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Direito Civil-3.1

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Função e abrangência 
 
Antes conhecida como Lei de Introdução ao Código Civil – LICC, a atual Lei de Introdução às Normas 
do Direito Brasileiro – LINDB teve sua ementa alterada em 2010 para adequar a denominação. 
Função: tem como função a regulamentação das normas em si; é um conjunto de normas versando 
sobre normas, disciplinando-lhes a vigência, a interpretação, a integração e a aplicação no tempo e espaço. 
Abrangência: a LINDB não abarca apenas o Direito Civil, mas todos os ramos do Direito, salvo naquilo 
que for regulado de forma diferente na legislação específica de cada área. 
Fontes do direito 
 
Fontes formais 
 
São as formas ou os modos pelos quais o direito se manifesta, sendo que a lei é a principal fonte do 
direito e o objeto da LINDB. Além disso, a própria lei de introdução, em seu art. 4º, destaca os costumes e os 
princípios gerais do direito como fontes formais. Desse modo, são fontes formais do direito: 
 
 
 
LEI 
Em sentido estrito, a lei pode ser conceituada como um preceito jurídico 
escrito, proveniente de autoridade estatal competente, criada por meio 
de um processo previamente definido, com caráter geral e obrigatório. 
 
 
ANALOGIA 
É a aplicação a um caso não contemplado de modo direto ou 
específico por lei, de uma norma prevista para hipótese distinta, mas 
semelhante ao caso não contemplado. 
Trata-se de norma aceita por todos como obrigatória, sem que o Poder 
COSTUMES Público a tenha estabelecido. Caracteriza-se pela prática reiterada de um 
comportamento e a convicção de sua obrigatoriedade. 
 
PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO 
 
São postulados de caráter geral que norteiam o ordenamento jurídico. 
Para alguns doutrinadores, a analogia não é fonte formal, mas regra de integração. 
Preliminarmente 
LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO 
 
 
Além dessas fontes, muitos incluem como fontes indiretas (ou mediatas) – não formais – a doutrina e a 
jurisprudência, dada a contribuição que exercem para a elaboração das normas ⤵ 
 
 
DOUTRINA 
Também chamada de direito científico ou ciência jurídica, a doutrina é o conjunto 
organizado das pesquisas e indagações dos estudiosos do direito. 
 
JURISPRUDÊNCIA 
É o conjunto de decisões do Poder Judiciário reiteradas, constantes e pacíficas, 
resultantes da aplicação de normas a casos semelhantes. 
 
Fontes materiais 
 
São todos os fatores que condicionam a formação das normas jurídicas, ou seja, têm influência no 
conteúdo das fontes formais. São razões de ordem econômica, sociológica, política etc. 
 
 
Conceito 
 
Conforme vimos, a lei é a expressão máxima do direito e a sua principal fonte. 
É um conjunto ordenado de regras que se apresenta como um texto escrito. 
 
Características 
 
Dentre as características da lei, destacam-se as principais: 
 
GENERALIDADE Destina-se a todos, sem distinção, dada a natureza abstrata de seu comando. 
IMPERATIVIDADE A lei é um comando, uma ordem que impõe um dever de conduta. 
A lei autoriza que o lesado pela violação de um direito exija o seu cumprimento ou 
AUTORIZAMENTO 
a sua reparação, permitindo e legitimando o uso da faculdade de coagir. 
 
PERMANÊNCIA 
A lei permanece até ser revogada por outra lei. 
 
É importante observar, contudo, que algumas leis são temporárias. 
 
CRIAÇÃO POR 
AUTORIDADE 
A lei é um ato do Estado. 
 
Sua existência depende da emanação pelo poder competente com todas as 
formalidades necessárias. 
A lei 
 
 
 
 
Class if icação 
 
As leis admitem diversas classificações, conforme variam os critérios utilizados: 
 
 
 
QUANTO À 
IMPERATIVIDADE 
 
 
QUANTO À 
NATUREZA 
 
COGENTE 
 
 
NÃO COGENTE 
SUBSTANTIVAS 
ADJETIVAS 
De ordem pública, expressam um mandamento ou uma 
proibição. Não podem ser alteradas pela vontade das partes. 
Permitem que os particulares disponham como lhes convier e 
funcionam no silêncio dos contratantes. 
Definem direitos e deveres (leis materiais). 
Definem os meios de realização dos direitos (leis processuais). 
 
Vigência 
 
Introdução 
 
As leis nascem, são aplicadas e permanecem em vigor até serem revogadas. 
 
Vigência é nome que se dá ao período de validade da lei. 
É, portanto, uma qualidade temporal da norma. 
Início da vigência 
 
Uma vez sancionada pela autoridade competente, a lei deve ser publicada no órgão oficial. Com a 
publicação, haverá um prazo para o início de vigência, que poderá estar especificado na própria lei 
sancionada ou não. No silêncio, a lei começa a vigorar: 
o No Brasil: 45 dias depois de oficialmente publicada. 
o Nos Estados Estrangeiros: 3 meses depois de oficialmente publicada. 
 
Vacatio legis 
 
Conceito 
 
É o período entre a publicação e o efetivo início dos efeitos da lei. 
 
Durante a vacatio legis, a lei nova nada obriga porque ainda não entrou em vigor. 
 
 
Contagem do prazo 
 
A contagem do prazo se dá da seguinte forma: 
 
o Inclui-se a data da publicação. 
o Inclui-se o último dia do prazo. 
o Entra em vigor no dia subsequente à consumação do prazo. 
 
 i CUIDADO! i 
Os prazos no Direito Civil computam-se excluindo o dia do começo e incluindo o dia do vencimento. 
Resumindo: 
 
Nova publicação 
 
Caso, antes de a lei entrar em vigor (ou seja, durante a vacatio legis), ocorra nova publicação de seu 
texto, destinada à correção, o prazo começará a correr da nova publicação da lei. Por outro lado, a correção 
após o período da vacatio legis, ou seja, quando a lei já for vigente, deve ser feita por uma nova lei. 
Vejamos: 
 
 
 
 
 
Revogação 
 
É a perda da eficácia da lei, que deixa de vigorar no sistema normativo. Nesse sentido, não se 
destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue. 
Classificação: 
 
 
AB-ROGAÇÃO Revogação total da lei anterior. 
QUANTO À EXTENSÃO 
Revogação parcial da lei anterior. DERROGAÇÃO 
 
EXPRESSA 
A lei posterior revoga 
expressamente o declare. 
a anterior quando 
QUANTO À FORMA A lei posterior revoga a anterior quando for com 
 TÁCITA ela incompatível ou quando regular inteiramente a 
 matéria de que tratava a lei anterior. 
A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais A PAR DAS JÁ EXISTENTES: 
 
o Não revoga a lei anterior. 
o Não modifica a lei anterior. 
 
EFEITO REPRISTINATÓRIO 
No Brasil, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência. Somente se 
houver expressa previsão, poderá haver a repristinação. 
 
Do conhecimento da lei 
 
Ninguém poderá se escusar de cumprir a lei, alegando que não a conhece. Aliás, a previsão de 
vacatio legis, visa, justamente, permitir que a sociedade tenha um tempo para conhecer a lei. 
Integração da lei 
 
Definição: quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e 
os princípios gerais de direito (métodos de integração). 
 
 
Não confunda ⤵ 
 
INTERPRETAÇÃO INTEGRAÇÃO 
Parte da existência da norma. Parte da lacuna. 
 
Analogia 
 
Definição: é a aplicação a um caso não contemplado de modo direto ou específico por lei, de uma 
norma prevista para hipótese distinta, mas semelhante ao caso não contemplado. Trata-se de um 
mecanismo de integração da norma. Pode ser de duas espécies: 
 
ANALOGIA LEGIS 
OU LEGAL 
 
Ocorre com a aplicação de UMA NORMA existente sobre hipótese não normatizada. 
ANALOGIA JURIS 
OU JURÍDICA 
Ocorre com a aplicação de UM CONJUNTO DE NORMAS existentes sobre o caso 
acerca do qual a lei é omissa. 
Pressupostos: 
 
o Não previsão do caso em norma jurídica. 
o Relação de semelhança entre o caso não contemplado e o outro previsto. 
o Existência de identidade de razões entre os dois casos. 
 
Costumes 
 
Definição: são normas aceitas por todos como obrigatórias, sem que o Poder Público as tenha 
estabelecido. São espécies de costumes: 
 
 
PRAETER LEGEM 
Não previsto em lei e não contrariado por ela. 
 
Aceito pelo ordenamento. 
 
CONTRA LEGEM 
É aquele quecontraria uma determinada lei em vigor. 
 
Não aceito pelo ordenamento, pois os costumes não revogam as leis. 
SECUNDUM 
LEGEM 
Corresponde à vontade da lei. 
 
Sua eficácia é reconhecida pelo direito positivo. 
 
 
Requisitos: 
 
o Objetivo: uso constante e reiterado da conduta no tempo. 
o Subjetivo: também conhecido como opinio necessitatis, isto é, a crença na obrigatoriedade jurídica, 
a convicção de sua obrigatoriedade por parte daqueles que o aplicam. 
 
Princípios Gerais do Direito 
 
Definição: são postulados de caráter geral que norteiam o ordenamento jurídico. 
 
Equidade 
 
Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum. 
Não constitui meio supletivo de lacuna da lei, sendo mero recurso auxiliar. 
 
É que a própria lei cria espaços para o juiz formular a norma mais adequada ao caso, sendo somente 
utilizada quando esta expressamente o permitir. 
 
Aplicação da norma no tempo 
 
A lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e 
a coisa julgada. Ou seja, a lei nova se aplica aos casos pendentes e futuros (irretroatividade). 
Além disso, só se aplica aos casos pretéritos (retroatividade) se houver previsão expressa e se NÃO 
houver ofensa ao direito adquirido, ato jurídico perfeito e coisa julgada ⤵ 
 
ATO JURÍDICO PERFEITO É o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou. 
 
DIREITO ADQUIRIDO 
É aquele que se dá com o exercício imediato do titular, pois 
definitivamente integrado ao seu patrimônio. 
COISA JULGADA É a decisão judicial contra a qual já não caiba recurso. 
 
Aplicação da norma no espaço 
 
São princípios da aplicação da norma no espaço: 
 
o Princípio da territorialidade: a norma deve ser aplicada nos limites territoriais do Estado que a editou. 
o Princípio da extraterritorialidade: é a admissão de aplicabilidade, no território nacional, de leis de outro 
Estado, segundo princípios e convenções internacionais. 
 
