem_verbal
http://pt.wikipedia.org/wiki/Linguagem_verbal
http://pt.wikipedia.org/wiki/Linguagem_verbal
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cultura
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cultura
http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%89poca
http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%89poca
http://pt.wikipedia.org/wiki/Psic%C3%B3logo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Psic%C3%B3logo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Armindo_Freitas-Magalh%C3%A3es
http://pt.wikipedia.org/wiki/Armindo_Freitas-Magalh%C3%A3es
http://pt.wikipedia.org/wiki/Armindo_Freitas-Magalh%C3%A3es
http://pt.wikipedia.org/wiki/Armindo_Freitas-Magalh%C3%A3es
http://pt.wikipedia.org/wiki/2007
http://pt.wikipedia.org/wiki/2007
http://pt.wikipedia.org/wiki/2007
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Sociais&action=edit&redlink=1
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Sociais&action=edit&redlink=1
http://pt.wikipedia.org/wiki/Olho
http://pt.wikipedia.org/wiki/Olho
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cabe%C3%A7a
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cabe%C3%A7a
ISCED TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
5 
 
d) Postura e movimentos do corpo: os movimentos corporais 
podem fornecer pistas mais seguras do que a expressão facial 
para se detectar determinados estados emocionais. Por ex.: 
inferiores hierárquicos adoptam posturas atenciosas e mais 
rígidas do que os seus superiores, que tendem a mostrar-se 
descontraídos. 
e) Comportamentos não-verbais da voz: a entoação (qualidade, 
velocidade e ritmo da voz) revela-se importante no processo de 
comunicação. Uma voz calma geralmente transmite mensagens 
mais claras do que uma voz agitada. 
f) Aparência: a aparência de uma pessoa reflecte normalmente 
o tipo de imagem que ela gostaria de passar. Através da 
indumentária, arrumo, maquilhagem, apetrechos pessoais, 
postura, gestos, modo de falar, etc, as pessoas criam uma 
projecção de como são e de como gostariam de ser tratadas. As 
relações interpessoais serão menos tensas se a pessoa fornecer 
aos outros a sua projecção particular e se os outros respeitarem 
essa projecção. 
Relação Interpessoal - construção da identidade (ERIKSON, 
1872): - implica definir quem a pessoa é, quais sãos seus valores 
e qual direcção deseja seguir pela vida. 
Elementos da comunicação 
A comunicação acompanha o ser humano desde seu nascimento, 
sendo processada em todo o tempo, independentemente da 
forma ou da localização. O sucesso de toda a actividade 
profissional é uma comunicação eficaz. 
 
Comunicar significa transmitir e receber mensagens e pode ser 
realizada por meio de: -Linguagem falada ou escrita, 
-Linguagem de sinais, 
-Ideias, 
-Comportamentos e atitudes. 
 
No entanto, a comunicação jamais poderá ser compreendida 
como um fenómeno isolado, pois ela somente será efectiva, se 
outros elementos estiverem presentes nessa dinâmica. 
 
Os elementos da comunicação são: 
 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Voz
http://pt.wikipedia.org/wiki/Voz
http://pt.wikipedia.org/wiki/Postura
http://pt.wikipedia.org/wiki/Postura
ISCED TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
6 
 
1- Emissor (locutor) = É aquele que dá início ao processo comunicativo, 
pois transmite a mensagem. 
 
2- Receptor (alocutário) = É o alvo do emissor, sendo quem recebe a 
mensagem. 
 
3- Mensagem = Pode ser um facto, ideias ou até mesmo, emoções, ou seja, 
é o conteúdo contido na comunicação. 4- Canal = É o meio pelo qual a 
mensagem é enviada do emissor para o receptor. 
 
5- Referente ou Contexto: É o objecto ou a situação a que a 
mensagem se refere. 
 
6- Código: É o conjunto de regras de combinação de signos 
utilizado para elaborar uma mensagem: o emissor codifica aquilo 
que o receptor irá descodificar. 
 
Entende-se que a organização deve estar atenta ao que vai além 
das palavras no processo de comunicação. É preciso focalizar 
também os gestos, as expressões e atitudes. Ao mesmo tempo, 
ressalta-se que o mais importante é ter capacidade de uma 
escuta atenta ao que diz o cliente, pois ele repassará para a 
empresa o feedback de todo o investimento realizado na sua 
direcção. 
 
O maior cuidado deve estar em não produzir “ruídos” ao realizar 
a comunicação. Isso quer dizer ter certeza de que a mensagem 
emitida foi correctamente recebida e interpretada pelo 
públicoalvo. 
 
É preciso ter o conhecimento das técnicas e dos conceitos para colocar 
as palavras certas em função da comunicação certa. 
 
Funções da linguagem 
 
1. Função Emotiva ou Expressiva 
Esta função ocorre quando se destaca o emissor. A mensagem 
centra-se nas opiniões, sentimentos e emoções do emissor, 
sendo um texto completamente subjectivo e pessoal. A ideia de 
destaque do locutor dá-se pelo emprego da 1ª pessoa do 
singular, tanto das formas verbais, quanto dos pronomes. A 
presença de interjeições, pontuação com reticências e pontos de 
ISCED TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
7 
 
exclamação também evidenciam a função emotiva ou expressiva 
da linguagem. Os textos que expressam o estado de alma do 
locutor, ou seja, que exemplificam melhor essa função, são os 
textos líricos, as autobiografias, as memórias, a poesia lírica e as 
cartas de amor. 
Exemplo: Pelo amor de Deus, preciso encontrar algo, nem que sejam 
cinco meticais! 
2. Função Informativa ou Referencial ou Denotativa 
Referente é o objecto ou situação de que a mensagem trata. A 
função referencial privilegia justamente o referente da 
mensagem, procurando transmitir informações objectivas sobre 
ele. Centra-se no contexto da mensagem. 
Exemplo: "Nos vertebrados, esta resposta inclui uma série de 
alterações bioquímicas, fisiológicas e imunológicas 
colectivamente denominadas inflamação" (Descrição da 
inflamação num artigo científico). 
3. Função Apelativa ou Conativa ou Injuntiva 
É voltada para o leitor, tom imperativo, e muito encontrada em 
propagandas. A mensagem é centrada no receptor e organiza-se 
de forma a influenciá-lo, ou chamar sua atenção, o contexto 
tornase a parte mais importante da mensagem. Geralmente, 
usa-se a 2ª pessoa do discurso (tu/você; vós/vocês), vocativos e 
formas verbais ou expressões no imperativo. Como essa função 
é a mais persuasiva de todas, aparece comummente nos textos 
publicitários, nos discursos políticos, horóscopos e textos de 
autoajuda. Como a mensagem centra-se no outro, ou seja, no 
interlocutor, há um uso explícito de argumentos que fazem parte 
de seu universo. 
Exemplo: "Beba Coca-Cola" / "Venha à caixa Senhor, venha!" 
4. Função Fáctica 
O canal é posto em destaque, ou seja, o canal que dá suporte à 
mensagem. Ocorre quando o emissor tem a intenção de testar o 
canal. A Função Fáctica seria basicamente o diálogo. 
Exemplo: "Alô?!", "Entenderam?", “Quem fala...?” 
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8 
 
5. Função Poética 
É aquela que se centra sobre a própria mensagem. Tudo o que, 
numa mensagem, suplementa o sentimento da mensagem 
através do jogo de sua estrutura, de sua tonalidade, de seu ritmo, 
de sua sonoridade. Essa função é capaz de despertar no leitor o 
prazer estético e surpresa. É explorado na poesia e em textos 
publicitários. 
Exemplo: “Aquela cativa que me tem cativo” (Camões). 
 
6. Função Metalinguística 
Caracterizada pela preocupação com o código. Pode ser definida 
como a linguagem que fala da própria linguagem, ou seja, 
descreve o acto de falar ou escrever. Programas de TV que 
abordam sobre a própria TV ou programas de TV que abordam 
sobre os media. Peças de teatro que tratam sobre o teatro. 
Exemplos: A linguagem (o código) torna-se objecto de análise do 
próprio texto. Os dicionários e as gramáticas são repositórios de 
metalinguagem. 
“Lutar com palavras é a luta mais vã. Entretanto lutamos mal 
rompe a manhã. São muitas, eu pouco. Algumas, tão fortescomo 
o javali. Não me julgo louco. Se o fosse, teria poder de encantá-
las. Mas lúcido e frio, apareço e tento apanhar algumas para meu 
sustento num dia de vida. Deixam-se enlaçar, tontas à carícia e 
súbito fogem e não há ameaça e nem há sevícia que as traga de 
novo ao centro da praça” (Carlos Drummond de Andrade). 
Nesse texto, Drummond escreve um poema sobre como escrever 
poemas... Ou seja, a criação literária fala sobre si mesma. Um 
outro exemplo é quando um cartunista descreve o modo como 
ele faz seus desenhos num próprio cartoon; ele demonstra o acto 
de fazer cartoons e como são feitos. 
 
 
ISCED TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
9 
 
 
Sumário 
Em síntese: 
O processo da comunicação mobiliza todos os factores da 
comunicação, partindo do emissor que codifica uma mensagem 
que aborda um assunto do mesmo contexto, por meio de um 
canal que respeita um determinado código, para um receptor 
capaz de descodificar a informação veiculada na mensagem. 
Todos os elementos comunicacionais referidos centram-se, 
respectivamente, nas funções expressiva, poética, referencial, 
fáctica, metalinguística e apelativa. 
 
 
Exercícios 
Leia atentamente os textos e responda às questões levantadas em 
torno deles. 
 
TEXTO -1 
Lição sobre a água 
Como substância, a água é incolor, insípida e inodora. 
Desempenha, portanto, um papel invulgar em todos os campos 
de actividade do mundo. Quimicamente, nada se lhe compara. 
Tratase de um composto de grande estabilidade, notável 
solvente e poderosa fonte de energia química. 
Quando congelada, portanto na forma sólida, a água se expande 
ao invés de retrair, conforme acontece com a maioria das demais 
substâncias, e o sólido mais leve flutua sobre o líquido mais 
pesado, com consequências surpreendentes. Ela é capaz de 
absorver e liberar mais calor que todas as demais substâncias 
comuns. No que diz respeito a uma série de propriedades físicas 
e químicas, tais como seu ponto de congelamento e ebulição, a 
água é singular, verdadeira excepção à regra. E quase todas as 
propriedades participam dos mecanismos da vida humana, quer 
naturalmente, como no processo digestivo, ou artificialmente, 
como uma máquina a vapor. 
Todas essas peculiaridades da água podem ser explicadas à luz 
da sua estrutura molecular. A combinação de dois átomos de 
ISCED TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
10 
 
hidrogénio com um de oxigénio formando a água (H2O) resulta 
numa molécula espantosamente resistente, sendo necessária 
uma energia extraordinária para cindi-la. De facto, até há uns 180 
anos passados acreditava-se que a água fosse um elemento 
indivisível, e não um composto químico. 
MATTOS e MEGALE: 13:1990 
 
Texto 2 
 
 
1. Identifique os elementos da comunicação presentes nos dois 
textos por meio de um quadro comparativo. 
2. Encontre funções da linguagem nos dois textos e exemplifique 
com passagens textuais. 
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11 
 
3. Descreva situações de ruído de comunicação em todos os 
factores de comunicação. 
4. Elabore um texto onde ocorram todas as funções da linguagem. 
 
 
 
UNIDADE 2 
 AS TÉCNICAS E OS MÉTODOS DE ESTUDO 
Introdução 
A unidade aborda essencialmente as técnicas de estudo para os 
estudantes do ensino superior e, no geral, para os estudantes de 
qualquer nível que queiram ver o seu trabalho repleto de 
sucessos. 
O ISCED usa o método PBL, que centraliza o processo de ensino 
e aprendizagem no aluno e a aplicação do estudante nos estudos 
constitui a base. 
Ao completar esta unidade/lição, será capaz de: 
• Diferenciar os métodos de estudo no ensino superior dos métodos de estudo no 
ensino secundário; 
• Organizar, planificar e implementar as tarefas, ou seja, as Objectivos actividades de 
estudo. 
 O método de estudo 
 
Ao ingressarmos numa instituição temos de prestar atenção a 
 algumas mudanças relacionadas aos métodos de estudo. Aqui e 
 em particular neste ISCED usa-se o método PBL que centraliza o 
 
processo de ensino e aprendizagem no aluno. Neste método, o 
 aluno é o centro da aprendizagem e todas as atenções estão viradas para o seu 
desenvolvimento, com tendência à resolução de problemas 
específicos da vida quotidiana. Como veremos nos tópicos que 
se seguem nesta unidade não pretendemos ilustrar a 
aplicabilidade do método, mas sim o uso de determinadas 
técnicas que contribuirão para o maior rendimento do estudante 
no método. 
A Aprendizagem no ISCED 
Como já dissemos acima, os métodos de aprendizagem no ISCED 
são diferentes dos usados no ensino secundário geral, pois, para 
ISCED TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
12 
 
além do nível de abordagem dos conteúdos que é mais profundo, 
os estudantes devem possuir a seguinte 
 postura (+) pesquisadores, (–) dependentes do 
Docente e de maior autonomia na aprendizagem. 
A título de exemplo de algumas diferenças dos estudantes das duas 
escolas temos, de acordo com Ruiz, (1991: 19)2: 
“no curso médio, o estudante leva para casa as tarefas 
diárias; não acontece o mesmo na faculdade. No curso 
médio, os alunos andam uniformizados, não podem 
fumar no recinto escolar e as classes são bastante 
homogéneas; no curso superior nada disso acontece”. 
Como se pode notar, a caracterização do ambiente de estudo no 
ensino universitário é diferente do ensino secundário. Assim, o 
estudante do ensino universitário deve ser pontual, responsável 
e assíduo às aulas. A responsabilidade referida parte da 
programação das actividades diárias. O plano de actividades 
No quotidiano, notamos constantemente que todo o homem 
planifica, pois, a planificação é guia das suas actividades. Com 
base nela, os homens praticam e controlam o cumprimento dos 
objectivos previamente estabelecidos. Assim, tendo o estudante 
um conjunto de actividades a efectuar, é pertinente que essas 
sejam devidamente planificadas para que o objectivo de 
assimilação dos conteúdos seja consumado. 
Segundo Estanqueiro (2002: 13)3: 
“Se compararmos o rendimento de duas pessoas com 
capacidades intelectuais semelhantes, veremos que vai 
mais longe aquele que dedica mais horas ao estudo. 
Acontece até que muitos estudantes de ritmo lento (tipo 
tartaruga) chegam a superar colegas rápidos (tipo lebre), 
só porque começam mais cedo e são mais regulares”. 
Da citação, pode compreender-se até que ponto vai a 
responsabilidade do estudante na universidade, pois, antes de 
tudo, o estudante deve ser capaz de dispor de tempo para 
estudar ou mesmo para frequentar todas as aulas do curso. 
Assim, tornase indispensável que o estudante descubra o tempo 
para o desenvolvimento desta e de outras actividades. 
 
2 RUIZ, J. Álvaro. Metodologia científica: guia para eficiência nos estudos, 
São Paulo: ATLAS, 1991 
3 ESTANQUEIRO, A. G. Aprender a Estudar, Lisboa: Texto ed., 2001 
ISCED TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
13 
 
 De acordo com Ruiz, (1991: 22)4: 
“A maneira mais prática de descobrir ou fazer aparecer o 
tempo consiste em tomar uma folha de papel, anotar os 
diversos dias da semana em linha horizontal e os diversos 
afazeres em linha vertical; registar depois, na coluna de 
cada dia da semana, as horas plenas e os diversos 
espaços”. 
 
É evidente que nem sempre acordaremos a hora indicada no 
nosso horário, mas o grande esforço do estudante deve cingir-se 
no cumprimento do horário estabelecido. Neste horário devem 
constar todas as actividades inclusive as actividades de estudo 
individual: preparação para a aula, revisão de aula, revisões 
gerais para as provas e exames e até os tempos de lazer. 
Não importa se o tempo de estudo de cada cadeira ou disciplina 
é pouco ou não, porque se usarmos correctamente as técnicas 
de leitura, revisão, fichamento teremos um bom 
aproveitamento. Nisto, é necessário desenvolver técnicas para 
tornar qualquer tempo produtivo. 
Do ponto de vista de Ruiz,(1991: 22)5: 
“A perseverança no cumprimento do programa é o maior 
problema; geralmente, o nosso tempo é pequeno, mas o 
pior é que o pequeno espaço de tempo se converte em 
nada pela falta de perseverança”. 
 O autor acima referido apela-nos para maior perseverança nas actividades 
programadas no horário individual, mas para além da perseverança, 
 
4 RUIZ, J. Álvaro. Metodologia científica: guia para eficiência nos estudos, 
São Paulo: ATLAS, 1991 
5 RUIZ, J. Álvaro. Metodologia Científica: Guia para eficiência nos estudos, 
São Paulo: ATLAS, 1991 
ISCED TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
14 
 
Estanqueiro cita também a necessidade de ocupar as melhores horas do dia 
para o estudo individual. 
Segundo Estanqueiro (2002: 14)6: 
“o estudo é uma actividade ciumenta que exige as melhores 
horas do dia. Quais são? Várias experiências provam que o 
rendimento intelectual da manhã é superior ao da tarde e ao 
da noite. Ao princípio da tarde, ocorre sempre uma quebra 
de vivacidade mental, fruto de uma certa sonolência que 
ataca a gente e não apenas os que fizeram um grande 
almoço. Quanto à noite, é natural que o cansaço acumulado 
de um dia prejudique o rendimento, apesar de haver pessoas 
que se dão bem a estudar na calma da noite”. 
Pode-se depreender da citação que, cada estudante tem um 
determinado tempo que lhe é rentável nas suas actividades, 
pois, enquanto uns obtém uma boa atenção mental na 
assimilação dos conteúdos nas manhãs; outros, obtém o mesmo 
estado nas tardes ou à meia-noite. Por isso, convém deixarmos 
bem claro nesta unidade que cada estudante deve ser capaz de 
descobrir o seu tempo mais rentável. Além do tempo, as 
condições do ambiente de estudo “calmo, barulhento, no quarto, 
na praia”, estado emocional do estudante entre outros, 
constituem os principais factores a ter em conta na planificação 
do tempo de estudo. 
 
 
Sumário 
Em síntese: 
A adopção de um ou do outro método de estudo nos 
estabelecimentos educacionais tem como objecto alcançar os 
objectivos preconizados nos programas. Assim, com a adopção 
do método PBL, esperamos que o processo seja eficaz e que o 
aluno sinta que tem todas as ferramentas necessárias para o seu 
progresso. 
A programação, a perseverança e a responsabilidade nas 
actividades será como sempre a base do êxito educacional do 
estudante. 
 
6 ESTANQUEIRO, A. G. Aprender a Estudar, Lisboa: Texto ed., 2001 
ISCED TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
15 
 
 
Exercícios 
1. Elabore um horário das suas actividades tendo em conta as 
cadeiras que tem e as exigências do curso. 
2. Indique duas vantagens da programação das actividades. 
3. Por que razão Ruiz afirma que “A perseverança no 
cumprimento do programa é o maior problema…”. 
 
UNIDADE 3 - A LEITURA 
Introdução 
No processo de ensino e aprendizagem é preciso compreender 
que o êxito nos estudos provém da adopção de técnicas de 
estudo e de leitura. Fazer uma boa leitura significa criar 
condições para que a leitura termine na compreensão dos 
conteúdos. Assim, nesta unidade, pretendemos apresentar 
algumas técnicas que lhe poderão ajudar nos seus estudos. 
Ao completar esta unidade/lição, será capaz de: 
 
• Indicar o propósito da leitura; 
• Praticar a leitura de acordo com as etapas; 
Objectivos Verificar a compressão dos conteúdos. 
 
 Para se alcançar o pleno êxito na sua carreira estudantil, não basta apenas o facto de 
participar às aulas e receber as orientações com relação aos objectivos da aprendizagem, 
mas é também necessário que se façam leituras. 
 De acordo com Gomes (2002: 57)7, o acto de ler consiste em 
“decifrar símbolos de linguagem escrita para lhes conferir a 
correspondência com os sons que representam”. 
Do conceito de leitura acima apresentado, é possível notar que 
toda actividade da aprendizagem terá o seu fulcro na leitura 
porque com base nela o estudante será capaz de assimilar 
 
7 GOMES A. Didáctica de Ensino da Língua Portuguesa, Vol. II, 2002 
ISCED TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
16 
 
conteúdos a partir da atitude de clarificar os conteúdos 
subjectivos. 
Segundo Potts (1989: 56)8: 
“No sentido genérico, a qualidade de uma leitura é a 
soma de todos os elementos que estão presentes numa 
peça impressa, que influencia o êxito que um grupo de 
leitores consegue com ela. O êxito é medido pela 
extensão em que o texto é compreendido, a velocidade 
óptima é tida como interessante”. 
Como se afirma na citação, o êxito da leitura é avaliado pelo grau 
da compreensão do texto no processo de ensino e 
aprendizagem. Se os estudantes não forem capazes de 
transmitir o conteúdo patente no texto, ou seja, de mostrar que 
conhecimentos adquiriram ou, ainda, de usar os conhecimentos 
para responder a determinadas necessidades, então, eles não 
entenderam o texto. Porém, a leitura é antecedida por uma 
selecção de obras que normalmente nos é apresentada pelo 
docente, mas se assim não suceder siga as instruções que se 
seguem. 
 
