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006 - SÍNTESE GRAMATICAL SINTAXE

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Uma das mais corriqueiras perguntas que se costuma fazer a alguém é: “Quem
é você?”. Talvez esta forma direta de questionar não seja a mais comum, entretanto o
seu teor é o mais recorrente que há. Todos os dias, das mais diversas formas, e pelas
mais variadas razões, somos convidados, coagidos e constrangidos a dizer quem somos
nós.
Na verdade, é tão comum esta indagação que a resposta já está pronta, a
refutação jaz decorada e preparada. Ao menor sinal de dúvida, estamos prestes a
responder quem somos nós. Tão frequente é esta necessidade, que portamos impresso
em papel moeda todos os dados que nos definem. Trazemos plastificadas as
informações que dizem quem somos. Temos um documento que atesta nossa
identidade.
Mas será mesmo que o número do RG dá conta de dizer quem somos? A bem
da verdade, a pergunta “Quem é você?” deve ser tratada com uma contraquestão:
“Em relação a que (ou a quem)?”. É como se assim buscássemos esclarecer a sintaxe
de nossa vida. Quem somos tem a ver com quem nos relacionamos, e de que forma
nos damos. Entendendo, contudo, que somos termos dependentes de Jesus, nosso
Salvador. Mediante este termo Regente, respondemos sem medo quem somos. Em
relação ao mundo, mortos! Em relação à igreja, partes de um corpo! Em relação a
Cristo, co-herdeiros! Em relação a Deus, filhos e servos!
SÍNTESE GRAMATICAL
DESCRITIVA: SINTAXE
LI
Ç
Ã
O
 6
175 | LIÇÃO 6 - SÍNTESE GRAMATICAL DESCRITIVA: SINTAXE
Objetivos da Lição
Atividades de
Aprendizagem
Esboço da Lição
Nome
Núcleo
Sintagma
Frase, Oração e Período
Termos da Oração
Sintaxe do Período Composto
Ao completar esta lição, você deverá ser capaz de:
• explicar o que é sintaxe;
• explicar a relação que há entre a sintaxe e a correta leitura e a boa escrita;
• tratar sintaticamente um texto.
1. Leia atentamente esta lição.
2. Faça todas as questões de estudo.
3. Separe, no mínimo, 3 horas diárias para estudar.
4. Faça o autoteste no final desta lição.
176 | PORTUGUÊS & TÉCNICAS DE REDAÇÃO
Desenvolvimento
da Lição
Trata-se a gramática de um conjunto de normas postuladas no decorrer da
história da língua portuguesa do Brasil. Inúmeros gramáticos contribuíram, ao longo
dos anos, para consagrar as formas e construções que hoje compõem as regras da
norma culta de nosso idioma. Os princípios estipulados em uma gramática visam, em
primeiro lugar, garantir uma boa utilização dos recursos da língua, em especial a língua
escrita. Outro objetivo da gramática é ser um material de referência para a explicação
dos fenômenos linguísticos. Portanto, para a boa construção em linguagem verbal, não
basta o dicionário; é também importante o conhecimento da estrutura de cada língua,
objeto da gramática, em especial da sintaxe.
A sintaxe é considerada um “bicho-papão” pelos estudantes de português,
quase sempre, é rejeitada com o argumento equivocado de ser um conhecimento inútil.
A verdade, contudo, é que o conhecimento da sintaxe é importantíssimo, não apenas
para a correta interpretação textual, como também para orientar o processo redacional.
A partir de agora, conheceremos alguns conceitos sintáticos importantes dos
quais depende o bom desempenho da análise sintática. É uma técnica empregada no
estudo da estrutura sintática de uma língua. Ela é muito útil quando se pretende:
• descrever as estruturas sintáticas possíveis ou aceitáveis da língua;
• decompor o texto em unidades sintáticas a fim de compreender a maneira
pela qual os elementos sintáticos são organizados na sentença.
A compreensão dos vários mecanismos inerentes em uma língua é facilitada
pelo procedimento analítico, através do qual se buscam nas unidades menores (por
exemplo, a sentença) as razões para certos fenômenos detectados nas unidades maiores
(por exemplo, o texto). Dessa forma, a Gramática Normativa (aquela que prescreve as
normas da língua culta) sempre se ocupou em decompor algumas unidades estruturais
da língua para tornar didática a compreensão de certos fenômenos. No âmbito da
fonologia, tem-se a análise fonológica, em que a estrutura sonora das palavras é
decomposta em unidades mínimas do som (fonemas); em morfologia, tem-se a análise
mórfica, da qual se depreendem das palavras as suas unidades mínimas dotadas de
significado (morfemas) e a análise morfológica, na qual são identificadas as classes
gramaticais. Na sintaxe, temos a análise sintática.
A análise sintática ocupa um lugar de destaque em muitas gramáticas da língua
portuguesa, porque grande parte das normas do bem dizer e do bem escrever recaem
sobre a estrutura sintática, isto é, sobre a organização das palavras na sentença. Para
compreender o uso dos pronomes relativos, a colocação pronominal e as várias relações
de concordância, por exemplo, é importante, antes, promover uma análise adequada da
sintaxe apresentada pela sentença em questão.
Nenhuma regra de conduta da língua culta tem sentido sem uma análise
sintática da sentença que se estuda. Por isso, antes que se aplique qualquer norma
gramatical, é preciso compreender de que forma os elementos sintáticos estão dispostos
naquela sentença especial. Isso acontece porque os elementos sintáticos não são fixos
na língua. Por exemplo, uma palavra pode funcionar como sujeito em uma sentença e,
em outra, funcionar como agente da passiva. Somente a análise sintática poderá
determinar esse comportamento específico das palavras no contexto da sentença. Sendo
177 | LIÇÃO 6 - SÍNTESE GRAMATICAL DESCRITIVA: SINTAXE
a análise sintática uma aplicação estritamente voltada para a sentença, parte-se dessa
unidade maior para alcançar os seus constituintes (sintagmas) que, por sua vez, são
rotulados através das categorias sintáticas. Como se vê, é um exercício de
decomposição da sentença. A fim de uma preparação para a análise sintática, vejamos
alguns conceitos importantes.
1.1.1.1.1. Assinale cada alternativa correta.
a) A análise sintática descreve as estruturas sintáticas possíveis ou aceitáveis do
idioma, bem como decompõe o texto em unidades sintáticas a fim de compreender
a maneira pela qual os elementos sintáticos são organizados.
b) O procedimento analítico não interfere na compreensão dos vários mecanismos
inerentes em um idioma.
c) A correta compreensão do uso dos pronomes relativos, ou da colocação
pronominal e mesmo das várias formas de concordância, depende de uma análise
adequada da sintaxe apresentada pela sentença em questão.
d) Os elementos sintáticos de nosso idioma não são fixos.
NOME
São chamados nomes o conjunto de palavras que constitui as classes abertas da
língua portuguesa, mas que se opõe ao verbo. As classes abertas são aquelas em que
são possíveis as alterações do falante ao longo da história da língua (neologismos) e as
variações morfológicas (flexão de gênero e número). Por oposição, as classes fechadas
são aquelas cuja forma se consagrou na língua e onde as mudanças são quase
inexistentes.
São as classes abertas da língua portuguesa: substantivo, adjetivo e verbo.
São as classes fechadas: artigo, pronome, numeral, advérbio, preposição,
conjunção, interjeição. Os elementos considerados nomes, na língua portuguesa,
são apenas o substantivo e o adjetivo, pois são responsáveis pelas denominações
dos seres. Os verbos, por sua vez, são elementos responsáveis pela expressão dos
processos e dos estados. Dessa distinção derivam diversos termos da gramática do
português, como:
• sintagma nominal x sintagma verbal;
• complemento nominal x complemento verbal;
• pronome (raiz: nome), advérbio (raiz: verbo).
2.2.2.2.2. Assinale cada alternativa correta quanto ao nome.
a) Os nomes constituem as classes fechadas da língua portuguesa.
b) As classes abertas admitem variações morfológicas.
c) Substantivo, adjetivo e verbo são as classes fechadas da língua portuguesa.
d) Apenas substantivos e adjetivos são considerados nomes em língua portuguesa.
e) O verbos denominam os seres.
OBJETIVO 1
Explicar o que é e como o
nomenomenomenomenome é identificado pela
sintaxe.
178 | PORTUGUÊS & TÉCNICAS DE REDAÇÃO
NÚCLEO
Dá-se o nomede núcleo à palavra que, em um conjunto, se destaca como a
principal. A noção de núcleo é bastante importante, sobretudo, para a análise sintática.
Sendo um elemento destacado de um conjunto de palavras, o núcleo é responsável por
indicar a categoria gramatical de todo o segmento e por apontar o elemento que
estabelece relações de concordância e regência:
• Todos os eventos foram suspensos pela igreja.
» todos os eventostodos os eventostodos os eventostodos os eventostodos os eventos: sintagma;
» núcleo do sintagma: eventoseventoseventoseventoseventos = nome;
» tipo do sintagma: nominal.
• Templos são, em geral, lugares muito amplos.
» lugares muito amploslugares muito amploslugares muito amploslugares muito amploslugares muito amplos: predicativo do sujeito;
» núcleo do predicativo: lugareslugareslugareslugareslugares;
» lugareslugareslugareslugareslugares deve concordar com templostemplostemplostemplostemplos, seu sujeito;
» amplosamplosamplosamplosamplos deve concordar com lugareslugareslugareslugareslugares, seu determinante.
• O lucro das vendas está sendo repassado aos missionários.
» está sendo repassadoestá sendo repassadoestá sendo repassadoestá sendo repassadoestá sendo repassado: sintagma verbal;
» núcleo do sintagma verbal: repassadorepassadorepassadorepassadorepassado;
» repassadorepassadorepassadorepassadorepassado deve reger a preposição a do seu objeto.
SINTAGMA
Sintagma é um segmento linguístico que expressa uma relação de dependência.
Nessa relação de dependência, diz-se que existe um elemento determinado e outro
determinante (ou subordinado), estabelecendo um elo de subordinação entre ambos.
Cada um desses elementos constitui um sintagma. Na concepção original de sintagma,
essa noção era utilizada para se referir a qualquer segmento linguístico: a palavra, a
sentença e o período. Mais recentemente, o termo sintagma é comumente empregado
para se referir às partes da sentença. Dessa forma, o sintagma se caracteriza conforme
o tipo gramatical dos seus elementos nucleares, ou por meio de seu sentido principal:
• sintagma nominal (SN): quando o núcleo do sintagma é um nome;
• sintagma adjetival (SADJ): quando o núcleo do sintagma é um adjetivo ou
por uma locução adjetiva;
• sintagma verbal (SV): quando o núcleo do sintagma é um verbo ou uma locução verbal;
• sintagma adverbial (SADV): quando o núcleo do sintagma é um advérbio ou
uma locução adverbial.
