Buscar

aulabiossegurana 130331205752 phpapp01

Prévia do material em texto

BIOSSEGURANÇA
Profª Jeanine Porto Brondani
Taquara, 06 de agosto de 2012.
Conceito
Num aspecto geral, “Biossegurança” significa {Vida +
Segurança}, ou seja, a vida livre de perigos.
Biossegurança, portanto é um conjunto de
procedimentos, ações, técnicas, metodologias, equipamentos
e dispositivos capazes de eliminar ou minimizar riscos
inerentes as atividades de pesquisa, produção, ensino,
desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, que
podem comprometer a saúde do homem, dos animais, do
meio ambiente ou a qualidade dos trabalhos desenvolvidos.
RISCOS PROFISSIONAIS
(Portaria do Ministério do Trabalho, MT nº. 
3214, de 08/06/78)
• 1. Riscos de Acidentes
• 2. Riscos Ergonômicos
• 3. Riscos Físicos
• 4. Riscos Químicos
• 5. Riscos Biológicos
RISCOS BIOLÓGICOS
NR – 32
Consideram-se agentes biológicos os 
mi-crorganismos, geneticamente modificados 
ou não; as culturas de células; os parasitas; ou não; as culturas de células; os parasitas; 
as toxinas e os príons.
Ex: bactérias, fungos, parasitos, vírus, estruturas 
protéicas etc.
VIAS DE TRANSMISSÃO
• 1. Direta - transmissão do agente biológico sem
a intermediação de veículos ou vetores.
Exemplos: transmissão aérea por bioaerossóis,
transmissão por gotículas e contato com a
mucosa dos olhos;mucosa dos olhos;
• 2. Indireta - transmissão do agente biológico por
meio de veículos ou vetores. Exemplos:
transmissão por meio de mãos,
perfurocortantes, luvas, roupas, instrumentos,
vetores, água, alimentos e superfícies.
PRECAUÇÕES PADRÃO
As precauções padrão devem ser
adotadas no cuidado a todo e qualqueradotadas no cuidado a todo e qualquer
paciente para reduzir o risco de transmissão
de micro-organismos para prevenir infecções
cruzadas. Elas são indicadas na presença de
sangue, fluidos corporais, secreções e
excreções (exceto o suor) e em mucosas e
pele não íntegras.
As medidas que compreendem as 
precauções padrão são:
* Higienização das mãos;
* Uso de equipamento de proteção 
individual (EPI);individual (EPI);
* Cuidados no descarte de objetos 
perfurocortantes;
* Cuidados com artigos como roupas, 
equipamentos e superfícies.
• Organização Mundial de Saúde (OMS):
Momento 1 – imediatamente antes do contato 
com o paciente;
Momento 2 – antes da realização de 
procedimentos invasivos;
Momento 3 – após contato com matéria Momento 3 – após contato com matéria 
orgânica;
Momento 4 – após o contato com o paciente;
Momento 5 – após contato com as superfícies 
ao redor do paciente.
Precauções de contato
As precauções de contato são medidas
usadas nos cuidados a pacientes portadores
de bactérias resistentes. Elas visam umde bactérias resistentes. Elas visam um
bloqueio epidemiológico mediante a
utilização de barreiras físicas - luvas e
aventais - para todos os contatos. Evitar
utilizar estetoscópios próprios ou colocar
pastas ou outros objetos na vizinhança do
paciente.
Precauções de gotículas
Essas precauções se referem às infecções
transmitidas por gotículas (perdigotos), como
infecções virais (gripes, H1N1) ou meningites
bacterianas, por exemplo. Além das precauções
padrão, é necessário o uso de máscara cirúrgica
e avental na prevenção. Não há necessidade de
padrão, é necessário o uso de máscara cirúrgica
e avental na prevenção. Não há necessidade de
o paciente estar em quarto com portas fechadas,
tendo em vista que a distância percorrida pelas
gotículas não é maior que um raio de 1,5 m ao
redor do paciente. Nas bronquiolites virais na
pediatria adotamos o uso de avental, máscara,
cirúrgica e luvas.
Precauções aéreas
Neste tipo de precaução o germe fica
suspenso no ar, portanto há necessidade de
isolamento do paciente em quarto com portas
fechadas e preferentemente com pressão
negativa, para que o ar do interior do quartonegativa, para que o ar do interior do quarto
não chegue aos corredores. É necessário o uso
de máscaras N95 (“bico de pato”) além das
precauções padrão para prevenção da
transmissão destas infecções. A principal
infecção contemplada com este tipo de
precaução é a tuberculose.
Outras recomendações:
• O avental branco é para ser utilizado somente
no hospital, evite utilizá-lo fora do ambiente
hospitalar.
• Roupas verdes são de uso exclusivo para as
áreas de bloco cirúrgico e Centro de Terapia
Intensivo Adulto.Intensivo Adulto.
• Evite sentar no leito dos pacientes.
