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Gestão Financeira UNIDADE 4 1 Palavras do Professor Prezado(a) aluno(a)! Nessa unidade da disciplina de Gestão Financeira, daremos continuidade ao conteúdo falando sobre as decisões sobre Capital de Giro (curto prazo). Pois, agora que você já aprendeu sobre a relevância de uma boa gestão financeira nas empresas, já sabe a diferença entre alguns conceitos importantes da área de finanças como o risco e retorno, sabe o que é um custo de oportunidade e também já entendeu as diferenças entre o custo de capital do próprio e o custo de capital de terceiros, considerando as vantagens e desvantagens de cada uma dessas fontes de financiamento. Aprendeu a importância das informações financeiras na tomada de decisão em relação aos investimentos de longo prazo, assim como algumas técnicas relevantes para avaliar investimentos e tomar a decisão correta em diferentes tipos de projetos, principalmente nos projetos mutuamente excludentes. Vamos aprender agora nessa nova etapa sobre a administração do capital de giro da empresa. Um assunto muito interessante para garantir uma boa saúde financeira da empresa, pois esse assunto trata da administração de recursos financeiros para pagar as obrigações cotidianas da referida empresa. Como você percebeu, todo o conhecimento que você adquiriu ao longo das unidades anteriores será bastante válido e requerido agora, portanto, caso você não se lembre de algum dos tópicos citados acima, sugiro que você faça uma breve revisão do conteúdo apresentado. Para que você entenda o que será tratado na quarta unidade, será preciso que você pare para fazer uma leitura no livro-texto de administração financeira do autor Megliorini, disponível na biblioteca virtual, e faça uma leitura do livro “Princípios de Administração Financeira” do autor Lawrence J. Gitman. Por enquanto, é preciso que você leia a Unidade IV do livro-texto de administração financeira de Megliorini, da página 79 a 83. E do livro “Princípios de Administração Financeira” do autor Lawrence J. Gitman, que se encontra na biblioteca virtual, faça uma leitura do capítulo 14 - página 546 a 552. Após a leitura das páginas recomendadas, você estará apto para tratarmos sobre a administração do capital de giro. Essa análise é muito importante para que as empresas possam cumprir com todas as suas obrigações dentro do prazo e possa manter a liquidez dos seus negócios. Vamos começar? Bons estudos! 2 aNÁlIse e PlaNeJaMeNTo fINaNCeIro Vimos na unidade anterior como deve ser elaborado o fluxo de caixa de uma empresa. Você aprendeu que o fluxo de caixa é uma ferramenta bastante utilizada na avaliação de investimentos, pois esta demonstra- ção financeira apresenta uma estrutura que permite fazer projeções do lucro que a empresa terá com os investimentos ou prejuízos, e assim, poder calcular a viabilidade do projeto de investimento. Esta ferramenta pode e deve ser aplicada em todos os segmentos de mercado, pois se trata de um contro- le financeiro que projeta os dados atuais e futuros de uma empresa com a finalidade de orientar a tomada de decisão. Por exemplo, neste exato momento, o administrador financeiro pode elaborar o fluxo de caixa da empresa na qual trabalha, para isto, precisará colocar “no papel” todas as entradas e saídas de capital, ou seja, tudo o que será pago e o que será recebido ao longo do ano. dICas O fluxo de caixa permite que o gestor saiba, de forma antecipada, se havará lucro ou prejuízo, e principalmente quanto irá receber no período projetado. Em suma, o fluxo de caixa pode ser considerado uma fotografia do status financeiro de um negócio. Como você estudou na unidade anterior, a elaboração do fluxo de caixa de uma organização exige que o administrador financeiro tenha em mãos uma série de informações a respeito do negócio. Desta forma, é necessário que os processos e atividades realizadas no dia a dia da empresa estejam devidamente documentados. Enquanto o fluxo de caixa dá ao gestor uma perspectiva de médio/longo prazo, o movimento diário é con- trole do dia a dia financeiro da empresa (curto prazo). O controle do caixa requer que sejam apuradas as entradas e saídas de dinheiro, a fim de se apurar o saldo existente. Infelizmente tal controle é subestimado por alguns gestores, desta forma, a perda de informações acarre- ta em erros na tomada de decisão. administração do Capital de Giro Você se lembra da demonstração contábil chamada de Balanço Patrimonial? Como vimos, o balanço patrimonial é a demonstração contábil que apresenta as origens e aplicações de recursos da empresa. O balanço patrimonial da empresa fornece informações, do lado esquerdo, sobre a estrutura de seus investimentos, que é o lado do Ativo, e do outro, do lado direito, sobre a estrutura de suas fontes de financiamento, que é o lado do Passivo. 3 Dentre os principais componentes da estrutura financeira de uma empresa estão o nível do investimento em ativo circulante e o de financiamento com passivo circulante. Pois tanto o ativo circulante quanto o passivo circulante são contas de curto prazo e que devem ser bem administradas para garantir a saúde financeira da empresa. O objetivo da administração financeira de curto prazo é gerenciar cada elemento do ativo circulante como: caixa e título negociáveis, contas a receber e estoques; e do passivo circulante como: fornecedores, contas a pagar, impostos a pagar e empréstimos de curto prazo a pagar para atingir um equilíbrio entre a rentabilidade e risco que contribua positivamente para o valor da empresa. Veremos mais à frente a relevância dos indicadores financeiros para avaliar o desempenho de uma empresa considerando as informações do balanço patrimonial. Para começarmos a tratar desse assunto, vamos começar falando sobre um conceito muito relevante em finanças, que é o conceito de Capital de Giro Líquido. Você já ouviu falar em Capital de Giro? Essa é uma linguagem muito comum no mundo dos negócios, afinal, todo empresário quando vai abrir seu próprio negócio precisa garantir recursos para financiar suas obrigações cotidianas. Guarde essa IdeIa! Então, o que seria Capital de Giro Líquido? Você deve ter visto no livro de Gitman na página 547, afirma que o capital de giro líquido: “é normalmente definido como a diferença entre o ativo circulante e o passivo circulante de uma empresa”. Quando o ativo circulante supera o passivo circulante, a empresa tem capital de giro líquido positivo. Mas quando o ativo circulante é inferior ao passivo circulante, tem-se capital de giro líquido negativo. Em alguns outros livros você poderá encontrar esse mesmo conceito que pode aparecer com o nome de Capital Circulante Líquido (CCL), que é encontrado através da seguinte equação: CCl = aC – PC (Fórmula 2.1.1) Onde: CCL = Capital Circulante Líquido AC = Ativo Circulante PC = Passivo Circulante O Capital Circulante Líquido (CCL) ou Capital de Giro líquido de curto prazo evidencia a parte do Ativo Circulante que não está comprometida com o passivo circulante. 4 PraTICaNdo Vamos supor que a empresa M&M Company LTDA tenha um ativo circulante no valor de R$ 1.000,00 e um passivo circulante no valor de R$ 600,00. Encontre o Capital Circulante Líquido (CCL) da M&M Company LTDA. E, depois, diga o que significa o valor encontrado? E aí já calculou? É fácil de calcular, é só substituirmos na equação 2.1.1. Vamos lá? CCL = 1.000 – 600 = r$ 400,00. Ao calcularmos o Capital Circulante Líquido (CCL) da empresa M&M Company LTDA., encontramos o valor de quatrocentos reais (R$ 400,00), o que significa que a empresa consegue saldar todas as suas obrigações de curto prazo e ainda sobram R$ 400,00 para pagar as obrigações de longo prazo. Ou seja, a empresa teve um Capital Circulante Líquido (CCL) ou Capital giro líquido PosITIvo. Vamos supor agora que a Cia. WYZ Consultoria LTDA apresenta um ativo circulante no valor de R$ 1.500,00 e um passivo circulante no valor de R$ 2.000,00. Calcule o Capital Circulante Líquidodessa Companhia e explique o valor encontrado. E, agora, você calculou o CCL dessa empresa? E o que você encontrou? Vamos calcular juntos. CCL = 1.500 – 2.000 = (r$ -500,00). A Cia. WYZ Consultoria LTDA. apresentou um Capital Circulante Líquido (CCL) NEGATIVO no valor de quinhentos reais (R$ 500,00), o que significa que ela tem mais obrigações de curto prazo para pagar do que direitos de curto prazo a receber. Ou seja, ela tem mais passivo circulante do que ativo circulante. Esse exemplo da Cia. WYZ Consultoria LTDA. nos mostra que essa empresa precisa administrar melhor as suas contas de curto prazo para que ela consiga arcar com todos os seus compromissos em dia. A conversão dos estoques para recebíveis e destes para caixa fornece os recursos para pagar o passivo circulante. As saídas de caixa do passivo circulante são fáceis de prever, pois as empresas sabem qual a data que deverão pagar suas obrigações, porém as entradas de caixas na empresa são difíceis de prever, pois ainda existem os clientes que atrasam ou os clientes que não irão pagar. Por isso, é necessária uma boa gestão desse fluxo de recebimentos e de pagamentos para que a empresa possa garantir o cumprimento de suas obrigações. De acordo com Gitman (2010, p. 547): “Quanto mais previsíveis as entradas de caixas, menor o capital de giro líquido necessário”. Porém, a maioria das empresas é incapaz de ter certeza na previsão desses valores e, por isso, costumam manter um ativo circulante mais do que suficiente para cobrir as saídas associadas ao passivo circulante. 