Em uma análise sintática, a identificação dos sintagmas e seus tipos é bastante
importante, pois facilita a compreensão do papel sintático exercido pelas palavras na
sentença que está em análise. Vejamos um exemplo:
• Todos silenciosamente acompanhavam a romaria pela cidade.
» todos: SN
» silenciosamente: SADV
» acompanhavam: SV
» a romaria: SN
» pela cidade: SADV
OBJETIVO 3
Explicar o que é e como o
sintagmasintagmasintagmasintagmasintagma é identificado pela
sintaxe.
OBJETIVO 2
Explicar o que é e como o
núcleonúcleonúcleonúcleonúcleo é identificado pela
sintaxe.
179 | LIÇÃO 6 - SÍNTESE GRAMATICAL DESCRITIVA: SINTAXE
Um sintagma pode ser formado por uma ou mais palavras. Por isso buscamos
pelo elemento núcleo e classificamos o sintagma segundo a categoria sintática deste
núcleo. Além disso, em uma sentença pode existir mais de um sintagma do mesmo
tipo. Quando isso ocorre, é preciso verificar qual a função sintática que os sintagmas
desempenham. No exemplo, o SN aparece duas vezes: uma desempenhando a função
de sujeito (todostodostodostodostodos) e outra, a função de objeto direto (a romariaa romariaa romariaa romariaa romaria).
DeterminantesDeterminantesDeterminantesDeterminantesDeterminantes
São chamados de determinantes os elementos que especificam outros em uma
expressão linguística. Existe um elemento determinante quando se estabelece uma
relação com outro elemento. Assim, o primeiro é o elemento determinante e o
segundo, o elemento determinado. Isso justifica a inclusão dessas funções em
estruturas de subordinação, ou seja, nos casos onde se observa que um elemento é
dependente de outro. Em casos de coordenação, nos quais se verifica uma
independência entre os elementos, não se fala em elementos determinante e
determinado, mas sim em elementos sequenciais.
Em um sintagma nominal, são determinantes os artigos, adjetivos, pronomes
adjetivos, numerais. Em um sintagma oracional, são determinantes o objeto direto e o
objeto indireto, o complemento nominal e o predicativo, pois referem-se aos verbos
que determinam. Em um sintagma superoracional, são determinantes as orações
subordinadas, já que dependem da oração principal.
ModificadoresModificadoresModificadoresModificadoresModificadores
São chamados de modificadores os elementos que estabelecem relação de
modificação dentro de um sintagma. Na língua portuguesa, o modificador por
excelência é o advérbio. Os elementos que exercem função de advérbio são, assim,
classificados como modificadores. É importante distinguir a noção de modificador da
noção de determinante. Nesse sentido, a própria raiz das duas palavras expressa essa
diferença. Vejamos um exemplo:
• As formigas são rápidas.
• As formigas andam rapidamente.
Na primeira sentença, os determinantes asasasasas e rápidasrápidasrápidasrápidasrápidas estão especificando/
determinando o nome formigaformigaformigaformigaformiga. Em primeiro lugar, não se trata de qualquer formiga e,
em segundo lugar, essas formigas são rápidas e não lentas. Já na segunda sentença, o
modificador rapidamenterapidamenterapidamenterapidamenterapidamente não especifica a ação de andar, mas a modifica. Não se trata
de apenas andar, mas sim de andar rapidamenteandar rapidamenteandar rapidamenteandar rapidamenteandar rapidamente.
3.3.3.3.3. Assinale cada alternativa correta.
a) Chama-se núcleo a palavra que destaca-se como principal dentro de um conjunto.
b) O núcleo, embora destacado, pouco significa para a análise sintática.
c) O núcleo indica a categoria gramatical de todo o segmento.
180 | PORTUGUÊS & TÉCNICAS DE REDAÇÃO
d) O sintagma é um segmento linguístico que expressa relação de dependência.
e) A relação de dependência estabelecida pelo sintagma denota a existência de
determinante e determinado.
f) O termo sintagma refere-se às partes de uma sentença.
g) A identificação dos sintagmas é muito importante para a análise sintática.
h) Não há sintagmas de uma única palavra.
i) Os elementos determinantes são aqueles que especificam outros em uma
expressão linguística.
j) Os modificadores são os elementos que encerram a relação de modificação dentro
de um sintagma.
FRASE, ORAÇÃO E PERÍODO
FraseFraseFraseFraseFrase
É a reunião de palavras que expressam uma ideia completa, constitui o
elemento fundamental da linguagem, não precisa necessariamente conter
verbos:
• Final de ano, início das férias.
É a menor unidade da comunicação linguística. Tem como características básicas:
a apresentação de um sentido ou significado completo e ser acompanhada por uma
entonação. Durante o uso cotidiano da língua, os falantes costumam produzir seus
textos articulando enunciados. Esses enunciados, quando transmitem uma ideia acabada,
isto é, um sentido comunicativo completo, se constituem na chamada frase. Não há um
padrão definido de frase; contudo, podemos identificá-la em três tipos distintos de
construção:
• quando se compõe de apenas uma palavra:
» Perigo!
» Coragem!
• quando se compõe de mais de uma palavra, dentre as quais não se verifica a
presença de verbo:
» Que tempestade!
» Quanta ingenuidade!
• quando se compõe de mais de uma palavra, dentre as quais, um verbo ou
locução verbal:
» Infelizmente, precisamos seguir viagem!
» O pastor deve determinar a adoção de mais missionários.
A identificação de uma frase na situação de comunicação também se deve ao
fato de que ela é um produto da entonação, ou seja, da melodia produzida na língua
oral. Dessa forma, quando um falante constrói uma frase, ela só se realiza se houver
marcas melódicas de início e fim do enunciado. Em geral, na fala, essas pausas são
expressadas atravésdo silêncio; já no registro escrito as marcas de início são as iniciais
maiúsculas das palavras e as marcas finais, os sinais de pontuação:
• Jonas!
OBJETIVO 4
Explicar o que é frase frase frase frase frase e
quais suas características.
181 | LIÇÃO 6 - SÍNTESE GRAMATICAL DESCRITIVA: SINTAXE
Embora não haja verbo neste exemplo, dada a entonação frasal, podemos
extrair dessas construções um sentido comunicativo completo. O contexto da
comunicação e a melodia empregada pelos falantes na produção do exemplo são
fundamentais para distingui-lo de uma simples palavra sem função comunicativa. Basta
imaginarmos, para isso, um contexto em que alguém está chamando por uma pessoa
cujo nome é JJJJJonasonasonasonasonas. Nesse caso, a frase poderia expressar alguma coisa como:
• Ei, Jonas, estou lhe chamando.
OraçãoOraçãoOraçãoOraçãoOração
É um segmento linguístico caracterizado basicamente:
• pela presença obrigatória do verbo (ou locução verbal);
• pela propriedade de se tornar, ela mesma, um objeto de análise sintática.
A maioria dos gramáticos da língua portuguesa costuma atribuir à oração uma
qualidade discursiva bastante particular, que é a de expressar um conteúdo
informativo na forma de uma construção dotada de verbo. Independentemente de essa
construção expressar um sentido acabado no discurso oral ou escrito, o verbo torna-
se fundamental para caracterizar a oração, por isso o verbo é o núcleo de uma oração:
• Gabriel toca sanfona maravilhosamente, portanto traz felicidade.
» tocatocatocatocatoca: verbo; enunciado em forma de oração com sentido acabado;
» traztraztraztraztraz: verbo; enunciado em forma de oração sem sentido acabado.
Aqui, observamos ora a expressão de um conteúdo comunicativo completo, ora
a ausência desse enunciado significativo. Porém, em nenhum dos casos podemos notar
a falta do verbo. As orações são, além disso, construções que, por contarem com um
esquema discursivo definido, podem ser analisadas sintaticamente. Se existe oração,
pressupõe-se também a existência de uma organização interna entre os seus elementos
constituintes (os termos da oração), que se reúnem em torno do verbo. A esse tipo de
exercício chamamos análise sintática, da qual a gramática da língua costuma abstrair
as diversas classificações das orações. Atenção! O verbo pode estar elíptico (não
aparece, mas existe):
• O hino Castelo Forte de Martinho Lutero ficou tão conhecido quanto
[ficaram] os louvores compostos por Frida Vingren.
PeríodoPeríodoPeríodoPeríodoPeríodo
Unidade linguística composta por uma ou mais orações. Suas características
básicas são:
• a apresentação de um sentido ou significado completo;
• encerrar-se por meio de certos símbolos de pontuação.
Uma das propriedades da língua é expressar enunciados articulados. Essa
articulação é evidenciada internamente pela verificação de uma qualidade comunicativa
das informações contidas no período. Um período é bem articulado quando revela
informações de sentido completo, uma ideia acabada. Esse atributo pode ser exibido
OBJETIVO 5
Explicar o que é oraçoraçoraçoraçoraçããããão o o o o e
quais suas características.
OBJETIVO 6
Explicar o que é período período período período período e
quais suas características.
182 | PORTUGUÊS & TÉCNICAS DE REDAÇÃO
em termos de um período constituído por uma única oração (período simples) ou
constituído por mais de uma oração (período composto):
• Daniela gostava muito daquela Bíblia. (período simples)
• Daniela gostava muito daquela Bíblia, por isso guardava-a com carinho.
(período composto)
Não há uma forma definida para a constituição de períodos, pois se trata de uma
liberdade do falante de elaborar seu discurso da maneira como quiser ou como julgar
ser compreendido na situação discursiva. Porém, a língua falada, mais frequentemente,
organiza-se em períodos simples, ao passo que a língua escrita costuma apresentar
maior elaboração sintática, o que faz notar a presença maior de períodos compostos.
Um dos aspectos mais notáveis dessa complexidade sintática nos períodos compostos
é o uso dos vários recursos de coesão. Isso pode ser visualizado no exercício de
transformação de alguns períodos simples em período composto fazendo uso dos
chamados conectivos – elementos linguísticos que marcam a coesão textual:
• Eu tenho um cachorrinho muito preguiçoso. Todo dia ele procura a minha
cama para dormir. Minha mãe não gosta do meu cachorrinho. Então, eu o
escondo para a minha mãe não ver que ele está dormindo comigo.
• Eu tenho um cachorrinho muito preguiçoso, que todo dia procura a minha
cama para dormir. Como a minha mãe não gosta dele, eu o escondo e,
assim, ela não vê que o cachorrinho está dormindo comigo.