Como seleccionar o que ler 
É evidente que ao nos dirigirmos à biblioteca já teremos em mão 
um tema relacionado com uma determinada área da 
aprendizagem. No entanto, será fundamental que conheçamos 
a organização dos livros de estudo na biblioteca e depois que 
conheçamos a organização dos próprios livros em si. Assim, é 
interessante trazermos a teoria de Estanqueiro (2001: 69)9 que 
refere que há três técnicas entre outras possíveis de ajudar a 
conhecer um livro, a descobrir o seu interesse e a tornar mais 
rentável a sua utilização. 
As técnicas destacadas pelo autor são: Percorrer o Índice, ler a 
Introdução e folhear as páginas. Para o autor “pelo índice é 
possível ver o essencial da matéria tratada. (...) Na Introdução, 
o autor explica as intenções do livro, (...) Folheando o livro pode 
observar-se a forma como é apresentada a matéria”10. 
 
 
8 In Didáctica de ensino da língua portuguesa. 
9 ESTANQUEIRO, A. Aprender a Estudar, Lisboa: Texto ed., 2001 
10 ESTANQUEIRO, A. Aprender a Estudar, Lisboa: Texto ed., 2001 
ISCED TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
17 
 
Na mesma perspectiva de abordagem, Ruiz (1991: 35)11, para 
além dos elementos citados, acrescenta que “devemos ver o 
nome do autor, o seu Curriculum, a orelha do livro, a 
documentação ou as citações ao pé das páginas, a bibliografia, 
assim como verificar a editora, a data, a edição e ler 
rapidamente o prefácio”. 
No processo de desenvolvimento da leitura é preciso ter em 
conta dois passos que são considerados fundamentais para que 
se efectue uma leitura efectivamente produtiva. Na primeira 
leitura, procura-se ter um conhecimento global do texto e, na 
segunda, faz-se uma leitura mais aprofundada procurando 
compreender e assimilar o essencial. 
A primeira etapa da leitura, de acordo com Estanqueiro, pode 
ser designada Ler “por Alto” e a segunda Ler “em 
Profundidade”. A primeira consiste em dar uma passagem de 
olhos pelo seu conteúdo, procurando ter uma visão panorâmica 
do terreno a explorar, ou seja, uma visão geral do assunto “a 
Ideia Principal”. Nesta primeira leitura, pode-se fazer a leitura 
de alguns parágrafos (os iniciais e os do meio e o último 
parágrafo). 
As questões tais como: 
“O Que diz o texto? Que pretende transmitir o 
autor? 
Que explicações são fundamentadas? Os factos e 
os argumentos são esclarecidos? 
Concordo com a opinião do autor? 
Que novidades surgem no texto? 
Encontro informações úteis? Posso aplicá-las na 
prática? 
Que ligações tem o assunto com aquilo que já 
sei?”. 
É bom notar que um bom leitor não regista passivamente tudo 
aquilo o que lê nos livros, mesmo se os autores lhe merecem 
toda a confiança. O bom leitor tem de manifestar o seu espírito 
crítico perante todo o conteúdo que lê, ele analisa, 
compreende, interpreta, compara e avalia. Esta prática torna-se 
 
11 RUIZ, J. Álvaro. Metodologia científica: guia para eficiêncianos estudos, 
São Paulo: ATLAS, 1991 
ISCED TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
18 
 
eficaz a partir do momento em que sabemos sublinhar o 
essencial do texto. 
O acto de sublinhar as ideias-chave do texto desperta a atenção, 
ajuda a captação e facilita as revisões. Assim, para sublinhar e 
fazer anotações na margem do texto, o metodólogo Estanqueiro 
diz que é necessário: 
“Dar prioridade as definições, fórmulas, esquemas, 
termos técnicos, e outras palavras ou expressões que 
sejam a chave da ideia principal. 
Destacar uma ou duas frases por parágrafo. 
Sublinhar apenas os livros pessoais”. 
Por sua vez, Ruiz reforça que temos de seleccionar apenas as 
ideias principais e os detalhes importantes; não devemos 
sublinhar por ocasião da primeira linha, reconstruir o parágrafo 
a partir das palavras sublinhadas, ler o parágrafo sublinhado 
com a continuidade e plenitude de sentido de um telegrama; 
sublinhar com dois traços as palavras-chave da ideia principal, e 
com um único traço os pormenores importantes; assinalar com 
linha vertical, as margens mais significativas e finalmente 
assinalar com um ponto de interrogação as margens dos pontos 
a discordar. 
 
Sumário 
Em síntese: 
A qualidade de uma leitura é a soma de todos os 
elementos que estão presentes nele, que influenciam no 
êxito que um grupo de leitores consegue com ela. O 
resultado da leitura é medido pela extensão em que o 
texto é compreendido, a velocidade óptima é tida como 
interessante. 
 
Exercícios 
“No processo de desenvolvimento da leitura é preciso ter em 
conta dois passos fundamentais para que se efectue uma leitura 
efectivamente produtiva”. 
1. Quais são as etapas a seguir no acto da leitura? 
ISCED TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
19 
 
2. Que questões podem ser colocadas depois de ter feito uma 
leitura? 
 
 
UNIDADE 4 
A TOMADA DE NOTAS 
Introdução 
A tomada de notas constitui uma síntese dos conteúdos lidos e 
todo o estudante deverá conhecer e usar correctamente estas 
regras. Assim, nesta unidade apresentamos as diferentes formas 
de tirar apontamentos e as orientações recomendadas para cada 
método. 
Ao completar esta unidade/lição, será capaz de: 
 
• Conhecer as regras de tomada de notas; 
• Tomar notas. 
Objectivos 
 
 A Tomada de Notas 
 Um bom leitor, para além de sublinhar, também faz anotações quer no papel quer no 
próprio texto de apoio. Estas anotações, principalmente, as feitas no texto são a prova 
do seu espírito crítico. Enfim, as anotações são reacções ou comentários pessoais 
e podem expressar-se através de formas diversificadas: 
• Ponto de interrogação (?) como sinal de dúvida; 
• Ponto de exclamação (!) como sinal de surpresa ou entusiasmo; 
• Letras diversas para fazer uma observação simples como por ex: B - 
bom, I - importante ou interessante, N – não, R- rever e outras; 
• Palavras que resumam o núcleo central de um parágrafo; 
• Uma nota de referência sobre os assuntos defendidos pelo mesmo 
autor ou por autores diferentes (ESTANQUEIRO, 2001). 
 
 
 
ISCED TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
20 
 
Nota: 
Fazer anotações é enriquecer o livro e elas (as anotações) devem 
ser claras e breves. 
A actividade de tirar apontamento é complexa e constitui um dos 
processos fundamentais para a captação e retenção da matéria, 
pois, por meio dos apontamentos aprendemos melhor e as 
nossas informações ficam guardadas para sempre. 
De acordo com Estanqueiro, os apontamentos podem ser de três tipos: 
Transcrição, esquemas e resumos. 
O primeiro tipo de apontamento “A Transcrição” consiste em 
transcrever e copiar uma informação de forma totalmente igual 
ao texto original. Porém, é importante referir que esse não é o 
processo mais eficaz para estudar um assunto, embora seja útil, 
pois enquanto se escreve pensa-se sobre aquilo que se lê. Mais 
eficaz será fazer esquemas e resumos. 
Regras: 
De acordo com o mesmo autor12 as regras a serem seguidas nos 
apontamentos de transcrição são: 
• Não copiar longos textos, integralmente. Basta seleccionar 
as partes mais significativas; 
• Pôr entre aspas os textos copiados; 
• Indicar com precisão a fonte, ou seja, registar o nome do 
autor, o título do livro ou da revista; o número da edição, o 
local da edição, o editor, a data e a página. 
Se assim estiverem organizados, os apontamentos poderão servir 
em qualquer momento. 
Esquema 
Uma técnica importante é passar a esquema todas as 
informações tidas como ideias-chave, durante a leitura. Pois eles 
(os esquemas) são simples enunciados das palavras-chave, em 
torno dos quais é possível arrumar grandes quantidades de 
conhecimentos. De acordo com Estanqueiro “eles também 
representam uma enorme economia de palavras e oferecem a 
vantagem de destacar e visualizar o essencial do assunto em 
análise, podendo ainda ser facilmente reformulados”. 
 
12 Estanqueiro, A, Aprender a Estudar, Lisboa: Texto ed. 2001 
ISCED TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
21 
 
 
Tipos de esquemas: 
Ainda na mesma abordagem, refere-se que existem os seguintes 
tipos de esquema: Índices, quadros, gráficos, desenhos ou mapas 
e todos estes tipos de esquema podem ser encontrados nos 
manuais. 
De acordo com Ruiz, as regras do resumo são: 
• Ser fiel ao texto; 
• Apanhar o tema do autor; 
• Ser simples, claro e destacar os títulos e subtítulos; 
• Subordinar as ideias aos factos; 
• Manter um sistema uniforme de observação. 
Nota: Os esquemas não são aconselháveis pela insuficiência de informações. 
 
O resumo 
Segundo Estanqueiro (2001: 52, 53): 
Resumir é abreviar, tornar mais curto um texto. Isto exige 
capacidade para seleccionar e reformular as ideias essenciais, 
usando frases bem articuladas. 
Às pessoas pouco treinadas na técnica do resumo, propomos a seguinte 
metodologia: 
• 1.º Compreender o texto, na sua globalidade; 
• 2.º Descobrir a ideia-chave ou tópico de cada parágrafo; 
• 3.º Registar numa folha de rascunho o conjunto dos vários 
tópicos, recolhidos parágrafo a parágrafo; 
• 4.º Reconstruir o texto, de um modo pessoal, respeitando 
sempre o plano e o pensamento do autor. 
Um bom resumo, tal como um bom esquema, tem quatro características 
fundamentais: 
• Brevidade - os pontos principais da matéria são registados de 
forma abreviada. Um bom resumo não ultrapassa um quarto do 
texto inicial. 
ISCED TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
22 
 
• Clareza - os factos ou as ideias são apresentados sem qualquer 
tipo de confusão ou ambiguidade. 
 
• Rigor - o essencial do assunto é reproduzido fielmente, sem erros 
nem deformações. 
• Originalidade - a matéria é traduzida numa linguagem original, 
própria de cada leitor, embora transmita apenas o ponto de vista 
do autor. Resumir não é comentar! 
Fazer resumos é um processo eficaz para compreender e 
assimilar a matéria. É também um treino fundamental para a 
transmissão das nossas ideias, de forma breve, clara, rigorosa e 
original. 
Nas provas de avaliação, escritas ou orais, e pela vida fora, 
exigese capacidade para comunicar, com rapidez e eficiência, o 
essencial das coisas que sabemos. Aprender a resumir é 
aumentar as hipóteses de sucesso: 
 
Nota: quando for convidado a fazer um resumo, não hesite em 
perguntar qual a extensão desejada, para não haver defeito nem 
excesso. 
 
Sumário 
Em síntese: 
A actividade de tirar apontamento constitui um dos 
processos fundamentais para a captação e retenção da 
matéria, pois, por meio dos apontamentos aprendemos 
melhor e as nossas informações ficam guardadas para 
sempre. Os apontamentos podem ser de três tipos: 
transcrição, esquemas e resumos. 
 
Exercícios 
1. Indique as diferentes formas de tirar apontamentos. 
2. Diferencie-as. 
3. Faça a tomada de notas do Texto 1, da Unidade 1. 
ISCED TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA23 
 
 
UNIDADE 5 
O RESUMO 
Introdução 
Qualquer estudante do ensino superior deve ser capaz de 
resumir textos de carácter científico ou didáctico, pois, por meio 
dos resumos, os resultados adquiridos nos estudos são mais 
eficazes e mais amplos. 
Nesta unidade, veremos as estratégias usadas para a redução de 
um texto – a técnica de resumo - especificamente o método 
RASERO. 
 
Ao completar esta unidade/lição, será capaz de: 
 
• Detectar o essencial num texto para resumi-lo; 
• Discernir sobre o que é indispensável, o principal, o 
Objectivos importante, o secundário, o acessório e o inútil; 
• Resumir um texto de qualquer natureza (científico/ literário). 
 A actividade de resumir um texto destaca-se pelo facto de tornar o texto mais curto, 
contraído, condensado ou de abreviá-lo. Porém, não se deve confundir um plano com um 
resumo, pois, este é correctamente redigido, claro e construído. Deve pôr em realce o 
essencial, sem ser nem uma análise nem um comentário. 
De acordo com Lemitre (1986: 158), o resumo dá uma visão de 
conjunto do conteúdo e acentua a progressão dos pontos 
principais. Ele respeita a linearidade do discurso inicial. Não pode 
retomar todas as ideias expostas, mas não deverá tão-pouco 
limitar-se a um sobrevoo abstracto não conservando senão os 
conceitos sem explicações. 
Em suma, resumir é apresentar, de forma contraída, reduzida ou 
abreviada, as ideias principais de um texto. E para chegarmos a 
ele, há que fazer uma operação mental insubstituível: dispensar 
o que não é significativo. Ao dispensar o que é secundário, 
valorizará só o que é fundamental. Por isso, um resumo bem 
feito é económico em palavras e rico em significado. 
São alguns dos exemplos de resumo: as manchetes, os títulos, as 
legendas. Assim, dar títulos, fazer manchetes ou construir 
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24 
 
legendas é uma actividade que muitas vezes nos ajuda no 
domínio significativo de um texto. 
Para detectar, referenciar, descobrir, apreender e apontar as 
ideias de fundo, directrizes, mestras, essenciais ou centrais é 
necessário seguir o método RASERO. 
• Rapidez da leitura do texto; 
• Atenção da leitura do texto; 
• Sublinhado das ideias-chave; 
• Esquema do essencial; 
• Resumo das unidades de significação; Operatividade. 
 
Nestas actividades, a grande dificuldade é de identificar qual é o 
conteúdo mais importante, mas é preciso ter em atenção que as 
ideias principais encontram-se em constelações de ideias. Ver 
em Ruiz p. 38-39 como se pode notar a partir do Plano (esquema) 
traçado se o leitor é capaz de produzir o resumo considerando 
os seguintes aspectos: 
• Eliminar as repetições, as interjeições; 
• Suprimir pormenores, exemplos isolados, citações, mas sem cair na 
generalização esquemática; 
• Manter os valores mais significativos em abordagens que 
apresentam números; 
• Distinguir as ideias principais das secundárias; 
• Respeitar a ordem, a estrutura e a proporção do texto, bem como as 
articulações lógicas. 
Defeitos a evitar: 
• A utilização de frases ou expressões inteiras do texto que se quer 
resumir; 
• Acrescentamento de comentários pessoais; 
• A ausência de elos de ligação entre as frases e os parágrafos. 
 
 
 
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25 
 
 
Sumário 
Em síntese: 
Resumir é apresentar de forma contraída, reduzida ou abreviada, 
as ideias principais de um texto. E para chegarmos a ele, há que 
fazer uma operação mental insubstituível: dispensar o que não é 
significativo. Ao dispensar o que é secundário, valorizará só o que 
é fundamental. Por isso, um resumo bem feito é económico em 
palavras e rico em significado. 
 
 
Exercícios 
1. “O resumo dá uma visão de conjunto do conteúdo e 
acentua a progressão dos pontos principais. Ele respeita 
a linearidade do discurso inicial”. 
 
1. Clarifique a ideia expressa na afirmação. 
2. Explicite detalhadamente o método RASERO, resumindo o 
texto que se segue: 
A IMPORTÂNCIA DO PROFESSOR NO TRABALHO COM O 
TEXTO LITERÁRIO 
 
O trabalho com a literatura infantil e juvenil no contexto 
escolar e a formação do hábito/necessidade de leitura tem 
motivado várias discussões e busca constante de inovações 
por parte dos profissionais da educação. Porém, na prática, 
percebe-se que as aulas de Língua Portuguesa não têm dado 
conta de abarcar toda essa carga de responsabilidades, 
principalmente no que se refere à formação do hábito de 
leitura de textos literários. Como em qualquer outro 
conteúdo, o ensino da leitura na escola necessita de 
metodologia. 
Segundo Ezequiel Theodoro da Silva e Regina Zilberman 
(2005, p. 115), uma pedagogia da leitura que objectiva a 
transformação do leitor e, através deste, da sociedade, 
dificilmente se funda na descrição da estrutura do(s) texto(s). 
Mais do que isso, uma pedagogia da leitura de cunho 
ISCED TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
26 
 
transformador propõe, ensina e encaminha a descoberta da 
função exercida pelo(s) texto(s) num sistema 
comunicacional, social e político. 
A história mostra que a criança só passou a ser vista como 
criança a partir do final do século XVII. Por isso, até então não 
se escrevia especificamente para elas, porque não existia o 
conceito de “infância” como um período particular na vida 
do ser humano. Foram as modificações acontecidas no início 
da Idade Moderna e solidificadas no século XVIII que 
propiciaram a ascensão de modalidades culturais como a 
escola com sua organização actual e o género literário 
dirigido ao jovem. A valorização da infância (enquanto faixa 
etária distinta do adulto) é o que chama a atenção nesse 
novo modelo, no qual a criança merece uma consideração 
especial e é-lhe dado o direito de tornar-se num adulto 
saudável, providenciando-lhe uma formação intelectual 
(ZILBERMAN, 2005). 
A escola tem, nesse processo, uma actuação 
fundamental. Ela deve propiciar um encontro adequado 
entre criança e livro. O convívio com o texto alarga 
horizontes; não se trata, portanto, de oferecer ao leitor-
jovem obras que justifiquem sua condição de marginalidade 
ou inferioridade social, mas sim, de dar-lhe a oportunidade 
de intercâmbio com o texto, vivenciando particularmente o 
mundo criado pelo imaginário. Dessa forma, a leitura adquire 
um carácter formativo, o que difere de uma função 
estritamente didáctica, propiciando elementos para a 
emancipação pessoal, fazendo com que o leitor tenha um 
maior conhecimento do mundo e do seu próprio ser através 
da fantasia criada pelo escritor. 
Nessa interacção entre o texto e o leitor, é fundamental 
o papel do professor, pois ele é o principal responsável pelo 
ensino da leitura na escola. 
Para tanto, precisa estar fundamentado em teorias que o 
ajudem a pensar práticas pedagógicas para o ensino da 
literatura na escola. E o primeiro passo para que isso ocorra 
é a conscientização, tanto por parte do aluno quanto do 
professor – principalmente deste – de que a leitura, neste 
caso particularmente a leitura de textos literários, é uma das 
formas de aquisição de conhecimento e gostar de ler é um 
processo: não se nasce gostando e pode-se aprender. 
Por isso, tal processo requer procedimentos 
didácticopedagógicos que levem o leitor a perceber que há 
um percurso até chegar ao objectivo, e que o prazer de ler é 
construído na medida em que ele vai superando as 
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27 
 
dificuldades, avançando e constituindo-se como sujeito, 
criando novas relações entre situações reais e situações de 
pensamento. 
Os alunos precisam ter contacto com textos literários em 
sala de aula, mas isso não pode ser feito de forma aleatória e 
desvinculada de um objectivo. É necessário planificar as aulas 
e usar estratégias que sirvam para despertar o interesse de 
crianças e adolescentes, permitindo-lhes superar as 
limitações e avançar, constantemente,no processo de 
amadurecimento como leitores e como pessoas. A esse 
respeito, Magnani afirma que: 
• se o gosto se aprende, pode ser ensinado. A 
aprendizagem comporta uma face não espontânea e 
pressupõe intervenção intencional e construtiva. 
Assim, o professor tem um importante papel a 
desempenhar no desenvolvimento de seus 
alunos/leitores (MAGNANI, 1991, p. 104). 
• Se o gosto se forma na aprendizagem escolar, o 
professor tem papel imprescindível neste processo. É 
necessário, além da planificação, uma intimidade 
com as obras literárias, adquiridas a partir do gosto 
de ler, primeiramente do professor, que será o 
principal mediador entre leitor e obra. 
Esta intimidade fará com que o professor tenha prazer 
em ler para seus alunos, comentar sobre as obras que está a 
ler e apresentar a eles tudo que a literatura é capaz de nos 
proporcionar. A partir daí os alunos naturalmente terão 
curiosidade em buscar sozinhos tudo aquilo que lhe é 
proporcionado quando o professor lê para eles. 
Ao fazer com que a obra literária chegue até ao aluno e ao 
planificar estratégias para este trabalho, o professor contribui para 
que os conteúdos básicos de leitura, escrita, oralidade e análise 
linguística estejam interligados e não isolados. Além de facilitar aos 
alunos o acesso a diversos géneros textuais. 
Dessa forma, serão capazes de perceber o percurso que 
há até se chegar ao objectivo, e que o prazer de ler está na 
superação, na responsabilidade e na consciência de que 
leitura demanda esforço. 
Entendida desta forma a leitura da obra literária, 
propõese que se pense no ensino de literatura a partir dos 
pressupostos teóricos da Estética da Recepção (JAUSS, 1971) 
que tem como fundamento central a ideia de que nenhuma 
obra está incólume às determinações históricas, às condições 
de recepção a que é exposta no passar do tempo. 
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28 
 
