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ANATOMIA DOS SISTEMAS

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O desenvolvimento pré-natal da espécie humana ocorre durante 266 dias, correspondendo o período de 38 semanas. Na clínica médica, o período da gestação é calculado a partir do primeiro dia da última menstruação, ou seja, pós-menstruação. Dessa maneira, os 266 dias relativos ao período de desenvolvimento pré-natal adicionam-se 14 dias, totalizando 280 dias, ou 40 semanas de gestação. Uma vez que o tempo entre a menstruação e a ovulação com a concepção subsequente é modificável, pois nem sempre obedecem aos 14 dias, diferentes meios podem ser utilizados para estimar a data do nascimento, quando o dia da concepção é desconhecido.
A determinação do tempo de desenvolvimento pré-natal é realizada a partir do instante da fertilização, ou seja, pós-concepção. Assim, o desenvolvimento pré-natal pode ser dividido em três períodos. O primeiro período designado desenvolvimento precoce, que corresponde às primeiras semanas de desenvolvimento, entre a 1ª e a 3ª semana de desenvolvimento. O segundo período, designado período embrionário, que envolve a 4ª até a 8ª semana de desenvolvimento. O terceiro período, designado como período fetal abrange a 9ª até a 38ª semana de desenvolvimento pré-natal.
Espermatozoides e Ovócitos
O sistema genital masculino e o sistema genital feminino apresentam por fim efetuar a perpetuação da espécie. Compreende os órgãos produtores de gametas, as gônadas, e as vias condutoras dessas células sexuais. A perpetuação incide na competência que os seres vivos têm para gerar outros seres da mesma espécie e com as mesmas características dos seus progenitores.
Os órgãos sexuais do homem e da mulher consistem em gônadas, nos ductos e nas glândulas acessórias, e nas estruturas reprodutivas externas conhecidas usualmente como genitália. As gônadas (gonos: semente) são os órgãos que produzem os gametas (gamein: acasalar-se), ou seja, as células reprodutivas, os ovócitos nas mulheres e os espermatozoides nos homens. As células reprodutivas se unem para formar um novo indivíduo. As gônadas do homem são os testículos, enquanto que as gônadas na mulher são os ovários. Os testículos e os ovários repartem algumas semelhanças, como deve ser pretendido em órgãos que possuem a mesma origem embrionária. Ambos produzem os hormônios e os gametas, ainda que os gametas em si e a duração da sua produção sejam bastante desiguais.
A duração da produção dos gametas, ou gametogênese, é muito diferente em indivíduos do sexo masculino e do sexo feminino. As mulheres nascem com todos os ovócitos que vão ter durante a sua vida reprodutiva. Durante o período de vida reprodutiva, os ovócitos amadurecem, e são liberados, expulsos dos ovários uma vez a cada mês, durante aproximadamente os 40 anos de idade. Então os ciclos reprodutivos femininos cessam em uma fase designada de menopausa. Os homens, ao contrário, produzem os espermatozoides ininterruptamente desde que atingem a maturidade sexual. A produção de espermatozoides e de testosterona declina com a idade, porém não cessa da mesma maneira, como ocorre com os ciclos femininos.
Os espermatozoides e os ovócitos também são muito diferentes. Os ovócitos consistem em uma das maiores células do corpo humano, não são móveis e devem ser conduzidos ao longo das vias sexuais por meio de correntes produzidas por contrações da musculatura lisa ou pelo batimento dos cílios. Os espermatozoides, por outro lado, são bastante pequenos, e as únicas células flageladas do corpo humano, altamente móveis, sendo aptos de nadar, subindo pelo sistema genital feminino na procura pelo ovócito com o objetivo de fertilizá-lo.
Da fecundação até a implantação
Para que a fecundação aconteça, o espermatozoide inicialmente deve adentrar a corona radiata, camadas de células que rodeiam o ovócito, e depois a zona pelúcida, uma camada transparente de glicoproteína localizada entre a corona radiata e a membrana celular do ovócito.
A partir do instante em que alcançam o ovócito, diversos espermatozoides passam a corona radiata, porém apenas um fertiliza o ovócito. Entretanto, um grande número deles conserva-se na vizinhança do ovócito para que isso aconteça. Crê-se que tal fato se deva à necessidade das enzimas presentes no acrossomo de cada espermatozoide, abrangendo a hialuronidase e as proteases. Após contatar com a corona radiata, o acrossomo do espermatozoide capacitado se abre e libera suas enzimas. A hialuronidase desfaz a zona pelúcida e a substância que conserva conectadas as células da corona radiata, consentindo desta maneira a entrada do espermatozoide ao ovócito.
