Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
VALVOPATIAS Profa. Patricia F. Trevizan Martinez Valvas Cardíacas Normais Fonte: google imagens Aparelho Valvar Mitral Fonte: google imagens Folhetos valvares Cordas tendíneas Músculos papilares Anel Mitral Definição Doença valvar, cuja etiologia mais frequente é a febre reumática (FR) e a endocardite infecciosa (EI) EI: próteses, cateteres, fios de marca-passo e outros dispositivos invasivos, com maior participação de estafilococos e outros germes agressivos (bacilos gram negativos); endocardite estreptocócica em valva nativa e próteses decorrente de má saúde bucal Estenose (Aórtica, Pulmonar, Mitral ou Tricúspide) Insuficiência (Aórtica, Pulmonar, Mitral ou Tricúspide) Definição Fonte: google imagens Dupla disfunção (doença reumática) Definição insuficiência (regurgitação) estenose Fonte: google imagens Diagnóstico das Valvopatias Anatômico e Funcional Baseado em: - Avaliação Clínica: anamnese e exame físico (ausculta cardíaca) - ECG - Radiograma de tórax - Ecocardiograma com Doppler Estenose Mitral Caracterizada pela resistência ao fluxo sanguíneo transmitral em razão do espessamento e da imobilidade dos folhetos valvares Fonte: google imagens Causas da Estenose Mitral Sequela reumática Anomalias congênitas Doença aórtica senil calcífica Endocardite infecciosa Lúpus Eritematoso Sistêmico Artrite reumatóide Doenças infiltrativas (mucopolissacaridoses) Estados serotoninérgicos (síndrome carcinóide) Classificação da Estenose Mitral Área normal da valva mitral: 4 a 6 cm2 Sintomatologia surge quando área ≤ 2 cm2 Marcadores de mau prognóstico: desenvolvimento de sintomas (dispneia aos esforços, ortopneia e dispneia paroxística noturna), FA e HP* (PSAP > de 80mmHg sobrevida 2,4 anos) * Gradiente intramitral médio em repouso (mmHg) * Pressão média da artéria pulmonar ≥ 25 mmHg Tratamento da Estenose Mitral Farmacológico (alívio dos sintomas) - βbloqueadores ( gradientes e pressões desenvolvidas pelo AE) - Diuréticos (presença de manifestações de congestão pulmonar) - Digitálicos (EM associada à FA - alternativa complementar para controle da frequência ventricular) - Anticoagulação oral plena - com *INR-alvo entre 2,0 e 3,0 (EM associada a evento embólico prévio, trombo em AE ou FA) - Aspirina (ocorrência de evento embólico ou documentação de trombo atrial esquerdo em pacientes adequadamente anticoagulados) * Índice internacional normalizado = medida laboratorial que avalia a via extrínseca da coagulação Intervencionista (não invasivo) - Valvuloplastia Mitral Percutânea por Cateter-Balão (VMCB): o paciente ideal para esta opção terapêutica apresenta os folhetos valvares flexíveis, não calcificados e pouco acometimento subvalvar Tratamento da Estenose Mitral Catéter inserido a partir da veia femoral Fonte: google imagens Intervencionista (invasivo/cirurgias) - Comissurotomia cirúrgica: plástica que permite reconstrução da valva mitral - Substituição valvar: troca da valva nativa por uma prótese valvar (mecânica ou biológica biopróteses) Tratamento da Estenose Mitral Fonte: google imagens Substituídas entre 7 e 15 anos após implantação Uso obrigatório e contínuo de anticoagulantes orais Tratamento da Estenose Mitral Prótese mecânica vs. biológica Indicação Prótese Mecânica Indicação Prótese Biológica • Pacientes com longa expectativa de vida • Pacientes que não podem ou não aceitam fazer uso de anticoagulantes • Pacientes que necessitam de tratamento com anticoagulante pela presença de outros fatores de risco para tromboembolismo • Pacientes com idade igual ou maior que 65 anos • Pacientes com idade inferior a 65 anos com fibrilação atrial de longa duração • Pacientes com idade < 65 anos em ritmo sinusal e que escolhem receber esta prótese por circunstâncias de estilo de vida, após detalhada discussão a respeito dos riscos dos anticoagulantes versus a probabilidade de nova troca valvar futura • Pacientes com insuficiência renal em hemodiálise ou com hipercalcemia • Mulheres em idade fértil Insuficiência Mitral Doença progressiva que leva ao aumento do átrio e ventrículo esquerdos e pode evoluir para disfunção ventricular irreversível, decorrente da regurgitação sanguínea para o átrio esquerdo durante a sístole ventricular Fonte: google imagens Classificação da Insuficiência Mitral Primária: resultante de deformidade estrutural