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DALGALARRONDO 14

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6
UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA
Centro de Psicologia Aplicada
FICHAMENTO
1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Área: 
PSICPATOLOGIA
Aluna: 
Vera Lúcia Antônio dos Santos
RA: B963247
2. BIBLIGRAFIA DO FICHAMENTO
DALGALARRONDO, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. Paulo Dalgalarrondo. – 3. ed. – Porto Alegre: Artmed, 2019.
CAP 15 – As vivências do tempo e do espaço e suas alterações
3. ANÁLISE
As definições e as principais alterações quanto as vivências de tempo e espaço, como define e como se manifestam. Tempo e espaço são tido como duas dimensões fundamentais para estruturar a experiência de vida, por isso no estudo das vivências elas se tornam tão importantes. A psicopatologia se preocupa investigar os ritmos biológicos, ciclos que integram a experiência humana do início ao fim da vida. Os ritmos se dividem em três: ritmo circadiano (24 horas), ritmos mensais (relacionados aos ciclos menstruais), varrições sazonais (as estações do ano) e as grandes fases da vida (infância, adolescência etc...), todos esses sofrendo interferências biológicas e determinações culturais que influenciam no estado mental humano. 
Na investigação sobre a experiência do tempo este fora classificado em dois aspectos: tempo subjetivo (pessoal e interior) e tempo objetivo (exterior), em decorrência de alterações de estados da consciência, memória e pensamento pode ocorrer discrepância entre o tempo subjetivo e o cronológico. Segundo estudos da área, a percepção de te mpo e espaço pode ser influenciada também pela religiosidade dos sujeitos, estes podem considerar uma divisão entre tempo e espaço sagrados e profanos, os primeiros considerados reais e os últimos falsos, indignos.
Em diversas síndromes existem perturbações no ritmo psíquico da percepção do tempo, em estados depressivos a passagem de tempo é lenta, nos estados maníacos essa passagem é percebida como acelerada, as funções mentais acompanham a velocidade percebida. Em intoxicações causadas por alucinógenos e psicoestimulantes existem perturbações na percepções de duração do tempo, e também nas psicoses e situações emocionais intensas. Pacientes ansiosos percebem o tempo de forma marginalizada na sua relação entre passado e futuro, não fazendo articulação entre os eventos, esta condição angustiante que prejudica a percepção.
O autor aponta que outros estados mentais prejudicam a vivência do espaço, um deles é o estado de êxtase, o indivíduo perde a capacidade de distinguir o mundo de si, sentem-se fundidos no ambientes. No estado maníaco o indivíduo percebe o espaço de forma ampla, como se todo o ambiente fosse seu, sensação de poder invadir o espaço dos outros sem restrições. Nos quadro depressivos existe uma percepção de espaço comprimido, de difícil acesso pelo próprio indivíduo e por outros. Os indivíduos nos quadros paranoides percebem seu espaço sendo invadido, a parte interior de seu espaço sendo atacado por forças externas que sempre são ameaçadoras, com grande similaridade com agorafobia, estes que como adicional percebem o espaço como sufocante e aniquilador.
DEFINIÇÕES BÁSICAS
As vivências do tempo e do espaço constituem-se como dimensões fundamentais de todas as experiências humanas. O ser, de modo geral, só é possível nas dimensões reais e objetivas do espaço e do tempo. Portanto, o tempo e o espaço são, ambos, condicionantes fundamentais do universo humano e estruturantes básicos da nossa experiência. Por fim, cabe ressaltar que a dimensão temporal da experiência humana relaciona-se com os chamados ritmos biológicos. Os de maior importância para a psicopatologia são: o ritmo circadiano (dura cerca de 24 horas, alternando-se o dia e a noite), os ritmos mensais relacionados principalmente ao ciclo menstrual (dura cerca de 28 dias), as variações sazonais (as quatro estações do ano) e as grandes fases e marcos da vida humana (gestação, nascimento, infância,adolescência, período adulto, velhice e morte).
Muitos dos ritmos biológicos associam-se tanto a flutuações hormonais e bioquímicas como a símbolos culturais (datas festivas, representações culturais das fases da vida, ritos de passagem, etc.), contribuindo para a determinação do estado mental do indivíduo.
Orientação espacial
Assim, a orientação espacial é uma capacidade complexa, constituída por vários componentes: reconhecer locais, edifícios e casas, com suas partes (cozinha, quartos, sala, etc.), reconhecer cenas, perceber de forma acurada relações espaciais entre diferentes locais e ter habilidade de navegação (locomover-se em distintos caminhos, utilizando distintas pistas).