 
Assim, a lei nacional deve ser aplicada ordinariamente a todas as relações travadas em seu âmbito 
espacial de incidência, embora, no caso de interferirem estrangeiros sobre relações jurídicas constituídas no 
território nacional ou de nacionais terem bens ou negócios jurídicos em território estrangeiro, possam surgir 
exemplos de extraterritorialidade ou de aplicação extraterritorial do Direito. 
A principal missão do Direito Internacional Privado é identificar o sistema jurídico que será aplicado 
ao caso concreto que possua como partes sujeitos com nacionalidades diversas ou quando o ato ocorrer 
no exterior. Suas normas estão concentradas, principalmente, na LINDB. 
A aplicação das regras do Direito Internacional Privado depende de elementos de conexão definidos 
pela lei do Estado. Os principais elementos de conexão são os seguintes ⤵ 
 
PESSOA (capacidade, nome, personalidade) Lei do domicílio 
SUCESSÃO Lei do domicílio do falecido 
BENS MÓVEIS que acompanham o proprietário Lei do domicílio do proprietário 
PENHOR Lei do domicílio de quem tem a posse 
OBRIGAÇÕES (contratuais e extracontratuais) Lei do local onde se constituíram 
PESSOAS JURÍDICAS Lei do local onde se constituíram 
BENS MÓVEIS (que não acompanham) E IMÓVEIS Lei da situação da coisa 
CELEBRAÇÃO DO CASAMENTO Lei do local da celebração 
 
Sentenças proferidas no estrangeiro 
 
São requisitos para a execução de sentença proferida no estrangeiro: 
 
o Proferida por juiz competente. 
o Partes citadas ou revelia verificada. 
o Trânsito em julgado no estrangeiro. 
o Traduzida. 
o Homologada pelo STJ. 
 
A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se pela lei que nele vigorar, quanto ao ônus e 
aos meios de produzir-se, não admitindo os tribunais brasileiros provas que a lei brasileira desconheça. 
 
 
São de competência da autoridade judiciária brasileira os seguintes casos: 
 
o Réu domiciliado no Brasil. 
o Obrigação a ser cumprida no Brasil. 
o Imóveis situados no Brasil. 
 
Vedação à teoria do retorno 
 
O retorno é o modo de interpretar a norma de direito internacional privado, mediante a substituição da 
lei nacional pela estrangeira, desprezando o elemento de conexão apontado pela lei nacional, para dar 
preferência à indicada pelo ordenamento alienígena. 
Acerca disso, dispõe a LINDB → quando se houver de aplicar a lei estrangeira, ter-se-á em vista a 
disposição desta, sem considerar-se qualquer remissão por ela feita a outra lei. 
Antinomia 
 
É a presença de 2 ou mais normas conflitantes, todas válidas SEM que a lei diga qual delas deva ser aplicada. 
 
 
CONFLITO REAL 
Quando não há na ordem jurídica qualquer critério para solucionar. Aplicando- 
se uma norma, viola-se outra. Utiliza-se a interpretação conforme. 
 
 
 
CONFLITO APARENTE 
Quando o próprio ordenamento jurídico prevê uma solução para o conflito. A 
ordem de aplicação dos critérios de solução é: 
o 1º critério hierárquico: norma hierarquicamente superior prevalece. 
o 2º critério da especialidade: norma especial prevalece sobre norma geral. 
o 3º critério cronológico: lei mais nova se sobrepõe à mais antiga. 
 
A Lei nº 13.655 de 2018 incluiu na LINDB os arts. 20 a 30 prevendo regras sobre segurança jurídica 
e eficiência na criação e na aplicação do direito público. Já o Decreto nº 9.830 de 2019 regulamenta os 
referidos artigos. Tais regras interessam ao Direito Administrativo e influem indiretamente em outros ramos. 
LINDB e Direito Púb lico 
 
 
 
 
 
 
 
 
Da pessoa natural 
 
Conceito 
 
A pessoa natural é o ser dotado de direitos da personalidade. 
 
Direitos da personalidade 
 
Definição 
 
Os direitos da personalidade são direitos subjetivos, intrínsecos ao ser humano, que têm como objeto 
os bens e valores essenciais ao desenvolvimento da pessoa humana em si e em suas projeções sociais. 
Características 
 
o São intransmissíveis (não é possível transferir a terceiros) e irrenunciáveis (não é possível abrir mão), 
não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária, com exceção dos casos previstos em lei. 
o Intrínsecos ao ser humano, considerado em si mesmo e em suas projeções ou exteriorizações. 
 
Classificação 
 
 
o Relacionados à integridade física ⤵ 
 
 
 
 
ATOS DE DISPOSIÇÃO 
DO PRÓPRIO CORPO 
Regra: é proibido o ato de disposição do próprio corpo, quando importar 
diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes. 
Exceções: 
 
o Transplante. 
o Exigência médica (incluindo-se aqui a cirurgia de redesignação sexual). 
o Disposição gratuita com fim científico ou altruístico, no todo ou em 
parte, para depois da morte (revogação a qualquer tempo). 
 
TRATAMENTO MÉDICO 
Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a 
tratamento médico ou a intervenção cirúrgica. 
Das Pessoas 
CÓDIGO CIVIL – PARTE GERAL 
 
 
No que diz respeito à recusa de tratamento médico, temos os seguintes enunciados: 
 
 
ENUNCIADO 403 
 
V JORNADA DE 
DIREITO CIVIL 
É valida a recusa por motivo de consciência ou crença, com ou sem risco de morte, se: 
 
o Plenamente capaz (excluído o suprimento de representante ou assistente). 
o Manifestação de vontade livre, consciente e informada. 
o Oposição que diga respeito apenas à pessoa declarante. 
ENUNCIADO 528 
 
V JORNADA DE 
DIREITO CIVIL 
Pelo denominado testamento vital, a pessoa pode estabelecer disposições sobre o tipo de 
tratamento de saúde, ou não tratamento, que deseja no caso de se encontrar sem 
condições de manifestar a sua vontade. 
o Relacionados ao nome ⤵ 
 
DIREITO AO 
NOME 
Toda pessoa tem direito ao nome (= prenome + sobrenome). O nome é, em regra, 
imutável (exceções → casamento, exposição ao ridículo, transgêneros, etc). 
PSEUDÔNIMO Se adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá ao nome. 
DESPREZO 
PÚBLICO 
O nome da pessoa não pode ser usado por outrem em publicações ou representaçõesque a exponham ao desprezo público, ainda quando não haja intenção difamatória. 
PROPAGAND
A 
COMERCIAL 
 
Sem autorização, não se pode usar o nome alheio em propaganda comercial. 
o Relacionados à imagem, à intimidade e à vida privada ⤵ 
 
 
 
 
 
 
 
 
PALAVRA E 
IMAGEM 
Uso indevido (proibido, sem prejuízo de eventual indenização): 
 
o Ofensa à honra, à boa fama e à respeitabilidade. 
o Utilização para fins comerciais (Súmula 403, STJ → independe de prova do prejuízo). 
Exceções: 
o Se autorizado. 
o Se necessário à administração da justiça. 
o Se necessário à manutenção da ordem pública 
Em se tratando de morto ou de ausente, são partes legítimas para requerer essa proteção 
o cônjuge, os ascendentes ou os descendentes. 
 
 
 
 
 
INTIMIDADE E 
VIDA PRIVADA 
A vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz, a requerimento do interessado, adotará 
as providências necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário a esta norma. 
Na ADIN 4815 o STF entendeu que a proibição de publicação de biografias não autorizadas 
configura censura e ofensa à liberdade de expressão. Assim, a publicação de biografias 
independe de autorização do biografado, mas não podem ofender seus direitos. 
 
Dano moral 
 
 
Dano moral é a lesão aos direitos da personalidade. 
 
As pessoas jurídicas não são titulares de direitos da personalidade, mas há um empréstimo da tutela 
dos direitos da personalidade da pessoa natural à pessoa jurídica, no que lhes couber. 
 
 YWz SÚMULA 227 DO STJ YWz 
A pessoa jurídica pode sofrer dano moral. 
Resumindo.. . 
 
 
 
 
 
 
Início da personalidade 
 
Pessoa jurídica 
 
Registro dos atos constitutivos. 
 
Pessoa natural 
 
A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida. 
 
 
NASCITURO 
Ente já concebido, mas ainda não nascido (a lei põe a salvo, desde a concepção, 
os direitos do nascituro). 
 
 
CONCEPTURO 
Sujeito ainda não concebido. 
 
O Código Civil trata desta hipótese exclusivamente nas disposições testamentárias 
ao legitimar os filhos, ainda não concebidos, de pessoas indicadas pelo testador. 
NATIMORTO É aquele que nasce sem vida e, portanto, não adquire personalidade jurídica. 
Para a teoria geral do Direito Civil, a personalidade é a aptidão genérica para titularizar direitos e 
contrair obrigações. Assim, a personalidade jurídica é um atributo essencial para ser sujeito de direito. 
 
Capacidade 
 
Capacidade jurídica 
 
É a medida da personalidade. É classificada em: 
 
CAPACIDADE DE 
DIREITO OU DE 
GOZO 
É a aptidão para aquisição de direitos, reconhecida aos seres humanos, sem 
qualquer distinção. Toda pessoa natural tem capacidade de direito e a adquire ao 
nascer com vida. 
CAPACIDADE DE 
EXERCÍCIO OU DE 
FATO 
É a aptidão (autonomia) para o exercício de atos e negócios jurídicos, 
pessoalmente, sem necessidade de estar representado por terceiros. Nem toda 
pessoa tem capacidade de fato. 
A capacidade de fato pressupõe a de direito, mas esta pode subsistir sem a capacidade de fato. 
Diz-se incapaz aquele que não possui a capacidade de fato, apenas a de direito. 
 
 
 
 i ATENÇÃO! i 
A capacidade de fato não se confunde a legitimidade, que é a possibilidade de exercício de um direito/ato jurídico 
ESPECÍFICO. Assim, uma pessoa pode ser plenamente capaz, mas não possuir legitimidade para a prática de 
determinado ato. Ex.: o tutor (plenamente capaz) está proibido de adquirir bens do tutelado. 
 