In: SANTOS NUNES, Isabel Cordeiro dos (2008). O texto literário 
no ensino fundamental. Porto Alegre 
(www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br) 
 
 
UNIDADE 6 A 
SÍNTESE 
Introdução 
Para a elaboração de qualquer texto, seja de que natureza for, é 
necessário seguir um determinado percurso de forma a atingir 
uma hiperestrutura textual coerente e coeso. 
Portanto, nesta unidade apresentamos o percurso metodológico que 
deve ser seguido na produção ou elaboração de uma síntese. 
Ao completar esta unidade/lição, será capaz de: 
 
 
 Elaborar uma síntese de texto de qualquer natureza 
 (científico/literário). 
Objectivos 
 
 
 
 
 Segundo Esteves (2002: 82)13, a síntese é “um género de texto elaborado, de dimensão 
reduzida, mas redigida de forma simples, clara e consistente”. A elaboração de uma 
síntese implica um bom domínio das técnicas de leitura e de escrita. Deste modo, é 
possível trabalhar-se vários tipos de texto em simultâneo. 
O apelo à escrita sintética do mundo actual é devido a dois 
aspectos. Por um lado, aos vários suportes de informação 
existentes e, por outro, às exigências do próprio leitor que se 
interessa por escritos recheados de “paginação, cor, abundância 
 
13 Esteves Rei. Curso de Redacção II, Porto: Porto Editora, p. 
82 13 idem 
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29 
 
de títulos, subtítulos e cabeçalhos, quadros, gráficos, resumos e 
sínteses, estrutura e plano em destaque, frases curtas (20 a 30), 
estilo concreto e vivo, próximo da oralidade, usando a forma 
activa e o infinitivo”13. 
 Percurso de elaboração 
Os passos a seguir para a elaboração de uma síntese assentam 
na compreensão do texto, na elaboração de um plano ou no 
reagrupamento das ideias e na redacção. 
I. Compreensão do texto 
Deve-se fazer uma leitura activa, tal como no resumo, mas em 
menor profundidade. Implica destacar as palavras-chave, 
ideiaschave e fazer anotações numa folha, usando frases soltas. 
II. Plano ou reagrupamento de Ideias 
Engloba os seguintes pontos: 
1. Apresentação – “Identifica o texto, o tema 
tratado, o nome do autor e eventualmente a 
tese”; 
2. Ilustração – “expõe os factos respeitantes ao 
tema; noutros casos, historia o problema”; 
3. Causas – “diagnostica o estado da questão, indo 
até às suas origens”; 
4. Efeitos – “reúne as consequências”; 
5. Remédios – “indica as soluções apresentadas 
pelos autores para alterar os efeitos ou resolver 
os problemas”; 
6. Conclusão – “apresenta as considerações finais 
dos textos”. 
 Plano ou Reagrupamento das Ideias 
1. Apresentar no estilo indirecto as posições de cada autor; 
2. Respeitar o pensamento de cada autor; 
3. Ser conciso, claro e preciso; 
4. Ter atenção à construção frásica. 
 
 
 
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30 
 
Aspectos a evitar 
1. Não se deve utilizar frases e expressões inteiras 
do texto; 
2. Não se deve fazer comentários ao texto. 
 
 
Sumário 
Em síntese: 
 
A elaboração de uma síntese implica um bom domínio das 
técnicas de leitura e de escrita. Na produção, há que evitar os 
seguintes aspectos: utilizar frases e expressões inteiras do texto; 
fazer comentários ao texto. 
 
 
Exercícios 
1. Releia atentamente o texto da unidade anterior e faça a sua síntese. 
 
 
 
UNIDADE 7 
A ORTOGRAFIA 
Introdução 
A Língua Portuguesa constitui, para além de elemento de 
Unidade Nacional em Moçambique, um meio de comunicação. 
Assim, ao futuro técnico/gestor, que usará esta língua como 
instrumento de comunicação, torna-lhe imperativo dominá-la. 
Portanto, é importante que se esteja atento à correcção 
linguística dos enunciados que ouvimos ou que lemos no dia-a-
dia. 
ISCED TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
31 
 
 O desenvolvimento da capacidade de expressão escrita só será 
possível com a escrita constante. Escrever bem implica também 
dominar as regras, quer de ortografia quer da pontuação, por 
isso na unidade seguinte trataremos da Pontuação. 
Ao completar esta unidade/lição, será capaz de: 
 
 Aprofundar conhecimentos sobre o sistema verbal escrito 
 da língua portuguesa; 
Objectivos Escrever correctamente um enunciado sem cometer erros 
 ortográficos. 
 
 
 
Conceito da ortografia 
 
A Ortografia é a parte da Gramática que ensina a maneira correcta 
 
de escrever as palavras (Pinto; Lopes; Neves: 2001: 4). 
A habilidade de escrever é uma arma eficaz de sucesso, tanto na escola 
como na profissão. 
Na escola, a escrita é uma das formas de expressão mais valorizada na 
avaliação dos estudantes, em quase todas as disciplinas. 
Pela vida fora, as pessoas, mesmo seguindo profissões técnicas, 
 
têm de escrever cartas, relatórios, actas, exposições, 
comunicados, projectos, etc. A escrita é um instrumento 
fundamental para informar, demonstrar, persuadir ou 
simplesmente para interessar os outros pelas nossas ideias. 
É possível ter sucesso sem saber escrever correctamente. Mas aqueles 
que sabem escrever estão sempre em vantagem. 
Na expressão escrita o mais importante é fazer-se entender, mas 
isto não significa que se deve desprezar a ortografia. As palavras 
têm de ser escritas com correcção. 
Os erros ortográficos podem ter como causas a deficiente 
aprendizagem no ensino básico, a falta de tempo e de motivação 
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32 
 
para a leitura ou ainda a desvalorização da escrita em relação a 
outras formas de expressão. A maioria dos erros é um reflexo da 
oralidade. Espontaneamente, as pessoas escrevem as palavras 
como as pronunciam na linguagem oral. Falando mal, pioram na 
escrita. 
Observemos exemplos dos erros mais frequentes, encontrados nos 
trabalhos dos estudantes. 
Eliminação ou troca de letras 
Devido às confusões provocadas pela oralidade, acontece, por 
vezes, ao nível da grafia, a eliminação ou troca de algumas letras. 
É vulgar: 
 
__ A eliminação do e ou do i: 
adquado (errado) __adequadoadvinhar (errado ) __ adivinhar 
establecer ( errrado) __ estabelecer 
intlectual ( errado) 
 
__ A troca de e por i ou i por e: 
 __ intelectual 
defenição (errado) __ definição 
destinção (errado) __ distinção 
indespensável (errado) __ indispensável 
ivitar ( errado ) __ evitar 
 
menistro (errado) __ ministro 
previlégio (errado) 
 
__ A troca de o por u ou u por o: 
 __ privilégio 
agrícula (errado ) __ agrícola 
mágua (errado) __ mágoa 
opurtuno (errado) __ oportuno 
suburdinado (errado) __ subordinado 
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33 
 
 
__A confusão entre os prefixos es e ex: 
esperiência (errado) __ experiência espectativa 
(errado) __ expectativa expectáculo (errado) 
 __ espectáculo 
 
__ A confusão entre os prefixos per e pre: 
perconceito (errado) __ preconceito pregunta (errado) 
__ pergunta prefeição (errado) __ perfeição premissão 
(errado) __ permissão 
 
Troca de palavras homófonas 
Alguns erros provêm da troca de palavras homófonas, isto é, palavras que 
se pronunciam do mesmo modo. 
Diferentes na escrita e no significado, merecem distinção claras seguintes 
palavras: 
acento (modo de pronúncia) assento (lugar ) 
apreçar (avaliar) apressar (acelerar o 
passo) cem (numeral) sem ( preposição) 
concelho (município) conselho(opinião, parecer) 
concerto (sessão musical) conserto (reparação) 
consolar ( aliviar o sofrimento) consular (relativo ao cônsul) 
coser ( costurar ) cozer ( cozinhar) 
estofar ( cobrir de estofo) estufar ( meter na 
estufa) espiar ( espreitar) expiar ( sofrer 
um castigo) 
morar ( residir) murar ( pôr muro) 
paço (palácio) passo ( modo de andar) 
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34 
 
peão ( pessoa que anda a pé) pião (brinquedo) 
roído (mordido) ruído ( som) 
ruço ( pardacento) russo ( da Rússia) 
soar ( produzir som) suar (transpirar) 
tacha (prego) taxa (imposto) 
 
Outras palavras são igualmente difíceis de distinguir ao nível da oralidade, 
mas têm grafia e significados diferentes. Exemplos: 
descrição (narração) discrição (prudência) despensa 
(compartimento) dispensa (desobrigação) 
 
Confusões nos verbos 
Para o escritor Mark Twain, a culpa principal dos erros 
ortográficos deve ser atribuída aos verbos: “o verbo não tem 
estabilidade nem dignidade nem opinião duradoira”. Apesar do 
tom humorístico da frase, é um facto que o verbo tem pessoas, 
tempo, modo e vozes. Torna-se muito complexo conjugar tudo 
isso com a devida correcção. 
Por culpa dos verbos ou da ignorância de quem os usa, existem vários 
tipos de confusões: 
__ Confusão entre formas verbais e outras palavras: 
há (verbo haver) e à (preposição) 
traz (verbo trazer) e trás (preposição) 
asso (verbo assar) e aço (metal) 
vazo (verbo vazar) e vaso (recipiente) 
cede (verbo ceder) e sede (lugar) 
 
__ Confusão entre verbos diferentes 
vêm (verbo ir) e vêem(verbo ver). 
 
 
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35 
 
__ Confusão entre tempos diferentes do mesmo verbo: 
andaram (pretérito) e andarão (futuro) 
 
__ Confusão entre conjugações diferentes do mesmo verbo: 
mudasse (conjugação simples) e muda-se(conjugação pronominal) 
 
N.B.: Ler bons autores (em livros e revistas), de forma cuidadosa 
e com um dicionário sempre à mão, permite enriquecer o 
vocabulário essencial para a escrita (cerca de 2.200 palavras em 
Português, segundo os especialistas). 
(...) A leitura activa e interessada permite ainda observar como 
os outros comunicam. Escritores e bons jornalistas podem ser 
para o estudante escolas vivas, exemplos a seguir, modelos a 
imitar. (...) 
(...) Conhecer as regras básicas da gramática é um meio para falar 
e escrever com correcção. 
Na arte da escrita ninguém nasce perfeito. Aprende-se a 
escrever, escrevendo. O segredo fundamental para aprender a 
escrever é praticar a escrita, com exercícios constantes. A 
qualidade só se consegue depois de muita quantidade, feita com 
intenção de melhorar. Entre várias formas de treinar, sugerimos: 
• tirar apontamentos nas aulas; 
• copiar textos interessantes (pensamentos, poemas...); 
• resumir leituras de livros, revistas e jornais; 
• fazer trabalhos escritos, por iniciativa própria; 
• elaborar «escritos pessoais» (por exemplo escrever um diário onde 
se registem ideias, experiências e sentimentos). 
Praticando a escrita, com treinos sistemáticos (recorrendo a 
dicionários e prontuários sempre que houver dúvidas), é possível 
escrever sem medo. Mais do que isso, é possível escrever com 
gosto. 
 
 
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36 
 
 
Sumário 
Em síntese: 
A correcção na escrita é indispensável porque para se 
fazer entender é necessário que a linguagem usada e a ortografia 
das palavras sejam claras e correctas. 
Contudo, saber escrever é ter a ferramenta necessária 
para o sucesso no contacto em toda a sociedade. 
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37 
 
 
Exercícios 
Depois destes subsídios sobre a ortografia, e com ajuda de outras 
bibliografias responda as questões que lhe são levantadas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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38 
 
 
 
UNIDADE 8 
A PONTUAÇÃO 
Introdução 
Pontuar uma frase escrita corresponde ao estabelecimento das 
pausas na comunicação oral e é apresentar a ideia que se 
pretende transmitir com exactidão e precisão. 
A má utilização dos sinais de pontuação pode resultar na 
completa ambiguidade comunicativa. Assim, nesta unidade 
apresentamos os diferentes sinais de pontuação e as regras 
usadas para a sua aplicação ou utilização. 
Ao completar esta unidade/lição, será capaz de: 
• Aplicar correctamente os diferentes sinais de pontuação; 
• Identificar erros de pontuação em textos produzidos; 
• Enunciar as regras para a utilização de sinais de pontuação. 
 
Objectivos 
 
 Definição 
 
 Designa-se por pontuação ao sistema de utilização de certos sinais gráficos convencionais 
(NOGUEIRA, 1989, p. 67). Entretanto, 
FERREIRA e FIGUEREDO acrescentam que: “a pontuação não é só 
 importante para exprimirmos com clareza o que pretendemos dizer. É-o também para uma 
boa e expressiva leitura dos textos”. 
Os sinais de pontuação contribuem para nos dar a entoação de vida 
à leitura e fazer as pausas necessárias. 
 Tipos de pontuação 
Os sinais de pontuação são: ponto final (.), ponto e vírgula (;), 
vírgula (,), ponto de interrogação (?), ponto de exclamação (!) as 
reticências (…), as aspas (« »), vírgulas altas (“ ”) o parêntese ( ), 
e o travessão (-). Dentre vários sinais de pontuação existentes 
podem ser agrupados em sinais que marcam a pausa e os que 
marcam a melodia (cf. FERREIRA, FIGUEREDO e CUNHA e 
CINTRA). 
 
 
ISCED TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
39 
 
 Sinais que marcam a pausa 
No entender de CUNHA e CINTRA, os sinais de pontuação que 
marcam a pausa são os que a seguir mencionamos. 
Vírgula (,) 
A vírgula, que marca uma pausa de pequena duração. Emprega-
se não só para separar elementos de uma oração, mas também 
em orações de um só período. Quando a vírgula se encontra no 
interior da oração serve para: 
a) Separar elementos que exercem a mesma função 
sintáctica (sujeito composto, complementos, adjuntos), quando 
não vêm unidos pelas condições e, ou e nem. 
Ex: A sua frota, a sua boca, o seu sorriso, as suas lágrimas, enchem-lhe a 
voz de formas e de cores… 
 
b) Separar elementos que exercem funções sintácticas 
diversas, geralmente com afinalidade de realçá-los. Em 
particular, a vírgula é usada: 
i) Para isolar o aposto, ou qualquer elemento de valor 
meramente explicativo: 
Ex: Alice, a menina, estava feliz. 
ii) para isolar vocativo: 
Ex: Dona Glória, a senhora persiste na ideia de manter o nosso 
Bentinho no seminário? 
iii) para isolar os elementos repetidos: 
Ex: Só minha, minha, minha, eu quero! 
iii) para isolar o adjunto adverbial antecipados: 
Ex: Lá fora, a chuvada despenhou-se por fim. 
 
c) Emprega-se ainda vírgula no interior da oração: 
i) Para separar, datação de um escrito, o nome do lugar: 
Ex: Beira, 22 de Setembro de 1983. 
ii) para indicar a supressão de uma palavra (geralmente o 
ISCED TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
40 
 
verbo) ou de um grupo de palavra: 
Ex: No céu azul, dos fiapos de nuvens. 
 
Observação: 
Quando os adjuntos adverbiais são de pequeno corpo (um advérbio, 
por exemplo), costuma-se dispensar a vírgula. A vírgula é, porém, de regra 
quando se pretende realçá-los. Compara-se estes passos: 
Depois levaram o Ricardo para casa da mãe Avelina. 
Depois, o engraçado são as passagens de nível, os aparelhos de 
sinalização, os vagões – cisternas. 
Depois, tudo caiu em silêncio. 
• Entre orações, emprega-se a vírgula: 
i) Para separar as orações coordenada assindéticas Ex: Subiram ao 
sótão, desceram a cave, espreitaram no poço. 
ii) para separar as orações coordenadas sindéticas, salvo as 
introduzidas pela conjunção e: 
Ex: Ou elas tocavam, ou jogavam os três, ou então lia-se alguma coisa. 
iii) para isolar as orações intercaladas: 
Ex: «Lá vem ele com as raízes», resmungou o Paulino, 
baixando a cabeça. iv) para isolar as orações subordinadas 
adjectivas explicativas: 
Ex: Loa, que tinha relações sobrenaturais, diagnosticara um espírito. 
v) para separar as orações subordinadas adverbiais, 
principalmente quando antepostas a principal: Ex: Se eu o 
tivesse amado, talvez o odiasse agora. 
vi) para separar as orações reduzidas de infinitivo, de 
gerúndio 
e de particípio, quando equivalentes a orações adverbiais: 
Ex: A não ser isto, é uma paz regalada. 
 
 
ISCED TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
41 
 
Ponto (.) 
O ponto assinala a pausa máxima da voz depois de um grande 
fónico da final descendente. 
Emprega-se, pois, fundamentalmente, para indicar o término 
de uma oração declarativa, seja ela absoluta, seja a derradeira 
de um período composto: 
Ex: Entardecer no Anjico. Estou parada, sozinha, na frente da 
casa de Estancia olhando para o poente. O Sol parece uma 
grande laranja temporã, cujo sumo escorre pelas faces da tarde. 
O ar cheira a guaço queimado. Um silêncio de paina crepuscular 
envolve todas as coisas. A terra parece anestesiada, raras 
estrelas começam a apontar no firmamento, mais adivinhadas do 
que propriamente visíveis. Sinto um langor de corpo e espírito. 
De certo é a tardinha que me contagia com sua doce febre. 
i) Quando o período é simples ou composto se 
encadeiam pelos pensamentos que expressam, sucedem-se um 
aos outros na mesma linha. 
Diz-se, neste caso, que estão separados por um ponto simples. 
ii) quando se passa de um grupo a outro grupo de ideias, 
costuma-se marcar a transposição com o maior repouso da voz, 
o que, na escrita, se representa pelo ponto parágrafo. Deixa-se, 
então, em branco o resto da linha em que termina um dado 
grupo ideológico, e inicia-se o seguinte na linha abaixo com o 
recuo de algumas letras. 
Assim: 
O Búzio não possuía nada, como uma árvore não possui nada. Vivia 
com a terra toda que era ele próprio. 
A terra era sua mãe e sua mulher, sua casa e sua companhia, sua 
cama, seu alimento, seu destino e sua vida. 
Ao ponto que encerra um enunciado escrito dá-se o nome de ponto 
final. 
 
Observação 
Além de servir para marcar uma pausa longa, o ponto tem 
outra utilidade. É o sinal que se emprega depois de qualquer 
palavra escrita abreviadamente. 
Assim: V. S.ª (vossa senhoria), Dr. (Doutor). 
ISCED TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
42 
 
Nota-se que, se a palavra assim reduzida estiver no fim do 
período, este encerra-se com o ponto abreviativo, pois não se 
coloca outro ponto depois dele. 
 
