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UNIVERSIDADE PAULISTA LETÍCIA DEISE NUNES GARCIA ROMERA- T655IF1 DIREITO DAS OBRIGAÇÕES Pagamentos de divida ARARAQUARA 2020 QUESTÕES: 1-O termo pagamento é utilizado pela legislação civil apenas com um meio direto de cumprimento da obrigação pelo efetivo pagamento em dinheiro de uma relação negocial, ou há outro meio de extinção da vinculação obrigacional levando-se em conta os meios obrigacionais previsor no ordenamento jurídico? Fundamente. 2-Quando terceiro não garantidor da dívida pague obrigação de devedor originário, poderá buscar reembolso de tal pagamento e, pelo mesmo ato, se sub-rogar quanto ao crédito primitivo? Explique e fundamente. 3-Há relação e possibilidade jurídica de alguém cumprir sua obrigação estampada em contrato a credor putativo e ainda assim estar amparado pela subjetividade da boa-fé para eu não seja cobrado novamente? Fundamente. 4-Em uma relação obrigacional estampada em contrato com cláusulas bem definidas quanto ao objeto da obrigação e prestações, pode ocorrer que ao devedor lhe seja impossibilitado o cumprimento por circunstâncias alheias à sua vontade. Imbuído no cumprimento da avença, o devedor oferta cumprir sua obrigação no prazo definido, mas de forma diversa à estampada contratualmente demonstrando ao credor que essa nova proposta tem até maior valor da que fora combinada originariamente. 5-Explique a abrangência prática e aplicação legal quanto aos termos quérable e portable no tocante ao cumprimento das obrigações e quais s fundamentações para cada um dos institutos e, ainda, se é possível legalmente a modificação ou aceitação da forma contratualmente prevista de forma tácita. Respostas: 1- Sim, há outros meios de extinção da vinculação obrigacional. O pagamento direto é aquele em que se aplica o efetivo cumprimento da obrigação, realizando-se a satisfação do débito ao qual se submeteu o devedor, e consequente extinção da dívida, aplicando-se a liberação do vínculo obrigacional. Pagamento indireto ou especial é um meio de extinção de obrigação onde a satisfação do credor e liberação do devedor não se efetivam em decorrência da realização da prestação, mas em virtude da aplicação de determinados pressuposto legais que garantem o efeito liberatório. A Sub-rogação pode ser observada quando um certo fiador quita a divida assumida pelo devedor original junto ao credor e passa, a partir de então, a ocupar a posição de credor, sub-rogando para si os direitos deste último, podendo exigir do devedor tal pagamento A imputação do pagamento ato de determinar, indicar ou especificar qual débito líquido e vencido, dentre várias dívidas da mesma espécie, se estaria se extinguindo ao efetuar pagamento de um determinador valor não corresponde à totalidade da obrigação adquirida Art. 352. A pessoa obrigada por dois ou mais débitos da mesma natureza, a um só credor, tem o direito de indicar a qual deles oferece pagamento, se todos forem líquidos e vencidos. Art. 353. Não tendo o devedor declarado em qual das dívidas líquidas e vencidas quer imputar o pagamento, se aceitar a quitação de uma delas, não terá direito a reclamar contra a imputação feita pelo credor, salvo provando haver ele cometido violência ou dolo. Art. 354. Havendo capital e juros, o pagamento imputar-se-á primeiro nos juros vencidos, e depois no capital, salvo estipulação em contrário, ou se o credor passar a quitação por conta do capital. Art. 355. Se o devedor não fizer a indicação do art. 352, e a quitação for omissa quanto à imputação, esta se fará nas dívidas líquidas e vencidas em primeiro lugar. Se as dívidas forem todas líquidas e vencidas ao mesmo tempo, a imputação far-se-á na mais onerosa Pagamento por Consignação: consiste, de modo genérico, em um verdadeiro direito que assiste ao devedor em extinguir sua obrigação. Em outras palavras, compreende o ato em que o devedor quita sua dívida através de depósito judicial. O pagamento por consignação encontra amparo no direito brasileiro nos artigos 334 a 345 do Código Civil Dação em pagamento: consiste em um acordo entre as partes onde se admite a