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AD 2 2018.1
Olímpio teve seu nome negativado pela emissão de cheque sem suficiente provisão de fundos,
apresentado pelo portador ao sacado por duas vezes e em ambas devolvido. O nome do devedor foi
inscrito no Cadastro de Emitentes de Cheques sem Fundos (CCF), sem que tenha havido notificação
prévia do devedor, acerca de sua inscrição no aludido cadastro, por parte do Banco do Brasil S/A,
gestor do CCF. Sentindo-se prejudicado pelos danos morais e materiais advindos da inscrição no
CCF, Olímpio consulta seu advogado para que ele esclareça as questões a seguir.
A) Houve conduta ilícita por parte do Banco do Brasil S/A?
B) A devolução do cheque por duas vezes impede o credor de realizar a sua cobrança judicial?
A) Não houve conduta ilícita por parte do Banco do Brasil S/A, porque a instituição não tem a
responsabilidade de notificar previamente o devedor acerca da sua inscrição no Cadastro de
Emitentes de Cheques sem Fundos, de acordo com o entendimento pacificado no STJ, contido
na Súmula 572.
B) Não. A devolução do cheque por duas vezes não impede sua cobrança judicial, pois é
possível ao credor promover a execução (ou ajuizar ação de execução) em face do emitente, já
que esse é responsável pelo pagamento perante o portador, de acordo com o Art. 15 da Lei nº
7.357/85 OU Art. 47, I, da Lei nº 7.357/85.
Em relação ao artigo 47, o fundamento legal encontra-se exclusivamente no inciso I (execução
em face do emitente), pois o enunciado não menciona coobrigados no cheque.
Em 15 de janeiro de 2015, a Financeira X celebrou instrumento particular de contrato de mútuo
com Rafael para financiar a aquisição, por este último, de veículo automotor vendido pela
Concessionária B. De acordo com o contrato de mútuo, Rafael deveria pagar 30 (trinta) prestações
mensais à Financeira X, no valor de R$ 2.000,00 cada, com vencimento no quinto dia útil do mês.
Por meio do correspondente instrumento particular, devidamente anotado no certificado de registro
do veículo, a propriedade deste último é alienada fiduciariamente à Financeira X, em garantia do
pagamento do mútuo. Rafael, contudo, inadimpliu a 4ª prestação, tendo sido devidamente
constituído em mora pela Financeira X. Com base na situação apresentada, responda aos itens a
seguir.
A) O inadimplemento da 4ª prestação autoriza o vencimento antecipado das prestações posteriores
(da 5ª à 30ª prestação)?
B) Para consolidar o domínio do veículo em seu nome e autorizar a alienação extrajudicial para a
satisfação da dívida, qual o tipo de ação judicial que a financeira X deve mover.
A) Sim. Considera-se vencida a dívida quando as prestações não forem pontualmente pagas,
de acordo com o Art. 2º, § 3º, do Decreto-Lei nº 911/69, em sua redação vigente, estabelece: “A
mora e o inadimplemento de obrigações contratuais garantidas por alienação fiduciária, ou a
ocorrência legal ou convencional de algum dos casos de antecipação de vencimento da dívida
facultarão ao credor considerar, de pleno direito, vencidas todas as obrigações contratuais,
independentemente de aviso ou notificação judicial ou extrajudicial”.
B) Nos termos dos artigos 2º e 3º do Decreto-Lei nº 911/69, a ação cabível para o fim de
consolidar o domínio do veículo em nome do credor e autorizar a alienação extrajudicial em
pagamento da dívida é a ação de busca e apreensão.