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Profa. Ma. Denise Andrade UNIDADE I Estudos Disciplinares: Negócios Jurídicos e o Estatuto da Pessoa com Deficiência Lei 13.146/2015 Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência Autoria: Senador Paulo Paim (RS) Autodenominada: Estatuto da Pessoa com Deficiência Estatuto da pessoa com deficiência Fonte: Autoria própria. 2003: apresentação do Projeto de Lei no Senado Federal; audiências públicas e seminários estaduais; 2006: Câmara dos Deputados: Relatora Deputada Mara Gabrilli; retorno ao Senado: Relator Senador Romário Faria; 2015: aprovação pelo Senado; sancionada em 06 de julho de 2015 pela Presidente Dilma Rousseff; publicada no DOU em 07 de julho de 2015; vacatio legis: 180 dias após a sua publicação; entrou em vigor em 03 de janeiro de 2016. Trâmite Legislativo Fonte: Autor Desconhecido. Está licenciado em CC BY-SA Art. 2º Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas. impedimento de natureza física impedimento de natureza mental impedimento de natureza intelectual impedimento de natureza sensorial Conceito de Pessoa com Deficiência pelo Estatuto Deficiência mental e intelectual: deficiência mental: trata-se do estado de redução notável do funcionamento intelectual inferior à média, associado a limitações pelo menos em dois dos aspectos do funcionamento adaptativo, dentre os quais: comunicação, cuidados pessoais, competências domésticas, habilidades sociais, utilização de recursos comunitários, autonomia, saúde e segurança, aptidões escolares, lazer e trabalho com início antes dos 18 anos (DSM-IV, 1995 - Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais); deficiência intelectual: é a limitação intelectual sem comprometimento da mente como um todo ou limitações de aspectos funcionais. Pode ocorrer na hipótese de autismo, de Transtornos de Déficit de Atenção e Hiperatividade etc. § 1º A avaliação da deficiência, quando necessária, será biopsicossocial, realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar e considerará: I. os impedimentos nas funções e nas estruturas do corpo; II. os fatores socioambientais, psicológicos e pessoais; III. a limitação no desempenho de atividades; e IV. a restrição de participação. Critérios de avaliação da deficiência – Estatuto assegurar a igualdade de direitos reconhecer a capacidade civil punir a discriminação promover a inclusão social concretizar a proteção da dignidade da pessoa com deficiência Objetivos do estatuto Imagem: Diário da Inclusão Social Fonte: https://diariodainclusaosocial.com/2016/06/16/5-pontos-importantes-que-voce-precisa-conhecer-sobre-o- estatuto-da-pessoa-com-deficiencia/ Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Lei n. 13.146, de 6 de julho de 2015 LIVRO I PARTE GERAL TÍTULO I DISPOSIÇÕES PRELIMINARES CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 1º É instituída a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência), destinada a assegurar e a promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, visando à sua inclusão social e cidadania. Atendimento prioritário em situação de socorro; Disponibilização de pontos de parada, estações e terminais acessíveis de transporte coletivo de passageiros e garantia de segurança no embarque e no desembarque; As locadoras de automóveis devem oferecer 1 veículo adaptado a cada 20; Hotéis e pousadas devem disponibilizar 10% de seus dormitórios com acessibilidade; Oferta de ensino em libras e braile no sistema público; Espaços culturais e esportivos devem atender às normas de acessibilidade; Estímulo ao empreendedorismo e ao trabalho autônomo com disponibilidade de linhas de crédito; oferta de ensino em libras etc. Alguns pontos do estatuto Fonte: http://revistadmais.com.br/novo-partido-levanta-a-bandeira-da-acessibilidade/ Do Atendimento Prioritário Art. 9º A pessoa com deficiência tem direito a receber atendimento prioritário, sobretudo com a finalidade de: I. proteção e socorro em quaisquer circunstâncias; II. atendimento em todas as instituições e serviços de atendimento ao público; III. disponibilização de recursos, tanto humanos quanto tecnológicos, que