No primeiro exemplo, temos um parágrafo formado por quatro períodos. Já no
segundo exemplo, o parágrafo está organizado em apenas dois períodos. Isso é
possível articulando as informações por meio de alguns conectivos (quequequequeque, comocomocomocomocomo, assimassimassimassimassim)
e eliminando os elementos redundantes (o gatinhoo gatinhoo gatinhoo gatinhoo gatinho, minha mãeminha mãeminha mãeminha mãeminha mãe = eleeleeleeleele, elaelaelaelaela).
Finalmente, os períodos são definidos materialmente no registro escrito por meio de
uma marca da pontuação, das quais se excluem a vírgula e o ponto-e-vírgula. O
recurso da pontuação é uma forma de reproduzir na escrita uma longa pausa
percebida na língua falada.
Vejamos, agora, um exemplo de análise sintática (há três orações aqui):
• Teu pai quer que você estuda antes de brincar.
» 1ª oração: teu pai querteu pai querteu pai querteu pai querteu pai quer = oração principal:
»» sintagma nominal: teu paiteu paiteu paiteu paiteu pai
»» sintagma verbal: querquerquerquerquer
» 2ª oração: que você estudeque você estudeque você estudeque você estudeque você estude = oração subordinada objetiva direta:
»» sintagma nominal: vocêvocêvocêvocêvocê
»» sintagma verbal: estudeestudeestudeestudeestude
» 3ª oração: antes de brincarantes de brincarantes de brincarantes de brincarantes de brincar = oração subordinada adverbial reduzida de infinitivo:
»» sintagma adverbial: antes deantes deantes deantes deantes de (locução adverbial de tempo)
»» sintagma verbal: brincarbrincarbrincarbrincarbrincar
Atenção! A 2ª oração é introduzida pela conjunção integrante quequequequeque.
Através da análise desenvolvida acima pudemos depreender as unidades
menores do período – as orações (ou sentenças), como as unidades menores das
orações – os sintagmas. A partir desses resultados, é possível verificar um problema de
183 | LIÇÃO 6 - SÍNTESE GRAMATICAL DESCRITIVA: SINTAXE
concordância verbal existente na segunda oração. Trata-se da norma gramatical que
nos informa o seguinte: se houver uma oração subordinada objetiva direta introduzida
pela conjunção quequequequeque e, se essa oração complementa um verbo, então o verbo dessa
oração subordinada deve estar no modo subjuntivo. Pela análise sintática, vemos que
esse é o caso do nosso período. Assim, conseguimos compreender a necessidade de
alteração da forma verbal, derivando a sentença abaixo:
• Teu pai quer que você estude antes de brincar.
Para promovermos essa análise, enfim, foi exigido que conhecêssemos alguns
elementos fundamentais da sintaxe: período; frase; a oração; termos das orações. A
análise sintática, assim como as outras referentes à língua, é um exercício muito
próximo da matemática, pois envolve um raciocínio lógico do tipo: se você encontrar
tal elemento, então admita que esse elemento é um objeto tal.
4.4.4.4.4. Assinale cada alternativa correta.
a) Uma reunião de palavras que expressem uma ideia completa é chamada de frase.
b) Uma frase só pode assim ser chamada se contiver algum verbo.
c) A entonação empregada na pronúncia de uma frase ajuda identificar o contexto
em que ela é usada.
d) Mesmo sem verbos na frase, ela pode representar um sentido comunicativo completo.
e) Toda a oração contém ao menos um verbo e pode tornar-se um objeto de análise sintática.
f) Embora seja o núcleo de uma oração,o verbo não é fundamental em sua caracterização.
g) Um período é composto por uma ou mais orações.
h) Um período bem articulado não deve, obrigatoriamente, expressar informações
completas ou uma ideia acabada.
i) Os períodos compostos fazem uso de vários recursos de coesão.
j) A análise sintática pouco tem de lógica.
TERMOS DA ORAÇÃO
Promover esse tipo de raciocínio no estudo das sentenças é desenvolver uma
análise formal, porque as categorias sintáticas são formas que não dependem do
conteúdo que expressam. Em outros níveis de análise (análise semântica, análise
discursiva e análise estilística) esse tipo de raciocínio lógico é bastante complicado,
porque envolve elementos cuja representação e estrutura não são fixas. Isso não ocorre
com a sintaxe, pois suas categorias são definidas pela norma culta. Os termos da
oração são classificados em três grandes níveis. Vejamos quais são eles:
Termos essenciais
São os que primeiro organizam o discurso. São delimitações macro da sentença,
que abarcarão outros termos em uma delimitação micro. São eles:
• sujeito
• e predicado.
OBJETIVO 7
Explicar cada um dos termos
de uma oração.
184 | PORTUGUÊS & TÉCNICAS DE REDAÇÃO
Termos integrantes
São os que complementam a oração. São termos exigidos sintaticamente pelo
verbo ou pelo nome. Cumprem papel essencial, logo não podem ser descartados sem
prejuízo sintático:
• complementos verbais: objeto direto, objeto indireto;
• predicativo;
• complemento nominal;
• agente da passiva.
Termos acessórios da oração
São termos que, apesar de sintaticamente prescindíveis, são necessários para o
entendimento do enunciado porque informam alguma característica ou circunstância
dos substantivos, pronomes ou verbos que acompanham:
• adjunto adnominal;
• adjunto adverbial;
• aposto;
• vocativo.
TTTTTermos essenciais:ermos essenciais:ermos essenciais:ermos essenciais:ermos essenciais: sujeito sujeito sujeito sujeito sujeito
Sujeito é um dos termos essenciais da oração. Tem por características básicas:
• estabelecer concordância com o núcleo do sintagma verbal;
• apresentar-se como elemento determinante em relação ao predicado;
• constituir-se de um substantivo, ou pronome substantivo ou, ainda, qualquer
palavra substantivada.
O sujeito só é considerado no âmbito da análise sintática, isto é, somente na
organização da sentença é que uma palavra (ou um conjunto de palavras) pode
constituir aquilo que chamamos sujeito. Nesse sentido, é equivocado dizer que o
sujeito é aquele que pratica uma ação ou é aquele (ou aquilo) do qual se diz alguma
coisa. Ao fazer tal afirmação estamos considerando o aspecto semântico do sujeito –
agente de uma ação ou objeto de uma afirmação. Já que o sujeito é depreendido de
uma análise sintática, devemos restringir a definição apenas ao seu papel sintático na
sentença: aquele que estabelece concordância com o núcleo do predicado. Quando se
trata de predicado verbal, o núcleo é sempre um verbo; sendo um predicado nominal,
o núcleo é sempre um nome:
••••• A igreja está fechada hoje.
» está fechada hojeestá fechada hojeestá fechada hojeestá fechada hojeestá fechada hoje: predicado nominal;
» fechadafechadafechadafechadafechada: nome feminino singular adjetivo = núcleo do predicado;
» a igrejaa igrejaa igrejaa igrejaa igreja: núcleo do sujeito, nome feminino singular.
• Nós não mentimos sobre nossa idade para você.
» não mentimos sobre nossa idade para vocênão mentimos sobre nossa idade para vocênão mentimos sobre nossa idade para vocênão mentimos sobre nossa idade para vocênão mentimos sobre nossa idade para você: predicado verbal;
» mentimosmentimosmentimosmentimosmentimos: verbo primeira pessoa do plural = núcleo do predicado;
» nósnósnósnósnós: sujeito, pronome substantivo flexionado na primeira pessoa do
plural.
A relação de concordância é, por excelência, uma relação de dependência, na
qual dois (ou mais) elementos se harmonizam. Um desses elementos é chamado
185 | LIÇÃO 6 - SÍNTESE GRAMATICAL DESCRITIVA: SINTAXE
determinado (ou principal) e o outro, determinante (subordinado). No interior de uma
sentença, o sujeito é o termo determinante, ao passo que o predicado é o termo
determinado. Essa posição de determinante do sujeito em relação ao predicado adquire
sentido com o fato de ser possível, na língua portuguesa, uma sentença sem sujeito,
mas nunca uma sentença sem predicado:
• As formigas invadiram minha casa.
» as formigasas formigasas formigasas formigasas formigas: sujeito = termo determinante;
» invadiram minha casainvadiram minha casainvadiram minha casainvadiram minha casainvadiram minha casa: predicado = termo determinado.
• Há formigas na minha casa.
» há formigas na minha casahá formigas na minha casahá formigas na minha casahá formigas na minha casahá formigas na minha casa: predicado = termo determinado;
» sujeito: inexistente.
O sujeito se manifesta em termos de sintagma nominal: seu núcleo é
sempre um nome. Quando esse nome se refere a objetos das primeira e segunda
pessoas, o sujeito é representado por um pronome pessoal do caso reto (eueueueueu, tututututu,
eleeleeleeleele...). Se o sujeito se refere a um objeto da terceira pessoa, sua representação
pode ser feita através de um substantivo, de um pronome substantivo ou de
qualquer conjunto de palavras, cujo núcleo funcione, na sentença, como um
substantivo:
••••• Eu acompanho você até o guichê.
» eueueueueu: sujeito = pronome pessoal de primeira pessoa.
• Vocês disseram alguma coisa?
» vocêsvocêsvocêsvocêsvocês: sujeito = pronome pessoal de segunda pessoa.
• Marcos tem um fã-clube no seu bairro.
» MarcosMarcosMarcosMarcosMarcos: sujeito = substantivo próprio.
• Ninguém entra na sala agora.
» ninguémninguémninguémninguémninguém: sujeito = pronome substantivo.
• O andar deve ser uma atividade diária.
» o andaro andaro andaro andaro andar: sujeito = núcleo: verbo substantivado nessa oração.
Além dessas formas, o sujeito também pode se constituir de uma oração inteira.
Nesse caso, a oração recebe o nome de oração substantiva subjetiva:
• É difícil optar por esse ou aquele hino.
» é difícilé difícilé difícilé difícilé difícil: oração principal;
» optar por esse ou aquele hinooptar por esse ou aquele hinooptar por esse ou aquele hinooptar por esse ou aquele hinooptar por esse ou aquele hino: oração subjetiva = sujeito oracional.
Sujeito posposto: Embora a língua portuguesa se apresente predominantemente
pela ordem diretaordem diretaordem diretaordem diretaordem direta (sujeito + verbo + predicado), é comum encontrarmos alguns
termos em posições variadas na oração. É o que se entende por ordem inversa, na
qual alguns termos são encontrados em combinação contrária ao esperado, como
verbo + sujeito = sujeito posposto.
