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Administração do Agronegócio e Extensão Rural Fundamentos de Extensão Rural e o Papel do Extensionista - Dra. Erica Baron Atividade A2 – 20 pontos –MEV5AN-VMA. Grupo (Nomes e RA dos integrantes): Andressa Markuart Corrêa – 51610326 Fernanda Freitas Dominguez – 516112538 Jundy Konishi – 51610694 Nathália Mendes – 516114820 Priscila Bonfim – 51616882 Victória de Souza Pinto – 51610290 Após leitura dos textos: A)“O PAPEL DOS TÉCNICOS EXTENSIONISTAS COMO INTELECTUAIS ORGÂNICOS” de Sonia Regina de Mendonça, em XIV Encontro Regional da ANPUH-RIO, MEMÓRIA E PATRIMÔNIO, 19 a 23 de julho de 2010; B)”O PAPEL DO EXTENSIONISTA NO FLUXO BILATERAL DE INFORMAÇÕES ENTRE PESQUISADORES DO AGRONEGÓCIO E PRODUTORES RURAIS” de Silvia Cristina Vieira, em Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Agronegócio e Desenvolvimento da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Câmpus de Tupã, como requisito para obtenção do título de Mestre em Agronegócio e Desenvolvimento, páginas 31 a 45, 2016; C) “EXTENSÃO E DESENVOLVIMENTO RURAL” de Tatiana Aparecida Balem, UniversidadeFederal de Santa Maria, Colégio Politécnico, páginas 27 e 28, 2015, responda às seguintes questões (4,0 pontos cada): 1) a. O que você considera ser o papel do extensionista quando da criação do chamado “Extensionismo Rural” em aproximadamente 1945 e o papel dele hoje através das ATERs, após a leitura dos textos. No ano de 1945, o extensionismo era considerado um instrumento de assistência técnica e social ao homem do campo, baseando-se mais numa política de combate à pobreza massiva, do que no poder industrial e tecnológico. Sua atuação no país visava atingir a “todos os produtores dotados de alguma qualificação para o trabalho” não levando em conta suas experiências pessoais, interesses, tampouco questões ambientais. Com a criação dos chamados ATER’S (Assistência Técnica e Extensão Rural), houve uma mudança nesse conceito. O ATER tem como principal missão promover o desenvolvimento rural sustentável, através de programas e ações participativas com a comunidade, entidades parceiras e de todos os segmentos do meio agrícola. O extensionismo passa então, a contribuir diretamente para a construção de um novo perfil de desenvolvimento rural, visando o emprego de métodos e técnicas que permitam aos agricultores ampliar seu potencial produtivo, além de atuar nas melhorias da qualidade de vida com a adoção de práticas voltadas à sustentabilidade do meio rural. Dessa forma, o novo conceito de extensionismo se torna imprescindivel no dia a dia, pois agora há o interesse e apoio para se construir uma agricultura sustentável e de excelência, que traga a renda ao produtor, mas respeitando o âmbito sustentável. b. Ele respeitava o conhecimento já existente nos meios assistidos? Não, pois estabeleciam de maneira hierárquica determinados conceitos ao homem do campo, não levando em conta experiências pessoais, interesses, vivências, saberes, desejos e demandas, ocorrendo então o processo de invasão cultural, levando ao questionamento as ações dos órgãos de extensão e dos próprios extensionistas, que estes têm a função educativa. Hoje em dia, as novas orientações dos extensionista rurais, através das ATERs, opõe-se a antiga praticada extensão rural, onde o agricultor era apenas um “depósito de conhecimento”; respeitando, assim, o conhecimento já existente nos meios assistidos. 2) Quando da cooperação firmada entre Brasil e EUA para a criação do extensionismo rural, os EUA tinham adotado um modelo de inovação e tecnificação para produzir mais e melhor, após passar por vários conflitos internos no país que tinham dizimado as reservas alimentares. a. Qual era o objetivo da política pública adotada no Brasil quando dessa parceria? O objetivo da política pública adotada no Brasil em 1945 era promover a melhoria das condições de vida da população rural e apoiar o processo de modernização da agricultura, inserindo-se nas estratégias voltadas à política de industrialização do país. Através desses acontecimentos ocorreram importantes mudanças no cenário extensionista nacional como por exemplo, a formação da Comissão Brasileiro-Americana de Educação das Populações Rurais. A política adotada tinha como objetivo fomentar relações mais íntimas com docentes do Ensino Agrícola dos Estados Unidos, facilitar o treinamento de brasileiros e americanos especializados em Ensino Profissional Agrícola e possibilitar que fossem programadas atividades, junto à Educação Rural, do interesse de ambas as partes. b. Porque sedimentar o indivíduo no meio rural, frente à ampla vaga de migração urbana que estava acontecendo? A extensão rural deve contribuir para um melhor relacionamento entre o meio urbano e o meio rural, para a melhoria da qualidade de vida e para a produção de alimentos saudáveis. Portanto, atualmente existem políticas públicas que tentam fixar as pessoas no campo com condições de vida melhores, para que elas possam produzir alimentos para a cidade, uma vez que basicamente tudo que está no meio urbano, é proveniente de um agricultura. Além disso, as políticas públicas visavam uma expansão do agronegócio nacional a ponto de, em um futuro breve, produzir uma quantidade considerável de alimentos e matéria-prima para, assim, a exportar seus produtos. 