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201766DIR_INTERNANCIONAL_XXIX

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beatrizsantos
Carimbo
 
 
 
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APRESENTAÇÃO 
 
 
Caro(a) Aluno(a), 
 
 
A preparação para concursos públicos exige profissionalismo, métrica e 
estratégia. Cada minuto despendido deve ser bem gasto! Por isso, uma 
preparação direcionada, focada nos pontos com maior probabilidade de 
cobrança no seu certame, pode representar a diferença entre aprovação e 
reprovação. 
 
Ciente disso, a Ad Verum Suporte Educacional, empresa do Grupo CERS 
ONLINE, concebeu o curso INTELIGÊNCIA PDF - OAB, que tem por premissa 
fundamental “atacar” os pontos nucleares de cada matéria, com vistas a 
antecipação dos temas com maiores chances de cobrança em sua prova. 
 
Fazer isso não é tarefa fácil! É necessário um árduo esforço de pesquisa, 
levando-se em consideração fatores como banca examinadora e respectivos 
membros (sempre que possível), retrospecto do concurso, incidência temática 
de cada disciplina, momento da economia do país, dentre tantos outros, aliados 
a experiência de Professores de projeção nacional, com larguíssima experiência 
na análise do perfil dos mais diferentes certames públicos. 
 
Para tornar tudo isso uma realidade, a Ad Verum investiu muito em seu Método 
de Aceleração de Aprendizagem (MAVAA). Hoje, contamos com um SETOR DE 
INTELIGÊNCIA, responsável por ampla coleta de dados e informações das mais 
diferentes fontes relacionadas ao universo de cada concurso, de modo a, a partir 
do processamento dos dados coletados, oferecer aos seus alunos uma 
experiência diferenciada quando comparada a tudo que ele conhece em matéria 
de preparação para carreiras públicas. 
 
Racionalizar o estudo do aluno é mais que um objetivo para Ad Verum, trata-se 
de uma obsessão. 
 
Bom estudo! 
 
 
 
 
 
 
 
Francisco Penante 
CEO Ad Verum Suporte Educacional 
 
 
 
 
 
 
 
 
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SUMÁRIO 
 
 
1. TRATADOS: ................................................................................................ 1 
2. ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS: ....................................................... 6 
3. IMUNIDADE DE JURISDIÇÃO: .................................................................. 8 
4. NACIONALIDADE:.................................................................................... 10 
5. CONDIÇÃO JURÍDICA DO ESTRANGEIRO: ........................................... 13 
6. DIREITO DO MAR:.................................................................................... 16 
7. SOLUÇÃO PACÍFICA DE CONTROVÉRSIAS: ........................................ 17 
8. COMPETÊNCIA INTERNACIONAL:......................................................... 19 
9. CONFLITOS DE LEI NO ESPAÇO: .......................................................... 21 
10. COOPERAÇÃO JURÍDICA INTERNACIONAL: .................................... 23 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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DIREITO INTERNACIONAL 
 
Olá querido (a) aluno (a)! Vamos iniciar os estudos de Direito Internacional 
para o certame ao qual você irá se submeter: A PRIMEIRA FASE DA OAB. 
Vamos juntos? 
O Direito Internacional é constituído pelas normas jurídicas internacionais, 
sendo, os costumes e princípios, importantes para a concretização de acordos, 
tratados, convenções, emendas e protocolos. As normas jurídicas subdividem-
se dois tipos: público e privado. 
 
 DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO: 
 
Sistema que rege relações entre os sujeitos do Direito Internacional 
público, os principais são: Estados e Organizações Internacionais. Este ramo do 
direito tem escopo de aplicar normas pactuadas por aqueles. 
 
1. TRATADOS: 
 
Caro (a) aluno (a), o tratado internacional é por si só um instrumento, 
podendo ser identificado tanto por seu processo de produção, como pela forma 
final. É um acordo formal realizado entre os sujeitos do Direito Internacional, 
destinados a produzir efeitos jurídicos. 
A partir de agora vamos esboçar todos os quesitos necessários para que 
você compreenda os tratados no Direito Internacional. Preparado? Vamos lá! 
 
 Sujeitos do Direito Internacional: 
 
Pelo fato da figura do Estado ser forte, foi ratificada, inicialmente – na 
Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados (1969) –, a admissão do 
Estado como único sujeito no Direito Internacional. Entretanto, com a evolução 
desse ramo do direito, em 1986, houve a ratificação de uma nova convenção 
para regulamentar o Direito Internacional – Convenção de Viena sobre o Direito 
dos Tratados entre Estados e Organizações Internacionais ou, apenas, entre 
Organizações – e, dentre as principais inovações, há de se salientar a inclusão 
das Organizações Internacionais como sujeitos nos tratados. 
 
 Princípios norteadores: 
 
- Livre Consentimento: As partes são livres para pactuar as obrigações. 
 
- Boa-fé: Deve haver comportamento com padrão ético de confiança e 
lealdade. 
 
- Solução Pacífica de Controvérsia: Os Estados devem cumprir com o que 
foi pactuado, buscando tentar solucionar, pacificamente, eventuais conflitos, 
antes da adoção de meios coercitivos e, até mesmo, extremos (como a guerra). 
 
- Continuidade do Estado: O Estado para sempre existirá, 
independentemente de modificações expressivas em sua titularidade e 
soberania. 
 
 
 
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 Classificação: 
 
- Quanto ao número de partes: os Tratados podem ser Bilaterais ou 
Multilaterais. 
- Quanto ao procedimento: teremos Tratados em forma simplificada (única 
fase) e em sentido estrito (duas fases). 
 
 
 
 
 
 
 
 
No Brasil, para a celebração do Tratado teremos quatro fases solenes: 
 
1) Primeira Fase: negociações preliminares e assinaturas; 
 
2) Segunda Fase: Retificação – É a manifestação do Congresso Nacional; 
 
3) Terceira Fase: Ratificação – A ratificação é o processo pelo qual os atos 
são postos em vigor, por meio do qual o Presidente irá expressar o seu 
consentimento definitivo; 
 
4) Quarta Fase: Promulgação e Publicação – Após passar pelas três fases 
supramencionadas, essa é uma fase complementar. A Publicação deverá ser 
feita no Diário Oficial da União. 
 
 
 
 
 
 
 
 Hierarquia dos Tratados no Brasil: 
 
Os Tratados internacionais comuns, após serem incorporados no 
ordenamento jurídico tem status de lei ordinária federal. 
 
Exceções: 
1. Que versem sobre Direito Tributário – Sobreposição desses aos demais. 
2. Que versem sobre Direitos Humanos – Sempre ocupa posição de destaque 
(Ocupa posição de Emenda Constitucional ou de norma supralegal). 
 
IMPORTANTE! É equiparado à Emenda o Tratado Internacional que verse sobre 
Direitos Humanos quando for aprovado com quórum referente ao Art. 5º, § 3º, 
da CF/88 (aprovação pelo Congresso Nacional, em dois turnos da votação, em 
cada casa, por 3/5 dos votos). Os demais Tratados de Direitos Humanos são 
equiparados à norma Supralegal. 
 
ATENÇÃO: 
No Brasil, o procedimento é em sentido estrito (bifásico): o Presidente assina e 
negocia o tratado, e, posteriormente, há o Referendo Parlamentar (Congresso 
Nacional). 
PARA FIXAR: 
Assinatura Retificação Ratificação Promulgação e publicação 
 
 
 
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 Estrutura: 
 
1. Título: sobre o que versa o tratado. Ex.: Convenção sobre direito das 
crianças e adolescentes; 
2. Preâmbulo: sujeitos que fazem parte; 
3. Considerandos: sobre o que versa; 
4. Articulados: normas; 
5. Fecho: discrimina o local, data, idioma (parte formal); 
6. Assinatura: local onde representantes do sujeito (Estado ou Organização 
Internacional) realizam o ato de assinar para convalidar o tratado; 
7. Anexos ou apêndices. 
 