Capacidade civil plena 
 
 
A pessoa que reúne a capacidade de direito e a capacidade de fato, possui capacidade civil plena. 
São plenamente capazes todas as pessoas que podem se autodeterminar, podendo praticar atos e negócios 
jurídicos por si ou apoiado por terceiros judicialmente designados. 
 
i IMPORTANTE i 
Com o estatuto da pessoa com deficiência, as pessoas com deficiência são, em regra, PLENAMENTE CAPAZES, 
podendo exercer sua plena capacidade por si ou apoiadas por 3os previamente designados. Assim, a definição de 
curatela para pessoas com deficiência passou a constituir medida protetiva EXTRAORDINÁRIA, proporcional às 
necessidades e às circunstâncias de cada caso, e durará o menor tempo possível. 
 
Incapacidade 
 
Nem toda pessoa pode exercer pessoalmente os seus direitos, necessitando de terceiros que as 
representem ou assistam para o exercício dos referidos direitos. Estas pessoas são dotadas de: 
 
 
INCAPACIDADE 
ABSOLUTA 
Critério único: etário. 
 
O indivíduo necessita de terceiro para praticar 
TODOS os atos da vida civil. 
 
 
Menores de 16 anos. 
 Pluralidade de critérios: etário, psíquico ou físico. 
 
 
 
INCAPACIDADE 
RELATIVA 
Necessitam da assistência de terceiros para 
praticar ALGUNS atos da vida civil, mas podem 
praticar determinados atos sem eles (ex.: ser 
testemunha, mandatário e fazer testamento). 
Excetuando-se a incapacidade definida pelo critério 
etário, as incapacidades relativas deverão ser 
declaradas em sentença de interdição. 
- Maiores de 16 e menores de 18 anos. 
 
- Ébrios habituais e viciados em tóxicos. 
 
- Aqueles que, por causa transitória ou 
permanente, não puderem exprimir sua 
vontade (ex.: pessoa em coma). 
- Os pródigos (que dissipam seus bens). 
 
 
Assim, "enfermidade ou deficiência mental" e “desenvolvimento mental incompleto" não são mais 
hipóteses de incapacidade, de acordo com as alterações promovidas pelo estatuto da pessoa com deficiência. 
A única hipótese de incapacidade absoluta agora, é "menores de 16 anos". 
 
RESUMINDO 
Capazes: 
 
o Independentes de auxílio. 
o Apoiados por pessoas judicialmente designadas (pessoas com deficiência). 
Incapazes: 
 
o Absolutamente → devem ser 
representados, sob pena de nulidade. 
o Relativamente → devem ser 
assistidos, sob pena de anulabilidade. 
 
MACETE ⤵ 
 
Relativamente Incapaz Assistido = RIA ◆v 
 
Absolutamente Incapaz Representado = RIA ao contrário ◆ 
Cessação da incapacidade → cessa a incapacidade civil, assim que cessarem as suas causas (ex.: pela 
maioridade, pela cura da enfermidade etc.) ou por meio da emancipação. 
 
Emancipação 
 
Conceito 
 
Emancipação é a aquisição antecipada da plena capacidade de fato. 
 
Apesar disso, o emancipado permanece sob a proteção do Estatuto da Criança e do Adolescente. 
 
A emancipação é IRREVOGÁVEL! 
Espécies 
 
Emancipação voluntária: aos 16 anos completos, concedida pelos pais (ou por um deles na falta do 
outro), com exigência de instrumento público (registro em cartório) e independente de homologação judicial. 
Emancipação judicial: aos 16 anos completos, concedida pelo juiz, na hipótese de menor posto sob 
tutela, após oitiva do tutor. É necessário o registo em cartório. 
 
 
Emancipação legal: independe de registro e ocorre nas seguintes hipóteses ⤵ 
 
o Pelo casamento (aos 16 anos). 
o Pelo exercício de emprego público efetivo (independentemente da idade). 
o Pela colação de grau em curso de ensino superior (independentemente da idade). 
o Pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em 
função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria. 
 
Término da personalidade 
 
Morte 
 
A existência e a personalidade da pessoa natural terminam com a morte. Por 
conseguinte, extingue-se, também, a capacidade. 
Efeitos 
 
o O patrimônio deixado pelo morto transfere-se desde logo aos herdeiros (legítimos ou testamentários). 
o Extinção de vínculos personalíssimos, como o poder familiar, o casamento e os deveres alimentares. 
o Extinção do contrato de prestação de serviço. 
o Extinção do contrato de mandato. 
o Pagamento do capital estipulado no caso de seguro de vida. 
Outros efeitos: 
o A morte do credor ou do devedor extingue a solidariedade em relação a seus herdeiros. 
o A morte do usufrutuário gera a extinção do usufruto se este não foi feito por prazo certo, nem 
com condição resolutiva. 
Espécies: real, presumidae simultânea. 
 
Morte real 
 
A morte real é constatada na presença do cadáver, diagnosticada por profissional da área médica 
pela denominada morte encefálica (completa e irreversível parada de todas as funções do cérebro). 
Morte presumida 
 
Quando ausente o cadáver. A presunção pode ocorrer em duas modalidades: 
 
 
Sem declaração de ausência 
 
o Quando for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida; e 
o Quando alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos 
após o término da guerra. 
 
Em qualquer um dos casos, a morte presumida somente poderá ser requerida depois de esgotadas as 
buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do falecimento. 
Com declaração de ausência: nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva. 
Aqui, a pessoa desaparece sem deixar notícias. 
Morte simultânea (comoriência) 
 
Trata-se da morte simultânea de dois ou mais indivíduos, na mesma ocasião. Nesse caso, não tendo 
havido tempo ou oportunidade para a transferência de bens entre os comorientes, um não herda do outro. 
 
+EG(◦ IMPORTANTE G◦E(+ 
o É uma presunção RELATIVA (juris tantum) pois admite prova em contrário. 
o NÃO é necessário que as mortes ocorram no mesmo LUGAR. 
 
Da ausência 
 
Definição 
 
Ausente é a pessoa que desaparece do seu domicílio sem dar notícias de seu paradeiro e sem 
deixar um representante ou procurador para administrar-lhe os bens. 
Se o indivíduo desaparece, mas deixa alguém que o represente (procurador), em princípio não será 
considerado ausente. Ultrapassados 3 anos do desaparecimento sem o indivíduo reaparecer, o mandato 
caduca e os herdeiros poderão solicitar a declaração de ausência e a sucessão provisória. 
 
 
Fases 
 
 
A denominada "declaração de ausência" deve obedecer a três fases distintas: 
 
 
 
 
1ª FASE 
 
 
 
 
 
 
 
 
2ª FASE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3ª FASE 
 
 
CURADORIA DOS 
BENS DO AUSENTE 
Com a notícia do desaparecimento, o juiz, a requerimento de qualquer 
interessado ou do MP, declarará a ausência, e nomeará curador (nesta 
ordem: cônjuge, ascendentes, descendentes ou ad hoc). 
A função do curador é arrecadar todos os bens, zelando pela sua 
conservação e administração. 
 
 
 
SUCESSÃO 
PROVISÓRIA 
Publicam-se editais por 1 ano ou 3 anos. 
 
Decorrido um 1 da arrecadação dos bens do ausente, ou, se ele deixou 
representante ou procurador, em se passando 3 anos, poderão os 
interessados requerer que se declare a ausência e se abra 
provisoriamente a sucessão. 
Com a sucessão provisória ocorre a imissão na posse. 
 
 
 
 
 
SUCESSÃO 
DEFINITIVA 
Os interessados poderão requerer a abertura da sucessão definitiva, 
última fase da declaração de ausência, em 3 hipóteses: 
o Quando houver a certeza da morte do ausente. 
o Dez anos depois de passada em julgado a sentença que 
concede a abertura da sucessão provisória. 
o Provando-se que o ausente conta oitenta anos de idade, e que 
de cinco datam as últimas notícias dele. 
Com a sucessão definitiva ocorre a transmissão da propriedade. 
 
 
 
 
Resumindo. . . 
 
 
 
Da pessoa jurídica 
 
Conceito 
 
A pessoa jurídica é uma entidade de pessoas ou de bens que objetiva fins específicos. 
Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção aos direitos da personalidade. 
Características 
 
o Personalidade jurídica autônoma, não se confundindo com a das pessoas naturais que a constituíram. 
o Patrimônio igualmente distinto das pessoas que a constituíram. 
o Necessidade de concessão de publicidade aos atos constitutivos. 
 
Início da existência legal 
 
Dá-se com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro (anulação → prazo de 3 anos). 
 
 
Atos Constitutivos 
 
o Estatuto para associações sem fins lucrativos. 
o Contrato social para as sociedades simples ou empresárias. 
o Escritura pública ou testamento em caso de fundações. 
 
 
 
 
Extinção da pessoa jurídica 
 
o Convencional: por deliberação de seus membros, com quórum previsto nos estatutos ou na lei. 
o Legal: por motivo determinante em lei (falência) ou morte de todos os sócios. 
o Administrativa: quando a pessoa jurídica depende de autorização do poder público e esta é cassada. 
o Judicial: a requerimento de qualquer um dos sócios. Os motivos podem variar → anular a constituição; 
quando se verificou a inexequibilidade etc. 
 
Classificação 
 
Pessoa jurídica de direito público externo 
 
São os Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público. 
 
Pessoa jurídica de direito público interno 
 
o A União; 
o Os Estados, o DF e os Territórios; 
o Os Municípios; 
o As autarquias, inclusive as associações públicas; 
o As demais entidades de caráter público criadas por lei (essas entidades são regidas por leis próprias, 
as quais lhe outorgam existência e personalidade. Contudo, aquelas a que se tenha dado estrutura 
de direito privado, regem-se, no que couber, quanto ao seu funcionamento, pelas normas do CC/02). 
 
As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos seus agentes 
que nessa qualidade causem danos a terceiros, RESSALVADO DIREITO REGRESSIVO contra os 
causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo. 
Pessoa jurídica de direito privado 
 
o As associações; 
o As sociedades; 
o As fundações; 
o As organizações religiosas; 
o Os partidos políticos; 
o As empresas individuais de responsabilidade limitada. 
 
 
 
 
Associações 
 
Conceito 
 
União de pessoas que se organizam para fins não econômicos. 
 
Contudo, não há impedimento para uma associação desenvolver atividades econômicas para geração 
de renda, desde que os destine integralmente à consecução de seu objetivo social. 
 
Entre os associados, não existem direitos e obrigações recíprocos. 
Criação 
 
Por estatuto social. 
 