3) a. Descreva de modo abreviado como ocorreu a inclusão do CRS nos sistemas agrários. Através dos extensionistas rurais, os produtores entraram em contato com o Credito Rural Supervisionado (CRS). Assim, através dos extensionistas, o CRS chegava aos pequenos produtores, e eram lhe apresentadas técnicas modernas que os produtores deveriam consumir/investir para tornarem-se “desenvolvidos”, para potencializar o aproveitamento do trabalho. Os agentes do sistema ABCAR, em nome da “intervenção educativa”, fiscalizavam esse crédito a fim de saber se ele havia sido transformado em benefícios relativos aos padrões de higiene, alimentação, saúde e conforto transmitidos às famílias assistidas. De certa forma, na época, o CRS transformou os produtores em alvos fáceis da disciplinarização pelo capital, fortalecendo o papel dos técnicos como organizadores da cultura. b. Qual o órgão correspondente hoje? O órgão que corresponde hoje é o Programa Familiar de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF) - Programa de crédito que permite acesso a recursos financeiros para o desenvolvimento da agricultura familiar. 4) Dê o significado das siglas a seguir, e explique seu papel no início do surgimento da extensão rural como política pública: MA; CBAR; CRS; ABCAR; ETA; ACAR; AIA; CATI; EDR; INCRA; CNDR e PNATER. MA: Ministério da Agricultura → Juntamente com uma agência privada norte-americana firmaram um acordo de cooperação técnica do ensino agrícola, originando a CBAR. CBAR: Comissão Brasileiro-Americana de Educação das Populações Rurais → Tinha como atribuição a implantação de Centros de Treinamento para Trabalhadores Rurais adultos; Clubes Agrícolas destinados à infância e juventude e a formação de técnicos especializados mediante programa educativo. CRS: Credito Rural Supervisionado → Credito concedido à agricultores familiares para que pudessem potencializar o aproveitamento de seu trabalho. ABCAR: Associação Brasileira de Crédito e Assistência Rural → Os agentes do sistema ABCAR, em nome da “intervenção educativa”, fiscalizavam o CRS a fim de saber se ele havia sido transformado em benefícios relativos aos padrões de higiene, alimentação, saúde e conforto transmitidos às famílias assistidas. ETA: Escritório Técnico de Agricultura Brasileiro-Americano → O ETA detinha forte patrocínio na implementação ABCAR. ACAR: Associação de Crédito e Assistência Rural → Prestava serviços de extensão rural e elaborava projetos para obtenção de crédito rural pelos agricultoresjunto aos agentes financeiro. AIA: American International Association → O foco central da AIA era direcionado para um grande esforço em treinamentos. CATI: Coordenadoria de Assistência Rural → Promove o desenvolvimento rural sustentável, por meio de programas e ações participativas com o envolvimento da comunidade, de entidades parceiras e de todos os segmentos dos negócios agrícolas. EDR: Escritórios de Desenvolvimento Rural → Escritórios pertencentes à CATI. INCRA: Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária→ Tem a responsabilidade legal de coordenar a extensão rural no país, portanto não realizou de maneira satisfatória. CNDR: Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural → Em 2000, foi transformado em Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável (CNDRS) e em 2003 virou Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário (CONDRAF). Foi uma movimentação para a construção de um conhecimento reflexivo sobre as políticas publicas contemporâneas da ATER com inclusão de parâmetros de sustentabilidade no cenário rural nacional. PNATER: Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural → Definiu missão, público beneficiário, metodologia e paradigma tecnológico para os serviços públicos de ATER a partir de 2004. Além disso, a PNATER interfere na melhoria da gestão social, sendo um processo educativo, permanente e continuado. 5) Discorra, em no mínimo 6 e no máximo 12 linhas, sobre o tema da extensão rural discutindo como esse modelo ajudou (ou não –se não concordar explique seu ponto de vista) o desenvolvimento de áreas extremamente empobrecidas por políticas públicas que pretendiam, nesse momento, melhorar as áreas produtivas de modo a exportar matéria prima, aumentar o PIB e reduzir a crise pelo qual o país passava, entre as décadas de 1970 a 1990 aproximadamente. Em 1945, o papel dos extensionistas rurais, embora na teoria fosse algo extremamente positivo, na prática não se mostrou assim; uma vez que eles não levavam em conta as experiências pessoais, interesses, vivências, saberes, desejos e demandas dos produtores rurais; eles não respeitavam o conhecimento pré-existente dos produtores, consideravam eles apenas como “depósitos de conhecimento” e não observavam os parâmetros culturais, sociais e ambientais destes trabalhadores rurais. O Extensionismo Rural da atualidade utiliza uma abordagem de caráter colaborativo, com foco no desenvolvimento sustentável, na valorização dos saberes, etc. É notória a diferença entre o extensionismo rural de 1945 e o de hoje, principalmente olhando para o produtor, cujo hoje seu conhecimento é levado em consideração, assim como sua cultura e o ambiente em que vive. Os créditos rurais também foram modificados de uma época para outra e, embora ainda precisem de evoluções, este quesito foi melhorado.