• Vivendo sozinho o ancião, sua saúde se tornara precária.
• Sobre esse assunto falo eu!
O fato de se inverter a posição dos termos na oração é movido por fatores
estilísticos. A construção de sentenças em que o sujeito é colocado após o verbo (sujeito
posposto) surge em decorrência da ênfase que se pretende dar à ideia expressa pelo
termo que ocupa a primeira posição na sentença. Trata-se da valorização de algum
186 | PORTUGUÊS & TÉCNICAS DE REDAÇÃO
termo em detrimento de outro e, portanto, de uma alteração estilística. O sujeito
posposto pode ser encontrado:
• nas orações interrogativas;
• em orações com verbos na forma passiva pronominal;
• em orações com verbos na forma imperativa;
• em orações reduzidas;
• em orações que expressem o discurso direto;
• em orações absolutas com verbos no subjuntivo;
• em orações subordinadas adverbiais condicionais sem conjunção;
• em orações com verbos unipessoais;
• em orações iniciadas pelos complementos verbais.
É muito importante que se localize o sujeito e o verbo na oração. Mesmo
em posição que não é a sua habitual, o verbo deve sempre concordar com o
sujeito.
Tipos de sujeito
 
Sujeito simples
É aquele que possui apenas um núcleo. Conforme já visto, o núcleo do sujeito
será representado por um substantivo, por um pronome substantivo ou porqualquer
palavra substantivada:
• Os homens destroem a natureza.
» núcleo = homens homens homens homens homens (sujeito simples)
As palavras que se referem ao núcleo de qualquer função sintática chamam-se
adjunto adnominal. Portanto, no exemplo citado, o artigo ososososos funciona como adjunto
adnominal:
• O vento soprava muito forte naquela tarde.
» núcleo = ventoventoventoventovento (sujeito simples)
O sujeito dessa frase não é inexistente, como à primeira vista possa parecer, já
que há o núcleo ventoventoventoventovento, mesmo que este seja um fenômeno da natureza. Haverá sujeito
inexistente quando o verbo for o representativo do fenômeno da natureza, como na
frase:
• Ventava muito forte naquela tarde.
Nessa frase, não há sujeito, uma vez que o próprio verbo indica o fenômeno.
Sujeito composto
É aquele que possui dois ou mais núcleos. Os núcleos do sujeito composto são,
quase sempre, ligados pela conjunção eeeee, pela conjunção ououououou, pela preposição comcomcomcomcom ou
pelos conectivos correlatos assim... comoassim... comoassim... comoassim... comoassim... como, não só... mas tambémnão só... mas tambémnão só... mas tambémnão só... mas tambémnão só... mas também, tanto... comotanto... comotanto... comotanto... comotanto... como, tanto...tanto...tanto...tanto...tanto...
quantoquantoquantoquantoquanto, nem... nemnem... nemnem... nemnem... nemnem... nem:
• Tanto os cientistas quanto os religiosos estão temerosos.
» núcleos = cientistascientistascientistascientistascientistas e religiososreligiososreligiososreligiososreligiosos (sujeito composto)
» os artigos ososososos são adjuntos adnominais
187 | LIÇÃO 6 - SÍNTESE GRAMATICAL DESCRITIVA: SINTAXE
Sujeito oculto
Haverá sujeito oculto em três casos.
Primeiro caso: quando o sujeito forem os pronomes eueueueueu, tututututu, eleeleeleeleele, elaelaelaelaela, vocêvocêvocêvocêvocê, nósnósnósnósnós
ou vósvósvósvósvós,,,,, sem que estejam escritos na oração. O sujeito oculto também é chamado de:
sujeito elíptico; sujeito desinencial; sujeito implícito; sujeito subentendido:
• Estudaremos a matéria toda.
» Quem estudará? Nós.
» como o pronome não surge na oração temos sujeito oculto
Segundo caso: quando o verbo, mesmo na 3ª pessoa do plural, estiver no
imperativo, ou seja, quando o verbo indicar ordem, pedido ou conselho, acompanhados
de um vocativo. São exceções: chega dechega dechega dechega dechega de e basta debasta debasta debasta debasta de. Esses dois verbos participam de
orações sem sujeito:
• Estudem, meninos!
» o verbo está no Imperativo, pois indica conselho e há o vocativo
meninosmeninosmeninosmeninosmeninos; portanto, o sujeito é oculto.
Por outro lado, neste exemplo há oração sem sujeito ou sujeito inexistente:
• Basta de baderna, meninos!
Terceiro caso: quando não surgir o sujeito escrito na oração, porém estiver claro
em orações anteriores:
• Os diáconos chegaram à igreja ontem à noite. Terão um encontro com o
pastor.
» Quem chegou à igreja? Os diáconos.
» núcleo = diáconos (sujeito simples)
» Quem terá um encontro? Não surge o sujeito escrito na oração, porém
na oração anterior aparece, com clareza, quem é o sujeito = os diáconos= os diáconos= os diáconos= os diáconos= os diáconos.
Portanto, sujeito oculto.
Sujeito indeterminado
Haverá sujeito indeterminado, quando o sujeito do verbo for o pronome
pessoal do caso reto eleseleseleseleseles, sem que esteja escrito na oração, nem apareça claramente
quem são eles em alguma sentença anterior:
• Deixaram uma bomba na casa do deputado.
» Quem deixou uma bomba? Eles.
» Não surge o sujeito escrito na oração, nem aparece, com clareza,
anteriormente, quem é o sujeito. Portanto, sujeito indeterminado.
Sujeito oracional (oração subordinada substantiva subjetiva)
É o sujeito com verbo, ou seja, uma oração que exerce a função de sujeito:
• É necessário que todos estudem.
» Que é necessário? Que todos estudem (sujeito com verbo – oração
subordinada substantiva subjetiva)
Quando a oração subordinada substantiva subjetiva não se iniciar pela
conjunção integrante quequequequeque, nem pela conjunção integrante sesesesese, o verbo deverá ser
188 | PORTUGUÊS & TÉCNICAS DE REDAÇÃO
conjugado no infinitivo, no gerúndio ou no particípio, e a oração se denominará oração
subordinada substantiva subjetiva reduzida de infinitivo, de gerúndio ou de particípio:
• É preciso estudar mais.
» Que é preciso? Estudar mais (oração subordinada substantiva subjetiva
reduzida de infinitivo)
Sujeito acusativo
Será sujeito acusativo o sujeito de um verbo no infinitivo ou no gerúndio de
uma oração que funcione como objeto direto, quando o verbo da oração principal for
fazerfazerfazerfazerfazer, mandarmandarmandarmandarmandar, ververververver, deixardeixardeixardeixardeixar, sentirsentirsentirsentirsentir ou ouvirouvirouvirouvirouvir:
• Fizeram a garota se retirar.
» Quem fez? Eles.
» Não surge o sujeito escrito na oração, nem aparece, com clareza,
anteriormente, quem é o sujeito. Portanto, sujeito indeterminado.
O verbo fazerfazerfazerfazerfazer é transitivo direto, que tem como objeto direto toda a oração aaaaa
garota se retirargarota se retirargarota se retirargarota se retirargarota se retirar, pois isso é que foi feito, e não a garota foi feita, como pode parecer.
A oração que funciona como objeto direto chama-se oração subordinada substantiva
objetiva direta. O verbo da oração subordinada substantiva objetiva direta está no
infinitivo (retirarretirarretirarretirarretirar-se-se-se-se-se) e tem como sujeito a palavra garotagarotagarotagarotagarota. Portanto, garota é sujeito
acusativo. O sujeito acusativo poderá ser representado por um substantivo ou por um
pronome oblíquo átono (mememememe, tetetetete, sesesesese, ooooo, aaaaa, nosnosnosnosnos, vosvosvosvosvos, ososososos, asasasasas). Quando o sujeito acusativo
for um substantivo plural, o verbo no infinitivo tanto poderá ficar no singular, quanto
no plural. Em todos os outros casos, o verbo ficará no singular:
• Vi as garotas cantar/cantarem. (as garotas as garotas as garotas as garotas as garotas = sujeito acusativo)
• Vi-as cantar. (as as as as as = sujeito acusativo)
• Deixei-os entrar atrasados. (ososososos = sujeito acusativo)
Orações sem sujeito (sujeito inexistente)
Haverá oração sem sujeito, quando o verbo for impessoal. Os verbos impessoais
são assim chamados pois não se referem a uma pessoa, a qual vem a ser o nome ou
pronome que exerce a função de sujeito. Por isso, esses verbos ficam, obrigatoriamente,
na terceira pessoa do singular, com exceção do verbo serserserserser. São verbos impessoais:
• verbos que indiquem fenômeno da natureza:
» Choveu ontem.
» Ventou demasiadamente.
Quando surgir o fenômeno da natureza escrito na oração ou quando a frase
possuir sentido figurado, haverá sujeito:
• Choveram pedras sobre Londrina.
» sujeito simples: pedraspedraspedraspedraspedras
• Choveram papeizinhos coloridos sobre os soldados que desfilavam.
» sujeito simples: papeizinhos coloridospapeizinhos coloridospapeizinhos coloridospapeizinhos coloridospapeizinhos coloridos
• O vento soprava muito forte naquela tarde.
» sujeito simples: o ventoso ventoso ventoso ventoso ventos
SerSerSerSerSer, estarestarestarestarestar, parecerparecerparecerparecerparecer, ficarficarficarficarficar indicando fenômeno da natureza:
• É primavera, mas parece verão.
• Está frio hoje.
189 | LIÇÃO 6 - SÍNTESE GRAMATICAL DESCRITIVA: SINTAXE
FazerFazerFazerFazerFazer indicando fenômeno da natureza ou tempo decorrido:
• Faz dias friíssimos no inverno.
• Faz três dias que aqui cheguei.
HaHaHaHaHaververververver significando existirexistirexistirexistirexistir ou aconteceraconteceraconteceraconteceracontecer, ou indicando tempo decorrido:
• Houve muitos problemas naquela noite.
• Haverá várias festas em Curitiba.
• Há dois anos ele esteve aqui em casa.
Passar dePassar dePassar dePassar dePassar de indicando horas:
• Já passa das 15h.
Chegar deChegar deChegar deChegar deChegar de e bastar debastar debastar debastar debastar de no imperativo:• Chega de matéria.
SerSerSerSerSer indicando horashorashorashorashoras, datasdatasdatasdatasdatas e distânciadistânciadistânciadistânciadistância. O verbo serserserserser é o único verbo impessoal
que não fica obrigatoriamente na terceira pessoa do singular, pois, ao indicar horas,
datas ou distância, concorda com o numeral a que se refere:
• horas:
» É uma hora.
