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PROGRAMAÇÃO EM AMBIENTES DE REDES DE COMPUTADORES Raiza Artemam de Oliveira Gerenciamento de servidores de rede com sistemas proprietários Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Descrever o que é um servidor de rede. � Identificar as versões dos sistemas proprietários para gerenciamento de servidores de rede. � Explicar os recursos dos sistemas proprietários para gerenciamento de servidores de rede. Introdução Quando acessamos uma página na internet, enviamos uma mensagem ou assistimos a um filme em um serviço de streaming, estamos sempre usando um servidor. De modo simples, um servidor refere-se a um com- putador que serve recursos sempre que requisitado, tendo componentes de hardware semelhantes aos encontrados em um computador pessoal, como um processador. No entanto, os servidores apresentam maior poder computacional quando comparados aos computadores pessoais. Além dos componentes de hardware otimizados para o servidor, o sistema operacional precisa ser adequado para gerenciar as funcio- nalidades de um servidor. Um exemplo de sistema operacional comum em servidores de rede é o Windows Server, desenvolvido pela Microsoft especificamente para esse tipo de operação. Neste capítulo, você conhecerá as principais características de ser- vidores de rede, um pouco sobre sua história e como eles surgiram. Além disso, você identificará as diferentes versões do Windows Server e algumas funções para a utilização desse sistema operacional em ser- vidores de redes. Servidores de rede: principais características Os servidores são computadores e, da mesma forma que estes, não surgiram em um momento específico com um grande lançamento. Com o aumento do uso das redes de computadores, passou-se a designar alguns computadores da rede para realizar serviços específicos. Por exemplo, em uma rede local em uma universidade, algum professor teve a ideia de usar determinado computador com mais recursos somente para cálculos estatísticos, o que o fez se tornar um servidor de cálculos para os usuários da rede: sempre que eles precisassem calcular uma fórmula, poderiam requisitar tal servidor. Em 1969, o Departamento de Defesa dos Estados Unidos criou uma rede de computadores chamada ARPANET, que permitia a colaboração de grupos distantes geograficamente e o compartilhamento de recursos, como o uso do supercomputador ILLIAC IV (TANENBAUM, 2003). O principal objetivo do projeto referia-se à segurança dos meios de telecomunicação e ao fato de que a rede pudesse resistir a problemas locais. A partir do surgimento da ARPANET, o conceito de servidores em uma rede começou a se popularizar. As principais vantagens em substituir mainframes por servidores foram a segurança, a facilidade de manutenção, a economia e a escalabilidade. Em meados do início do ano de 1980, surgiram muitas empresas interessadas em desenvolver componentes e hardware para computadores, sobretudo a IBM, a Intel e a AMD, que fabricam processadores até os dias atuais. O ambiente competitivo da época e a corrida tecnológica favoreceram a diminuição dos componentes e os tornaram mais acessíveis economicamente, tornando cres- cente a quantidade de pessoas com computadores pessoais e, por consequência, que as empresas passassem a oferecer serviços adicionais em seus servidores, que, naturalmente, dispunham de maior poder de processamento. Gerenciamento de servidores de rede com sistemas proprietários2 O principal papel de um servidor é fornecer serviços de maneira centra- lizada, sem que cada computador na rede precise ter uma cópia do serviço (KUROSE; ROSS, 2007). Existem diferentes tipos de servidores com diferentes funções, como os de arquivos, banco de dados, impressão e hospedagem. Hoje, servidores são tão comuns e naturais que a maior parte dos serviços que utili- zamos está em um servidor. Suas principais aplicações atuais consistem em: � hospedagem de sites e de aplicações que rodam ou são acessadas na internet; � armazenamento de arquivos localmente ou em nuvem; � fornecimento de aplicações que rodam local ou remotamente; � serviço de e-mail; � serviço de impressão; � aplicações e serviços de bancos de dados; � sistemas de