 
 Requisitos de validade: 
 
a) Capacidadedas partes: ser sujeito do Direito Internacional Público. 
b) Habilitação dos agentes signatários: no Brasil, a habilitação é do Presidente 
da República (podendo haver transferência deste poder). 
c) Consentimento mútuo: deve haver concordância das partes. 
d) Objeto lícito e possível. 
 
 Extinção: 
 
Várias são as formas de extinção do tratado: consentimento mútuo, termo, 
execução integral do tratado, condição resolutória, redução do número de partes, 
denúncia, ab-rogação por outro tratado. 
Válido salientar, caro (a) aluno (a), que a denúncia é a principal forma de 
extinção, a mesma tem objetivo de validar a pretensão do Estado referente ao 
afastamento do tratado. Atualmente, a denúncia é um ato discricionário do 
Presidente da República. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OBSERVAÇÃO: 
A terminologia do tratado será pactuada pelas partes, de forma livre e 
indiscriminada. Os principais exemplos são: convenção, ato, ata, acordo, 
tratado, pacto. 
 
ATENÇÃO: 
Há apenas dois tratados que ocupam posição de Emenda: Convenção 
Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo 
Facultativo e, o mais recente, o Tratado de Marraqueche para Facilitar o Acesso 
a Obras Publicadas para Pessoas Cegas de 2013 (promulgado pelo Decreto n.º 
9.522/2018). 
 
 
 
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C 
OAB – XXVII EOU | 2018: Em 14 de dezembro de 2009, o Brasil promulgou 
a Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados de 1969, por meio do 
Decreto nº 7.030. A Convenção codificou as principais regras a respeito da 
conclusão, entrada em vigor, interpretação e extinção de tratados 
internacionais. 
Tendo por base os dispositivos da Convenção, assinale a afirmativa 
correta. 
A) Para os fins da Convenção, “tratado” significa qualquer acordo 
internacional concluído por escrito entre Estados e/ou organizações 
internacionais. 
B) Os Estados são soberanos para formular reservas, independentemente 
do que disponha o tratado. 
C) Um Estado não poderá invocar o seu direito interno para justificar o 
descumprimento de obrigações assumidas em um tratado internacional 
devidamente internalizado. 
D) Os tratados que conflitem com uma norma imperativa de Direito 
Internacional geral têm sua execução suspensa até que norma ulterior de 
Direito Internacional geral da mesma natureza derrogue a norma 
imperativa com eles conflitante. 
 
Comentários: 
Resposta correta: alternativa “C”. 
 
Alternativa A: INCORRETA 
Os tratados são acordos internacionais concluídos por escrito entre 
Estados, não envolvendo organizações internacionais como signatárias. 
Artigo 2, parágrafo 1, “a”, da Convenção de Viena. 
 
Alternativa B: INCORETA 
Ao assinar, ratificar, aceitar ou aprovar um tratado, ou a ele aderir, os 
Estados podem formular reserva, EXCETO: a) se a reserva for proibida 
pelo tratado; b) se o tratado dispor que só possam ser formuladas 
determinadas reservas, entre as quais não figure a reserva em questão; ou 
c) nos casos não previstos nas alíneas “a” e “b”, se a reserva for 
incompatível com o objeto e a finalidade do tratado. 
Artigo 19 da Convenção de Viena. 
 
Alternativa C: CORRETA. 
Conforme dispõe o artigo 27 da Convenção de Viena. 
 
Alternativa D: INCORRETA. 
Segundo o artigo 53 da Convenção de Viena, “É nulo um tratado que, no 
momento de sua conclusão, conflite com uma norma imperativa de Direito 
Internacional geral. Para os fins da presente Convenção, uma norma 
imperativa de Direito Internacional geral é uma norma aceita e reconhecida 
pela comunidade internacional dos Estados como um todo, como norma 
da qual nenhuma derrogação é permitida e que só pode ser modificada por 
norma ulterior de Direito Internacional geral da mesma natureza.”. 
 
 
 
 
 
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EXERCÍCIO: 
 
(FGV / TJ-RJ - 2014) A partir da Emenda Constitucional nº 45/2004, os 
tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos: 
 
a) Sempre terão a natureza jurídica de lei, exigindo a sua aprovação, pelo 
Congresso Nacional e a promulgação, na ordem interna, pelo Chefe do 
Poder Executivo; 
b) Sempre terão a natureza jurídica de emenda constitucional, exigindo, 
apenas, que a sua aprovação, pelo Congresso Nacional, se dê em dois 
turnos de votação, com o voto favorável de dois terços dos respectivos 
membros; 
c) Podem ter a natureza jurídica de emenda constitucional, desde que a sua 
aprovação, pelo Congresso Nacional, se dê em dois turnos de votação, com 
o voto favorável de três quintos dos respectivos membros; 
d) Podem ter a natureza jurídica de lei complementar, desde que o Congresso 
Nacional venha a aprová-los com observância do processo legislativo 
ordinário; 
e) Sempre terão a natureza jurídica de atos de direito internacional, não se 
integrando, em qualquer hipótese, à ordem jurídica interna. 
 
Gabarito Oficial: Letra C. 
 
Vejamos: 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-
se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à 
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem 
aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três 
quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas 
constitucionais. 
 
Alternativa A: Incorreta. Nem sempre terão a natureza jurídica de lei. Os 
tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem 
aprovados mediante o artigo 5, CF, serão equivalente às emendas 
constitucionais, os demais são equiparados à norma Supralegal. 
 
Alternativa B: Incorreta. Necessário que se dê em dois turnos de votação, com 
o voto favorável de três quintos dos respectivos membros. 
 
Alternativa C: Correta. Referente ao artigo supramencionado. 
 
Alternativa D: Incorreta. Tratados e convenções internacionais sobre direitos 
humanos que forem aprovados mediante art. 5, CF, serão equivalente às 
emendas constitucionais, os demais são equiparados à norma Supralegal. 
Alternativa E. Incorreta. Nem sempre terão a natureza jurídica de atos de direito 
internacional. 
Grau de dificuldade: Médio. 
 
 
 
 
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2. ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS: 
 
As organizações internacionais podem ser avaliadas como a associação 
voluntária de Estados e/ou de outras entidades, constituída por meio de um 
tratado, com o objetivo de buscar interesses comuns por intermédio de uma 
permanente cooperação entre seus membros. 
 
 Características: 
 
a) Multilateralismo: É a possibilidade de associação de vários membros. 
b) Permanência: Em regra, as organizações internacionais são constituídas 
por tempo indeterminado. 
c) Institucionalização: Advém que por meio delas, se cria um espaço 
institucional de solução de conflitos e de relacionamento interestatal. 
 
 Classificação: 
 
a) Quanto ao âmbito de participação: universais – qualquer Estado do 
mundo pode fazer parte – e regionais – limitada a determinada região. 
b) Quanto ao objeto: fim específico – relacionado a um único objeto – e 
fins gerais – englobam vários objetos. 
 
 Órgãos: 
 
Após a Segunda Guerra Mundial se viu a necessidade de criar uma 
Organização que buscasse impedir mais um conflito como aquele, bem como 
efetuar a manutenção da paz e da segurança internacionais. Assim, foi criada, 
em 1945, a Organização das Nações Unidas, também conhecida pela sigla ONU, 
formada por países que se reuniram voluntariamente em busca de mecanismos 
que promovam o progresso das nações. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
As principais características são: Organização de âmbito universal, 
caráter permanente, intergovernamental e personalidade jurídica própria. 
 