» São duas horas.
• distância:
» É um quilômetro daqui até lá.
» São dois quilômetros daqui até lá.
• datas:
» É dois de maio = É dia dois de maio.
» São dois de maio = São dois dias de maio.
Claro está que, se for o primeiro dia do mês, o verbo serserserserser ficará no singular.
5.5.5.5.5. Assinale cada alternativa correta.
a) São considerados termos essenciais aqueles que primeiro organizam o discurso.
b) Os termos essenciais são os complementos verbais e o sujeito.
c) Os termos integrantes complementam a oração.
d) Os termos acessórios são necessários ao entendimento do enunciado, embora
sejam sintaticamente prescindíveis.
e) O sujeito é um dos termos essenciais da oração.
f) Uma das características básicas do sujeito é estabelecer concordância com o núcleo
do sintagma verbal.
g) O sujeito posposto é aquele que aparece antes do verbo.
h) O sujeito oculto é aquele com somente um núcleo.
i) O sujeito simples possui dois núcleos.
j) O sujeito composto não aparece na senteça.
l) O sujeito ideterminado não aparece claramente, e seu pronome pessoal é o caso
reto eles.
190 | PORTUGUÊS & TÉCNICAS DE REDAÇÃO
m) O sujeito oracional é aquele em que o verbo exerce a função de sujeito.
n) Será acusativo o sujeito de um verbo no infinitivo ou no gerúndio de uma oração
que funcione como objeto direto, quando o verbo da oração principal for fazer,
mandar, ver, deixar, sentir ou ouvir.
o) Há oração sem sujeito quando o verbo for impessoal.
TTTTTermos essenciais:ermos essenciais:ermos essenciais:ermos essenciais:ermos essenciais: predicado predicado predicado predicado predicado
Predicado é um dos termos essenciais da oração. Tem por características básicas:
apresentar-se como elemento determinado em relação ao sujeito; apontar um
atributo ou acrescentar informação ao sujeito. Assim como o sujeito, o predicado é um
segmento extraído da estrutura interna das orações ou das frases, sendo, por isso, fruto
de uma análise sintática. Isso implica dizer que a noção de predicado só é importante
para a caracterização das palavras em termos sintáticos. Nesse sentido, o predicado é
sintaticamente o segmento linguístico que estabelece concordância com outro termo
essencial da oração (o sujeito), sendo este o termo determinante (subordinado) e o
predicado o termo determinado (principal). Não se trata, portanto, de definir o
predicado simplesmente como aquilo que se diz do sujeito, mas estabelecer a
importância do fenômeno da concordância entre esses dois termos essenciais da oração:
• Missionária Carolina conhece os índios da Amazônia.
» sujeito: CarolinaCarolinaCarolinaCarolinaCarolina (termo determinante)
» predicado: conhece os índios da conhece os índios da conhece os índios da conhece os índios da conhece os índios da AmazôniaAmazôniaAmazôniaAmazôniaAmazônia (termo determinado)
» concordância = Missionária CarolinaMissionária CarolinaMissionária CarolinaMissionária CarolinaMissionária Carolina (3ª pessoa do singular) = conhececonhececonhececonhececonhece
(3ª pessoa do singular)
• Todos nós fazemos parte do Reino de Deus.
» sujeito: todos nóstodos nóstodos nóstodos nóstodos nós (termo determinante)
» predicado: fazemos parte do Reino de Deusfazemos parte do Reino de Deusfazemos parte do Reino de Deusfazemos parte do Reino de Deusfazemos parte do Reino de Deus (termo determinado)
» concordância = TTTTTodos nós odos nós odos nós odos nós odos nós (1ª pessoa do plural) = fazemos parte fazemos parte fazemos parte fazemos parte fazemos parte (1ª
pessoa do plural)
Nesses exemplos podemos observar que a concordância é estabelecida entre
algumas poucas palavras dos dois termos essenciais. Na primeira frase, entre
Missionária CarolinaMissionária CarolinaMissionária CarolinaMissionária CarolinaMissionária Carolina e conhececonhececonhececonhececonhece; na segunda frase, entre nósnósnósnósnós e fazemosfazemosfazemosfazemosfazemos. Isso se dá
porque a concordância é centrada nas palavras que são núcleos, isto é, que são
responsáveis pela principal informação naquele segmento.
No predicado, o núcleo pode ser de dois tipos:
• um nome, quase sempre um atributo que se refere ao sujeito da oração;
• um verbo ou locução verbal.
No primeiro caso, temos um predicado nominal e no segundo um predicado
verbal. Quando, em um mesmo segmento o nome e o verbo são de igual importância,
ambos constituem o núcleo do predicado e resultam no tipo de predicado verbo-nominal:
• Minha irmã é desastrada.
» predicado: é desastradaé desastradaé desastradaé desastradaé desastrada
» núcleo do predicado: desastradadesastradadesastradadesastradadesastrada (atributo do sujeito)
» tipo de predicado: nominalnominalnominalnominalnominal
191 | LIÇÃO 6 - SÍNTESE GRAMATICAL DESCRITIVA: SINTAXE
• A empreiteira demoliu nosso antigo prédio.
» predicado: demoliu nosso antigo prédiodemoliu nosso antigo prédiodemoliu nosso antigo prédiodemoliu nosso antigo prédiodemoliu nosso antigo prédio
» núcleo do predicado: demoliudemoliudemoliudemoliudemoliu (informação sobre o sujeito)
» tipo de predicado: verbal
• Os manifestantes desciam a rua desesperados.
» predicado: desciam a rua desesperadosdesciam a rua desesperadosdesciam a rua desesperadosdesciam a rua desesperadosdesciam a rua desesperados
» núcleos do predicado: desciamdesciamdesciamdesciamdesciam (informação sobre o sujeito); desesperadosdesesperadosdesesperadosdesesperadosdesesperados
(atributo do sujeito)
» tipo de predicado: verbo-nominal
Nos predicados verbais e verbo-nominais, o verbo é responsável também por
definir os tipos de elementos que aparecerão no segmento. Em alguns casos, o verbo
basta para compor o predicado (verbo intransitivo). Em outros casos, é necessário um
complemento que, juntamente com o verbo, informa algo sobre o sujeito. De qualquer
forma, esses complementos do verbo não interferem na tipologia do predicado. São
elementos que constituem os chamados termos integrantes da oração.
6.6.6.6.6. Assinale cada alternativa correta.
a) Uma das características básicas do predicado é apresentar-se como elemento
determinado em relação ao sujeito.
b) O predicado aponta um atributo ou acrescenta uma informação ao sujeito.
c) O predicado é o elemento que estabelece concordância com outro termo essencial
da oração, o sujeito)
d) No predicado, o núcleo pode ser de dois tipos: um nome e um vebo.
TTTTTermos integrantes:ermos integrantes:ermos integrantes:ermos integrantes:ermos integrantes: introdução (predicação verbal) introdução (predicação verbal) introdução (predicação verbal) introdução (predicação verbal) introdução (predicação verbal)
Agora, passaremos ao estudo dos termos integrantes da oração. Antes,
contudo, de se analisarem os complementos verbais (objeto direto e objeto
indireto), é necessário entender a predicação dos verbos que exigirão essas
complementações.
Predicação verbal
É o estudo do comportamento do verbo na oração. É a partir da predicação
verbal que analisamos se ocorre ação ou fato, se existe qualidade ou estado ou modo
de ser de sujeito. Quanto à predicação verbal, os verbos podem ser:
• intransitivos;
• transitivos;
• de ligação.
Os transitivos e os intransitivos são também denominados verbos significativos;
pois, diferentemente dos de ligação, estabelecem sentido próprio, independente de seu
complemento.
192 | PORTUGUÊS & TÉCNICAS DE REDAÇÃO
Verbos intransitivos
São verbos intransitivos os que não necessitam de complementação, pois já
possuem sentido completo:
• Ele vive.
• Isaías e Leila, finalmente, casaram-se.
• A 2ª parcela do IPVA vence a partir de hoje.
Esses verbos não necessitam de qualquer elemento para complementar seu
sentido, pois quem vive, vive; quemse casa, casa-se; e aquilo que vence, vence. Há
verbos intransitivos, porém, que vêm acompanhados de um termo acessório,
exprimindo alguma circunstância (lugar, tempo, modo, causa...). Não se deve confundir
esse elemento acessório (adjunto adverbial) com complemento de verbo:
• Pastor diz que irá a Brasília para reunião.
Aparentemente, o verbo iririririr apresenta complementação, pois quem vai, vai a
algum lugar, porém lugarlugarlugarlugarlugar é uma circunstância e não complementação, como, à
primeira vista, possa parecer. Todos os verbos que indicam destino ou procedência são
verbos intransitivos, normalmente acompanhados de circunstância de lugar – adjunto
adverbial de lugar. São eles: iririririr, virvirvirvirvir, voltarvoltarvoltarvoltarvoltar, chegarchegarchegarchegarchegar, caircaircaircaircair, comparecercomparecercomparecercomparecercomparecer, dirigirdirigirdirigirdirigirdirigir-se-se-se-se-se... Esses
verbos admitem as preposições aaaaa e dedededede; esta para indicação de procedência, aquela para
a indicação de destino:
• O avião caiu ao mar.
• Cheguei a casa antes da meia-noite.
Nessa frase, não ocorre o acento indicador de crase, pois a palavra casacasacasacasacasa só
admite o artigo quando estiver especificada:
• Cheguei à casa de Joana.
Verbos transitivos
São verbos que necessitam de complementação, pois têm sentido incompleto:
• Deus amou o mundo.
• Cliente reclama de promoção.
• Medida em estudo dá alívio para os estados.
Os três verbos utilizados nos exemplos necessitam de complementação, pois
quem ama, ama alguém, quem reclama, reclama de algo e quem dá, dá algo a alguém.
A complementação, porém, dá-se de três maneiras diferentes:
• na primeira, o verbo não exige preposição;
• na segunda, o verbo exige preposição;
• na terceira, há dois complementos, um com preposição, outro, sem.
Quanto a isso, os verbos são:
• transitivos diretos: exigem complemento sem preposição obrigatória. O
complemento é denominado objeto direto:
» O presidente receberá os pastores.
» A falta de verbas causa problemas.
• transitivos indiretos: exigem complemento com preposição obrigatória. O
complemento é denominado objeto indireto:
193 | LIÇÃO 6 - SÍNTESE GRAMATICAL DESCRITIVA: SINTAXE
» Eleitor não obedece à convocação do TRE.
» População ainda acredita nos políticos.
