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abordagem_e_tratamento_de_ulceras_ostomias_e_feridas(1)

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Brasília-DF. 
AbordAgem e TrATAmenTo de 
ÚlcerAs, osTomiAs e FeridAs
Elaboração
Tayse Tâmara da Paixão Duarte
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
Sumário
APRESENTAÇÃO ................................................................................................................................. 4
ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA .................................................................... 5
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 7
UNIDADE I
PELE E AVALIAÇÃO DA FERIDA ............................................................................................................... 9
CAPÍTULO 1
LESÕES DE PELE ....................................................................................................................... 9
UNIDADE II
CUIDADOS EM LESÕES ........................................................................................................................ 28
CAPÍTULO 1
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM .............................................................................................. 28
UNIDADE III
TIPOS DE FERIDAS ................................................................................................................................ 39
CAPÍTULO 1
ALGUNS TIPOS DE FERIDAS ..................................................................................................... 39
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 67
4
Apresentação
Caro aluno
A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se 
entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. 
Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela 
interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da 
Educação a Distância – EaD.
Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade 
dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos 
específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém 
ao profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a 
evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.
Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo 
a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na 
profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira.
Conselho Editorial
5
Organização do Caderno 
de Estudos e Pesquisa
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em 
capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos 
básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam a tornar 
sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta, para 
aprofundar os estudos com leituras e pesquisas complementares.
A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de 
Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes 
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor 
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita 
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante 
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As 
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Sugestão de estudo complementar
Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, 
discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.
Praticando
Sugestão de atividades, no decorrer das leituras, com o objetivo didático de fortalecer 
o processo de aprendizagem do aluno.
6
Atenção
Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a 
síntese/conclusão do assunto abordado.
Saiba mais
Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões 
sobre o assunto abordado.
Sintetizando
Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o 
entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.
Para (não) finalizar
Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem 
ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.
7
Introdução
A capacitação no atendimento ao paciente portador de lesões na pele visa ajudar 
aos profissionais Enfermeiros no aprimoramento dos conhecimentos específicos e 
científicos na assistência de Abordagem e Tratamento de Úlceras, Ostomias e Feridas, 
atualizando-os para atuarem no cuidado ao tratamento de lesões. 
O Enfermeiro deve possuir habilidades e competências nos cuidados referentes a 
feridas, diagnósticos de anormalidades da pele voltadas a enfermagem e cuidados 
prestados com esses pacientes durante todo o processo terapêutico. Objetivos
Objetivos
 » Agregar conhecimentos ao profissional para prestação de assistência 
adequada ao paciente que necessita de cuidados com feridas, úlceras e 
ostomias.
 » Capacitar o enfermeiro com conhecimentos sobre a fisiopatologia das 
feridas e o adequado tratamento para cada uma delas.
8
9
UNIDADE IPELE E AVALIAÇÃO DA 
FERIDA
CAPÍTULO 1
Lesões de pele
Anatomia e fisiologia da pele
A pele é o maior órgão do corpo humano, representando aproximadamente 16% do 
peso corporal. É a primeira barreira do organismo com o meio externo. A pele tem 
funções importantes para o organismo, como controle do fluxo sanguíneo, regulação 
térmica e proteção contra ameaças externas. Quanto a sua composição, a pele em sua 
superfície cutânea mede cerca de 2m2 e em cada polegada quadrada de pele existem 19 
milhões de células, 625 glândulas sudoríparas e 19 mil células nervosas (SBCD, 2015).
A pele possui diferentes camadas e cada uma delas com funções e características 
diferentes, que são epiderme, derme e hipoderme. 
Epiderme
A epiderme é, basicamente, um tecido epitelial estratificado queratinizado, com 
variações estruturais e funcionais significativas na dependência do seu sítio anatômico. 
É constituída por: sistema ceratinocítico, responsável pelo corpo da epiderme e de seus 
anexos (pelos, unhas e glândulas); sistema melânico, com função imunológica; células 
de merkel integrada ao sistema nervoso e células dendríticas indeterminadas, com 
função mal definida. (AZULAY; AZULAY, 2006).
A sua principal função é produzir queratina, proteína fibrosa maleável responsável 
pela impermeabilidade cutânea. As células que estão envolvidas são denominadas 
queratinócitos (KEDE; SABATOVICH, 2004).
A porção mais profunda da epiderme é constituída de células epiteliais que se proliferam 
continuamente para que seja mantido o seu número. Tipicamente, como em todos os 
10
UNIDADE I │PELE E AVALIAÇÃO DA FERIDA
epitélios, não há vasos sanguíneos na epiderme, embora a derme subjacente seja bem 
vascularizada. Como resultado, o único meio pelo qual as células de epiderme podem 
obter alimento é por meio da difusão dos leitos capilares da derme. Esse método é 
suficiente para que as células mais próximas vivam, mas, à medida que elas se dividem 
e são empurradas para a superfície, ficam longe da fonte de alimento (derme) e morrem. 
(GUIRRO; GUIRRO, 2004).
Derme
Abaixo da epiderme, fica a principal massa de pele, a derme, um tecido forte, maleável, 
com propriedades viscoelásticas e que consiste em um tecido conjuntivo frouxo 
composto de proteínas fibrosas (colágeno e elastina) embebidas em substância basal 
amorfa. (GOLDMAN; BENNETT, 2001). 
A derme está conectada com a fáscia dos músculos subjacentes por uma camada de 
tecido conjuntivo frouxo,a hipoderme. Nela, situam-se algumas fibras elásticas e 
reticulares, bem como muitas fibras colágenas, sendo suprida por vasos sanguíneos, 
vasos linfáticos e nervos. Também contém glândulas especializadas e órgãos do sentido. 
(GUIRRO; GUIRRO, 2004). 
Tem espessura variável ao longo do organismo, desde 1 mm até 4 mm, e compõe-se de 
três porções: a derme papilar, a perianexial e a reticular. (SAMPAIO; RIVITI, 2008). 
Derme papilar ou superficial é mais delgada e preenche as concavidades entre as 
cristas epidérmicas, dando origem as papilas ou cristas dérmicas. Constituída de tecido 
conjuntivo frouxo, é formada por feixes delicados de fibras colágenas, reticulares e 
elásticas, dispostas em uma rede frouxa. A camada papilar é separada da epiderme pela 
lamina basal (CUCÉ; NETO, 2001).
A derme perianexial é estruturalmente idêntica à papilar, dispondo-se, porém, em 
torno dos anexos; compõe, juntamente com a derme papilar, a unidade anatômica 
denominada derme adventicial (SAMPAIO; RIVITI, 2008). 
A derme reticular ou profunda é a mais espessa, constituída por tecido conjuntivo 
denso, e é assim denominada devido ao fato de que os feixes de fibras colágenas que a 
compõem entrelaçam-se em um arranjo semelhante a uma rede (GUIRRO; GUIRRO, 
2004). 
Como todo tecido conjuntivo, a derme contém muitos tipos diferentes de células 
incluindo fibroblasto e fibrócitos, macrófagos teciduais, melanófagos, mastócitos e 
11
PELE E AVALIAÇÃO DA FERIDA│ UNIDADE I
leucócitos sanguíneos, particularmente neutrófilos, eosinófilos, linfócitos, monócitos e 
plasmócitos (CUCÉ; NETO, 2001).
Figura 1. Derme ampliada.
Fonte: adaptada de Gray et al. Isaac C, et al. Processo de cura das feridas: cicatrização fisiológica. Rev Med (São Paulo). 
2010 jul./dez. 89(3/4):125-31. 
Hipoderme
Em continuidade com a derme está a hipoderme que não faz parte da pele, mas lhe 
serve de suporte e união com os órgãos e tecidos subjacentes. (COHEN; PRAZERES; 
SILVA, 2009).
A hipoderme está organizada em lóbulos de gordura e possui também vasos sanguíneos, 
linfáticos e nervos. É a camada responsável pelo deslizamento da pele sobre as estruturas 
de suporte como músculos, tendões e ossos. Funcionalmente, além de depósito nutritivo 
de reserva, participa no isolamento térmico e na proteção mecânica das pressões e 
traumatismo externos. (COHEN; PRAZERES; SILVA, 2009).
12
UNIDADE I │PELE E AVALIAÇÃO DA FERIDA
Figura 2. Estrutura anatômica da pele.
Fonte: Disponível em: <http://www.afh.bio.br/sentidos/sentidos10.asp>. Acesso em: 16/9/2015.
Figura 3. Estrutura de corte histológico da pele.
Fonte: adaptada de Cochard et al. Isaac C, et al. Processo de cura das feridas: cicatrização fisiológica. Rev Med (São Paulo). 
2010 jul./dez.;89(3/4):125-31. 
Mecanismos de lesão celular
As lesões tissulares iniciam-se com alterações moleculares ou estruturais nas células. 
Estímulos patológicos ou estresse excessivo podem levar a célula a situações de 
adaptação que resultam em alterações estruturais, entretanto, mantendo a viabilidade 
celular. Quando estes estímulos são mais agressivos, gera um excesso no limite de 
capacidade de adaptação na célula, o que resultará em uma sequência de eventos que 
geram lesão celular (MEIRELES; SILVA, 2011).
Estas lesões podem ser reversíveis, entretanto se houver manutenção dos estímulos, 
ou se estes forem intensos, estas lesões podem ser irreversíveis, resultando na morte 
13
PELE E AVALIAÇÃO DA FERIDA│ UNIDADE I
celular. É importante considerar que as consequências da lesão celular dependem do 
tipo, estado e adaptabilidade da célula, ou seja, da capacidade que cada célula tem de 
suportar a agressão que sofre (MEIRELES; SILVA, 2011).
As lesões celulares podem ainda ser classificadas como reversíveis (injúrias leves) ou 
irreversíveis (injúria persistente, necrose e apoptose) (MOURA, 2015).
Figura 4. Estágios da resposta celular ao estresse a estímulos nocivos.
Fonte: Moura LCL. Mecanismos de injúria e morte celular. Disponível em: <http://www.ufjf.br/deptopatologia/files/2011/08/
Mecanismos-de-inj%C3%BAria-e-morte-celular-1A.pdf>. Acesso em: 31/7/2015.
Os principais fatores que podem causar lesão celular são:
 » privação de oxigênio (hipoxia tecidual); 
 » agentes físicos: trauma, radiação, choque elétrico, pressão e temperatura; 
 » agentes químicos; 
 » agentes infecciosos; 
 » reações imunológicas; 
 » distúrbios genéticos; 
 » desequilíbrios nutricionais.
14
UNIDADE I │PELE E AVALIAÇÃO DA FERIDA
Fisiopatologia das feridas: mecanismos de 
lesão celular
Fases de cicatrização das feridas
O processo de cicatrização que se segue com a finalidade de cura das feridas pode ser 
dividido didaticamente em três fases: inflamatória, proliferativa e de remodelação.
