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DALGALARRONDO, Paulo. Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais. Porto Alegre: Artmed, 3 ed. 2019. Resumo Capítulo 15 As vivências do tempo e do espaço e SUAS ALTERAÇÕES Definições Básicas Para a experiencia básica de vida é fundamentar a consciência do tempo e do espaço. Ao longo do tempo diversos filósofos e pensadores teorizavam sobre essas duas perspectivas. Aristóteles e Santo Agostinho buscaram teorizar com dificuldades sobre o tempo, Isaac Newton, Immanuel Kant, Henri Bergson cada um ao seu modo também estudaram o tempo e o espaço. Qualidades e vivência de tempo A vivência do tempo é de estrema importância para o ser humano. Ela perpassa pela percepção do tempo, estimação prospectiva e retrospectiva de intervalos, percepção e duração, experiência da passagem do tempo e duração antecipada. Ela também pode ser influenciada pelas afetividades e pelos aspectos cognitivos. Entretanto, existem duas formas de tempo relacionados à vida psíquica: tempo subjetivo (interior e pessoal) e tempo objetivo (exterior e mensurável). Anormalidade da vivência do tempo e ritmo psíquico nas síndromes depressivas e maníacas Em estados depressivos o tempo é percebido de maneira mais lenta e vagarosa, ao contrário de estados maníacos onde o tempo passa rápido e acelerado. Na depressão há o desenvolvimento do bradipsiquismo, uma lentificação das atividades mentais. Na mania há o taquipsiquismo, a aceleração das mesmas atividades. · Ilusão sobre a duração do tempo: deformação acentuada da percepção da duração temporal, ocorre diante de alucinógenos ou psicoestimulantes, psicoses e situações emocionais intensas. O tempo pode ser observado como veloz ou lento, dependendo da ocasião. · Atomização do tempo: o individuo não consegue se vincular a fluidez normal do tempo (passado e futuro), ele vive sem articulação entre os eventos com uma descontinuidade dos momentos. Pode ocorrer diante de uma agitação maníaca. · Inibição da sensação de fluir do tempo: o individuo não consegue passar do tempo objetivo para o seu tempo interno, não há sincronismo. Acontece comumente em depressão grave, ansiedade e toc. · Alterações da vivência do tempo na esquizofrenia: há uma desarticulação do aspecto natural de vivência do tempo. Diante de uma vivencia aguda o paciente passa por uma fragmentação na percepção do tempo e de suas vivências. Anormalidade da vivência do espaço · Estado de êxtase: perde-se as barreiras que separam o eu do mundo exterior; · Estado maníaco: o paciente maníaco desconsidera as separações espaciais e vivem como uma experiência de espaço amplo e dilatado; · Quadros depressivos: o espaço externo se torna menor escuro e sem contato com os demais; · Quadro paranoide: ocorre quando o paciente vivencia uma espécie de invasão de seu espaço interno por aspectos ameaçadores e hostis.
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