5 Dentro desse contexto, vamos abordar o conceito de rentabilidade e de risco dentro da abordagem da administração financeira de curto prazo. Pois, a rentabilidade nessa abordagem da administração financeira de curto prazo corresponde à relação entre as receitas e os custos gerados pelo uso dos ativos de uma empresa tanto circulantes quanto fixos – em atividades produtivas. Porém, se podem aumentar os lucros aumentando-se as receitas ou reduzindo-se os custos. Já o risco no contexto da administração financeira de curto prazo, é a probabilidade de que a empresa não consiga pagar suas contas à medida que vençam. Pois, supõe-se que, quanto maior o capital de giro líquido, menor o risco. leITura CoMPleMeNTar Você poderá verificar no livro “Princípios de Administração Financeira”, do autor Lawrence J. Gitman, no capítulo 14, página 548 que ele apresenta um gráfico que evidencia os efeitos da variação do quociente do ativo circulante sobre o ativo total e do quociente do passivo circulante sobre o ativo total, sobre o lucro e o risco. Ao analisarmos esse gráfico verificamos que o efeito do risco diminui à medida que aumenta o quociente entre o ativo circulante e o ativo total, pois o aumento de ativo circulante aumenta o capital de giro líquido, reduzindo, assim, o risco de insolvência técnica. Já o segundo quociente demonstra a porcentagem de ativo total que está sendo financiada pelo passivo circulante. Por isso, quando o índice aumenta, a rentabilidade aumenta. Isso ocorre porque a empresa usa mais financiamento através de passivo circulante (financiamento de curto prazo) e menos financiamento de longo prazo (passivo não circulante), afinal o passivo circulante é mais barato do que o passivo não circulante, porque o passivo circulante só possui uma conta que paga juros que é o empréstimo bancário de curto prazo, sobre as demais contas não há incidência de juros. orçamento de Caixa O orçamento de caixa é uma ferramenta muito importante para fazer o planejamento financeiro de curto prazo, com o prazo máximo de um ano. Ele auxilia na gestão do capital circulante líquido da empresa. O orçamento de caixa é um demonstrativo que apresenta o fluxo das entradas e saídas projetadas de caixa da empresa, utilizado para estimar suas necessidades e sobras de caixa. As principais razões para utilização do orçamento de caixa são: fazer um planejamento para levantamentos de empréstimos bancários, planejamento para liquidação de dívidas, planejamento para o eficiente uso do caixa como: aplicações excedentes, pagamentos com descontos e busca de recursos mais baratos e com antecedência, entre outros. 6 Essa ferramenta é bastante utilizada pelo setor financeiro das empresas para programar seus pagamentos, projetar os recebimentos e até mesmo projetar o capital necessário para fazer os investimentos da empresa. Vamos fazer um orçamento de caixa para a empresa M&M Company LTDA., para verificarmos como anda o saldo de caixa dessa empresa. Faremos o Orçamento de Caixa dos meses de Janeiro até Abril. Sabendo que o saldo final de caixa de Dezembro foi de R$ 50.000,00. Diante do orçamento de caixa da M&M Company LTDA., verificamos que a empresa passou os meses de Janeiro e Fevereiro com um saldo final de caixa positivo, porém nos meses de Março e Abril terminou com saldo final de caixa negativo, precisando recorrer a empréstimos bancários. Ciclo de conversão de Caixa Vamos entender agora o ciclo de conversão de caixa de uma empresa, pois esse ciclo é essencial para a administração financeira de curto prazo. Para isso, você precisará do conhecimento que você adquiriu ao ler o livro “Princípios de Administração Financeira”, do autor Lawrence J. Gitman, da página 548 a página 550. 7 Ao ler as páginas recomendadas, você viu falar de um ciclo muito relevante para nossa análise do ciclo de conversão de caixa, que foi o Ciclo operacional (CO). Logo, o Ciclo Operacional (CO) de uma empresa é o período de tempo que vai do começo do processo de produção até o recebimento de caixa resultante da venda de produto acabado. Esse ciclo abrange duas contas do ativo circulante: o estoque e as duplicatas a receber. Podemos calcular o Ciclo Operacional (CO) através do somatório da idade média do estoque (IME) e o prazo médio de recebimento (PMR). Pode-se calcular esse ciclo através da seguinte equação: Co = IMe + PMr (Fórmula 2.2.1) Onde: CO = Ciclo Operacional IME = Idade Média do Estoque PMR = Prazo Médio de Recebimento Porém, o processo de produção e venda de produtos também envolve a compra a prazo de matéria-prima para produzir tais produtos, e esse processo resulta em contas a pagar a fornecedores. E esta conta a pagar aos fornecedores que corresponde ao prazo médio de pagamento (PMP) reduz o número de dias de recursos de uma empresa comprometidos com o ciclo operacional. Logo, o ciclo operacional menos o prazo médio de pagamento é chamado de Ciclo de Conversão de Caixa (CCC) e representa o prazo pelo qual os recursos da empresa ficam aplicados. O Ciclo de Conversão de Caixa (CCC) pode ser dado pelas seguintes equações: CCC = Co – PMP (Fórmula 2.2.2) CCC = IMe + PMr – PMP Fórmula 2.2.3) Onde: CCC = Ciclo de Conversão de Caixa CO = Ciclo Operacional PMP = Prazo Médio de Pagamento IME = Idade Média do Estoque PMR = Prazo Médio de Recebimento Agora vamos analisar um exemplo prático para verificarmos a aplicação dessas equações? Vamos supor que a empresa M&M Company LTDA., fabricante de produtos de panificação, tem vendas anuais de R$ 100.000,00, o custo das mercadorias vendidas corresponde a 75% das vendas e as compras correspondem a 60% do custo das mercadorias vendidas. 8 A idade média dos estoques (IME) é de 50 dias, o prazo médio de recebimento (PMR) é de 30 dias e o prazo médio de pagamento (PMP) é de 25 dias. Calcule o ciclo de conversão de caixa da M&M Company LTDA., e encontre o total dos recursos investidos pela empresa para manter esse ciclo de conversão de caixa. Considere um ano de 365 dias. E agora como resolveremos essa questão? Vamos primeiramente calcular o ciclo de conversão de caixa. Para isso, vamos substituir as informações na fórmula 2.2.3. CCC = 50 + 30 – 25 = 55 dias Agora vamos calcular o valor dos recursos investidos, mas, antes, vamos encontrar o valor do custo das mercadorias vendidas que corresponde a 75% das vendas, logo o custo das mercadorias vendidas é iguala R$ 75.000,00. Já o valor das compras, que representam as contas a pagar a fornecedores da empresa M&M Company LTDA., correspondem a 60% dos custos das mercadorias vendidas que é igual a R$ 45.000,00 (R$ 75.000,00 x 0,60). Agora que já encontramos os valores necessários, vamos calcular o total dos recursos aplicados pela empresa: Estoques = (75.000 x 50/365) = R$ 10.273,97 (+) Duplicatas a receber = (100.000 x 30/365) = R$ 8.219,18 (-) Contas a pagar a fornecedores = (45.000 x 25/365) = R$ 3.082,19 (=) Total dos recursos aplicados = r$ 15.410,96 Diante do ciclo de conversão de caixa da M&M Company LTDA., que é de 55 dias, a empresa necessita dispor de um total de r$ 15.410,96 para financiar suas operações rotineiras de curto prazo. No próximo tópico, vamos aprender sobre a administração de estoques. Para isso, é preciso que você pare e faça uma leitura no livro-texto de Megliorini da página 92 até a página 96. Para complementar o seu conhecimento sobre o assunto você deverá ir até a biblioteca virtual e fazer a leitura do livro “Princípios de Administração Financeira”, do autor Lawrence J. Gitman, no capítulo 14, página 552 até a página 556. administração de estoques Agora que você já leu as páginas recomendadas, você aprendeu sobre a administração de estoques. O estoque significa dinheiro parado, ou seja, capital “empatado” em produtos que poderiam ser utilizados para outras finalidades. Existem diversos tipos de estoques como: estoques de insumos ou matérias-primas, estoques de produtos em processo, estoques de produtos semiacabados, estoques de produtos acabados, estoques em trânsito (que ainda estão sendo transportados) e estoques em consignação (onde o fornecedor disponibiliza o produto e o cliente só pagará pelo produto quando efetuar a venda do mesmo na data acordada, caso não haja venda do produto, poderá devolvê-lo de acordo com o contrato firmado). 9 E qual a importância de administrar estoques? Pois, como vimos, o estoque representa uma parcela do capital da empresa que está parado com produtos estocados, por isso a posição do administrador financeiro sobre o nível de estoque é mantê-lo baixo para garantir que o dinheiro da empresa seja investido com sabedoria. Porém, existem algumas razões para manter estoques como: melhoram o nível de serviço, incentivam economias na produção, permitem economia de escala nas compras e no transporte, agem como proteção contra aumentos de preço, os estoques protegem a empresa contra incertezas na demanda e no tempo de ressuprimento e servem como segurança contra contingências. Claro que, para área de suprimentos e produção da empresa, é muito interessante manter altos níveis de estoques, pois protegem essas áreas contra eventuais incertezas e permite uma segurança maior para que o produto não falte no mercado e a empresa não perca vendas devido a essa falta de produto. Porém, para área de finanças, é bastante relevante analisar o custo de oportunidade para se comprar produtos para serem estocados ou ter o capital de giro da empresa disponível para investir em outras operações. Você se lembra do conceito de custo de oportunidade que analisamos na unidade II? Não? releMbraNdo O custo de oportunidade pode ser definido como o custo que se tem após renunciar uma oportunidade. Nesse caso, o custo de oportunidade vai servir de base para compararmos se é mais vantajoso fazer estoque ou investir o capital da empresa em outra operação. Vamos supor que a empresa M&M Company LTDA., tenha um capital disponível no valor de R$ 200.000,00. E aí você, administrador financeiro da empresa, terá que decidir entre as seguintes opções: comprar farinha de trigo, que é a principal matéria-prima da sua empresa ou investir o capital da sua empresa no mercado. Sabendo que a farinha de trigo que antes custava R$ 50,00 (o saco) e agora está custando R$ 40,00 (o saco). Considerando o custo de oportunidade de 2% ao mês a juros simples, é preferível investir na compra de farinha ou investir o capital no mercado? Considere o período de um mês e considere que você deverá investir todo dinheiro em uma das opções. E agora qual opção vai fazer com que seu dinheiro gere um retorno maior? Como faremos para resolver essa questão? Já faz ideia? 