garantam atendimento em igualdade de condições com as demais pessoas; IV. disponibilização de pontos de parada, estações e terminais acessíveis de transporte coletivo de passageiros e garantia de segurança no embarque e no desembarque; VI. recebimento de restituição de imposto de renda; VII. tramitação processual e procedimentos judiciais e administrativos em que for parte ou interessada, em todos os atos e diligências. § 1º Os direitos previstos neste artigo são extensivos ao acompanhante da pessoa com deficiência ou ao seu atendente pessoal, exceto quanto ao disposto nos incisos VI e VII deste artigo. § 2º Nos serviços de emergência públicos e privados, a prioridade conferida por esta Lei é condicionada aos protocolos de atendimento médico. Do direito à educação Art. 28. Incumbe ao poder público assegurar, criar, desenvolver, implementar, incentivar, acompanhar e avaliar: (...) XII – oferta de ensino da Libras, do Sistema Braille e de uso de recursos de tecnologia assistiva, de forma a ampliar habilidades funcionais dos estudantes, promovendo sua autonomia e participação. Do direito ao trabalho Seção I Disposições Gerais Art. 35. É finalidade primordial das políticas públicas de trabalho e emprego promover e garantir condições de acesso e de permanência da pessoa com deficiência no campo de trabalho. Parágrafo único. Os programas de estímulo ao empreendedorismo e ao trabalho autônomo, incluídos o cooperativismo e o associativismo, devem prever a participação da pessoa com deficiência e a disponibilização de linhas de crédito, quando necessárias. Do direito à cultura, ao esporte, ao turismo e ao lazer Art. 45. Os hotéis, pousadas e similares devem ser construídos observando-se os princípios do desenho universal, além de adotar todos os meios de acessibilidade, conforme legislação em vigor. § 1º Os estabelecimentos já existentes deverão disponibilizar, pelo menos, 10% (dez por cento) de seus dormitórios acessíveis, garantida, no mínimo, 1 (uma) unidade acessível. § 2º Os dormitórios mencionados no § 1º deste artigo deverão ser localizados em rotas acessíveis. Do direito ao transporte e à mobilidade Art. 47. Em todas as áreas de estacionamento aberto ao público, de uso público ou privado, de uso coletivo e em vias públicas, devem ser reservadas vagas próximas aos acessos de circulação de pedestres, devidamente sinalizadas, para veículos que transportem pessoa com deficiência com comprometimento de mobilidade, desde que devidamente identificados. § 1º As vagas a que se refere o caput deste artigo devem equivaler a 2% (dois por cento) do total, garantida, no mínimo, 1 (uma) vaga devidamente sinalizada e com as especificações de desenho e traçado de acordo com as normas técnicas vigentes de acessibilidade. § 2º Os veículos estacionados nas vagas reservadas devem exibir, em local de ampla visibilidade, a credencial de beneficiário, a ser confeccionada e fornecida pelos órgãos de trânsito, que disciplinarão suas características e condições de uso. § 3º A utilização indevida das vagas de que trata este artigo sujeita os infratores às sanções previstas no inciso XX do art. 181 da Lei n. 9.503, de 23 de setembro de 1997 (Código de Trânsito Brasileiro). Art. 52. As locadoras de veículos são obrigadas a oferecer 1 (um) veículo adaptadopara uso de pessoa com deficiência, a cada conjunto de 20 (vinte) veículos de sua frota. Parágrafo único. O veículo adaptado deverá ter, no mínimo, câmbio automático, direção hidráulica, vidros elétricos e comandos manuais de freio e de embreagem. Levando em conta a finalidade do Estatuto da Pessoa com Deficiência, assinale a alternativa correta: a) Uma das finalidades da legislação é o atendimento prioritário da pessoa com deficiência em situação de urgência. b) O Estatuto não tem como finalidade a oferta de ensino em libras e braile no sistema público. c) A legislação tem como finalidade a não inclusão da pessoa com deficiência no sistema de transporte. d) A legislação tem como finalidade evitar que a pessoa com deficiência realize aluguel de veículos. e) A legislação tem como finalidade excluir a pessoa com deficiência do acesso a hotéis e