segurança física e patrimonial; � sistemas de pagamento (cartão de crédito e de débito, criptomoedas e outros pagamentos eletrônicos); � infraestrutura para as aplicações que rodam nos chamados terminais burros, como smartphones e terminais bancários; � internet das coisas (IoT). Embora sejam essencialmente computadores, os servidores apresentam características próprias. Geralmente, os gabinetes de servidores dispõem de dimensões-padrões que facilitam a instalação em racks para servidores, um gabinete metálico capaz de acomodar vários servidores e que possibilita a otimização de espaço, fornecimento de energia, resfriamento e organização dos cabos e conectores. A Figura 1 apresenta uma imagem de um rack de servidores: observe que se parece com uma estante com várias prateleiras horizontais nas quais os gabinetes dos servidores são acomodados. Um aspecto físico importante em servidores reside no fato de que estes devem conseguir abrigar muitos componentes, como pentes de memória e processadores. 3Gerenciamento de servidores de rede com sistemas proprietários Figura 1. Rack de servidor. Fonte: Rack Servidor... (2015, documento on-line). Utilizar servidores em uma rede fornece uma série de benefícios, como diminuição de custos, segurança, portabilidade e manutenção, embora seja preciso se atentar a alguns aspectos — por exemplo, em uma empresa com muitos funcionários, ter um servidor local pode ser vantajoso por centralizar Gerenciamento de servidores de rede com sistemas proprietários4 os serviços ou fornecer organização, etc., no entanto, ao consideramos uma empresa de pequeno porte com poucos funcionários, os custos para montar e manter um servidor local podem ser altos e não compensadores. Nesses casos, pode-se considerar outras soluções, como alocar servidores em nuvem, que podem se adaptar à necessidade da empresa por um custo menor. Um dos fatores que podem contribuir para o aumento do custo de um servidor são seus componentes de hardware. O conjunto de componentes de hardware presentes em cada servidor diferencia-se de acordo com necessi- dades específicas, como a capacidade de processamento e armazenamento, ou os níveis de segurança e confiabilidade esperados. De fato, ao se utilizar servidores em redes locais, torna-se possível controlar e gerenciar os aspectos supracitados. Além dos componentes de hardware, específicos de acordo com a aplicação do servidor, os componentes lógicos, como o software, também podem ser definidos de acordo com a aplicação de cada servidor. Arquitetura cliente-servidor Para compreender melhor como servidores atuam em uma rede, deve-se ter em mente o conceito do modelo de arquitetura de rede cliente-servidor (Figura 2), que se caracteriza por uma máquina que fornece recursos e uma ou mais máquinas que consomem tais serviços. Figura 2. Arquitetura de redes cliente-servidor. Fonte: Fidalgo (2014, documento on-line). 5Gerenciamento de servidores de rede com sistemas proprietários De acordo com Kurose e Ross (2007), as principais características do cliente em uma rede de computadores são: � iniciar e terminar as conexões com o servidor; � não se comunicar diretamente com outros clientes; � poder se conectar intermitentemente; � de modo geral, ser o canal por meio do qual o usuário envia e recebe dados. Ainda segundo o autor, os principais aspectos dos servidores de rede são: � permanecer sempre disponíveis aguardando conexões; � receber e responder a requisições dos clientes; � apresentar endereços fixos; � ser capazes de atender a múltiplas requisições simultaneamente. Além dessas características, destacam-se as diferenças comuns entre hardware e software de servidores e máquinas-clientes.De maneira geral, o cliente em uma rede é uma máquina comum, como um notebook pessoal ou um celular, ou seja, não necessariamente dispõe de um poder de proces- samento elevado, diferentemente de servidores, que, em geral, necessitam de componentes robustos capazes de suportar a demanda de requisições dos clientes. Em relação a software, existem desde sistemas operacionais específicos para servidores até aplicações em constante execução fornecendo serviços. Todos esses fatores podem variar de acordo com o tipo de