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INDETERMINAÇÃO HANS KELSEN

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INDETERMINAÇÃO NÃO – INTENCIONAL DO ATO DE APLICAÇÃO DO DIREITO
 A constituição da norma não intencional pode causar a indeterminação de atos jurídicos.
 Essa indeterminação acontece quando existe uma pluralidade na significação das palavras em seu sentido verbal, nesse caso a norma passa a ser aplicada perante e as possíveis significações dentro de cada caso. 
 Isso ocorre em duas formas:	
· Polissemia das palavras: A multiplicidade de sentidos que uma palavra ou uma locução possui.
· Antinomia Jurídica: É a contradição real ou aparente entre suas normas dentro de um sistema jurídico, dificultando-se, assim, sua interpretação e reduzindo a segurança jurídica no território e tempo de regência daquele sistema. 
 “O sentido verbal da norma não é unívoco” o órgão que vai aplicar a norma pode encontrar diversas significações possíveis para o texto desta, já que por sua vez pode haver uma variedade de significados para uma só palavra, fazendo com que o sentido da norma não seja unívoco. Quanto a esse tipo de jurisprudência dá-se o nome de discrepância, podendo ser por vontade ou expressão e ainda completa ou parcial.
 Portanto, é importante estudar outras fontes de expressão normativa que não seja a verbal da própria norma, já que não se pode conjecturar que está corresponde a vontade de quem determinou a norma, ou seja, que a vontade do legislador possa não corresponder as palavras expostas na lei.
O DIREITO A APLICAR COMO UMA MOLDURA DENTRO DA QUAL HÁ VÁRIAS POSSIBLIDADES DE APLICAÇÃO
 “O resultado de uma interpretação jurídica somente pode ser a fixação da moldura que representa o Direito a interpretar e, consequentemente, o conhecimento de várias possibilidades que dentro desta moldura existem”.
 De acordo com o Direito o ato deverá se encaixar dentro da moldura, preenchendo-a em qualquer sentido possível, com isso pode-se entender que há várias probabilidades para se conduzir a uma única solução como sendo a correta, e que essa solução se torne passível do Direito positivo, ou seja, sentença judicial deve ser fundamentada na lei dentro do quadro que esta representa.
OS CHAMADOS METODOS DE INTERPRETAÇÃO
 “de um ponto de vista orientado para o Direito positivo, não há qualquer critério com base no qual uma das possibilidades inscritas na moldura do Direito a aplicar possa ser preferida à outra. Não há absolutamente qualquer método segundo o qual, das várias significações verbais de uma norma, apenas uma possa ser destacada como ‘correta’ ”, Kelsen afirma com isso que dentro do Direito positivo existe um conflito entre vontade e expressão, e a vontade não deve prevalecer sobre o sentido verbal (expressão), pois os dois devem possuir igual relevância.
 Os tradicionais meios de interpretação do argumentum a contrario e a analogia levam a resultados opostos que não permitem saber quando serão usados ou utilizados.
 O princípio da chamada apreciação dos interesses não nos leva a uma solução deste problema, e sim a apenas uma formulação. Não deixam lacunas para se saber como esses conflitos de interesses possam ser dirimidos através da comparação das divergências destes.
 Mas por sua vez, o sistema de normas deixa branda a questão de saber qual desses interesses tem maior valor, e estabelece antes uma decisão a partir desses interesses, como por exemplo a sentença judicial, que é um ato de produção normativa a ser fixado.

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