Caro aluno, referente a este Órgão é importante salientar duas 
corporações presentesno mesmo. A primeira diz respeito à Assembleia Geral, 
a qual é considerada o principal órgão deliberativo da ONU, o qual também pode 
expulsar um Estado-membro que tenha violado os princípios da Carta das 
Nações Unidas,. O segundo é o Conselho de Segurança, o mesmo é formado 
por quinze Estados membros: 5 permanentes (Estados Unidos, França, Reino 
Unido, China e Rússia) e 10 rotativos (2 anos); há também um Conselho 
Quais são as 
características da ONU? 
 
 
 
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Econômico e Social, um conselho de Tutela, uma Corte Internacional de Justiça 
e um Secretariado. 
Além da ONU, há também o Fundo Monetário Internacional (FMI), que 
tem a finalidade básica de prestar auxílio emergencial a países em crise 
econômico-financeiro. Acordo de Bretton Woods, 1944; O Banco Internacional 
para a Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD): tem a finalidade básica de 
prestar auxílio financeiro para projetos de longo prazo. Acordo de Bretton Woods, 
1944 e a Organização Mundial do Comércio (OMC): tem a finalidade de estimular 
o comércio internacional como forma de desenvolvimento econômico e combater 
suas práticas desleais. 
 
EXERCÍCIO 
 
(FGV / OAB - 2013) Com base da Carta das Nações Unidas, assinale a 
afirmativa correta: 
a) A Assembleia Geral pode expulsar um Estado membro que tenha 
persistentemente violado os princípios da Carta das Nações Unidas, 
ouvido o Conselho de Segurança. 
b) Os principais órgãos das Nações Unidas são a Assembleia Geral, o 
Conselho de Segurança, a Organização Mundial do Comércio e a Corte 
Internacional de Justiça. 
c) As principais atribuições do Conselho de Segurança são a manutenção da 
paz internacional e a liberalização dos fluxos internacionais de comércio. 
d) Um Estado não pode se tornar membro da Corte Internacional de Justiça 
sem antes se tornar membro nas Nações Unidas. 
 
Gabarito Oficial: Letra A. 
 
Alternativa A: CORRETA. O Membro que houver violado persistentemente os 
princípios contidos na presente Carta, poderá ser expulso da Organização pela 
Assembleia Geral mediante recomendação do Conselho de Segurança. 
 
Alternativa B: INCORRETA. Órgãos principais das Nações Unidas: Assembleia 
Geral, Conselho de Segurança, Conselho Econômico e Social, conselho de 
Tutela, Corte Internacional de Justiça e Secretariado. 
 
Alternativa C: INCORRETA. Com o objetivo de assegurar pronta e eficaz ação 
por parte das Nações Unidas, seus Membros conferem ao Conselho de 
Segurança a principal responsabilidade na manutenção da paz e da segurança 
internacionais e concordam em que no cumprimento dos deveres impostos por 
essa responsabilidade o Conselho de Segurança aja em nome deles. 
 
Alternativa D: INCORRETA. Um Estado que não for Membro das Nações 
Unidas poderá tornar-se parte no Estatuto da Corte Internacional de Justiça, em 
condições que serão determinadas, em cada caso, pela Assembleia Geral, 
mediante recomendação do Conselho de Segurança. 
 
Grau de dificuldade: Médio. 
 
 
 
 
 
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3. IMUNIDADE DE JURISDIÇÃO: 
 
Caracterizada como um princípio de Direito Internacional, a imunidade exclui, 
em algumas ocasiões, a probabilidade de um Estado ou uma Organização 
Internacional, ser submetido à jurisdição e execução. 
 
 Imunidade de jurisdição dos Estados: 
 
Caro (a) aluno (a), em virtude do princípio da igualdade soberana, o Direito 
Internacional desenvolveu essa regra de imunidade de jurisdição, com 
fundamento no costume internacional. 
 
 
 
 
Atualmente, existem duas correntes que ponderam acerca desta imunidade: 
 
 
CORRENTE 
 
IMUNIDADE DE JURISDIÇÃO 
 
Clássica 
 
Os Estados gozam de imunidade total de jurisdição. 
 
 
Moderna 
 
Os Estados gozam de imunidade parcial de jurisdição. Nos atos 
de império-ato público- gozam de imunidade total; Atos de 
gestão- ato privado- gozam de imunidade parcial, principalmente 
na seara trabalhista. 
 
 Imunidade de execução dos Estados: 
 
O STF já se posicionou no sentido de que esta imunidade deve ser absoluta, 
ou seja, mesmo no caso do Estado ser julgado, o mesmo não poderá ser 
executado. 
 
 
 
 
 
 
 Imunidades das Organizações Internacionais: 
 
O fundamento da imunidade de jurisdição do Estado é o costume 
internacional. Essa imunidade de jurisdição rege-se pelo que se encontra 
efetivamente avençado nos referidos tratados, ou seja, o tratado que cria a 
organização é quem determina os benefícios da imunidade. 
Entretanto, o STF e o TST já decidiram sobre as imunidades da Organização 
das Nações Unidas, ambos posicionaram-se no sentido de que a ONU goza de 
imunidade de jurisdição, de execução e também na seara trabalhista. 
 Na mesma seara, a Convenção sobre Privilégios e Imunidades das Nações 
Unidas (Convenção de Londres), afirmou que a Organização das Nações Unidas 
para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) tem imunidade absoluta de 
jurisdição, tal decisão foi ratificada no Brasil pelo Decreto 27.784/50. 
Par in parem non habet judicium → Entre pares não há jurisdição. 
 
ATENÇÃO: 
O Estado poderá ser executado caso haja renúncia de imunidade por parte deste. 
(Exceção) 
 
 
 
 
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 Imunidade do agente diplomático: 
 
O agente diplomático é o Chefe ou um membro diplomático da Missão. O 
marco jurídico que regula esta imunidade é a Convenção de Viena, a qual dispõe 
para o agente a prerrogativa cível, penal e administrativa. 
 
 Estado que envia: acreditante; 
 Estado que recebe: acreditado. 
 
Relacionado a estes agentes, há três exceções, ambas derivadas apenas do 
Estado acreditado, ou seja, apenas o Estado que enviou poderá punir: 
a) uma ação real sobre imóvel privado situado no território do Estado acreditado, 
salvo se o agente diplomático o possuir por conta do Estado acreditado para os 
fins da missão. 
b) uma ação sucessória na qual o agente diplomático figure, a título privado e 
não em nome do Estado, como executor testamentário, administrador, herdeiro 
ou legatário. 
c) uma ação referente a qualquer profissão liberal ou atividade comercial 
exercida pelo agente diplomático no Estado acreditado fora de suas funções 
oficiais. 
 
 
 
 
 
 
 
EXERCÍCIO 
 
(FGV / OAB - 2014) Um agente diplomático comete um crime de homicídio 
no Estado acreditado. A respeito desse caso, assinale a afirmativa 
correta. 
 
a) Será julgado no Estado acreditado, pois deve cumprir as leis desse 
Estado. 
b) Poderá ser julgado pelo Estado acreditado desde que o agente renuncie 
a imunidade de jurisdição. 
c) Em nenhuma circunstância pode ser julgado pelo Estado acreditado. 
d) Poderá ser julgado pelo Estado acreditado, desde que o Estado 
acreditante renuncie expressamente à imunidade de jurisdição. 
 
Gabarito Oficial: Letra D. 
Alternativa A: INCORRETA. Para que seja julgado, deverá haver a renuncia à 
imunidade. 
 
Alternativa B: INCORRETA. Apenas o Estado acreditante pode renunciar à 
imunidade. 
 
Alternativa C: INCORRETA. Poderá ser julgado, desde que haja a renúncia à 
imunidade. 
ATENÇÃO: 
Apenas o Estado acreditante pode renunciar a imunidade à jurisdição e 
execução do agente. 
 