Figura 5. Fases de cicatrização da ferida.
Fonte: Isaac C, et al. Processo de cura das feridas: cicatrização fisiológica. Rev Med (São Paulo). 2010 jul.-dez.;89(3/4):125-31. 
Fase inflamatória
Inicia-se no momento da lesão. O sangramento traz consigo elementos como as 
plaquetas, hemácias e fibrina, selando as bordas da ferida. O coágulo formado estabelece 
uma barreira impermeabilizante e tem como objetivo evitar a contaminação. A lesão 
tecidual desencadeia uma liberação local de histamina, serotonina e bradicinina que 
causam vasodilatação e aumento de fluxo sanguíneo no local e, por este motivo, pode-se 
observar os sinais inflamatórios como calor e rubor. O edema ocorre porque acontece um 
extravasamento de líquidos para o espaço extracelular (TAZIMA et al., 2008). 
Esta resposta inflamatória tem uma duração média de três dias em que ocorre: 
“migração das células para a ferida através dos mediadores bioquímicos que aumentam 
a permeabilidade vascular, favorecendo a exsudação plasmática e a passagem de 
elementos celulares para a área da ferida” (TAZIMA et al., 2008).
15
PELE E AVALIAÇÃO DA FERIDA│ UNIDADE I
Os mediadores bioquímicos ativados de ação curta são a histamina e serotonina e as 
mais duradouras são a leucotaxina, bradicinina e prostaglandina. A prostaglandina tem 
como função favorecer a exsudação vascular, estimular a mitose celular e a quimiotaxia 
de leucócitos. O pico de atividade dos polimorfonucleares ocorre nas primeiras 24-48 
horas após o trauma na pele, seguindo-se de um maior aporte de macrófagos durante 
os dois a três dias seguintes (TAZIMA et al., 2008).
Fase de proliferação
A fase proliferativa é composta de três eventos importantes: neoangiogênese, fibroplasia 
e epitelização. É nesta fase em que ocorre a formação de tecido de granulação, este 
tecido tem em sua constituição: um leito capilar, fibroblastos, macrófagos, um frouxo 
arranjo de colágeno, fibronectina e ácido hialurônico. A fase de proliferação tem início 
em média no 3o dia após a lesão, perdura por 2 a 3 semanas e é o marco inicial da 
formação da cicatriz (TAZIMA et al., 2008).
Isaac et al. (2010) apontam ainda que a fase de proliferação se caracteriza por 
fibroplasia, angiogênese e reepitelização. Na fibroplasia, ocorrem a migração e a 
proliferação de fibroblastos e, simultaneamente, há síntese de novos componentes da 
matriz extracelular. Há ainda a migração e proliferação de fibroblastos a partir das 
margens livres da ferida e de células mesenquimais.
Fase de remodelação
A terceira e última fase do processo de cicatrização é a de remodelação. Nesta etapa, há 
uma mudança do tipo de colágeno que a compõe e de sua disposição. O colágeno tipo 
III, inicialmente mais abundante que o tipo I, vai sendo degradado mais ativamente, 
enquanto que o colágeno I vai tendo sua produção aumentada pelos fibroblastos. 
Além disso, ocorre uma alteração em sua organização, a qual muda de fibras paralelas 
dispostas aleatoriamente para entrelaçadas e organizadas ao longo das linhas de 
estresse. A fase de maturação dura toda a vida da ferida, entretanto o aumento da força 
tênsil se estabiliza, após um ano, em 70 a 80% da pele intacta. O processo de maturação 
é mais agudo durante as primeiras seis a oito semanas (TAZIMAet al., 2008; ISAAC et 
al., 2010).
16
UNIDADE I │PELE E AVALIAÇÃO DA FERIDA
Figura 6. Representação gráfica da resposta normal da pele a feridas, mostrando o número relativo das principais 
células durante as três fases do processo de cicatrização (adaptado de Gray et al.).
Fonte: Isaac C, et al. Processo de cura das feridas: cicatrização fisiológica. Rev Med (São Paulo). 2010 jul.-dez.;89(3/4):125-31. 
Fatores que interferem na cicatrização das feridas
Tendo em vista os fatores fisiológicos que estão envolvidos no processo de cicatrização 
das lesões da pele, nem sempre esta ocorre de forma satisfatória. Vários fatores locais 
e gerais podem interferir no processo de cicatrização, o que pode acarretar em um 
comprometimento em uma ou mais fases de processo de cicatrização.
Fatores locais 
 » Vascularização das bordas da ferida/suprimento sanguíneo: a boa 
irrigação das bordas da ferida é fundamental para que o processo de 
cicatrização aconteça, isso porque haverá um aporte adequado de 
nutrientes e oxigênio. Se não houver um adequado suprimento de 
oxigênio, acarretará uma inibição da migração de fibroblastos e a síntese 
de colágeno, resultando em resistência a tensão reduzida. Se houver 
uma redução no suprimento de nutrientes no leito da ferida, haverá 
comprometimento no metabolismo celular e o déficit de leucócitos 
compromete a fagocitose, retardando a fase inflamatória do processo de 
cicatrização (MEIRELES; SILVA, 2011; TAZIMA, 2008). 
 » Infecção local: a infecção da ferida compromete o metabolismo do 
colágeno. Além disso, a infecção compromete a finalização da fase 
17
PELE E AVALIAÇÃO DA FERIDA│ UNIDADE I
inflamatória do processo de cicatrização, impedindo o processo de 
epitelização. A presença de micro-organismos provoca também um 
comprometimento no metabolismo das células que estão envolvidas 
na cicatrização, isso porque neste momento há uma competição para 
obtenção de oxigênio e nutrientes. O cuidado mais elementar e eficiente 
é a limpeza mecânica, remoção de corpos estranhos, detritos e tecidos 
desvitalizados (MEIRELES; SILVA, 2011; TAZIMA, 2008). 
Na presença de corpos estranhos no leito da ferida, será mantida nesta ferida a fonte 
de infecção e irritação, mantendo a inflamação e resistindo às tentativas de controlar a 
infecção. Para que um plano de tratamento seja estabelecido, a presença destes corpos 
estranhos deve ser descartada. Se for confirmada a presença deste corpo estranho, é 
necessário um debridamento e lavagem para garantir limpeza e umidade no leito da 
mesma (KNOTTENBELT, 2003).
 » Tratamento tópico inadequado: a utilização de sabão tensoativo na lesão 
cutânea aberta pode ter ação citolítica, afetando a permeabilidade da 
membrana celular. A utilização de soluções antissépticas também pode 
ter ação citolítica. Quanto maior for a concentração do produto maior 
será sua citotoxicidade, afetando o processo cicatricial. Essa solução 
em contato com secreções da ferida tem a sua ação comprometida. Tais 
agentes podem provocar um retardo no processo de cicatrização, isso 
porque reduzem a mobilidade leucocitária no leito da ferida, exercem 
efeitos tóxicos para fibroblastos e prejudicam a síntese e colágeno 
(MEIRELES; SILVA, 2011; CAMPOS, 2007).
 » Tecido necrótico: a presença do tecido necrótico prolonga a fase 
inflamatória e como consequência retarda todo o processo cicatricial, 
acarretando cronificação das lesões. Além disso, o tecido necrótico 
favorece a proliferação de micro-organismos (MEIRELES, SILVA; 2011).
18
UNIDADE I │PELE E AVALIAÇÃO DA FERIDA
Figura 7. Ferida com tecido necrótico.
Fonte: <http://feridasvasculares.blogspot.com.br/>. Acesso em: 16/9/2015.
Fatores gerais 
Os fatores gerais estão relacionados às condições clínicas do paciente e estas podem 
alterar a capacidade do paciente de cicatrizar com eficiência. São fatores como idade, 
faixa etária, nutrição, doenças crônicas associadas, insuficiências vasculares úlceras, 
uso de medicamentos sistêmicos (anti-inflamatórios, antibióticos, esteroides e agentes 
quimioterápicos).
 » Infecção: é provavelmente a causa mais comum de atraso na cicatrização. 
Se a contagem bacteriana na ferida exceder 105 microorganismos/g de 
tecido ou se qualquer estreptococo B-hemolítico estiver presente, a ferida 
não cicatriza (TAZIMA, 2008). 
 » Idade: quanto mais idoso o paciente, menos flexíveis são os tecidos. Há 
uma diminuição progressiva de colágeno. As alterações metabólicas que 
costumam acometer o idoso fazem com que sua resposta reparadora seja 
mais lenta. No idoso, a resposta inflamatória é lenta e a produção de 
linfócitos reduzida; o comprometimento vascular prejudica a circulação 
na ferida o que acarreta uma redução na oxigenação no leito da ferida, 
reduzindo a adesão leucocitária, além disso, o colágeno tem sua produção 
reduzida tanto quantitativamente quanto qualitativamente (MEIRELES; 
SILVA, 2011; TAZIMA, 2008).
 » Nutrição: a presença de uma deficiência nutricional acarreta uma 
maior dificuldade no processo de cicatrização, isso porque deprime o 
sistema imune e diminui a qualidade e a síntese de tecido de reparação. 
As vitaminas estão diretamente relacionadas ao sucesso do processo 
19
PELE E AVALIAÇÃO DA FERIDA│ UNIDADE I
de cicatrização, isso porque as carências de proteínas e de vitamina C, 
por exemplo, afetam diretamente a síntese de colágeno. A vitamina A 
contrabalança os efeitos dos corticoides que inibem a contração da ferida 
e a proliferação de fibroblastos. Já a vitamina B aumenta o número de 
fibroblastos. A vitamina D facilita a absorção de cálcio e a E é um cofator 
na síntese do colágeno, melhora a resistência da cicatriz e destrói radicais 
livres. O zinco é um cofator de mais de 200 metaloenzimas envolvidas no 
crescimento celular e na síntese proteica, sendo, portanto, indispensável 
para a reparação dos tecidos (TAZIMA, 2008). 
 » Doenças de base: diversas doenças sistêmicas podem prejudicar, direta 
ou indiretamente, a cicatrização das feridas. A diabetes mellitus, por 
exemplo, prejudica a cicatrização de ferida em todos os estágios do 
processo. O paciente diabético com neuropatia associada e aterosclerose 
é propenso à isquemia tecidual, ao traumatismo repetitivo e à infecção. O 
paciente diabético tem uma redução na síntese de colágeno e a capacidade 
de fagocitose dos leucócitos, elevando risco de processos infecciosos. Além 
disso, a neuropatia periférica compromete a sensibilidade dos membros 
inferiores, deixando o indivíduo mais suscetível a lesões (MEIRELES; 
SILVA, 2011; TAZIMA, 2008).