O capuz do acrossomo tem no seu interior glicoproteínas e enzimas lisossomais respeitáveis na fertilização, que são usadas para quebrar as membranas do ovócito. A vesícula acrossômica pode ser ponderada um lisossoma alterado. As enzimas digerem proteínas e açúcares complexos. O espermatozoide, ao alcançar as vizinhanças do ovócito, sofre a designada reação acrossômica, isto é, a membrana celular do espermatozoide vesiculam-se e desfazem-se, possibilitando o desprendimento das enzimas acrossomais. Essa reação culmina com a liberação de enzimas indispensáveis para a penetração na zona pelúcida, que contêm a acrosina e substâncias análogas à tripsina.
A parede do útero é formada por três camadas, o endométrio; o miométrio e o perimétrio. Desde a puberdade até a menopausa, o endométrio, sob o controle hormonal dos ovários, passa por alterações em ciclos de aproximadamente de 28 dias. Durante esse ciclo menstrual, o endométrio passa por três estágios, o folicular, ou fase proliferativa, o secretório, ou fase progestacional, e a fase menstrual. No período da implantação, a mucosa do útero está na fase secretória durante a qual as glândulas e as artérias tornam-se espiraladas e o tecido intumescido. Isso possibilita o reconhecimento de três camadas no endométrio, a camada compacta ou superficial; a camada esponjosa ou intermediária e a camada basal ou delgada. Normalmente, o blastocisto humano se implanta no endométrio da parede posterior ou na anterior do corpo do útero, onde se põe entre as aberturas das glândulas.
Após a fecundação, inicia a divisão mitótica deste núcleo e a clivagem da célula ou segmentação que dão origem à etapa bicelulada, que é o começo do desenvolvimento embrionário do indivíduo. Esse processo tem princípio cerca de 30 horas após a fecundação. Estas duas primeiras células, designadas como blastômeros, blasto = broto ou embrião; méros = partes, logo sofrem divisão, e o processo de clivagem ou segmentação prosseguem até que se tenha constituído um grupo de células filhas.
Em torno de 40 e 50 horas depois da fecundação, o embrião é formado por quatro blastômeros. Estes prosseguem se dividindo, e constitui uma estrutura multicelular com aparência de uma amora, o que lhe deu o nome de mórula. Durante a segmentação, o ovo não eleva de tamanho. A mórula tem o mesmo tamanho que o ovo unicelulado. Crê se que são precisos possivelmente, dois ou três dias para que se originem cinco ou seis clivagens e, enquanto isso ocorre, o ovo passa por meio da tuba uterina. A mórula está envolta pela zona pelúcida, e é constituída por uma massa celular externa, em torno de uma massa celular interna.
A partir do estágio de oito blastômeros, eles se juntam fortemente entre si, levando a um fenômeno de compactação do embrião que, no entanto, é maciço. A adesividade celular desempenha um importante papel na segmentação. Quando penetra na cavidade uterina, a mórula com 12 a 16 blastômeros tem 72 horas de evolução a partir da fecundação.
Uma vez que a mórula se depara dentro do útero, suas células periféricas segregam líquido, o que leva a formação de uma cavidade em seu interior. Este estágio embrionário é designado blástula ou blastocisto. Esta estrutura é formada por uma camada de células periféricas que abrangem o trofoblasto, tropho = desenvolver ou nutrir, massa celular externa; e um maciço celular interno, o nó ou botão embrionário, massa celular interna ou embrioblasto; e uma cavidade, o blastocele, com líquido no seu interior, a cavitação.Calcula-se que no 4º dia a partir da fecundação o blastocisto conta com cerca de 60 células.
No 7º ou 8º dia após a fecundação, a zona pelúcida já esvaeceu e o blastocisto entra em contato com a mucosa da tuba uterina ou endométrio, a ela aderindo. O trofoblasto abre o seu caminho no endométrio digerindo o tecido uterino e do 8º ao 10º dia modifica-se em uma massa espessa, invasora, mergulhada na mucosa com uma fina parede do blastocisto, perfazendo saliência na cavidade uterina.