aplicação do servidor — no Quadro 1, você pode observar exemplos com diferentes tipos de servidores. Gerenciamento de servidores de rede com sistemas proprietários6 Tipo de servidor Descrição Servidor de aplicações Utilizado para executar aplicações corporativas e atender a diversas estações de trabalho de forma simultânea, geralmente necessita de seu poder de processamento para executar programas para que não o sejam apenas em uma estação de trabalho. Servidor de arquivos Sistema para armazenar e compartilhar uma grande quantidade de informações entre equipamentos e usuários, mantendo o gerenciamento centralizado. Servidor de banco de dados Configurado para potencializar e dar eficiência, de forma dedicada, ao processamento e à transferência de dados entre os demais sistemas computacionais da infraestrutura de tecnologia de informação (TI), como alguns servidores de aplicação e storage (armazenamento), ambiente com desempenho apropriado para instalar e processar bases de dados que recebem grande número de requisições. Servidor de mídia Pode transmitir conteúdo de áudio ou vídeo via internet, por meio de streaming. Servidor de correio Configurado para armazenar e transferir e-mails por meio de redes locais ou via internet. Servidor FTP Por meio de uma rede transmission control protocol/ internet protocol (TCP/IP), permite download e upload de arquivos via conexão com file transfer protocol (FTP), autenticação por login e senha, proporcionando um ambiente seguro para troca de informações entre computadores. Servidor proxy Mediador entre as requisições dos computadores clientes que buscam recursos de outros servidores, como arquivos, páginas Web e outros serviços, o servidor proxy filtra as solicitações e determina como devem ser manejadas. Servidor Web Fornece serviços para disponibilizar conteúdos que podem ser acessados por meio de programas navegadores Web via protocolo HTTP (hypertext transfer protocol). Quadro 1. Tipos de servidores Fonte: Adaptado de Marchionni (2011). 7Gerenciamento de servidores de rede com sistemas proprietários Diferentes versões do Windows Server Diferentemente dos computadores comuns, os servidores requerem software específicos, como o fato de sistemas operacionais para servidores apresentarem funcionalidades específicas que possibilitam a utilização dos recursos em uma rede. Existem diversos sistemas operacionais direcionados para servidores, destacando-se o Windows Server, um sistema da Microsoft baseado na ar- quitetura NT e tão popular quanto os demais sistemas Windows direcionados para computadores pessoais (RUSSINOVICH; SOLOMON; IONESCU, 2009). O sistema operacional para computadores pessoais da Microsoft, o Win- dows, foi lançado na década de 1980, tendo se tornado rapidamente popular por dispor de uma interface e utilização amigável para os padrões da época. Um de seus fundamentos residia no fato de que qualquer pessoa pudesse ter e ser capaz de operar um computador. Com a consolidação no mercado de sistemas operacionais e a ideia de ter uma operação simples, a Microsoft lançou no ano de 1996 a primeira versão do Windows Server, chamado Windows NT 4.0 Server, e, também, o Windows NT 4.0 Workstation, que trouxe funções inovadoras, como a possibilidade de compartilhar arquivos e impressoras. A partir de então, qualquer pessoa que tivesse esses dois sistemas operacionais poderia dispor de uma rede inteiramente Microsoft. Após 4 anos, em janeiro de 2000, a Microsoft lançou uma nova versão do Windows Server, o Windows Server 2000, que apresentava diversas melho- rias em relação à versão anterior e uma funcionalidade inovadora, o Active Directory (AD), o que, por sua vez, permitiu o uso de um único diretório para controle de acesso a todos os sistemas e serviços dentro de uma rede corporativa. A partir de então, muitas empresas passaram a basear toda a sua infraestrutura em servidores Windows 2000. Com a introdução do AD, o Windows 2000 passou a oferecer o conceito de funções flexible single master operations (FSMO), um conjunto de cinco funções especiais que controlam operações restritas no AD (ACTIVE..., 2014, documento on-line), como mostrado a seguir. � Schema Master: responsável por executar atualizações