10 PraTICaNdo Vamos lá, primeiramente vamos analisar a opção de investir o dinheiro no mercado a juros simples. Com isso, teremos: J = 200.000,00 x 2% x 1 = r$ 4.000,00 Ou seja, se investirmos o capital no mercado iremos ganhar quatro mil reais. Agora vamos analisar a opção de comprar farinha: antes a farinha custava R$ 50,00 o saco. Logo antes, compraríamos: Q = 200.000/50 = 4.000 sacos de farinha de trigo. E, agora, iremos comprar: Q = 200.000/40 = 5.000 sacos de farinha de trigo Portanto, estamos comprando 1.000 sacos a mais com esse novo preço da farinha, ou seja, estamos ganhando 1.000 sacos a mais e fazendo uma economia de R$ 10,00 por saco, logo estamos ganhando na compra da farinha um total de 1.000 x R$ 10,00 = R$ 10.000,00. E agora qual opção é mais vantajosa? Lógico que, nesse caso, a compra da farinha está dando um retorno maior do que investir o dinheiro no mercado, pois, com a compra da farinha, estamos ganhando dez mil reais e, se investirmos o dinheiro no mercado, ganharemos quatro mil reais. Agora, vamos analisar as técnicas mais comuns utilizadas pelas empresas para administrar os estoques. sistema abC Muitas empresas utilizam o sistema ABC de estoques para construir a chamada Curva ABC, que classifica seu estoque em três grupos, onde o grupo A compreende 20% dos itens mantidos em estoque, que requerem 80% dos investimentos, ou seja, os produtos que fazem parte do grupo A são os produtos de alto valor e que, por isso, devem ser mantidas menores quantidades em estoque. Existe o grupo B que inclui os itens que requerem o segundo maior investimento desse gênero e o grupo C consiste em grande número de itens que exigem um investimento relativamente pequeno, ou seja, são os produtos que são mantidos em maiores quantidades em estoque, devido ao baixo preço dos produtos desse grupo. Modelo de lote econômico (leQ) Uma das técnicas mais comuns para determinar o tamanho ideal do pedido de itens em estoque é o modelo de lote econômico. Pois esse método considera diversos custos para determinar qual o volume de pedido que minimize o custo total de estoque. O LEC (Lote Econômico de Compra) supõe que os custos relevantes de estoque possam ser divididos em custos de pedido e custos de carregamento. 11 Os custos de pedido incluem os custos administrativos fixos de colocação e recebimentos de pedidos como: o custo de preenchimento de uma ordem de compra, de processamento da documentação resultante, de recebimento de um pedido e de sua conferência com a fatura. Os custos de carregamento ou custos de manutenção de pedidos são os custos variáveis unitários de manutenção de um item em estoque por um determinado prazo e correspondem aos custos de armazenagem, seguro, deterioração e obsolescência, além do custo de oportunidade de investir capital em estoque. Pois os custos de pedido diminuem conforme aumenta o tamanho do pedido, enquanto os custos de carregamento aumentam com o aumento do tamanho dos pedidos. Com isso, temos as seguintes equações para os custos de pedido e custos de carregamento, respectivamente. Custo de Pedido = o x s/Q (Fórmula 2.3.2.1) Custo de Carregamento = C x Q/2 (Fórmula 2.3.2.2) Onde: S = Consumo em unidades por período; O = Custo de pedido, por pedido; C = Custo de carregamento por unidade, por período; Q = Número de unidades do pedido. Logo, o custo total de estoque é dado pela soma do custo do pedido com o custo de carregamento ou custo de manutenção de pedidos. Para calcularmos o custo total do estoque utilizaremos a seguinte equação: Custo Total = (o x s/Q) + (C x Q/2) (Fórmula 2.3.2.3) O Lote econômico de compra (LEC) é definido como a quantidade pedida que minimize a função do custototal, ou seja, esse modelo analisa a compensação entre custos de pedido e custos de carregamento para determinar o tamanho do pedido que minimize o custo total de estoque. O Lote Econômico de Compra (LEC) pode ser calculado através da seguinte equação: (Fórmula 2.3.2.4) Depois que a empresa determinar o seu lote econômico de compra, ela precisa determinar o ponto de emissão de novo pedido, que é quando emitir esse pedido. Esse ponto reflete o número de dias necessários para se emitir e receber um pedido e a utilização diária do item em estoque. Logo, o ponto de emissão de novo pedido é dado pela seguinte equação: Ponto de emissão de novo pedido = dias de prazo X utilização diária (Fórmula 2.3.2.5) 12 PraTICaNdo Agora que já discutimos todos os conceitos sobre Lote Econômico de Compra e sobre Custo total de estoques, vamos aplicar esses conceitos numa questão prática: Suponha que a empresa M&M Company LTDA., utiliza 1.600 unidades de um item ao ano. Seus custos de pedido são de R$ 50,00 por pedido, e o custo de carregamento é de R$ 1,00 por unidade, por ano. Calcule o lote econômico de compra e o custo total para o LEC. Vamos começar calculando o LEC através da equação 2.3.2.4, teremos: Vamos calcular o custo total substituindo os valores na equação 2.3.2.3, com isso teremos: Custo do pedido = R$ 50 x 1600/400 = 50 x 4 = r$ 200,00 Custo de Carregamento = (R$ 1 x 400)/2 = r$ 200,00 Logo, o custo total que é igual ao somatório do custo de pedido com o custo de carregamento, então o custo total da empresa M&M Company LTDA., é igual a: Custo Total = R$ 200,00 + R$ 200,00 = r$ 400,00 Agora, calcule o ponto de emissão do novo pedido, sabendo que são necessários 10 dias para emitir e receber um pedido, e a utilização anual é de 1.600 unidades por ano. Considere o ano de 360 dias. Para encontrarmos o ponto de emissão do novo pedido, precisaremos, primeiramente, encontrar a utilização diária do produto que é de 4,444 (1.600/360 = 4,44 unidades/dia) e agora para calcularmos o ponto de emissão do novo pedido vamos apenas substituir na equação 2.3.2.5, logo teremos: Ponto de emissão do novo pedido = 10 x 4,44 = 44,44 ou 45 unidades sistema Just-in-time Por fim, dentre as técnicas de administração de estoques, temos a filosofia Just-in-time que é uma técnica desenvolvida pelos japoneses, que tem como objetivo dispor da peça necessária, na quantidade necessária e no momento necessário, pois, para lucrar, necessita-se dispor do inventário para satisfazer as demandas imediatas da linha de produção. De acordo com a filosofia Just-In-Time, em cada etapa do processo, produzem-se somente os produtos necessários para a fase posterior, na quantidade e no momento exato em que são demandadas. 13 Para que essa técnica atinja seu objetivo deve haver uma integração entre todos os setores operacionais da empresa, assim como um alinhamento dessa ideia com os fornecedores e as transportadoras, a fim de garantir o cumprimento dos prazos de entrega sem atrasos. Afinal, o objetivo desse sistema é garantir a eficiência na produção. INdICadores fINaNCeIros Caro(a) aluno(a), todos os processos de uma organização devem ser realizados de forma que alcancem um objetivo esperado, por exemplo, espera-se que ao final da linha de produção de uma montadora de automóveis saia um veículo em conformidade com o projetado. Quando se fala em processos financeiros o cenário não poderia ser diferente, espera-se que as atividades sejam desempenhadas de forma segura de tal forma que o resultado previsto/projetado aconteça na prática. vIsITe a PÁGINa Uma das formas mais eficazes de se acompanhar a efetividade dos processos de uma organização é através de indicadores. Sugiro que você faça a leitura do conteúdo a seguir, nele Vicente Falconi, renomado consultor brasileiro aborda importância dos indicadores e das metas para uma empresa. Clique aqui para acessar. Esta leitura é complementar, no entanto, a essência do seu conteúdo poderá ser abordada nos fóruns, questionários e avaliações desta disciplina. Agora que você leu sobre a importância dos indicadores para uma organização, vamos estudar em detalhes os indicadores da área financeira. Eles podem ser classificados em três grupos: • Indicadores de rentabilidade; • Indicadores de estrutura de capital; • Indicadores de liquidez e indicadores de atividade. Vamos entender a diferença entre eles: Indicadores de rentabilidade têm como finalidade comparar o lucro de uma empresa com nível de vendas, seus ativos e capital investido. De forma geral, os indicadores de rentabilidade têm como objetivo mensurar o retorno do capital que foi investido considerando a atividade operacional da empresa. Dentre os indicadores de rentabilidade destacam-se: https://www.falconi.com/flcn_news/so-ganha-o-jogo-quem-acompanha-o-placar/ 14 a) Margem operacional Este indicador determina o percentual do dinheiro de venda que sobrou após a dedução de todas as despesas da receita, excetuando-se o desconto do imposto de renda. Assim, este indicador mede a eficiência da operação da empresa. A margem operacional é calculada da seguinte forma: Margem operacional: Lucro operacional x 100 Receita líquida b) Margem ebITda O acrônimo EBITDA vem do termo inglês “Earning Before Interests, Taxes, Depreciation and Amortization”. É comum que este indicador seja escrito de forma “abrasileirada” através da sigla LAJIDA na qual significa Lucros Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização. Este indicador mede a saúde financeira de uma empresa considerando apenas o que ela gera de receita, tirando deste cálculo os efeitos financeiros e o abatimento de impostos. Segue abaixo um passo a passo para se encontrar o EBITA: Fonte: http://sereduc.com/rpXx3j c) Margem líquida A margem líquida se refere ao percentual de cada real de venda que sobrou após a dedução das despesas, inclusive do imposto de renda. A