Ponto e vírgula (;) 
Como nome indica, este sinal serve de intermediário entre o 
ponto e a vírgula, podendo aproximar-se ora mais daquele, ora 
mais desta, segundo os valores pausais e melódicos que 
representam no texto. No primeiro caso é que vale a uma espécie 
do ponto reduzido; no segundo, assemelha-se a uma vírgula 
alongada. 
Esta imprecisão do ponto e vírgula faz que o seu emprego 
dependa substancialmente do contexto. Entretanto, podemos 
estabelecer que em primeiro ele é usado: 
i) Para separar num período das orações da mesma natureza 
que tenham uma certa extensão: 
ex: numa tarde de Outono murmuraste; toda a mágoa de 
Outono que ele me trouxe… ii) para separar os 
 diversos itens de um enunciado enumerativos 
em leis, decretos, portarias, regulamentos, etc. Sirva de 
exemplo os títulos: 
— Respeito a dignidade e as liberdades fundamentais do 
homem; 
— O fortalecimento da unidade nacional é a solidariedade 
internacional; 
 
 Sinais que marcam a melodia 
Para além dos sinais que marcam a pausa, existem outros 
que marcam a melodia nomeadamente: dois pontos, ponto de 
interrogação, ponto de exclamação, reticência, 
 aspas e parenteses. 
 
Os dois pontos 
Os dois pontos servem para marcar, na escrita, uma sensível 
suspensão da voz na melodia de uma frase não concluída. 
Emprega-se, pois para enunciar: 
i) Uma citação. 
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43 
 
Ex: Armando voltou para dizer: 
— Não enganei ninguém, camarada. Era 
bicho. ii) uma enumeração explicativa: 
Ex: Não foi ele, outros seriam: pajens, gente de guerra, vadios de 
estalagens, andenjos das estradas. 
iii) um esclarecimento, uma síntese ou uma consequência do 
que foi enunciado: 
Ex: e a facilidade traduz-se por isto: criarem-se hábitos. 
Não era desgosto: era cansaço e vergonha. 
 
Observação 
Depois do vocativo que encabeça cartas, requerimentos, ofícios, 
etc. Costuma-se colocar dois pontos, vírgula ou ponto, havendo 
escritores, que nestes casos, dispensam qualquer pontuação. 
Assim: 
 
Prezado senhor: prezado senhor. 
Prezado senhor, prezado senhor 
Sendo o vocativo inicial emitido com entoação suspensiva, 
deve ser acompanhado, preferencialmente, de dois pontos ou de 
vírgula, sinais denotadores daquele tipo de inflexão. 
 
Ponto de interrogação (?) 
O ponto de interrogação é sinal que se usa no fim de qualquer 
interrogação directa, ainda que a pergunta não exija resposta: 
Ex: estará surdo? Estará a tentar irritar-me? 
Nos casos em que a pergunta envolve dúvida, costuma-se fazer 
seguir de reticências o ponto de interrogação. 
— então?... Que foi isto?... A comadre? 
Nas perguntas que denotam surpresa, ou aquelas que não 
têm endereço nem resposta, emprega-se por vezes combinado o 
ponto de interrogação e ponto de exclamação: 
Ex: Ah, é a senhora?! Pois entre, a casa é sua… 
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44 
 
 Observação 
O ponto de interrogação nunca se usa no fim de uma 
indirecta. Termina com uma entoação descendente, exigindo, 
por isso, um ponto. 
Exemplo: 
— Quem chegou? [= interrogação directa] 
— Diga-me que chegou [= interrogação indirecta] 
 
Ponto de exclamação (!) 
O ponto de exclamação é o sinal que se supõe a qualquer 
enunciado de entoação exclamativa. Emprega-se, pois, 
normalmente: 
a) Depois de interjeições ou de termos equivalentes como os 
vocativos intensivos, as apóstrofes: 
Ex: - credo em Deus! Gemeu Raimundo assombrando. 
b) Depois de um imperativo: 
- Agarrem! 
- Gente, agarrem! Agarrem! Agarrem! 
 
 Outros sinais de pontuação 
Para além dos sinais depontuação anteriormente 
mencionados, existem outros que servem de auxiliares aos mais 
importantes sinais nomeadamente: 
a) As reticências (...): são sinais que marcam uma interrupção 
da frase e, consequentemente, a suspensão da sua melodia. 
Normalmente, empregam-se em casos variados: 
- para indicar que o narrador ou a personagem 
interrompem uma ideia que começou a exprimir, e passa a 
considerações assessoriais. 
- para marcar suspensões provocadas por hesitação, 
surpresa, dúvida ou timidez, ou para assinalar certas inflexões 
de natureza emocional de quem se fala. 
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45 
 
- para indicar que a ideia que se pretende exprimir não 
se completa com o término gramatical da frase, e que deve ser 
suprida com a imaginação do leitor. 
Não se deve confundir as reticências que têm valor estilístico 
apreciável, com os três pontos que se empregam, como simples 
sinais tipográficos, para indicar que foram suprimidas palavras 
no início, no meio, ou no fim de uma citação. 
 
b) As aspas (“”): empregam-se principalmente: 
- no início e no fim de uma citação para distingui-la do resto 
do contexto: 
Ex: Definiu César toda a figura da ambição quando disse aquelas 
palavras: 
“antes o primeiro na aldeia do que o segundo em Roma”. 
- para fazer sobressair termos ou expressões, geralmente 
não peculiares a linguagem normal de quem escreve . 
ex: era melhor que fosse “Luís” 
- para acentuar o valor significativo de uma palavra ou 
expressão: 
ex: a palavra “nordeste” é hoje uma palavra desfigurada pela 
expressão “obra de nordeste” que quer dizer: “obras contra as 
secas”. E quase não sugere se não as secas. 
- para realçar ironicamente uma palavra ou uma expressão: 
Ex: Está o mundo perdido, até a Judite já tem “Arranjinhos”. 
- para indicar o título de uma obra: 
 
ex: Belinha acaba de ler “Elzira, a morta virgem” 
 
c) Os parênteses: empregam-se os parênteses para intercalar 
num texto quaisquer indicações assessoriais: 
- uma explicação dada ou uma circunstância mencionada 
incidentalmente: 
Ex: Ela (no café) que se encontra as estalajadeiras. 
- Uma reflexão, um comentário à margem do que se afirma. 
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46 
 
Ex: A míngua guerra, como a dos que tinham perdido (se é que 
tinha), começava agora. 
- Uma nota emocional expressa geralmente em forma exclamativa ou 
interrogativa: 
Ex: A escola, que era azul e tinha um mestre mau, de 
assustador pigarro… (meu Deus! Que é isto? Que emoção a 
minha quando estas coisas tão singelas narrou?). 
- Usam-se também os parênteses para isolar orações intercaladas com 
verbos declarativos. 
 
d) O travessão (-): emprega-se principalmente em dois casos: 
i) Para indicar, nos diálogos, a mudança de 
interlocutores. 
 Ex: - Quem é o seu amigo, José? 
 - O Nunes, da rua do ouro… por quê? 
ii) para isolar, num contexto, palavras ou frases. Neste 
caso em que desempenha função analógica à dos parênteses, 
usa-se geralmente o travessão duplo: 
Ex: - A igreja – atalhou o bispo – não pode desinteressar-se do 
problema social. 
Não é raro o emprego de um só travessão para destacar, enfaticamente, 
a parte final de enunciado. 
Ex: um povo é mais elevado quando mais se interessa pelas coisas 
inúteis – a filosofia é a arte. 
 
 
 
 
 
 
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47 
 
 
Sumário 
Em síntese: 
Pontuar uma frase escrita corresponde ao estabelecimento das 
pausas na comunicação oral e é apresentar a ideia que se 
pretende transmitir com exactidão e precisão. 
A má utilização dos sinais de pontuação pode resultar na completa 
ambiguidade comunicativa. 
 
Exercícios 
1. Justifique a pontuação utilizada no Texto 1 da 
Unidade 1. 
 
 
UNIDADE 9 
A ANÁLISE DE UM TEXTO ESCRITO 
Introdução 
Saber interpretar textos com precisão é uma tarefa que requer 
muito treino, mas há várias outras formas de se incrementar esta 
habilidade. Nesta Unidade 9, vamos conhecer alguns passos 
importantes para analisar um texto escrito. 
Ao completar esta unidade/lição, será capaz de: 
 
 Analisar, com correcção, um texto escrito. 
 
 
Objectivos 
 
 
 Como Analisar Correctamente um Texto 
 
1. Compreensão. A compreensão de texto consiste em analisar o que 
realmente está escrito, ou seja, colectar dados do texto: 
http://pt.wikihow.com/Analisar-Corretamente-um-Texto
http://pt.wikihow.com/Analisar-Corretamente-um-Texto
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48 
 
• As considerações do autor se voltam para... 
• Segundo o texto, está correcta... 
• De acordo com o texto, está incorrecta... 
• Tendo em vista o texto, é incorrecto... 
• O autor sugere ainda... 
• De acordo com o texto, é certo... 
• Após a leitura, é possível concluir que... O autor afirma que... 
2. Interpretação. Interpretação de texto consiste em saber o que 
se infere (conclui) do que está escrito: 
• O texto possibilita o entendimento de que... 
• Com apoio no texto, infere-se que... 
• O texto encaminha o leitor para... 
• Pretende o texto mostrar que o leitor... O texto possibilita deduzir-se que... 
3. Duas leituras do texto no mínimo. A primeira para tomar 
contacto com o assunto; a segunda para compreender as ideias 
principais, as secundárias e os argumentos apresentados. 
4. Lógica e estruturação do texto. Observa-se que um parágrafo 
em relação ao outro pode indicar uma continuação ou uma 
conclusão - ou, ainda, uma falsa oposição. 
5. Uso da gramática. Sublinha-se, em cada frase, as palavras por 
pesquisar no dicionário para a correcta compreensão. 
6. Leitura profunda. Leitura atenta para encontrar, em cada 
parágrafo, a ideia mais importante (tópico da frase) 
7. Análise de prova. Se for uma prova contendo teste ou 
perguntas, vale a pena saber o que será solicitado. Assim, lêse com 
muito cuidado os enunciados das questões para entender direito a 
intenção do que foi pedido. 
8. Identificação de unidades de significação: Sublinham-se as 
palavras como erro, incorrecto, correcto, etc. Isso ajuda a não se 
confundir no momento de responder a questão. 
9. Identificação do essencial: Escreve-se, ao lado de cada 
parágrafo ou de cada estrofe, a ideia mais importante contida 
neles. 
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49 
 
10. Interpretação textual. Não se pode levar em consideração o que o 
autor quis dizer, mas sim o que ele efectivamente disse - ou seja, o 
que ele escreveu. Aqui, estaremos a separar as inferências das 
deduções e interpretações. 
11. Exame da introdução e da conclusão. Se o enunciado mencionar 
tema ou ideia principal, examine com atenção a introdução e/ou a 
conclusão. Nesse caso, a imagem que se tem ao ler o texto por 
inteiro será importante. 
12. Texto argumentativo. Se o enunciado mencionar argumentação, 
preocupa-se com o desenvolvimento dos argumentos. 
13. Vocábulos remissivos. Deve tomar-se cuidado com os vocábulos 
relatores (os que remetem a outros vocábulos do texto). Pronomes 
relativos, pronomes pessoais, pronomes demonstrativos, etc. 
Questões com esses detalhes testam a paciência e a persistência dos 
leitores. 
 
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50 
 
 Principais Erros na Análise Textual 
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51 
 
 Cinco erros principais na análise de textos: 
o Extrapolação. É o facto de se fugir do texto. Ocorre quando se 
interpreta o que não está escrito. Muitas vezes são factos reais, mas 
que não estão expressos no texto. Deve-se ater somente ao que está 
relatado. 
o Redução. É o facto de se valorizar uma parte do contexto, deixando 
de lado a sua totalidade. Deixase de considerar o texto como um 
todo para se ater apenas a parte dele. o Contradição. É o facto de se 
entender justamente o contráriodo que está escrito. É bom que se 
tome cuidado com algumas palavras, como: “pode”, “deve”, “não”, 
verbo “ser”, etc. 
o Preguiça. Por conta do estresse de uma prova, concurso ou exame, 
muitos candidatos perdem a paciência para fazer as duas mínimas 
leituras necessárias para a correcta compreensão e 
 
 
Em síntese: 
Em qualquer língua, torna-se muito importante saber interpretar 
textos com precisão embora seja uma tarefa que requer muito 
treino; porém, há várias formas de se incrementar esta 
habilidade. 
 
Exercícios 
1. Quais são os passos possíveis a seguir para analisar um texto 
escrito? 
2. Aborde os cinco erros principais na análise de textos. 
 
 
 
entendimento do texto. 
o Superestimar . cujo palavras algumas sempre Há 
significado real precisa ser decifrado com o uso do 
dicionário. A crença de que o contexto é um auxiliar 
faz com que alguns candidatos suponham 
 compreensão do sentido, mas, na verdade, é uma 
suposição falsa. 
Sumário 
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52 
 
 
UNIDADE 10 
A FRASE 
Introdução 
Muitos alunos, estudantes universitários e até académicos têm 
demonstrado imensas dificuldades na compreensão da estrutura 
frásica. É importante fixar o seguinte: a estrutura básica do 
Português é SVO, significando: Sujeito, Verbo e Objecto. 
A ideia de estrutura frásica é fundamental, visto ser o elemento 
estruturante da ideia a ser veiculada. Esta frase com sentido ou 
predicação será comandada pelo verbo, que constitui o núcleo 
da frase. 
 
Ao completar esta unidade/lição, será capaz de: 
 
• Distinguir frase da oração; 
• Apresentar as diferenças entre período e parágrafo. 
Objectivos 
 A Frase 
 De acordo com Celso Cunha, a frase é “um enunciado de sentido completo, a unidade mínima de 
comunicação”14. 
 A Frase e Oração 
 
A frase pode conter uma ou várias orações. A frase contém mais 
 do que uma oração quando tem mais do que um verbo conjugado. 
Por exemplo: 
“Durante a noite, houve uma grande tempestade”. 
“Durante a noite, houve uma grande tempestade que provocou 
muitos estragos”. 
 
 
14 Celso Cunha, Nova Gramática do Português Contemporâneo, p. 119 
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53 
 
No primeiro caso, estamos perante uma frase constituída por 
uma oração, e no segundo caso, por duas orações. Quando a 
frase é constituída por várias orações e cada uma está 
organizada à volta de um verbo, trata-se de uma frase complexa. 
Exemplo de uma frase simples: 
 “A educação constitui um factor de desenvolvimento”. 
Exemplo de uma frase complexa: 
 “A educação que é ministrada nas nossas escolas é um factor de 
desenvolvimento e tem como componente fundamental a 
competência comunicativa”. 
 
A Estrutura da Frase 
A oração e os seus elementos 
Os elementos fundamentais de uma oração são: o sujeito 
(simples ou composto, subentendido, indeterminado ou 
inexistente) e o predicado (verbal; nominal). 
O sujeito “é aquilo de que se fala ou sobre que se faz uma afirmação”. O 
predicado “é tudo o que se diz do sujeito”15. 
 
Os outros elementos são: o complemento directo, o 
complemento indirecto, o predicativo do sujeito, o predicativo 
do complemento directo, o agente da passiva, o atributo, o 
aposto, o vocativo, o complemento determinativo e o 
complemento circunstancial (de lugar, tempo, causa, modo, fim, 
meio, companhia, dúvida e de instrumento). Para facilitar a 
compreensão sobre esta questão, Esteves Rei usa o termo 
“modificador” para os elementos adjuntos do nome. 
ORAÇÃO = sujeito + predicado 
 (nome + mod) (verbo + complementos) 
Por exemplo: “Meu irmão / está muito doente.” 
 “A Citroen, uma marca francesa / tem uma boa imagem comercial”. 
“O cão perdigueiro come carne”. 
 
15 J.Esteves Rei. Curso de Redacção I, Porto: Porto Editora, p. 14 
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54 
 
Núcleo do suj. Modificador Núcleo do verbo complemento 
directo. 
 
A Construção nominal ou elipse 
Elipse – é “uma figura de sintaxe, consistindo na supressão 
de palavras que facilmente se subentendem”. 
Ex.: “Que bela paisagem!” por “Esta paisagem é bela”. 
A construção nominal verifica-se quando “um elemento 
verbal é suprimido a favor do elemento nominal (nome, 
adjectivos e determinantes: artigos, demonstrativos e 
possessivos)”: 
Ex.: “O seu, a seu dono!” 
 “Um por todos e todos por um”. 
 A construção nominal, apesar de ser uma característica da língua 
falada, também é utilizada em textos literários para “produzir um 
efeito de movimento e acção ou de autênticas pinceladas na 
descrição dos elementos de um quadro, paisagem ou visão”. 
A construção nominal é uma construção moderna, 
utilizada na linguagem jornalística, técnica e científica, sobretudo 
nos títulos, nas legendas e sumários, pois permite uma maior 
objectividade, brevidade e concisão das estruturas nominais. 
 
 Quando uma frase aparece construída sem verbos, cabe ao 
leitor “conceber e sentir o escrito”, ou seja, cabe ao leitor dar um 
sentido “à alma da frase”16. 
 
A Qualidade da Frase 
 
Unidade - subordinação das ideias secundárias às 
principais; são defeitos contra a unidade a 
multiplicidade de sujeitos. 
 
Clareza - ideias apresentadas de forma “transparente”; é de 
evitar a desordem e a “obscuridade” das ideias. 
 
16 idem, p. 21 
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55 
 
 
Concisão – significa o “emprego de palavras em número 
necessário e suficiente”. Deve-se evitar a repetição 
de palavras e de ideias. 
 
Sumário 
Em síntese: 
Os elementos fundamentais de uma oração são: o sujeito 
(simples ou composto, subentendido, indeterminado ou 
inexistente) e o predicado (verbal; nominal). 
Ex: Franze (Suj.) é o meu professor (Pred.) 
 
 
Exercícios 
1. Elabore três frases tendo em conta a qualidade da 
frase. 
2. Divida as frases em constituintes sintácticos. 
3. Especifique a utilização da construção nominal ou 
elipse. 
4. Construa frases de acordo com as indicações seguintes. 
• Sujeito + modificador + 
 verbo + complemento circunstancial. 
• Verbo + complemento 
 directo + complemento indirecto 
+ complemento circunstancial. 
 
• Sujeito + modificador + verbo + 
complemento directo + complemento 
indirecto. 
• Verbo + complemento circunstancial. 
 
 
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56 
 
 
UNIDADE 11 
A FRASE SIMPLES E COMPLEXA 
Introdução 
 
As frases podem ser simples ou complexas de acordo com a 
expressividade do autor. Assim, torna-se indispensável conhecer 
os conectores frásicos e a sua devida utilização nas frases. 
Nesta unidade, apresentamos as conjunções e locuções usadas em 
frases complexas, partindo de uma construção simples. 
Ao completar esta unidade/lição, será capaz de: 
 
• Identificar na frase complexa orações coordenadas e orações 
 subordinadas; 
• Distinguir período e parágrafo. 
Objectivos 
 
 
 
 As Frases Simples e complexas 
 De acordo com o conceito de frase anteriormente apresentado, a frase é 
“um enunciado de sentido completo, a unidade mínima de comunicação”. 
 
Neste sentido, a Frase simples é aquela que possui um e único verbo. 
A frase complexa “é aquela que contém dois ou mais verbos conjugados 
e, por consequência, duas ou mais orações”17. 
A ligação da frase complexa é feita pelos processos de coordenação e de 
subordinação. 
 
 
 
 
17 José Pinto e Maria do Céu Lopes. Gramática do Português Moderno, 
Lisboa: Plátano ed., 2002, p. 193 
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57 
 
 Coordenação 
Os campos cobriram-se de flores e as árvores encheram-se de folhas. 
Oração coordenada Oração coordenadaSubordinação 
Os campos cobriram-se de flores quando a Primavera chegou. 
Oração principal ou subordinante Oração subordinada 
 
A Coordenação 
As orações “da mesma natureza podem ser coordenadas entre si através 
de conjunções e locuções coordenativas”. 
 
 
 
Classificação das orações coordenadas 
1. Orações coordenadas copulativas (implica uma ideia de adição). 
 
Ex.: “O João entrou na livraria e comprou vários livros”. 
 
2. Orações coordenadas adversativas: mas, porém, contudo, no entanto 
(orações ligadas por uma ideia de oposição). 
 
Ex.: “Gosto de cinema, mas prefiro o teatro”. 
 
3. Orações coordenadas disjuntivas (transmitem uma ideia de alternativa). 
 
Ex.: “O avião atrasou ou não chegou a partir”. 
 
4. Orações coordenadas conclusivas: portanto, logo, por consequência (em 
que a segunda oração é uma conclusão da primeira). 
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58 
 
 Ex.: “O autocarro teve uma avaria, portanto atrasou”. 
 
5. Orações coordenadas explicativas: pois, porquanto (justifica uma ideia 
apresentada anteriormente). 
 
Ex.: “O barco atrasou, pois estava nevoeiro”. 
 