Requisitos do estatuto: 
 
o A denominação, os fins e a sede da associação. 
o Os requisitos para a admissão, demissão e exclusão dos associados. 
o Os direitos e deveres dos associados. 
o As fontes de recursos para sua manutenção. 
o O modo de constituição e de funcionamento dos órgãos deliberativos. 
o As condições para a alteração das disposições estatutárias e para a dissolução. 
o A forma de gestão administrativa e de aprovação das respectivas contas. 
 
Finalidades 
 
As finalidades podem ser filantrópicas, literárias, religiosas, morais, culturais, educacionais, científicas, 
profissionais, esportivas, entre outras. 
Relação entre os associados 
 
Direitos iguais ou categorias internas com mais vantagens. 
 
Exclusão do associado 
 
Por justa causa, assegurado o direito de defesa, nos termos do estatuto. 
 
Alteração do estatuto 
 
Mediante de assembleia com o quórum especificado no próprio estatuto. 
 
 
Dissolução 
 
Em caso de dissolução, patrimônio será destinado a outra entidade de fins não lucrativos, designada 
no estatuto ou, no silêncio, a entidade pública de finalidade semelhante, por deliberação dos associados. 
Se não houver entidade pública, o dinheiro irá para a Fazenda Pública Estadual ou Federal. O 
associado terá direito de receber de volta o que aportou na associação. 
Fundações 
 
Conceito 
 
Pessoa jurídica resultante de uma afetação patrimonial (universalidade de bens) com finalidade social 
específica. Decorre da vontade de uma pessoa → o instituidor. 
 
<r:„Q wÇ BENS INSUFICIENTES Q Ç:rw„< 
Se não houver disposição em contrário pelo instituidor, tais bens serão incorporados em outra 
fundação que se proponha a fim idêntico ou semelhante. 
Elementos 
 
o Afetação de bens livres e desembaraçados. 
o Especificação dos fins visados. 
o Previsão da maneira pela qual a fundação será administrada. 
o Elaboração de estatutos com base em seus objetivos, que serão submetidos à apreciação do 
Ministério Público Estadual ou do DF, a quem caberá o dever defiscalizá-la. É comum dizer que o 
Ministério Público é o curador das fundações. 
Finalidades 
 
Rol taxativo: 
 
o Assistência social. 
o Cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico. 
o Educação. 
o Saúde. 
o Segurança alimentar e nutricional. 
 
 
o Defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável. 
o Pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, modernização de sistemas de gestão, 
produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos . 
o Promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos humanos. 
o Atividades religiosas. 
 
Espécies 
 
Podem ser particulares ou públicas (as públicas são regidas por lei própria, no Direito Administrativo). 
 
Formas de constituição 
 
o Por escritura pública → irretratável e com efeitos inter vivos. 
o Por testamento → revogável e com efeitos mortis causa. 
 
Alteração do estatuto 
 
Requisitos: 
 
o Ser deliberada por dois terços dos incumbidos por gerir e representar a fundação. 
o Não contrariar ou desvirtuar o fim desta. 
o Ser aprovada pelo órgão do Ministério Público no prazo máximo de 45 dias. 
Se o prazo acima decorrer sem manifestação do Ministério Público, ou no caso de este órgão 
denegar a alteração, poderá o juiz suprir tal manifestação, a requerimento do interessado. 
Quando a alteração não houver sido aprovada por votação unânime, os administradores da fundação, 
ao submeterem o estatuto ao órgão do Ministério Público, requererão que se dê ciência à minoria vencida 
para impugná-la, se quiser, em 10 dias. 
Extinção 
 
Extingue-se tornando-se ilícita, impossível ou inútil à finalidade a que visa a fundação, ou vencido o 
prazo de sua existência, o órgão do Ministério Público, ou qualquer interessado, lhe promoverá a extinção, 
incorporando-se o seu patrimônio, salvo disposição em contrário no ato constitutivo, ou no estatuto, em 
outra fundação, designada pelo juiz, que se proponha a fim igual ou semelhante. 
 
 
 
 
Sociedades 
 
Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens 
ou serviços, para o exercício de uma atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados. 
Sociedade empresária: tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário (visando o 
lucro) e está sujeita a registro. Objeto de estudo do Direito Comercial. 
Sociedade simples: constituídas para que os sócios possam, de forma organizada, exercer atividade 
econômica intelectual. Exemplo: sociedades de profissionais liberais, como os médicos e advogados. 
Partidos Políticos 
 
São organizações de pessoas reunidas em torno de um mesmo programa político com a finalidade 
de assumir o poder e de mantê-lo ou, ao menos, de influenciar na gestão da coisa pública através de críticas 
e oposição. A constituição se dá perante o Serviço de Registro Civil de Pessoas Jurídicas e formaliza-se 
por meio do registro de seus estatutos perante o TSE. 
Organizações Religiosas 
 
São pessoas jurídicas de direito privado, estabelecidas por meio de doutrinas, cultos e outros rituais 
que lhes são próprios. É garantida a liberdade de criação, organização e estruturação interna, sendo vedado 
ao poder público negar-lhes reconhecimento ou registro dos atos constitutivos. 
Sendo o Estado laico, não cabe ao Poder Público a análise do tipo de doutrina ou ritual traçado pela 
organização religiosa, salvo nos casos em que houver evidente prejuízo a seres ou bens dignos de tutela. 
Empresa individual de responsabilidade limitada - EIRELI 
 
Com a possibilidade da sociedade unipessoal e, mais recentemente, com a disposição da Lei nº 14.195 
de 2021 sobre a transformação das EIRELI’s em sociedade limitada unipessoal independentemente de 
alteração do ato constitutivo, considera-se que a EIRELI foi extinta tacitamente pela referida lei. Ademais, a 
MP 1.085 de 27 de dezembro de 2021 revogou expressamente o instituto da EIRELI. 
 
◆ ӳ RECORDANDO... ӳ◆ 
A EIRELI era uma categoria de empresário que permitia que uma única pessoa fizesse parte de uma 
empresa com responsabilidade limitada, desde que houvesse a integralização de um capital social mínimo de 
100 salários-mínimos. 
 
 
 
 
Resumindo. . . 
 
 
G◦E(+ IMPORTANTE (+G◦E 
A MP 1.085 de 2021 alterou o Código Civil para prever que as pessoas jurídicas de direito privado 
poderão realizar suas assembleias gerais por meios eletrônicos. 
 
Desconsideração da personalidade jurídica 
 
Conceito e finalidade 
 
Desconsideração da personalidade jurídica é o afastamento temporário da personalidade da pessoa 
jurídica, a fim de que o credor possa ver satisfeita sua pretensão de cobrança, a partir da invasão do 
patrimônio pessoal do sócio ou do administrador que cometeu um ato abusivo ou com desvio de poder. 
Assim, em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela 
confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe 
couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam 
estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica. 
Portanto, o que se pretende é permitir o afastamento temporário da personalidade da pessoa jurídica, 
a fim de que o credor possa ver satisfeita sua pretensão de cobrança, a partir da invasão do patrimônio 
pessoal do sócio ou do administrador que cometeu um ato abusivo ou com desvio de poder. 
 
 
 
 
Teorias 
 
São duas as teorias acerca do instituto: 
 
TEORIA 
MAIOR 
Exige o abuso da personalidade (desvio de finalidade ou confusão patrimonial) e o prejuízo do 
credor. É a teoria adotada pelo Código Civil. 
TEORIA 
MENOR 
Exige apenas o prejuízo do credor para a responsabilização pessoal do sócio ou administrador. É 
a teoria adotada nas relações de consumo, consagrada no art. 28 do CDC. 
 
Desconsideração x Despersonal ização 
 
Esses dois termos não se confundem, senão vejamos: 
 
DESPERSONALIZAÇÃO DESCONSIDERAÇÃO 
 
Traduz a própria extinção da personalidade jurídica. 
Refere-se apenas à superação episódica, em função 
de fraude, abuso ou desvio de finalidade. 
 
Lei da liberdade econômica 
 
A lei da liberdade econômica conceituou o desvio de finalidade e a confusão patrimonial: 
 
)yS LEI DA LIBERDADE ECONÔMICA (v 
 
DESVIO DE FINALIDADE 
Utilização dolosa da pessoa jurídica com o propósito de lesar credores e para a 
prática de atos ilícitos de qualquer natureza. 
 
 
 
 
CONFUSÃO PATRIMONIAL 
Ausência de separação de fato entre os patrimônios, caracterizada por: 
 
o Cumprimento repetitivo pela sociedade de obrigações do sócio ou do 
administrador ou vice-versa; 
o Transferência de ativos ou de passivos sem efetivas contraprestações, 
exceto o de valor proporcionalmente insignificante; e 
o Outros atos de descumprimento da autonomia patrimonial. 
A mera existência de grupo econômico sem a presença dos requisitos não autoriza a desconsideração. 
Não constitui desvio de finalidade a mera expansão ou a alteração da finalidade original da atividade econômica 
específica da pessoa jurídica. 
 
 
 
 
Desconsideração inversa 
 
A teoria da desconsideração da personalidade jurídica também pode ser aplicada de forma “inversa”, 
o que significa invadir patrimônio da pessoa jurídica, quando a pessoa física que a compõe esvazia 
fraudulentamente o seu patrimônio pessoal. 
Nesta hipótese, pode-se vislumbrar a possibilidade de o magistrado desconsiderar a autonomia 
patrimonial da pessoa jurídica, buscando bens que compõem o patrimônio desta, para responder por dívidas 
que não são da empresa, mas do sócio. 
 
Resumindo.. . 
 
 
 
 
 
 
 
Conceitos iniciais 
 
MORADIA OU HABITAÇÃO RESIDÊNCIA DOMICÍLIO 
É estabelecida de forma provisória, 
sem ânimo definitivo. 
Local em que o indivíduo tem a 
intenção de permanecer. 
Local que a pessoaelege para 
relações legais. 
 
Domicílio da pessoa jurídica 
 
UNIÃO Distrito Federal. 
ESTADOS Suas capitais. 
MUNICÍPIOS Lugar onde funcione a administração municipal. 
DEMAIS 
PESSOAS 
JURÍDICAS 
O domicílio será, em regra, o local onde funcionar a diretoria ou a administração, salvo se 
elegerem domicílio especial nos seus atos constitutivos (estatuto ou contrato social). 
 
Domicílio da pessoa natural 
 
Conceito 
 
É o lugar onde ela estabelece a sua residência com ânimo definitivo. 
 
Modalidades 
 
 
DOMICÍLIO 
FAMILIAR -' ¡µ”:ط÷̂ :¿ ¡ 
Uma pessoa poderá ter vários domicílios se tiver diversas residências, onde, 
alternadamente, viva. Caso a pessoa não tenha residência habitual, o lugar onde for 
encontrada será considerado o seu domicílio. 
 
