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RESENHA CRÍTICA – FILME: DIVÓRCIO O filme escolhido chama-se Divórcio, seu gênero mistura romance com comédia, foi produzido aqui no Brasil, ou seja, é um filme nacional, lançado no dia 21 de setembro de 2017, dirigido por Pedro Amorim. É composto pelo elenco: Camila Morgado, Murilo Benício, Luciana Paes, Thelmo Fernandes, André Mattos, Angela Dip, Cynthia Falabella, Bruna Tornarelli, Antônio Petrin, Lu Grimaldi, Robson Nunes, Gustavo Vaz. A obra retrata a história de um casal, Júlio e Noeli, que de início levava uma vida simples em Ribeirão Preto, interior de São Paulo e ficou rico com a venda de um molho produzido pela esposa, a partir desse momento o casamento toma um rumo diferente, já que com o passar do tempo a marca Juno fica famosa (o nome da marca surge com a junção do nome dos cônjuges) e o casal muda sua situação financeira radicalmente, passando a viver em mansão, ter carros de luxo e uma empresa para administrar. Imaginamos assim, uma vida perfeita de casamento! Mas não é bem assim. Apesar de ser uma linda história de superação (da pobreza a riqueza, juntos), o casamento vai à falência, após 20 anos, o casamento caiu na rotina (casa-empresa), o que fez com que fosse se desgastando. Tudo era motivo de briga para o casal, cada um já não suporta mais as manias do outro, que antes eram toleráveis. O estopim se dá quando o marido esquece a esposa dentro do carro que havia faltado gasolina e vai para casa, não voltando para ir buscá-la, sendo que esta se encontrava no meio de um milharal desértico, correndo risco de vida, pois lá havia animais silvestres (onças). Depois disso, Noeli pede o divórcio e começa- se a partir daí uma briga judicial. No começo o casal não quer brigar tanto pelos bens, mas com a “ajuda” dos melhores advogados que cada qual arrumou para si, essa briga passou a ser bem mais atiçada. Sendo assim, no decorrer da trama o casal discute por tudo, pela casa, pela empresa, pela guarda das filhas, ou seja, o divórcio litigioso restou instaurado, com direito a todas suas implicâncias (ir a festas, conhecer novas pessoas, riscar o carro do cônjuge, atear fogo nos sapatos preferidos do outro, etc). Pode ser notado que Júlio e Noeli ainda se amam, mas que de tanta coisa acumulada durante esses anos, o orgulho “falou” mais alto, impedindo qualquer tipo de conversa amigável, é uma verdadeira briga de “cão e gata”. A película retrata a realidade de muitos relacionamentos de forma cômica e leve, sendo que é algo bem sério, difícil e doloroso para um casal que está se divorciando ou que já passou por isso. Embora o título do filme nos diga, automaticamente, que houve um casamento e por isso buscam a separação, não foi o que aconteceu, pois passaram a conviver juntos após ela fugir do casamento arranjado, nesse caso deveriam ingressar com o pedido de reconhecimento de união estável, o qual está previsto o art. 1723, caput do Código Civil: “É reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher, configurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família”, e a divisão de bens que nesse caso seria o regime parcial de bens (se não houver um pacto antinupcial) que também é conhecido como regime legal ou supletivo. O filme mostra claramente que houve a tentativa de uma alienação parental na cena em que eles disputam com quem a filha mais nova está “junto” com quem, o qual está previsto na lei 12.318/06 CC em seu Art. 2o “Considera-se ato de alienação parental a interferência na formação psicológica da criança ou do adolescente promovida ou induzida por um dos genitores, pelos avós ou pelos que tenham a criança ou adolescente sob a sua autoridade, guarda ou vigilância para que repudie genitor ou que cause prejuízo ao estabelecimento ou à manutenção de vínculos com este”. Trazemos como exemplo uma jurisprudência exposta abaixo: APELAÇÃO: APL 2079598420108190001 RJ 0207959- 84.2010.8.19.0001 APELAÇÃO CÍVEL - GUARDA E REGULAMENTAÇÃO DE VISITAS - SENTENÇA