A Subordinação 
Segundo Esteves Rei, a subordinação é “uma relação entre duas 
orações que permite a inserção de uma na outra e estabelece uma 
hierarquia sintáctica entre elas: uma depende da outra, determinando 
ou complementando o sentido”18. 
Exemplos: 19Aquela senhora gritou quando foi assaltada. 
 Oração subordinante Oração subordinada adverbial temporal 
 
 Aquela senhora gritou porque foi assaltada. 
 Oração subordinante Oração subordinada adverbial causal 
As orações subordinadas dependem das orações subordinantes e 
esta dependência pode ser feita através de: 
• Conjunções ou locuções subordinativas: “Ela gritou para 
que a socorressem”. * 
• Pronomes ou advérbios relativos: “O rapaz que caiu 
magoou-se”. 
• Pronomes ou advérbios interrogativos: “Ele disse quem 
chega hoje?” 
• Formas verbais não finitas (infinitivo, gerúndio e 
particípio): “Pensávamos ter concluído o trabalho. (= 
Pensávamos que o trabalho estava concluído”. 
 
18 J.Esteves Rei. Curso de Redacção I, Porto: Porto Editora, p. 30 
19 José Pinto e Maria do Céu Lopes. Gramática do Português Moderno, 
Lisboa: Plátano ed., 2002, p. 196 
 
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Sumário 
Em síntese: 
A Frase simples é aquela que possui um e único verbo enquanto, 
as frases complexas são aquelas que são compostas por mais de 
um verbo. Estas podem ser unidas por conjunções ou locuções 
coordenativas ou subordinativas, conforme a relação de 
coordenação ou subordinação, respectivamente. 
 
Exercícios 
A. Complete as frases seguintes com a locução adequada: 
já que, logo que, mais...do que, mesmo que, no caso de, 
para que. 
- ...vais ao supermercado Shoprite, traz-me pão. 
- Os pequenos...estorvam...ajudam. 
- ...chover, não podemos ir ao cinema. 
- O Director aumentou-lhe o salário...ele não se despedisse. 
- ...o sol desaparece, as crianças vêm para casa. 
- Nunca iria à lua...me oferecesse a viagem. 
 
B. Preencha os espaços em branco com a locução 
apropriada. Pois que, por isso mesmo (é) que, posto que, 
primeiro que, salvo se, se bem que. 
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60 
 
- a praia ficou deserta...as férias acabaram. 
- ...o seu grande interesse seja o dinheiro, os imigrantes não se privam 
de nada no seu dia-a-dia. 
- ...compres o carro, deves tirar a carta de condução. 
- Nunca deixe andar os filhos ao sol...de manhã e à noite, ele seja 
fraco. 
- O professor de português nunca falta...estiver doente. 
- O Nuno quer ir estudar para os Estados Unidos...estuda 
entusiasticamente Inglês. 
 
C. Complete as seguintes frases com 
 locuções mais adequadas: sempre que, tal que, 
tão que, tanto...que todas 
as vezes que, visto que, tanta...que 
- O Miguel...vai à cidade, perde-se nos bazares. 
- A girafa é...alta...observa tudo o que se passa no jardim zoológico. 
 
- O João cumprimenta o mestre...se cruza com ele na rua. 
- O ruído era...ninguém ouvia nada. 
- A responsabilidade dos pais é...por vezes não dorme. 
- Ontem havia...vento...duas árvores caíram no jardim. 
 
D. Sublinhe nas orações seguintes as conjunções ou 
locuções conjuncionais que indicam a relação temporal. 
No final, empregue cada uma delas numa frase da sua 
autoria. 
- Quando chegaste, era meio dia. 
- Enquanto as crianças brincam, eu vou ao talho. 
- Apenas soube a triste nova, entrou em pânico. 
- As esperanças são cada vez menores à medida que o tempo passa. 
- Logo que viu o pai, desapareceu da sala. 
 
 
 
 
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61 
 
 
UNIDADE 12 
ESTUDO DO VERBO 
Introdução 
O verbo é um elemento fulcral da frase e sem ele não há frase. 
Ele designa a acção desenvolvida pelo sujeito. Assim, nesta 
unidade, apresentamos a classificação dos verbos quanto à 
semântica, quanto à conjugação e quanto à Morfologia. 
 
 Ao completar esta unidade/lição, será capaz de: 
 Indicar as diferentes formas de classificação dos verbos; Distinguir verbos 
transitivos dos intransitivos. 
 
 
Objectivos 
 Definição 
 
 Verbo é o nome dado à classe gramatical que designa uma 
ocorrência ou situação. É uma das duas classes gramaticais 
 nucleares do idioma, sendo a outra o substantivo. É o verbo que 
 
 
 determina o tipo do predicado, que pode ser predicado verbal, 
nominal ou verbo-nominal. O verbo pode designar acção, estado ou 
fenómeno da natureza. 
Classificação dos Verbos 
Os verbos admitem vários tipos de classificação, que englobam 
aspectos tanto semânticos quanto morfológicos. Podem ser 
divididos da seguinte forma: 
Quanto à Semântica 
• Verbos transitivos: Designam acções voluntárias, 
causadas por um ou mais indivíduos, e que 
afectam outro(s) indivíduo(s) ou alguma coisa, 
exigindo um ou mais objectos na acção. Podem 
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62 
 
ser transitivos directos que não possuem sentido 
completo, logo ele necessita de um 
complemento, sendo este complemento 
chamado de objecto directo. E verbo transitivo 
indirecto - que também não possui sentido 
completo e necessita de um objecto indirecto, 
que necessariamente exigem uma preposição 
antes do objecto. 
Exemplos: dar, comer, fazer, vender, escrever, amar, etc.: 
- A Judite come fruta. 
• Verbos intransitivos: Designam acções que não 
afectam outros indivíduos. 
Exemplos: andar, existir, nadar, voar, etc.: 
- O bebé gatinha. 
• Verbos impessoais: São verbos que designam 
acções involuntárias. Geralmente (mas nem 
sempre) designam fenómenos da natureza e, 
portanto, não têm sujeito nem objecto na oração. 
Exemplos: chover, anoitecer, nevar, haver (no sentido de existência) etc. 
Todo o verbo impessoal é também intransitivo.: 
- Ontem, choveu muito. 
• Verbos de ligação: São os verbos que não 
designam acções; apenas servem para ligar o 
sujeito ao predicativo. 
Exemplos: ser, estar, parecer, permanecer, continuar, andar, tornar-se, 
ficar, viver, virar, etc.: 
- O professor está doente. 
Quanto à Conjugação 
• Verbos da primeira conjugação: São os verbos 
terminados em “ar”: molhar, cortar, relatar, etc. 
ISCED TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
63 
 
• Verbos da segunda conjugação: são os verbos 
terminados em “er”: receber, conter, poder, etc. 
O verbo anómalo pôr (único com o tema em o), 
com seus compostos, também é considerado da 
segunda conjugação devido à sua conjugação já 
antes realizada (Ex: fizeste, puseste), decorrente 
de sua antiga forma latina poer. No exemplo "or", 
a maioria dos verbos vêem da palavra "Pôr", 
compor, depor, supor, transpor, antepor, etc. 
• Verbos daterceira conjugação: são os verbos 
terminados em "ir": sorrir, fugir, iludir, cair, 
colorir, etc; 
Quanto à Morfologia 
• Verbos regulares: Flexionam sempre de acordo 
com os paradigmas da conjugação a que 
pertencem. 
Exemplos: amar, vender, partir, etc. 
• Verbos irregulares: Sofrem algumas modificações 
em relação aos paradigmas da conjugação a que 
pertencem. 
Exemplos: caber, medir ("eu caibo", "eu meço", e não "eu cabo", "eu 
medo"). 
• Verbos anómalos: Verbos que não seguem os 
paradigmas da conjugação a que pertencem, 
sendo que muitas vezes o radical é diferente em 
cada conjugação. 
Exemplos: ir, ser, ter ("eu vou", "ele foi"; "eu sou", "tu és", "ele 
tinha", "eu tivesse", e não "eu io", "ele iu", "eu sejo", "tu sês", 
"ele tia", "eu tesse"). O verbo "pôr" pertence à segunda 
conjugação e é anómalo a começar do próprio infinitivo. 
• Verbos defectivos: Verbos que não têm uma ou 
mais formas conjugadas. 
Exemplo: precaver - não existe a forma "precavenha". 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Latim
http://pt.wikipedia.org/wiki/Latim
ISCED TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
64 
 
• Verbos abundantes: Verbos que apresentam 
mais de uma forma de conjugação. Exemplos: 
encher - enchido, cheio; fixar - fixado, fixo. 
 
 
Sumário 
Em síntese: 
A Classe dos Verbos é a classe mais variável que designa uma 
ocorrência ou situação. É uma das duas classes gramaticais 
nucleares do idioma, sendo a outra o substantivo. É o verbo que 
determina o tipo do predicado, que pode ser predicado verbal, 
nominal ou verbo-nominal. 
 
Exercícios 
Complete os espaços em branco com as formas verbais apropriadas. 
1. Presente do indicativo: 
Quando os alunos____________(estar) atentos nas aulas, os 
resultados deles__________(ser ) bons. ______(ser) sempre 
assim. 
Quando há festas nas escolas, os alunos_______(ir) com os pais a 
essas festas. Hoje há uma e toda a gente_________(ir). 
2. Pretérito perfeito: 
Ontem nós _________(ir) fazer uma marcha de verão através dos 
campos. Tu _______(ser) o último a chegar porque te atrasaste. 
Na semana passada tu___________(estar) a estudar os verbos comigo. 
Agora já sabemos tudo! 
Mas eles não _____________(estar) a trabalhar e agora não sabem. 
Nessa semana, eles __________(ser) os piores da turma. 
3. Futuro: 
Amanhã nós _________(ir) todos dar um passeio muito bonito. 
 
ISCED TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
65 
 
Quando eu estiver de férias, ________(ir) até à praia com os 
meus pais e os meus amigos. Nessa altura, __________(ser) a 
pessoa mais contente do mundo! 
No Verão, nós ____________(estar) de férias em Portugal. E eles, 
___________(estar). 
 
 
UNIDADE 13 
CONJUGAÇÃO PRONOMINAL 
Introdução 
A conjugação pronominal é aquela em que o verbo aparece 
conjugado com os pronomes. Ela pode ser reflexa ou recíproca 
de acordo com a acção do verbo. 
Nesta unidade para além das regras também apresentamos alguns 
verbos conjugados na forma pronominal. 
 
 Ao completar esta unidade/lição, será capaz de: 
• Aplicar correctamente os verbos na forma 
pronominal; 
• Identificar os momentos em que temos de usar a 
forma pronominal. 
Objectivos 
 
 
Repara nas expressões: “Levei-o […].”; “[…] os amigos levaram-no 
 
[…]”. 
 
 Em ambas, a forma verbal (levei, levaram) aparece acompanhada do pronome 
pessoal o, que lhe serve de complemento, 
 
constituindo com ela um todo. 
 Chama-se conjugação pronominal aquela em que o verbo aparece 
conjugado com os pronomes o, a, os, as. 
Nota: Quando estudámos os pronomes pessoais aprendemos 
que o, a, os, as, tomam as formas lo, la, los, las, depois de r, s, 
ISCED TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
66 
 
ou z e as formas no, na, nos, nas, depois de ditongo ou vogal 
nasal (-m, ão). 
 
 1. Conjugação pronominal reflexa 
A conjugação pronominal reflexa indica que a acção do sujeito 
recai sobre ele próprio. (Ex: Eu penteio-me todas as manhãs). 
 Utiliza para tal os pronomes pessoais me, te, se, nos, 
vos, se. (Ex.: Verbo “sentar-se” no Presente do 
Indicativo - Eu sento-me; Tu sentas-te; Ele/ela senta-se; 
Nós sentamonos; Vós sentais-vos; Eles
ISCED TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
67 
 
/elas sentam-se). 
 
2. Conjugação pronominal recíproca 
A conjugação pronominal recíproca exprime a reciprocidade na 
acção praticada. (Ex.: Eles abraçaram-se [um ao outro] 
calorosamente). 
 Utiliza para tal os pronomes pessoais do plural: nos, vos, 
se. (Ex.: verbo “abraçar-se” no Presente do Indicativo - 
Nós abraçamo-nos; Vós abraçais-vos; Eles/elas 
abraçam-se). 
Ex.: Os namorados beijavam-se prolongadamente. 
 
 
ISCED TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
68 
 
 
Sumário 
Em síntese 
Como Já vimos, a conjugação pronominal é aquela em que o 
verbo aparece conjugado com os pronomes o, a, os, as que 
tomam as formas lo, la, los, las, depois de r, s, ou z e as formas 
no, na, nos, nas, depois de ditongo ou vogal nasal (-m, -ão) 
distinguindo-se da recíproca a conjugação pronominal reflexa 
utiliza para tal os pronomes pessoais me, te, se, nos, vos, se. 
 
Exercícios 
1. Complete as frases com os verbos na forma pronominal. 
b) Os alunos pegam nos cadernos e ________(dar) ao 
professor. 
c) Elas têm bicicletas e ____________(levar) para a escola. 
d) Como não podiam entrar no cinema com os cães, 
________(confirmar) ao porteiro. 
e) Já li o livro. Posso _____________(emprestar). (te o) 
f) Tirei os lápis ao João e ___________(esconder). (lhe os) 
 
 
UNIDADE 14 
O DISCURSO DIRECTO E INDIRECTO 
Introdução 
Para expressarmos as nossas ideias aos outros, podemos fazê-lo 
fielmente através da fala tal igual como a personagem as 
proferiu/profere e, ainda, podemos informar o leitor acerca do 
que uma personagem disse/diz ou pensou/pensa, sem 
reproduzir exactamente as suas palavras. 
 
Nesta unidade, vamos apresentar as formalidades do uso do 
discurso directo ou indirecto, as regras de transformação, bem 
como alguns exemplos ilustrativos a cada caso. 
ISCED TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
69 
 
 
Ao completar esta unidade/lição, será capaz de: 
- Explicar as regras envolvidas no uso dos discursos directo e indirecto; 
- Apresentar as principais diferenças entre o discurso directo e 
Objectivos indirecto; 
- Aplicar as regras de transposição de um discurso para o outro. 
 
 
 
O Discurso Directo 
 
 O Discurso Directo é um meio de expressão pelo qual se 
reproduzem as palavras de uma personagem tal como elas as teria 
 proferido. 
Este tipo de discurso permite um contacto mais estreito entre a 
situação criada e o receptor (leitor/ouvinte); actualiza e torna 
mais viva a narrativa, mais espontânea, como no teatro. 
No Discurso Directo as falas das personagens ganham em 
naturalidade, não raras vezes tocadas pela emoção, que o 
emprego de exclamações, interjeições, reticências, 
interrogações, vocativos e imperativo reforça. 
É de salientar que o Discurso Directo pode aparecer sob a forma de 
monólogo interior. 
 
O Discurso Indirecto 
O Discurso Indirecto é o processo pelo qual o narrador informa o 
leitor acerca do que uma personagem teria dito ou pensado, sem 
reproduzir exactamente as suas palavras. 
Na transposição do Discurso Directo para o Indirecto, notam-se 
alterações nas categorias verbais (modo, tempo, pessoa), nos 
pronomes, nos determinantes e nos advérbios. 
 
Veja alguns exemplos de passagem do discurso directo para indirecto: 
• Nada te acontecerá. / Ele disse que nada lhe 
aconteceria. 
ISCED TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
70 
 
• Paga-me esta conta, como é teu dever. / Ela 
 
ordenou que ela lhe pagasse aquela conta, como era 
seu dever. 
• Conta-me tudo – pediu ele – aqui mesmo e agora.../ 
Ele pediu que ela lhe contasse tudo, ali mesmo e 
naquele momento. 
• Queres vir comigoPedro? / Ela perguntou ao Pedro 
se ele queria ir com ela. 
• Eu dou-te o dinheiro. / Ele disse que lhe dava o 
dinheiro. 
 
Quadro resumo das regras básicas 
 
 
ISCED TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
71 
 
 
Sumário 
Em síntese: 
Enquanto o Discurso Directo é um meio de expressão pelo 
qual se reproduzem as palavras de uma personagem tal como 
elas as teria proferido, o Discurso Indirecto é o processo pelo 
qual o narrador informa o leitor acerca do que uma 
personagem teria dito ou pensado, sem reproduzir 
exactamente as suas palavras. 
 
Exercícios 
A- Passe para o discurso contrário as seguintes frases: 
1. O Jornalista afirmou que tinha sido bem acolhido, 
2. Decidiram que no dia seguinte iriam à praia, 
3. Durante o reinado de Ngungunhane, as etnias minoritárias pensavam que 
nunca mais teriam expressão. 
4. No tribunal, o réu confessou que a culpa era dele. 
5. No meio da viagem, reconheceram que se tinham enganado. 
B- Reescreva as frases seguintes, utilizando o discurso indirecto como 
no exemplo: 
 a. O revisor disse ao irmão: - Os vossos bilhetes são para amanhã. 
 R: O revisor disse ao irmão que os bilhetes deles eram para o 
dia seguinte. 
 
1. Rosa Maria disse ao irmão: - Vem a casa depressa. 
2. O professor ordenou aos alunos: - Estejam calados! 
3. Marta respondeu à amiga: - Fico muito satisfeita com o teu convite e no 
próximo domingo aí estarei. 
4. O meu irmão pediu-me: - Traz-me um caderno quando fores à papelaria. 
 
 
 
ISCED TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
72 
 
 
UNIDADE 15 
A FICHA BIBLIOGRÁFICA 
Introdução 
Nesta secção, pretendemos dar algumas directrizes da 
organização de uma referência bibliográfica. Como sabemos, em 
qualquer trabalho científico assim como fichas de leitura 
teremos de usar ou referenciar os autores das obras consultadas, 
para distanciarmo-nos do plágio académico. 
A apresentação da ficha bibliográfica não é uniforme, podendo 
diferir de escola para escola, mas aqui pretendemos apresentar 
um modelo que se pode usar. 
 Ao completar esta unidade/lição, será capaz de: 
 Elaborar uma ficha bibliográfica. 
 
1. A Ficha Bibliográfica 
A informação colectada nos livros, assim como noutras fontes 
 de conhecimento, normalmente deve ser devidamente 
Objectivos catalogada, ou seja, a sua proveniência não deve constituir segredo. Tratando-
se de documentos que veiculam ideias de outros sujeitos pensantes, estas ideias são 
propriedade e/ou pertenças desses mesmos sujeitos. Isto significa dizer que, ao se fazer 
uso dessa mesma informação, dever-se-á referir a fonte que a produziu – o seu autor, 
sob pena de se considerar plágio (roubo de propriedade intelectual), da ideia de outrem. 
 Esta omissão é considerada crime, dando direito a um 
processo criminal que pode ter consequências imprevisíveis nos 
termos da lei dos direitos autorais. 
Com efeito, é dever de quem pesquisa referir os livros que 
lhe serviram de suporte e/ou fonte de inspiração para a 
produção das suas próprias ideias, colocando todos os dados 
que possam facilitar a localização da obra referida para 
efeitos de confrontação posterior. Estas informações são 
organizadas segundo modelos universalmente 
convencionados, a que se dá o nome de ficha bibliográfica. 
A construção da ficha bibliográfica obedece a regras fixas de 
representação, segundo o exemplo que a seguir é 
apresentado (entretanto, mais detalhes sobre este assunto 
ISCED TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
73 
 
poderá colher na disciplina de Metodologia de Investigação 
Científica MIC): 
 
1. A disposição das informações segue uma ordem: 
- Apelido em maiúsculas; 
- Nome do autor; 
- Título da obra (sublinhado ou em itálico ou a negrito ou 
em maiúsculas); 
- Subtítulo da obra antecedido de dois pontos 
(sublinhado ou em itálico ou a negrito ou em 
maiúsculas); (se tiver) 
- Número da edição; 
- Local (nome da cidade) em que a obra foi editada; - 
 Nome da editora responsável pela edição do livro; - 
 Indicação do ano e da(s) página(s). 
NB. Outras informações podem ser adicionadas, tais como, colecção, 
número do volume, etc. 
EX: RUIZ, J. Álvaro, Metodologia Científica: Guia para eficiência nos 
estudos, s.e., São Paulo: ATLAS, 1991, p-19 
 
 
 
Sumário 
Em síntese: 
As fichas são um instrumento de trabalho indispensável, 
permitindo: identificar as obras, conhecer o seu conteúdo, fazer 
citações, conservar críticas, nossas ou de outrem, analisar o 
material a utilizar num trabalho. 
 