pousadas. Interatividade Levando em conta a finalidade do Estatuto da Pessoa com Deficiência, assinale a alternativa correta: a) Uma das finalidades da legislação é o atendimento prioritário da pessoa com deficiência em situação de urgência. b) O Estatuto não tem como finalidade a oferta de ensino em libras e braile no sistema público. c) A legislação tem como finalidade a não inclusão da pessoa com deficiência no sistema de transporte. d) A legislação tem como finalidade evitar que a pessoa com deficiência realize aluguel de veículos. e) A legislação tem como finalidade excluir a pessoa com deficiência do acesso a hotéis e pousadas. Resposta 1. Normas Constitucionais Art. 1º, III, da CF: Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: III – a dignidade da pessoa humana; Art. 24, XIV, da CF: Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: XIV – proteção e integração social das pessoas portadoras de deficiência. Fundamentos do Estatuto Fonte: https://www2.camara.leg.br/atividade- legislativa/legislacao/Constituicoes_Brasileiras/constituicao1988.html 2. Convenção de Nova York (2007) Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo da Organização das Nações Unidas (ONU); Aprovação: Decreto 186/2008; Promulgação/vigência: Decreto 6949/2009; Trâmite de aprovação: § 3º do art. 5º da CF: aprovada em cada casa do Congresso Nacional (Câmara dos Deputados e Senado Federal) , em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros; Tratado Internacional sobre Direitos Humanos: status constitucional. Fundamentos do Estatuto Art. 1º É instituída a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência), destinada a assegurar e a promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, visando à sua inclusão social e cidadania. Parágrafo único. Esta Lei tem como base a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, ratificados pelo Congresso Nacional por meio do Decreto Legislativo n. 186, de 9 de julho de 2008, em conformidade com o procedimento previsto no § 3º do art. 5º da Constituição da República Federativa do Brasil, em vigor para o Brasil, no plano jurídico externo, desde 31 de agosto de 2008, e promulgados pelo Decreto n. 6.949, de 25 de agosto de 2009, data de início de sua vigência no plano interno. Art. 1º do Estatuto da Pessoa com Deficiência LIVRO I – PARTE GERAL LIVRO II – PARTE ESPECIAL TÍTULO I – DISPOSIÇÕES PRELIMINARES TÍTULO I – DO ACESSO À JUSTIÇA CAPÍTULO I – DISPOSIÇÕES GERAIS CAPÍTULO I – DISPOSIÇÕES GERAIS CAPÍTULO II – DA IGUALDADE E DA NÃO DISCRIMINAÇÃO CAPÍTULO II – DO RECONHECIMENTO IGUAL PERANTE A LEI SEÇÃO ÚNICA – DO ATENDIMENTO PRIORITÁRIO TÍTULO II – DOS CRIMES E DAS INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS TÍTULO II – DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS TÍTULO III – DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS CAPÍTULOS I AO X TÍTULO III – DA ACESSIBILIDADE CAPÍTULOS I AO IV TÍTULO IV – DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA Estrutura do estatuto Fonte: http://www.mobilizadores.org.br/noticias/sancionado- estatuto-da-pessoa-com-deficiencia/ Código Eleitoral: Art. 96. O § 6º - A do art. 135 da Lei n. 4.737, de 15 de julho de 1965 (Código Eleitoral) , passa a vigorar com a seguinte redação: § 6º- A. Os Tribunais Regionais Eleitorais deverão, a cada eleição, expedir instruções aos Juízes Eleitorais para orientá-los na escolha dos locais de votação, de maneira a garantir acessibilidade para o eleitor com deficiência ou com mobilidade reduzida, inclusive em seu entorno e nos sistemas de transporte que lhe dão acesso. Alterações Legislativas decorrentes do Estatuto Consolidação das Leis do Trabalho (CLT): Art. 97. A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei n. 5.452, de 1º de maio de 1943, passa a vigorar com as seguintes alterações: “Art. 428 § 6º Para os fins do contrato de aprendizagem, a comprovação da escolaridade de aprendiz com deficiência deve considerar, sobretudo, as habilidades e competências relacionadas com a profissionalização. § 8º Para o aprendiz com deficiência com 18 (dezoito) anos ou mais, a validade do contrato de aprendizagem pressupõe