• transitivos diretos e indiretos: possuem dois complementos, o objeto direto e
o objeto indireto:
» Empresário doa rendimentos do mês à Assistência Social.
Junto de verbo significativo pode surgir uma qualidade do sujeito ou uma qualidade
do objeto. Esta denomina-se predicativo do objeto; aquela, predicativo do sujeito:
» predicativo do sujeito:
»» O professor entrou revoltado naquela tarde.
» predicativo do objeto:
»» O juiz declarou o réu culpado.
Verbos de ligação
São verbos que servem como elementos de ligação entre o sujeito e uma qualidade
ou estado ou modo de ser, denominado predicativo do sujeito. Os principais verbos de
ligação são serserserserser, estarestarestarestarestar, parecerparecerparecerparecerparecer, permanecerpermanecerpermanecerpermanecerpermanecer, ficarficarficarficarficar, continuarcontinuarcontinuarcontinuarcontinuar. Não se deve decorar quais são
os verbos de ligação, e sim memorizar o significado dele: Verbo de ligação é aquele que
indica a existência de uma qualidade do sujeito, sem que ele pratique uma ação:
• Investimento direto será menor em 2003.
• Matéria-prima fica mais cara.
Quando o verbo indica ação, além de qualidade do sujeito, é denominado
transitivo ou intransitivo, mesmo que haja predicativo do sujeito:
• Mocidade volta avivada de Congresso.
Nesse exemplo o verbo não é de ligação, pois está indicando uma ação (quem
volta, volta de algum lugar), mesmo que haja o predicativo do sujeito avivadaavivadaavivadaavivadaavivada. É,
então, um verbo intransitivo, já que de Congressode Congressode Congressode Congressode Congresso é adjunto adverbial de lugar.
Conclui-se que pode haver predicativo do sujeito sem que haja verbo de ligação.
7.7.7.7.7. Assinale cada alternativa correta.
a) Chama-se predicação verbal o estudo do comportamento dos verbos na oração.
b) Em relação à predicação verbal, os verbos podem ser: intransitivos, transitivos e de ligação.
c) Os vebos transitivos não necessitam de complementação.
d) Os verbos intransitivos necessitam de complementação.
e) Os verbos de ligação unem o sujeito e uma qualidade, ou estado/modo de ser
(predicativo do sujeito).
 
TTTTTermos integrantes:ermos integrantes:ermos integrantes:ermos integrantes:ermos integrantes: complementos verbais complementos verbais complementos verbais complementos verbais complementos verbais
 
Objeto direto
Do ponto de vista da sintaxe, objeto direto é o termo que completa o sentido de
um verbo transitivo direto, por isso, é complemento verbal, na grande maioria dos
casos, não preposicionado..... Do ponto de vista da semântica, o objeto direto é:
194 | PORTUGUÊS & TÉCNICAS DE REDAÇÃO
• o resultado da ação verbal;
• o ser ao qual se dirige a ação verbal;
• o conteúdo da ação verbal.
O objeto direto pode ser formado por um substantivo, pronome substantivo, ou
mesmo qualquer palavra substantivada. Além disso, o objeto direto pode ser
constituído por uma oração inteira que complemente o verbo transitivo direto da
oração dita principal. Nesse caso, a oração recebe o nome de oração subordinada
substantiva objetiva direta:
• O amor de Leila transforma a minha vida.
» transformatransformatransformatransformatransforma: verbo transitivo direto
» a minha vidaa minha vidaa minha vidaa minha vidaa minha vida: objeto direto
» núcleonúcleonúcleonúcleonúcleo: vida = substantivo
• Conserve isso na tua memória.
» conserveconserveconserveconserveconserve: verbo transitivo direto
» issoissoissoissoisso: objeto direto (pronome substantivo)
• Não prometa mais do que possa cumprir depois.
» prometaprometaprometaprometaprometa: verbo transitivo direto
» mais do que possa cumprir depoismais do que possa cumprir depoismais do que possa cumprir depoismais do que possa cumprir depoismais do que possa cumprir depois: oração subordinada substantiva
objetiva direta
Oração subordinada substativa objetiva direta
Haverá oração subordinada substativa objetiva direta, quando o objeto direto
for representado por uma oração, ou seja, quando houver objeto direto com verbo:
• Eu sei que vou te amar.
• Constatamos que o pagamenteo não fora efetuado.
Pronomes oblíquos átonos
Os objetos diretos são constituídos por nomes como núcleos do segmento. A
noção de núcleo torna-se importante porque, num processo de substituição de um
nome por um pronome deve-se procurar por um pronome de igual função gramatical
do núcleo. No primeiro exemplo, verificamos um conjunto de palavras formando o
objeto direto (a minha vidaa minha vidaa minha vidaa minha vidaa minha vida), dentre as quais apenas uma é núcleo (vida vida vida vida vida =
substantivo). Podemos transformar esse núcleo substantivo em objeto direto formado
por pronome oblíquo, que é um tipo de pronome substantivo.
Além disso, nesse processo de substituição, devemos ter claro que o pronome
ocupará o lugar de todo o objeto direto e não só do núcleo do objeto:
• O amor de Leila transforma a minha vida.
• O amor de Leila a transforma.
Os pronomes oblíquos átonos (mememememe, tetetetete, ooooo, aaaaa, sesesesese, nosnosnosnosnos, vosvosvosvosvos, ososososos, asasasasas) funcionam
sintaticamente como objetos diretos. Isso implica dizer que somente podem figurar
nessa função de objeto e não na função de sujeito. Porém, algumas vezes os pronomes
oblíquos tônicos (mimmimmimmimmim, tititititi, eleeleeleeleele, elaelaelaelaela, nósnósnósnósnós, conoscoconoscoconoscoconoscoconosco, vósvósvósvósvós, convoscoconvoscoconvoscoconvoscoconvosco, eleseleseleseleseles, elaselaselaselaselas) são chamados
a constituir o núcleo dos objetos diretos. Nesse caso, o uso da preposição se torna
obrigatório e, por consequência, tem-se um objeto direto especial (objeto direto
preposicionado):195 | LIÇÃO 6 - SÍNTESE GRAMATICAL DESCRITIVA: SINTAXE
Resumindo: os pronomes oblíquos átonos que funcionam como objeto direto
são mememememe, tetetetete, ooooo, aaaaa, sesesesese, nosnosnosnosnos, vosvosvosvosvos, ososososos, asasasasas:
• Encontrei-os ontem à noite.
• Meu irmão quer levar-me à sua cidade.
• As provas, revisei-as há pouco.
Atenção! Verbo transitivo direto seguido de ooooo, aaaaa, ososososos, asasasasas:
• verbo terminado em vogal: os pronomes não se modificam;
• verbo terminado em m,m,m,m,m, ão ão ão ão ão ou õeõeõeõeõe: os pronomes se modificam para nonononono, nanananana, nosnosnosnosnos, nasnasnasnasnas;
• verbo terminado em rrrrr, s s s s s ou zzzzz: os pronomes se modificam para lololololo, lalalalala, losloslosloslos, laslaslaslaslas,
e as terminações rrrrr, s s s s s ou zzzzz desaparecem:
» Revisei as provas. = Revisei-as.
» Eles revisaram as provas. = Eles revisaram-nas.
» Eles irão revisar as provas. = Eles irão revisá-las.
Objeto indireto
Do ponto de vista da sintaxe, objeto indireto é o termo que completa o sentido
de um verbo transitivo indireto e vem sempre acompanhado de preposição. Do ponto
de vista da semântica, o objeto indireto é o ser ao qual se destina a ação verbal.
Complementa um verbo transitivo indireto, por meio de uma preposição:
• Assisto a todos os filmes bíblicos.
• Creia em mim, pois sou fiel.
• Obedeça aos regulamentos da empresa.
Em qualquer um desses casos, o traço mais importante e característico do objeto
indireto é a presença da preposição:
• forma inadequada:
» A irmã pedia dinheiro a jovem.
• forma adequada:
» A irmã pedia dinheiro à jovem.
»» pediapediapediapediapedia = verbo transitivo direto e indireto
»» dinheirodinheirodinheirodinheirodinheiro = objeto direto
»» à jovemà jovemà jovemà jovemà jovem = destinatário da ação verbal (objeto indireto)
O objeto indireto pode ser formado por substantivo, ou pronome substantivo,
ou numeral, ou ainda, uma oração substantiva objetiva indireta.
Oração subordinada substantiva objetiva indireta
Haverá oração subordinada substantiva objetiva indireta, quando o objeto indireto
for representado por uma oração, ou seja, quando houver objeto indireto com verbo:
Figura 6.1
196 | PORTUGUÊS & TÉCNICAS DE REDAÇÃO
• Os professores precisam de que os alunos estejam atentos.
• Acredito em que conseguiremos nosso intento.
Pronomes oblíquos atonos
O objeto indireto pode ser representado por um pronome. Como o núcleo do
objeto é sempre um nome, é possível substituí-lo por um pronome. Os pronomes
oblíquos átonos que funcionam como objeto indireto são mememememe, tetetetete, lhelhelhelhelhe, sesesesese, nosnosnosnosnos, vosvosvosvosvos, lheslheslheslheslhes:
• Não lhe paguei a dívida, por falta de dinheiro.
• Eles não me obedecem.
• Falta-me seu carinho.
Objeto direto preposicionado x objeto indireto
Complementa um verbo transitivo direto, com auxílio da preposição. Casos
obrigatórios:
• pronomes oblíquos tônicos: mimmimmimmimmim, tititititi, sisisisisi, eleeleeleeleele, elaelaelaelaela, nósnósnósnósnós, vósvósvósvósvós, eleseleseleseleseles e elaselaselaselaselas:
» A mim, você conhece há anos.
• pronome relativo quemquemquemquemquem:
» A garota a quem ele ama morreu.
» A palavra Deus.
» Amar a Deus sobre todas as coisas.
• para evitar ambiguidade.
» Vencerá o Senhor a Satanás.
Casos facultativos: pronomes indefinidos; o numeral ambos; nomes próprios;
verbos puxarpuxarpuxarpuxarpuxar, sacarsacarsacarsacarsacar, pegarpegarpegarpegarpegar, cumprircumprircumprircumprircumprir:
• Conheci todos. ou Conheci a todos.
• Vi ambos. ou Vi a ambos.
• Encontrei Etevaldo. ou Encontrei a Etevaldo.