valvar Prolapso Valvar Mitral Endocardite Infecciosa - Causas Febre Reumática Traumas Deformidades congênitas Decorrente de anormalidades nas cordas tendíneas Secundária: relacionada a outra doença cardíaca Isquemia miocárdica (isquemia e disfunção dos mm. papilares) - Causas Disfunção ventricular esquerda do tipo sistólica Cardiomiopatia hipertrófica Classificação da Insuficiência Mitral Quantificação ecocardiográfica da insuficiência valvar mitral Classificação da Insuficiência Mitral * *porção mais estreita do refluxo em sua origem (justaposto ao plano valvar). Quanto mais larga esta porção, mais grave é o refluxo. Farmacológico (IM aguda com repercussão clínica e hemodinâmica) - Vasodilatadores pressões de enchimento ventricular - Diuréticos pós-carga e fração regurgitante - Agentes inotrópicos (Dobutamina) usados quando a regurgitação valvar, associada à disfunção ventricular, determina baixo DC e hipotensão arterial sistêmica Tratamento da Insuficiência Mitral Farmacológico (IM crônica assintomática, geralmente secundária) - βbloqueadores - IECA - Vasodilatadores - Diuréticos - Terapia anticoagulante (quando FA associada), com controle da FC por meio do uso de bloqueadores de canais de cálcio do tipo não diidropiridínicos (diltiazem, verapamil), digoxina, amiodarona ou βbloqueadores Tratamento da Insuficiência Mitral Procedimentos Percutâneos - Técnicas intervencionistas que buscam a correção de insuficiência valvar a partir de procedimentos minimamente invasivos que possibilitam a implantação de determinados dispositivos Fonte: google imagens Tratamento da Insuficiência Mitral Tratamento Cirúrgico - Indicado nos casos de insuficiência mitral importante e sintomática (CF II, III ou IV), com o objetivo de aliviar os sintomas da insuficiência cardíaca e prevenir a insuficiência ventricular irreversível - Plastia mitral - Substituição valvar: troca da valva nativa por uma prótese valvar (mecânica ou biológica biopróteses) Tratamento da Insuficiência Mitral Estenose Aórtica A Estenose Aórtica (EAo) é a obstrução da via de saída do VE pela calcificação das estruturas valvares, associada ou não à fusão das cúspides da valva aórtica Fonte: google imagens Causas e Classificação da Estenose Aórtica Etiologia: congênita, degenerativa ou reumática Área normal da valva aórtica: 2,5 a 3,5 cm2 Sintomatologia surge quando área < 1,5 cm2: angina, síncope, sintomas de IC Importância do Teste de Esforço * Gradiente aórtico médio em repouso (mmHg) Tratamento da Estenose Aórtica Farmacológico (alívio dos sintomas ou ponte para tto cirúrgico) → Não há evidências suficientes que embasem o uso de alguma medicação com o objetivo de retardar a evolução da EAo - Diuréticos - Nitroprussiato de Sódio (em casos de edema agudo pulmão) - Tratamento medicamentoso das condições associadas à EAo (ex.: dislipidemias, Hipertensão Arterial) Valvuloplastia Aórtica por Cateter-Balão - Melhora temporária dos sintomas e do gradiente de pressão transvalvar, alta incidência de reestenose, indicada como medida paliativa ou como ponte para um tratamento definitivo Tratamento da Estenose Aórtica Cateter inserido a partir da artéria femoral Fonte: google imagens Implante de bioprótese por cateter - Realizado em pacientes portadores de EAo importante comindicação cirúrgica, porém com contraindicações ao tratamento cirúrgico convencional Tratamento da Estenose Aórtica Cateter inserido a partir da artéria femoral Fonte: google imagens Tratamento da Estenose Aórtica Cirúrgico - Única terapêutica efetiva a longo prazo no alívio da sobrecarga ventricular esquerda em pacientes com EAo importante - Prótese mecânica - Prótese biológica heteróloga (porcina ou bovina) - Biopróteses sem suporte (stentless) - Homoenxertos aórticos (oriundos de cadáver a fresco ou criopreservado) – prótese biológica homóloga Fonte: google imagens Tratamento da Estenose Aórtica Insuficiência Aórtica A Insuficiência Aórtica caracteriza-se por uma lesão regurgitante da valva aórtica Fonte: google imagens Causas de Insuficiência Aórtica Dilatação idiopática da aorta Anormalidades congênitas (valva bicúspide) Calcificação da valva Doença reumática Endocardite infecciosa Hipertensão arterial sistêmica Degeneração mixomatosa Dissecção da aorta ascendente Síndrome de Marfan (desordem do tecido conjuntivo) Fonte: google imagens Tratamento da