no esquema de diretório. O esquema de AD define todos os atributos que podem ser aplicados a um objeto no banco de dados do AD. � Domain Naming Master: responsável por realizar alterações no espaço de nome de domínio em toda a floresta do diretório. O controlador de domínio com essa função é o único que pode adicionar ou remover Gerenciamento de servidores de rede com sistemas proprietários8 um domínio do diretório, garantindo que não seja criado um segundo domínio com nomes repetidos na mesma floresta. � RID Master: atribui blocos de identificadores de segurança, chamados SID (ID de segurança), a diferentes controladores de domínio em deter- minado domínio. Por padrão, cada objeto em um AD tem um bloco de identificadores de segurança. Para impedir que vários objetos tenham o mesmo bloco de identificadores de segurança, o RID Master concede a cada controlador de domínio o privilégio de atribuir determinados blocos de identificadores. � PDC Emulator: responde a solicitações de autenticação, altera senhas e gerencia objetos de diretiva de grupo. Por exemplo, as falhas de au- tenticação que ocorrem em determinado domínio são processadas pelo PDC Emulator antes que o usuário receba uma mensagem de falha. Trata-se de um conceito do Windows NT que permite que domain controllers em versões mais recentes consigam interagir com domain controllers do Windows NT. Essa funcionalidade torna-se necessária em redes que ainda executam o Windows NT 4.0. � Infrastructure Master: responsável por atualizar o SID e o nome distinto de um objeto em uma referência de objeto entre domínios, convertendo identificadores exclusivos globalmente. Em 2003, a Microsoft lançou o Windows Server 2003, sem grandes mu- danças da versão anterior. Contudo, em 2008, com o Windows Server 2008, houve muitas diferenças em relação ao Windows 2003, como a função de virtualização chamada Hyper-V. Outra ferramenta lançada nesta versão foi o Tasklist, uma ferramenta de linha de comando que exibe uma lista dos pro- cessos atualmente em execução no computador local ou em um computador remoto, disponível no Windows 7, no Windows Server 2000, no Windows Server 2003, no Windows Server 2003 R2, no Windows Server 2008, no Windows Server 2008 R2 e no Windows XP. Após 4 anos do lançamento do Windows Server 2008, a Microsoft lançou o Windows Server 2012. Entre suas novas funcionalidades, destaca-se a vir- tualização com Hyper-V, um conceito importante no contexto de servidores, pois permite criar ambientes distintos e simular diferentes máquinas. No ano de 2016, foi lançada a versão Windows Server 2016, disponível em três edições: Datacenter, voltada para ambientes altamente virtualizados de nuvem privada e híbrida; Standard, direcionada para atender ambientes de baixa densidade ou não virtualizados; e Essentials, que oferece uma solução de servidor flexível, acessível e fácil de operar. 9Gerenciamento de servidores de rede com sistemas proprietários As edições Datacenter e Standard têm três opções de instalação: Server with Desktop Experience, que oferece a experiência para quem precisa utilizar aplicações com interface gráfica ou para um host de serviços remoto; ServerCore, que não apresenta interface gráfica e não inclui itens como o gerenciador do servidor ou o console de gerenciamento Microsoft (MMC); e, por último, a Nano Server, que propicia um sistema operacional leve para execução de aplicações para a nuvem baseadas em contêineres e microsserviços. Entre as versões Windows Server 2012 e Windows Server 2016, foi lançada uma versão Windows Server 2012 R2, que trazia algumas melhorias em comparação à versão inicial, mas nenhuma mudança significativa; o mesmo ocorreu com as versões lançadas em 2003 e 2008. Segundo a página oficial da Microsoft, o Windows Server 2019, lançado no fim do ano de 2018, apresenta inovações em quatro temas-chave: nuvem híbrida, segurança, plataforma de aplicativos e infraestrutura hiperconvergente. Além disso, o conceito de máquinas virtuais blindadas é capaz de suportar máquinas virtuais que executam sistemas operacionais Linux. Isso fará com que o Windows Server e, por consequência, a Azure sejam adotados como plataformas de hospedagem e virtualização