 
 
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Alternativa D: CORRETA. Após o Estado acreditante renunciar expressamente 
à imunidade de jurisdição, o mesmo poderá ser julgado. 
 
Grau de dificuldade: Alto. 
 
4. NACIONALIDADE: 
 
Querido (a) aluno (a), é de extrema importância traçar um debate sobre a 
nacionalidade, cujo ponto de vista jurídico-político, une o indivíduo ao Estado. 
 
 Espécies: 
 
a) Primária ou originária: É aquela advinda do nascimento. Poderá ser ius 
sanguinis (a nacionalidade do ascendente determina a nacionalidade do 
descendente); ius soli (a nacionalidade é uma consequência do lugar do 
nascimento);ou critério misto (a nacionalidade é a junção do ius 
sanguinis com o ius soli, ou seja, há a uma união das nacionalidades 
admitindo que o indivíduo tenha duas). 
 
b) Secundária: É a adquirida após o nascimento. 
 
 
 
 
 
 
 Conflito de nacionalidade: 
 
a) Positivo: o indivíduo tem mais de uma nacionalidade, também chamado 
de polipátrida; 
 
b) Negativo: o indivíduo não possui nenhuma nacionalidade, também 
chamado de apátrida. Esse caso é intolerável pelo art. XV da Declaração 
Universal dos Direitos Humanos (1948), o qual assegura que toda pessoa 
tem direito a uma nacionalidade, proibindo que seja arbitrariamente dela 
privada ou impedida de mudá-la. 
 
 
 Brasileiro nato e naturalizado: 
 
o Brasileiros natos: 
 
No território brasileiro, em regra, é adotado o critério da nacionalidade 
decorrente do nascimento em solo brasileiro, ou seja, o indivíduo que nasceu no 
Brasil possui a nacionalidade brasileira. 
Exceção: nos casos em que ambos os pais forem estrangeiros e um deles 
estiver a serviço oficial do seu país de origem. 
 
De acordo com o artigo 12, I, CF, é admissível também o critério ius sanguinis 
para dois casos: 
ATENÇÃO: 
O Brasil adota o critério misto (espécie originária). 
 
 
 
 
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1. Nascido no estrangeiro, mas que seja filho de pai brasileiro ou de mãe 
brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República 
Federativa do Brasil. 
2. Nascido no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que 
sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a 
residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, 
depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira. 
 
o Brasileiros naturalizados: 
 
Já os brasileiros naturalizados são os estrangeiros que pleitearam obter a 
nacionalidade brasileira. Pode ser adquirida por duas maneiras: 
 
1. Ordinária: Prevista no art. 12, II, ‘a’, CF/88 – forma mais facilitada de 
aquisição nacionalidade brasileira, disciplinada, atualmente, pela Lei de 
Migração (Lei n.º 13.445/2017). ** Para as pessoas originárias de países 
de língua portuguesa, exige-se apenas residência por um ano ininterrupto 
e idoneidade moral. 
 
Condições para a concessão de naturalização ordinária, segundo o art. 
65 da Lei de Migração: 
I - ter capacidade civil, segundo a lei brasileira; 
II - ter residência em território nacional, pelo prazo mínimo de 4 (quatro) 
anos; 
III - comunicar-se em língua portuguesa, consideradas as condições do 
naturalizando; e 
IV - não possuir condenação penal ou estiver reabilitado, nos termos da 
lei. 
 
IMPORTANTE! Segundo dispõe o art. 66 da citada lei, “o prazo de 
residência fixado no inciso II do caput do art. 65 será reduzido para, no 
mínimo, 1 (um) ano se o naturalizando preencher quaisquer das seguintes 
condições: [...] II - ter filho brasileiro; III - ter cônjuge ou companheiro 
brasileiro e não estar dele separado legalmente ou de fato no momento 
de concessão da naturalização; [...] V - haver prestado ou poder prestar 
serviço relevante ao Brasil; ou VI - recomendar-se por sua capacidade 
profissional, científica ou artística. Parágrafo único. O preenchimento das 
condições previstas nos incisos V e VI do caput será avaliado na forma 
disposta em regulamento”. 
 
2. Extraordinária: Prevista no art. 12, II, ‘b’, CF/88, afirma que os 
estrangeiros de qualquer nacionalidade e residentes na República 
Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem 
condenação penal podem adquirir a nacionalidade brasileira, desde que 
a requeiram. 
 
3. Especial: nos exatos termos do art. 68 da Lei de Migração, é aquela 
concedida ao estrangeiro que se encontre em uma das seguintes 
situações: a) seja cônjuge ou companheiro, há mais de 5 (cinco) anos, de 
integrante do Serviço Exterior Brasileiro em atividade ou de pessoa a 
 
 
 
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serviço do Estado brasileiro no exterior; ou b) seja ou tenha sido 
empregado em missão diplomática ou em repartição consular do Brasil 
por mais de 10 (dez) anos ininterruptos. 
Requisitos: possuir capacidade civil, segundo a lei brasileira; comunicar-
se em língua portuguesa, consideradas as condições do naturalizando; e 
não possuir condenação penal ou estiver reabilitado, nos termos da lei. 
 
4. Provisória: art. 70 da Lei de Migração – “[...] poderá ser concedida ao 
migrante criança ou adolescente que tenha fixado residência em território 
nacional antes de completar 10 (dez) anos de idade e deverá ser 
requerida por intermédio de seu representante legal. Parágrafo único. A 
naturalização prevista no caput será convertida em definitiva se o 
naturalizando expressamente assim o requerer no prazo de 2 (dois) anos 
após atingir a maioridade”. 
Cumpre, por fim, salientar que uma vez naturalizada brasileira, a pessoa 
possui todos os deveres e direitos concedidos ao brasileiro nato, exceto o 
exercício de algumas funções públicas, como: Presidente e Vice-Presidente da 
República; Presidente da Câmara dos Deputados; Presidente do Senado 
Federal; Ministro do Supremo Tribunal Federal; carreira diplomática; oficial das 
Forças Armadas; Ministro de Estado da Defesa. 
 
 Perda da nacionalidade brasileira: 
 
A perda da nacionalidade atinge tanto o brasileiro nato quanto o naturalizado. 
O primeiro caso decorre do fato do brasileiro adquirir outra nacionalidade através 
de uma naturalização voluntária, já o segundo ocorre na hipótese de sentença 
judicial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ATENÇÃO: 
O brasileiro nato perde a sua nacionalidade caso adquira outra nacionalidade, 
salvo nos casos: 
a) Reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; 
b) Imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro que reside 
em estado estrangeiro, como condição para permanecer no território ou para o 
exercício de direitos civis. 
 
No caso da perda da nacionalidade 
em decorrência da sentença judicial, é 
necessário mais algum requisito? 
 
 
 
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O STF entende que somente poderá ser por sentença judicial transitada em 
julgado e não por ato administrativo. Ou seja, não basta apenas que haja a 
sentença judicial para que o indivíduo deixe de incorporar a naturalização 
brasileira, posto que a mesma também deva estar transitada em julgado. 
 
 
EXERCÍCIO 
 
(FGV / OAB - 2016) Carlos, brasileiro naturalizado, tendo renunciado à 
sua anterior nacionalidade, casou-se com Tatiana, de nacionalidade 
alemã. Em razão do trabalho na iniciativa privada, Carlos foi transferido 
para o Chile, indo residir lá com sua mulher. Em 15/07/2011, em território 
chileno, nasceu a primeira filha do casal, Cláudia, que foi registrada na 
Repartição Consular do Brasil. 
A teor das regras contidas na Constituição Brasileira de 1988, assinale 
qual a situação de Cláudia quanto à sua nacionalidade. 
 
a) Cláudia não pode ser considerada brasileira nata, em virtude de a 
nacionalidade brasileira de seu pai ter sido adquirida de modo derivado e 
pelo fato de sua mãe ser estrangeira. 
b) Cláudia é brasileira nata, pelo simples fato de o seu pai, brasileiro, ter se 
mudado por motivo de trabalho. 
c) Cláudia somente será brasileira nata se vier a residir no Brasil e fizer a opção 
pela nacionalidade brasileira após atingir a maioridade. 
d) Cláudia é brasileira nata, não constituindo óbice o fato de o seu pai ser 
brasileiro naturalizado e sua mãe, estrangeira. 
 