anotação na CTPS e matrícula e frequência em programa de aprendizagem desenvolvido sob orientação de entidade qualificada em formação técnico-profissional metódica.” (NR) “Art. 433 I – desempenho insuficiente ou inadaptação do aprendiz, salvo para o aprendiz com deficiência quando desprovido de recursos de acessibilidade, de tecnologias assistivas e de apoio necessário ao desempenho de suas atividades. Código de Defesa do Consumidor: Art. 100. A Lei n. 8.078, de 11 de setembro de 1990 (Código de Defesa do Consumidor), passa a vigorar com as seguintes alterações: “Art. 6º Parágrafo único. A informação de que trata o inciso III do caput deste artigo deve ser acessível à pessoa com deficiência, observado o disposto em regulamento.” (NR) “Art. 43. § 6º Todas as informações de que trata o caput deste artigo devem ser disponibilizadas em formatos acessíveis, inclusive para a pessoa com deficiência, mediante solicitação do consumidor.” Código de Trânsito Brasileiro: Art. 109. A Lei n. 9.503, de 23 de setembro de 1997 (Código de Trânsito Brasileiro), passa a vigorar com as seguintes alterações: “Art. 2º Parágrafo único. Para os efeitos deste Código, são consideradas vias terrestres as praias abertas à circulação pública, as vias internas pertencentes aos condomínios constituídos por unidades autônomas e as vias e áreas de estacionamento de estabelecimentos privados de uso coletivo.” (NR) Estatuto da Cidade: Art. 113. A Lei n. 10.257, de 10 de julho de 2001 (Estatuto da Cidade), passa a vigorar com as seguintes alterações: “Art. 3º III – promover, por iniciativa própria e em conjunto com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, programas de construção de moradias e melhoria das condições habitacionais, de saneamento básico, das calçadas, dos passeios públicos, do mobiliário urbano e dos demais espaços de uso público; IV – instituir diretrizes para desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico, transporte e mobilidade urbana, que incluam regras de acessibilidade aos locais de uso público; entre outras alterações. Código Civil: Art. 114. A Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), passa a vigorar com as seguintes alterações: “Art. 3º São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos. “Art. 4º São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer: II – os ébrios habituais e os viciados em tóxico; III – aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimirsua vontade; Parágrafo único. A capacidade dos indígenas será regulada por legislação especial.” (NR) entre outras alterações. Art. 228. § 2º A pessoa com deficiência poderá testemunhar em igualdade de condições com as demais pessoas, sendo-lhe assegurados todos os recursos de tecnologia assistiva.” (NR) Art. 1.550. § 2º A pessoa com deficiência mental ou intelectual em idade núbia poderá contrair matrimônio, expressando sua vontade diretamente ou por meio de seu responsável ou curador.” (NR) Art. 1.767. Estão sujeitos à curatela: I – aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; (Redação dada pela Lei n. 13.146, de 2015) II – (Revogado); (Redação dada pela Lei n. 13.146, de 2015) III – os ébrios habituais e os viciados em tóxico; (Redação dada pela Lei n. 13.146, de 2015) IV – (Revogado); (Redação dada pela Lei n. 13.146, de 2015) V – os pródigos Art. 116. O Título IV do Livro IV da Parte Especial da Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), passa a vigorar acrescido do seguinte: CAPÍTULO III Da Tomada de Decisão Apoiada Art. 1.783-A. A Lei n. 13.146/2015 – Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência –, autodenominada Estatuto da Pessoa com Deficiência, tem como fundamento: a) O Código Civil e a Constituição Federal. b) A Constituição Federal e o Estatuto do Idoso. c) A Constituição Federal e a Convenção de Nova York. d) A Convenção de Nova York e o Código Civil. e) A Convenção de Genebra e a Constituição Federal. Interatividade A Lei n. 13.146/2015 – Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência –, autodenominada Estatuto da Pessoa com Deficiência, tem como fundamento: a) O Código Civil e a Constituição Federal. b) A