para as empresas que utilizam nuvem privada, pública e híbrida. O Windows Server compreende um sistema operacional específico para servidores de rede que oferece muitas funcionalidades para otimizar o uso do servidor. Em uma única versão, como a lançada em 2018, o Windows Server pode oferecer soluções para diferentes ambientes e se adaptar a diferentes contextos. Escolher a edição que melhor se encaixa ao ambiente constitui uma tarefa que requer conhecimento das funcionalidades que cada versão ou edição pode oferecer. Uma das características do Windows Server consiste em apresentar uma interface amigável para interação com usuário; no entanto, é importante que um administrador saiba trabalhar ao menos com os principais comandos de configuração para que não fique refém de versões gráficas. Acesse o link a seguir para ler o manual completo com mais de 3.500 comandos do PowerShell exemplificados. https://qrgo.page.link/gLhWv Gerenciamento de servidores de rede com sistemas proprietários10 Windows Server: principais recursos Uma das funcionalidades e características mais populares do Windows Server é, como dito, o Active Directory (AD), uma ferramenta utilizada para o geren- ciamento de usuários de rede. Nesse contexto, um diretório compreende um banco de dados que contém informações dos usuários de uma organização, como nome, login, senha, cargo, perfil e outros. O lightweight directory acess protocol (LDAP) é um protocolo aberto de serviço de diretório que fornece mecanismos aplicados para conectar, pesquisar e modificar diretórios da internet, representando a referência-padrão para gerenciamento de diretórios distribuídos em uma rede de computadores. Por isso, é a base para a implementação de serviços de diretório do AD, capaz de fornecer funcionalidades como autenticação, gerenciamento de grupos e usuários. Destaca-se que o LDAP é somente o protocolo, e o AD consiste na implementação desse protocolo, por meio do qual se torna possível o uso de um único diretório para controle de acesso a todos sistemas e serviços em uma rede. Assim, usuários em uma rede podem usar login e senha únicos para acessar qualquer sistema na rede (VISÃO..., 2017, documento on-line). Con- forme Rodrigues (2019), alguns dos principais recursos presentes no AD são: � fornecer autenticação centralizada; � ter nível de segurança controlado; � facilitar a delegação de tarefas administrativas; � tornar eficiente o gerenciamento de acesso; � proporcionar um índice dos recursos na rede; � fornecer a possibilidade de subdividir domínios em unidades lógicas; � fornecer recursos para replicação de dados. O AD funciona manipulando objetos, que podem ser criados, editados, excluídos e movidos entre domínios, os quais fazem parte da estrutura lógica do AD, cujo principal objetivo consiste em auxiliar o gerenciamento de recur- sos de redes. Para que isso seja possível, o AD permite que o administrador cadastre os recursos em forma de objetos de diretório, em que cada tipo de objeto corresponde a entidades do mundo real em um ambiente de rede, sendo os principais (VISÃO..., 2017, documento on-line): � usuário; � contato; 11Gerenciamento de servidores de rede com sistemas proprietários � impressora; � computador; � pasta compartilhada; � grupo; � unidades organizacionais; � domínio; � controlador de domínio; � objetos do site; � entidades de segurança estrangeira. Na perspectiva dos usuários, o AD funciona de maneira a possibilitar seu acesso aos recursos disponíveis na rede, como impressoras. Para isso, os usuários devem acessar e informar os dados credenciais apenas uma única vez no ambiente de rede. Na Figura 3, apresentamos a tela de administração do AD no Windows Server. Por meio de uma interface amigável, o administrador pode gerenciar os usuários de cada AD e suas permissões. Quando o usuário digita seu login e senha, o AD verifica se as informações fornecidas pelos usuários são válidas e realiza a autenticação. Figura 3. Tela de administração do AD no Windows. Fonte: Introduction... (2018, documento on-line). Gerenciamento de servidores de rede com sistemas proprietários12 Um serviço de diretório, como o Active Directory Domain Services (AD DS), fornece os métodos para