 » Medicamentos: algumas drogas como corticosteroides, os quimioterápicos 
e os radioterápicos dificultam o processo de cicatrização das feridas, pois 
interferem na resposta imunológica normal à lesão. Eles interferem na 
síntese proteica ou divisão celular, agindo diretamente na produção de 
colágeno (TAZIMA, 2008). 
 » Estado imunológico: nas doenças imunossupressoras, a fase inflamatória 
está comprometida pela redução de leucócitos, com consequente retardo 
da fagocitose e da lise de restos celulares. Pela ausência de monócitos, a 
formação de fibroblastos é deficitária. 
Além destes fatores acima mencionados, longos períodos de internação hospitalar e 
tempo cirúrgico elevado são também aspectos complicadores importantes para o 
processo de cicatrização (TAZIMA, 2008).
20
UNIDADE I │PELE E AVALIAÇÃO DA FERIDA
Complicações relacionadas ao processo de 
cicatrização das feridas
Campos (2007) relata que há algumas complicações que podem ocorrem durante o 
processo de cicatrização das feridas, sendo elas:
 » hemorragia interna (hematoma) e externa podendo ser arterial ou venosa; 
 » deiscência: separação das camadas da pele e tecidos. É comum entre 3o e 
11o dias após o surgimento da lesão; 
 » evisceração: protrusão dos órgãos viscerais, através da abertura da ferida; 
 » infecção: drenagem de material purulento ou inflamação das bordas da 
ferida; quando não combatida, pode gerar osteomielite, bacteremia e 
septicemia;» fístulas: comunicação anormal entre dois órgãos ou entre um órgão e a 
superfície do corpo.
Avaliação das feridas
A avaliação das feridas proporciona um planejamento dos cuidados direcionando a 
terapia tópica além de proporcionar dados para monitorar a trajetória da cicatrização 
das feridas. É importante observar:
 » Localização: qual a localização na anatomia humana.
 » Tamanho: cm2/diâmetro.
 » Profundidade: cm.
 » Tipo/quantidade de tecido: granulação, epitelização, desvitalizado e 
necrose.
 » Presença, quantidade e tipo de exsudato: definindo aspecto e odor.
 » Bordas: aderida, perfundida, macerada, descolada, fibrótica; presença de 
túneis, descolamento de bordas.
 » Tamanho: use a régua para medir, em centímetro, o maior comprimento 
e a maior largura da superfície da ferida, multipliquem comprimento x 
largura, para obter a área em cm2 (GOMES; COSTA; MARIANO, 2005).
21
PELE E AVALIAÇÃO DA FERIDA│ UNIDADE I
Figura 8. Avaliação do tamanho da ferida.
Fonte: Lima ACC. Feridas. Disponível em: <https://academicosmedicina.files.wordpress.com/2012/05/feridas.ppt>. 
Acesso em: 16/9/2015.
1. Profundidade: avalie a profundidade da ferida, ao descrevê-la pode 
utilizar alguns termos, como por exemplo (GOMES; COSTA; MARIANO, 
2005):
 › Dano tecidual sem solução de continuidade na superfície da ferida.
 › Superficial, abrasão, bolha ou cratera rasa. Plana/nivelada com a 
superfície da pele, e/ou elevado acima da mesma (ex.: hiperplasia).
 › Cratera profunda com ou sem descolamento de tecidos adjacentes.
 › Sem possibilidade de visualização das camadas de tecidos devido à 
presença de necrose.
 › Comprometimento de estruturas de suporte tais como tendão, cápsula 
de articulação.
A profundidade da ferida deve ser avaliada com material estéril, por exemplo, 
um swab.
22
UNIDADE I │PELE E AVALIAÇÃO DA FERIDA
Figura 9. Avaliação da profundidade da ferida.
Fonte: Lima ACC. Feridas. Disponível em: <https://academicosmedicina.files.wordpress.com/2012/05/feridas.ppt>. 
Acesso em: 16/9/2015.
Tipo/quantidade de tecido 
Avaliar o leito da ferida, definindo o tipo de tecido presente, podendo ser (GOMES, 
COSTA, MARIANO; 2005):
 › Tecido necrosado: avalie o tipo de tecido necrosado 
predominantemente na ferida de acordo com a cor, a consistência e a 
aderência.
 › Tecido de granulação: tecido de granulação é o crescimento de 
pequenos vasos sanguíneos, considera-se o tecido é saudável quando é 
brilhante, vermelho vivo, lustroso e granular. 
Figura 10. Presença de tecido necrótico.
Fonte: Lima ACC. Feridas. Disponível em: <https://academicosmedicina.files.wordpress.com/2012/05/feridas.ppt>. 
Acesso em: 16/9/2015.
23
PELE E AVALIAÇÃO DA FERIDA│ UNIDADE I
Presença, quantidade e tipo de exsudato 
As coberturas utilizadas no tratamento das feridas podem interagir com a drenagem da 
ferida produzindo um gel ou um líquido acarretando uma avaliação errônea sobre o tipo 
de exsudato está realmente presente no leito da ferida, o exsudato pode ser (GOMES; 
COSTA; MARIANO, 2005):
 » Sanguinolento: fino, vermelho brilhante.
 » Serosanguinolento: fino, aguado, de vermelho pálido para róseo.
 » Seroso: fino, aguado, claro.
 » Purulento: fino ou espesso, de marrom opaco para amarelo.
 » Purulento pútrido: espesso, de amarelo opaco para verde, com forte odor.
Figura 11. Avaliação do exsudato presente no leito da ferida.
Fonte: Lima ACC. Feridas. Disponível em: <https://academicosmedicina.files.wordpress.com/2012/05/feridas.ppt>. 
 Acesso em: 19/6/2015.
Bordas 
Avaliar se as bordas estão aderidas ou não, com presença e túneis. Se houver presença 
de túneis, estes devem ser mensurados quanto a sua extensão (GOMES; COSTA; 
MARIANO, 2005).
24
UNIDADE I │PELE E AVALIAÇÃO DA FERIDA
Figura 12. Presença de túneis ou fístulas – medir em cm.
Fonte: Lima ACC. Feridas. Disponível em: <https://academicosmedicina.files.wordpress.com/2012/05/feridas.ppt>. 
Acesso em: 16/9/2015.
Figura 13. Documentar extensão de descolamento de borda da ferida.
Fonte: Lima ACC. Feridas. Disponível em: <https://academicosmedicina.files.wordpress.com/2012/05/feridas.ppt>. 
 Acesso em: 16/9/2015.
A avaliação adequada da ferida é fundamental para que sejam traçadas estratégias de 
tratamento adequadas para o paciente. Este tratamento, em muitos casos, tem como 
instrumento coberturas, que será nosso tema a seguir.
Tipos de curativos e indicações
Agora, abordaremos alguns tipos de coberturas comumente utilizados no tratamento 
de feridas. Em nenhum momento temos como esgotar este tema, visto que o avanço 
científico tem trazido a cada dia novas pesquisas e inovações com novos tipos de 
coberturas. Algumas coberturas também foram abordadas a seguir, quando o assunto 
for tratamento de úlceras por pressão, que da mesma forma que são utilizadas para 
este tipo de feridas podem ser indicas para outros tipos, lembrando que o que prevalece 
nestes casos é a avaliação adequada da ferida para definir tratamento adequado.
25
PELE E AVALIAÇÃO DA FERIDA│ UNIDADE I
Hidrocoloide
Composição
Camada externa: 
 » Espuma de poliuretano.
Camada interna: 
 » Gelatina.
 » Pectina.
 » Carboximetilcelulose sódica.
Apresentação Placa.
Benefícios
 » Estimula a angiogênese e o desbridamento autolítico.
 » Acelera o processo de granulação tecidual.
 » Não requer troca diária.
 » Pode ser usado em associação de AGE.
 » Protege terminações nervosas, reduzindo a dor.
 » Não requer curativo secundário.
 » Reduz o risco de infecção, pois a camada externa atua como barreira térmica, microbiana e 
mecânica.
 » Promove isolamento térmico.
Mecanismo de ação
Em contato com exsudato, forma um gel hidrofílico que mantém um meio úmido.
Indicação Prevenção e tratamento de feridas abertas, não infectadas.
Tipo de feridas
 » Feridas abertas não infectadas, com leve à moderada exsudação.
 » Prevenção ou tratamento de úlceras de pressão não infectadas.
Contra-indicação
Feridas colonizadas ou infectadas e hipergranuladas. Feridas com tecido desvitalizado ou necrose e 
queimaduras de 3o grau.
Modo de usar
 » Lavar o leito da ferida com jato de SF 0,9% morno.
 » Secar a pele ao redor da ferida.
 » Escolher o hidrocoloide (com diâmetro que ultrapasse a borda da ferida aproximadamente 3 
cm).
 » Aplicar o hidrocoloide, segurando-o pelas bordas.
 » Pressionar firmemente as bordas do hidrocoloide e massagear a placa para perfeita aderência. 
Se necessário, reforçar as bordas com micropore.
 » Datar o hidrocoloide.
Nota: para lesão cavitária, preenchê-la até a metade com pasta.
Periodicidade da troca
Trocar o hidrocoloide sempre que o gel extravasar ou o curativo deslocar ou, no máximo, a cada 
sete dias.
Observações
A interação do exsudato com o hidrocoloide produz um gel amarelo (semelhante a uma secreção 
purulenta) e, nas primeiras trocas, poderá ocorrer odor desagradável devido à remoção de tecidos 
desvitalizados.
Fonte: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Procedimentos. – 
Brasília: Ministério da Saúde, 2011.
26
UNIDADE I │PELE E AVALIAÇÃO DA FERIDA
Alginato de cálcio
Composição
São sais de um polímero natural, o ácido algínico, derivado da alga marrom de espécie Laminaria 
hyperbore.
Apresentação em placa ou fita.
Mecanismo de ação
As fibras de alginato conseguem absorver até 20 vezes o seu peso em fluídos, ao passo que uma 
folha de gaze comum tem capacidade de absorver apenas de três a quatro vezes o seu peso em 
fluídos.
Indicação Feridas exsudativas, com ou sem sangramento, cavitárias, tunelizadas, com ou sem infecção.
Benefícios
 » Pode ser associado com outros produtos, como alginato de cálcio mais prata, hidrocoloide e 
carvão ativado.
 » Quimiotáxico para macrófagos e fibroblastos.
 » Auxílio no desbridamento autolítico.
 » Hemostático (promove agregação plaquetária).
 » Diminuição do exsudato e o odor da ferida com ação bacteriostática.
Conduta
 » Irrigar o local da lesão com SF 0,9% morno em jato.
 » Remover o exsudato erealizar o desbridamento, SN.
 » Escolher o tamanho da fibra de alginato que melhor se adapte ao leito da ferida.
 » Modelar o produto no interior da lesão umedecendo a fibra com SF 0,9% morno.