possibilidade de extinguir a obrigação através da entrega de um objeto diferente daquele que originariamente havia sido convencionado para a quitação do débito. A dação em pagamento remete ao verbo dar, e é proveniente do latim datio in solutom, ou pro soluto. É, de fato, um acordo onde o credor concorda, aceita, em receber do devedor uma obrigação diferente daquela que foi acertada anteriormente, assumindo, portanto, a dação em pagamento um caráter liberatório para o devedor e somente pode ser executada após a troca do objeto de extinção da obrigação. Encontra amparo jurídico nos artigos 356 a 359 do CC. Novação: Pressupõe, sugere uma inovação e no âmbito do direito civil ocorre quando, através de um acordo, as partes cessam a obrigação original, substituindo-a por uma nova. Apresenta-se, portanto, como um meio de extinção de obrigação, muito embora não satisfaça o débito. 2- De acordo com o Art. 305. O terceiro não interessado, que paga a dívida em seu próprio nome, tem direito a reembolsar-se do que pagar; mas não se sub-roga nos direitos do credor. Na sub-rogação o pagamento representa apenas uma alteração subjetiva da obrigação, mudando o credor. Não ocorre de fato o pagamento por parte do devedor, efetivando-se a extinção obrigacional somente em relação ao credor, que nada mais poderá reclamar depois de haver recebido do terceiro interessado (avalista, fiador, coobrigado etc.) o seu crédito. Assim, para o devedor a situação obrigacional não foi alterada, considerando que o terceiro, que paga, assume a posição do credor satisfeito e passa a ter o direito de cobrar a dívida do referido devedor. 3- O pagamento feito a credor putativo, de boa-fé, é válido. Portanto, é aquele que aparenta ser credor, caso do herdeiro aparente. Quando o único herdeiro conhecido de uma pessoa de posses que falece é seu sobrinho, o pagamento é feito a ele de boa-fé e válido, mesmo que seja apurado, depois, que, como última vontade, o falecido tenha nomeado outra pessoa como seu herdeiro testamentário. Ao verdadeiro credor, que não recebeu o pagamento, resta apenas se colocar contra o credor putativo, que recebeu de boa-fé. 4-Qualquer que seja a obrigação prometida (dar, fazer ou não fazer), o devedor está obrigado a cumpri-la, tendo o credor direito de receber exatamente o bem, serviço ou valor estipulado na convenção, não sendo obrigado a receber coisa diversa, ainda que mais valiosa Art 313 : O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, ainda que mais valiosa. 5- Dívidas quesíveis e portáveis: Diz-se quesível ou quérable a dívida que houver de ser cobrada pelo credor, no domicílio do devedor. Compete ao credor procurar o devedor para receber o pagamento. Portável ouportáble é a dívida que deve ser paga no domicílio do credor Cabe ao devedor portar, levar, o pagamento até a presença do credor. Em regra, toda dívida é quérable, ou seja, deve ser buscada pelo credor no domicílio do devedor É o que estabelece o art. 327 ora em comento: no silêncio do contrato, presume-se que aquela foi a vontade das partes. Exceções à regra geral: O lugar do pagamento é de livre convenção das partes, daí que a regra geral da dívida quesível só tem aplicação quando os contratantes não convencionarem do modo diverso. E mesmo no silêncio do contrato, muitas vezes as circunstâncias da avença, a natureza da obrigação ou a própria lei é que determinam o lugar do pagamento. Assim é que no caso de mercadoria despachada por reembolso postal, a dívida será paga pelo devedor no lugar da retirada. As dívidas fiscais devem ser pagas na repartição competente, por imposição legal. Se o contrato estabelecer mais de um lugar para o pagamento, caberá ao credor, e não ao devedor, escolher aquele que mais lhe aprouver.Compete ao credor cientificar o devedor, em tempo hábil, sob pena de o pagamento vir a ser validamente efetuado pelo devedor em qualquer dos lugares, à sua escolha. Se o devedor de dívida quesível muda de domicílio, sem anuência do credor, caber-lhe-ão as despesas que o credor houver tido com a mudança do local do pagamento.
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