DOMICÍLIO 
PROFISSIONAL ß;ç ̈“❢“ 
É também domicílio da pessoa natural, quanto às relações concernentes à profissão, o 
lugar onde essa é exercida. Se a pessoa exercitar profissão em lugares diversos, cada um 
deles constituirá domicílio para as relações que lhe corresponderem. 
DOMICÍLIO DE 
ELEIÇÃO 
Nos contratos escritos, poderão os contratantes especificar o domicílio onde se exercitem 
e cumpram os direitos e obrigações deles resultantes. 
Do Domicílio 
 
 
 
+": ATENÇÃO +": 
O domicílio de eleição se liga ao local de pagamento e o foro de eleição se liga à modificação da 
competência territorial, por isso, os conceitos não se confundem. 
 
Classificação 
 
 
DOMICÍLIO VOLUNTÁRIO 
GERAL 
 
É a residência; depende da vontade exclusiva do interessado. 
DOMICÍLIO VOLUNTÁRIO 
ESPECIAL 
Fixado em contrato, de comum acordo pelos contratantes, para 
cumprimento das obrigações pactuadas. 
 
 
 
 
 
 
DOMICÍLIO NECESSÁRIO 
OU LEGAL 
Determinado pela lei em razão da condição de determinada pessoa: 
 
o Do incapaz é o do seu representante ou assistente. 
o Do servidor público, onde este exercer permanentemente suas funções. 
o Do militar, onde servir, e, sendo da marinha ou da aeronáutica, a sede 
do comando a que se encontrar imediatamente subordinado. 
o Do marítimo, onde o navio estiver matriculado. 
o Do preso, o lugar em que cumprir a sentença. 
O agente diplomático do Brasil, que, citado no estrangeiro, alegar 
extraterritorialidade sem designar onde tem, no país, o seu domicílio, poderá 
ser demandado no DF ou no último ponto do território brasileiro onde o teve. 
 
Alteração do domicílio 
 
A mudança do domicílio ocorre com a intenção manifesta de transferir a residência. 
 
A intenção poderá ser aferida pela conduta da pessoa. Exemplos: matricular filho no novo colégio, 
transferir linha telefônica, abertura de conta bancária, posse em cargo público etc. 
 
 
 
 
 
 
Definição 
 
É toda coisa com conteúdo econômico, que pode propiciar à pessoa a satisfação de um interesse. 
 
São valores materiais e imateriais que podem ser objeto de uma relação jurídica. 
 
Conceitos importantes 
 
 
 
COISAS COMUNS 
São bens insuscetíveis de apropriação, como, por exemplo, o ar atmosférico e o mar, 
ambos considerados em sua grandeza. Sendo possível sua apropriação em porções 
limitadas, tornam-se "bens". 
 
RES NULLIUS 
São bens sem dono, visto que estão à disposição de quem as encontrar, como, por 
exemplo, os peixes ou demais caças (o que não significa que não possa haver leis 
regulamentando o assunto - leis ambientais). 
RES DERELICTA É o bem móvel abandonado, que pode ser apropriado por qualquer outra pessoa. 
 
Class if icação dos bens 
 
Visão geral 
 
 
 
Dos Bens 
 
 
 
 
Bens móveis e imóveis 
 
Imóveis 
 
É o solo e tudo quanto se lhe incorporar, natural ou artificialmente. São os que não se podem 
transportar, sem destruição, modificação, fratura ou dano, de um lugar para outro. 
 
IMÓVEIS POR NATUREZA O solo, com sua superfície, subsolo e espaço aéreo. 
IMÓVEIS POR ACESSÃO 
NATURAL 
Árvores e frutos pendentes, bem como acessórios e adjacências naturais 
(pedras, fontes, plantas etc.) ou formação de ilhas, aluvião, avulsão etc. 
IMÓVEIS POR ACESSÃO 
Construções e plantações. 
ARTIFICIAL 
IMÓVEIS POR 
DETERMINAÇÃO LEGAL 
o Os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram. 
o O direito à sucessão aberta (herança). 
Regra especial: não perdem o caráter de imóveis: 
 
o As edificações que, separadas do solo, mas conservando sua unidade, forem removidas para outro local. 
o Os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se reempregarem. 
 
Móveis 
 
São os bens suscetíveis de movimento próprio ou de remoção por força alheia, sem alteração da 
substância ou da destinação econômico-social. 
 
 
MÓVEIS POR NATUREZA 
Os que podem ser transportados de um lugar a outro, sem deterioração, por 
força própria (semoventes) ou alheia (móveis propriamente ditos). 
 
MÓVEIS POR 
ANTECIPAÇÃO 
São bens incorporados ao solo, mas com a intenção de separá-los 
oportunamente e convertê-los em móveis (árvores destinadas ao corte, frutos 
e safras ainda não colhidos). 
 
MÓVEIS POR 
DETERMINAÇÃO LEGAL 
o As energias que tenham valor econômico (gás, corrente elétrica etc.). 
o Os direitos reais sobre móveis e as ações correspondentes. 
o Os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações. 
 
 
Regra especial: os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem empregados, 
conservam sua qualidade de móveis; readquirem essa qualidade os provenientes da demolição de algum prédio. 
Quadro comparativo 
 
 
MÓVEIS f IMÓVEIS m“_ß, 
Adquiridos por simples tradição. Dependem de escritura pública e registro. 
Não exige anuência do cônjuge para alienação ou 
gravação de ônus real. 
Exige anuência do cônjuge para alienação ou gravação 
de ônus real, exceto se casados na separação de bens. 
Usucapião: 3 e 5 anos. Usucapião: 2, 5, 10 e 15 anos. 
Objeto de penhor Objeto de hipoteca 
 
Bens fungíveis e infungíveis 
 
FUNGÍVEIS Bens substituíveis (mesma espécie, qualidade e quantidade). 
INFUNGÍVEIS Bens insubstituíveis. 
 
Bens consumíveis e inconsumíveis 
 
 
CONSUMÍVEIS 
Bens móveis cujo uso importa destruição imediata da própria substância 
(consumíveis de fato), sendo também assim considerados os destinados à alienação 
(consumíveis de direito). 
INCONSUMÍVEIS Aqueles cujo uso não importa em destruição imediata. 
 
Bens divisíveis e indivisíveis 
 
 
DIVISÍVEIS 
Bens que podem se partir em porções reais e distintas sem alteração na substância, 
sem diminuição considerável de valor ou sem prejuízo do uso a que se destina. 
 
INDIVISÍVEIS 
Por natureza (não se pode fracionar sem alteração na substância - um animal, um 
relógio, um brilhante); por determinação legal (quando a lei expressamente impede 
o seu fracionamento - servidões prediais, hipoteca); ou por vontade das partes. 
 
 
 
 
Bens singulares e coletivos 
 
Singulares: quando considerados na sua individualidade, independente dos demais. Podem ser: 
 
SIMPLES Suas partes são unidas por natureza. Ex.: bois. 
COMPOSTOS Suas partes são unidas por ação humana. Ex.: carros. 
Coletivos: quando se consideram agregados a um todo. Abrangem as seguintes universalidades: 
 
UNIVERSALIDADE DE 
FATO 
Pluralidade de bens singulares que tenham destinação unitária. 
 
Cada um dos bens pode ser objeto de relação jurídica própria. 
UNIVERSALIDADE DE 
DIREITO 
Complexo de relações jurídicas dotadas de valor econômico (herança, 
patrimônio, fundo de comércio, massa falida). 
 
Bens públicos e particulares 
 
 
 
 
 
 
 
PÚBLICOS 
Bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público 
interno (não estão sujeitos a usucapião). 
o Uso comum (não podem ser alienados): rios, mares, estradas, ruas e praças. 
o Uso especial (não podem ser alienados): edifícios ou terrenos destinados a 
serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou 
municipal, inclusive os de suas autarquias.o Dominicais (podem ser alienados): constituem o patrimônio desafetado (sem 
destinação pública) das PJ de direito público, como objeto de direito pessoal, 
ou real, de cada uma dessas entidades. 
PRIVADOS Todos os outros bens, seja qual for a pessoa a que pertençam. 
 
Bens principais e acessórios 
 
Principais: existem sobre si, abstrata ou concretamente. 
Acessórios: bens cuja existência supõe a do principal. São eles: 
 
 
 
 
PRODUTOS 
São utilidades que podem ser retiradas da coisa, mas diminuem-lhe a quantidade, 
porque não se reproduzem periodicamente (ex.: pedras, metais). 
FRUTOS São as utilidades que uma coisa periodicamente produz (ex.: plantação, aluguéis). 
Acréscimos que o homem faz a outro bem. 
BENFEITORIAS Elas podem ser voluptuárias (mero deleite ou recreio), úteis (aumentam ou 
facilitam o uso) ou necessárias (destinam-se à conservação do bem). 
 
PERTENÇAS 
São aqueles que se destinam ao uso, ao serviço ou aformoseamento do outro e 
não constituem parte integrante. 
 
Quanto às pertenças, é importante mencionar o seguinte: 
 
+E◦G( IMPORTANTE G◦E(+ 
Os negócios jurídicos que digam respeito ao bem principal, como regra, não abrangem as pertenças, 
salvo se o contrário resultar da lei, da manifestação de vontade, ou das circunstâncias do caso. 
Ou seja, em regra, não se aplica às pertenças (e somente a elas) a máxima "o acessório segue o principal". 
 
 
 
 
 
 
Conceito 
 
Fato é o evento que deriva de um comportamento humano ou de um fato da natureza. 
Este se torna um fato jurídico quando repercute na ciência jurídica. 
Já quando o fato não repercute juridicamente, a doutrina o denomina fato material ou ajurídico. 
 
Class if icação 
 
Fatos naturais (stricto sensu): decorrem da ação da natureza. 
 
ORDINÁRIOS O nascimento e a morte, a maioridade, o decurso do tempo, entre outros. 
 
EXTRAORDINÁRIOS 
Enquadram-se, em geral, na categoria do caso fortuito e da força maior → terremoto, 
raio, tempestade etc. 
Fatos humanos (lato sensu): ações humanas que criam, modificam, transferem ou extinguem direitos. 
 
 
LÍCITOS 
São aqueles em que o ordenamento jurídico permite que os efeitos almejados pelo 
agente decorram de seu ato. 
 