armazenar dados de diretório e disponibilizá- -los para usuários e administradores de rede (VISÃO..., 2017, documento on- -line). Por exemplo, o AD DS armazena informações sobre contas de usuário, como nomes e telefones, e possibilita que outros usuários autorizados na mesma rede acessem tais informações (VISÃO..., 2017, documento on-line). Existem duas opções para ativar o serviço de domínio do AD: por meio da interface gráfica na tela de administração do AD em Domain Controllers ou também pelo PowerShell, aplicando o comando net start ntds. Um recurso que facilita a administração do AD no Windows Server é o Active Directory Explorer, um visualizador e editor avançado que inclui funcionalidades capazes de auxiliar um administrador de redes. Por exemplo, o AD Explorer inclui a capacidade de salvar um banco de dados do AD para visualização e comparação off-line, além de evitar problemas de configuração do AD, causados por erros de digitação ou ordem incorreta de elementos. Na Figura 4, exibe-se a tela do Active Directory Explorer. Figura 4. Active Directory Explorer. Fonte: Alexander (2015, documento on-line). 13Gerenciamento de servidores de rede com sistemas proprietários O banco de dados do AD, o AD DS, contém todas as informações do diretório, como aquelas sobre usuários, grupos ou domínios; além dos objetos que requerem permissão de acesso. Ele permite, ainda, o gerenciamento de acesso total e controlado na rede. O banco de dados do AD, chamado NTDS.dit, geralmente está localizado na pasta %SystemRoot%\NTDS\ntds.dit em uma instalação default do AD. Para iniciar o serviço de domínios do AD, aplica-se o comando net start ntds. O diretório NTDS apenas existirá nos servidores com a função de domain controllers (DC). Alguns recursos da Microsoft estão disponíveis apenas para configuração de servidores, como o netsh, um utilitário para elaborar scripts de linha de comando que permite, local e remotamente, exibir ou modificar a configuração de rede de um computador em execução no momento (SINTAXE..., 2019, documento on-line). Por exemplo, é possível aplicar o comando netsh para alterar o nome de uma rede de computadores, ativar ou desativar firewall do Windows, entre outras configurações. Um dos recursos mais importantes para a administração de servidores consiste na possibilidade de acesso remoto, que se refere à capacidade de acessar um computador ou dispositivo de qualquer local remoto. O Windows Server fornece algumas funções para gerenciar e controlar o acesso remoto, como as listadas a seguir. � Add-DAAppServer: adiciona um novo grupo de segurança do servidor de aplicativos à implantação do DirectAccess (DA), alémde servidores de aplicativos a um grupo de segurança do servidor de aplicativos que já faz parte da implantação do DA. � Add-DAClient: adiciona um ou mais grupos de segurança de compu- tadores clientes à implantação do DA, além de um ou mais objetos de diretiva de grupo de clientes DA em um ou mais domínios. � Add-RemoteAccessIpFilter: adiciona filtros para o tráfego que passa por uma interface. � Add-RemoteAccessRadius: adiciona um novo servidor RADIUS ex- terno para autenticação Virtual Private Network (VPN), contabilizando Gerenciamento de servidores de rede com sistemas proprietários14 acessos diretos via VPN ou autenticação de senha descartável para DA. Em outras palavras, esse comando garante que todas as conexões VPN com um servidor sejam registradas em um servidor RADIUS. Pode ser aplicado para ativar ou desativar a contabilização, combinando-se o parâmetro AccountingOnOffMsg com os valores Enable ou Disable. � Get-RemoteAccessRoutingDomain: recupera informações de configu- ração para um domínio de roteamento. � Install-RemoteAccess: executa verificações de pré-requisito do DA para garantir sua instalação, instala o DA para acesso remoto ou somente para gerenciamento de clientes remotos, instala a VPN e o roteamento de protocolo de gateway. Outra funcionalidade importante no Windows Server refere-se ao serviço guardião de host (HGS), responsável por garantir que os hosts Hyper-V pre- sentes na rede sejam conhecidos pelo sistema hospedeiro como um software confiável. Além disso, o HGS é responsável pelo gerenciamento