Gabarito Oficial: Letra D. 
 
Alternativa A: INCORRETA. Caso um dos pais deverá seja brasileiro (nato ou 
naturalizado), o seu descendente poderá ser brasileiro nato. 
 
Alternativa B: INCORRETA. O pai foi transferido por empresa privada, ou seja, 
ele não está a serviço da República Federativa do Brasil. 
 
Alternativa C: INCORRETA. Jápode ser considerada brasileira nata. 
 
Alternativa D: CORRETA. Neste caso, não há óbice. 
 
Grau de dificuldade: Médio. 
 
5. CONDIÇÃO JURÍDICA DO ESTRANGEIRO: 
 
Válido destacar, querido (a) candidato (a), a Lei nº 6.815/80, também 
denominada Estatuto do Estrangeiro (regulamentadora dos institutos da 
admissão e entrada do estrangeiro em território nacional, além das questões 
referentes a visto e sua respectiva transformação, deportação, expulsão, 
extradição, dentre outros) foi integralmente revogada pela Lei da Migração (Lei 
n.º 13.445/2017). 
 
 
 
 
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 Dentre as condições jurídicas presentes na figura do estrangeiro, vamos 
estudar cinco delas: deportação, expulsão e extradição (saída involuntária), 
trabalho estrangeiro e vistos. Vamos juntos? 
 
a) Deportação: 
Oriunda de irregularidade migratória irregular em território nacional, seja na 
entrada do estrangeiro no território brasileiro (ex.: escondido no navio), seja em 
sua estadia no Brasil (ex.: esgotou-se o prazo de permanência e o estrangeiro 
continua no país), a deportação consiste na retirada compulsória da pessoa que 
se encontra em situação de irregularidade. 
O deportado só poderá reingressar no território nacional se ressarcir o 
Tesouro Nacional, com correção monetária, das despesas com a sua deportação 
e efetuar, se for o caso, o pagamento da multa devida à época, também corrigida. 
 
Obs.: A autoridade competente para a deportação é a Polícia Federal. 
 
b) Expulsão: 
Outra medida administrativa de retirada compulsória de estrangeiro do 
território nacional. Essa é conjugada com o impedimento de reingresso por prazo 
determinado, sendo a sua causa a condenação com sentença transitada em 
julgado relativa à prática de: I - crime de genocídio, crime contra a humanidade, 
crime de guerra ou crime de agressão, nos termos definidos pelo Estatuto de 
Roma do Tribunal Penal Internacional, de 1998, promulgado pelo Decreto no 
4.388, de 25 de setembro de 2002; ou II - crime comum doloso passível de pena 
privativa de liberdade, consideradas a gravidade e as possibilidades de 
ressocialização em território nacional. 
 
 Obs.: segundo o disposto no § 2º do art. 54, “caberá à autoridade 
competente resolver sobre a expulsão, a duração do impedimento de reingresso 
e a suspensão ou a revogação dos efeitos da expulsão, observado o disposto 
nesta Lei”. Ainda, nos termos do § 4º do citado dispositivo legal, “o prazo de 
vigência da medida de impedimento vinculada aos efeitos da expulsão será 
proporcional ao prazo total da pena aplicada e nunca será superior ao dobro de 
seu tempo”. 
 
c) Extradição: 
Decorre da entrega, por um Estado a outro, a pedido desse, do indivíduo que 
deve cumprir pena ou responder a processo penal em seu território. Em regra, o 
fundamento jurídico de todo pedido de extradição é um tratado entre os dois 
Estados; na falta desse, poderá ser atendido mediante reciprocidade. 
Para entender melhor o tema, sugerimos a leitura dos arts. 81 a 99 da Lei de 
Migração (Lei n.º 13.445/2017). 
 
“Em caso de reingresso de extraditando foragido, não é necessária nova 
decisão jurisdicional acerca da entrega, basta a emissão de ordem judicial” (STF 
Ext 1225/DF, Info 885). Desse modo, o indivíduo que, extraditado, foge do país 
a que foi entregue e retorna ao Brasil, deverá ser preso e entregue novamente, 
após emissão de ordem judicial nesse sentido (não é necessário novo processo 
de extradição, bastando nova decisão determinando a prisão e viabilizando a 
entrega). 
 
 
 
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Obs.: O tratado de extradição deve ser submetido ao STF; se esse entender que 
a extradição é legítima (requisitos de admissibilidade), o governo deverá efetivá-
la. 
 
C 
OAB – XXV EOU | 2018: Jean Oliver, nascido em Paris, na França, 
naturalizou-se brasileiro no ano de 2003. Entretanto, no ano de 2016, foi 
condenado, na França, por comprovado envolvimento com tráfico ilícito de 
drogas (cocaína), no território francês, entre os anos de 2010 e 2014. Antes 
da condenação, em 2015, Jean passou a residir no Brasil. A França, com 
quem o Brasil possui tratado de extradição, requer a imediata extradição 
de Jean, a fim de que cumpra, naquele país, a pena de oito anos à qual foi 
condenado. Apreensivo, Jean procura um advogado e o questiona acerca 
da possibilidade de o Brasil extraditá-lo. O advogado, então, responde que, 
segundo o sistema jurídico-constitucional brasileiro, a extradição 
A) não é possível, já que, a Constituição Federal, por não fazer distinção 
entre o brasileiro nato e o brasileiro naturalizado, não pode autorizar tal 
procedimento. 
B) não é possível, pois o Brasil não extradita seus cidadãos nacionais 
naturalizados, por crime comum praticado após a oficialização do processo 
de naturalização. 
C) é possível, pois a Constituição Federal prevê a possibilidade de 
extradição em caso de comprovado envolvimento com tráfico ilícito de 
drogas, ainda que praticado após a naturalização. 
D) é possível, pois a Constituição Federal autoriza que o Brasil extradite 
qualquer brasileiro quando comprovado o seu envolvimento na prática de 
crime hediondo em outro país. 
 
Comentários: 
Resposta correta: alternativa “C”. 
Fundamento: art. 5º, LI, da CF/88. 
 
Alternativa A: INCORRETA, porquanto, em relação à extradição, a CF/88 
confere tratamento distinto a brasileiros natos e naturalizados, de modo 
que os primeiros não serão extraditados, enquanto os últimos podem ser 
extraditados nas hipóteses previstas no seu art. 5º, LI. 
 
Alternativa B: INCORETA, pois em se tratando de crime comum, a CF/88 
autoriza a extradição de brasileiros naturalizados apenas se o crime houver 
sido praticado ANTES da naturalização. 
 
Alternativa C: CORRETA. Essa hipótese encontra-se prevista no art. 5º, LI, 
da CF/88, sendo aplicável aos brasileiros naturalizados. 
 
Alternativa D: INCORRETA, pois não se admite a extradição de brasileiro 
nato, em qualquer hipótese. 
 
 
 
 
 
PARA FIXAR: 
 Deportação: Encontra-se de forma irregular. 
 Saída involuntária Expulsão: Ofensa aos interesses nacionais. 
 Extradição: Solicitação de um Estado estrangeiro. 
 
 
 
 
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 Visto: 
Caro (a) aluno (a), o visto é documento concedido por embaixadas, 
consulados-gerais, consulados, vice-consulados e, quando habilitados pelo 
órgão competente do Poder Executivo, por escritórios comerciais e de 
representação do Brasil no exterior, tratando-se de documento que confere a seu 
titular expectativa de ingresso em território nacional, observando as 
disposições contidas no art. 6º e seguintes da Lei n.º 13.445/2017, bem como no 
respectivo regulamento. 
 