Verbos comer e beber
O objeto direto desses verbos indicam totalidade; o direto preposicionado, partes:
• Bebi aquela garrafa de refrigerante. (indica que bebi a garrafa toda)
• Bebi daquela garrafa de refrigerante. (indica que bebi apenas parte dela)
Adjunto adverbial x objeto indireto
Não é difícil confundir objeto indireto e adjunto adverbial, quando este é
formado por uma locução adverbial, pois ambos os termos são construídos com
preposição. Uma regra prática para se determinar o objeto indireto e até mesmo o
identificar na oração é indagar ao verbo se ele necessita de algum complemento
preposicionado. Esse complemento será:
••••• adjunto adverbial, se estiver expressando um valor semântico, como lugar,
tempo, companhia, modo e etc;
• objeto indireto, se estiver apenas completando o sentido do verbo, sem
acrescentar outra ideia à oração.
197 | LIÇÃO 6 - SÍNTESE GRAMATICAL DESCRITIVA: SINTAXE
Vejamos os exemplo:
• Ele sabia a lição de cor.
» adjunto adverbial de modo
• Ele se encarregou do formulário.
» objeto indireto
Objetos pleonásticos
Haverá objeto pleonástico, quando houver duas palavras funcionando como
objeto direto, ou como objeto indireto, representando um elemento só:
• Minhas metas, respeito-as sempre.
• Aos amigos, quero dedicar-lhes esta canção.
Qualquer dos dois pode ser chamado de objeto pleonástico. O importante é
saber quando ocorre o pleonasmo.
8.8.8.8.8. Assinale cada alternativa correta.
a) O objeto direto é um complemento verbal, pois completa o sentido de um verbo
transitivo direto.
b) Os pronomes oblíquos átonos são: me, te, , a, se, vos, os, as.
c) O objeto indireto é o termo que completa o sentido de um verbo intransitivo indireto.
d) O objeto indireto pode, apenas, ser formado por substantivo.
e) Ocorre objeto pleonástico quando duas palavras funcionarem como objeto direto,
ou indireto.
TTTTTermos integrantes:ermos integrantes:ermos integrantes:ermos integrantes:ermos integrantes: complemento nominal complemento nominal complemento nominal complemento nominal complemento nominal
Dá-se o nome de complemento nominal ao termo que complementa o sentido
de um nome ou um advérbio, conferindo-lhe uma significação completa ou, ao menos,
mais específica. Como o complemento nominal vem integrar-se ao nome em busca de
uma significação para nome ao qual se liga, ele compõe os chamados termos
integrantes da oração.
São duas as principais características do complemento nominal:
• sempre seguir um substantivo abstrato;
• liga-se ao nome por meio de preposição, sempre obrigatória.
Os complementos nominais podem ser formados por substantivo, pronome,
numeral ou oração subordinada completiva nominal:
• Meus filhos têm paixão por histórias. (substantivo)
• A redação deles era trabalhosa. (pronome)
• A vitória de um é a conquista de todos. (numeral)
• O medo de que lhe furtassem as joias a mantinha afastada daqui. (oração
subordinada completiva nominal)
198 | PORTUGUÊS & TÉCNICAS DE REDAÇÃO
Em geral, os nomes que exigem complementos nominais possuem formas
correspondentes a verbos transitivos, pois ambos completam o sentido de outro termo.
São exemplos dessa correlação:
• obedecer aos pais / obediência aos pais
• chegar em casa / chegada em casa
• entregar a revista / entrega da revista
• protestar contra a opressão / protesto contra a opressão
É importante conhecer outras particularidades do complemento nominal, tais
como as que serão expostas a seguir.
Complemento nominal x adjunto adnominal
É comum confundirem-se essas duas categorias sintáticas da língua portuguesa.
Isso se verifica, pois ambas as categorias seguem um nome e podem ser
acompanhadas de preposição. É importante lembrar, então, as suas principais funções:
• complemento nominal: complementa o sentido do nome, conferindo-lhe uma
significação específica:
» Sua rapidez nas respostas é admirável.
• adjunto adnominal: acrescenta uma informação ao nome. Essa informação tem valor
de adjetivo e, em princípio, é desnecessária para a compreensão da expressão:
» Ela se dizia carioca da gema.
Uma regra prática para distinguir essas duas categorias sintáticas é tentar
transformar o termo relacionado ao nome em adjetivo ou oração adjetiva. Se for
possível o emprego de uma dessas construções adjetivas, o termo selecionado será um
adjunto adnominal. Do contrário, será um complemento nominal:
• O menino tinhauma fome de leão.
» fome leonina = adjetivo
» fome que parecia ser de leão = oração adjetiva
» fome de leãode leãode leãode leãode leão: adjunto adnominal
• A leitura de jornais é aconselhável a um bom profissional.
» de jornaisde jornaisde jornaisde jornaisde jornais: complemento nominal
A preposição e o complemento nominal
Dentre as características do complemento nominal, destaca-se a presença
obrigatóriaobrigatóriaobrigatóriaobrigatóriaobrigatória da preposição. A preposição tem por função relacionar dois ou mais
termos de uma oração. Como o complemento nominal realiza a integraçãointegraçãointegraçãointegraçãointegração com o
nome ou advérbio ao qual está ligado, a preposição torna-se indispensável:
• inadequado: A riqueza raciocínio é sempre presente no texto bíblico.
• adeaudo: A riqueza de raciocínio é sempre presente no texto bíblico.
Em geral, os problemas relativos a esse tema ocorrem com a preposição aaaaa. É
importante lembrar: sempre que o complemento nominal tiver como preposição a
palavra aaaaa, deve-se observar se é possível e necessário empregar a crase nessa posição:
199 | LIÇÃO 6 - SÍNTESE GRAMATICAL DESCRITIVA: SINTAXE
• inadequado: Você está apto a pesquisa teológica.
• adequado: Você está apto à pesquisa teológica.
• inadequado: Quero lembrar que todos aqui devem obediência a
administração geral.
• adequado: Quero lembrar que todos aqui devem obediência à
administração geral.
Depois do advérbio
Casos há em que o advérbio necessita de informações adicionais para que o
sentido da expressão seja completo. Assim, o complemento nominal une-se ao
advérbio fornecendo esse tipo de informação e, também nessa ligação, a presença da
preposição é obrigatória:
• inadequado: É dispensável a tua presença, relativamente a prestação de
contas da loja.
• adequado: É dispensável a tua presença, relativamente à prestação de contas
da loja.
Na voz passiva
Os verbos na voz passiva apresentam o verbo principal no particípio. O
particípio também representa uma forma de nome, já que pode ser empregado com
valor de adjetivo (iluminado, autenticado).
Sempre que o verbo, no particípio, apresentar um complemento que acrescente
informações à expressão, este será um complemento nominal e devedevedevedevedeve vir acompanhado
de preposição:
• inadequado: Esses meninos foram acostumados a desordem.
• adequado: Esses meninos foram acostumados à desordem.
9.9.9.9.9. Assinale cada alternativa correta.
a) Complemento nominal é o termo que complementa o sentido de um nome ou um
advérbio.
b) O complemento nominal sempre segue um substantivo abstrato.
c) Os complementos nominais podem ser formados, apenas, por numerais.
d) O adjunto adnominal complementa o sentido do nome, enquanto que o
complemento nominal acrescenta informação ao nome.
e) c) e d) estão corretas.
f) a), b), c) e d) estão corretas.
Antes de estudarmos o agente da passiva, revisaremos as vozes verbais para
entendermos a voz passiva analítica, que gera o agente da passiva.
200 | PORTUGUÊS & TÉCNICAS DE REDAÇÃO
VVVVVozes verbaisozes verbaisozes verbaisozes verbaisozes verbais
 
Voz verbal é a flexão do verbo que indica se o sujeito pratica, ou recebe, ou
pratica e recebe a ação verbal.
Voz ativa
Quando o sujeito é agente, ou seja, pratica a ação verbal ou participa ativamente
de um fato:
• As meninas exigiram a presença da diretora.
• O médico cometeu um erro terrível.
Voz passiva
Quando o sujeito é paciente, ou seja, sofre a ação verbal.
Voz passiva sintética
A voz passiva sintética é formada por verbo transitivo direto, pronome sesesesese
(partícula apassivadora) e sujeito paciente:
• Entregam-se Bíblias.
• Compram-se livros usados.
Voz passiva analítica
A voz passiva analítica é formada por sujeito paciente, verbo auxiliar serserserserser ou
estarestarestarestarestar, verbo principal indicador de ação no particípio (ambos formam locução verbal
passiva) e agente da passiva:
• As Bíblias foram entregues pelo próprio pastor.
• Os livros foram comprado por um distinto seminarista.
Voz reflexiva
Será chamada simplesmente de reflexiva, quando o sujeito praticar a ação sobre
si mesmo:
• Carla machucou-se.
Voz reflexivo-recíproca
Será chamada de reflexiva recíproca, quando houver dois elementos como
sujeito: um pratica a ação sobre o outro, que pratica a ação sobre o primeiro:
• Gunnar e Frida amam-se.
• Os jovens confraternizaram-se durante a festa.
Passagem da ativa para a passiva e vice-versa
Faz-se assim a transformação da ativa para a passiva e vice-versa:
• o sujeito da voz ativa passará a ser o agente da passiva;
• o objeto direto da voz ativa passará a ser o sujeito da voz passiva;
201 | LIÇÃO 6 - SÍNTESE GRAMATICAL DESCRITIVA: SINTAXE
• na passiva, o verbo ser estará no mesmo tempo e modo do verbo
transitivo direto da ativa;
• na voz passiva, o verbo transitivo direto ficará no particípio.
Vejamos este exemplo:
• voz ativa:
» A igreja aplaudiu os missionários.
»» sujeito = a igrejaa igrejaa igrejaa igrejaa igreja
»» verbo transitivo direto = aplaudiuaplaudiuaplaudiuaplaudiuaplaudiu
»» objeto direto = os missionáriosos missionáriosos missionáriosos missionáriosos missionários
• voz passiva:
» Os missionários foram aplaudidos pela igreja.
»» sujeito = os missionárioos missionárioos missionárioos missionárioos missionário
»» locução verbal passiva = foram aplaudidosforam aplaudidosforam aplaudidosforam aplaudidosforam aplaudidos
»» agente da passiva = pela igrejapela igrejapela igrejapela igrejapela igreja
TTTTTermos integrantes:ermos integrantes:ermos integrantes:ermos integrantes:ermos integrantes: agente da passiva agente da passiva agente da passiva agente da passiva agente da passiva
É o termo da oração que complementa o sentido de um verbo na voz passiva
analítica, indicando-lhe o ser que praticou a ação verbal. A característica fundamental
do agente da passiva é, pois, o fato de somente existir se a oração estiver na voz
passiva. Como vimos detalhadamente, há três vozes verbais na nossa língua: a voz
ativa, na qual a ênfase recai na ação verbal praticada pelo sujeito; a voz passiva, cuja
ênfase é a ação verbal sofrida pelo sujeito; e a voz reflexiva, em que a ação verbal é
praticada e sofrida pelo sujeito. Nota-se, com isso, que o papel do sujeito em relação à
ação verbal está em evidência.