Insuficiência Aórtica O aparecimento de sintomas e a redução da função sistólica do VE são os principais fatores de pior prognóstico e embasam o tratamento cirúrgico da IAo Farmacológico (alívio dos sintomas ou ponte para tto cirúrgico, no caso de pacientes sintomáticos) - Vasodilatadores (↓ pós-carga) Cirúrgico: mesmo em pacientes com acentuada redução da função ventricular esquerda, promove ↑ da FE e da sobrevida dos pacientes, sem progressão da insuficiência cardíaca Estenose Tricúspide A Estenose tricúspide consiste na abertura inadequada e diminuída dos folhetos da valva ao longo da diástole ventricular → dificuldade no deflúvio atrioventricular direito Lesão rara e quase sempre de origem reumática Causa hipertrofia do AD com diminuição da sua complacência → ↑ pressão no AD e PVC Fonte: google imagens Manifestações Clínicas da Estenose Tricúspide Fadiga (causada pelo baixo DC) Desconforto decorrente de hepatomegalia, aumento do abdome e anasarca Sensação de aperto no pescoço nos casos de estase jugular grave Recomendações funcionais dependem da associação com estenose mitral Se houver estenose tricúspide isolada e o pacientes estiver assintomático e com bom teste de esforço → pode fazer qualquer tipo de exercício Insuficiência Tricúspide Acoplamento anatômico imperfeito da valva → refluxo de sangue do VD para o AD durante a sístole ventricular Fonte: google imagens Causas da Insuficiência Tricúspide Primária → natureza reumática (10 a 15% dos casos) Secundária: - Dilatação do VD e do anel tricúspide decorrente da falência ventricular direita de qualquer etiologia - Comprometimento do aparelho valvar tricúspide (cardiopatias congênitas, prolapso, lupus, etc.) - Trauma - Cardiomiopatida dilatada - Endocardite infecciosa Repercussões Hemodinâmicas e Manifestações Clínicas da IT Diminuição do fluxo pulmonar, comprometendo DC Ação hormonal que impõe “sobrecarga” de volume ao VD na tentativa de manter o VS adequado, que cronicamente pode levar a dilatação excêntrica do VD Sintomas de falência cardíaca direita: ascite, hepatomegalia congestiva, congestão da mucosa gástrica e edema maciço Estenose Pulmonar Forma mais comum de obstrução do ventrículo direito isolada Etiologia congênita é mais comum (75% dos pacientes com cardiopatia congênita – fusão cúspides) Fonte: google imagens Manifestações Clínicas da Estenose Pulmonar Longevidade da evolução depende: gravidade da obstrução, progressão o grau inicial desta obstrução e adaptação funcional do VD à sobrecarga pressórica Sintomas: - Dispnéia leve ao esforços físicos - Sintomas de IC quando EP grave - Pode ocorrer fadiga, síncopes ou dores torácicas durante o exercício físico devido à impossibilidade de aumentar o fluxo sanguíneo compatível com a demanda Insuficiência Pulmonar Provoca sobrecarga de volume ao VD Causa mais comum é a dilatação do anel valvar secundária à hipertensão pulmonar* de qualquer etiologia ou à dilatação da artéria pulmonar (doenças o tecido conjuntivo) Outra causa comum é a endocardite infecciosa *Sintomatologia semelhante a pacientes pneumopatas Particularidades a serem consideradas na RCV Evolução clínica da doença (grau de disfunção miocárdica → comprometimento hemodinâmico) e a presença ou não de pneumopatia associada Presença de HP Presença de FA Histórico de síncope Obs.: pacientes valvopatas são encaminhados para as fases ambulatoriais da RCV após correção da valvopatia Cuidados durante a Fisioterapia Evitar mudanças posturais abruptas Evita posição de cócoras (↑ RV e RVS) Cuidado com exercícios isométricos (↑ RVS) Evitar manobra de valsalva → orientar o paciente para realizar respirações profundas com esvaziamento completo dos pulmões Obs.: pacientes valvopatas são encaminhados para as fases ambulatorias da RCV após correção da valvopatia Referências Alves, V. L. S., Guizilini S., Umeda, I. I. K., Pulz, C., Medeiros, W. M. (SOCESP). Fisioterapia em cardiologia: aspectos práticos. 2ª. Edição. São Paulo: Atheneu, 2014. Capítulo 19 Regenga, M.M. Fisioterapia em cardiologia da UTI a reabilitação. 2ª. Edição. São Paulo: Roca, 2012. Capítulo 14 Tarasoutchi F, Montera MW, Grinberg M, Barbosa MR, Piñeiro DJ, Sánchez CRM, Barbosa MM, Barbosa GV et al. Diretriz Brasileira de Valvopatias - SBC 2011 / I Diretriz Interamericana de Valvopatias - SIAC 2011. Arq Bras Cardiol 2011; 97(5 supl. 1): 1-67
Compartilhar