Células especializadas do trofoblasto produzem projeções em forma de dedos, designadas sinciciotrofoblasto. O sinciciotrofoblasto origina-se de uma porção específica do trofoblasto, designada citotrofoblasto, situado próximo ao embrioblasto. O blastocisto ampara-se contra o aborto, secretando um hormônio que indiretamente impede a menstruação. Até mesmo antes do início da implantação, o sinciciotrofoblasto secreta gonadotrofina coriônica humana, a hCG. Esse hormônio é análogo ao hormônio luteinizante em seus efeitos e, portanto, está capaz a conservar o corpo lúteo além do tempo que, caso oposto, deveria regredir.
Cerca de seis a nove dias após a fecundação, a hCG pode ser detectada no sangue da mulher gestante. Na urina, o hormônio pode ser detectado somente 14 dias pós-fecundação. A hCG também semelha ser responsável pelas sensações de vômito, a êmese da gestação, durante os estágios iniciais da gestação.
A secreção de estrógenos e de progesterona é conservada, e a menstruação normalmente é suspensa. A hCG cai em torno da 10ª semana da gestação. De fato, esse hormônio só é imprescindível durante as primeiras cinco e seis semanas de gestação porque a própria placenta se torna uma glândula ativa secretora de esteroides nesse momento.
Segunda semana do desenvolvimento
A partir do oitavo dia após a fecundação o blastocisto adentrou no estroma do endométrio. O trofoblasto se distinguiu em uma camada interna, que prolifera ativamente, o citotrofoblasto, e uma camada externa, o sinciciotrofoblasto. A partir do sinciciotrofoblasto, no fim da 2ª semana, começa-se a circulação uteroplacentária primitiva. Enquanto isso, o citotrofoblasto constitui colunas celulares que adentram no sincício e são abrangidas por ele. Estas colunas formam as vilosidades primárias.  Já, a massa celular interna, ou embrioblasto constitui o disco embrionário bilaminar, que consiste em epiblasto e hipoblasto. As células orientadas em direção à cavidade do blastocisto compõem uma camada de células achatadas, o hipoblasto, enquanto que as células vizinhas do trofoblasto se diferenciam em um epitélio prismático, o epiblasto.
As células do ectoderma se prosseguem com os amnioblastos, e unidos, rodeiam uma nova cavidade, a cavidade amniótica. As células do endoderma são contínuas com a membrana exocelômica, e unidas, abrangem o saco vitelino primitivo.
Formação dos discos embrionários
No 12º dia o embrião está totalmente implantado e a abertura do endométrio já foi recoberta pelo epitélio uterino. O trofoblasto compôs uma massa esponjosa que desfez as paredes de alguns vasos do endométrio, e os cordões de suas células permanecem assim banhados no sangue materno. O trofoblasto prossegue então a crescer velozmente, associando-se mais tarde com o mesoderma para constituir o cório e a membrana extraembrionária que abriga o embrião. Determina contato com o sangue materno para absorção de oxigênio, de substâncias nutritivas, e para a eliminação de resíduos metabólicos.
Durante a designada reação decidual do endométrio, os leucócitos que incutem o seu estroma produzem interleucina-2, que impede o desconhecimento do embrião por parte do organismo materno, que pode chegar a julgá-lo um corpo estranho. Os mecanismos imunológicos mediante os quais a mãe não conhece o embrião não são, no entanto, bem conhecidos. Os abortos espontâneos são de todas as formas, de uma grande frequência, em torno de 50%; a maioria dos quais acontece dentro das três primeiras semanas de gestação. Comumente correspondem a grandes anomalias do embrião.
Quando o blastocisto completa a implantação durante a 2ª semana de desenvolvimento, o embrioblasto sofre acentuada diferenciação. Um espaço análogo a uma fenda, designada cavidade amniótica compõem-se entre o embrioblasto e o trofoblasto. O embrioblasto esmaga-se e constitui-se o disco embrionário, que consiste em duas camadas, o ectoderma superior, que está mais próximo da cavidade amniótica e o endoderma inferior, que margeia a cavidade blastocística.
O saco vitelino primário constitui-se, por meio do revestimento da cavidade do blastocisto, com células do hipoblasto, o saco vitelino secundário forma-se pela constrição da parte não embrionária do saco vitelino primário.
O desenvolvimento dos espaços intercelulares entre o epiblasto e o citotrofoblasto compõe a cavidade amniótica primária, que é cheia por líquido, e seu revestimento, com células migratórias do epiblasto, o amnioblasto, deriva na formação da cavidade amniótica secundária.