ILÍCITOS 
São aqueles que, por lhe faltar licitude, produzem efeitos diversos dos almejados por 
seu agente, ou seja, são atos contrários ao ordenamento jurídico (podendo ser aplicada 
a responsabilidade civil). 
 
Resumindo 
 
 
 
Dos Fatos Jurídicos 
 
 
 
 
Atos I l íc itos 
 
Caracteriza-se por uma ação ou omissão voluntária que viola um direito subjetivo individual, causando 
um prejuízo ao patrimônio material ou moral e acarretando o dever de indenizar. 
O art. 186 do Código Civil dispõe: “aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, 
violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”. 
 
Vale ressalvar, no entanto, que é causa de excludente de ilicitude quando o ato é praticado no exercício 
regular de um direito – deixando de caracterizar, portanto, o ato ilícito. 
Isso não significa dizer, todavia, que o agente possui uma anuência irrestrita para prática de atos ilícitos 
quando estiver no exercício regular de um direito. Dessa forma, havendo evidente abuso de direito, também 
surgirá o dever de indenizar (art. 187 do Código Civil). 
Para que seja assegurado o dever de indenizar, a vítima deverá demonstrar: 
 
o Ação ou omissão (dolosa ou culposa). 
o Dano (moral ou material). 
o Relação de causalidade (nexo de causalidade). 
Excludentes de Ilicitude: embora causem dano, não são ilícitos os atos praticados: 
 
o Em legítima defesa. 
o No exercício regular ou normal de um direito reconhecido. 
o Em estado de necessidade. 
 
OBS.: O assunto é melhor explicado no capítulo sobre responsabilidade civil. 
 
Atos Lícitos 
 
Os atos jurídicos lato sensu ou atos lícitos podem ser classificados em 3 diferentes espécies: 
 
ATO JURÍDICO 
STRICTU SENSU 
É a simples manifestação da vontade que determina a produção de efeitos legalmente 
previstos. Ex.: pagamento, fixação de domicílio, reconhecimento de filho, entre outros. 
ATO-FATO 
JURÍDICO 
Independente da vontade do agente, haverá a criação, modificação ou extinção de um 
direito em decorrência da lei. Ex.: menor de idade comprando uma água. 
NEGÓCIO 
JURÍDICO 
Trata-se de uma declaração expressa de vontade dirigida à provocação de determinados 
efeitos jurídicos (com conteúdo negocial). Ex.: contratos. 
 
 
 
 
Negócio Jurídico 
 
Conceito 
Trata-se de todo fato jurídico consistente em uma declaração de vontade à qual o ordenamento 
jurídico atribuirá os efeitos designados como desejados, desde que sejam respeitados os pressupostos de 
existência, os requisitos de validade e os fatores de eficácia. 
Disposições gerais 
 
As disposições gerais acerca dos negócios jurídicos, relacionam-se, em regra, aos requisitos de 
validade que serão estudados mais adiante. Vejamos: 
 
 
 
AGENTE CAPAZ 
A incapacidade relativa de uma das partes NÃO pode ser invocada pela outra em benefício 
próprio, nem aproveita aos cointeressados capazes, SALVO se, neste caso, for indivisível o 
objeto do direito ou da obrigação comum. 
 
OBJETO 
A impossibilidade inicial do objeto NÃO INVALIDA o negócio jurídico se for relativa, ou se 
cessar antes de realizada a condição a que ele estiver subordinado. 
 
 
 
FORMA 
A validade da declaração de vontade não depende de forma especial, salvo se exigida por lei. 
Não dispondo a lei em contrário, a ESCRITURA PÚBLICA é essencial à validade dos negócios 
jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais 
sobre IMÓVEIS de valor superior a 30 SALÁRIOS-MÍNIMOS. 
 
 
 
 
 
VONTADE 
A manifestação de vontade SUBSISTE ainda que o seu autor haja feito a reserva mental de 
não querer o que manifestou, SALVO se dela o destinatário tinha conhecimento. 
RESERVA MENTAL → quando a vontade declarada não coincide com a real, com o fim de 
enganar o destinatário (é diferente de simulação, que pressupõe conluio). 
O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou usos O AUTORIZAREM, e não for 
necessária a declaração de vontade expressa. 
 
 
 
INTERPRETAÇÃO 
Nas declarações de vontade se atenderá MAIS À INTENÇÃO do que ao sentido literal. 
Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a BOA-FÉ e os usos do lugar de 
sua celebração. 
Os negócios jurídicos benéficos (gratuitos) e a renúncia interpretam-se ESTRITAMENTE. 
 
 
 
)yS LEI DA LIBERDADE ECONÔMICA (v 
A interpretação do negócio jurídico deve lhe atribuir o sentido que: 
 
o For confirmado pelo comportamento das partes posterior à celebração do negócio. 
o Corresponder aos usos, costumes e práticas do mercado relativas ao tipo de negócio. 
o Corresponder à boa-fé. 
o For mais benéfico à parte que não redigiu o dispositivo, se identificável. 
o Corresponder a qual seria a razoável negociação das partes sobre a questão discutida, inferida 
das demais disposições do negócio e da racionalidade econômica das partes, consideradas as 
informações disponíveis no momento de sua celebração. 
As partes poderão livremente pactuar regras de interpretação, de preenchimento de lacunas e de 
integração dos negócios jurídicos diversas daquelas previstas em lei. 
 
Classificação 
 
Quanto às vontades patrimoniais 
 
Gratuitos: apenas uma das partes é beneficiada, não havendo contraprestação. 
 
Exemplos: doação; comodato; renúncia de posse; etc. 
 
Onerosos (sinalagmáticos): ambas as partes obtêm vantagem, existindo contraprestações. 
 
Exemplos: contrato de compra e venda; contrato de trabalho; consórcios etc. 
 
Os negócios jurídicos onerosos podem ser 
 
COMUTATIVOS 
Quando há equilíbrio e proporcionalidade nas prestações. 
 
Exemplos: compra e venda; locação; financiamento etc. 
 
ALEATÓRIOS 
Dependem de um acontecimento para que haja a contraprestação. 
 
Exemplos:contrato de seguro; contrato de plano de saúde; assistência funeral etc. 
Neutros: não são onerosos nem gratuitos, mas livres de atribuição patrimonial. 
 
Exemplos: cláusula de incomunicabilidade; instituição de bem de família. 
 
 
Bifrontes: podem ser tanto gratuitos quanto onerosos. 
 
Exemplos: contrato de depósito (pode ser gratuito ou oneroso) e doação (pode ser pura ou 
mediante pagamento); etc. 
Quanto ao número de declarantes 
 
Unilaterais: apenas uma manifestação de vontade, em busca da mesma finalidade. 
 
Exemplos: promessa de recompensa; testamento; notificação extrajudicial etc. Bilaterais: 
manifestação de vontade de duas partes. 
Exemplos: contrato de compra e venda; contrato de locação, contato de financiamento etc. 
 
Plurilaterais: negócios jurídicos em que é necessária a manifestação de mais de duas vontades para 
a mesma finalidade, porém em sentidos contrários. 
Exemplos: contrato de seguro coletivo empresarial; contrato de sociedade etc. 
 
Quanto à forma 
 
Formais ou solenes: são aqueles negócios jurídicos que exigem uma forma especial prevista em lei. 
 
Exemplos: casamento; cheque; escritura pública de compra e venda etc. 
 
Não formais ou não solenes: a forma do negócio jurídico fica à disposição das partes. 
 
Exemplos: recibos; notificação extrajudicial; venda de bens móveis etc. 
 
Quanto ao momento de produção de efeitos 
 
Inter vivos: produzem efeitos enquanto as partes estão vivas (compra e venda, troca); 
Causa mortis: produzem efeitos após a morte da pessoa como, por exemplo, o testamento. 
Quanto à existência 
 
Principais: existem por si mesmos. A sua existência não está vinculada a outro negócio jurídico. 
 
Exemplos: contrato de locação; prestação de serviços etc. Acessórios: 
somente existem em razão do negócio jurídico principal. 
Exemplos: garantia em um contrato de compra e venda; fiança na locação; multa em contrato de 
prestação de serviços etc. 
 
 
 
 
Da representação 
 
Definição 
 
Os direitos adquirem-se por ato próprio do adquirente ou por intermédio de outrem. Neste último 
caso surge o fenômeno da representação. A manifestação de vontade pelo representante, nos limites de 
seus poderes, produz efeitos em relação ao representado. 
Espécies 
 
A representação pode ser: 
 
 
LEGAL 
Deferida pela lei aos pais, tutores, curadores. É exercida atribuindo a alguém 
a função de cuidar dos interesses de pessoas incapazes. 
 
JUDICIAL 
Ocorre em relação à pessoa capaz, instituída pelo juiz, como o síndico em 
relação à massa falida, o inventariante em relação ao espólio de bens etc. 
CONVENCIONAL OU 
VOLUNTÁRIA 
 
Decorre do negócio jurídico específico denominado "mandato". 
Conflito de interesses 
 
Desde que haja má-fé por parte do representante e do outro contratante, ou seja, desde que este 
saiba previamente (ou deva saber) do conflito, poderá ser anulado o negócio jurídico pelo representado. 
Contrato consigo mesmo 
 
Trata-se da hipótese em que a pessoa atua como representante de um lado e parte de outro → 
aliena (como representante) um bem ou direito a si mesmo (mas aqui como o outro polo contratante). Para 
esse negócio a regra é a proibição, salvo se permitido pela lei ou pelo próprio representado. 
 
 
 
 
Planos de análise do negócio jurídico 
 
Escada Ponteana (Pontes de Miranda): 
 
 
 
 
Invalidade do negócio jurídico 
 
Conceito 
 
Invalidade é a sanção que o direito estabelece para a prática do ato jurídico a que falte qualquer dos 
seus requisitos de validade. A invalidade compreende a nulidade e a anulabilidade. 
O ato inválido não se confunde com o ato inexistente ou o ato ineficaz: 
 
 
 
ATO INEXISTENTE 
Ato inexistente é aquele a que falta um dos pressupostos essenciais à sua 
formação, não chegando a constituir-se. É puro fato, sem existência legal. 
Se encontra no PLANO DA EXISTÊNCIA. 
 
ATO INEFICAZ 
Já a ineficácia é a impossibilidade de o negócio produzir efeitos. 
 
Se encontra no PLANO DA EFICÁCIA. 
 
Nulidade 
 
Conceito: é a sanção legal para os atos praticados sem os necessários requisitos, do que resulta a 
inidoneidade do ato para a produção dos efeitos que lhe são próprios. 
 