6. DIREITO DO MAR: 
 
O dispositivo que rege sobre o direito do mar é a Convenção das Nações 
Unidas sobre o Direito do Mar. Tem o intuito de estabelecer um regime legal 
abrangente para os mares e oceanos e, no que concerne às questões 
ambientais, estabelecer normas práticas relativas aos padrões ambientais, 
assim como o cumprimento dos dispositivos que regulamentam a poluição do 
meio ambiente marinho; a pirataria; promover a utilização equitativa e eficiente 
dos recursos naturais, bem como sua a proteção e a preservação. 
 
A Convenção reduziu o mar litoral para 12 milhas marítimas (22 km). Em 
contrapartida, garantiu aos Estados costeiros a exploração econômica 
exclusiva numa aérea de 200 milhas marítimas. 
a) águas interiores: Nas águas interiores, o estado costeiro exerce sua 
soberania de forma plena sem estar sujeito qualquer limitação da ordem 
jurídica internacional. Nesse sentido, águas interiores abrangem tanto as águas 
doces dos rios, lagos e poços existentes no território do país. 
b) zona contígua: O Estado costeiro tem o direito de adotar medidas de 
fiscalização. 
c) Zonaeconômica exclusiva (ZEE): Abrange à produção de energia da água, 
das correntes e dos ventos, além de abranger jurisdição para o 
estabelecimento e a utilização de ilhas artificiais, para investigação cientifica 
marinha e preservação do meio ambiente marinho (extensão de 200 milhas). 
 
 Embarcações: 
 
a) Embarcações públicas brasileiras (ou a serviço oficial do Brasil): Aplica-se a 
lei brasileira onde quer que se encontrem. 
b) Embarcações privadas brasileiras (ou públicas quando utilizadas para fins 
comerciais): Aplica-se a lei brasileira se estiverem em território nacional ou em 
alto-mar. Obs.: Estando em águas estrangeiras, em regra, aplica a lei do Estado 
costeiro. 
c) Embarcações públicas estrangeiras (ou a serviço oficial do governo 
estrangeiro): São amparadas pela lei do seu país de origem, não lhes sendo 
aplicada a lei brasileira mesmo se em águas nacionais (costume internacional). 
d) Embarcações privadas estrangeiras: somente se lhes aplica a lei brasileira se 
estiverem ancoradas ou em trânsito em território nacional. 
 
 
 
 
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Admite-se a passagem inocente das embarcações. 
 
 
 
 
 
EXERCÍCIO 
 
Segundo a Convenção das Nações Unidas sobre Direito do Mar, o Brasil 
pode explorar os recursos minerais da plataforma continental, observados 
os seguintes limites: 
a) do mar territorial, de 12 milhas marítimas. 
b) do mar territorial, de 200 milhas marítimas. 
c) o bordo exterior da plataforma continental ou 200 milhas marítimas. 
d) o bordo exterior da plataforma continental. 
e) da Zona Econômica Exclusiva de 188 milhas marítimas. 
 
 
Gabarito Oficial: Letra C. 
 
Vejamos: 
PLATAFORMACONTINENTAL: "A plataforma continental de um Estado costeiro 
compreende o leito e o subsolo das áreas submarinas que se estendem além do 
seu mar territorial, em toda a extensão do prolongamento natural do seu território 
terrestre, até ao bordo exterior da margem continental, ou até uma distância de 
200 milhas marítimas das linhas de base a partir das quais se mede a largura do 
mar territorial, nos casos em que o bordo exterior da margem continental não 
atinja essa distância." (CNUDM, art. 76, par. 1) 
 
Alternativa A: INCORRETA. 
 
Alternativa B: INCORRETA. 
 
Alternativa C: CORRETA. 
 
Alternativa D: INCORRETA. 
 
Grau de dificuldade: Médio 
 
7. SOLUÇÃO PACÍFICA DE CONTROVÉRSIAS: 
Caro candidato, devemos ter em mente, inicialmente, sobre a possibilidade da 
existência de conflito de interesses entre dois ou mais Estados. No trato das 
relações diplomáticas, o que prevalecia era o costume, ou seja, uma série de 
regras e comportamentos não codificados, que foram sendo construídos ao 
longo dos séculos e eram aceitáveis, entendidos e previsto por todos os Estados. 
ATENÇÃO: 
Admite-se a passagem inocente das embarcações, ou seja, há o direito simples 
passagem, entretanto a embarcação não pode cometer ato que descumpra 
normas estabelecidas pelo Estado. Ex.: a embarcação deve preservar o meio 
ambiente sob pena de sanção estatal. 
 
 
 
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Importante destacar que as normas estabelecidas pelos Estados estão 
direcionadas às buscas da manutenção da paz. 
Os meios pacíficos de soluções de controvérsias podem ser agrupados 
de várias formas, como por exemplo, os meios facultativos ou obrigatórios. 
 
 Modalidades de meios de solução: 
 
Atualmente existem diversos meios de soluções pacíficos, são eles: 
a) Negociação: entendimento direto entre os Estados. 
b) Inquérito: esclarece fatos conflituosos para uma futura solução. 
c) Consulta: contatos preliminares. 
e) Mediação: envolvimento de um terceiro que aproxima as partes e propõe 
solução pacífica para o conflito. 
d) Bons ofícios: oferta espontânea a de um terceiro para colaborar na solução. 
f) Conciliação: atuação de um órgão de mediação ou comissão de conciliação 
formado por representantes das partes em conflitos e por pessoa neutra – 
formulação de uma proposta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Em regra, a força é proibida para solucionar conflito, porém há uma exceção: 
legítima defesa. 
 
 
EXERCÍCIO 
 
O litígio que envolve Estados e organizações internacionais, podendo 
ser de natureza econômica, política ou meramente jurídica, é 
conceituado como controvérsia internacional. 
Acerca dos meios diplomáticos para soluções pacíficas de controvérsias 
internacionais, assinale a afirmativa correta. 
 
a) A negociação é um mecanismo que conta com o envolvimento de um 
terceiro, cuja função é propor uma solução pacífica para o conflito entre 
as partes. 
b) Os bons ofícios caracterizam-se pela oferta espontânea de um terceiro 
que colabora com a solução de controvérsias podendo ser um Estado, um 
organismo internacional ou uma autoridade. 
c) A mediação caracteriza-se pelo envolvimento de um terceiro, que 
somente pode ser pessoa natural. 
d) A conciliação é muito semelhante à mediação. Entretanto, caracteriza-se 
pela possibilidade de atuar como mediador pessoa natural, Estado ou 
organismo internacional. 
Pode ser utilizada a força para 
solucionar controvérsia? 
 
 
 
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Gabarito Oficial: Letra B. 
 
Alternativa A: INCORRETA. A negociação se dar apenas entre meios 
diplomáticos. 
 
Alternativa B: CORRETA. 
 
Alternativa C: INCORRETA. Consiste na interposição de um (mediação 
individual) ou mais Estados (mediação coletiva), entre outros Estados para se 
solucionar pacificamente um litígio. 
 
Alternativa D: INCORRETA. É resolvida por um órgão colegiado. Cada um dos 
Estados indica dois integrantes de sua confiança para integrar uma comissão de 
conciliação, sendo que um deles é um nacional seu. Esses quatro indicarão um 
quinto, para ser o presidente da comissão e desempatar o voto. 
 
Grau de dificuldade: Médio 
 
DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO: 
 
O Direito Internacional Privado, estuda a escolha da norma a ser aplicada 
a uma relação jurídica com conexão internacional. Tem, como objeto de seu 
estudo, pela doutrina mais ampla, a nacionalidade, a condição jurídica do 
estrangeiro, o conflito das leis no espaço e o conflito de jurisdições. 
 