das chaves usadas para iniciar máquinas virtuais blindadas (GERENCIANDO..., 2019, documento on-line). Ao configurar o HGS, o administrador tem a opção de criar uma floresta AD isolada apenas para o HGS ou para unir o HGS a um domínio confiá- vel existente (GERENCIANDO..., 2019, documento on-line). Dessa forma, o usuário que tem acesso ao HGS, diretamente como um administrador ou indiretamente como administrador de outra coisa e capaz de influenciar o HGS, apresenta controle sobre a rede protegida. Na documentação oficial da Microsoft, recomenda-se limitar a sobreposição entre os administradores do HGS e os ambientes do Hyper-V por questões de segurança. Garantindo que nenhum administrador tenha acesso a ambos os sistemas, um invasor precisaria comprometer duas contas diferentes de duas pessoas para concluir sua missão de alterar as políticas HGS. Isso também sig- nifica que o domínio e os administradores corporativos para os dois ambientes de AD não devem ser a mesma pessoa, nem que o HGS use a mesma floresta de AD que seus hosts Hyper-V (GERENCIANDO..., 2019, documento on-line). O HGS vem com funções de administração internas que fornecem mais segurança para a administração do sistema. É possível delegar tarefas de ad- ministração para usuários não administradores, o que significa que as pessoas que gerenciam políticas HGS não precisam realmente ser administradores de todo o computador ou domínio. Para garantir a segurança, os comandos que um usuário pode executar no PowerShell são limitados. 15Gerenciamento de servidores de rede com sistemas proprietários O conceito de virtualização tornou-se popular no contexto de servidores, pois possibilita criar e gerenciar diferentes máquinas compartilhando os mesmos recursos físicos. Na Microsoft, a tecnologia que permite a aplica- ção desse conceito é o Hyper-V (MICROSOFT..., 2017, documento on-line). Por meio do Hyper-V, torna-se possível criar e gerenciar computadores virtuais e seus recursos físicos e lógicos, como memória e sistema operacional, em que cada máquina virtual é considerada um sistema isolado. O Hyper-V baseia- -se no hipervisor, uma camada adicional entre os recursos físicos e virtuais responsável por gerenciar a distribuição eficaz dos recursos de hardware da máquina física entre as máquinas virtuais. Na Figura 5, apresentamos a tela de gerenciamento das máquinas virtuais instaladas no Windows Server 2016. O sistema apresenta ao usuário o nome da máquina, o estado atual, executando ou desligada, o consumo de central process unit (CPU) de cada máquina virtual e a quantidade de memória des- tinada à máquina. Observe que, na Figura 5, existem várias máquinas virtuais instaladas: a primeira executada no momento e as demais desligadas (off ). No lado direito da tela, há menus com ações disponíveis para as máquinas virtuais. Pode-se destacar a interface amigável como uma das vantagens oferecidas pelo Windows Server que facilita a administração do servidor. Figura 5. Gerenciador de máquinas virtuais do Hyper-V. Fonte: Posey (2018, documento on-line). Gerenciamento de servidores de rede com sistemas proprietários16 Para ter uma visão completa e detalhada de todas as funcionalidades do Windows Server, acesse a sua documentação oficial, disponível no link a seguir. https://qrgo.page.link/tijmS ACTIVE Directory FSMO roles in Windows. Microsoft Docs, Redmond, 23 Apr. 2014. Disponível em: https://support.microsoft.com/pt-br/help/197132/active-directory- -fsmo-roles-in-windows. Acesso em: 11 nov. 2019. ALEXANDER, Z. Active Directory Explorer. Alexander's Blog – Sharing knowledge with the global IT community since November 1, 2004, Seattle, 15 Feb. 2015. Disponível em: https://docs.microsoft.com/en-us/windows-server/identity/ad-ds/get-started/adac/ introduction-to-active-directory-administrative-center-enhancements--level-100-. Acesso em: 11 nov. 2019. FIDALGO, A. Arquitetura Cliente servidor. CrtlZeta – Feito de aluno para aluno, [S. l.], 18 set. 2014. 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No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links. Gerenciamento de servidores de rede com sistemas proprietários18
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