Exercícios 
1. A partir dos seus manuais ou outras obras, elabore três fichas 
bibliográficas. 
 
 
ISCED TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
74 
 
 
 
UNIDADE 16 
A FICHA DE LEITURA 
Introdução 
Na nossa vida de estudantes, temos, vezes sem conta, deparado 
com situações em que empreendemos leituras de livros e/ou 
outros materiais de consulta diversos, onde a memorização 
constitui o elemento chave no processo de busca, sistematização 
e armazenamento das informações. Ora, é difícil, senão mesmo 
impossível, memorizar tudo o que se lê ou se consulta. 
Vamos tratar, nesta unidade, sobre a mais recomendável 
técnica, que quando estruturada de maneira específica e em 
formato próprio, dá-se-lhe o nome de ficha de Leitura. 
Ao completar esta unidade/lição, será capaz de: 
 Conhecer os diferentes tipos de fichas de leitura. 
 
A Ficha de Leitura ou de Conteúdo 
 
Tipos de fichas 
Objectivos 
 Ficha analítica – contém uma análise sumária da obra ou do 
 artigo, podendo referir, entre outros, os seguintes elementos: 
 
- campo ou o saber abordado; 
- problemas tratados; 
- conclusões alcançadas; 
- contribuições especiais para o tema; 
- métodos utilizados: indutivo, dedutivo, dialéctico, histórico, 
comparativo; 
- recursos empregados: tabelas, quadros, gráficos, mapas. 
Entre as suas qualidades, destacam-se as seguintes: 
- brevidade; 
 
ISCED TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
75 
 
- uso de verbos activos; 
- ausência de repetições. 
 
Ficha de citação – reproduz frases consideradas relevantes num 
trabalho: 
- coloca-se entre aspas; 
- contém a página; 
- transcreve textualmente (incluindo erros, que devem ser 
seguidos pelo termo sic colocado entre parênteses rectos 
[sic]); 
- indica supressão de palavras, recorrendo também a 
parênteses rectos [...]; 
- completa a frase com elementos indispensáveis à sua 
compreensão, se for necessário (colocando o acrescento 
entre parênteses). 
Ficha de resumo ou síntese – apresenta um resumo ou síntese 
das principais ideias ou dos aspectos essenciais. Tendo em conta 
a natureza destes exercícios (ver noutro local), lembraremos que 
esta ficha: 
- não é um sumário ou índice; 
- não é uma transcrição de frases; 
- não é longa; 
- não precisa, no caso da síntese, de obedecer à estrutura da 
obra. 
Ficha de comentário – é uma interpretação crítica das ideias do 
autor: 
ISCED TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
76 
 
- sobre a forma; 
- sobre o conteúdo; 
- sobre a clareza ou a obscuridade do texto; 
 
- sobre a sua comparação com outros textos; - sobre a 
importância da obra. 
 
 
As partes componentes desta ficha 
Legenda: 
a) referência bibliográfica do livro/revista ou 
texto; 
b) tema abordado; 
c) página do livro em que se encontra a 
informação/texto; 
d) classificação da obra (conto, romance, 
ensaio, etc.); 
e) conteúdo: síntese do conteúdo do texto 
consultado, podendo ser apresentado sob 
forma de esquema (notas) ou sob forma de 
um resumo – seguindo as regras de 
ISCED TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
77 
 
redacção deste tipo de texto; 
f) observações do autor da ficha sobre alguns 
aspectos pertinentes relacionados com o 
assunto do texto ou livro, ou qualquer outra 
informação particularencontrada em e), i.é. 
na síntese. 
 
 
Sumário 
Em síntese: 
Na nossa vida de estudantes, temos, vezes sem conta, deparado 
com situações em que empreendemos leituras de livros e/ou 
outros materiais de consulta diversos, onde a memorização 
constitui o elemento chave no processo de busca, sistematização 
e armazenamento das informações e dos conteúdos 
pesquisados. Ora, é difícil, senão mesmo impossível, memorizar 
tudo o que se lê ou se consulta. Por este facto, como auxiliares 
de memória, várias técnicas e estratégias têm sido comummente 
usadas pelos pesquisadores. Uns preferem recorrer à técnica de 
tomada de notas; outros há que, preferem fazer pequenos 
resumos ou sínteses da informação colectada. A esta última 
técnica, por sinal, mais recomendável, quando estruturada de 
maneira específica e em formato próprio, conforme o exemplo 
que vamos apresentar neste módulo, ao documento final 
resultante dá-se-lhe o nome de Ficha de Leitura, visto comportar 
as linhas de leitura então efectuadas. 
 
 
Exercícios 
1. Elabore uma ficha de leitura de resumo sobre a unidade Acentuação de 
qualquer obra que contenha essa matéria. 
 
ISCED TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
78 
 
 
UNIDADE 17 O SUMARIO 
Introdução 
O sumário é um texto curto, por definição, e tem por objectivo 
relatar as actividades de uma aula (estamos a tratar do sumário da 
aula). Este texto relata fiel e fidedignamente as várias etapas que 
compõem uma aula. É, com efeito, um texto objectivante 
(objectivante na medida em que não é possível ser-se 
completamente objectivo, daí que não nos autorizamos a usar o 
termo objectivo). No sumário são também usadas expressões 
nominalizadas (nominalizações, evitando-se assim a utilização de 
verbos conjugados). Sendo o relato de actividades de uma aula 
passada/efectivada, ele deverá ser redigido no fim da aula (não no 
princípio desta, como muitos dos professores erradamente o fazem. 
Afinal, tema (tópico) da aula é diferente do sumário). 
Ao completar esta unidade/lição, será capaz de: 
✓ Explicar detalhadamente as principais diferenças existentes entre o 
sumário e outros textos que com 
 
Objectivos eles se confundem; 
 
✓ Aplicar as regras envolvidas na elaboração ou 
 produção do sumário. 
 
 Sumário 
 
Definição geral: 
É uma enumeração das divisões principais e dos artigos contidos 
numa publicação periódica, num livro, num relatório ou 
ISCED TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
79 
 
documento análogo, seguindo a ordem do texto. Apresenta o 
conteúdo sob forma de plano: deve manifestar não apenas as 
etapas de estudo, mas também o sentido, manifestando a sua 
coerência desde o título até à conclusão. 
Um livro deve incluir os seguintes elementos: plano, desenvolvimento, 
principais divisões e sua paginação. 
Numa revista reportam-se a: título, nome do autor (se forem 
dois, devem ambos ser mencionados e, se mais de dois, 
mencionados apenas o primeiro, seguido da expressão “et alii” 
ou “at al”). 
O sumário tem uma dupla função 
Permite ao leitor orientar-se na leitura do texto ou ler apenas a 
 
parte que lhe interessa – trata-se de um ponto de vista prático. 
Permite, ainda, apreender a globalidade do tema ou as propostas 
avançadas e o modo adoptado para a sua apresentação – é o 
plano que se encontra aqui em questão. 
Qualidade essencial dum sumário 
É importante que um sumário veicule uma problemática, mostre 
as questões e esboce as respostas, quer dizer, que nas 
entrelinhas contenha um raciocínio original. 
 
O sumário duma aula 
O sumário é um texto curto, por definição, e tem por objectivo 
relatar as actividades de uma aula (estamos a tratar do sumário 
ISCED TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
80 
 
da aula). Este tipo de texto deve relatar fiel e fidedignamente as 
várias etapas que compõem uma aula. É, com efeito, um texto 
objectivante. (objectivante na medida em que não é possível 
serse completamente objectivo, sendo por este motivo, que não 
nos autorizamos a usar o termo objectivo). 
Ora, Justamente porque se pretende objectivo, diga-se, 
objectivante, ele apresenta marcas da 3ª pessoa gramatical. 
Nele, são também usadas expressões nominalizadas, evitando-
se assim a utilização de verbos conjugados. 
Sendo o relato de actividades de uma aula passada/efectivada, 
ele deverá ser redigido no fim desta (e não no princípio da aula, 
como muitos dos professores erradamente o fazem, 
confundindo, tema (tópico) da aula com o sumário). 
 Técnicas de elaboração 
O sumário da aula é um texto de construção colectiva. Todos os 
participantes/intervenientes da aula devem participar da sua 
elaboração. Devemos abandonar a prática de aulas centralizadas 
no professor. O aluno deve participar activamente em todas as 
etapas da aula, ou seja, na sua construção. O aluno pode, e muito 
bem, saber dizer o que foi tratado numa aula em que dela fez 
parte. É errado julgar que ele é um objecto que se limita a ouvir, 
copiar e escrever o que o professor dita. Como isso dizer-se: o 
aluno não é uma tábua rasa, ou um simples receptáculo passivo 
dos conteúdos da aprendizagem. 
 
 
ISCED TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
81 
 
Análise icónica 
Trata-se de um nível de leitura que é feita tendo em conta o 
aspecto formal (do ponto de vista da mancha gráfica). Esta 
leitura permite identificar o texto, antes da sua leitura 
conteudística. Nela, presta-se especial atenção aos aspectos 
mais destacados a partir de elementos de realce, tais como a 
escrita a negrito (em bold), em itálico e/ou sublinhado, as 
imagens (figuras ou icons – texto imagético). Muitas vezes, o 
leitor não precisa de ler o texto para se aperceber com que tipo 
de texto está a lidar. Os elementos iconográficos são dispostos 
de tal ordem que o texto se identifica por si, captando a atenção 
do público leitor. É que para o leitor ver se o texto é curto ou 
longo, não precisa de uma lupa, nem de ler o texto em toda a sua 
extensão. Mas, será após a leitura do conteúdo do texto que 
algumas dúvidas serão dissipadas, nomeadamente no que diz 
respeito ao público visado, informações ligadas ao assunto, data, 
hora e local. 
Análise linguística 
Além dos aspectos ligados à forma, identificáveis a partir de um 
olhar (vista geral da mancha gráfica, isto é, daquela parte 
impressa, há a leitura do que está impresso do ponto de vista de 
fundo, de conteúdo). Presta-se especial atenção à linguagem 
usada, às marcas de pessoa gramatical, à conjugação dos verbos, 
enfim, aos elementos discursivos. 
 
 
 
ISCED TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
82 
 
 
Sumário 
Em síntese: 
Considera-se, no geral, sumário uma enumeração das divisões 
principais e dos artigos contidos numa publicação periódica, num 
livro, num relatório ou documento análogo, seguindo a ordem 
do texto. Mas o sumário da aula é um texto de construção 
colectiva. 
 
Exercícios 
1. “Aquilo que não foi possível tratar na aula, ainda que tenha 
sido planificado, não deve constar do sumário da aula”. 
a) Explicite melhor a afirmação. 
2. Elabore o sumário do seu trabalho de investigação. 
ISCED TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
83 
 
 
UNIDADE 18 
TEXTOS ADMINISTRATIVOS 
Introdução 
O processo de redacção e compreensão de texto é tão complexo 
que exige, até, o conhecimento da tipologia a que o texto por 
produzir ou por ler pertence. 
Porém, nesta unidade vamos apresentar e tratar especificamente 
de textos de carácter administrativo, ou seja, textos funcionais. 
Ao completar esta unidade/lição, será capaz de: 
 
✓ Caracterizar os textos 
administrativos; 
✓ Indicar os tipos de textos 
administrativos. 
Objectivos 
 
 A Escrita administrativa 
 
 A escrita administrativa, também chamada funcional e 
 institucional, vem-se afirmando, entrenós, desde os anos 60, com 
 
o desenvolvimento do sector dos serviços. A mudança de tipo de 
comunicação dentro da empresa é um outro factor a explicar 
esse crescimento: a uma comunicação interpessoal, 
individualizada e subjectiva substituiu-se uma comunicação 
formal, tipológica e objectiva, numa palavra impessoal. 
Uma tipologia de textos surge, assim, no horizonte das 
instituições e organizações, remetendo-se a sua aprendizagem 
para uma prática tão aprofundada e variada quando as 
necessidades o exigem. Este facto explica a diversidade de 
modelos para o mesmo texto, em diferentes instituições, a 
existência de uma teorização incipiente para alguns deles e a 
ISCED TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
84 
 
relutância de muitos funcionários em aceitarem escrever alguns 
desses textos, por não terem modelos ou padrões de referência. 
Exemplo disto é a dificuldade em encontrar alguém que em 
determinadas situações aceite, de bom grado, elaborar uma 
acta, um curriculum vitae, uma reclamação, um relatório ou até 
um simples memorando. 
Os textos administrativos começam agora a figurar entre os textos 
trabalhados pela escola. 
É bom que assim seja: os alunos adquirem mais confiança no 
domínio das diferentes manifestações da Iíngua escrita e as 
empresas recebê-los-ão com mais agrado, por apresentarem 
uma preparação linguística mais variada. 
 
Sumário 
Em síntese: 
Os textos administrativos são uma tipologia textual que começa 
agora a figurar entre os textos trabalhados pela escola. A 
mudança de tipo de comunicação dentro da empresa é um outro 
factor a explicar esse crescimento: a uma comunicação 
interpessoal, individualizada e subjectiva substituiu uma 
comunicação formal, tipológica e objectiva, numa palavra 
impessoal. 
 
Exercícios 
1. Mencione o conjunto de textos de natureza administrativa 
ou funcional. Apresente as principais diferenças. 
2. Depois de responder à pergunta anterior, apresente 
graficamente exemplo de um dos textos que mencionou. 
 
 
ISCED TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
85 
 
 
UNIDADE 19 
FORMAS DE TRATAMENTO 
Introdução 
Na produção de documentos ou de textos administrativos como: 
um convite, enviar uma carta, um requerimento, um anúncio, 
uma acta, uma petição, um cumprimento, e uma conversação 
num evento social onde encontra autoridades, é comum a 
pessoa perguntar-se qual o pronome de tratamento que deve 
empregar, em meio às dezenas de expressões que se 
convencionou considerar as mais respeitosas. Definidos no 
âmbito das Boasmaneiras, os pronomes de tratamento são 
palavras que exprimem o distanciamento e a subordinação em 
que uma pessoa voluntariamente se põe em relação a outra, a 
fim de agradá-la e desejar um bom relacionamento. Porém, seu 
emprego abusivo poderá afectar negativamente a dignidade da 
pessoa que os emprega. 
Ao completar esta unidade/lição, será capaz de: 
• Conceitualizar as formas de tratamento; 
• Utilizar correctamente as formas de tratamento; 
 
• Identificar as entidades a partir das formas de tratamento. 
Objectivos 
 
 Conceito 
 
 Segundo Cunha e Cintra (2002: 292)20, denominam-se pronomes de tratamento certas 
palavras e locuções que valem por 
 
verdadeiros pronomes pessoais como: você, o senhor, Vossa 
 
20 Ibdem 
http://www.cobra.pages.nom.br/bmp-conversacao.html
http://www.cobra.pages.nom.br/bmp-conversacao.html
http://www.cobra.pages.nom.br/bmp-conversacao.html
ISCED TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
86 
 
 
Excelência. 
Embora designem a pessoa a quem se fala, isto é, a segunda pessoa, 
esses pronomes levam o verbo na terceira pessoa. 
 Ex: Onde é que vocês estão? 
 Vossa Excelência Senhor Comendador terá de perdoar. 
No processo de produção de documentos institucionais ou então de 
textos administrativos, somos obrigados a usar formas de 
tratamento específicas referentes às entidades a que nos dirigimos. 
Assim, convém conhecermos as seguintes formas de tratamento referentes e 
as abreviaturas com que são indicadas na escrita. 
 
Estas formas aplicam-se à 2ª pessoa, àquela com quem falamos; para 
a 3ª pessoa aquela de quem falamos, usam-se as formas Sua Alteza, 
Sua Eminência, etc. Mas as últimas podem empregar-se com valor 
das primeiras, como expressão de máxima cerimónia, mormente 
quando seguidas de aposto que contenha um título determinado por 
artigo. 
Assim, em lugar de: 
 Vossa Excelência Senhor Ministro aprova a medida? 
 É lícito dizer-se 
ISCED TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
87 
 
 Sua Excelência, o Senhor Ministro, aprova a medida? 
Em princípio, os pronomes de tratamento da 2ª pessoa devem acompanhar o 
verbo para evitar confusão com o sujeito da terceira. 
 Seu irmão cantava, e você o acompanhava. 
 Vossa Reverência já leu este livro? 
 
 
Sumário 
Em síntese: 
Pronomes de tratamento são palavras ou expressões que 
usamos para nos referir às pessoas, em consideração ao cargo 
que exercem, posição social, ou ainda, para indicar formalidade 
e respeito. 
Os pronomes de tratamento correspondem a pronomes pessoais 
e o verbo correspondente é conjugado na 3ª pessoa. 
 
Exercícios 
1. Indique as formas de tratamento para as seguintes entidades: 
• Presidente da República 
• Vice-Presidente da República 
• Ministros do Governo 
• Funcionários graduados 
• Organizações comerciais e industriais 
• Arcebispos e Bispos 
• Papa 
http://www.alunosonline.com.br/portugues/pronome-de-tratamento/
http://www.alunosonline.com.br/portugues/pronome-de-tratamento/
http://www.alunosonline.com.br/portugues/pronome-de-tratamento/
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88 
 
2. Utilize correctamente Vossa ou Sua, conforme a pessoa do 
discurso: 
i. …………………. Excelência estava bem-humorado. ii. 
…………………. Excelência pretende viajar para a Europa? 
 
 
UNIDADE 20 A CARTA 
Introdução 
Na unidade 18, abordamos acerca de textos administrativos, 
num cômputo geral. Agora, vamos tratar essencialmente da 
carta, um dos tipos de texto que pertence à tipologia textual em 
causa. 
Ao completar esta unidade/lição, será capaz de: 
✓ Conceber a carta do ponto de vista do conceito tradicional, por um lado, e moderno, por 
outro; 
✓ 
 Explicar as diferenças básicas encontradas entre a carta e 
Objectivos 
 os restantes textos administrativos; 
✓ Justificar a estrutura fulcral de apresentação gráfica da 
 carta. 
 
 A Carta 
É uma conversa por escrito, dirigida a uma pessoa ausente - 
assim se define tradicionalmente a carta. A simplicidade da 
definição não corresponde, porém, à dificuldade em escrever 
cartas. Trata-se de um meio de comunicação muito antigo 
que tem visto o seu espaço ser conquistado, no mundo 
moderno, por meios mais rápidos como o telefone, a rádio, 
o fax e, em muitas das suas velhas funções, pelo próprio 
jornal. Contudo, a sua actualidade mantém-se tal como as 
ISCED TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
89 
 
suas características: economia, personalização, substituto do 
diálogo. 
Como é uma conversa, o estilo da carta deve ser coloquial, 
isto é, manifestar a maneira de ser de quem a escreve e de 
quem a Iê. Este cuidado em ser natural e adaptar-se ao 
receptor é uma das exigências da carta, juntamente com a 
clareza, a expressividade e a síntese. 
 
As cartas dividem-se em privadas e comerciais, 
subdividindose cada um dos grupos numa série de outros 
tipos conforme as situações e a natureza da comunicação. 
As primeiras destinam-se a familiares e amigos e têm como 
qualidades principais: a correcção gramatical e a delicadeza, 
que a familiaridade e a intimidade não dispensam, a ordem 
e a boa apresentação, isto é, sem rasuras nem emendas, em 
papel normalizado, sendo de preferênciamanuscritas. A 
frase deve ser simples, eliminando as dificuldades de 
construção e indo por partes, ao fazer corresponder a uma 
frase poucas ideias. As segundas são frequentes no mundo 
dos negócios, onde constituem o documento escrito mais 
importante, e dizem respeito à compra e venda de alguma 
coisa. São caracterizadas pelo sentimento útil e, como o 
comércio e o seu estilo, não só devem permitir uma 
comunicação eficaz como deixar uma impressão favorável na 
pessoa que as recebe. O seu objectivo principal é obter uma 
reacção positiva. Para isso, contribuem qualidades como: 
- a Clareza - procurada através de frases curtas, da 
ordem directa das palavras na frase, de um vocabulário 
ISCED TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
90 
 
cuidado, e, ainda, através da eliminação dos gerúndios, das 
palavras rebuscadas, dos circunlóquios e das expressões 
gastas. - A Concisão - obtida através da revisão do escrito, 
da eliminação de expressões inúteis, ideias repetidas e 
pormenores sem interesse, indo directamente ao assunto, 
mas evitando a escrita telegráfica e a frase vaga. 
- A Precisão - conseguida pelo uso do termo próprio para 
cada coisa, tendo o dicionário sempre ao lado, pelo 
abandono das orações subordinadas e pela apresentação de 
explicações. 
 