8. COMPETÊNCIA INTERNACIONAL: 
 
Caro (a) aluno (a), inicialmente deve-se analisar se o juiz brasileiro é 
competente para julgar o caso. Tal competência está elencada nos artigos 21, 
22 e 23 do CPC, os dois primeiros dispõem sobre a competência concorrente, já 
o último dispõe sobre a competência exclusiva. Após analisar o caso e verificar 
a competência do juiz brasileiro, devemos avaliar qual o legislação estadual a 
ser aplicada. Ou seja, o juiz brasileiro ao ser competente para julgar o caso, 
poderá utilizar a lei brasileira ou a lei de outro Estado. 
 
Para saber qual é a localização da sede jurídica, deve-se analisar o caso sob 
três situações jurídicas: 
1. Questão pessoal: a sede jurídica deverá ser o domicílio da pessoa. 
2. Questão real: a sede jurídica deverá ser o local do objeto. 
3. Questão formal: a sede jurídica que foi constituída a obrigação. 
 
Querido (a) candidato (a), para que haja uma melhor explanação, vejamos 
um exemplo: o Brasil e a Argentina firmam um contrato no México, acontece que 
o sócio argentino não é competente para realizar um acordo (cláusula formal), 
neste caso, o juiz brasileiro é competente para julgar o caso, entretanto como o 
acordo foi firmado no México utiliza o quesito formal (onde a obrigação foi 
constituída), logo o juiz brasileiro tomará a decisão baseada na lei mexicana. 
 
 
 
 
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EXERCÍCIO 
 
A sociedade empresária brasileira do ramo de comunicação 
Personalidades celebrou contrato internacional de prestação de 
serviços de informática, no Brasil, com a sociedade empresária 
uruguaia Sacramento. O contratofoi celebrado em Caracas, capital 
venezuelana, tendo sido estabelecido pelas partes, como foro de 
eleição, Montevidéu. 
 
Diante da situação exposta, à luz das regras do Direito Internacional 
Privado veiculadas na Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro 
(LINDB) e no Código de Processo Civil, assinale a afirmativa correta. 
 
a) No tocante à regência das obrigações previstas no contrato, aplica-se a 
legislação uruguaia, já que Montevidéu foi eleito o foro competente para 
se dirimir eventual controvérsia. 
b) Para qualificar e reger as obrigações do presente contrato, aplicar-se-á a 
lei venezuelana. 
c) Como a execução da obrigação avençada entre as partes se dará no 
Brasil, aplica-se, obrigatoriamente, no tocante ao cumprimento do 
contrato, a legislação brasileira. 
d) Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro veda expressamente o 
foro de eleição, razão pela qual é nula ipse jure a cláusula estabelecida 
pelas partes nesse sentido. 
 
 
Gabarito Oficial: Letra B. 
 
Vejamos: 
ART. 9 LINDB: Para qualificar e reger as obrigações é aplicada a lei do país em 
que se constituírem. 
Alternativa A. Incorreta. O contrato foi celebrado na Venezuela, sendo assim, 
aplicar-se-á a Lei Venezuelana para qualificação e regência das obrigações. 
Alternativa B. Correta. O art. 9 LINDB que diz que em se tratando de 
obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se constituírem. 
 
Alternativa C. Incorreta. O contrato foi celebrado na Venezuela, sendo assim, 
aplicar-se-á a Lei Venezuelana para qualificação e regência das obrigações. O 
Brasil é apenas o local do foro para dirimir cumprir o contrato. 
 
Alternativa D. Incorreta. A escolha do foro para dirimir as questões emergentes 
de contratos internacionais diz como antecipar o problema de fixar o órgão 
PRA FIXAR: 
1º: Analisa se o juiz é competente. 
2º: Analisa qual será a lei aplicável: Questão pessoal, real ou formal. 
 
 
 
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jurisdicional mediador da partes em eventual disputa, e não como as normas de 
Direito disciplinadoras do conteúdo material da relação jurídica. 
 
Grau de dificuldade: Médio. 
 
4. CONFLITOS DE LEI NO ESPAÇO: 
 
Querido (a) aluno (a), o conflito de leis no espaço provém de dois fatores: a 
diversidade legislativa (cada sistema jurídico, autônomo e soberano, dá 
tratamento diferente a aspectos sociais) e a existência de uma sociedade 
transnacional (relações entre indivíduos vinculados a sistemas jurídicos 
diferentes). Se existisse um direito absolutamente uniforme ou sociedades 
herméticas, não existiria o “fato anormal” (fato jurídico vinculado, por qualquer 
de seus elementos, a mais de um ordenamento), que gera o conflito de leis. 
Em geral, aplica-se a regra do direito pátrio, já o direito estrangeiro é aplicado, 
por exceção, quando for determinado expressamente pela legislação interna. 
A legislação brasileira que regula o direito internacional privado, a Lei de 
Introdução às Normas de Direito Brasileiro (LINDB), adota como regra a lei do 
país em que era domiciliado o defunto para regular a sucessão por morte, tendo 
o legislador adotado o critério da lei pessoal do falecido. 
Tendo o Brasil recebido um grande fluxo de imigrantes, permitir a aplicação 
da lei de nacionalidade impediria essa integração dos estrangeiros com o 
sistema brasileiro. Assim, para efeitos de direito internacional privado, o 
domicílio, neste caso, deve ser analisado sobre o prisma do direito interno 
residência com animus definitivo. Entretanto, nos casos em que a pessoa não 
tenha domicílio ou este seja desconhecido, deve-se aplicar a lei do país onde o 
indivíduo tenha residência ou, por fim, do local onde a pessoa se encontre. 
Contudo, caso a lei nacional do de cujus for mais favorável, o inventário será 
feito no exterior e a sentença deverá ser homologada no Brasil para que produza 
efeitos. Por esta razão, no caso do inventário processado no Brasil, a regra traz 
consigo uma exceção, a qual dispõe que deve prevalecer lei mais benéfica ao 
cônjuge e aos descendentes de nacionalidade Brasileira (§ 1º do art. 10 da 
LINDB): 
“§ 1º – A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será regulada pela 
lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou de quem os 
represente, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus.” 
 Outra norma importante dispõe que “a lei do país em que domiciliada a 
pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, 
a capacidade e os direitos de família” (art. 7º, caput, da LINDB), enquanto que 
“para qualificar os bens e regular as relações a eles concernentes, aplicar-se-á 
a lei do país em que estiverem situados” (art. 8º, caput, do mesmo diploma legal). 
Já em relação à qualificação e regência das obrigações, aplicar-se-á a lei do país 
em que se constituírem (art. 8º, caput, da citada lei). 
 
B 
OAB – XXV EOU | 2018: Paulo, brasileiro, celebra no Brasil um contrato 
de prestação de serviços de consultoria no Brasil a uma empresa 
pertencente a François, francês residente em Paris, para a realização de 
investimentos no mercado imobiliário brasileiro. O contrato possui uma 
 
 
 
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cláusula indicando a aplicação da lei francesa. Em ação proposta por Paulo 
no Brasil, surge uma questão envolvendo a capacidade de François para 
assumir e cumprir as obrigações previstas no contrato. Com relação a essa 
questão, a Justiça brasileira deverá aplicar 
A) a lei brasileira, porque o contrato foi celebrado no Brasil. 
B) a lei francesa, porque François é residente da França. 
C) a lei brasileira, país onde os serviços serão prestados. 
D) a lei francesa, escolhida pelas partes mediante cláusula contratual 
expressa. 
 