 » Não deixar que a fibra de alginato ultrapasse as bordas da lesão, com o risco de prejudicar a 
epitelização.
 » Cobrir com cobertura secundária estéril de hidrocoloide ou tela de silicone.
Periodicidade da troca
 » Trocar a cobertura secundária sempre que estiver saturada.
 » Trocar o curativo de alginato.
 » Feridas infectadas: no máximo a cada 24h.
 » Feridas limpas com sangramento: a cada 48h ou quando saturado.
Limitações
Quando o exsudato diminuir e a frequência das trocas estiverem sendo feitas a cada três a quatro 
dias, significa que é hora de utilizar outro tipo de curativo. Não deve ser utilizado em feridas secas 
ou com pouco exsudato, pois pode haver aderência e maceração da pele adjacente. Não pode ser 
associado a agentes alcalinos.
Observações O alginato nunca pode secar ao leito da ferida.
Fonte: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Procedimentos. – 
Brasília: Ministério da Saúde, 2011.
Sulfadiazina de prata
Composição Sulfadiazina de prata a 1%, hidrofílico.
Mecanismo de ação
O íon prata causa precipitação de proteínas e age diretamente na 
membrana citoplasmática da célula bacteriana, exercendo ação 
bactericida imediata e ação bacteriostática residual pela liberação de 
pequenas quantidades de prata iônica.
Indicação
Queimaduras.
Lesões infectadas ou com tecido necrótico.
Tipo de ferida Queimaduras.
Contra-indicação Hipersensibilidade ao produto´.
27
PELE E AVALIAÇÃO DA FERIDA│ UNIDADE I
Modo de usar
 » Lavar a ferida com H2O clorada morna em jato de água corrente.
 » Remover todo o excesso de pomada e tecido desvitalizado.
 » Aplicar o creme por toda a extensão da lesão (5 mm de 
espessura).
 » Colocar gaze de contato úmida.
 » Cobrir com cobertura secundária estéril.
Benefícios Fácil uso e baixo custo.
Limitação Dificulta a visibilidade (creme opaco).
Periodicidade de trocas
No máximo a cada 12 horas ou quando a cobertura secundária 
estiver saturada.
Observações
O excesso de pomada remanescente deve ser retirado a cada troca 
de curativo.
Fonte: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Procedimentos. – 
Brasília: Ministério da Saúde, 2011.
Carvão ativado e prata
Indicação
Feridas infectadas, exsudativas e com odores desagradáveis, 
superficiais ou profundas.
Contra-indicação
Feridas secas, limpas ou queimadas. Não é aconselhável uso 
em tecido de granulação. Clientes sensíveis a náilon ou outro 
componente.
Vantagens
Pode permanecer no leito da lesão, por mais de 24 horas. Eficaz no 
controle de odor desagradável.
Desvantagens
Poderá lesar a pele íntegra ao contato prolongado. Não pode ser 
recortado. Não pode ser usado em tecido de granulação, exigindo 
monitorização constante. Pode ser necessário um curativo secundário.
 
Fonte: Uggeri CJR et al. Produtos e métodos terapêuticos. In: Feridas – fundamentos e atualizações em enfermagem. 3ed. 
São Caetano do Sul, SP: Yendis Editora, 2011.
28
UNIDADE IICUIDADOS EM 
LESÕES
CAPÍTULO 1
Assistência de enfermagem
pacientes ostomizados
A palavra estoma significa “boca” e tem origem grega. Colostomia e ileostomia são, 
respectivamente, abertura do cólon e do íleo na parede abdominal para eliminação do 
conteúdo intestinal. As causas de uma estomia intestinal podem ser câncer colorretal, 
traumas, infecção perineal grave, fístula retovaginal, retocolite ulcerativa, entre outras 
(SCHWARTZ, 2011).
Figura 14. Alguns tipos de estoma.
Fonte: Juarez C. Cuidados básicos com ostomias no hospital. Disponível em: <http://www.conteudodeenfermagem.
com/2013/06/cuidados-basicos-com-ostomias.html>. Acesso em 16/9/2015.
29
CUIDADOS EM LESÕES│ UNIDADE II
Quanto aos tipos apontados de ostomias, Juarez C. (2015) aponta:
 » Colostomias: são realizadas para promover o restabelecimento ou a 
cicatrização da parte do intestino afetada pela doença ou o seu tratamento.
 » Ileostomia: é um tipo de estoma intestinal que comunica o intestino 
delgado (íleo) com o exterior. Elimina geralmente fezes líquidas e 
funciona várias vezes ao dia. Normalmente, localiza-se no quadrante 
inferior direito do abdome.
 » Urostomia: é um ostoma urinário que comunica o aparelho urinário com 
o exterior. Elimina urina em forma de gotas e continuamente.
Em relação ao tempo de permanência o mesmo autor relata que a ostomia pode ser: 
 » Definitiva ou permanentes: são realizados após a retirada da parte 
doente do intestino por amputação completa do órgão, inexistindo a 
possibilidade de reconstrução do trânsito intestinal ou impossibilidade 
de restaurar a evacuação transretal.
 » Temporária: ficam apenas por um determinado período.
Em relação à assistência aos pacientes ostomizados, é importante ressaltar o cuidado 
que deve ser destinado ao estoma e a pele que o circunda.
Figura 15. 
Fonte: <http://www.coloplast.dk/stomi/sundheds-personale/stomioperation/>
Deve-se manter a pele sempre hidratada, de tal forma que a bolsa de colostomia, 
destinada a recolher o produto da ostomia, mantenha-se íntegro. Juarez C (2015) 
descreve o cuidado com a limpeza que se deve realizar nestes casos.
30
UNIDADE II │CUIDADOS EM LESÕES
Cuidados básicos com ostomias: 
limpeza
Material necessário:
 » 250 ml soro fisiológico a 0,9%;
 » 1 gaze estéril;
 » 1 bolsa para colostomia (se necessário troca);
 » Após avaliação, se necessário, lavar com água e sabão.
Procedimento:
 » Limpar a região da colostomia com soro fisiológico a 0,9%, em movimentos 
circulares.
 » Secar a área ao redor com gaze estéril.
 » Marcar na bolsa o círculo com um guia de corte, de acordo com o diâmetro 
da fístula, do dreno ou da ostomia.
 » Recortar o orifício marcado.
 » Observar para que o orifício não fique apertado demais garrotando a 
ostomia ou grande demais facilitando o contato da secreção direta com a 
pele lesando-a.
 » Retirar o adesivo.
 » Retirar o protetor que recobre a face superior da placa.
 » Aplicar a placa com o aro sobre a região.
 » Adaptar a bolsa plástica à parte inferior do aro na placa, em posição 
cefalocaudal.
 » Exercer uma leve pressão à roda, a partir da parte inferior da bolsa plástica 
até que esteja segura, solicitando ao paciente que enrijeça a região.
 » Puxar suavemente a bolsa para baixo, para confirmar se ela se encontra 
devidamente encaixada.
31
CUIDADOS EM LESÕES│ UNIDADE II
Cuidados diários com colostomia:
 » Esvaziar a bolsa (no mínimo uma vez por plantão e sempre que necessário), 
soltando apenas o clamp que a fecha na parte inferior.
 » Lavá-la com soro fisiológico a cada vez que se desprezar o conteúdo no 
vaso sanitário.
 » O clamp poderá ser reutilizado nas trocas do mesmo paciente.
 » Registrar no prontuário: característica do débito de colostomia, volume, 
odor, cor etc.
A assistência ao paciente ostomizado deve-se iniciar antes do procedimento cirúrgico, 
no qual, na consulta prévia, ou seja, na fase pré-operatória das ostomias, deve-se 
priorizar a avaliação do paciente nas esferas física e psicossocial, identificando o nível 
de autocuidado prévio e em vigência da doença. Neste momento, deve ser informado 
tanto ao paciente como os seus familiares as informações necessárias para que tenham 
subsídios para trabalhar a ansiedade e o medo do desconhecido e ativar os mecanismos 
de enfrentamento.
Em muitos casos, os pacientes ostomizados sofrem complicações durante o período 
pós-operatório precoce. Estas complicações têm impacto direto na qualidade de vida do 
ostomizado. As principais complicações precoces são: edema, hemorragia periostomal; 
necrose, definida como a morte do tecido ostomal resultante de um fluxo sanguíneo 
prejudicado, e a isquemia que normalmente ocorre dentro de 24 horas após a cirurgia, 
resultando numa ostomia que aparece com uma coloração marrom a preta e étipicamente 
macia e flácida à palpação. As complicações também podem ocorrer de forma tardia, entre 
elas estão: hérnia paraostomal, que ocorre mais nas colostomias do que nas ileostomias; 
prolapso; estenose com insuficiência de drenagem de efluentes, devido ao estreitamento 
ou contração do tecido da ostomia ao nível da pele e que na maioria dos casos ocorre 
devido a isquemia, infecção ou retração ostomal (VINHAS, 2010).
32
UNIDADE II │CUIDADOS EM LESÕES
Figura 16. Prolapso de ostomia.
Fonte: <http://www.ostomizadosecia.com/2011/03/prolapso-uma-anomalia-que-afeta-os.html>. Acesso em 16/9/2015.
Em pacientes com uso de terapia hiperbárica 
A oxigenoterapia hiperbárica (OHB) é uma modalidade de tratamento terapêutico 
onde há uma oferta de oxigênio puro (FiO2 = 100%) em um ambiente pressurizado. 
As câmaras para a OHB encontram-se em duas modalidades: pode ser aplicada em 
câmaras com capacidade para um paciente (câmara monopaciente ou monoplace) ou 
para diversos pacientes (câmara multipaciente ou multiplace) (RODRIGUES JÚNIOR; 
MARRA, 2004). 
Sistemas monopacientes consistem em câmaras hiperbáricas com capacidade para 
apenas um paciente. Em geral, essas câmaras têm seu corpo cilíndrico, que tem sua 
composição em acrílico transparente o que permite ao paciente visualizar o exterior, 
com objetivo de reduzir uma possível ansiedade motivada pelo confinamento em espaço 
totalmente fechado. Além disso, as câmaras possuem um sistema de comunicação que 
contribui para dar ao paciente sensação de segurança, assistir televisão ou simplesmente 
conversar ou dormir durante o seu tratamento (OHB, 2015).
33
CUIDADOS EM LESÕES│ UNIDADE II
Figura 17. Câmara hiperbérica monopaciente.
Fonte: <http://www.ohb-rio.med.br/medhip.html>
Já os sistemas multipacientes têm capacidade para o tratamento de diversos pacientes 
simultaneamente e ainda permitem que a equipe de saúde esteja presente dentro da 
câmara. Isso é possível porque possui dois compartimentos, viabilizando que essas 
câmaras possibilitem entrada e saída de pessoal adicional sem que seja necessária a 
interrupção do tratamento (OHB, 2015).