O negócio jurídico nulo não é suscetível de confirmação, nem convalesce pelo decurso do tempo. 
 
 
Hipóteses de nulidade: o negócio jurídico é nulo se ⤵ 
 
o Celebrado por pessoa absolutamente incapaz. 
o For ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto. 
o O motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito. 
o Não revestir a forma prescrita em lei. 
o For preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade. 
o Tiver por objetivo fraudar lei imperativa. 
o A lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção. 
o Negócio simulado. 
 
⬛» CONVERSÃO SUBSTANCIAL DO NEGÓCIO JURÍDICO ⬛» 
Se o negócio jurídico nulo contiver os requisitos de outro, subsistirá este quando o fim a que visavam 
as partes permitir supor que o teriam querido, se houvessem previsto a nulidade. 
Anulabilidade 
 
Conceito: trata-se de uma sanção mais branda que a nulidade. Objetiva a proteção aos interesses 
particulares. Por isso, o negócio anulável pode ser confirmado pelas partes, salvo direito de 3º, sendo que o 
ato de confirmação deve conter a substância do negócio celebrado e a vontade expressa de mantê-lo. 
Hipóteses de anulabilidade (além dos casos expressamente declarados na lei): 
 
o Incapacidade relativa do agente. 
o Vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores. 
 
 i ATENÇÃO i 
O menor, entre 16 e 18 anos, não pode, para eximir-se de uma obrigação, invocar a sua idade, se 
dolosamente a ocultou quando inquirido pela outra parte, ou se, no ato de obrigar-se, declarou-se maior. 
Ninguém pode reclamar o que, por uma obrigação anulada, pagou a um incapaz, se não provar que 
reverteu em proveito dele a importância paga. 
 
 
Quadro comparativo 
 
 
ANULABILIDADE NULIDADE 
Interesse privado (mera conveniência das partes.). Interesse público (ordem pública). 
 
Negócios realizados por relativamente incapaz ou 
eivados de algum vício do consentimento ou social. 
Negócios realizados sem observância dos requisitos 
essenciais ou quando ofenderem preceitos de ordem 
pública, que interessam à sociedade. 
Depende da provocação 
diretamente prejudicados. 
dos interessados Alegada por qualquer interessado em nome próprio ou 
por intermédio do MP. 
Pode ser suprida pelo juiz, a requerimento das partes, 
ou sanada pela confirmação. 
Não pode 
confirmação. 
ser suprida pelo juiz ou sanada pela 
Se a lei não estabelecer outro prazo, será de dois 
anos o prazo para pleitear-se a anulação. 
 
Não se valida com o decurso do tempo. 
• 4 anos: nas hipóteses do art. 178 do CC/2002. 
 
• 2 anos: quando a lei silenciar 
 
Imprescritível. 
Conservação do negócio jurídico 
 
A lei estabelecerá regras para que o juiz possa, no caso concreto, verificado o não atendimento de 
requisito de validade, evitar a aplicação da sanção de invalidade, preservando-se assim a vontade declarada ⤵ 
 
CONFIRMAÇÃO 
OU RATIFICAÇÃO 
Após a prática do negócio com causa de anulabilidade, a parte ou o seu assistente, de 
maneira expressa ou tácita, podem manifestar concordância com aquilo que foi praticado. 
 
REDUÇÃO 
Ocorre quando há a declaração de nulidade apenas da cláusula que tiver maculada, sendo, 
portanto, uma declaração parcial de invalidade do negócio. 
Normalmente, a revisão terá lugar quando as prestações estabelecidas forem 
REVISÃO desproporcionais. Tais cláusulas serão alteradas para que o negócio se mantenha, 
preservando assim o equilíbrio das prestações. 
CONVERSÃO 
SUBSTANCIAL 
A lei permite que se possa recategorizar o negócio jurídico a fim de que a vontade 
manifestada venha a se amoldar à exigência legal. 
 
 
 
 
Vícios do negócio jurídico 
 
Visão geral 
 
 
 
 
Vícios do consentimento (ouda vontade) 
 
Erro ou ignorância: ocorre quando a pessoa que declara a sua vontade se engana a respeito de um 
dos elementos essenciais do negócio jurídico. Se o erro for acidental (não essencial), o negócio não será 
anulado, cabendo apenas a única consequência de pagar perdas e danos. 
 
Assim, para que seja anulável o negócio jurídico em razão de erro ele deve ser SUBSTANCIAL ou se 
tratar de erro ESCUSÁVEL. 
Erro substancial (essencial) → faz com que o agente realize o negócio sem a exata percepção da 
realidade (caso tivesse o devido esclarecimento em relação ao erro, não o teria realizado). 
Hipóteses ⤵ 
 
 
ERRO QUANTO À NATUREZA DO NEGÓCIO JURÍDICO 
 
A pessoa erra em relação ao tipo de negócio jurídico que está realizando. 
 
Ex.: assinatura de contrato em que se acredita estar alugando uma casa, mas que, em seu texto, se 
verifica um contrato de compra e venda. 
Simulação 
Fraude contra credores 
Estado de perigo 
Lesão 
Coação 
Dolo 
NULIDADE 
ANULABILIDADE 
Erro 
 
 
 
 
VÍCIOS DO CONSENTIMENTO 
 
 
 
 
 
 
VÍCIOS SOCIAIS 
 
 
 
ERRO QUANTO AO OBJETO PRINCIPAL 
 
A pessoa acredita estar negociando uma coisa quando, na verdade, negocia outra. 
Ex.: realização da compra de lote de terreno diverso do pretendido. 
ERRO QUANTO A ALGUMA QUALIDADE ESSENCIAL DO OBJETO 
 
Quando o agente acredita que o objeto adquirido possui uma qualidade essencial que na verdade não 
possui, mas que é uma das razões que motivou a sua aquisição. 
Ex.: colchão que proporciona melhora na saúde, mas que não funciona. 
 
ERRO SOBRE A IDENTIDADE DA PESSOA 
 
Neste caso o erro incide sobre a pessoa a quem se refere a declaração de vontade. 
 
Ex.: a pessoa acredita estar negociando com A, quando na verdade, está contratando com B. 
ERRO SOBRE A QUALIDADE ESSENCIAL DA PESSOA 
Neste caso o erro incide não sobre a identidade da pessoa, mas sobre uma qualidade essencial desta. 
 
Ex.: a pessoa pode requerer a anulação de casamento porque tomou conhecimento que seu cônjuge 
é traficante de drogas. 
 
ERRO DE DIREITO 
 
No erro de Direito a pessoa desconhece a norma jurídica ou deu interpretação errada a ela quando 
da realização do negócio jurídico (flexibilização do art. 3º da LINDB). 
Ex.: aquisição de máquinas de bronzeamento que possuem o uso proibido pela legislação pátria. 
 
Erro escusável → é o que qualquer pessoa de inteligência normal poderia ter cometido. 
Nesse sentido, vejamos o que o enunciado 12 orienta: 
 
 
 
 
 
Dolo: ocorre quando uma TERCEIRA PESSOA, utilizando-se de fraude ou ardil (armadilha), faz com 
que o declarante se engane. O dolo acidental (não essencial) não enseja a anulação do negócio, sendo a 
questão resolvida no âmbito das perdas e danos. Entretanto, o dolo principal (essencial) vicia o negócio 
jurídico e faz com que ele possa ser anulado. 
 
DOLO PRINCIPAL 
É aquele que agiu como causa determinante da declaração de vontade, influenciando DIRETAMENTE 
na realização do negócio jurídico. 
Coação: ocorre quando alguém, seja por ato de violência (coação absoluta ou física) ou ato de 
constrição moral (coação relativa ou moral), ameaçar terceiro de dano iminente e considerável: 
o À sua pessoa. 
o À sua família. 
o Aos seus bens. 
Lesão: implica na manifestação volitiva em razão de premente necessidade ou inexperiência, cujo 
efeito é a assunção de prestação manifestamente desproporcional à prestação oposta. 
 
A diferença para o estado de perigo é que aqui NÃO precisa de dolo da contraparte, nem de 
prestação excessiva, apenas desproporcional. 
Estado de perigo: é quando alguém, premido de necessidade de se salvar ou a outra pessoa de 
grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação excessivamente onerosa. Assim: 
 
Quando existe risco de vida, é estado de perigo. 
Art. 38, CC → São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de 
vontade emanarem de erro substancial que poderia ser percebido por pessoa 
de diligência normal, em face das circunstâncias do negócio. 
Na sistemática do art. 138, é irrelevante ser ou não escusável o erro, porque o 
dispositivo adota o princípio da confiança. Desta forma, basta o erro de uma das 
partes para que o negócio possa ser anulado, tendo em vista o Princípio da 
Confiança e da boa-fé objetiva dos Contratos. 
 
 
 
 
ENUNCIADO 12 
 
I JORNADA DE DIREITO CIVIL 
 
 
Vícios sociais 
 
Fraude contra credores: quando o devedor insolvente, ou na iminência de torna-se tal, pratica atos 
suscetíveis de diminuir seu patrimônio, reduzindo garantia que este apresenta para resgate de suas dívidas. 
Para que seja possível a reversão deste quadro, existe a chamada Ação Pauliana ou Revocatória, 
que possui o objetivo de anular os atos fraudulentos cometidos pelo devedor no intuito de arruinar seu 
patrimônio para o não cumprimento das suas obrigações. Todavia, apenas os credores quirografários (ou 
os credores cuja garantia se tornou insuficiente), poderão ajuizar a mencionada ação. 
 
)yS CREDOR QUIROGRAFÁRIO (v 
É aquele que não possui uma garantia real e que deverá executar diretamente os bens que integram 
o patrimônio do devedor para que consiga o adimplemento do seu crédito. 
Simulação: trata-se de uma declaração enganosa da vontade, visando obtenção de resultado diverso 
da finalidade aparente, para iludir terceiros ou burlar a lei. Nesse caso, o negócio jurídico é NULO (e não 
anulável, como nos vícios anteriores). A simulação pode ocorrer de duas formas: 
 
 
 
 
 
Efeitos do negócio jurídico 
 
Introdução 
 
Todo negócio jurídico válido irradia efeitos. Entretanto, em razão da autonomia da vontade, esses 
efeitos (que se encontram no plano da eficácia) podem ser modificados pela inserção de elementos 
acidentais no negócio. São eles: a condição; o termo; e o modo ou encargo. 
Condição 
 
Considera-se condição a cláusula que, derivando exclusivamente da vontade das partes, subordina o 
efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto. 
Essa subordinação acarreta ora a suspensão (condição suspensiva), ora a resolução (condição 
resolutiva), ou seja, a extinção da eficácia negocial. Assim: 
 
CONDIÇÃO 
SUSPENSIVA 
Enquanto não se verificar, não se terá adquirido o direito a que ele visa. 
 