margem líquida é calculada através da fórmula abaixo: Margem líquida = Lucro líquido x 100 Receita líquida de vendas http://sereduc.com/rpXx3j 15 Assim é possível avaliar o quando cada real de vendas gerou em lucro líquido para a empresa. d) retorno sobre o patrimônio Também chamado de ROE (Return on equity) ou retorno sobre o patrimônio, trata-se de um indicador que mede o quanto do capital investido retornou para o sócio/acionista em forma de lucro. Retorno sobre o patrimônio = Lucro Líquido x 100 Patrimônio Líquido Um dos objetivos deste indicador é avaliar a capacidade de a empresa gerar valor a si utilizando os seus próprios recursos. Assim é possível monitorar a sua estabilidade financeira. Os indicadores de estrutura de capital permitem que o gestor verifique o nível de endividamento da empresa, ou seja, o quanto do capital de terceiros está sendo utilizado, a cobertura de juros e a taxa de retenção destas. a) envididamento total: Um índice elevado de endividamento pode fazer com que a empresa tenha dificuldades de conseguir novos financiamentos, esta situação também impacta na geração de caixa, pois o dinheiro recebido será utilizado para quitar compromissos com terceiros, incluindo-se os juros. Quanto ao endividamento existem duas situações que precisam ser avaliadas: se a empresa recorre a capital de terceiros com a finalidade de complementar o capital próprio, podemos considerar este endividamento como sadio, no entanto, se a empresa recorre a capital de terceiros para quitar outras dívidas trata-se de um endividamento prejudicial à saúde financeira. Como vimos nas unidades anteriores, as taxas de juros encarecem o capital do terceiro, portanto, é necessária uma atenção redobrada em relação aos empréstimos e financiamentos. O endividamento é calculado da seguinte forma: Endividamento = Passivos x 100 Ativos Comovimos anteriormente, o passivo se refere aos valores do passivo circulante, ou seja, contas a pagar a fornecedores, salários, financiamentos, empréstimos, dentre outros. Já o ativo se refere ao ativo circulante, ou seja, os estoques, o valor no caixa da empresa, os saldos das contas bancárias, dentre outros. b) Cobertura de juros: O indicador mede a capacidade de uma empresa quitar os juros de suas dúvidas sem que haja comprometimento da geração de caixa. Este índice aponta o tamanho da dívida de uma empresa, além disto, mostra se ela gera o lucro necessário para cobrir as despesas com pagamentos de juros. 16 Cobertura de juros = EBIT Despesas com juros Onde o EBIT (Earnings Before Interest and Taxes) é o Lucro antes dos juros e tributos. Ele demonstra o lucro operacional, ou seja, avalia a lucratividade da empresa olhando apenas para a sua atividade final. Os indicadores de liquidez medem a capacidade de uma empresa quitar as suas obrigações de curto prazo (sem que haja débitos). Como exemplo de indicadores de liquidez, podemos citar: capital circulante, índice de liquidez corrente, índice de liquidez seca e liquidez geral. Neste contexto trataremos dois indicadores: o de liquidez seca e o de corrente. a) liquidez corrente: Este indicador mostra o quanto uma empresa tem a receber, em curto prazo, em relação às suas obrigações (contas a pagar) neste mesmo período. Trata-se basicamente da relação entre o ativo e o passivo circulante: Liquidez corrente = Ativo Circulante Passivo Circulante Caro (a) aluno(a), se o resultado da operação acima for maior que um, significa que a empresa tem condições de quitar as suas obrigações de curto prazo com folga. Se for igual a um, podemos dizer que os direitos e as obrigações de curto prazo são idênticos. Caso o resultado seja menor que um, identificamos um problema, pois o seu ativo não é suficiente para cumprir com suas obrigações em curto prazo. b) liquidez seca: Assim como a liquidez corrente mostra o quanto que uma empresa tem a receber em um curto espaço de tempo em relação às suas obrigações. A diferença é que o valor do estoque não é considerado neste indacador: Liquidez seca = Ativo Circulante - Estoques Passivo Circulante O estoque pode gerar um tipo de “ruído” quando avaliamos a liquidez de um negócio, isto por que, como vimos no ínicio deste guia de estudos, o estoque representa dinheiro parado em uma empresa. Além disto, apresentam baixa liquidez, pois para que gerem caixa para empresa é necessário que ele passe por toda cadeira produtiva e posteriormente seja comercializado. Assim, a liquidez seca retira do ativo o valor do estoque e apresenta o quanto uma empresa é capaz de quitar suas obrigações em curto prazo sem que para isto, precise do estoque. Por último, e não menos importante, temos os indicadores de atividade. O indicador de atividade mostra a capacidade de várias contas da empresa têm de se transformarem em vendas (caixa). Dentre os indicadores de atividade destacam-se o giro de caixa, o giro de estoques e o período médio de cobrança. Vamos estudar o indicador de giro de estoques. 17 Como vimos anteriormente, o estoque tem seus lados positivos e negativos. Dentre os positivos destaca- se o nível de serviço da empresa e a proteção contra incertezas, contudo, o estoque representa uma parte do capital parado. Diante deste trade off é válido que os gestores tenham informações suficientes para a tomada de decisão, dentre estas informações é necessário avaliar o giro de estoque. O giro de estoque faz a comparação entre a quantidade vendida e o estoque mantido pela empresa.Vamos para um caso prático: Uma empresa que ensaca feijão tem um estoque médio de 100 toneladas, e por ano, são comercializadas 3.000 toneladas. Para encontrar o giro de estoque desta empresa basta dividirmos as 3.000 toneladas por 100, assim encontramos que há 30 giros no ano. O numeral 30 representa a quantidade de vezes em que houve a renovação do estoque em um período de tempo. Neste caso, temos que o estoque foi reabastecido trinta vezes no ano. Com este resultado, o gestor pode comparar com a média praticada no setor (benchmark) e avaliar sua performance. Para resuMIr Para concluirmos o assunto da Unidade IV, vamos recapitular os principais conceitos vistos nesta unidade. Pois nela aprendemos a administrar o capital de giro de curto prazo. Aprendemos como calcular o capital de giro líquido, que é uma ferramenta relevante que evidencia a parte do ativo circulante que não está comprometida com o passivo circulante. Vimos, ainda, como calcular o ciclo de conversão de caixa para encontrarmos quantos dias a empresa necessita manter recursos para financiar suas operações rotineiras de curto prazo. Aprendemos sobre as principais técnicas de administração de estoques como o sistema ABC, o modelo de lote econômico (LEC) e a filosofia Just-in-time. Afinal, o estoque é o capital parado que deveria está sendo utilizado para financiar outras operações da empresa. Por isso, a relevância do administrador financeiro de aprender algumas técnicas para administrar os estoques, com intuito de cumprir seu objetivo de maximizar a lucratividade da empresa. Posteriormente, você estudou os principais indicadores financeiros levando em consideração os grupos de indicadores de rentabilidade, indicadores de estrutura de capital, indicadores de liquidez e indicadores de atividade. Viu também que tais indicadores servem de parâmetro para que os gestores tomem decisões na organização. 18 Palavra fINal Caro(a) aluno(a)! Com o conteúdo dessa unidade, finalizamos o nosso conhecimento sobre gestão financeira. Agora, você já tem uma boa noção dos objetivos da área de finanças nas empresas, assim como já conhece alguns de seus principais conceitos: Conceitos de risco, retorno e custo de oportunidade, financiamentos e investimentos de curto e de longo prazo. Desejo sucesso em sua jornada acadêmica e espero que os conhecimentos adquiridos ao longo desta disciplina sejam-lhe úteis em sua trajetória profissional. Recomendo que você continue desenvolvendo seus conhecimentos em gestão financeira, leia com aten- ção os livros disponíveis no ambiente virtual, faça com atenção as atividades avaliativas que estão no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) e assista as videoaulas. Caso tenha alguma dificuldade de entendimento, consulte seu tutor, ele irá direcionar o seu processo de aprendizado e esclarecer suas dúvidas. Foi um imenso prazer estar com você ao longo desta disciplina. Bons estudos e sucesso! Gestão Financeira UNIDADE 3 1 Palavras do Professor Prezado(a) aluno(a), Nessa unidade da disciplina de Gestão Financeira, daremos continuidade falando sobre as decisões de investimento de longo prazo. Pois, agora que você já aprendeu sobre a relevância de uma boa gestão financeira nas empresas, sabe os conceitos importantes da área de finanças como o conceito de inflação, juros, balanço patrimonial, demonstração de resultado do exercício e o papel do gestor financeiro. Abordaremos a seguir um assunto muito interessante, não só para uma gestão financeira das empresas, mas também para a sua vida pessoal e para que você possa saber investir o seu dinheiro em projetos que lhe tragam bons retornos financeiros. Trata-se da decisão em relação aos investimentos de longo prazo. Para que você entenda o que será tratado nessa unidade, será preciso que você pare para fazer uma leitura no livro-texto de administração financeira do autor Megliorini, que está disponível na Biblioteca Virtual. Por enquanto, é preciso que você leia a Unidade III do livro-texto de administração financeira, da página 55 a 57. Agora que você já fez a leitura das páginas recomendadas, você já tem uma noção do assunto que abordaremos nessa unidade. Pois vamos aprender sobre como to- mar a decisão corretasobre investimentos de capital. Vamos começar? Bons estudos! Para início de conversa Os empresários estão sempre buscando investir para tentar aumentar o capital de suas empresas. Mas, para que eles tomem decisões corretas, é necessário conhecer bem esses investimentos, analisar o risco e o retorno que eles trazem e escolher entre as diversas alternativas de investimentos o projeto que apresente um maior retorno financeiro para a empresa. Existem várias técnicas que utilizadas em conjunto, nos permitem escolher a melhor alternativa de investimento. Iremos abordá-las aqui e discutirmos as vantagens e desvantagens que cada uma dessas técnicas oferece para fazermos a melhor escolha entre as alternativas de investimentos. A princípio é necessário que você conheça o significado da palavra investimento. Investir significa aplicar um recurso que pode ser, título ou dinheiro, com a expectativa de recebimento de um valor futuro que compense tal investimento. É importante destacar que o investimento pode ser classificado em dois tipos, investimento bruto e investimento líquido. 