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Recuperação Extrajudicial de Empresas

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS
Sabrina Alves Dornelas
RELATÓRIO:
Recuperação Extrajudicial
ARCOS
2020
RELATÓRIO DE RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL 
Uma das inovações trazidas pela Lei nº 11.101/2005 foi à criação do instituto da Recuperação Extrajudicial, tratando-se de mais um modelo de reestruturação focada no saneamento dos débitos, cujos efeitos alcançam um ou mais grupos de credores selecionados pelo devedor por impactar, pontualmente, na sua situação econômico-financeira. Nesse viés, ao atender os requisitos previstos na lei, poderá o devedor submeter o plano de recuperação para homologação judicial conferindo-lhe maior segurança jurídica.
Insta salientar que a doutrina de NEGRÃO (2016, p.241) conceitua a Recuperação Extrajudicial como uma espécie de modalidade de ação integrante do sistema legal destinado ao saneamento de empresas regulares, que tem por objetivo constituir título executivo a partir de sentença homologatória de acordo, individual ou por classes de credores, firmado pelo autor com seus credores.
Em suma, se trata de mecanismo através do qual o empresário buscará diretamente a convergência dos seus interesses com os dos credores, em acordo a ser instrumentalizado no plano de recuperação que, posteriormente, poderá levar à homologação judicial. 
Ao se tratar dos requisitos legais, de acordo com COELHO (2013, p.452), o devedor deverá preencher, cumulativamente, requisitos previstos nos arts. 48 e 161, § 3º, da LRE, quando for levar para homologação judicial o plano aprovado extrajudicialmente por seus credores. 
Os requisitos são: (i) estar no exercício regular da atividade há mais de 2 anos; (ii) não ser falido, e, se o foi, estejam declaradas extintas, por sentença transitada em julgado, as responsabilidades daí decorrentes; (iii) não ter pedido de recuperação judicial pendente; (iv) não ter obtido recuperação judicial ou homologação de outro plano de recuperação extrajudicial há menos de dois anos; (iv) não ter sido condenado ou não ter, como administrador ou sócio controlador, pessoa condenada por qualquer dos crimes previstos na lei.
Deverá, ainda, de acordo com NEGRÃO (2016, p. 243) instruir o pedido de homologação do plano extrajudicial com documentos que contenham as condições negociadas com os credores, devidamente assinado por todos que a ele aderiram, além de explicitar a sua situação patrimonial. 
Cabe ressaltar de acordo com MAMEDE (2008, p. 173) que a lei impõe tratamento igualitário entre os credores vedando, expressamente, o pagamento antecipado de dívidas (art. 161, § 2º). Também deixa clara a impossibilidade de supressão da garantia real, ou alienação do bem garantido, sem o consentimento expresso do credor (art. 163, § 4º). Na mesma linha da Recuperação Judicial, o plano de recuperação extrajudicial só poderá abranger os créditos constituídos até a data do pedido de homologação em juízo (art. 163, § 1º).
Para fins de recuperação extrajudicial, de acordo com ALMEIDA (2007, p.332), excluem-se determinados credores, isto é, há créditos que não poderão compor o plano a ser levado para homologação judicial com a finalidade de proporcionar a superação do momento de crise econômico-financeira que esteja sendo enfrentado pelo empresário ou sociedade empresária. Assim, os credores trabalhistas e os titulares de créditos decorrentes de acidente de trabalho, assim como os credores tributários estão excluídos (art. 161, § 1º). 
Como expresso pelo autor NEGRÃO (2016, p. 243), existem atualmente duas modalidades de plano de recuperação judicial: o plano individualizado e o plano por classe de credores com a distinção de que, em relação à primeira modalidade, o devedor reduz suas negociações a certos credores em particular que assinam (todos) o plano, enquanto que na segunda modalidade há adesão de credores que representem mais de três quintos de todos os créditos de uma ou mais classes compreendidas no plano, hipótese que alcançará os credores dissidentes. 
O autor COELHO (2013, p.453) denomina a primeira modalidade de homologação Facultativa do plano e a segunda de homologação Obrigatória. Explica que, quando o plano de recuperação extrajudicial conta com a adesão de todos os credores alcançados, é facultativa a homologação, situação disciplinada no art. 162 da lei. Já quando o devedor não obtém a adesão integral dos credores, mas de parte significativa, no caso 60%, a homologação é obrigatória (art. 163) para fins de impor à minoria dissidente os termos e condições do plano aprovado pela maioria. 
Seja qual for a modalidade de homologação caberá ao devedor instruir o pedido também com a certidão do órgão de registro da empresa comprovando a sua regularidade. Prescreve o caput do art. 164 que, recebido o pedido de homologação do plano, o juiz ordenará a publicação de edital no órgão oficial e em jornal de grande circulação nacional nas localidades da sede e das filiais do devedor, convocando todos os credores para apresentação das eventuais impugnações que entendam pertinentes, no prazo de 30 dias a contar da publicação do edital
Portanto, ao se tratar de recuperação extrajudicial, de acordo com COELHO (2013, p. 453), o devedor toma a iniciativa de propor diretamente a todos os seus credores (ou a determinados grupos de credores) sua proposta de reorganização como medida capaz de sustentar a sobrevida da empresa, desde, é claro, que preenchidos os requisitos legais, condição imposta para fins de submissão do plano à homologação judicial.
Nesse sentido, a Lei n° 11.101/2005 conclui o Capítulo dedicado à Recuperação Extrajudicial (art. 167) enunciando a plena autonomia da vontade das partes na realização de outras modalidades de acordo privado, bastando a convergência de interesses do devedor e seus credores pela dilação, novação, dação em pagamento, renegociação das dívidas, enfim, fazendo uso dos vários meios de composição previstos em lei.
REFERÊNCIAS 
ALMEIDA, Amador Paes de. Curso de falência e concordata. 22.ed. São Paulo: Saraiva, 2007.
COELHO, Fabio Ulhoa. Manual de Direito Comercial- direito de empresa. São Paulo: Saraiva, 2013
NEGRÃO, Ricardo. Manual de Direito Comercial e de Empresa. São Paulo: Saraiva
MAMEDE, Gladston. Direito empresarial brasileiro: falência e recuperação judicial de empresas. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2008. v.4.

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