Estas câmaras têm sua fabricação realizada em aço carbono e acrílico e portas de 
acesso aos diversos compartimentos. A porta externa do compartimento principal, 
utilizada para entrada e saída de pacientes, pode ter uma configuração retangular, esse 
formato de porta viabiliza a passagem de macas ou cadeiras de rodas. As câmaras são 
equipadas ainda com um sistema de controle ambiental, gerando assim um preciso 
acompanhamento da temperatura e umidade internas, para um maior conforto de seus 
ocupantes, principalmente durante a pressurização e a despressurização.
Figura 18. Câmara hiperbérica multipacientes.
Fonte: <http://www.ohb-rio.med.br/medhip.html>
34
UNIDADE II │CUIDADOS EM LESÕES
O Conselho Federal de Medicina no ano de 1995, por meio da Resolução no 1.457, 
estabeleceu as seguintes indicações médicas para o uso da oxigenoterapia hiperbárica 
no nosso país: 
 » doença descompressiva;
 » embolias gasosas;
 » embolias traumáticas pelo ar;
 » envenenamento por monóxido de carbono ou inalação de fumaça;
 » envenenamento por cianeto ou derivados cianídricos;
 » gangrena gasosa;
 » síndrome de Fournier;
 » outras infecções necrotizantes de tecidos moles: celulites, fasciites e 
miosites;
 » isquemias agudas traumáticas: lesão por esmagamento, síndrome 
compartimental, reimplantação de extremidades amputadas e outras;
 » vasculites agudas de etiologia alérgica, medicamentosa ou por toxinas 
biológicas (aracnídeos, ofídios e insetos);
 » queimaduras térmicas e elétricas;
 » lesões refratárias: úlceras de pele, lesões pré-diabético, escaras de 
decúbito, úlcera por vasculites autoimunes, deiscências de suturas;
 » lesões por radiação: radiodermite, osteorradionecrose e lesões actínicas 
de mucosas;
 » retalhos ou enxertos comprometidos ou de risco;
 » osteomielites;
 » anemia aguda, nos casos de impossibilidade de transfusão sanguínea.
A OHB consiste em uma modalidade segura apresentando poucas contraindicações. 
Os efeitos colaterais da OHB estão relacionados à variação da pressão e/ou toxicidade 
do oxigênio. A toxicidade do oxigênio está relacionada à dose oferecida e ao tempo de 
exposição ao tratamento hiperbárico. As toxicidades pulmonar (inexistente com doses 
35
CUIDADOS EM LESÕES│ UNIDADE II
clínicas de OHB) e neurológica são as mais importantes. Os efeitos colaterais da OHB 
são os seguintes (RODRIGUES JÚNIOR; MARRA, 2004): 
 » toxicidade pulmonar: tosse seca, dor retrosternal, hemoptóicos e edema 
pulmonar; 
 » toxicidade neurológica: parestesias e convulsão (1:10.000 tratamentos); 
 » desconforto e barotrauma auditivos; 
 » desconforto em seios da face; 
 » alterações visuais transitórias;
No caso das feridas, há indicações claras e bem precisas quando há indicação da 
oxigenoterapia hiperbárica para seu tratamento (IMH, 2015):
 » infecções refratárias/germes multirresistentes; 
 » locais nobres e/ou de riscos: face, pescoço, períneo, genitália, mãos e pés; 
 » perda de enxerto ou retalho prévio; 
 » fundo pálido (isquêmico); 
 » osteomielite asssociada; 
 » possibilidade de amputação; 
 » presença de fístula; 
 » ausência de sinais de cicatrização; 
 » fundo irregular; 
 » feridas em locais previamente comprometidos (áreas necróticas, 
fibróticas, isquêmicas, irradiadas etc.); 
 » feridas extensas e/ou profundas. 
36
UNIDADE II │CUIDADOS EM LESÕES
Figura 19. Exemplo de ferida com recuperação em uso de oxigenoterapia hiperbárica.
Fonte: <http://ec.bledar.com/a-oxigenoterapia-hiperbarica>. Acesso em: 16/9/2015.
Nos casos de feridas ortopédicas, há algumas indicações específicas para o uso da OHB 
(IMH, 2015):
 » fraturas expostas em casos selecionados; 
 » osteomielites hematogênicas, pós-cirúrgicas e pós-fraturas; 
 » artrites sépticas; 
 » pseudartrose com ou sem infecção; 
 » cirurgia de prótese infectada; 
 » cirurgia ortopédica infectada; 
 » necrose asséptica de cabeça de fêmur. 
A OHB não é indicada para tratamento para (SBMH, 2015):
 » lesões com resposta satisfatória ao tratamento habitual;
 » lesões que não respondem a OHB : sequelas neurológicas, necroses 
estabelecidas.
 » infecções que não respondem a OHB: pneumonia, infecção urinária.
Os tratamentos e indicações do tratamento com uso da oxigenoterapia hiperbárica 
estão baseados em (SBMH, 2015):
 » na Resolução no 1.457/1995 do Conselho Federal de Medicina;
 » critérios clínicos;
 » aspectos individuais de cada paciente avaliado;
 » escala de gravidade da USP – Universidade de São Paulo.
37
CUIDADOS EM LESÕES│ UNIDADE II
Tabela 1. Indicações de OHB conforme resolução CFM no 1.457/1995 e classificação de gravidade da USP.
Início Indicação Situações
No de 
sessões
EM
ER
GÊ
NC
IA
Pr
in
cip
al
Imediato
1.Doença descompressiva.
Todos os casos.
2 a 5 
sessões
2.Embolia traumática pelo ar.
3.Embolia gasosa.
4.Envenenamento por CO ou inalação 
de fumaça.
5.Envenenamento por gás cianídrico/
sulfídrico.
UR
GÊ
NC
IA
Tr
at
am
en
to
 a
dj
uv
an
te
Imediato 
conforme 
condições clínicas 
/ outros procedi- 
mentos
6. Gangrena gasosa. Todos os casos.
10 a 30 (em 
95% dos casos)
7.Síndrome de Fournier. Classificação de gravidade da USP III ou IV.
8. Outras infecções necrotizantes 
de tecidos moles: celulites, fasciites, 
miosites – (inclui infecção de sítio 
cirúrgico).
Classificação de gravidade da USP II, III ou IV.
9. Isquemias agudas traumáticas 
lesão por esmagamento, síndrome 
compartimental, reimplantação de 
extremidades amputadas e outras.
Classificação de gravidade da USP II, III ou IV.
10. Vasculites agudas de etiologia 
alérgica, medicamentosa ou por toxinas 
biológicas -(aracnídeos, ofídios e 
insetos).
Em sepse, choque séptico, ou insuficiências 
orgânicas.
11. Queimaduras térmicas e elétricas.
Acima de 30% de 2o e 3o graus ou 
queimaduras em áreas nobres (face, mamas, 
mãos, pés, períneo, genitália).
EL
ET
IV
O
Tr
atam
en
to
 a
dj
uv
an
te início planejado
12. Lesões refratárias úlceras de pele, 
pés diabéticos, escaras de decúbito, 
úlceras por vascullite autoimune e 
deiscência de suturas.
- Após revascularização ou outros 
procedimentos cirúrgicos se indicados.
- Osteomielite associada.
- Perda de enxertos ou retalhos prévios.
- Infecção com manifestações sistêmicas. 30 a 60 (em 
95% dos casos)
13. Lesões por radiação radiodermite, 
osteoradionecrose e lesões actínicas de 
mucosa. 
Todos os casos.
15. Osteomielites.
- Após limpeza cirúrgica e/ou remoção de 
material de síntese.
SI
TU
AÇ
ÕE
S 
ES
PE
CI
AI
S
Ca
so
s 
se
le
cio
na
do
s 14. Retalhos ou enxertos 
comprometidos ou de risco.
- Evolução desfavorável nas primeiras 48 
horas. Início imediato e avaliação a cada 5 
sessões. 10 a 40 (em 
95% dos casos)
16. Anemia aguda nos casos de 
impossibilidade de transfusão sanguínea.
- Associada a suporte respiratório e 
eritropoietina.
Fonte: <http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/91f69b804dadb4bea150b9d6059e5711/Diretrizes+de+Seguran%C3%A7
a,+Qualidade+e+Etica.pdf?MOD=AJPERES>. Acesso em 16/09/2015.
Os principais efeitos da OHB são (LACERDA et al, 2006): 
 » Proliferação de fibroblastos – como consequência do aumento de 
oxigênio dissolvido nos líquidos teciduais, há um adequado suprimento 
de oxigênio em tecidos pouco vascularizados favorecendo a cicatrização 
de feridas problemáticas. 
38
UNIDADE II │CUIDADOS EM LESÕES
 » Neovascularização – em decorrência de uma alta concentração de oxigênio 
na terapia hiperbárica, logo após a sessão de OHB, os tecidos corporais 
são submetidos a uma hipóxia relativa (volta à concentração normal de 
oxigênio), efeito este responsável pela estimulação da neovascularização. 
 » Atividade osteoclástica e osteoblástica – devido ao aumento de oxigênio 
dissolvido nos líquidos teciduais da OHB, há uma chegada de concentrações 
adequadas de oxigênio nos ossos, permitindo as atividades osteoclásticas 
e osteoblásticas, sendo indicado, desta forma, no tratamento adjuvante 
da osteomielite crônica. 
 » Ação antimicrobiana – a tensão de oxigênio desempenha um papel 
fundamental no desenvolvimento de infecções. Várias condições 
patológicas, como lesões ou infecções, podem diminuir notavelmente a 
tensão de oxigênio no sítio afetado, onde o fluído de lesões experimentais 
frequentemente apresenta valores inferiores a 10mmHg. Portanto, 
condições de considerável hipóxia ou mesmo anaerobiose são verificadas 
em tecidos orgânicos infectados, favorecendo o crescimento de bactérias 
específicas. A princípio, é nestas infecções que a hipóxia hiperbárica 
apresenta maior potencial terapêutico.
Os clientes submetidos ao tratamento com oxigenoterapia hiperbárica são bastante 
diferenciados pela idade, diagnóstico e gravidade da sintomatologia. Assim sendo, 
o profissional de enfermagem hiperbárico deve ter experiência comprovada em 
atendimento a clientes críticos no que concerne a enfermagem médico-cirúrgica e 
atendimento ao paciente crítico para atender estes pacientes de forma adequada no 
caso de intercorrências durante o tratamento.
Veja alguns vídeos interessantes:
<https://www.youtube.com/watch?v=rhnIdjb1oD4>
<https://www.youtube.com/watch?v=IV2ahl23EAY>
Lacerda et al. ATUAÇÃO DA ENFERMAGEM NO TRATAMENTO COM 
OXIGENOTERAPIA HIPERBÁRICA. Rev Latino-am Enfermagem 2006 janeiro-
fevereiro; 14(1):118-23.