2 O investimento bruto corresponde ao capital aplicado em bens de capital. Os bens de capital são bens utilizados para a produção de outros bens, por exemplo, a aquisição de uma nova máquina, matéria prima de estoque e qualquer outro instrumento diretamente relacionado à produção. É válido destacar que os bens adquiridos, com o passar do tempo e o uso se desgastam, esse “envelhecimento” recebe o nome de depreciação. Já o investimento líquido exclui os gastos com manutenção e reposição de peças e a depreciação dos equipamentos das instalações. Desta forma, se quisermos saber o valor líquido de um investimento, basta subtrair do investimento bruto o valor gasto com a manutenção, reposição de peças e a depreciação deste item. É válido destacar que todo o investimento tem um risco, compete ao investidor optar por aquele que oferece maiores possibilidades de retorno e menores riscos. Vamos estudar mais a frente como o administrador financeiro pode investir sem prejudicar a saúde financeira da organização. orÇaMenTo de caPiTal O orçamento de capital é o estudo dos investimentos de longo prazo e seu retorno, sempre confrontando com o custo de capital – custo de oportunidade. O custo de oportunidade pode ser definido como o custo que se tem após renunciar uma oportunidade. Vamos contextualizar este conceito, imagine que um empresário deseja investir R$ 200.000,00 em um ativo para a sua organização, no entanto, está em dúvida se compra três carros ou uma obra de arte. Caso ele opte em comprar os veículos, terá que abrir mão da obra de arte e assim, vice-versa. Outro conceito importante neste processo de escolha é o trade-off, esta expressão escrita na língua inglesa se refere como uma relação do tipo “perde-e-ganha” e está associada ao conflito que se tem ao fazer uma escolha. Nesta linha de raciocínio, fica implícito que o processo de tomada de decisão, especialmente quando se fala em investimentos, está baseado no entendimento dos lados bons e ruins das escolhas efetuadas. O orçamento consiste na seleção de projetos aprovados e a quantificação de recursos a serem alocados. O orçamento de capital apresenta como características: o impacto de suas decisões é de longo prazo, o risco envolvido é alto, há grande dificuldade em se conhecer o momento adequado do investimento, o orçamento de capital proporciona maior racionalidade à decisão de investimento e pode melhorar a decisão de financiamento. Pois as decisões de investimento de capital envolvem a avaliação e seleção de pro- postas de investimentos de recursos financeiros por um prazo superior a um ano, com o objetivo de propiciar retorno aos proprietários desse capital. Ao fazermos a avaliação do orçamento de capital, deveremos considerar dois fatores como: a estimativa de fluxo de caixa livre de cada projeto e a determinação de qual custo de capital deve ser considerado para descontar esses fluxos, tendo em vista que o custo de capital é afetado pelo risco dos negócios e pelo risco financeiro de cada projeto. 3 O custo de capital é o retorno mínimo exigido de um novo investimento, é a taxa de retorno que uma empresa deve pagar aos investidores a fim de induzi-los a comprar ações, debêntures e outros papéis que a empresa possa emitir. O retorno exigido pelos investidores, no caso de capital próprio, ou pelos intermediários financeiros, no caso de capital de terceiros, determina o custo do capital da empresa. Esse custo de capital será muito utilizado nessa unidade, pois ele pode aparecer com o nome de custo de capital, ou como custo de oportunidade ou também como Taxa Mínima de Atratividade (TMA), todos representando um verdadeiro termômetro para nós analisarmos entre as diferentes alternativas de capital e escolhermos o investimento de capital que apresente o maior retorno para os investidores. Guarde essa ideia! O orçamento é o plano financeiro de uma empresa. Sua função é criar marcos financeiros para que a estratégia empresarial seja implementada. Nele devem estar descritas as prioridades da alta direção para o ciclo financeiro no qual está sendo planejado. Além disso, o orçamento constitui-se como uma ferramenta de controle no qual deve ser utilizado como parâmetro pelos gestores, em especial pelo administrador financeiro, a fim de monitorar o desempenho financeiro da organização. Para darmos continuidade a nossa conversa sobre orçamento de capital, será neces- sário que você pare e pegue seu livro-texto de Megliorini e faça a leitura da página 58 até a página 61. Nessas páginas você irá aprender sobre uma ferramenta muito importante para análise de investimentos, que é o fluxo de caixa. leiTura coMPleMenTar Caro(a) aluno(a), caso você tenha interesse em aprofundar os seus conhecimentos em Orçamento Empresarial, recomendo que você adquira o livro “Orçamento Empresarial: Planejamento e Controle Gerencial” do autor Fábio Frezatti. Neste livro da editora Atlas, o autor mostra em detalhes a importância do controle orçamentário e o uso do orçamento de maneira estratégica nas organizações. Informo que trata-se de uma leitura complementar cujo conteúdo não será abordado nas avaliações, questionários e fóruns desta disciplina. fluxo de caixa O fluxo de caixa é uma ferramenta bastante utilizada na avaliação de investimentos, pois essa demonstração financeira apresenta uma estrutura que permite fazer pro- jeções do lucro que a empresa terá com os investimentos e, assim, poder calcular a viabilidade do projeto de investimento. 4 Para elaborarmos o fluxo de caixa da empresa, precisaremos conhecer o valor do investimento inicial, ou seja, o valor do dinheiro para fazer o investimento que pode ser, por exemplo, a compra de uma máquina ou de um veículo precisa saber o valor das entradas de caixas líquidas, que correspondem às receitas que o projeto propor- cionará deduzido dos custos e despesas operacionais, e o fluxo de caixa residual, que corresponde ao valor residual do projeto gerado pela receita líquida da empresa pela venda do ativo ao final de sua vida útil do projeto. você sabia? O fluxo de caixa é mais um instrumento da gestão financeira no qual projeta olhando para o futuro as entradas e saídas de recursos financeiros de uma organização. Assim, é possível “prever” como será o saldo de caixa para o período futuro projetado neste instrumento. Além disto, o fluxo de caixa é uma ferramenta fácil de ser elaborada e proporciona um “norte” aos gestores em relação aos investimentos futuros. Agora que você aprendeu sobre o conceito do fluxo de caixa, vamos estudá-lo aplicando na prática. PraTicando Para vermos se você entendeu o que foi discutido sobre fluxo de caixa, vamos imaginar a seguinte situação: a empresa Alfa LTDA está pensando em ampliar seus negócios em um novo mercado e, para isso, necessita criar um novo produto, cujo projeto terá uma vida útil de cinco anos, mas, paratanto é necessário fazer investimentos como: a compra de uma máquina no valor de R$ 100.000,00 (Cem mil reais) e não haverá venda de nenhum ativo antigo, já que não se trata de substituição de equipamento. A empresa investirá também o valor de R$ 40.000,00 (quarenta mil reais) para ampliar o capital de giro da empresa, referentes ao investimento em estoque de materiais e duplicatas a receber. Sabendo que a fonte de capital para efetuar tais investimentos será totalmente de capital próprio e que a depreciação anual será no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais). Foi feita uma estimativa do valor das receitas proporcionadas pelo novo produto nos próximos cinco anos, assim como as previsões de todos os custos de fabricação que serão apresentados nas tabelas a seguir. Estima-se também que com a venda da máquina adquirida para a fabricação desse novo produto que após cinco anos de uso, seja gerada uma receita líquida, descontando o imposto de renda (IR) de R$ 50.000,00 (Cinquenta mil reais). Vamos agora montar o fluxo de caixa para essa empresa Alfa LTDA. ??? 