O mesoderma extraembrionário origina-se do hipoblasto, abrange o saco vitelino primário e a cavidade amniótica secundária. A formação de fendas neste local deriva no celoma extraembrionário.
O mesoderma extraembrionário divide-se em mesoderma extraembrionário, parietal e visceral.  A parte do mesoderma extraembrionário que constitui contato internamente no citotrofoblasto, o mesoderma extraembrionário parietal compõem, junto com o citotrofoblasto e o sinciciotrofoblasto, o cório, que dá origem à parte fetal da placenta. Portanto, o celoma extraembrionário é também designado de cavidade coriônica. O mesoderma extraembrionário visceral recobre o saco vitelino secundário, sendo substituído, em seguida, pelo mesoderma intra-embrionário.
Formação do disco embrionário trilaminar
Pouco tempo depois, uma terceira camada, designada mesoderma constitui-se entre o ectoderma e o endoderma. Essas três camadas formam as camadas germinativas primárias. Portanto, a gastrulação consiste em um conjunto de movimentos celulares que guiarão à formação das três camadas germinativas, ou folhetos germinativos, primárias do embrião, o ectoderma ou disco embrionário externo, situado dorsalmente; o mesoderma ou disco embrionário central; e o endoderma ou disco embrionário interno, situado ventralmente. Uma vez constituídas, ao final da 2ª semana, remata-se o período pré-embrionário e principia o período embrionário.
As camadas germinativas primárias são de maneira especiais importantes, porque todas as células e os tecidos do corpo humano são procedidos delas. As células do endoderma geram o revestimento do trato gastrointestinal, os órgãos digestivos, o trato respiratório e os pulmões, a bexiga urinária e a uretra. Células do mesoderma geram o esqueleto, os músculos, o sangue, os órgãos genitais, a derme da pele e o tecido conjuntivo. As células do ectoderma geram a camada externa da pele, a epiderme, incluindo os pelos, as unhas e as glândulas da pele, as partes dos órgãos sensoriais e do SN.
Formação do ssistema nervoso
Quando o embrião humano está com 1,5 milímetros de comprimento, e aproximadamente 18 dias de vida, o ectoderma na face dorsal do embrião entre o nó primitivo e a membrana bucofaríngea torna-se encorpado para compor a placa neural. A placa neural, que é piriforme e mais larga cranialmente, desenvolve um sulco neural longitudinal, que em seguida exibe uma invaginação para o interior do embrião, compondo o sulco neural, cujas extremidades terminam se juntando, e se sobressaindo do ectoderma para formar um tubo que se situa no interior do mesoderma, designado tubo neural. Nesse momento de junção logo abaixo do ectoderma compõem-se dois prolongamentos laterais, as cristas neurais.
O desenvolvimento do tubo neural, o qual é precursor do cérebro e da medula espinal determina um processo designado neurulação. O tubo neural dá origem a elementos do SNC, enquanto a crista neural dá origem a elementos SNP, além de elementos não pertencentes ao SN. Portanto, os elementos procedidos da crista neural são os seguintes: os gângliossensitivos, os gânglios do sistema nervoso autônomo (SNA) a medula da glândula suprarrenal, os paragânglios, os melanócitos, as células de Schwann, os anfícitos, as células C da tireoide, e os odontoblastos. Contudo, pesquisas mais atualizada confirmaram que algumas estruturas tidas como oriundas do ectoderma na realidade se originam da crista neural, como a dura-máter, a aracnóide-máter e algumas partes do crânio.
A extremidade anterior do tubo neural se desenvolve mais que a parte posterior e compõem uma dilatação, designada vesícula encefálica ou arquencéfalo. Então, o começo do SNC. Esta parte anterior, dilatada vai compor o encéfalo, e a parte posterior que não se diferencia tanto, vai compor a medula espinal.
A vesícula encefálica, prosseguindo o seu desenvolvimento se divide em três vesículas primordiais, designadas respectivamente, prosencéfalo, a anterior; mesencéfalo, a média; e rombencéfalo, a posterior, esta última é contínua com o tubo neural restante, a medula espinal.
Na fase seguinte, o prosencéfalo se divide outra vez, constituindo duas novas vesículas, o telencéfalo, a mais anterior e o diencéfalo, a segunda. A segunda vesícula primitiva, e que agora passou a ser a terceira persiste inalterada e prossegue sendo o mesencéfalo.