39
UNIDADE IIITIPOS DE FERIDAS
CAPÍTULO 1
Alguns tipos de feridas
Úlcera por pressão (UP)
As úlceras por pressão são áreas de isquemia e necrose tecidual. Ocorrem devido 
à compressão prolongada, ao cisalhamento ou fricção dos tecidos moles entre 
proeminências ósseas e a superfície externa (CONNOR, 2005). 
Figura 20. Capilares com e sem pressão nas proeminências ósseas
Fonte: Caliri MHL. Guia para prevenção de ÚLCERA por PRESSÃO ou ESCARA. Disponível em: <http://www2.eerp.usp.br/site/
grupos/feridascronicas/images/images/manual_guia_prevencao_pressao_ou_escara.pdf>. Acesso em 30/7/2015.
Localizações mais frequentes: isquiática (24%), sacrococcígea (23%), trocantérica 
(15%) e calcânea 8(%). Outras localizações incluem maléolos laterais (7%), cotovelos 
(3%), região occipital (1%) e região escapular (CONNOR, 2005).
40
UNIDADE III │TIPOS DE FERIDAS
Figura 21. Principais pontos de pressão e de ocorrência de úlceras por pressão.
Fonte: Caliri MHL. Guia para prevenção de úlcera por pressão ou escara. Disponível em: <http://www2.eerp.usp.br/site/grupos/
feridascronicas/images/images/manual_guia_prevencao_pressao_ou_escara.pdf>. Acesso em: 17/9/2015.
Conforme a RDC no 36 de 25, de julho de2013, a UP é considerada um dano ao paciente 
e por este motivo deve ser notificado como evento adverso (BRASIL, 2013). 
A incidência de UP tem sido considerada um indicador de qualidade assistencial, 
permitindo analisar os casos quanto à sua distribuição, aos pacientes mais vulneráveis 
e ao local em que são mais frequentes. Este indicador é importante porque orienta 
as condutas de medidas de prevenção à lesão, fornece dados para desenvolver o 
planejamento, gestão e avaliação das ações em saúde, além de orientar práticas 
educativas à equipe interdisciplinar (SANTOS et al., 2013). 
O índice de UP em hospitais nos Estados Unidos chega a 15%. Já no Reino Unido a 
incidência é de 4 a 10% dos pacientes internados. Por ano, estima-se que 600 mil pacientes 
aproximadamente evoluam a óbito em decorrência de complicações secundárias da 
UP em hospitais nos EUA, o que, sem dúvida, gera um alto gasto hospitalar para o 
tratamento destas úlceras (BRASIL, 2013a). 
No Brasil, há poucos estudos que apontam os índices de incidência de UP e suas 
taxas variam de 2% a 66%. Em pesquisa feita em um hospital geral universitário, no 
ano de 2005, evidenciou-se uma incidência de 39,81% no hospital como um todo 
(ZAMBONATO; ASSIS; BEGHETTO, 2013). 
Para que os indivíduos desenvolvam a UP, geralmente estão associados fatores 
intrínsecos e extrínsecos. Fernandes, Torres e Vieira (2008) apontam estes como sendo:
41
TIPOS DE FERIDAS│ UNIDADE III
Quadro 1. Fatores intrínsecos e extrínsecos para ocorrência de úlceras por pressão.
FATORES EXTRÍNSECOS 
Pressão (fator mais importante): 
 » excede a pressão de perfusão tecidual (32 mmHg); 
 » menor tolerância a períodos prolongados de pressão; 
 » dependente da intensidade, da duração e da área de superfície sobre a qual atua. 
Forças de tração: 
 » deslocamento do corpo sobre a pele fixa a superfície externa; 
 » angulação e trombose dos vasos na transição dermoepidérmica; 
 » risco: cabeceira elevada acima de 30º (área sacrococcígea). 
Forças de fricção: 
 » resulta do atrito entre duas superfícies; 
 » lesão epidérmica. 
Maceração/umidade excessiva: 
 » alteração mecânica e química (pH), com aumento da susceptibilidade à lesão provocada por outros fatores; 
 » causas: incontinência urinária e/ou fecal, sudorese, secreções respiratórias, vômito, exsudação de úlcera.
FATORES INTRÍNSECOS 
Imobilidade: 
 » lesões medulares (níveis altos e lesões completas), encefálicas e pós-operatório principalmente de cirurgia ortopédica e cardiotorácica. 
Alterações da sensibilidade: 
 » lesões neurológicas (polineuropatias, lesões medulares). 
Incontinência urinária e/ou fecal. 
Alterações do estado de consciência. 
Idade (< 5 e > 65 anos de idade). 
Má perfusão/oxigenação tecidual: 
 » doença vascular, anemia, doença pulmonar obstrutiva crônica, fármacos vasopressores, tabagismo, diabetes mellitus, nefropatia, septicemia. 
Estado nutricional: 
 » peso corporal (inferior a 80% do ideal); 
 » índice de massa corporal (IMC< 17,6 ± 4,6); 
 » prega tricipital (PT < 3 mm nas mulheres e< 2,5 mm nos homens).
Fonte: FERNADES, N.C.S.; TORRES, GV; VIEIRA, D. Fatores de risco e condições predisponentes para úlcera de pressão em 
pacientes de terapia intensiva. 2008.
A prevenção de úlcera de pressão é a estratégia que deve ser adotada pela equipe 
multidisciplinar e se constitui um desafio a toda a equipe. Martinset al. (1996) apontam 
que a mobilização do paciente, a cada duas horas, é a melhor e mais eficaz manobra para 
prevenir úlceras de pressão. Sem dúvida é essencial identificar os pacientes com alto 
risco de desenvolver UP e realizar uma avaliação clínica adequada, em busca de locais 
que apresentem eritema em áreas mais suscetíveis. Esta avaliação pode determinar a 
necessidade de colchões especiais (tipo caixa de ovo). 
42
UNIDADE III │TIPOS DE FERIDAS
Henning et al. (1995) ressaltam ainda que os cuidados com a pele são essenciais 
para evitar as úlceras. Condutas como lavar a pele cada vez que está se encontre com 
secreções; evitar água muito quente; manter a pele sempre seca e lubrificada; minimizar 
a fricção são essenciais. 
A Escala de Braden tem sido bastante utilizada para identificação precoce do paciente 
em risco de desenvolver a UP. Veja esta escala no quadro 2.
Quadro 2. Escala de Braden.
ESCALA DE BRADEN
1 PONTO 2 PONTOS 3 PONTOS 4 PONTOS
Percepção 
sensorial: habilidade 
de responder 
significativamente à 
pressão relacionada 
com o desconforto.
Completamente limitado, não 
responde ao estímulo doloroso (não 
geme, não se esquiva ou agarra-
se), devido à diminuição do nível de 
consciência ou sedação, ou devido 
à limitação da habilidade de sentir 
dor na maior parte da superfície 
corporal.
Muito limitado, responde 
somente a estímulos dolorosos. 
Não consegue comunicar o 
desconforto a não ser por 
gemidos ou inquietação, ou tem 
um problema sensorial que limita 
a habilidade de sentir dor ou 
desconforto em mais da metade 
do corpo.
Levemente limitado: responde 
aos comandos verbais, porém 
nem sempre consegue 
comunicar o desconforto ou a 
necessidade de ser mudado 
de posição ou tem algum 
problema sensorial que limita 
a sua capacidade de sentir 
dor ou desconforto em uma 
ou duas extremidades.
Nenhuma 
limitação: 
responde aos 
comandos 
verbais. Não 
tem problemas 
sensoriais que 
poderiam limitar 
a capacidade 
de sentir ou 
verbalizar dor ou 
desconforto.
Umidade: grau ao qual 
a pele está exposta à 
umidade.
Constantemente úmida: a pele é 
mantida úmida/molhada quase 
constantemente por suor, urina etc. 
a umidade é percebida cada vez 
que o paciente é movimentado ou 
posicionado.
Muito úmida: a pele está, muitas 
vezes, mas nem sempre úmida/
molhada. A roupa de cama 
precisa ser trocada pelo menos 
uma vez durante o plantão.
Ocasionalmente úmida: a 
pele está ocasionalmente, 
durante o dia, úmida/molhada, 
necessitando de uma troca de 
roupa de cama uma vez por 
dia aproximadamente.
Raramente úmida: 
a pele geralmente 
está seca e a 
roupa de cama 
só é trocada nos 
horários de rotina.
Atividade física: grau 
de atividade física.
Acamado: mantém-se sempre no 
leito.
Restrito à cadeira: a habilidade 
de caminhar está severamente 
limitada ou inexistente. Não 
aguenta o próprio peso e/ou 
precisa ser ajudado para sentar-se 
na cadeira ou cadeira de roda.
Caminha Ocasionalmente: 
caminha ocasionalmente. 
durante o dia, porém por 
distâncias bem curtas, com 
ou sem assistência. Passa 
a maior parte do tempo na 
cama ou cadeira.
Caminha 
Frequentemente: 
caminha fora 
do quarto pelo 
menos duas vezes 
por dia e dentro 
do quarto pelo 
menos a cada 
duas hora durante 
as horas que está 
acordado.
Mobilidade: habilidade 
de mudar e controlar 
as posições corporais.
Completamente imobilizado: 
não faz nenhum movimento do 
corpo por menor que seja ou das 
extremidades sem ajuda.
Muito limitado: faz pequenas 
mudanças ocasionais na posição 
do corpo ou das extremidades; 
no entanto, é incapaz de 
fazer mudança frequentes ou 
significantes sem ajuda.
Levemente limitado: faz 
mudanças frequentes, embora 
pequenas, na posição do 
corpo ou das extremidades, 
sem ajuda.
Nenhuma 
limitação: faz 
mudanças grandes 
e frequentes na 
posição sem 
assistência.
43
TIPOS DE FERIDAS│ UNIDADE III
Nutrição: padrão usual 
de ingestão alimentar.
Muito pobre: nunca come toda a 
refeição. É raro quando come mais 
de 1/3 da comida oferecida. Come 
2 porções ou menos de proteína 
por dia. Toma pouco líquido. Não 
toma nenhum suplemento dietético 
líquido. Está em jejum ou mantido 
em dieta de líquidos claros ou 
hidratação EV por mais de 5 dias.
Provavelmente inadequado: 
raramente faz uma refeição 
completa e, geralmente, come 
somente metade de qualquer 
alimento oferecido. A ingestão de 
proteína inclui somente 3 porções 
de carne ou derivados de leite. 
De vez em quando, toma um 
suplemento alimentar ou recebe 
menos do que a quantidade ideal 
de dieta líquida ou alimentação 
por sonda.
Adequado: come mais da 
metade da maior parte das 
refeições. Ingere um total de 
4 porções de proteína (carne, 
derivados do leite) por dia. 