Na voz ativa, o sujeito exerce a função de agente da ação e o agente da passiva
não existe. Para completar o sentido do verbo na voz ativa, este verbo conta com outro
elemento – o objeto (direto). Na voz passiva, o sujeito exerce a função de receptor de
uma ação praticada pelo agente da passiva. Por consequência, é este mesmo agente da
passiva que complementa o sentido do verbo neste tipo de oração, substituindo o
objeto direto:
• A vigília acordou toda a vizinhança.
» oração na voz ativa
» a vigíliaa vigíliaa vigíliaa vigíliaa vigília: sujeito
» acordouacordouacordouacordouacordou: verbo transitivo direto (pede um complemento verbal)
» toda a vizinhançatoda a vizinhançatoda a vizinhançatoda a vizinhançatoda a vizinhança: ser para o qual se dirigiu a ação verbal (objeto direto)
• Toda a vizinhança foi acordada pela vigília.
» oração na voz passiva
» toda a vizinhançatoda a vizinhançatoda a vizinhançatoda a vizinhançatoda a vizinhança: sujeito
» foifoifoifoifoi: verbo auxiliar; acordadaacordadaacordadaacordadaacordada: verbo principal no particípio
» pela vigíliapela vigíliapela vigíliapela vigíliapela vigília: ser que praticou a ação (agente da passiva)
O agente da passiva é um complemento exigido somente por verbos transitivos
diretos (aqueles que pedem um complemento sem preposição). Esse tipo de verbo, em
geral, indica uma ação (em oposição aos verbos que exprimem estado ou processo)
202 | PORTUGUÊS & TÉCNICAS DE REDAÇÃO
que, do ponto de vista do significado, é complementada pelo auxílio de outro termo
que é o seu objeto (em oposição aos verbos que não pedem complemento: os verbos
intransitivos). Como vimos, na voz passiva o complemento do verbo transitivo direto
que funciona como núcleoda locução verbal passiva é o agente da passiva. Nas
orações com verbos intransitivos ou com verbos apenas transitivos indiretos, então,
não existe agente da passiva, porque não há como construir sentenças na voz passiva
com esses verbos:
• Karina socorreu os missionários. (verbo transitivo direto na voz ativa)
• Os missionários foram socorridos por Karina. (verbo transitivo direto:
núcleo da locução verbal da voz passiva)
• Karina gritou. (verbo intransitivo na voz ativa)
• Karina foi gritada. (sentença inaceitável na língua; verbo intransitivo na voz
passiva)
A voz passiva analítica é formada através da construção da locução verbal
passiva: um verbo auxiliar (serserserserser, estarestarestarestarestar) + verbo principal no particípio (verbo transitivo
direto). Costuma-se explicitar o agente da passiva, apesar de ser este um termo de
presença facultativa na oração. Entretanto, em orações cujo verbo está na terceira
pessoa do plural, é muito comum ocultar-se o agente da passiva. Isso se justifica pelo
fato de que, nessas situações, o sujeito pode ser indeterminado na voz ativa. Porém,
mesmo nesses casos, a ausência do agente é fruto da liberdade do falante:
• Os missionários estrangeiros foram atacados pelos nativos.
» foram atacadosforam atacadosforam atacadosforam atacadosforam atacados: locução verbal passiva
» foramforamforamforamforam: verbo auxiliar serserserserser
» atacadosatacadosatacadosatacadosatacados: verbo principal atacaratacaratacaratacaratacar (VTD)
» pelos nativospelos nativospelos nativospelos nativospelos nativos: agente da passiva
• Nossas reivindicações são simplesmente ignoradas.
» são ignoradassão ignoradassão ignoradassão ignoradassão ignoradas: locução verbal passiva
» sãosãosãosãosão: verbo auxiliar serserserserser
» ignoradasignoradasignoradasignoradasignoradas: verbo principal ignorarignorarignorarignorarignorar (VTD)
» não há agente da passiva
´ Cercaram a cidade.
O agente da passiva é mais comumente introduzido pela preposição porporporporpor (e suas
variantes: pelopelopelopelopelo, pelapelapelapelapela, pelospelospelospelospelos, pelaspelaspelaspelaspelas). É possível, no entanto, encontrar construções em
que o agente da passiva é introduzido pelas preposições dedededede ou aaaaa:
• O hino será executado pela orquestra da igreja.
» pela orquestra da igrejapela orquestra da igrejapela orquestra da igrejapela orquestra da igrejapela orquestra da igreja: agente da passiva
• A igreja está lotada de gente.
» de gentede gentede gentede gentede gente: agente da passiva.
10.10.10.10.10. Assinale cada alternativa correta.
a) Ocorre voz ativa quando o agente participa/pratica ativamente de um fato.
b) Ocorro voz passiva quando o agente sofre uma ação verbal.
c) Ao transformar a voz ativa em passiva, o sujeito ativo passa a ser agente da passiva.
d) Na voz passiva o verbo transitivo direto ficará do particípio.
203 | LIÇÃO 6 - SÍNTESE GRAMATICAL DESCRITIVA: SINTAXE
TTTTTermos integrantes:ermos integrantes:ermos integrantes:ermos integrantes:ermos integrantes: predicativo predicativo predicativo predicativo predicativo
É o termo da oração que atribui uma característica, uma propriedade, um estado
ao sujeito. Alguns verbos não têm (ou perdem em certos contextos) uma significação
definida, pois não exprimem ações ou processos suscetíveis de serem atribuídos a algo.
Tais verbos contêm valor puramente sintático-gramatical. São chamados verbos
de ligação, pois limitam-se a relacionar a caracterização ao substantivo, por meio de:
• um estado permanente (serserserserser);
• um estado transitório (estarestarestarestarestar);
• permanência de estado (continuarcontinuarcontinuarcontinuarcontinuar);
• aparência de estado (parecerparecerparecerparecerparecer);
• mudança de estado (ficarficarficarficarficar, virvirvirvirvir).
Desse modo, estes verbos necessitam de um complemento especial que atribua
ao predicado um verdadeiro sentido, que permite exprimir efetivamente um estado
ou qualidade atribuíveis ao sujeito.
SerSerSerSerSer é o único verbo que é usado quase exclusivamente como de ligação.
Praticamente, só na linguagem filosófica é utilizado como verbo intransitivo,
assumindo o significado de existir — o ser é; o não-ser não é. No entanto, vários
verbos significativos podem assumir as características de um verbo de ligação, como é
o caso dos já referidos estarestarestarestarestar, ficarficarficarficarficar, andarandarandarandarandar, permanecerpermanecerpermanecerpermanecerpermanecer, continuarcontinuarcontinuarcontinuarcontinuar, parecerparecerparecerparecerparecer, virvirvirvirvir.
Predicativo do sujeito é, portanto, o nome ou expressão equivalente que se associa a
um verbo de ligação para atribuir sentido ao sujeito ou ao objeto. É o termo que indica
uma qualidade ou um estado do sujeito ou do objeto direto ou do objeto indireto. No
predicado nominal, sempre existe predicativo do sujeito.
Representação do predicativo do sujeito
O predicativo do sujeito pode ser representado por um nome ou sintagma
nominal:
• por um substantivo: Gunnar é missionário.
• por um adjetivo: Miguel é inteligente.
• por um pronome: A minha casa é aquela.
• por um numeral: As partes do corpo humano são três.
• por uma oração completa: Amar é pedir perdão.
No predicado verbo-nominal, pode existir predicativo do sujeito, do objeto
direto ou do objeto indireto. Dessa forma, o predicativo pode ser:
• do sujeito:
» Ele está triste.
»» predicado nominal: sujeito + verbo de ligação + predicativo do sujeito
»» predicativo do sujeito: tristetristetristetristetriste
» Os alunos são inteligentes.
»» predicado nominal: sujeito + verbo de ligação + predicativo do sujeito
»» predicativo do sujeito: inteligenteinteligenteinteligenteinteligenteinteligente
204 | PORTUGUÊS & TÉCNICAS DE REDAÇÃO
» O trem chegou quebrado.
»» predicado verbo-nominal: sujeito + verbo intransitivo +
predicativo do sujeito;
»» predicativo do sujeito: quebradoquebradoquebradoquebradoquebrado
• do objeto direto:
» Nomeei José o meu secretário.
»» predicado verbo-nominal: sujeito elíptico + verbo transitivo direto
+ objeto direto + predicativo do objeto direto
»» predicativo do objeto direto: o meu secretárioo meu secretárioo meu secretárioo meu secretárioo meu secretário
• do objeto indireto:
» Chamei-lhe de ladrão.
»» predicado verbo-nominal: sujeito elíptico + verbo transitivo
indireto + objeto indireto + predicativo do objeto direto
»» predicativo do objeto indireto: ladrãoladrãoladrãoladrãoladrão
Mais informações sobre o predicativo do objeto
Como termo ou expressão que complementa o objeto direto ou o objeto
indireto, conferindo-lhe um atributo, o predicativo do objeto apresenta duas
características básicas: acompanha o verbo de ligação implícito; e pertence ao predicado
verbo-nominal.
A formação do predicativo do objeto é feita através de um substantivo ou um
adjetivo:
• O igreja finalmente elegeu Daniel pastor.
» objeto: DanielDanielDanielDanielDaniel
» predicativo: pastorpastorpastorpastorpastor (substantivo)
• Todos julgavam-no culpado.
» objeto: nonononono
» predicativo: culpadoculpadoculpadoculpadoculpado (adjetivo)
Alguns gramáticos admitem o predicativo do objeto em orações com verbos
transitivos indiretos tais como crer, estimar, julgar, nomear, eleger, porém, a ocorrência
do predicativo do objeto em objetos indiretos ocorre, na maioria das vezes, com o
verbo chamar, com sentido de atribuir um nome a:
• Chamavam-lhe falsário, sem notar-lhe suas verdades.
Notas importantes:
• no predicado nominal, o predicativo é o termo mais importante no que se
refere ao predicado, por isso, é o núcleo do predicado;
• com o verbo chamar, o predicativo tanto pode ser referente ao objeto
indireto ou ao objeto direto;
• o predicativo do objeto direto ou do objeto indireto pode ou não aparecer
precedido de preposição;
• quando não houver possibilidade de se encontrar um predicativo em
orações onde aparecem verbos de ligação, estes verbos passam a ter um
conteúdo significativo e constituirão predicados

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