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FEMINICÍDIO E MACHISMO ESTRUTURAL Apesar de estarmos em uma década com mais informações e mais liberdade, a violência contra a mulher ainda continua se destacando. Enquanto a taxa geral de homicídios no país aumentou 4,2% na comparação 2017-2016, a taxa que conta apenas as mortes de mulheres cresceu 5,4% de acordo com a Atlas da Violência. Em 2015 foi aprovada a lei que prevê o feminicídio como circunstância qualificadora do crime de homicídio, e o art. 1º da Lei 8.072, de 25 de julho de 1990, para incluir o feminicídio no rol dos crimes hediondos. Punindo mais severamente esses casos e buscando dar fim em uma grande sequência de mortes de mulheres no Brasil. Segundo o IPEA (2019) em 28,5% dos homicídios de mulheres, as mortes foram dentro de casa, o que o Ipea relaciona a possíveis casos de feminicídio e violência doméstica. Entre 2012 e 2017, o instituto aponta que a taxa de homicídios de mulheres fora da residência caiu 3,3%, enquanto a dos crimes cometidos dentro das residências aumentou 17,1%. Já entre 2007 e 2017, destaca-se ainda a taxa de homicídios de mulheres por arma de fogo dentro das residências que aumentou em 29,8%. A violência contra mulheres é um dos fenômenos mais denunciados e de maiores repercussões, claramente um problema social. Podemos notar que apesar das medidas tomadas pra diminuir esse índice, como aumento das penalidades, a violência ainda é evidente. Isso é resultado de uma cultura enraizada na sociedade. Segundo Coulanges, (1996) no século XIX, a mulher seguia um estilo de vida patriarcal, não podendo assumir nenhuma autoridade para com os filhos, pois esta era tarefa exclusiva do marido. Os filhos deveriam seguir os passos do pai e aceitar o que lhes era imposto, reproduzindo aquele modelo familiar mais à frente. Seguindo um sistema cultural onde o patriarcado prevalece por décadas, a sociedade fica a margem de costumes que subjugam o sexo feminino , em âmbito familiar e profissional. Sendo necessário uma mudança estrutural na sociedade, começando nas escolas e refletindo no convívio pessoal. Com a representatividade de mulheres nas empresas, na política, economia e entre outros âmbitos, com mais discussões sobre o tema poderemos entender e prover soluções para tal mudança acontecer. REFERÊNCIAS Atlas da violência .Organizadores: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada; Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Brasília: Rio de Janeiro: São Paulo: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada; Fórum Brasileiro de Segurança Pública. 2019 Coulanges, F. (1996). A Cidade Antiga. São Paulo: Hemus. BRASIL. Lei 13.104, de 9 de março de 2015. Altera o art. 121 do Decreto-Lei 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal, para prever o feminicídio como circunstância qualificadora do crime de homicídio, e o art. 1º da Lei 8.072, de 25 de julho de 1990, para incluir o feminicídio no rol dos crimes hediondos. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/lei/L13104.htm> Saffioti, H. I. B. (1976). A Mulher na sociedade de classes: mito e realidade. V. 4. Petrópolis: Vozes
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