Ocasionalmente recusa uma 
refeição mas, usualmente 
irá tomar um suplemento 
dietético oferecido ou está 
recebendo dieta por sonda ou 
Nutrição Parenteral Total, que 
provavelmente atende a maior 
parte das suas necessidades 
nutricionais.
Excelente: come 
a maior parte de 
cada refeição. 
Nunca recusa 
a alimentação. 
Come geralmente 
um total de 4 ou 
mais porções de 
carne e derivados 
do leite. De vez 
em quando come 
entre as refeições. 
Não necessita 
de suplemento 
alimentar.
Fricção e 
cisalhamento.
Problema: necessita assistência 
moderada ou assistência máxima 
para mover-se. É impossível 
levantar-se completamente sem 
esfregar-se contra os lençóis. 
Escorrega frequentemente na cama 
ou cadeira, necessitando assistência 
máxima para frequente reposição 
do corpo. Espasmos e contrações 
levam a uma fricção constante.
Potencial para problema: 
movimenta-se livremente ou 
necessita uma assistência 
mínima. Durante o movimento, 
a pele provavelmente esfrega-
se em alguma extensão contra 
os lençóis, cadeiras, restrições 
ou outros equipamentos. A 
maior parte do tempo mantém 
relativamente uma boa posição na 
cadeira ou na cama, porém., de 
vez em quando escorrega para 
baixo.
Nenhum problema 
aparente: movimenta-se 
independentemente na 
cama ou cadeira e tem 
força muscular suficiente 
para levantar o corpo 
completamente durante o 
movimento. Mantém o tempo 
todo, uma boa posição na 
cama ou cadeira.
Total de pontos
Fonte: PARANHOS, W.Y.; SANTOS, V.L.C.G. Avaliação de risco para úlceras de pressão por meio da Escala de Braden, na língua 
portuguesa. Rev Esc Enferm USP. 1999; 33 (no esp): 191-206. Disponível em: <http://143.107.173.8/reeusp/upload/pdf/799.
pdf>. Acesso em: 17/9/2015.
Ao final da aplicação da Escala de Braden, a pontuação é somada e efetua-se a classificação 
de risco; e a partir desta classificação, desenvolve-se as condutas padronizadas na 
instituição.
Risco muito alto 6 a 9 Baixo risco 15 a 18
Risco alto 10 a 12 Sem risco 19 a 23
Risco moderado 13 a 14
Fonte: PARANHOS, W.Y.; SANTOS, V.L.C.G. Avaliação de risco para úlceras de pressão por meio da Escala de Braden, na língua 
portuguesa. Rev Esc Enferm USP. 1999; 33 (no esp): 191-206. Disponível em: <http://143.107.173.8/reeusp/upload/pdf/799.
pdf>. Acesso em: 17/9/2015.
Demonstrando a importância já destinada a este tema, a Portaria no 529, de 1o de abril 
de 2013, do Ministério da Saúde (BRASIL, 2013b), instituiu o Programa Nacional de 
Segurança do Paciente (PNSP), cujo um dos pontos centrais é a prevenção de úlceras 
por pressão. Passam a ser criadas Comissões de Prevenção e Tratamento de Lesões 
nas unidades assistenciais atuando no processo de trabalho da assistência ao paciente 
portador de úlceras por pressão ou com risco para seu desenvolvimento, visando a 
garantia da qualidade da assistência e um plano de segurança do paciente nos serviços de 
saúde, no qual a meta principal é sem dúvida a prevenção de sua ocorrência (TORRES; 
FONSECA, 2015).
44
UNIDADE III │TIPOS DE FERIDAS
Diante de tais circunstâncias, em algumas instituições já há protocolos bem estabelecidos, 
que são aplicados aos pacientes com intuito de prevenir estas úlceras. Ao receber o 
paciente, na unidade de terapia intensiva (UTI), no Hospital da Restauração emRecife, 
o paciente segue o seguinte fluxo (SILVA et al., 2015):
Figura 22. Fluxograma de avaliação admissional na UTI quanto ao risco de úlcera por pressão.
Fonte: SILVA, E.W.N.L et al. Aplicabilidade do protocolo de prevenção de úlcera de pressão em unidade de terapia intensiva. 
Rev Bras Ter Intensiva. 2010; 22(2):175-185.
Quando a prevenção é insuficiente ou ineficaz, é necessário uma atuação multidisciplinar 
com estratégias de tratamento bem definidas entre os profissionais.
Para que o tratamento da UP tenha eficácia, devem ser levados em consideração vários 
aspectos (TORRES; FONSECA, 2015): 
 » Nutrição adequada: dieta rica em proteínas, hipercalórica, ácido 
ascórbico, zinco, vitaminas. 
 » Adoção das medidas preventivas já citadas anteriomente, visando 
prevenção de agravos e novas úlceras. 
 » Antibioticoterapia sistêmica, quando indicada. 
45
TIPOS DE FERIDAS│ UNIDADE III
 » Manejo da dor de acordo com a especificidade de cada paciente. 
 » Escolha correta da cobertura/produto ideal a ser utilizado. Para isto, 
sugere-se a ferramenta TIME de avaliação para o emprego da conduta 
adequada às lesões conforme suas características, proposto pela 
International Advisory Board on Wound Bed Preparation. 
Veja o que aponta a ferramenta TIME: 
Quadro 3. Propriedades da tabela TIME.
Definição Características 
T = tissue non-viable or deficient 
Tecido inviável ou deficiente – caracterizado como necrótico 
ou desvitalizado que impede ou torna lenta a cicatrização. O 
debridamento é importante e contribui para remoção dessa 
estrutura. Conduta: utilização de coberturas/produtos que realizam 
o debridamento/realização de debridamento mecânico e/ou 
cirúrgico pelo profissional responsável para tal. 
I = Infection or inflammation 
Infecção ou inflamação – dentro e/ou ao redor da ferida, 
retardando a eficaz cicatrização. Como conduta para tratamento, 
temos a utilização de antimicrobianos sistêmicos associados a 
coberturas indicadas para a situação. 
M = Moisture imbalance 
Desequilíbrio da umidade – pode ser devido à presença de 
exsudato. Atentar para equilíbrio da hidratação, pois a manutenção 
de um ambiente úmido (não macerado) é critério para cicatrização. 
Realizar limpeza da lesão com soro fisiológico para auxiliar neste 
controle e utilizar coberturas que visem a controle do exsudato. 
E = Edge of wound, non-advancing or undermined 
Borda de lesão prejudicada – cuja migração celular está sem 
avanço e requer tratamento adequado como a utilização de 
coberturas/produtos indicados para cada situação. 
Fonte: WERDIN; FRANK; et al. Evidence-based management strategies for treatment of chronic wounds. Open acess journal of 
plastic surgery. Jun. 2009. 
De acordo com a National Pressure Ulcer Advisory Panel, as úlceras por pressão 
podem ser classificadas: 
 » Estágio I: edema + eritema da pele ainda intacta.
 » Estágio II: escarificação da pele.
 » Estágio III: dano da espessura total da pele, indo até o músculo sem 
atravessá-lo.
 » Estágio IV: destruição de todos os tecidos, inclusive o muscular e o ósseo.
46
UNIDADE II │CUIDADOS EM LESÕES
Figura 23. Úlcera por pressão estágio I.
Fonte: CHAGAS, A. Úlcera por pressão. Disponível em: <http://pt.slideshare.net/enfermeirostecnicos/ulcera-por-pressao-
1?related=1>. Acesso em: 17/9/2015.
Figura 24. Úlcera por pressão estágio II.
Fonte: CHAGAS, A. Úlcera por pressão. Disponível em: <http://pt.slideshare.net/enfermeirostecnicos/ulcera-por-pressao-
1?related=1>. Acesso em: 17/9/2015.
47
CUIDADOS EM LESÕES│ UNIDADE II
Figura 25. Úlcera por pressão estágio III.
Fonte: CHAGAS, A. Úlcera por pressão. Disponível em: <http://pt.slideshare.net/enfermeirostecnicos/ulcera-por-pressao-
1?related=1>. Acesso em: 17/9/2015.
Figura 26. Úlcera por pressão estágio 4.
Fonte: CHAGAS, A. Úlcera por pressão. Disponível em: <http://pt.slideshare.net/enfermeirostecnicos/ulcera-por-pressao-
1?related=1>. Acesso em: 17/9/2015.
Em relação às coberturas utilizadas, cada instituição provavelmente tem os tipos de 
curativos padronizados. Temos aqui alguns tipos de coberturas, apresentando sua 
indicação e contraindicação para o uso é úlceras por pressão.
48
UNIDADE III │TIPOS DE FERIDAS
Quadro 4. Algumas coberturas úteis no tratamento de úlceras por pressão.
PRODUTO AÇÃO INDICAÇÃO CONTRAINDICAÇÃO
Filme transparente (placa) 
Película transparente estéril 
de poliuretano, tipo barreira, 
permeável a gás, vapor e 
bactérias, permitindo oxigenação 
da ferida e impermeável à água. 
Feridas na fase de epitelização ou 
como cobertura secundária. 
Feridas com exsudato e 
infectadas. Pacientes com 
hipersensibilidade a algum 
componente da fórmula. 
Hidrocoloide placa 
Composta de carboximetilcelulose 
sódica, recoberto por uma 
película de poliuretano, permeável 
ao vapor úmido e impermeável 
a agentes de comunicação, 
oclusivo. 
Prevenção e tratamento de feridas 
abertas não infectadas, com 
pouco a moderado exsudato; 
feridas com tecido necrótico.
Feridas infectadas, altamente 
exsudativas. Pacientes com 
hipersensibilidade a algum 
componente da fórmula. 
Hidrogel 
Hidrogel amorfo, transparente, 
composto por carboxmetilcelulose, 
propilenoglicol e água. 
Remoção de tecido desvitalizado 
em feridas superficiais e 
profundas. Pode ser usado em 
feridas infectadas. 
Pele íntegra e lesões fechadas. 
Pacientes com hipersensibilidade 
a algum componente da fórmula. 
Hidrogel com alginato 
Hidrogel amorfo composto de 
alginato de cálcio e/ou sódio, e 
propilenoglicol. 
Úlcera por pressão; remoção de 
crostas e tecidos desvitalizados; 
proteção de tecido de granulação. 
Pele íntegra e lesões fechadas. 
Pacientes com hipersensibilidade 
a algum componente da fórmula. 
Placa de colágeno e alginato de 
alginato de cálcio
Estéril, macia, flexível, altamente 
absorvente, indutora de 
cicatrização, composta por 90% 
de colágeno com cadeia de tripla 
hélice e 10% de alginato de 
cálcio. 
Feridas que requeiram reparação 
tecidual tanto em lesões agudas 
como em crônicas; feridas 
exsudativas. 