A última vesícula o rombencéfalo se diferencia outra vez, constituindo duas novas vesículas, o metencéfalo que vai formar a ponte e o cerebelo; e o mielencéfalo que vai constituir o bulbo.     
Correlações anatomoclínicas
Anomalias congênitas
Na realidade qualquer parte do SN pode despontar defeitos do desenvolvimento, e estes geram uma enorme variedade de sinais e sintomas clínicos. A espinha bífida, a hidrocefalia e a anencefalia acontecem, cada uma, seis vezes por 1000 nascimentos e, dessa maneira, são as anomalias congênitas mais frequentes.
Espinha bífida
Na espinha bífida, os processos espinhosos e os arcos de uma ou mais vértebras adjacentes não se formam. O distúrbio é mais frequente na região torácica inferior, na região lombar e na região sacral. Embaixo desse defeito, as meninges e a medula espinal podem ou não ser afetadas em graus variáveis. O distúrbio provém de uma falha do mesênquima, que cresce entre o tubo neural e o ectoderma superficial, constituindo os arcos vertebrais na região atingida. Há diversos tipos de espinha bífida.
A espinha bífida oculta apresenta os processos espinhosos e os arcos de uma ou mais vértebras, geralmente na região lombar, estão ausentes, e o canal vertebral continua aberto posteriormente. A medula espinal e as raízes nervosas habituam ser normais. O defeito é coberto pelos músculos pós-vertebrais e não é vista na superfície. Pode existir um pequeno tufo de pelos, ou um tumor adiposo sobre o defeito. A maioria das ocorrências é assintomática e diagnosticada por casualidade, quando se observa uma radiografia da coluna vertebral.
Na meningocele, as meninges projetam-se por meio do defeito nos arcos vertebrais, constituindo uma tumefação cística embaixo da pele e, tendo líquido cerebrospinal, que se comunica com o espaço subaracnóideo. A medula espinal e os nervos espinais, em geral são normais.
Na meningomielocele, a medula espinal normal, ou cauda equina, encontra-se dentro do saco meníngeo, que se projeta por meio do defeito nos arcos vertebrais. A medula espinal ou as raízes nervosas são fixadas à parede interna do saco meníngeo.
Na mielocele, o tubo neural não fecha na região do defeito. Uma área oval em “carne viva” é localizada na superfície; concebe o sulco neural, cujos lábios estão fundidos. O canal central solta líquido cerebrospinal límpido sobre a superfície.
A siringomielocele é considerada um distúrbio raro. Uma meningomielocele está presente e, ao mesmo tempo, o canal central da medula espinal ao nível do defeito ósseo está alargado.
A espinha bífida oculta é o defeito mais frequente. O segundo defeito mais corriqueiro é mielocele, e muitos bebês afetados nascem mortos. Se a criança nascer viva, a morte por infecção da medula espinal pode acontecer dentro de alguns dias.
A maioria dos casos de espinha bífida oculta não exige tratamento. A meningocele deve ser retirada cirurgicamente nos primeiros dias após o nascimento. Os recém-nascidos com meningomielocele também devem ser tratados cirurgicamente. O saco meníngeo é aberto, e a medula espinal ou os nervos são liberados e atenciosamente colocados no canal vertebral. As meninges são suturadas sobre a medula espinal e os músculos pós-vertebrais aproximados.
Em benefício na assistência clínica e na assistência cirúrgica, muitos recém-nascidos com formas intensas de espinha bífida continuam a viver hoje em dia. Infelizmente, essas crianças possivelmente terão deficiências perpétuas e problemas psicossociais. Os déficits neurológicos podem proceder em deformação dos membros e da coluna vertebral, em disfunção vesical, disfunção intestinal e disfunção sexual.
Hidrocefalia
A hidrocefalia é uma elevação anormal no volume de líquido cerebrospinal dentro do crânio. Pode estar agregada a espinha bífida e a meningocele. A hidrocefalia isolada pode ser gerada por estenose do aqueduto do mesencéfalo ou, mais rotineiramente, pelo canal único normal ser trocado por muitos túbulos pequeninos impróprios. Outro fator, que é progressivo, é o crescimento exagerado da neuróglia em torno do aqueduto do mesencéfalo. Um desenvolvimento impróprio ou inexistente do forame interventricular; ou da abertura mediana do quarto ventrículo; ou da abertura lateral do quarto ventrículo, também pode ser responsável.