Qualidades da vivência de tempo
A experiência da temporalidade é fundamental para o senso de coerência e continuidade do self e da identidade pessoal (Stanghellini et al., 2016). Vários elementos compõem a experiência de temporalidade: percepção do tempo, estimação prospectiva e retrospectiva de intervalos, percepção da duração, experiência da passagem do tempo e duração antecipada De toda forma, é inquestionável que a vida psíquica, além de ocorrer e se configurar no tempo, tem ela mesma um aspecto especificamente temporal, e, por isso, é legítima a distinção do tempo em: tempo subjetivo (interior, pessoal); e tempo objetivo (exterior, cronológico, mensurável). Muitas vezes, ocorre certo descompasso entre o tempo subjetivo e o cronológico. 
Tal discrepância pode ser tanto um fenômeno primário, uma legítima alteração da consciência do tempo, como um fenômeno secundário, decorrente de alterações da consciência, da memória, do pensamento, etc. O poeta Fernando Pessoa (1888-1935) ilustra a dessincronia que pode existir entre o tempo cronológico, objetivo, e o subjetivo, vivenciado internamente pelo indivíduo
ESPAÇO E TEMPO PROFANOS E SAGRADOS
Segundo o historiador Mircea Eliade (1992), o espaço e o tempo têm qualidades particulares e diferentes para o homem religioso em relação ao não religioso. Para o primeiro, o espaço não é homogêneo; apresenta rupturas, quebras. O espaço sagrado é forte, significativo, o único que, para o homem religioso, é de fato real, que existe realmente. O espaço sagrado constitui uma experiência primordial, que corresponde à fundação do mundo. Para o indivíduo devoto de uma religião, o templo faz parte de um espaço diferente da rua onde ele se encontra. A porta que se abre para o interior do templo significa o limiar que separa dois modos de ser, o profano e o religioso; é a fronteira que distingue e opõe dois mundos, mas, ao mesmo tempo, a via pela qual esses dois mundos se comunicam. Da mesma forma, por meio dos ritos, o homem religioso passa da duração temporal ordinária para o tempo sagrado. Esse é um tempo indefinidamente recuperável, repetitivo, por tratar-se de um tempo mítico e primordial, tornado presente por meio do rito, da festa religiosa.
ANORMALIDADES DA VIVÊNCIA DO TEMPO E RITMO PSÍQUICO NAS SÍNDROMES DEPRESSIVAS E MANÍACAS
Embora em quadros depressivos leves pareça haver uma percepção do tempo mais precisa, fenômeno chamado de “realismo depressivo” (Kornbrot et al., 2013), nos graves a passagem do tempo é percebida como lenta e vagarosa.
Ilusão sobre a duração do tempo
Trata-se da deformação acentuada da percepção da duração temporal. Ocorre, sobretudo, nas intoxicações por alucinógenos ou psicoestimulantes (cocaína, anfetamina, etc.), nas fases agudas e iniciais das psicoses e em situações emocionais especiais e intensas. Acontece também quando são recebidas, por exemplo, muitas informações novas; o tempo pode parecer transcorrer de modo extremamente veloz ou comprimido, ou de forma muito lenta e dilatada.
Atomização do tempo 
Vivemos no tempo presente, em um agora que se vincula intimamente aos acontecimentos passados e às possibilidades do porvir. A alteração ou a falta dessa experiência subjetiva natural do fluir temporal, decorrente da perda ou do enfraquecimento de ambas as margens do tempo (passado e futuro), produz uma redução quase puntiforme ou atomizada do tempo, fazendo-o parecer uma sucessão de pontos presentes que não se articulam entre si.
Inibiçãoda sensação de fluir do tempo (inibição do devir subjetivo)
A anormalidade da sensação do fluir do tempo corresponde à falta da sensação do avançar subjetivo do tempo, na qual o sujeito perde o sincronismo entre o passar do tempo objetivo, cronológico, e o fluir de seu tempo interno. Isso ocorre em síndromes depressivas graves. Certos pacientes com depressão grave expressam sua vivência do tempo dizendo que o tempo encolheu, que não passa, deixou de fluir, ou que está passando muito mais devagar que o normal.
Alterações da vivência do tempo na esquizofrenia
Pacientes com esquizofrenia, sobretudo em surtos agudos, apresentam importantes alterações da vivência do tempo. Pode-se descrever tais alterações como fundadas na desarticulação e quebra do aspecto natural, pré-reflexivo, que caracteriza a vivência normal do tempo. A experiência temporal em pessoas com esquizofrenia, sobretudo nos períodos de agudização, é marcada pela fragmentação, que se verifica pela alteração da percepção do fluir do tempo, bem como por vivências anormais, como déjà vu e déjà vecu e estranhamento do tempo passado e futuro, relacionados a delírios e alucinações (Stanghellini et al., 2016). Alguns pacientes com esquizofrenia experimentam certa passividade em relação ao fluir do tempo; sentem que sua percepção temporal é controlada por uma instância exterior ao seu Eu.

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