5 Para calcularmos o fluxo de caixa do novo projeto da empresa Alfa LTDA, vamos inse- rir as informações na tabela a seguir e lembrando que a alíquota de Imposto de Renda considerada nessa questão será de 30%, conforme apresentado na planilha de fluxo de caixa a seguir: 3 6 Agora que já encontramos o fluxo de caixa do projeto da empresa Alfa, vamos continu- ar nossa viagem no mundo das finanças e aprender sobre como faremos para avaliar a viabilidade desse projeto de inves- timento. Para que você continue avançando no conhecimento sobre o assunto de análise de investimentos em longo prazo, é necessário que você pare por alguns instantes e pegue seu livro texto de Megliorini e faça uma breve leitura da página 62 até a página 63 para que você aprenda sobre os tipos de projetos de investimentos existentes. TiPos de ProJeTos Para analisar os projetos de investimentos é necessário entender que existem dife- rentes tipos de projetos: • Projetos independentes são aqueles que concorrem entre si na disputa de um montante limitado de recursos, onde serão selecionados àqueles que economicamente forem mais atraentes; • Projetos mutuamente excludentes são aqueles que possuem a mesma finalidade ou atendem ao mesmo objetivo, onde a aprovação de um eliminará automaticamente os demais; • Projetos contingentes são aqueles que dependem da aprovação de outros ou cujos resultados são afetados por outros projetos. Logo mais vamos aprender como avaliar os projetos mutuamente excludentes, mas antes vamos aprender sobre as técnicas de avaliação de investimentos. Técnicas de avaliação de projetos de investimentos Existem diferentes técnicas de avaliação de projetos de investimentos para que as empresas tomem a decisão correta em relação aos investimentos a serem realizados. São muitos os métodos para avaliação de projetos, pois existe aquele que auxilia a encontrar o tempo necessário para que o projeto comece a dar retorno, que é o cha- mado Payback (tempo de retorno), e também existem outros métodos que consideram o fluxo de caixa descontado como o Valor Presente Líquido (VPL) ou a Taxa Interna de Retorno (TIR). Para cada um desses métodos é necessário conhecer também a Taxa Mínima de Atratividade (TMA) do projeto, que é uma taxa mínima de retorno exigida pelos in- vestidores do projeto e que serve de base de comparação para avaliar os projetos de investimentos. Mas, para que você possa entender melhor os assuntos que serão tratados no próxi- mo tópico, é preciso que você pare e faça uma leitura no livro-texto de Megliorini, da página 63 até a página 73. 7 acesse o aMbienTe virTual Para complementar o seu conhecimento sobre o assunto, você deverá ir até a biblioteca virtual e fazer a leitura do livro de “Princípios de Administração Financeira” do autor Lawrence J. Gitman, no capítulo 9, da página 366 até a página 373. Payback simples ou Tempo de retorno (Tr) O Payback Simples permite fazer uma análise do prazo de recuperação do capital investido, sem remuneração. Ou seja, ele calcula o prazo de retorno do investimento, permite-nos calcular em quanto tempo o investimento realizado será pago. Vamos ver como isso funciona na prática? Vamos calcular o payback simples dos fluxos de caixa líquido a seguir: Logo, de acordo com o quadro acima, vemos que, de acordo com fluxo de caixa acu- mulado o projeto começou a dar retorno entre os anos dois e três, vamos encontrar o prazo certo de retorno desse investimento. Payback Simples = 2 anos e 50/400 = 0,125, ou seja, 2,125 anos. Para transformarmos esse valor em meses e em dias, faremos uma regra de três sim- ples, pois essa fração de anos de 0,125 será multiplicada por 12, considerando que um ano tem doze meses, onde encontraremos 1,50 meses, e, para encontramos em dias, pegaremos a fração de 0,50 que sobrou e multiplicaremos por trinta, consideran- do que um mês tem trinta dias, logo o payback simples desse projeto é de 2 anos, um mês e quinze dias. Para resuMir Caro(a) aluno(a), vimos na primeira unidade como fazer o cálculo da regra de três simples. Caso você tenha dificuldades, recomendo que você releia o primeiro guia no tópico que aborda a matemática elementar. Payback Simples = 2 anos, 1 mês e 15 dias. 8 O Payback Simples apresenta como vantagens ser uma técnica fácil de entender, é conservador em favor da liquidez e leva em consideração a incerteza no tocante a pe- ríodos mais longínquos. Porém o Payback Simples apresenta como desvantagens, o fato de não levar em consideração o custo do dinheiro no tempo, exige um período de retorno arbitrário para poder fazer a comparação para decidir, tende a rejeitar projetos de longo prazo de maturação e despreza o benefício dos fluxos de caixa posteriores. Essa técnica recebe muitas críticas, principalmente pelo fato de não levar em consi- deração o custo do dinheiro no tempo, ou seja, não foi utilizada nenhuma taxa mínima de atratividade para descontar o fluxo de caixa, por isso, para tentar corrigir essa dis- torção do payback simples, foi criado o payback descontado. Payback descontado O Payback Descontado apresenta como vantagens o fato de procurar corrigir o efeito do custo do dinheiro no tempo, quando comparado ao payback simples, é conserva- dor em favor da liquidez e leva em consideração a incerteza no tocante a períodos mais longínquos. Porém, o Payback Descontado apresenta como desvantagens o fato de exigir um período de retorno arbitrário para poder fazer a comparação ao decidir, tende a rejeitar projetos de longo prazo de maturação e despreza o benefício dos fluxos de caixa posteriores. Para calcular o Payback Descontado, é necessário encontrar o valor presente de cada fluxo de caixa, de acordo com a taxa mínima de atratividade (TMA) do projeto. Para descontar o fluxo de caixa deveremos utilizar a fórmula do valor presente: (Fórmula 2.3.2.1) Onde: VP = valor presente do fluxo de caixa de cada período descontado para a data do investimento inicial; VF = valor futuro, que corresponde ao valor do fluxo de caixa de cada período; i = taxa mínima de atratividade ou taxa de desconto do projeto; n = número de períodos do projeto. Vamos continuar calculando o payback descontado do fluxo de caixa da sessão ante- rior e vamos considerar uma taxa mínima de atratividade de 10% ao ano. 9 Logo, de acordo com o quadro acima, vemos que segundo o fluxo de caixa acumula- do, o projeto começou a dar retorno entre o ano dois e três, vamos encontrar o prazo certo de retorno desse investimento. Payback Descontado = 2 anos e 111,57/300,53 = 0,37, ou seja, 2,37 anos. Para transformarmos esse valor em meses e em dias, faremos uma regra de três sim- ples, pois essa fração de anos de 0,37 será multiplicada por 12, considerando que um ano tem doze meses, onde encontraremos 4,44 meses, e, para encontrarmos em dias, pegaremos a fração de 0,44 que sobrou e multiplicaremos por trinta,considerando que um mês tem trinta dias, logo o payback descontado desse projeto é de 2 anos, quatro meses e treze dias. Payback Descontado = 2 anos, 4 meses e 13 dias. Para resuMir Com isso, vemos que o payback descontado apresentou um tempo de retorno maior do que o payback simples, porém, embora tenha corrigido a miopia financeira causa- da pelo payback simples que não leva em consideração o valor do dinheiro no tempo, essa técnica ainda apresenta a desvantagem de não ter uma base de comparação para saber qual o tempo correto do projeto, além de punir projetos que apresentem um tempo de maturação maior e também não avalia o que ocorre depois que o inves- timento foi pago. Por isso, vamos continuar analisando outras técnicas que buscam corrigir essas distorções do payback e que são consistentes e mais bem vistas no mundo financeiro para avaliação de investimentos. valor Presente líquido (vPl) O Valor Presente Líquido (VPL) é o valor presente do fluxo de caixa livre do projeto, descontado ao custo de capital da empresa. O valor presente Líquido (VPL) é dado pela seguinte equação: (Fórmula 2.3.3.1) 10 Onde: VPL = valor presente líquido; I = investimento inicial realizado no ano zero; FCt = Fluxo de caixa líquido de cada período; i = taxa mínima de atratividade ou taxa de desconto do projeto; t = número de períodos do projeto. Os critérios de avaliação do Valor Presente Líquido (VPL) são: caso ele seja maior do que zero, o projeto é viável, pois apresenta um retorno maior do que o custo de capital; Caso ele seja menor do que zero, o projeto é inviável, pois apresenta um retorno menor do que o custo de capital; e caso ele seja igual a zero é indiferente, pois ficará a critério do investidor a escolha, já que o projeto não apresenta nem lucro nem prejuízo. Vamos calcular o valor presente líquido (VPL) do fluxo de caixa apresentado acima e verificar se o projeto é viável ou não. Para fazermos isso, vamos colocar os valores do fluxo de caixa na fórmula 2.3.3.1. Logo, o projeto é viável, pois apresenta um valor presente líquido maior do que zero no valor de Cento e oitenta e oito reais e noventa e seis centavos (R$ 188,96). Outra forma de encontrar o Valor presente líquido (VPL) é utilizando a calculadora financeira HP 12C e você só precisa seguir os seguintes passos: primeiro você vai limpar toda memória da sua calculadora e depois inserir cada um dos valores dados e apertando as teclas solicitadas a seguir: 500 [CHS] [g] [CFo] 200 [g] [CFj] 250 [g] [CFj] 400 [g] [CFj] 10 [i] f [NPV] Quando você inserir todos os dados e apertar as teclas f [NPV] na HP 12C, você encontrará o Valor presente Líquido do projeto no mesmo valor que calculamos na fórmula acima. É muito simples de encontrar o VPL utilizando a calculadora financeira. Vamos lá! Agora é sua vez, pegue a sua calculadora e tente calcular o VPL do projeto acima. As vantagens do Valor Presente Líquido (VPL) são: é uma ferramenta consistente matematicamente, leva em consideração o valor do dinheiro no tempo e apresenta um valor em espécie. As desvantagens do Valor Presente Líquido (VPL) são: existe uma dificuldade de identificação da taxa de desconto e as formas existentes de se obter a verdadeira taxa de desconto são complexas. 