Comentários: 
 
Resposta correta: alternativa “B”. 
Fundamento: art. 7º da LINDB 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EXERCÍCIO 
 
(OAB/FGV – 2012) José, de nacionalidade brasileira, era casado com 
Maria, de nacionalidade sueca, encontrando-se o casal domiciliado no 
Brasil. Durante a viagem de “lua de mel”, na França, Maria, após o jantar, 
veio a falecer, em razão de uma intoxicação alimentar. Maria, quando 
ainda era noiva de José, havia realizado testamento em Londres, 
dispondo sobre os seus bens, entre eles dois imóveis situados no Rio 
de Janeiro. À luz das regras de Direito Internacional Privado, assinale a 
afirmativa correta. 
 
a) Se houver discussão acerca da validade do testamento, no que diz 
respeito à observância das formalidades, deverá ser aplicada a legislação 
brasileira, pois Maria encontrava- se domiciliada no Brasil. 
b) Se houver discussão acerca da validade do testamento, no que diz 
respeito à observância das formalidades, deverá ser aplicada a legislação 
ATENÇÃO: 
 A competência concorrente admite que a questão seja simultaneamente 
analisada no Brasil e no exterior. 
 A sentença estrangeira, uma vez homologada, torna-se apta a gerar 
efeitos no território nacional. 
 
TÓPICO SÍNTESE: 
Para o Direito Internacional Privado (DIPr) interessa as sucessões que possuam 
algum liame transnacional, seja pela nacionalidade dos envolvidos na sucessão, 
seja pela localização geográfica dos bens ou ainda pela diversidade entre o país 
da feitura do testamento e aquele em que se deu a abertura da sucessão. 
 
 
 
 
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inglesa, local em que foi realizado o ato de disposição de última vontade 
de Maria. 
c) A autoridade judiciária brasileira não é competente para proceder ao 
inventário e à partilha de bens, porquanto Maria faleceu na França, e não 
no Brasil. 
d) Se houver discussão acerca do regime sucessório, deverá ser aplicada a 
legislação sueca, em razão da nacionalidade do de cujus. 
 
Gabarito Oficial: Letra B. 
 
Alternativa A. Incorreta. Deverá seraplicada a legislação inglesa, não a 
brasileira, pois as obrigações convencionais e as decorrentes de atos unilaterais, 
serão regidas, quanto à forma, pela lei do local onde se originaram. 
 
Alternativa B. Correta. Já que o testamento foi realizado em Londres, a 
legislação inglesa será aplicável no que concerne às formalidades do ato. Nos 
termos do art. 9º caput da LINDB, é a do lugar onde o ato foi constituído. 
 
Alternativa C. Incorreta. A autoridade será competente para proceder ao 
inventário e à partilha dos bens situados no Brasil, já que nosso ordenamento 
jurídico prevê a competência absoluta em relação aos bens. Nesse sentido, o 
CPC, em seu art. 89, dispõe que: “Compete a autoridade jurídica brasileira, com 
exclusão de qualquer outra(...) II- proceder a inventario e partilha dos bens 
situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja estrangeiro e tenha residido 
fora do território nacional’’. 
 
Alternativa D. Incorreta. A alternativa refere-se à regra geral da sucessão 
internacional prevista no caput do art. 10 da LINDB, segundo a qual o regime 
sucessório será o da lei do país do último domicílio do falecido. Deste modo, não 
importa qual a nacionalidade do de cujos, nem mesmo a natureza ou situação 
dos bens. 
 
Grau de dificuldade: Alto. 
 
5. COOPERAÇÃO JURÍDICA INTERNACIONAL: 
 
A cooperação jurídica internacional pode ser entendida como um modo 
formal de solicitar a outro país alguma medida judicial, investigativa ou 
administrativa necessária para um caso concreto em andamento. Dar-se-á de 
três maneiras: 
 
Carta rogatória: Pedidos feitos pelo juiz de um Estado ao Judiciário de outro ente 
estatal, com o objetivo de buscar colaboração para prática de atos processuais. 
 
Auxílio direto: Cabe auxílio direto quando a medida não decorrer diretamente de 
decisão de autoridade jurisdicional estrangeira a ser submetida a juízo de 
delibação no Brasil. A solicitação de auxílio direto será encaminhada pelo órgão 
estrangeiro interessado à autoridade central, cabendo ao Estado requerente 
assegurar a autenticidade e a clareza do pedido. Compete ao juízo federal do 
 
 
 
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lugar em que deva ser executada a medida apreciar pedido de auxílio direto 
passivo que demande prestação de atividade jurisdicional. 
 
Autoridade central: Trata-se de um ponto unificado de contato para a tramitação 
dos pedidos de cooperação jurídica internacional, com vistas à efetividade e à 
celeridade desses pedidos. No Brasil, o Ministério da Justiça exerce essa função 
para a maioria dos acordos internacionais em vigor. 
 
 
EXERCÍCIO 
 
Uma agricultora japonesa residente no Brasil ingressou com ação 
perante a autoridade judiciária do Japão para cobrar indenização de seu 
principal fornecedor de pesticidas, a brasileira Ervas Daninhas S.A., 
alegando descumprimento dos termos de um contrato de fornecimento 
celebrado entre as partes. A agricultora recentemente obteve uma 
decisão interlocutória a seu favor, reconhecendo a Ervas Daninhas S.A. 
como devedora. Sobre a hipótese, assinale a afirmativa correta. 
 
a) A decisão da autoridade judiciária japonesa poderá ser executada no 
Brasil por meio de carta rogatória. 
b) A decisão interlocutória da autoridade judiciária japonesa poderá ser 
executada no Brasil, depois de homologada pelo Superior Tribunal de 
Justiça. 
c) A decisão proferida pela autoridade judiciária japonesa não poderá 
produzir efeitos no Brasil, visto que apenas a autoridade brasileira poderá 
conhecer de ações relativas a bens situados no Brasil. 
d) A agricultora deverá aguardar o trânsito em julgado da decisão final da 
autoridade judiciária japonesa, para então proceder à sua homologação 
no Superior Tribunal de Justiça e execução na Justiça Federal. 
 
 
Gabarito Oficial: Letra A. 
 
Alternativa A. Correta. Será expedida carta rogatória, para que órgão 
jurisdicional estrangeiro pratique ato de cooperação jurídica internacional, 
relativo a processo em curso perante órgão jurisdicional brasileiro; para, 
posteriormente, ser executada no Brasil a decisão da autoridade judiciária. 
 
Alternativa B. Incorreta. Não há necessidade de ser homologada pelo Superior 
Tribunal de Justiça. 
 
Alternativa C. Incorreta. A sentença poderá produzir efeitos no Brasil, desde 
que a parte desde que a parte utilize a carta rogatória. 
 
Alternativa D. Incorreta. Após a decisão da autoridade judiciária, poderá ser 
executada diretamente no Brasil através de carta rogatória. 
 
Grau de dificuldade: Médio. 
 
 
 
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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA: 
 
MASSON, Nathalia. Direito Constitucional prática para aprovação, 2º fase 
OAB. Juspodvim, 5. Ed. 2017. 
 
PLETSCH, Anelise Ribeiro. Como se preparar para o exame de Ordem: 
Internacional. Editora Método. 6. Ed. 2014. 
 
NÁPOLI, Edem. Direito Constitucional - Resumo para Concursos. 2. ed. 
Salvador: Juspodvim 
	1. TRATADOS:
	2. ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS:
	3. IMUNIDADE DE JURISDIÇÃO:
	4. NACIONALIDADE:
	5. CONDIÇÃO JURÍDICA DO ESTRANGEIRO:
	6. DIREITO DO MAR:
	7. SOLUÇÃO PACÍFICA DE CONTROVÉRSIAS:
	8. COMPETÊNCIA INTERNACIONAL:
	4. CONFLITOS DE LEI NO ESPAÇO:
	5. COOPERAÇÃO JURÍDICA INTERNACIONAL:

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