 Estrutura: 
1. Cabeçalho (nas comerciais) - contém o nome da 
empresa, o endereço, o número de telefone, o de telefax 
e o de contribuinte. 
2. Data - coloca-se ao alto, à direita ou à esquerda nas cartas 
comerciais e à esquerda nas familiares. Nestas, pode 
aparecer também no fim, à esquerda da assinatura, como 
forma de respeito e consideração. 
3. Endereço ou direcção - aparece, em geral, no envelope 
ou sobrescrito ou, nas comerciais, na folha da carta 
quando se usa um envelope com janela. Neste último 
caso, a sua colocação varia: lngleses e Americanos 
escrevem-na à esquerda, os Franceses, à direita. Entre 
nós, adoptam-se as duas posições. É importante que 
estejam presentes todos os elementos necessários para 
a identificação do destinatário e da sua residência. 
ISCED TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
91 
 
4. Saudação ou fórmula de tratamento - escreve-se à 
esquerda, alinhada com a primeira palavra da carta. A sua 
escolha deve ser criteriosa não só porque há normas 
rigorosas, particularmente nas cartas comerciais, como 
porque o nosso interlocutor pode não se rever na forma 
de tratamento por nós usada, o que o leva a olhar-nos de 
lado. Apresentamos algumas. 
 
Exemplo: 
 
 
 
 
 Sumário 
Em síntese: 
A carta é, assim, definida tradicionalmente como uma 
conversa por escrito, dirigida a uma pessoa ausente. Ela 
classifica-se em privada e comercial, que, por sua vez, 
ISCED TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
92 
 
conforme as situações e natureza da comunicação, 
subdividese cada um dos grupos numa série de outros tipos. 
Contribuem como qualidades tais como: a Clareza, a Precisão, 
a Concisão, entre outras. 
 
Exercícios 
1. Distinga a carta privada da comercial. 
2. Redija uma carta comercial, solicitando um estágio durante um 
semestre. 
3. Indique, na carta que produziu, as partes que a compõem. 
 
 
 
 
 
UNIDADE 21 A CONVOCATÓRIA 
Introdução 
Sempre que pretendemos reunir com um público determinado, 
seja escolar, comunitário e outro, há sempre uma prévia 
necessidade de informar todos os participantes previstos para 
fazer parte dessa reunião. Porém, para o efeito, é lhes formulado 
um documento numa data que antecede o encontro 
denominado Convocatória, o texto de que falaremos nesta 
unidade. 
Ao completar esta unidade/lição, será capaz de: 
 
- Conceitualizar o termo convocatória; 
 
- Explicar detalhadamente as técnicas a ter em conta na 
Objectivos 
 elaboração/produção da convocatória; 
ISCED TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
93 
 
- Aplicar os elementos que compõem a convocatória no acto da 
 produção da mesma. 
 
 Convocatória 
É um documento que chama sócios para reunir, elaborado por 
quem tem poderes institucionais para o fazer. Normalmente, é 
dada a conhecer por aviso postal para cada participante, com 
antecedência considerada necessária – nas associações é de oito 
dias. 
Trata-se de um texto de utilidade pública, feito no contexto da 
realização de uma reunião. Estruturalmente comporta três 
partes essenciais, sendo: 
 
- O cabeçalho (onde se encontra identificada o tipo de documento, a 
instituição e a entidade emissora da convocatória); 
- O corpo (onde se encontra inserido o texto principal). Neste, é 
devidamente indicado o local, a data, a hora da reunião, a respectiva 
ordem de trabalhos; o assunto ou os assuntos a serem tratados na 
reunião; o tipo de sessão ou reunião – ordinária ou extraordinária; e 
- O fecho (a data em que ela é feita, a entidade responsável 
 pela emissão da convocatória e finalmente a 
assinatura desta mesma pessoa). 
Técnicas de elaboração 
Em princípio, não há uma técnica propriamente dita, mas há, 
obviamente, elementos a ter em conta antes da sua elaboração, 
nomeadamente: 
ISCED TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
94 
 
a. deve conter uma agenda (pontos a discutir na reunião 
prevista). 
b. a convocatória é endereçada a um público alvo bem 
definido, podendo ser: a comunidade escolar (pais e 
encarregados de educação, alunos em geral, professores 
da escola, funcionários etc.). 
c. deve haver a indicação do local e da data. 
 Análise icónica 
A leitura icónica é feita inconscientemente, numa primeira fase, 
visto ser baseada nos elementos que se nos apresentam diante 
de nossos olhos. O olhar é dirigido, mas ver é um acto 
involuntário. Ao observarmos o material impresso, notamos os 
elementos mais salientes, destacáveis. Apercebemo-nos da 
extensão do texto. Ora todas estas ilações são tiradas 
involuntariamente. Trata-se de operações que acontecem a nível 
do nosso cérebro, mas que não dependem dum esforço físico ou 
psíquico empreendido por nós. Esta leitura permite identificar o 
texto, antes da sua leitura conteudística. Nela, presta-se especial 
atenção aos aspectos mais destacados a partir de elementos de 
realce, tais como a escrita a negrito (em bold), em itálico e/ou 
sublinhado. Muitas vezes, o leitor não precisa de ler o texto para 
se aperceber com que tipo de texto está a lidar. Os elementos 
iconográficos são dispostos de tal ordem que o texto se 
identifique por si, captando a atenção do público leitor. Ora, será 
após a leitura conteudística do texto que algumas dúvidas serão 
dissipadas, nomeadamente no que diz respeito ao público 
visado, assunto, data, hora e local. 
 
ISCED TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
95 
 
Análise linguística 
Trata-se da análise de conteúdo, da linguagem usada na 
redacção desta tipologia de textos; as marcas de pessoa 
gramatical, as formas de tratamento, de persuasão, entre 
outros. 
 
 
Sumário 
Em síntese: 
Convocatória é um documento que chama sócios, com 
antecedência necessária, para reunir, elaborado por quem tem 
poderes institucionais para o fazer. Todavia, não há uma técnica 
propriamente dita, mas há elementos a ter em conta antes da 
sua elaboração: uma agenda, um público-alvo bem definido, a 
indicação do local e da data da realização da reunião. 
 
 
Exercícios 
1. Em poucas palavras, diferencie a convocatória do 
convite. 
2. Elabore uma convocatória, chamando os membros da 
assembleia geral para uma reunião ordinária de 
balanço trimestral das actividades desenvolvidas na 
sua instituição. 
 
 
 
 
ISCED TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
96 
 
 
UNIDADE 22 
A ACTA 
Introdução 
Os textos administrativos ou funcionais são textos que se usam 
dentro das mesmas instituições ou entre instituições diferentes, daí 
a designação de textos institucionais.Porém, nesta unidade fazemos abordagem da acta, sobretudo, a sua 
função institucional e técnicas envolvidas na sua elaboração. 
Ao completar esta unidade/lição, será capaz de: 
 
- Distinguir a acta dos outros textos de índole administrativa; 
- Fundamentar os elementos que compõem a acta e a respectiva 
 
Acta é a reprodução de factos, decisões e opiniões reportados a 
assembleias, reuniões ou conselhos [...] é o relato oficial de tudo 
o que se passou durante a reunião de uma instituição, 
departamento, secção, conselho ou grupo de trabalho. Costuma 
fazer-se a distinção entre projecto de acta e a acta propriamente 
dita, coincidindo a passagem do primeiro à segunda com o 
momento da sua aprovação. 
Este documento é elaborado pelo secretário da reunião que tem 
a ingrata, difícil e a penosa tarefa de, ao longo dela, recolher os 
apontamentos indispensáveis à sua elaboração posterior do 
Objectivos 
 
 
 
 
 
 
sequenciação; 
- Elaborar uma acta baseada em factos acontecidos e discutidos 
numa reunião. 
 
Definição 
ISCED TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
97 
 
projecto de acta. Mais tarde, com a ajuda do presidente, em caso 
de necessidade, ordená-los-á e redigirá uma primeira versão. O 
projecto de acta é escrito no livro de actas, cujas folhas devem 
estar rubricadas e numeradas – as folhas, não as páginas, pois 
cada folha tem duas páginas – pelo presidente da Mesa da 
Assembleia Geral, o mesmo acontecendo com os termos de 
abertura e de encerramento. 
A redacção deve ser simples, concisa e clara; não deve haver 
abreviaturas e os números tal como as datas escrevem-se por 
extenso; intervalos em branco, interlinhas e rasuras são 
eliminados. Enquanto o projecto de acta, ou minuta, não for 
aprovado em Assembleia Geral, é pertença de quem o elaborou, 
que pode fazer as alterações que achar para a sua compreensão 
e fidelidade. 
Nela são relatadas todas as intervenções dos participantes da 
reunião. A sua redacção obedece a uma fórmula fixa de 
introdução e fecho, começando-se do seguinte modo: (aos nove 
dias, do mês de Junho de dois mil e sete, nas instalações da 
Faculdade de Educação e Comunicação, realizou-se uma reunião, 
que obedeceu à seguinte ordem de trabalhos/ou cuja agenda 
encontra-se em anexo… 
Estruturalmente, a acta pode ser dividida em três partes fundamentais, 
nomeadamente: 
➢ O cabeçalho, contendo a identificação do documento e o respectivo 
número de ordem; 
➢ O corpo, comportando os relatos das várias etapas e intervenções dos 
participantes; 
ISCED TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
98 
 
➢ O Fecho, contendo a fórmula fixa do fecho e as assinaturas do presidente 
e do secretário da reunião. 
 
Técnicas de elaboração 
Ao longo da elaboração da acta, há formas próprias de 
introdução das intervenções/falas dos participantes da reunião, 
como os actos de fala que a seguir alistamos: 
- referindo-se à questão do… ele teria dito que… 
- usando da palavra, o Sr. Mahulana, afirmou que… disse que… 
realçou o facto de que… 
- apelou aos presentes para que… 
- questionou o facto de… 
- perguntou, 
- disse ter ficado impressionado, chateado, escandalizado com 
o facto de… 
- João Wanicela disse não concordar com a posição do seu 
colega… 
- Benilde, chefe da turma, interveio para aclarar algumas 
questões que constituíam embaraço… 
A acta obedece a uma fórmula fixa do fecho, que é: não havendo 
mais a tratar, a reunião foi encerrada (dada por terminada), da 
qual foi lavrada/(se lavrou) a presente acta, que, depois de lida, 
será assinada pelo Presidente (ou…) e por mim que secretariei a 
reunião. 
NB: 
ISCED TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
99 
 
➢ Os espaços em branco, na acta, devem ser trancados de forma 
a evitarem-se acréscimos posteriores. 
➢ Em caso de falha ao longo da redacção da acta, esta não deve 
ser rasurada nem borrada, devendo-se, nestes casos, 
acrescentar-se a palavra digo, logo depois da falha e 
colocando a palavra correcta pretendida. 
 
Elementos Discursivos 
-Uso da voz passiva e das formas do particípio passado 
(relativamente ao ponto número três, foi dito que… ficou 
acordado que… decidiu-se que as reuniões serão feitas…); 
-Uso do discurso indirecto (ele disse que…); 
-Uso do pretérito perfeito, mas também das formas do 
imperfeito… (ele teria dito que…), coube a vez a Fernando 
Sumabane que interveio para questionar sobre se não haveria 
espaço para mais um ponto na agenda. 
 
Sumário 
Em síntese: 
 A acta é um meio de informação da “vontade colectiva”; o 
elemento de prova e de interpretação dessa vontade; o registo 
da vida das instituições; depois de aprovada, é imutável e só a 
Assembleia pode permitir que ela seja objecto de avaliação 
posterior. 
 
ISCED TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
100 
 
 
Exercícios 
 
 
1. Da convocatória que elaborou na unidade anterior, 
elabore a respectiva acta que é fruto da reunião realizada. 
2. Divida a acta que produziu em partes correspondentes à 
estrutura do texto. 
 
 
 
 
UNIDADE 23 
TEXTO EXPOSITIVO-EXPLICATIVO 
Introdução 
O texto expositivo-explicativo dá a conhecer e/ou esclarece 
determinadas situações ou factos. É um tipo de texto cujo 
objectivo se prende essencialmente com o conhecimento da 
realidade, a respeito da qual oferece um saber. 
Nesta unidade apresentamos detalhadamente o texto 
expositivoexplicativo, no concernente à conceitualização; 
característcas estruturais e discursivas; bem como os princípios 
que regulam a construção do referido texto. 
 
 
 
 
 
ISCED TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
101 
 
Ao completar esta unidade/lição, será capaz de: 
 
 Definir o conceito e os objectivos do texto expositivo – 
 
O texto 
expositivo/explicativo é um tipo de texto cuja intenção de 
comunicação se prende essencialmente com conhecimento da 
realidade, a respeito da qual oferece um saber. 
A finalidade de acção da linguagem a atingir é a de informar, isto 
é, de transmitir conhecimentos ao destinatário relativo a um 
referente preciso. Por isso, o texto expositivo/explicativo é um 
texto conceptual, visa instruir o estado cognitivo do destinatário. 
Características 
Quanto à organização textual 
 A análise de qualquer texto requer o conhecimento das regras do 
seu funcionamento, da sua estruturação, isto é, da sua gramática. 
 
Da mesma forma que o campo da linguística desenvolve estudos 
visando a consciencialização dos elementos da frase, torna-se 
imperioso o estudo dos elementos caracterizadores de cada tipo 
de texto. 
Collier (1986: 8) apud Adam resume as fases de construção 
do texto expositivo/explicativo em três momentos: 
1) A fase de questionar 
2) A fase de resolução 
3) A fase de conclusão 
Estes três momentos (introdução, desenvolvimento e conclusão) 
podem ou não aparecer explícito na superfície do texto. Todavia, 
a fase de questionar não contém necessariamente uma 
interrogativa directa ou indirecta; poderá, por exemplo, ser 
Objectivos 
 
 
 
 
 
 
explicativo; 
 Analisar o material icónico dos textos 
expositivoexplicativos. 
 
Definição 
ISCED TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
102 
 
constituída apenas pela explicitação do tema/assunto da 
exposição, às vezes, aparece no título do texto. 
A ordem de ocorrência destas fases, regra geral, obedece ao 
seguinte encadeamento: de questão poder-se-á ir à resolução, 
ou optar-se pela antecipação da parte conclusiva. 
Exemplo 1: 
 Introdução – uma reflexão sobre influência da droga no rendimento 
escolar da camada juvenil. 
Implicitamente temos uma questão: 
A droga influencia? Porquê? Como? 
Desenvolvimento – Expor-se-ão as principais ideias sobre a 
influência da droga no rendimento escolar. 
Conclusão – Apresentar-se-ão as principais conclusões sobreo 
objecto problematizado. 
Exemplo 2: 
“A droga provoca um fraco rendimento escolar na camada 
juvenil, o que origina o abandono dos estudos”. 
Desenvolvimentos – Apresentam-se enunciados que fazem 
compreender a observância do baixo rendimento nos 
consumidores de estupefacientes. 
Quanto ao tipo de enunciados 
O texto expositivo/explicativo tem uma própria textura 
que o distingue das outras formas de discurso. 
Assim, este género textual é composto por três tipos de enunciados: 
1. enunciados de exposição, contendo uma sucessão de 
informações que visam fazer saber. 
 
2. enunciados de explicação que tem como finalidade fazer 
compreender o saber transmitido. 
3. enunciados que marcam as articulações do discurso: 
anunciar o que vai ser dito; resumir o que se disse; 
antecipar o que vai ser dito, através de títulos, subtítulos, 
numerações, etc., focalizar o que é dito através de 
sublinhados e de mudanças tipográficas. Os discursos de 
ISCED TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
103 
 
manuais (usados nas escolas) têm a ver com saberes 
científicos de base de uma disciplina, escritos por autores 
que não são, grosso modo, pesquisadores; jogam, sim, um 
papel de intermediários, Beacco, 1990. Este facto leva o 
autor da compilação a usar estratégias que ajudarão o 
estudante a compreender o texto. 
Características Linguísticas 
O texto expositivo/explicativo é um discurso de verdade, a sua 
objectividade manifesta-se através de formas linguísticas 
próprias. Ele é emitido por um locutor ao qual não são 
contestados nem o poder nem o saber. Quando se põe em causa 
esta autoridade, entra-se no domínio da polémica, perdendo, 
assim o estatuto de texto de explicação. É objectivo e isento de 
ataques. 
A análise deste tipo de discurso mostra a existência de uma diversidade de 
modos de comunicação: 
✓ emprego da passiva; 
✓ nominalizações; 
✓ apagamento do sujeito falante; 
✓ emprego de um presente com valor genérico; 
✓ uso de expressões que explicam os conteúdos veiculados; 
✓ articuladores. 
Uma das características do texto expositivo/explicativo consiste 
na abstracção do sujeito entanto que membro duma sociedade 
determinada; deve neutralizar tudo o que se possa resultar de 
uma apreciação pessoal, subjectiva. O discurso expositivo 
deverá, por isso, fazer desaparecer do enunciado toda a 
referência a um caso particular, a um momento determinado e 
situar-se no universal. A forma passiva é um mecanismo para 
tornar impessoal o discurso científico; ela é usada como uma 
estratégia de objectividade, de afastamento do sujeito 
enunciador do seu discurso. 
Em suma, usam-se procedimentos de invisibilidade, mesmo que 
em alguns textos apareça um nós, eu, estarão desprovidos do 
valor individualizante. Por se tratar de um discurso monológico, 
observa-se a ausência de tu. 
ISCED TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
104 
 
As nominalizações, processo que consiste na transformação de 
um sintagma verbal, ou adjectival num nome, permite, em certos 
casos, condensar o que foi dito, assegurar uma determinada 
orientação da reflexão. 
Exemplo: 
“Quando os animais e as plantas morrem, os corpos apodrecem 
(SV) e acabam por desaparecer na terra. O apodrecimento (N) é provocado 
por organismos (...)”. 
Quanto aos tempos verbais, a forma essencial é o presente 
com valor genérico ou estativo que enuncia as propriedades. 
Exemplo: 
 “O gato é um animal vertebrado”. 
A informação contida nesta frase constitui uma verdade que 
perdura, independentemente da sua enunciação. 
O presente genérico não pode ser oposto a um passado 
ou um futuro, trata-se de uma forma temporal “zero”, 
Mainguenean (1991: 65). 
Um presente com valor deíctico (actual) reenvia ao momento de 
exposição. 
As expressões explicativas têm um papel importante nos 
textos expositivos/explicativos, permitindo ao emissor tornar 
mais clara a sua comunicação e orientar a compreensão do 
receptor. 
Definidos como elementos que asseguram as relações 
entre as diversas partes do texto, quer a nível intrafrásico, 
interfrásico, quer entre parágrafos, no texto 
expositivo/explicativo, estes elementos com frequência são de 
natureza lógica. 
Estes conectores podem marcar laços de adição 
(também, igualmente) oposições (mas, ao contrário) laços de 
consecução ou de causalidade (porque, visto que, dado que). 
 
 
 
 
ISCED TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
105 
 
 
Sumário 
Em síntese: 
O objectivo do texto expositivo/explicativo é o de comunicar de 
forma clara e pormenorizada, a um leitor determinado, que se 
supõe detentor de um saber insatisfatório, o que deve saber de 
um facto, assunto ou de um problema. 
A definição deste tipo de texto apresenta-se polémica, pois há 
estudiosos que usam variada terminologia, fundamentando as 
suas posições. Assim, é frequente encontrar em alguns livros 
teóricos termos como: texto explicativo, texto expositivo, texto 
argumentativo, etc. 
 
 
 
Exercícios 
1. Qual é o objectivo essencial do texto expositivo/explicativo? 
2. Leia atentamente um texto expositivo/explicativo à sua escolha e 
responda às questões a seguir indicadas. 
a) Indique os principais aspectos 
 que o caracterizam como um 
 texto expositivo/explicativo. 
b) Identifique o objectivo deste 
 texto explicativo. 
c) Destaque as três fases distintas 
 de construção do texto 
expositivo/explicativo, segundo Collier (1986). 
 
 
 
ISCED TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
106 
 
 
UNIDADE 24 
TEXTO EXPOSITIVO-ARGUMENTATIVO 
Introdução 
O texto argumentativo é um dos textos pertencentes à tipologia 
de textos expositivos, no qual o autor apresenta as suas ideias ou 
opiniões acerca do que vê, pensa ou sente, ao contrário do que 
acontece com o explicativo – texto que apresenta factos sobre 
uma realidade. 
Nesta unidade pretendemos apresentar a definição do texto 
argumentativo; estrutura e vias de argumentação e de 
explicação, no quadro do texto expositivo-argumentativo. 
 