• Não coloque pastas, prontuários e itens pessoais 
(roupas, cadernos, pastas, bolsas) sobre a cama 
do paciente.
• Evite alimentar-se nas salas de prescrição e no 
quarto do paciente.
Orientações do vestuário de acordo com a 
NR 32:
• Avental sempre fechado;
• Sapato cobrindo 2/3 do dorso do pé, inclusive
no verão;
• Não utilizar adereços: anéis, pulseiras, colares e
brincos muitobrincos muito
• Grandes, pois a dificuldade de higienização dos
mesmos pode ser transporte de germes
multirresistentes. Da mesma forma, o crachá
Deverá ficar fixo no bolso para evitar o contato
com o leito do paciente;
• Cabelos compridos devem estar presos;
• Uso de EPI para evitar a exposição ao material
biológico, de acordo com a necessidade dos
procedimentos a serem realizados:
• Luvas - não esquecer a importância da lavagem
das mãos antes e após a retirada das mesmas e
evitar o contato em qualquer material com asevitar o contato em qualquer material com as
luvas contaminadas, por exemplo: maçanetas
das portas. O uso do álcool gel pode substituir a
lavagem das mãos quando esta se torna difícil;
• Óculos ou máscara facial;
• Aventais impermeáveis.
LIXO HOSPITALAR
De acordo com a RDC ANVISA nº 306/04 e Resolução
CONAMA no 358/05, os RSS são classificados em cinco grupos:
A, B, C, D e E.
Grupo A - engloba os componentes com possível presença de
agentes biológicos que, por suas características de maior
virulência ou concentração, podem apresentar risco de
infecção. Exemplos: placas e lâminas de laboratório, carcaças,
peças anatômicas (membros), tecidos, bolsas transfusionais
contendo sangue, dentre outras.
Grupo B - contém substâncias químicas que podem
apresentar risco à saúde pública ou ao meio
ambiente, dependendo de suas características de
inflamabilidade, corrosividade, reatividade e
toxicidade. Ex: medicamentos apreendidos, reagentes
de laboratório, resíduos contendo metais pesados,
dentre outros.
Grupo C - quaisquer materiais resultantes de
atividades humanas que contenham radionuclídeos
em quantidades superiores aos limites de eliminação
especificados nas normas da Comissão Nacional de
Energia Nuclear - CNEN, como, por exemplo, serviços
de medicina nuclear e radioterapia etc.
Grupo D - não apresentam risco biológico, químico
ou radiológico à saúde ou ao meio ambiente,
podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares.
Ex: sobras de alimentos e do preparo de alimentos,
resíduos das áreas
administrativas etc.
Grupo E - materiais perfuro-cortantes ou
escarificantes, tais como lâminas de barbear,
agulhas, ampolas de vidro, pontas diamantadas,
lâminas de bisturi,lancetas, espátulas e outros
similares.
Orientações quanto ao descarte do 
material utilizado
Descarte no Descartex ou pote rígido:
• Todo o material perfurocortante.
Descarte no saco de lixo preto (Resolução ANVISA - RDC nº 
306):
• sobras de alimentos e frutas;
• papel engordurado;
• papel toalha / papel carbono;
• panos usados
• erva de chimarrão / pó de café;• erva de chimarrão / pó de café;
• sachet de chá;
• fraldas descartáveis;
• papel higiênico,
• ataduras sem secreção;
• propés e máscaras descartáveis;
• gesso;
• Hastes flexíveis
Descarte no saco de lixo verde (Resolução 
ANVISA - RDC nº 306):
• embalagens de papel, plástico e alumínio vazias;
• copos descartáveis;
• folhas / papéis;
• isopor;• isopor;• latas de alumínio;
• embalagens pet e tetra pak;
• bolsas de soro;
• frascos de dietoterapia;
• embalagens de material cirúrgico (plasteril);
• embalagem de medicação (invólucro externo).
Descarte no saco de lixo branco (Resolução 
ANVISA - RDC nº 306):
• curativo e gaze com sangue ou fluídos 
corpóreos;
• luvas de procedimento;
• bolsa transfusional vazia;bolsa transfusional vazia;
• kits e bolsas dializadoras;
• seringas e equipos;
• cateter / sondas;
• abaixador de língua;
• recipientes e materiais resultantes do processo 
de assistência à saúde.
Questões práticas relativas à exposição de raios X
O que fazer quando houver realização de
exames de raios X móvel numa área onde há
atividade com acadêmicos?
• Afastar-se no mínimo a 2m do leito durante o
procedimento de emissão de raios X e nunca
• Afastar-se no mínimo a 2m do leito durante o
procedimento de emissão de raios X e nunca
conter o paciente.