11 Taxa interna de retorno (Tir) A taxa interna de Retorno (TIR) é uma taxa implícita a polinômios de grau “n” capaz de zerar o Valor Presente Líquido (VPL). A Taxa Interna de Retorno (TIR) corresponde à rentabilidade auferida com a operação. O critério de decisão da Taxa Interna de Retorno (TIR) consiste em: caso a Taxa Interna de Retorno (TIR) seja maior do que a Taxa Mínima de atratividade (TMA), o projeto é viável; caso a Taxa Interna de Retorno (TIR) seja menor que a Taxa Mínima de Atratividade (TMA), o projeto é inviável; e caso a Taxa Interna de Retorno (TIR) seja igual à Taxa Mínima de Atratividade (TMA), a decisão é indiferente e fica a critério do investidor. A Taxa Interna de Retorno (TIR) pode ser calculada pelo método de tentativa e erro conforme foi apresentado no livro texto de Megliorini, mas é uma forma muito comple- xa para encontrar essa taxa. Por isso, é interessante utilizar a calculadora financeira HP 12 C e seguir os seguintes passos para encontrar o valor da TIR do projeto estu- dado acima: 500 [CHS] [g] [CFo] 200 [g] [CFj] 250 [g] [CFj] 400 [g] [CFj] 10 [i] f [IRR] Quando você inserir todos os dados e apertar as teclas f [IRR] na HP 12C, você en- contrará a Taxa Interna de Retorno (TIR) do projeto no valor de 27,95%, o que significa que o projeto é viável, porque a TIR do projeto no valor de 27,95% é maior do que a Taxa Mínima de Atratividade, que é de 10%. A Taxa Interna de Retorno (TIR) apresenta como vantagens ter uma boa relação com o Valor Presente Líquido (VPL) e, normalmente, levar a decisões idênticas e também é fácil de entender e transmitir, quando se conhece o Valor Presente Líquido (VPL). Porém apresenta como desvantagens o fato de poder apresentar multiplicidade de Taxa Interna de Retorno (TIR) para casos de fluxos de caixa que alternem o sinal e em decisões de projetos de investimentos mutuamente excludentes podem conduzir a decisões equivocadas. Nesse projeto que estamos analisando, o VPL e a TIR levaram a decisões idênticas, pois ambos apontaram que o projeto é viável, uma vez que apresenta um VPL maior do que zero e uma TIR maior do que a TMA. Porém existem casos como, por exemplo, com os projetos mutuamente excludentes que tais técnicas levam a decisões diferentes. Vamos tratar desse assunto na próxima sessão. avaliaÇÃo de ProJeTos MuTuaMenTe eXcludenTes Os projetos mutuamente excludentes são projetos cujas restrições orçamentárias ou de localização impõem que se aceite um em detrimento do outro como, por exemplo, construir num dado terreno um posto de combustíveis ou uma escola. 12 Nesses projetos nem sempre aquele que apresenta a maior TIR é o melhor. Na verdade, deve-se parar para analisar o que deve ser feito com a parte do recurso não investido em um dos projetos. Vamos supor que um investidor que possui um custo de capital de 8% ao ano tem, em carteira, dois projetos de investimento que visam reduzir custos de produção: o pro- jeto A requer um investimento inicial de R$ 10.000 e ele gera uma redução de custos no valor de R$ 3.000,00, durante 5 anos, sem valor residual; e o projeto B requer um investimento inicial de R$ 20.000 e ele gera uma redução de custos no valor de R$ 5.550,00, durante 5 anos, sem valor residual. E agora qual projeto deverá ser aceito o projeto A ou o projeto B? Para começarmos a análise, vamos calcular o Valor presente Líquido (VPL) e a Taxa interna de Retorno (TIR) de cada um dos projetos. Ao calcularmos o VPL e a TIR na calculadora Financeira HP 12C, deparamo- nos com a seguinte situação: E agora, vemos pelo quadro acima que ambos os projetos são viáveis, pois apresen- tam o VPL maior do que Zero e a TIR maior do que a taxa de desconto. Mas qual deles deverá ser escolhido? O projeto A apresenta uma Taxa Interna de Retorno maior do que o projeto B, porém o projeto B apresenta um Valor presente Líquido maior. O projeto B deve ser aceito, pois é o projeto que possui maior VPL. Pois o Valor pre- sente Líquido, de acordo com Gitman (2010, p. 378), em termos puramente teóricos, o VPL é a melhor abordagem ao orçamento de capital. Pois, o uso do VPL pressupõe de forma implícita que quaisquer entradas de caixa intermediárias geradas por um investimento sejam reinvestidas ao custo de capital da empresa. Além de que a TIR pode levar a decisões errôneas em casos de projetos mutuamente excludentes. 13 Para que tenhamos certeza de que o Projeto B deverá ser aceito, vamos fazer o chamado fluxo de caixa do projeto incremental. Pois o projeto incremental é a diferença entre o maior e o menor valor de projeto. Nesse caso, seria a diferença entre o projeto B e o projeto A. Com isso, estamos avaliando se aceitássemos a hipótese de investir no projeto menor(projeto A), o que aconteceria com o restante do capital? Caso o fluxo de caixa do projeto incremental apresente um VPL maior do que zero e uma TIR maior do que a TMA, isso confirma a hipótese de que o projeto B é o projeto que deverá ser aceito. E agora vamos verificar se a nossa hipótese está correta? Com isso, comprovamos a hipótese de que o Projeto B é o projeto que deve ser acei- to, pois ele apresenta maior VPL e o fluxo de caixa do projeto incremental apresenta um VPL maior do que uma TIR maior do que a Taxa Mínima de Atratividade (TMA), que é de 8%. 14 Palavra final Caro(a) aluno(a), Assim concluímos a terceira unidade da nossa disciplina. Espero que você tenha assimilado os conhecimentos repassados através deste guia de estudos. Oriento que você também leia com atenção o seu livro-texto, disponível no seu ambiente virtual. Além disto, assista as videoaulas com bastante atenção. Agora, você deve ir ao Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) e realizar as atividades referentes ao conteúdo aprendido nesta unidade. Tenho certeza que terá um excelente desempenho na avaliação. Lembre-se: Caso tenha alguma dificuldade de entendimento, consulte seu tutor, ele irá direcionar o seu processo de aprendizado e esclarecer suas dúvidas. Na Unidade IV, iremos estudar em detalhes o capital de giro. Nos encontramos na próxima unidade. Até lá! Gestão Financeira UNIDADE 2 1 Palavras do Professor Prezado(a) aluno(a), Na unidade anterior você estudou sobre a origem do dinheiro e sua importância em uma sociedade, além disto, aprendeu a diferença entre os juros simples e compostos, a inflação considerando seus tipos e a importância da educação financeira no âmbito pessoal. A partir destes conceitos introdutórios, daremos início ao segundo guia de estudo. Espero que você tenha assimilado todo o conhecimento da primeira unidade, caso contrário, recomendo que você refaça a leitura do guia de estudos e do livro-texto, complemente sua revisão assistindo novamente à videoaula. Nesta unidade, trataremos a Administração Financeira sob a perspectiva empresarial. Dentre os assuntos que serão abordados estão a configuração do Sistema Financeiro Nacional, a lógica de dois documentos contábeis (o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício - DRE), a estrutura e custo de capital. Estes assuntos são primordiais para que possamos cumprir o nosso objetivo de conhecermos as aplica- ções da área de finanças em uma empresa. Para que você entenda o que será tratado nesta unidade, será preciso que você pare para fazer uma leitu- ra no livro-texto de Administração Financeira do autor Megliorini, disponível na biblioteca virtual. Por en- quanto, é preciso que você leia a Unidade II do livro-texto de Administração Financeira, da página 29 a 32. Agora que você já fez a leitura das páginas recomendadas, já tem uma noção do assunto que aborda- remos na unidade. Pois, vamos aprender como tomar a decisão correta sobre fontes de financiamentos. Essa é a primeira questão que surge quando uma pessoa vai abrir uma empresa, afinal, para abrir uma em- presa, é necessário ter capital para financiar as operações dessa empresa. E como conseguir esse capital? Os empresários podem recorrer aos seus sócios, o que seria chamado de capital próprio, que é o dinheiro advindo dos sócios ou acionistas da empresa, ou seja, dos proprietários da empresa. Ou os empresários poderiam recorrer a empréstimos e financiamentos de fontes externas à empresa, o que seria chamado de capital de terceiros. Ou, de repente, dependendo do custo de cada fonte de capital, eles poderiam fazer uma combinação de cada um dos capitais, próprios e de terceiros, para conseguir financiar suas atividades. Assim, compete ao administrador financeiro avaliar tais opções e verificar aquela que irá proporcionar maior satisfação ao investidor. Vamos começar? Bons estudos! 2 1. sistema financeiro Nacional Caro(a) aluno(a), antes de estudarmos a administração financeira com ênfase nas atividades empresa- riais, é importante que você conheça o Sistema Financeiro Nacional. Com isto, verá que há um conjunto de órgãos que visam a estabilidade econômica do país e a segurança financeira nas operações realizadas por pessoas físicas e jurídicas. Guarde essa ideia! O Sistema Financeiro Nacional é formado por instituições, cujo objetivo é transferir recursos dos agentes econômicos superavitários para os deficitários. O agente superavitário é aquele em que há um superávit, ou seja, aquele que tem o excedente, o lucro. Já o deficitário é o que apresenta um déficit de capital. De forma complementar, também podemos definir o Sistema Financeiro Nacional como o conjunto de ins- tituições que se propõem a gerir a política monetária do Governo Federal. Veja abaixo o que a Constituição Federal do Brasil cita em relação ao Sistema Financeiro Nacional: “Art. 192. O sistema financeiro nacional, estruturado de forma a promover o desenvolvimen- to equilibrado do País e a servir aos interesses da coletividade, em todas as partes que o compõem, abrangendo as cooperativas de crédito, será regulado por leis complementares que disporão, inclusive, sobre a participação do capital estrangeiro nas instituições que o integram.” Fonte: http://sereduc.com/rz3jVD O Sistema Financeiro está dividido em três níveis: órgãos normativos, entidades supervisoras e operadores: a) Órgão normativo - Conselho Monetário Nacional (CMN): É o órgão máximo do Sistema Financeiro Nacional e tem como responsabilidade formular a política da moeda e crédito do nosso país, buscando a estabilidade e o crescimento econômico da nação. Vimos no guia da unidade anterior, a desvalorização da moeda fez com que houvesse sucessivas mudan- ças na nossa moeda e, apenas a partir do Plano Real foi possível alcançar um patamar de equilíbrio da nossa moeda, principalmente na sua equiparação com dólar. Dentre as principais funções do Conselho Monetário Nacional podemos destacar: a) Autorizar a emissão do papel moeda; b) Fixar as diretrizes e normas da política cambial; c) Regulamentar as operações de câmbio; d) Acionar medidas