Nos casos de hidrocefalia com espinha bífida, o fenômeno de Arnold-Chiari pode acontecer. Durante a formação, a extremidade cefálica da medula espinal está ligada porque o encéfalo localiza-se no crânio e, na presença de espinha bífida, a extremidade caudal da medula espinal também pode estar ligada. O desenvolvimento longitudinal da coluna vertebral é mais dinâmico, e maior que o da medula espinal, e isso derivam em tração do bulbo e de parte do cerebelo através do forame magno. O deslocamento para baixo do rombencéfalo interrompe o fluxo de líquido cerebrospinal por meio dos forames no teto do quarto ventrículo.
A hidrocefalia pode acontecer antes do nascimento e, se for adiantada, atrapalhar o parto. Em geral, é constatada durante os primeiros meses de vida em razão do desenvolvimento da cabeça, que pode atingir um tamanho gigantesco. As suturas do crânio são separadas vastamente, e a fontanela anterior está bem aumentada. As veias do couro cabeludo são distendidas, e os olhos se voltam para baixo. A paralisia de nervos cranianos é frequente. Os ventrículos encefálicos ficam intensamente dilatados. Essa extensão dos ventrículos encefálicos acontece, especialmente à custa da substância branca, e os neurônios do córtex cerebral são basicamente poupados. Isso gera na preservação da função cerebral, porém a destruição dos tratos, sobretudo dos tratos corticobulbares e dos tratos corticospinais, ocasiona perda progressiva da função motora.
Se o distúrbio for diagnosticado por ultrassonografia, enquanto o feto está na vida intrauterina, é possível efetuar uma cirurgia pré-natal com a introdução de um cateter dentro dos ventrículos encefálicos, e drenar o líquido cerebrospinal para a cavidade amniótica. Caso o diagnóstico seja demorado até depois do nascimento, um tubo de drenagem munido de válvula unidirecional pode conectar os ventrículos encefálicos à veia jugular interna no pescoço.
Anencefalia
Na anencefalia, as maiores partes do encéfalo e da calvária estão ausentes. A anomalia é originada pela falta de desenvolvimento da extremidade rostral do tubo neural, e em decorrência, sua cavidade continua aberta. No lugar do tecido neural normal, existem canais vasculares de paredes finas idênticas ao plexo corióideo e massas de tecido neural. Ainda que os olhos permaneçam presentes, os nervos ópticos estão ausentes. O distúrbio abrange frequentemente a medula espinal, e o tubo neural continua aberto na região cervical. A anomalia é habitualmente diagnosticada antes do nascimentopor meio da ultrassonografia ou radiografias. A maioria dos indivíduos com anencefalia é considerado natimorto, ou seja, vem a óbito logo após o nascimento.
O desenvolvimento e o fechamento do tubo neural são normalmente finalizados dentro de 28 dias. Em termos práticos, isso representa que os defeitos do tubo neural terão acontecido antes que muitas gestantes saibam a respeito da gestação.
Pesquisas clínicas extensas evidenciaram que fatores ambientais e fatores genéticos participam da etiologia dos defeitos do tubo neural. O risco mais elevado dos defeitos neurais nos grupos socioeconômicos inferiores indica que uma nutrição escassa, também pode ser um fator relevante. Pesquisas clínicas atuais evidenciaram que o risco de defeitos do tubo neural recorrentes é expressivamente diminuído entre as gestantes que tomam 4000 miligramas de ácido fólico por dia em comparação com as gestantes que não o recebem. Estudos adicionais demonstraram que uma dose diária dez vezes menor é efetiva na prevenção dos defeitos. Tais achados excitaram muitas pesquisas novas para identificar as origens genéticas e as origens bioquímicas dos defeitos do tubo neural.
Células-tronco embrionárias
Estudos demonstraram o tratamento de pacientes com doença de Parkinson grave por transplante de precursores de neurônios dopaminérgicos em fragmentos do mesencéfalo isolados de fetos humanos, entre a 7ª e a 8ª semanas após a concepção. Os resultados apontaram que os transplantes geraram alguma benevolência clínica nos pacientes mais jovens, mas não nos mais senis.
As células-tronco embrionárias são oriundas da massa celular interna do blastocisto ou embrioblasto, a fase na qual o embrião em formação é implantado no útero.
As células-tronco embrionárias têm a característica singular de ser apta de formar todos os tipos celulares adultos, abrangendo os do SN. O transplante próspero de células-tronco embrionárias foi atingido em modelos da doença de Parkinson em animais, nas doenças do neurônio motor e no traumatismo da medula espinal.
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