Constituição Federal e o Estatuto do Idoso. c) A Constituição Federal e a Convenção de Nova York. d) A Convenção de Nova York e o Código Civil. e) A Convenção de Genebra e a Constituição Federal. Resposta Capacidade de Direito + Capacidade de Fato = Capacidade Civil Plena. Capacidade de direito: de ser sujeito de direito. Capacidade de fato: de exercer por si só os atos da vida civil. Introdução: a questão da capacidade civil Toda pessoa tem capacidade de direito, mas nem toda pessoa tem capacidade de fato, de exercício de direitos de forma autônoma. São os incapazes no âmbito civil. Apesar da capacidade ser a regra, a incapacidade é inerente a certas pessoas que necessitam de proteção porque não possuem condições de praticar por si só os atos da vida civil, devendo ser representadas ou assistidas. São os: absolutamente incapazes. relativamente incapazes. Incapacidade Civil Absoluta: Art. 3º do Código Civil Na prática dos atos da vida civil, o absolutamente incapaz precisa ser representado pelos pais ou, na falta deles, pelo tutor nomeado judicialmente. O absolutamente incapaz pode, por exemplo, fazer parte de um negócio jurídico como sujeito de direito com capacidade genérica, de direito, porém, necessita de representação porque não possui a capacidade de fato, de exercício por si só dos atos da vida civil. Espécies de incapacidade Na hipótese de negócio jurídico praticado sem a devida representação do absolutamente incapaz, haverá nulidade absoluta e o negócio não poderá ser confirmado posteriormente, nem pelo representante nem pelo decurso do tempo. Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando: I. celebrado por pessoa absolutamente incapaz; Art. 169. O negócio jurídico nulo não é suscetível de confirmação, nem convalesce pelo decurso do tempo. Artigo 3º Alterações do código civil: Arts. 3º e 4º Código Civil anterior ao Estatuto Código Civil atual Art. 3o São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil: I. os menores de dezesseis anos; II. os que, por enfermidade ou eficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática desses atos; III. os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade. Art. 3o São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos. (Redação dada pela Lei n. 13.146, de 2015) I - (Revogado); (Redação dada pela Lei n. 13.146, de 2015) II - (Revogado); (Redação dada pela Lei n. 13.146, de 2015) III - (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 13.146, de 2015) Relativa: Art. 4º do Código Civil A incapacidade relativa permite que o incapaz pratique atos da vida civil, desde que assistido por seu representante legal (pais, tutores ou curadores nomeados judicialmente), sob pena de nulidade relativa ou anulabilidade. Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico: I – por incapacidade relativa do agente. Art. 4º Art. 4o São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer: I – os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; II – os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido; III – os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo; IV – os pródigos. Parágrafo único. A capacidade dos índios será regulada por legislação especial. Art. 4o São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer: (Redação dada pela Lei n. 13.146, de 2015) I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; (Redação dada pela Lei n. 13.146, de 2015) III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; (Redação dada pela Lei n. 13.146, de 2015) IV - os pródigos. Parágrafo único. A capacidade dos indígenas será regulada por legislação especial. (Redação dada pela Lei n. 13.146, de 2015) Atualmente, são considerados relativamente incapazes: os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos: incapacidade relativa por idade; precisam ser assistidos pelos pais ou pelo tutor nomeado judicialmente. os ébrios habituais e os viciados em tóxicos: incapacidade relativa por embriaguez ou uso de drogas de forma habitual; precisam ser assistidos pelo curador nomeado judicialmente em processo de interdição. Essa causa de incapacidade relativa pode cessar após um tratamento