Vasculite ativa. Pacientes com 
hipersensibilidade a algum 
componente da fórmula. 
Ácidos Graxos Essenciais (A.G.E) 
Solução protetora cutânea. 
Componente: ácidos graxos 
linoleico, caprílico, laurico e 
capróico, lecitina de soja, 
vitaminas A e E. 
Manutenção da integridade da 
epiderme, hidratação de pele 
íntegra.
Pacientes com hipersensibilidade 
a algum componente da fórmula. 
Utilizar em pele não íntegra. 
Colagenase 
Degrada o colágeno ativo 
na ferida, promovendo o 
desbridamento químico. 
Lesões com tecido necrótico. 
Feridas com cicatrização por 
primeira intenção. Sensibilidade 
às enzimas. Hipersensibilidade a 
algum componente da fórmula. 
Alginato de cálcio/sódio 
Cobertura de ferimento, 
absorvente, composto de um 
polímero em fibras de alginato 
de cálcio e/ou sódio, em placa 
resistente a tração, não adesiva e 
não oclusiva. 
Lesões abertas com exsudato de 
moderada a grande quantidade; 
presença de cavidades 
sangrantes, com ou sem infecção; 
deiscências cirúrgicas; úlceras por 
pressão - estágio III e IV. 
Lesões com perdas teciduais 
superficiais, com ou sem 
presença de exsudato; feridas 
superficiais com predomínio 
de tecido necrótico. Pacientes 
com hipersensibilidade a algum 
componente da fórmula. 
Fonte: TORRES, C.A.S.; FONSECA, M.A. Feridas hospitalares I – Úlceras por pressão. Diretrizes clínicas/Protocolos clínicos. 
Disponível em: <http://www.fhemig.mg.gov.br/>. Acesso em 29/7/2015.
Sem dúvida, a prevenção é a melhor estratégia de trabalho para a equipe multidisciplinar, 
pois, além de evitar complicações ao paciente, evita internação prolongada e as diversas 
implicações inerentes ao maior tempo de permanência na instituição hospitalar, bem 
como a redução dos custos em saúde.
49
TIPOS DE FERIDAS│ UNIDADE III
Úlceras vasculogênicas
Úlceras venosas
O sistema venoso dos membros inferiores tem em sua formação veias profundas e veias 
superficiais que comunicam entre si através dos vasosperfurantes. O músculo gemelar 
atua como bomba, de modo a facilitar o retorno venoso no sentido cefálico contra a 
força gravitacional e as válvulas unidirecionais no sistema venoso impedem o refluxo 
venoso. Durante o movimento o músculo gemelar contrai-se e a pressão no sistema 
venoso profundo diminui, direcionando o sangue do sistema superficial através das 
veias comunicantes até ás veias profundas (FURTADO, 2015). 
Quando em presença de uma complicação venosa, a diminuição da pressão profunda 
durante o exercício não é suficiente; gerando uma hipertensão ao nível do sistema 
venoso. Embora se saiba que a ulceração venosa é causada por hipertensão venosa, o 
preciso mecanismo é ainda pouco claro. Os pacientes com úlceras venosas habitualmente 
queixam-se de dor e inchaço nas pernas. Os sintomas muitas vezes acentuam-se no 
final do dia. Os indivíduos com úlceras venosas apresentam habitualmente úlceras com 
bordos encovados e arredondados, exsudado abundante, dor na perna, veias varicosas, 
hiperpigmentação e lipodermatoesclerose na pele adjacente (FURTADO, 2015).
Figura 27. Úlcera venosa.
Fonte: Disponível em: <http://pdg.estiga.com/ulceras-venosas>. Acesso em: 17/9/2015.
Entre as alternativas para o tratamento das úlceras venosas tem-se: elevação do membro 
afetado, no qual o objetivo é deixar a gravidade ajudar o retorno venoso. Isto reduz o 
inchaço do pé e reduz a pressão do sangue nas veias das pernas. Tentar definir 3 ou 4 
períodos por dia de cerca de 30 minutos para se deitar com a perna levantada.
50
UNIDADE III │TIPOS DE FERIDAS
A outra possibilidade é a bandagem por compressão. O objetivo é neutralizar a pressão 
elevada nas veias das pernas. Quando as bandagens são colocadas, a pressão é colocada 
mais alta no tornozelo e, gradualmente, menos em direção ao joelho e coxa.
A compressão assume uma importância maior no tratamento conservativo das úlceras 
venosasmas é apenas uma das faces de abordagem deste problema multifatorial e que 
requer uma abordagem multidisciplinar.
Úlceras arteriais
A úlcera arterial é produzida pela desnutrição cutânea devido a uma insuficiência 
arterial gerando um processo isquêmico, os sinais clínicos desta ferida são extremidade 
fria e escura. Há características bem específicas, como: palidez, ausência de estase, 
retardo no retorno da cor após a elevação do membro, pele atrófica, perda de pelo, 
diminuição ou ausência das pulsações das artérias do pé e dor severa aumentada com 
a elevação das pernas. A úlcera é de bordas cortadas a pique, irregular, localizada nos 
tornozelos, maléolos e extremidades digitais (perna, calcanhar, dorso do pé ou artelho) 
(BRASIL, 2002).
Figura 28. Úlcera arterial.
Fonte: Brasil, 2002. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_feridas_final.pdf>. Acesso em 
17/9/2015..
A prevenção e o tratamento das úlceras arteriais seguem o mesmo princípio, sendo 
fundamental (BRASIL, 2002): 
 » Proteção contra traumatismos térmicos, mecânicos e químicos no 
membro afetado. 
 » Evitar ou recuperar atrofias musculares. 
51
TIPOS DE FERIDAS│ UNIDADE III
 » Cuidado com as unhas, evitando paroníquias (inflamação ao redor da 
unha) e unha encravada. 
 » Pesquisar e tratar as micoses superficiais. 
 » Reduzir e manter controle de triglicérides e colesterol. 
 » Controlar a hipertensão arterial e o diabetes mellitus. 
 » Reduzir o uso de cafeína e tabaco.
Feridas cirúrgicas
As feridas cirúrgicas podem ser classificadas de acordo com seu grau de contaminação 
(MAIA, 2015).
2. Limpa, no caso das cirurgias eletivas; que são fechadas primariamente; 
sem inflamação; sem falha da técnica asséptica; e não se refere às 
cirurgias em que há penetração nos tratos respiratório, gastrointestinal, 
geniturinário ou cavidade orofaríngea. 
3. Potencialmente contaminada: nos casos em que a cirurgia ocorre 
com penetração controlada dos tratos respiratório, gastrointestinal 
ou geniturinário e sem a contaminação natural do método; casos de 
apendicectomia (sem necrose ou perfuração); a penetração em orofaringe, 
no trato biliar, na vagina, sem evidência de infecção; quando, em cirurgias 
limpas, ocorrem falhas menores na técnica asséptica; e presença de dreno. 
4. Contaminada: a cirurgia recebe esta classificação quando apresenta: 
feridas traumáticas, abertas, recentes (menos de 6 horas); no caso em 
que houver contaminação grosseira da ferida cirúrgica a partir do trato 
gastrointestinal; se foram cirurgias com penetração em trato geniturinário 
ou trato biliar na presença de infecção e falha maior na técnica asséptica. 
5. Infectada: quando há presença de tecidos desvitalizados, corpos 
estranhos, contaminação fecal e presença de pus no sítio cirúrgico. 
Quanto à forma de cicatrização, há três formas pelas quais uma ferida pode cicatrizar, o 
que define este formato é a quantidade de tecido lesado ou danificado e se há presença 
ou não de infecção: primeira intenção, segunda intenção e terceira intenção (TAZIMA, 
2008).
52
UNIDADE III │TIPOS DE FERIDAS
 » Primeira intenção: neste caso, as bordas são aproximadas, havendo perda 
mínima de tecido, ausência de infecção e mínimo edema. Não é possível 
visualizar a formação de tecido de granulação. Exemplo: ferimento 
suturado cirurgicamente.
 » Segunda intenção: neste caso, há uma perda excessiva de tecido com 
a presença ou não de infecção e não há possibilidade de realizar uma 
aproximação primária das bordas. As feridas são deixadas abertas e se 
fecharão por meio de contração e epitelização.
 » Terceira intenção: designa a aproximação das margens da ferida (pele 
e subcutâneo) após o tratamento aberto inicial. Esta modalidade de 
cicatrização ocorre principalmente quando há presença de infecção na 
ferida, que deve ser tratada primeiramente, para então ser suturada 
posteriormente.
Figura 29. Representação esquemática da cicatrização por primeira e por segunda intenção.
Fonte: TAZIMA, M.F.G.S. et al. Biologia da ferida e cicatrização. Medicina (Ribeirão Preto) 2008; 41 (3): 259-64.
Evitar o processo infeccioso das feridas cirúrgicas é uma das principais preocupações da 
equipe de saúde que assiste o paciente cirúrgico. As manifestações sistêmicas ou locais 
do processo infeccioso da ferida cirúrgica devem ser notificadas e sinais de infecção 
devem ser observados: febre, dor (manifestação local que pode ocorrer após a incisão 
cirúrgica, não sendo necessariamente uma complicação infecciosa); hiperemia, edema 
e calor e secreção purulenta no local da ferida cirúrgica. Quando houver suspeita de 
infecção da incisão cirúrgica, deve-se buscar o diagnóstico laboratorial. Pode-se utilizar 
o leucograma; proteína C reativa (indicador de processo inflamatório), a identificação 
do agente infeccioso pela cultura de amostra de secreção ou tecido e hemocultura. 
53
TIPOS DE FERIDAS│ UNIDADE III
É importante ressaltar que o diagnóstico microbiológico, ou seja, a investigação 
laboratorial, deve ser precedido do diagnóstico clínico, necessitando de tratamento 
precoce para evitar complicações graves e sistêmicas (MAIA, 2015).
Feridas neoplásicas
A formação das feridas neoplásicas acontece em decorrência da infiltração das células 
malignas do tumor nas estruturas da pele. Como consequência, ocorre quebra da 
integridade do tegumento e, em decorrência da proliferação celular descontrolada que 
o processo de ontogênese induz, ocorre a formação de uma ferida visível (HAISFIELD; 
BAXENDALE,1999).
Castro (2014) aponta ainda que em relação que as feridas neoplásicas malignas são 
resultado da invasão neoplásica direta do câncer na pele e quando se exteriorizam tem a 
formação das feridas. No caso das feridas neoplásicas malignas, o tumor infiltra a pele, 
os vasos sanguíneos e linfáticos, comprometendo a circulação e drenagem linfática 
local, o que acarreta morte tecidual. E a visualização externa com a formação da ferida 
ocorre quando há infiltração no epitélio.
Silva et al. (2014) ressaltam que a fisiopatologia destas feridas se dá por meio de

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