QUE JULGOU PROCEDENTE O PEDIDO E CONCEDEU A GUARDA UNILATERAL AO AUTOR, ASSEGURANDO O DIREITO DE VISITAÇÃO, NECESSARIAMENTE ASSISTIDA, EM FAVOR DA MÃE. - AGRAVO DE INSTRUMENTO CONVERTIDO EM AGRAVO RETIDO QUE VISA O DESENTRANHAMENTO DE PROVA ANEXADA AOS AUT.. https://tj-rj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/139247239/apelacao-apl-2079598420108190001-rj-0207959-8420108190001?ref=topic_feed https://tj-rj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/139247239/apelacao-apl-2079598420108190001-rj-0207959-8420108190001?ref=topic_feed Há também a tentativa de briga pela guarda, este tem previsão no artigo 1583 do código civil em seu “§ 1o Compreende-se por guarda unilateral a atribuída a um só dos genitores ou a alguém que o substitua (art. 1.584, § 5o) e, por guarda compartilhada a responsabilização conjunta e o exercício de direitos e deveres do pai e da mãe que não vivam sob o mesmo teto, concernentes ao poder familiar dos filhos comuns”. No caso em questão é perceptível a briga pela guarda unilateral quando o pai leva as filhas para passear, tira foto para mostrar que eles têm juntos momentos de lazer, as enche de presentes, além de colocar câmeras em pontos estratégicos na tentativa de provar o quão ela é uma péssima mãe, no entanto ela pega no flagra, aproveitando assim da situação e passa a ter atitudes de mãe exemplar. Podemos exemplificar com uma jurisprudência abaixo: APELAÇÃO: APL 71567620038030001 AP CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. APELAÇAO. AÇAO DE GUARDA E RESPONSABILIDADE. GUARDA UNILATERAL. AUSÊNCIA DE BOAS RELAÇÕES DE CONVÍVIO ENTRE OS PAIS QUE INVIABILIZAM A GUARDA COMPARTILHADA. INTERESSE DO MENOR. MANUTENÇAO. 1) A guarda compartilhada,ex vidos arts. 1.583 e 1.584 do Código Civil, é medida excepcional que deve ser... Aqui se tem uma jurisprudência onde foram pedidos os dois artigos em uma só ação, ou seja, tanto o pedido de guarda e alienação parental: STJ - RECURSO ESPECIAL REsp 1654111 DF 2016/0330131-5 (STJ) Data de publicação: 29/08/2017 Ementa: RECURSO ESPECIAL. CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. FAMÍLIA. GUARDACOMPARTILHADA. MELHOR INTERESSE DO MENOR. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA Nº 7/STJ. ART. 1.584 , § 3º , DO CC/2002 . INTERESSE DA PROLE. SUPERVISÃO. DIREITO DE VISITAS.. IMPLEMENTAÇÃO. CONVIVÊNCIA COM O GENITOR. AMPLIAÇÃO. POSSIBILIDADE. ALIENAÇÃO PARENTAL. PRECLUSÃO. 1. A implementação da guarda compartilhada não se sujeita à transigência dos genitores. 2. As peculiariedades do caso concreto inviabilizam a implementação da guarda compartilhada em virtude da realização do princípio do melhor interesse da menor, que https://tj-ap.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/19377743/apelacao-apl-71567620038030001-ap?ref=topic_feed https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/493426878/recurso-especial-resp-1654111-df-2016-0330131-5 https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/493426878/recurso-especial-resp-1654111-df-2016-0330131-5 obstaculiza, a princípio, sua efetivação. 3. A verificação da procedência dos argumentos expendidos no recurso especial exigiria, por parte desta Corte, o reexame de matéria fática, o que é vedado pela Súmula nº 7/STJ. 4. Possibilidade de modificação do direito de visitas com o objetivo de ampliação do tempo de permanência do pai com a filha menor. 5. A tese relativa à alienação parentalencontra-se superada pela preclusão, conforme assentado pelo acórdão recorrido. 