especializado, proporcionando o cancelamento da interdição e a recuperação da capacidade civil plena. aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade: incapacidade relativa em decorrência de um estado de coma após um acidente, por exemplo (esta pode ser temporária ou permanente); ou alguém portador de Alzheimer ou algum problema de saúde que o torne incapaz de exprimir sua vontade; precisam ser assistidos pelo curador nomeado judicialmente em processo de interdição. Essa causa de incapacidade relativa pode cessar após a recuperação do coma, por exemplo, ou após tratamento de saúde, se possível em demais casos, proporcionando o cancelamento da interdição e a recuperação da capacidade civil plena. os pródigos: incapacidade relativa do sujeito que acaba com o patrimônio, a ponto de ser necessária a sua interdição e nomeação judicial de um curador para assisti-lo nos atos de disposição patrimonial; geralmente ocorre diante de vícios em jogos etc. Nova teoria das incapacidades: Art. 3º e 4º do Código Civil Exclusão do rol dos incapazes: os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática desses atos; os que, por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido; os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo. Conclusão: O Código Civil, a partir do início da vigência do Estatuto da Pessoa com Deficiência, passou a considerar como absolutamente incapaz de exercer, por si só, os atos da vida civil: a) os maiores de 16 anos. b) os pródigos. c) os ébrios. d) os menores de 16 anos. e) os toxicômanos. InteratividadeO Código Civil, a partir do início da vigência do Estatuto da Pessoa com Deficiência, passou a considerar como absolutamente incapaz de exercer, por si só, os atos da vida civil: a) os maiores de 16 anos. b) os pródigos. c) os ébrios. d) os menores de 16 anos. e) os toxicômanos. Resposta Art. 6º – A deficiência não afeta a plena capacidade civil da pessoa... Art. 84. – A pessoa com deficiência tem assegurado o direito ao exercício de sua capacidade legal em igualdade de condições com as demais pessoas. Capacidade civil plena e automática da pessoa portadora de deficiência. Nova teoria das incapacidades: Arts. 3º e 4º do Código Civil e arts. 6º e 84 do Estatuto 1. Pessoas com deficiência – física, sensorial, mental, intelectual – qualificada pela impossibilidade de exprimir a sua vontade, enquadradas na incapacidade relativa – poderão ser submetidas a curatela – INTERDIÇÃO 2. Pessoas com deficiência – física, sensorial, mental, intelectual – que podem exprimir a sua vontade e se autodeterminar, portanto, plenamente capazes – essas podem, eventualmente, se beneficiar da tomada de decisão apoiada. Duas opções destinadas às pessoas com deficiência Curatela: aos relativamente incapazes Clóvis Beviláqua: “o encargo público conferido por lei a alguém, para dirigir a pessoa e administrar os bens dos maiores que por si não possam fazê-lo”. Obs.: Diferença entre curatela e tutela: Carlos Roberto Gonçalves: a tutela é destinada a menores de 18 anos de idade, enquanto a curatela é deferida, em regra, a maiores. Sujeição à curatela: A. HIPÓTESES: bem reduzidas: artigo 1.767 do Código Civil: excluída a sujeição da pessoa com deficiência sem o necessário discernimento para os atos da vida civil, a pessoa com deficiência mental ou os excepcionais sem completo desenvolvimento mental. sujeitos à curatela: - aqueles que por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade (I); - os ébrios habituais e os viciados em tóxico (III); - os pródigos (V) Art. 84 do Estatuto. A pessoa com deficiência tem assegurado o direito ao exercício de sua capacidade legal em igualdade de condições com as demais pessoas. § 1º Quando necessário, a pessoa com deficiência será submetida à curatela, conforme a lei. Curatela da pessoa com deficiência Definição dos termos da curatela da pessoa com deficiência: somente para atos relacionados a direitos de natureza patrimonial e negocial. Art. 85. A curatela afetará tão somente os atos relacionados aos direitos de natureza patrimonial e negocial. § 1º A definição da curatela não alcança o direito ao próprio corpo, à sexualidade, ao