de prevenção e correção de desequilíbrios. Instituição Financeira Agente Superavitário Agente Deficitário http://sereduc.com/rz3jVD 3 O Conselho Monetário Nacional (CMN) é formado pelo Ministro da Fazenda, este é o Presidente do Con- selho; pelo Ministro do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão e pelo Presidente do Banco Central do Brasil (BACEN). b) Órgãos supervisores: - Banco Central (BaCeN): Foi criado em 1964 a partir da Lei 4.595 com a finalidade de ser o principal executor das ações traçadas pelo Conselho Monetário Nacional. Dentre seus objetivos destacam-se: a) Zelar pela liquidez da economia; b) Manter as reservas internacionais em nível adequado; c) Estimular que a população poupe dinheiro; d) Zelar pela estabilidade do sistema financeiro. Vamos “pincelar” alguns termos apresentados: A liquidez citada acima se refere à capacidade de um ativo se transformar em caixa. Vamos a um exemplo prático... O que é mais fácil de se vender, uma barra de ouro ou um prédio de uma fábrica? Você pode se dirigir a uma instituição que compre o ouro e fazer a transação de forma rápida, o mesmo não acontece com a venda de um prédio tendo em vista os trâmites burocráticos e legais da venda. Logo, o ouro tem maior liquidez que o prédio. A poupança é um importante instrumento financeiro a saber que, o dinheiro que as pessoas tomam em- prestado dos bancos são oriundos do dinheiro depositados na poupança, ao estimular a poupança, o BACEN está possibilitando a solidez do sistema financeiro. Em linhas gerais, os objetivos do BACEN são manter a estabilidade do poder de compra da moeda e um sistema financeiro sólido, eficiente e protegendo a sociedade dos altos níveis de inflação. - Comissão de valores Mobiliários (CvM): Trata-se de uma autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda cujo objetivo é disciplinar,fiscalizar e desenvolver o mercado de valores mobiliários. Ela surgiu para defender os interesses do investidor e das instituições no processo de negociação dos seus títulos. Vamos entender importância da Comissão de Valores Mobiliários na prática através do seguinte exemplo: As empresas, visando a aquisição de capital com baixos juros, podem optar em “vender” partes de suas ações para terceiros, possibilitando assim uma capitalização. O processo de venda e aquisição de ações é regulamento pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Logo, as empresas podem optar em captar recursos para financiar suas atividades junto ao público, obter os recursos necessários para realizar suas atividades. 4 diCas A principal função da Comissão de Valores Mobiliário é fiscalizar a emissão e negociação de títulos das empresas de capital aberto, protegendo os interesses dos investidores garantindo a estabilidade no mercado de ações. É imprescindível que você conheça, ao menos dois títulos negociados no mercado de ações, tratam-se das ações e das debêntures. As ações representam uma “fração” do capital social de uma empresa. Para que uma empresa venda suas ações para o público, é necessário que haja a autorização da Comissão de Valores Mobiliários e tornando- -se assim uma companhia de capital aberto. Como a ação é uma “fração” do capital de uma empresa, o dono das ações é considerado sócio dela, podendo ter direito ao voto, participar dos lucros e também arcando com possíveis prejuízos da empresa. Já as debêntures são dívidas, que podem ser de médio e longos prazos. São emitidos por empresas do tipo sociedade anônima que devem ser pagos pela empresa com juros e correção monetária. leitura CoMPleMeNtar Caro(a) aluno(a), o assunto relacionado à Comissão de Valores Mobiliários é bastante rico e extenso. Sugiro que você aprofunde os conhecimentos lendo o conteúdo dispo- nível clicando aqui. O conteúdo deste material não será abordado diretamente nos fóruns, questionários ou avaliações. - superintendência de seguros Privados (suseP): É o órgão responsável pelo mercado de seguro, previdência privada aberta, capitalização e resseguro. Sua missão é: “Regular, supervisionar e fomentar os mercados de seguros, resseguros, previdência com- plementar aberta, capitalização e corretagem, promovendo a inclusão securitária e previ- denciária, bem como a qualidade no atendimento aos consumidores.” Fonte: http://sereduc. com/oGLvc5 Caro(a) aluno(a), através do link acima você pode conhecer a SUSEP em maiores detalhes. - superintendência Nacional de Previdência Complementar (PreviC): Este órgão é responsável por fiscalizar e supervisionar as entidades fechadas de previdência complementar e colocar em prática políticas direcionadas ao regime de previdência complementar. http://www.portaldoinvestidor.gov.br/menu/primeiros_passos/Entendendo_mercado_valores.html http://www.portaldoinvestidor.gov.br/menu/primeiros_passos/Entendendo_mercado_valores.html http://sereduc.com/oGLvc5 http://sereduc.com/oGLvc5 5 Além disto, este órgão apura e juga as infrações cometidas pelas entidades fechadas de previdência complementar, visando maior transparência e confiabilidade nas operações. Caro(a) aluno(a), a previdência complementar é um benefício que proporciona ao trabalhador um seguro previdencial extra, ou seja, além dos rendimentos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) este capital pode trazer maior segurança na aposentadoria, ou em casos de morte, acidente, dentre outros. Esta modalidade de investimento vem sendo cada vez mais adotada pelo brasileiro, principalmente pelo fato dos baixos valores pagos pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). leitura CoMPleMeNtar Acesse o link a seguir. Especialistas dão dicas sobre a previdência privada. Clique aqui para acessar. Esta leitura é complementar e o conteúdo disponível no link não será abordado nos questionários, fóruns ou avaliações. c) entidades operacionais: Nesta categoria se enquadram os bancos comerciais (Banco do Brasil, Banco Nacional de Desenvolvi- mento Econômico e Social – BNDES, Caixa Econômica Federal, dentre outros.), a Bolsa de Mercadorias e Futuros e a Bolsa de Valores. Se encaixam também nesta categoria as resseguradoras, as sociedades seguradoras, as sociedades de capitalização e as entidades abertas de Previdência Complementar. Estas estão supervisionadas pela Superintendência de Seguros Privados (SUSEP). Também estão neste contexto as entidades fechadas de previdência complementar, estas são supervisio- nadas pela Superintendência de Previdência Complementar, a PREVIC na qual você leu no tópico anterior. leitura CoMPleMeNtar Sugiro que você complemente os estudos sobre o Sistema Financeiro Nacional lendo a Lei 4.595/1964 que está disponível clicando aqui. Esta leitura é complementar, contudo o entendimento do seu conteúdo irá auxiliá-lo durante as avalia- ções, questionários e fóruns. Antes de darmos continuidade ao conteúdo deste guia de estudos é importante que você entenda a dife- rença entre a contabilidade gerencial e a financeira: http://economia.estadao.com.br/blogs/no-azul/quando-vale-a-pena-investir-em-previdencia-privada/ http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L4595.htm 6 A contabilidade financeira, também é chamada de contabilidade externa. É aquela responsável por for- necer informações da empresa para os agentes que estão fora dela, tais como fornecedores, bancos, governo, dentre outros. Já a contabilidade gerencial ou contabilidade de custos é considerada como contabilidade interna. É responsável por fornecer informações aos gestores, sócios e empregados orientando assim o processo de tomada de decisão. diCas A contabilidade gerencial não segue orientações legais quanto aos procedimentos to- mados durante a elaboração dos seus documentos. Compete ao gestor determinar os parâmetros para elaboração dos documentos. O mesmo não pode acontecer com os documentos que são elaborados para fins externos, pois o profissional da área contábil necessita seguir as orientações legais. Agora que você entendeu a diferença entre a contabilidade financeira e a gerencial, vamos estudar as duas principais demonstrações contábeis: - Balanço Patrimonial: É a principal demonstração financeira existente nas empresas. Seu objetivo é evidenciar, de forma quantitativa e qualitativa a situação financeira e patrimonial de uma empresa. Uma das principais características desta demonstração é o agrupamento das contas nos grupos: ativo, passivo e patrimônio líquido. O ativo se refere aos bens e direitos de uma empresa, estes são capazes de produzir benefícios econômi- cos à instituição. Os bens podem ser classificados em bens imóveis (terrenos, prédios, etc.), bens tangíveis (se referem aos ativos que podem ser tocados, ou seja, bens materiais tais como veículos, terrenos, móveis, dentre outros) e bens intangíveis (se referem aos ativos que imateriais tais como a marca, uma patente, a localização da fábrica ou do ponto comercial. Ou seja, são itens que agregam valores à empresa, no entanto não é possível tocá-los). Os direitos se referem aos recursos que a entidade deve receber, que irão gerar ganhos. Por exemplo, caso a empresa empreste dinheiro ou tenha algum imóvel alugado a um terceiro, o valor a receber é um direito e constituem parte do seu ativo. Já o passivo se refere às obrigações da empresa com terceiros, tais como compromissos com fornecedo- res, empréstimos bancários, salários dos colaboradores a pagar, energia, impostos, dentre outros. O patrimônio líquido é composto pelos recursos próprios a entidade. O patrimônio líquido é o resultado entre a subtração do ativo com o passivo (bens e direitos - obrigações). No próximo tópico será apresen- tado um exemplo da composição do balanço patrimonial de uma empresa fictícia. 7 leitura CoMPleMeNtar Caro(a) aluno(a), recomendo que você leia atentamente a página 33 do seu livro-texto, nela o Balanço Patrimonial é apresentado com
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