6. Recurso especial parcialmente provido. Encontrado em: Vistos e relatados estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Terceira Turma, por unanimidade, dar parcial provimento ao recurso especial, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Marco Aurélio Bellizze (Presidente), Moura Ribeiro e Paulo de Tarso Sanseverino votaram com o Sr. Ministro Relator. Impedida a Sra. Ministra Nancy Andrighi. T3 - TERCEIRA TURMA DJe 29/08/2017- 29/8/2017 RECURSO ESPECIAL REsp 1654111 DF 2016/0330131-5 (STJ) Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA Por fim, o casal acaba ficando junto, por reconhecerem a importância que cada qual possui, que ainda existe amor entre eles, ou seja, toda aquela briga na justiça poderia ter sido resolvida entre eles mesmos. Existe alguns pontos do filme que vale a pena a serem ressaltados. A narrativa é simples, não expõe nenhuma novidade, durante o desenrolar das cenas já era possível presumir o final, possui humor em alguns momentos. Poderia ter sido melhor aproveitado/explorado o papel dos coadjuvantes, exemplo: os advogados, as filhas, pois o enredo ficou muito centrado, apenas no casal. A sensação é que o filme começa como velocidade lenta e termina de forma bem mais rápida, como se não houvesse mais tempo ou recurso para fazer uma narrativa melhor, mais detalhada. O elenco é muito bom, pena que o roteiro não contribuiu para isso. O sotaque interiorano do casal ficou muito forçado, apenas dando ênfase ao “R”, sendo que no interior existe muitos outros sotaques além desse. É bem difícil para os atores cariocas imitarem um sotaque paulista, ou de qualquer outra região do País. Não limito apenas aos cariocas, é bem verdade que quando se pede para qualquer ator imitar um regionalismo de uma determinada região sem ser a deles, a chance disso dar certo é mínima. O que ressalto é que poderia ter tido mais pesquisa, mais preparo com relação a isso. Seria bom que eles tivessem passado mais tempo em Ribeirão Preto para conhecer bem melhor o lugar para observar os costumes da população, o ideal seria mínimo seis meses. Uma outra observação também em relação ao elenco, é que as filhas do casal não possuem o sotaque dos pais. Erro gravíssimo, pois como é que elas convivem com ambos e nem essa característica elas têm. Um detalhe que vale lembrar, ao público que não gosta de sertanejo, não assista esse filme, pois vai ter uma música que vai ser “chiclete” na cabeça: Evidências, dentre tanto outros detalhes que irão fazer lembrar o mundo caipira. Apesar de todas as criticas é um filme legal, bom de assistir, quem passou pela situação retratada de maneira caricaturada vai rir bastante ao lembrar (creio) e no mais recomendamos para todos os casais que assistam, pois apesar de humorístico é real, pois se trata de reconhecimento de união estável, alienação parental e guarda, temas previstos em Direito de Família. Referências: Data de Lançamento: 21 de setembro de 2017 Gênero: Romance, Comédia Nacionalidade: Brasil Direção: Pedro Amorim Elenco: Camila Morgado, Murilo Benício, Luciana Paes, Thelmo Fernandes, André Mattos, Angela Dip, Cynthia Falabella, Bruna Tornarelli, Antônio Petrin, Lu Grimaldi, Robson Nunes, Gustavo Vaz Link: http://filmesonlineseries.net/divorcio-nacional-hd-1/.Data:13/10/18 às 21:22 horas. link: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12318.htm Data: 20/11/2018 às 22:36. Link: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12318.htm Data: 20/11/2018 às 22:38. Link: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11698.htm Data: 20/11/2018 às 22:39. Link: https://www.jusbrasil.com.br/topicos/26833512/guarda-unilateral/jurisprudencia Data: 20/11/2018 às 22:46. Link: https://www.jusbrasil.com.br/topicos/26797097/alienacao-parental/jurisprudencia Data: 20/11/2018 às 22:50. Link:https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=guarda+compartilhada,+aliena%C3% A7%C3%A3o+parental,+direito+de+fam%C3%A Data: 20/11/18 às 22:54. http://filmesonlineseries.net/divorcio-nacional-hd-1/ http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12318.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12318.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11698.htm https://www.jusbrasil.com.br/topicos/26833512/guarda-unilateral/jurisprudencia https://www.jusbrasil.com.br/topicos/26797097/alienacao-parental/jurisprudencia STJ - RECURSO ESPECIAL REsp 1654111 DF 2016/0330131-5 (STJ)
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