• Usar sempre todo o equipamento de proteção
disponível na sala (luvas, avental, óculos e
protetor de tireóide plumbífero) quando não
estiver protegido por uma barreira de
proteção (biombo);
EPIs
IMUNIZAÇÃO
Tratamento dos artigos
• Artigos críticos: aqueles que penetram, através
da pele e mucosas, nos tecidos subepiteliais e no
sistema vascular (bisturis, agulhas etc.);
• Artigos semi-críticos: os que têm contato com a• Artigos semi-críticos: os que têm contato com a
pele não-íntegra ou com mucosas íntegras
(endoscópios, laringoscópios, entre outros);
•
• Artigos não críticos: que têm contato com a pele
íntegra (termômetro axilar, estetoscópios etc).
• Descontaminação é o processo de eliminação
total ou parcial da carga microbiana de artigos e
superfícies para um manuseio seguro.
• Limpeza é o procedimento pelo qual se processa
a remoção da sujidade; pode ser feita por:
- fricção mecânica com água e sabão;
- máquinas de limpeza com jatos de água quente ou
detergentes;
-máquinas de ultra-som com
detergentes/desencrostantes.
• Desinfecção é o processo de destruição de
microorganismos em forma vegetativa, mediante
a aplicação de agentes físicos ou químicos, sendo
principalmente utilizados:
• Hipoclorito de Sódio a 0,5% (meio químico
líquido);líquido);
• Álcool Etílico a 70% (meio químico líquido);
• Formaldeído a 4% (meio químico líquido);
• Glutaraldeído a 2% (meio químico líquido);
• Pasteurização de 60 a 90°C por 30 min (meio
físico líquido).
Esterilização é o processo de destruição de todas as
formas de vida microbiana (bactérias, esporos, fungos
e vírus) mediante a aplicação de agentes químicos e
físicos.
• Autoclavagem – 127°C por 30 min (meio físico);
• Estufa ou forno de Pasteur – 170°C por 120 min (meio• Estufa ou forno de Pasteur – 170°C por 120 min (meio
físico);
• Glutaraldeído a 2% por 10 h (meio químico líquido);
• Formaldeído a 4% por 18 h (meio químico líquido);
• ET – Óxido de Etileno – tempo de aeração 6 a 24h (meio
químico gasoso).
BOAS PRÁTICAS DE LABORATÓRIO
• Nunca pipete com a boca, nem mesmo água destilada.
Use dispositivos de pipetagem mecânica.
• Não coma, beba, fume, masque chiclete ou utilize
cosméticos no laboratório.
• Evite o hábito de levar as mãos à boca, nariz, olhos,
rosto ou cabelo, no laboratório.
• Evite o hábito de levar as mãos à boca, nariz, olhos,
rosto ou cabelo, no laboratório.
• Lave as mãos antes de iniciar o trabalho e após a
manipulação de agentes químicos, material infeccioso,
mesmo que tenha usado luvas de proteção, bem como
antes de deixar o laboratório.
• Objetos de uso pessoal não devem ser guardados no
laboratório.
• Utilize jalecos ou outro tipo de uniforme protetor, de
algodão, apenas dentro do laboratório. Não utilize essa
roupa fora do laboratório.
• Não devem ser utilizadas sandálias ou sapatos abertos
no laboratório.
• Utilize luvas quando manusear material infeccioso.
• Não devem ser usados jóias ou outros adornos nas
mãos, porque podem impedir uma boa limpeza dasmãos, porque podem impedir uma boa limpeza das
mesmas.
• Mantenha a porta do laboratório fechada. Restrinja e
controle o acesso do mesmo.
• Não mantenha plantas, bolsas, roupas ou qualquer
outro objeto não relacionado com o trabalho dentro do
laboratório.
• Descontamine por autoclavação ou por desinfecção
química, todo o material com contaminação biológica,
como: vidraria, caixas de animais, equipamentos de
laboratório, etc..., seguindo as recomendações para
descarte desses materiais.
• Descontamine todo equipamento antes de qualquer
serviço de manutenção.serviço de manutenção.
• Cuidados especiais devem ser tomados com agulhas e
seringas. Use-as somente quando não houver métodos
alternativos.
• Seringas com agulhas ao serem descartadas devem ser
depositadas em recipientes rígidos, a prova de
vazamento e embalados como lixo patológico.
• Referências
• Os riscos biológicos no âmbito da Norma Regulamentadora 
Nº. 32. Riscos Biológicos Guia Técnico. Brasília 2008. 
Disponível em:
• Gerenciamento de resíduos de serviços de saúde. Brasília, 
2006. Disponível em: 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_gerenc
2006. Disponível em: 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_gerenc
iamento_residuos.pdf
• Informações e orientações para acadêmicos da Faculdade 
de Medicina da UFRGS. Hospital de Clínicas de Porto Alegre 
(HCPA) Disponível em: 
http://www.hcpa.ufrgs.br/downloads/academico/orientaes
_alunos_famed.pdf
BIOSSEGURANÇA
Profª Jeanine Porto Brondani
Taquara, 07 de março de 2012.