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Infarto agudo do miocárdio com supradesnivel de ST É o infarto associado a oclusão total de uma artéria coronária. Relaciona-se aos trombos vermelhos (ricos em fibrina). Etiologia e fisiopatologia A primeira consequência da cascata isquêmica é o déficit contrátil segmentar na forma de acinesia ou discinesia. Acinesia é a perda total do movimento e do espessamento sistólico de um segmento miocárdico Discinesia é o afinamento da parede, com abaulamento de isquemia transmural (isquemia de toda espessura da parede). Se a área isquêmica for significativa instala-se um quadro de insuficiência ventricular esquerda que pode evoluir para edema agudo de pulmão. Se houver isquemia em mais de 40% pode ocorrer choque cardiogênico. O surgimento de B4 é a regra do IAM e reflete a ocorrência de disfunção diastólica. A necrose ocorre no sentido de dentro pra fora demorando cerca de 6 a 12 horas para se completar. Se a necrose ocupar toda a espessura da parede temos uma necrose transmural e se não houver extensão por toda parede temos a necrose não transmural. Com a coronária ocluída a necrose começa a se instalar nos primeiros 30 minutos e a base do tratamento é a tentativa de recanalização da coronária ocluída. Quadro clinico Dor anginosa, de forte intensidade, longa duração (> 20 min) e que não se resolve com repouso ou nitrato sublingual. Pode haver sintomas como: dispneia, náusea e vômitos, palidez, sudorese fria, ansiedade e não raro uma sensação de morte iminente. Pode ter irradiação para epigástrio, dorso e membros superiores. Em certos pacientes o IAM pode se manifestar com dor atípica ou mesmo sem qualquer queixa álgica (equivalentes anginosos): • Dor torácica em queimação, em facada • Dispepsia • Exaustão, sincope • Defict neurológico focal (AVE ou AIT). Exame físico Pouco informativo, podendo haver na fase aguda: • Bradicardia sinusal • Taquicardia sinusal • Hipertensão arterial • Quarta bulha • Estertores pulmonares • Hipotensão sistólica • Dispneia, ortopneia, estertorações, terceira bulha (IVE) Quadro de classificação KILLIP I. Killip I → sem dispneia, estertoração pulmonar ou B3 (sem evidencia de IVE) II. Killip II → dispneia e estertoração pulmonar discreta, B3 ou TJP III. Killip III → franco edema agudo de pulmão IV. Killip IV → choque cardiogênico OBS: todas as frações de colesterol se reduzem nas primeiras 24hras do inicio do infarto. Confirmação diagnóstica • História clinica • Eletrocardiograma • Curva enzimática Definição universal de infarto do miocárdio Qualquer um dos dois critérios satisfazem o diagnóstico de IAM: 1. ↑ ou ↓ dos MNM na presença de pelo menos um dos abaixo: a. Sintomas de isquemia miocárdica b. Desenvolvimento de onda Q c. Desnivelamento de ST d. Imagem nova compatível com perda de miocárdio viável 2. Evidencias anatomopatológicas de IAM Eletrocardiograma Deve ser feito em 10 minutos no máximo, se paciente continuar sintomático com ECG alterado deve-se repeti-lo a cada 5 a 10 minutos. Evolução de IAM e imagem em espelho (não entendi nada) Curva enzimática • CK-MB → predominante no musculo cardíaco. Se altera em 3 – 6h, com pico em 16 – 24h e normalização em 48 – 72h • Mioglobina → excelente para diagnóstico de exclusão, pois não é exclusiva do musculo cardíaco. Se ela estiver negativa NÃO É IAM. • Troponina → MNM de escolha para o diagnóstico de IAM. Se elevam em 4 – 8h, com pico em 36 – 72h e normalização em 5 – 14 dias. Estratificação de risco Variáveis Idade • > ou = 75 anos → 3 • 65 – 74 anos → 2 • DM, hipertensão ou angina previa → 1 Exame físico • PA sistólica < 100 → 3 • FC > 100 → 2 • Killip II, III ou IV → 2 • Peso < 67kg → 1 Supra de ST na parede anterior ou BRE de 3 grau → 1 Delta T até a reperfusão > 4h → 1 ➢ Escore < 2 = ↓ risco ➢ Escore = 5 = intermediário ➢ Escore > 8 = ↑ risco Localização e quantificação do infarto O melhor exame para localizar e quantificar a extensão do infarto é o ecocardiograma bidimensional. A fração de ejeção do ventrículo esquerdo é um dos principais determinantes prognósticos após um IAM. São considerados alto risco pacientes com FE < 35% Eletrocardiograma Não tão acurado como o eco para dar a localização da parede, pode apenas nos orientar quanto. Tratamento Devemos aplicar a monitorização básica de um paciente em UTI. Na vigência de supra a terapia indicada é a reperfusao coronariana emergencial. A qual pode ser alcançada por meio de trombólise química ou angioplastia mecânica. Sendo a segunda superior a primeira. O tempo porta agulha - intervalo entre a chegada do paciente e a infusão de trombolíticos deve ser de no máximo 30 minutos. Já o tempo porta balão ideal – tempo de chegada do paciente e angioplastia deve ser de no máximo 90 minutos. Assume 120 minutos