Trata-se apenas de um direito eventual, ou seja, uma expectativa de direito. 
 
 
CONDIÇÃO 
RESOLUTIVA 
Enquanto não se realizar, vigorará o negócio jurídico, podendo exercer-se 
desde a conclusão deste o direito por ele estabelecido. 
Sobrevindo a condição resolutiva, extingue-se, para todos os efeitos, o direito 
a que ela se opõe. 
Termo 
 
 
É o momento em que se começa ou se extingue a eficácia de um ato jurídico. 
 
Enquanto a condição é acontecimento futuro e incerto, o termo é futuro e certo. 
O Código Civil estabelece duas espécies de termo: 
o Termo inicial ou suspensivo: é o que fixa o momento em que a eficácia do negócio deve ter início. 
O fato de haver termo não significa que a parte ainda não adquiriu o direito, pelo contrário → já 
houve a aquisição, mas o exercício é diferido. Isto porque o "termo" é evento futuro, mas é certo. 
o Termo final ou resolutivo: é o que extingue o direito, fixando o momento de resolução do negócio. 
Sobre a contagem do prazo, vejamos a tabela a seguir: 
 
 
 
⬛_̌] CONTAGEM DO PRAZO ]̌_ ⬛ 
o Na contagem do prazo para o implemento do termo negocial, salvo disposição legal ou convencional 
em contrário, computam-se os prazos, excluído o dia do começo, e incluído o do vencimento. 
o Se o dia do vencimento cair em feriado, considerar-se-á prorrogado o prazo até o seguinte dia útil. 
o Os prazos em meses e anos expiram no dia de igual número do de início, ou no imediato, se faltar 
exata correspondência. 
o Os prazos fixados em hora contar-se-ão de minuto a minuto. 
 
Encargo ou modo 
 
É um ônus imposto a uma liberalidade (um ônus a que corresponde um bônus). Serve para impor 
uma obrigação ao favorecido, em benefício do instituidorou de terceiros (pode ser a coletividade, inclusive). 
Ex.: pessoa que doa determinada quantia para que o beneficiário construa um hospital. 
 
Resumindo.. . 
 
 
 
 
 
 
Resumindo.. . 
 
 
 
 
 
 
 
Introdução 
 
Prescrição e decadência são institutos que se relacionam com a perda do direito processual ou 
material, devido à inércia de seu titular. Assim, enquanto a prescrição consiste na perda do direito processual 
(perda do direito de ação), a decadência é a perda do direito material (perda do direito potestativo). 
Prescrição 
 
Conceito 
 
É a perda da pretensão do titular do direito violado. A pretensão é o poder de exigir uma conduta 
positiva ou negativa contra aquele que lhe viola um direito (poder de ingressar com ação judicial). 
O direito subjetivo não se extingue, o que se extingue é a pretensão (direito de ação). 
 
+": SE LIGA! +": 
Aplica-se às ações condenatórias → são as que objetivam obter uma prestação. 
 
Requisitos 
 
São requisitos da prescrição: 
 
o A violação do direito, com o nascimento da pretensão. 
o A inércia do titular. 
o O decurso do tempo fixado em lei. 
 
Prescrição intercorrente 
 
Configura-se a prescrição intercorrente quando o autor de processo já iniciado permanece inerte, 
de forma continuada e ininterrupta, durante lapso temporal suficiente para a perda da pretensão. 
 
+": ATUALIZAÇÃO – MP 1.085 DE 2021 +": 
A prescrição intercorrente observará o mesmo prazo de prescrição da pretensão, observadas as 
causas de impedimento, de suspensão e de interrupção da prescrição previstas no Código Civil e 
observado o disposto no CPC acerca da suspensão da execução. 
Da Prescrição e Decadência 
 
 
 
 
Prazos 
 
Não se admite o aumento ou diminuição dos prazos prescricionais por convenção entre as partes, 
considerando que se trata de uma matéria de ordem pública, sendo inalteráveis as disposições legais. 
O art. 205 estabelece o PRAZO GERAL de prescrição (10 anos) e o art. 206 trata dos PRAZOS 
ESPECIAIS (1, 2, 3, 4 ou 5 anos). Seguem os principais prazos especiais: 
 
2 ANOS A pretensão para haver prestações alimentares, a partir da data em que se vencerem. 
 
 
3 ANOS 
A pretensão de reparação civil por ato ilícito. 
A pretensão para haver o pagamento de título de crédito, a contar do vencimento. A 
pretensão relativa a aluguéis de prédios urbanos ou rústicos. 
4 ANOS A pretensão relativa à tutela, a contar da data da aprovação das contas. 
 
5 ANOS 
A pretensão pela cobrança de honorários. 
 
A pretensão de cobrança de dívidas líquidas constantes de instrumento público ou particular. 
Contagem: os prazos prescricionais começam a correr da data da violação do direito subjetivo. 
 
Imprescritibi lidade 
 
São imprescritíveis: 
 
o Direitos que protegem a personalidade. 
o Ações de estado da pessoa (ex.: investigação de paternidade). 
o Direito de família no que concerne questões de pensão alimentícia, vida conjugal, regime de bens. 
o Ações referentes aos bens públicos de qualquer natureza. 
o Ação que tenha por objeto reconhecimento de simulação de um negócio jurídico. 
o Ação para anular inscrição do nome empresarial feita com violação de lei ou do contrato. 
 
Impedimento e suspensão da prescrição 
 
Impedimento 
 
É o obstáculo ao curso do respectivo prazo, antes do seu início. O fato não permite que o prazo 
prescricional comece a correr. Assim, se o prazo ainda não começou, o obstáculo impede que ele comece. 
 
 
Suspensão 
 
Se, entretanto, o obstáculo surge após o prazo ter iniciado, dá-se a suspensão. Desse modo, a 
suspensão é a cessação temporária do curso do prazo prescricional sem prejuízo do tempo já decorrido. 
Cessando as causas, a prescrição continua a correr, aproveitando-se o tempo anteriormente decorrido. 
Hipóteses 
 
Não corre a prescrição (impedimento ou suspensão): 
 
o Entre os cônjuges, na constância da sociedade conjugal. 
o Entre ascendentes e descendentes, durante o poder familiar. 
o Entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores, durante a tutela ou curatela. 
o Contra os incapazes de que trata o art. 3º do CC/2002. 
o Contra os ausentes do País em serviço público da União, dos Estados ou dos Municípios . 
o Contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas, em tempo de guerra. 
o Pendendo condição suspensiva. 
o Não estando vencido o prazo. 
o Pendendo ação de evicção. 
 
Interrupção da prescrição 
 
É o fato que impede o fluxo normal do prazo, inutilizando o já decorrido (volta a correr por inteiro). 
 
A interrupção depende, em regra, de um comportamento ativo, diferentemente da suspensão, que 
decorre de certos fatos previstos na lei. 
A interrupção da prescrição somente poderá ocorrer uma única vez: 
 
o Por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citação, se o interessado a promover no 
prazo e na forma da lei processual. 
o Por protesto, nas condições do inciso antecedente. 
o Por protesto cambial. 
o Pela apresentação do título de crédito em juízo de inventário ou em concurso de credores. 
o Por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor. 
o Por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe reconhecimento do direito pelo devedor 
 
 
 
RESUMINDO 
o Nas causas impeditivas, o prazo nem começa a correr. 
o Nas causas suspensivas, o prazo começa a correr e para, voltando a correr pelo restante. 
o Nas causas interruptivas, o prazo começa a correr, é interrompido (zerado) e volta a correr por inteiro. 
 
Alegação 
 
A prescrição pode ser alegada a qualquer tempo, em qualquer grau de jurisdição pela parte a quem 
aproveita (parte que se beneficia.). Se o juiz perceber a possibilidade de a pretensão estar prescrita, deverá 
convocar as partes envolvidas para se manifestarem sobre tal fato. 
 
Renúncia 
 
A prescrição pode ser renunciada. A renúncia se dá ao prescribente que abre mão do direito de 
invocá-la. Pode ser expressa ou tácita. Porém, só terá validade após a prescrição se consumar (ou seja, 
após transcorrido o prazo legal) e desde que não cause prejuízo a terceiros. 
 
 
 
 
Decadência 
 
Introdução 
 
Ocorre quando o titular de um direito potestativo não o exercer dentro de determinados prazos, 
havendo a extinção desse poder (do próprio direito potestativo). 
 
DIREITO POTESTATIVO 
É o poder conferido pela lei ou pelo contrato para que um sujeito possa, unilateralmente, criar, modificar ou 
extinguir direitos na esfera alheia; a outra parte não poderá se opor ao exercício desse poder. 
 
":+ SE LIGA! ":+ 
Aplica-se às ações constitutivas → são para a criação, modificação ou extinção de um estado jurídico. 
 
Impedimento, interrupção e suspensão 
 
À decadência NÃO SE APLICAM as causas impeditivas, interruptivas ou suspensivas da prescrição. 
Exceções: 
o Não corre decadência contra os absolutamente incapazes. 
o Quando o consumidor reclama de um vício e fica no aguardo da resposta do fornecedor, não corre 
os prazos de 30 e 90 dias. 
 
Reconhecimento 
 
O juiz deve reconhecer a decadência de ofício, quando estabelecida por lei. 
 
Por outro lado, se a decadência for convencional, a parte a quem aproveita poderá alegar em 
qualquer grau de jurisdição, não podendo o juiz suprir a alegação. 
 
 
 
 
Prazos 
 
A contagem dos prazos decadenciais se dá quando do nascimento do próprio direito potestativo. Os 
prazos decadenciais mais cobrados em prova são: 
 
180 DIAS 
É anulável o negócio concluído pelo representante em conflito de interesses com o 
representado, se tal fato era ou devia ser do conhecimento de quem com aquele tratou. 
 
02 ANOS 
Quando a lei dispuser que determinado ato é anulável, sem estabelecer prazo para pleitear-se a 
anulação, será este de dois anos, a contar da data da conclusão do ato. 
Para o direito de anular a constituição de PJ de direito privado por defeito do ato. 
03 ANOS Para o direito de anular as decisões da PJ com administração coletiva, quando violarem

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