matrimônio, à privacidade, à educação, à saúde, ao trabalho e ao voto. Observações: a curatela será medida excepcional e durará o menor tempo possível; na decisão deverá constar a delimitação específica dos atos afetados pela medida; motivação da decisão; preservação dos interesses do curatelado; nomeação do curador: de preferência vínculo afetivo ou familiar com o curatelado. Curatela compartilhada: inclusão do artigo 1.775-A Art. 1.775-A. Na nomeação de curador para a pessoa com deficiência, o juiz poderá estabelecer curatela compartilhada a mais de uma pessoa. Direito à convivência familiar: artigo 1.777 Art. 1.777. As pessoas referidas no inciso I do art. 1.767 receberão todo o apoio necessário para ter preservado o direito à convivência familiar e comunitária, sendo evitado o seu recolhimento em estabelecimento que os afaste desse convívio. Inclusão do Capítulo III no Título IV do Livro de Direito de Família do Código Civil: Da tomada de decisão apoiada: Art. 1.783-A. A tomada de decisão apoiada é o processo pelo qual a pessoa com deficiência elege pelo menos 2 (duas) pessoas idôneas, com as quais mantenha vínculos e que gozem de sua confiança, para prestar-lhe apoio na tomada de decisão sobre atos da vida civil, fornecendo-lhes os elementos e informações necessários para que possa exercer sua capacidade. O Instituto da Tomada de Decisão Apoiada §1o Para formular pedido de tomada de decisão apoiada, a pessoa com deficiência e os apoiadores devem apresentar termo em que constem os limites do apoio a ser oferecido e os compromissos dos apoiadores, inclusive o prazo de vigência do acordo e o respeito à vontade, aos direitos e aos interesses da pessoa que devem apoiar. (Incluído pela Lei n. 13.146, de 2015) §2o O pedido de tomada de decisão apoiada será requerido pela pessoa a ser apoiada, com indicação expressa das pessoas aptas a prestarem o apoio previsto no caput deste artigo. (Incluído pela Lei n. 13.146, de 2015) Nelson Rosenvald: “Na tomada de decisão apoiada, o beneficiário conservará a capacidade de fato. Mesmo nos específicos atos em que seja coadjuvado pelos apoiadores, a pessoa com deficiência não sofrerá restrição em seu estado de plena capacidade, apenas será privada de legitimidade para praticar episódicos atos da vida civil. Assim, esse modelo poderá beneficiar pessoas deficientes com capacidade psíquica plena, porém com impossibilidade física ou sensorial (v.g. tetraplégicos, obesos mórbidos, cegos, sequelados de AVC e portadores de outras enfermidades que as privem da deambulação para a prática de negócios e atos jurídicos de cunho econômico).” A tomada de decisão apoiada não afeta a capacidade civil da pessoa portadora de deficiência; Não se trata de interdição; Pode beneficiar qualquer pessoa privada total ou parcialmente da autonomia, mesmo por efeito de uma deficiência puramente física ou sensorial – e sem qualquer déficit psíquico –, que a impossibilite de prover os próprios interesses; Por exemplo: tetraplégicos, obesos mórbidos, cegos, sequelados de AVC e portadores de outras enfermidades que dificultem a prática de negócios e atos jurídicos de cunho econômico. Conclusão Rosângela, com 69 anos, sofreu um AVC e apresenta algumas sequelas que não afetam a sua capacidade civil, mas sim, a sua mobilidade física. Nesse caso, Rosângela: a) Poderá se beneficiar do instituto da tomada de decisão apoiada. b) Deverá ser submetida à tutela. c) Deverá ser submetida à curatela. d) Poderá, à sua escolha, ser submetida à tutela ou à curatela. e) Poderá, à sua escolha, ser submetida à curatela ou à tomada de decisão apoiada. Interatividade Rosângela, com 69 anos, sofreu um AVC e apresenta algumas sequelas que não afetam a sua capacidade civil, mas sim, a sua mobilidade física. Nesse caso, Rosângela: a) Poderá se beneficiar do instituto da tomada de decisão apoiada. b) Deverá ser submetida à tutela. c) Deverá ser submetida à curatela. d) Poderá, à sua escolha, ser submetida à tutela ou à curatela. e) Poderá, à sua escolha, ser submetida à curatela ou à tomada de decisão apoiada. Resposta ATÉ A PRÓXIMA!
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