Ao completar esta unidade/lição, será capaz de: 
• Caracterizar o texto Expositivo-Argumentativo; 
• Identificar as estratégias argumentativas; 
 
Objectivos Redigir textos expositivo-argumentativos. 
 
 
Conceito da Argumentação 
 
 A argumentação visa persuadir o leitor acerca de uma posição. Quanto mais polémico 
for o assunto em questão, mais dará margem à abordagem argumentativa. Pode ocorrer 
desde o início quando se defende uma tese ou também apresentar os aspectos favoráveis 
e desfavoráveis posicionando-se apenas na conclusão. 
Argumentar é um processo que apresenta dois aspectos: o 
primeiro ligado à razão supõe ordenar ideias, justificá-las e 
relacioná-las; o segundo, referente à paixão, busca capturar o 
ouvinte, seduzi-lo e persuadi-lo. 
Os argumentos devem promover credibilidade. Com a busca de 
argumentos por autoridade e provas concretas, o texto começa 
a caminhar para uma direcção coerente, precisa e persuasiva. 
Somente o facto pode fortalecer o texto argumentativo. Não 
podemos confundir facto e opinião. O facto é único e a opinião é 
variável. Por isso, quando ocorre generalização dizemos que 
houve um “erro de percurso”. 
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107 
 
Segundo Rei (1990: 88) “Um argumento é um raciocínio 
destinado a provar ou refutar uma afirmação destinada a fazer 
admitir outra”. 
Ainda de acordo com o mesmo autor, a teoria da argumentação 
estuda as técnicas discursivas que permitem provocar ou 
aumentar a adesão dos espíritos às teses que apresentamos ao 
seu consentimento. Sem se afastar da dialéctica, da lógica e da 
retórica. A argumentação investiu no campo da psicologia, da 
sociologia e da teoria geral da informação, indo nestes campos 
procurar alguma luz sobre como reage o homem, quando 
exposto às mensagens persuasivas, como altera as suas 
convicçõese o seu comportamento. 
 
Argumentos e Provas 
Já definimos o argumento como um raciocínio destinado a 
provar ou refutar uma afirmação ou, ainda, uma afirmação 
destinada a fazer admitir outra. Os argumentos são, portanto, 
elementos abstractos, cuja disposição no discurso dependerá da 
sua força argumentativa, aparecendo, assim, no texto, numa 
disposição crescente, decrescente ou dispersa. 
 
Ordens das Provas 
As provas têm a função de sustentar os argumentos e são de três ordens 
(Jules Verest, 1939: 468-471): 
Naturais - incluem os textos das leis, o testemunho das 
autoridades, as afirmações das testemunhas e os documentos de 
qualquer espécie; 
Verdades e princípios universais - são reconhecidos, deste modo, 
por todos e apresentados sob a forma de raciocínio reduzido. 
O Exemplo – é um caso particular, real ou fictício, que tem uma 
analogia verdadeira com o caso que nos ocupa. A intenção é, a 
partir dele, inculcar uma verdade geral da qual deduzimos uma 
proposição que queremos estabelecer. 
Percurso da Argumentação 
Segundo Rei (1990: 90), são caminhos do pensamento para 
"justificar uma opinião, desenvolver um ponto de vista, reflectir 
para chegar a uma decisão". Bellenger (1988: 16) define que “são 
processos de organização das ideias, segundo a natureza dos 
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108 
 
laços que unem os elementos ou as etapas do edifício 
persuasivo: onde operam os argumentos, escolhidos e dispostos, 
tendo em vista uma argumentação concreta”. 
No processo de argumentação, usam-se, com frequência, os 
seguintes termos, de acordo com o contexto, como a seguir se 
apresentam: 
• Adversidade: (oposição, contraste): mas, porém, todavia, contudo, 
entretanto, senão, que. 
• Alternância: ou; e as locuções ou...ou, ora...ora, já...já, quer...quer... 
• Conclusão: logo, portanto, pois. 
• Explicação: que, porque, porquanto... 
• Causa: que, como, pois, porque, porquanto; e as locuções: 
 
por isso que, pois que, já que, visto que... 
• Comparação: que, do que (depois de mais, maior, melhor ou menos, 
menor, pior), como; e as locuções: tão...como, tanto...como, 
mais...do que, menos...do que, assim como, bem como, que nem... 
• Concessão: que, embora, conquanto. Também as locuções: ainda 
que, mesmo que, bem que, se bem que, nem que, apesar de que, 
por mais que, por menos que... 
• Condição: se, caso. Também as locuções: contanto que, desde que, 
dado que, a menos que, a não ser que, exceto se... 
• Finalidade: As locuções para que, a fim de que, por que... 
• Consequência: que (precedido de tão, tanto, tal) e também as 
locuções: de modo que, de forma que, de sorte que, de maneira 
que... 
 
Para Dr. Francisco Fernando Lopes (www.esffl.pt), na 
argumentação é necessário ter-se sempre em atenção os 
seguintes aspectos: 
• a correcta estruturação e ordenação das frases; 
• o uso correcto dos conectores de discurso; 
• o respeito pelas regras da concordância; 
• o uso adequado dos pronomes, que evitam as repetições do nome; 
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109 
 
• a utilização de um vocabulário variado, com recurso a sinónimos, 
antónimos, hiperónimos e hipónimos. 
A progressão e a articulação do texto são conseguidas, 
sobretudo, através do uso dos conectores ou articuladores do 
discurso, que vão fazendo progredir o texto de uma forma 
permanente e articulada. O quadro que se segue mostra alguns 
exemplos de aplicação: 
 Quadro – Conectores de discurso 
para reiterar, reafirmar retomando a questão, penso que, a 
meu ver, creio que, estou certo, em 
nosso entender 
para concordar, provar, 
exprimir certeza 
efectivamente, com efeito 
para refutar, manifestar 
oposição, restringir 
ideias 
no entanto, mas, todavia, contudo, 
porém, apesar de, em sentido 
contrário, refutando, pelo contrário, 
ao contrário, por outro lado, com a 
ressalva de 
para exemplificar por exemplo, como se pode ver, 
assim, tome-se como exemplo, é o 
caso de, é o que acontece com 
para explicitar significa isto que, explicitando melhor, 
não se pretende com isto, quer isto 
dizer, a saber, isto é, por outras 
palavras 
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110 
 
para concluir finalmente, enfim, em conclusão, 
concluindo, para terminar, em suma, 
por conseguinte, por consequência 
para estabelecer 
conexões de tempo 
então, após, depois, antes, 
anteriormente, em seguida, 
 
 seguidamente, quando, até que, a 
princípio, por fim 
para referenciar espaço aqui, ali, lá, acolá, além, naquele 
lugar, o lugar onde, ao lado de, à 
esquerda, à direita, ao centro, no 
meio, mais adiante 
para indicar ordem em primeiro lugar, primeiramente, em 
segundo lugar, seguidamente, em 
seguida, começando por, antes de 
mais, por último, por fim 
para estabelecer 
conexões de causa 
porque, visto que, dado que, uma vez 
que 
para estabelecer 
conexões de 
consequência 
de tal modo que, de forma que, tanto 
que, e por isso 
para expressar 
condição, hipótese 
se, a menos que, a não ser que, desde 
que, supondo que, se por hipótese, 
admitindo que, excepto se, se por 
acaso 
para estabelecer 
conexões de fim 
para que, para, com o fim de, a fim de 
que, com o intuito de 
para estabelecer 
relações 
e, ora, e também, e ainda 
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111 
 
 
aditivas 
para estabelecer 
relações disjuntivas 
ou, ou então, seja...seja, quer...quer 
para expressar 
semelhança, 
comparação 
do mesmo modo, tal como, pelo 
mesmo motivo, pela mesma razão, 
igualmente, assim como 
 
Estrutura do Texto Argumentativo 
O texto argumentativo, oral ou escrito, estrutura-se basicamente 
num plano tripartido: 
1. Exórdio – é a primeira parte de um discurso, preâmbulo, a 
introdução do discurso que consiste em: 
a) Exposição do tema; 
b) Exposição das ideias defendidas (pode recorrer-se à 
explicitação de determinados termos, à apresentação de 
esquemas da exposição, à referência de outras opiniões, 
etc.). 
2. Narração/confirmação – é a parte do discurso em que o orador 
desenvolve as provas, consiste na utilização de argumentos 
(citação de factos, de dados estatísticos, de outros exemplos, de 
narração de acontecimentos, etc.). 
3. Peroração/epílogo – é a parte final de um discurso, a sua 
conclusão, o remate, síntese, recapitulação. 
 
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112 
 
Vias de Argumentação 
1. Via Lógica 
Trata-se, neste primeiro percurso, de modelos de raciocínios herdados das 
disciplinas ligadas ao pensamento: a indução, a dedução, o raciocínio 
causal. 
I. A Indução – é a forma habitual de pensar do 
singular ao plural, do particular ao geral. Pode 
tomar duas formas: totalizante, quando se 
estabelece a partir do recenseamento de um 
todo, adquirindo o estatuto de prova - como 
quando, depois da chamada, afirmamos "os 
alunos estão todos"; generalizante, quando o 
recenseamento completo não é possível e o 
raciocínio indutivo nos leva de uma parte ao 
todo, por generalização - por exemplo, 
quando se afirma: "Os portugueses são 
hospitaleiros". Este é o procedimento mais 
usual, mas o menos rigoroso, pois a 
generalização implica simplificação, e com ele 
vem o engano, o idealismo e a teorização. 
II. A Dedução - dois princípios estão na sua base: 
o da não contradição - quando duas 
afirmações se contradizem uma delas é falsa - 
e o da progressão do geral para a particular - 
através de articulação lógica expressa por 
"assim", "portanto" ou "logo". 
Por exemplo, o silogismo - constituído por três 
proposições ou afirmações - chamadas premissas as 
duas primeiras (apelidada uma de "major" e outra de 
"menor"), conforme o termo que contém, e 
conclusão, a terceira - deve possuir três termos e 
combiná-Ios dois a dois.Veja: 
Os Homens são mortais 
Sócrates é um homem 
Sócrates é mortal. 
III. O raciocínio causal - "Asseguremo-nos bem do 
facto, antes de nos inquietarmos com a causa" 
aconselhava Fontenelle (L. Bellenger, 1988: 
27), o papel preponderante do raciocínio 
causal, na argumentação, assenta em duas 
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113 
 
transposiões constantes: da causa para o 
efeito e do efeito para a causa, conduzindo ao 
pressuposto de que "o conhecimento das 
causas permitirá remediar o facto 
constatado" (ibid. 27), quer dizer, 
suprimamos as causas e o problema estará 
resolvido, o que leva as pessoas a 
preocuparem-se mais com as razões do 
presente do que com o modo de melhorar o 
futuro. 
 
 Via Explicativa 
A Via Explicativa à semelhança da anterior procura fazer 
compreender e tornar inteligível a informação da argumentação. 
Para Bellenger (ibid.: 36-45), via explicativa usa as definições, as 
comparações, a analogia, a descrição e a narração. O explicar 
pretende convencer com o máximo de objectividade. 
I. A definição - definir é dizer a verdade e 
responde à necessidade de compreender. A 
necessidade de definir aumenta a credibilidade de 
quem quer convencer. 
II. A comparação - usa-se a comparação para 
provar a utilidade, a bondade, o valor de uma coisa, 
um resultado, uma opinião. A técnica comparativa é 
simples, fácil de compreender, inscrita nos nossos 
hábitos, levando-nos a usá-la, activa e passivamente, 
de forma natural e sem disso nos darmos conta. A 
comparação procura fazer passar identidades entre 
factos, pessoas ou opiniões diferentes e transpor 
valores de sistemas independentes e autónomos: 
estas passagens e transposições são manipuladoras e 
pretendem chocar, colocar problemas de 
consciência, questionar os modelos culturais e as 
normas vigentes. 
III. A analogia – “é a imaginação em auxílio da 
vontade de se explicar e de convencer.” (L. Belllenger, 
1988: 41). Trata-se de uma semelhança estabelecida 
pela imaginação entre pensamentos, factos, pessoas. 
Simboliza a vontade de bem se exprimir e bem se 
fazer entender. Simplifica a caricatura, prestando-se, 
assim, a uma fácil fixação e a uma compreensão 
imediata, daí o seu uso frequente na publicidade. Os 
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114 
 
antigos olhavam-na com alguma reserva, 
aconselhando, por isso, a introduzi-la com expressões 
como: de certo modo, quase como, uma espécie de… 
IV. Descrição e narração - para convencer alguém, 
podemos descrever ou narrar uma situação ou um 
acontecimento. São o ponto de partida da indução 
socrática: narra uma história, uma experiência, uma 
anedota, desencadeia um processo de inferência que 
a partir de um facto nos conduz ao princípio ou à 
regra. É o peso do concreto, do vivido e do 
testemunho que passa através delas. Ambos os 
processos criam a ausência, a falta de um 
complemento, de um remate, de um "E depois?" - 
ouvido sempre que alguém, ao narrar algo, aparenta 
parar ou desviar-se do enredo. 
 
 
 
Sumário 
Em síntese: 
Argumentar é um processo que apresenta dois aspectos: o 
primeiro ligado à razão, supõe ordenar ideias, justificá-las e 
relacioná-las; o segundo, referente à paixão, busca capturar o 
ouvinte, seduzi-lo e persuadi-lo. 
 
Exercícios 
1. Qual é o objectivo essencial do texto 
expositivoargumentativo? 
2. Procure um tópico que apoquenta a sua 
comunidade e produza um texto 
expositivo-argumentativo, em que 
apresenta argumentos a favor e contra 
a(s) tese(s) que apresenta. 
 
 
 
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115 
 
 
 
UNIDADE 25 O RELATÓRIO 
Introdução 
Na sua formação académica, a produção dos relatórios constitui 
uma fase importantíssima, pois por meio dela o estudante 
(aluno) será capaz de apresentar os dados de uma pesquisa. 
Este trabalho permitirá que mais tarde, como profissional, possa 
ter adquirido e desenvolvido a prática e o raciocínio crítico 
necessário à elaboração de um artigo científico. 
Ao completar esta unidade/lição, será capaz de: 
✓ Conceitualizar o termo relatório; 
✓ Distinguir relatório com outros textos administrativos ou 
 funcionais; 
Objectivos 
 
✓ Reconhecer a estrutura básica do relatório; 
✓ Produzir um relatório, com base nas regras fundamentais, coeso e coerente 
discursivamente. 
 
 
 Conceito 
Um relatório de uma actividade prática é uma exposição escrita 
de um determinado trabalho ou experiência laboratorial. Não é 
apenas uma descrição do modo de proceder (técnicas, 
reagentes, material, etc.), 
Segundo Rei (1990: 183): 
O relatório trata-se de uma declaração formal dos resultados de 
uma investigação feita por alguém, que em relação a ela recebeu 
instruções de um outro, sob forma de pedido ou ordem. Exige 
estudo prévio, e aprofundado, elevado grau de elaboração, e 
matéria para apreciação e decisões posteriores. 
 
 
Características do relatório 
O Relatório apresenta como características: 
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116 
 
• Uma linguagem simples, clara, objectiva e precisa; 
• A clareza do raciocínio; 
• Um relatório deverá ser conciso e coerente, incluindo a informação 
indispensável à compreensão do trabalho; 
• Todas as afirmações devem ser baseadas em provas factuais e não 
em opiniões não fundamentadas; 
• Deve evitar o excesso de conclusões, sendo estas precisas e 
sintéticas. As conclusões devem, igualmente, ser coerentes com a 
discussão dos resultados. 
 
Estrutura de um relatório 
A apresentação de um relatório em várias secções ajuda à sua 
organização e escrita por parte dos autores e, de igual modo, 
permite ao leitor encontrar mais facilmente a informação que 
procura. 
 Título, autor(es) e data (capa) 
Identificação do trabalho (título), Identificação dos autores, Data em 
que o relatório foi realizado. 
 Índice: 
 Introdução 
 
Nesta parte do relatório deve ser introduzido o trabalho a 
realizar, bem como as noções teóricas que servem de base ao 
mesmo. A introdução deve conter a informação essencial à 
compreensão do trabalho. 
O Projecto do Estudo 
Em primeiro lugar, trará ao aluno de executar um dos 
projectos de pesquisa apresentando os conhecimentos 
necessários para a compreensão dos fenómenos que serão 
estudados. 
Material e Métodos (Revisão teórica) 
A revisão bibliográfica é, sem dúvida, um dos pontos vitais de 
um trabalho científico, deve trazer informações que possam 
ser acessadas pelos leitores, através da citação, das 
referências bibliográficas. 
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117 
 
 
Discussão dos Resultados 
Interpretação dos resultados. A discussão deve comparar os 
resultados obtidos face ao objectivo pretendido. Não se deve 
tirar hipóteses especulativas que não possam ser 
fundamentadas nos resultados obtidos. A discussão constitui 
uma das partes mais importantes do relatório, uma vez que é 
nela (e não na introdução) que os autores evidenciam todos os 
conhecimentos adquiridos, através da profundidade com que 
discutem os resultados obtidos. Conclusões 
Esta parte do relatório deve sumarizar as principais conclusões 
obtidas no decurso do trabalho realizado. Referências 
bibliográficas 
A bibliografia deve figurar no fim do relatório. Nela devem ser 
apresentadas todas as referências mencionadas no texto, que 
podem ser livros, artigos científicos, CD-ROMs e websites 
consultados. 
 
Sumário 
Em síntese: 
O relatório é uma declaração formal dos resultados de uma 
investigação feita por alguém, que em relação a ela recebeu 
instruções de um outro, sob forma de pedido ou ordem. 
Apresenta como características: 
• Uma linguagem simples, clara, objectiva e precisa; 
 
• A clareza do raciocínio; 
• Ser conciso e coerente; 
• As afirmações devem ser factuais e não opiniões sem fundamentos; 
• Evitar o excesso de conclusões. 
 
 
ExercíciosISCED TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
118 
 
 
1. Aborde sobre os diferentes tipos de relatórios e apresente 
detalhes de distinção. 
2. Elabore o relatório final do decurso do estudo deste 
módulo/disciplina. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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119 
 
 
 
 
 
 
Bibliografia Recomendada 
Bibliografia Básica 
Abreu, António Suarez. A arte de argumentar: Gerenciando razão e emoção. 13ª Edição. Ateliê 
Editora. 1999 
Bechara, Evanildo. Moderna gramática portuguesa. Editora Nova Fronteira & Lucerna. 37.ª 
Edição. 2009 
Moreno, Claudio. Guia prático do Português correto: sintaxe. Porto Alegre. L&PM, (Coleção 
L&PM POCKETt; v. 471). 2011 
Moreno, Cláudio. Guia prático do português correcto: ortografia. Porto Alegre. L&PM. (Coleção 
L&PM POCKETt, V. 336). 2011 
Moreno, Cláudio. Guia prático do Português correto: para gostar de aprender. 4° Volume. Porto 
Alegre. L&PM. 2011 
MORENO, Cláudio. Guia prático do Português correto: pontuação. Porto Alegre. L&PM. (Coleção 
L&PM POCKETt, V. 875). 2011 
Perrotti, Edna M. Barian. Superdicas para escrever bem diferentes tipos de texto. 1ª Edição. São 
Paulo. Editora Saraiva. 2010. 
 
Bibliografia Complementar 
CAMPBELL, John (1993) - Técnicas de Expressão Oral, Editorial Presença, Lisboa 
CASTILHO, Ataliba T. (1991) - Gramática do Português Falado. A ordem, Vol 1, UNICAMP 
DUARTE, I.; Maria João Freitas (2000) - Língua Portuguesa. Instrumentos de Análise, Univ. 
Aberta, Lisboa 
FARIA, Isabel Hub et Al. (orgs.) (1996) - Introdução à linguística Geral e Portuguesa, Caminho, 
Lisboa 
LEROII-Gourhan; S/D - O Gesto e a Palavra 1 – Técnica e Linguagem, Ed. 70, Lisboa 
NASCIMENTO, Mª. F. Bacelar do (1989) - Como escrever o Oral, RILP 2, Lisboa 
NASCIMENTO, Zacarias; J. M. de Castro Pinto (2001) - A Dinâmica da Escrita, Plátano Editora, 
Lisboa 
 
http://197.249.65.74:8080/biblioteca/browse?type=author&value=Abreu%2C+Ant%C3%B3nio+Suarez
http://197.249.65.74:8080/biblioteca/handle/123456789/723
http://197.249.65.74:8080/biblioteca/browse?type=author&value=Bechara%2C+Evanildo
http://197.249.65.74:8080/biblioteca/handle/123456789/730
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