para angioplastia se o paciente tiver que ser transportado. Medidas terapêuticas • Oxigênio ➔ 2 – 4 L/min à 100%. • Anagesia ➔ morfina IV. Contraindicada em IAM de parede inferior. • Nitrato ➔ sublingual, sendo o IV quando dor persistente, hipertensão arterial ou congestão pulmonar. • Betabloqueador ➔ na ausência de contraindicações deve ser adm em todos os pacientes. Sendo as contraindicações: o FC < 60 o PA sistólica < 100 o Intervalo PR > 240 o Asma ou DPOC o Killip II, III ou IV. • Antiplaquetários ➔ AAS em todas as formas de SCA. Dose 300mg ataque + 100mg por dia ad eternum. o Clopidogrel usado com AAS (dose no medcel – pegadinha) o Ticagrelor – age mais rápido e tem potencia maior. Podem tem ↑ taxa de sangramento. Quem faz trombólise química não pode usar esse remédio. o Prasugrel – melhor porem tem mais sangramentos. o Inibidores IIb/IIIa → tripla antiagregação apena em casos submetidos a angioplastia. Abciximab. Apenas durante o procedimento. Terapias de reperfusao Pode ser por trombolíticos ou por meio de angioplastia com balão (com ou sem stent). É importante oferecer a terapia de reperfusao mais prontamente disponível desde que segura e eficaz para determinado tipo de paciente. Trombolíticos • Estreptoquinase (SK) ➔ pacientes com > 75 anos com maior risco de AVC. • Ativador tecidual do plasminogênio recombinante (rtPA) • Tenecteplase (TNK) ➔ pacientes com < 75 anos Devem ser utilizados de preferencia nas primeiras 3 horas do IAMCST. As principais complicações durante o uso de qualquer trombolítico são: AVC hemorrágico, sangramentos maiores não cerebrais, etc. Contraindicações aos trombolíticos Absolutas • Qualquer história de sangramento intracraniano a qualquer tempo • Dano ou neoplasia no SNC • AVC isquêmico nos últimos 3 meses • Trauma craniofacial importante nos últimos 3 meses • Hemorragia ativa • Qualquer lesão vascular cerebral conhecida • Duvidas quanto a dissecção de aorta Relativas • AVC isquêmico há > 3 meses • Lesões intracraniana não listadas anteriormente • Gestação • Uso de cumarinicos • Hemorragia interna nas ultimas 2 – 4 semanas • Grandes cirurgias nas ultimas 3 semanas etc. Angioplastia (intervenção percutânea) Angioplastia primaria Estratégia mais eficaz, deve ser feita em um delta < 12h. Preferencial ao uso de trombolíticos se essa puder ser feita em ate 90 minutos pós o diagnóstico. Sera obrigatoriamente escolhida se houver alguma contraindicação aos trombolíticos. Stent deve ser implantado em todos os pacientes que não possuem contraindicações. Angioplastia de resgate Realizada após a falência do trombolítico. Define-se falha da trombólise como a obtenção de fluxo TIMI 0 ou 1 após 90min da adm do fármaco. Critérioempíricos de falência da trombólise Clinico ➔ dor torácica persistente, principalmente se associada a outros comemorativos como sudorese fria, dispneia e ou hipotensão arterial ECG ➔ ausência de redução no supra ou nova elevação. A angioplastia de resgate deve ser feita em < 180min após a constatação de falha da trombólise. Angioplastia eletiva (?) Cirurgia de revascularização miocárdica Indicada de urgência quando houver contraindicação ou falha das demais terapias de reperfusao como trombolíticos e angioplastia, desde que o paciente possua uma anatomia compatível e apresente complicações recorrentes como isquemia recorrente, choque cardiogênico e complicações mecânicas do infarto. Anticoagulação A droga de escolha após uma trombólise química é a enoxaparina (HBPM) e após uma angioplastia é a heparina não fracionada (HNF). A duração do tratamento varia conforme o tipo de heparina, a HNF é mantida apenas por 48h, ao passo que a HBPM é mantida enquanto durar a internação hospitalar ou até 8 dias. IECA Idealmente todos os pcts deveriam utilizar IECA na fase aguda do IAMCST. Devendo ser iniciado nas primeiras 24h de preferencia por via oral. • Captopril • Enalapril (etc) BRA Usados como segunda linha no tratamento de IAMCST, quando os IECA não sutiram efeito. Estatinas Início precoce, nas primeiras 24h e em dose máxima. Independente dos níveis de colesterol do paciente. Deve-se tentar manter o LDL < 70mg/dl Ansiolítico Não esta indicado de rotina Medicamentos que devem ser suspensos: AINES Complicações de IAM • Arritmias ventriculares • Arritmias supraventriculares • Bradiarritmias • ICC • Choque cardiogênico • Angina pós IAM • Aneurisma ventricular • Pericardite Recomendações Todo paciente pós-IAM deve sem acompanhado no ambulatório e precisa tomar as seguintes drogas indefinidamente: • AAS • BB (exceto pindolol) • IECA • Estatinas (manter LDL < 70 mg/dl) Todos os candidatos a trombólise devem receber dupla antiagregação com AAS + clopidogrel e anticoagulação plena com HNF ou HBPM.
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