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RACISMO E DEMOCRACIA RACIAL

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Curso: Direito Unidade: Ceilândia 1º sem./2020 
Disciplina: Antropologia Turma: Dir. 1AM Prof. Luciano Santana Lopes 
Aluno (a): Thaís Oliveira de Paula 
 
 
 
RACISMO E DEMOCRACIA RACIAL 
 
 
O racismo é a crença de que existem raças naturalmente hierarquizadas pela 
relação intrínseca entre as características físicas, morais, intelectuais e culturais dos 
indivíduos. No Brasil, as causas do racismo estão associadas a diversos fatores, 
dentre eles, pode-se destacar a escravidão que não se preocupou em inserir os 
escravos recém libertados na sociedade, resultando em um sistema de 
marginalização que perdura até os dias atuais. 
 
Vale destacar que ao analisar a situação por um prisma estritamente histórico, 
verifica-se que as diferenças raciais alteraram direitos e papéis sociais, isto é, o 
fenótipo branco sempre foi enaltecido e hierarquizado ao passo que o negro era 
subjugado enquanto exercia a posição de subordinado. 
 
Soma-se a isso o fato de que é indubitável que a escravidão foi crucial para a 
consolidação do racismo, visto que os europeus externavam total desprezo pelos 
negros, apesar de toda riqueza que deles tiravam. Diante da necessidade de 
explorar essa mão de obra e manter a dominação por sua vantagem econômica, 
muitos defensores do sistema colonial recorreram não somente a força bruta, mas 
também a difamação, denegrindo a personalidade moral e intelectual desses 
indivíduos. 
 
Todavia, cabe ressaltar que mesmo após a abolição, a escravidão deixou raízes 
profundas que estão intrinsecamente permeadas no corpo social. Com efeito, o 
Brasil desarticulou todos os mecanismos capazes de tornar o negro cidadão, pois 
cessou os direitos que qualquer indivíduo inserido em determinada sociedade 
possui. Dessa forma, na história da população negra não houve acesso aos direitos 
básicos como a educação, trabalho, moradia e lazer, o que foi delegado aos 
imigrantes europeus como tentativa de embranquecer e civilizar o povo brasileiro. 
 
Com isso, no país, essas formas de cerceamento foram motivadas por um padrão 
estético e social da “cor branca”, que representa o ideal de sociabilidade e 
estruturação de uma comunidade civilizada. Dessa maneira, compreende-se que as 
inúmeras formas de discriminação racial estão profundamente relacionadas às 
diferenças físicas de cada um. Sendo assim, depurar a cor negra e tornar a cor 
branca dominante foi o principal objetivo da época. 
 
À vista disso, entende-se que as raízes desse processo histórico permanecem 
presentes na sociedade hodierna. Dessa forma, pode-se exemplificar, os dados 
divulgados pelo Atlas da Violência de 2017, o qual revela que a cada 100 vítimas de 
homicídio no Brasil, 71 são negras. Ainda cabe ressaltar que, segundo o mesmo 
órgão, em 2015, dos quase 10 milhões de desempregados acima dos 16 anos, cerca 
de 2,7 milhões eram homens negros e 3,1 milhões eram mulheres negras, 
totalizando quase 6 milhões de desempregados. 
 
Além disso, segundo o Laboratório de Cultura e Estudos Afro - Brasileiros a partir da 
década de 1930 surge um movimento que redefine as relações étnicas raciais no 
campo teórico, a partir da ótica da cordialidade e da harmonia entre negros e 
brancos. Todavia, essa suposta cordialidade entendida como ausência de conflitos e 
desigualdades étnicas foi definida como democracia racial. Sob essa conjectura, a 
população negra já não representa mais a causa do atraso ou a degradação da 
civilidade. 
 
Portanto, é irrefutável que a ideia de uma suposta democracia racial ao ser 
transposta para a ralidade é inexistente, uma vez que a crença de que não há 
racismo no Brasil diverge das estatísticas que comprovam a inexistência dessa 
equidade. Diante disso, dados divulgados pelo Portal da Propaganda do IBGE 
apontam que 82,6% dos negros afirmam que a cor da pele influencia nas 
oportunidades de trabalho. Ademais, o portal afirma que os profissionais negros 
ganham em média 36% menos que os brancos e ocupam apenas 18% dos cargos 
de elite, sendo 60,6% desempregados. 
 
Por conseguinte, é notório que o racismo institucional se manifesta quando as 
instituições selecionam seus funcionários com base em critérios físicos e biológicos, 
privando-os de oportunidades profissionais. Logo, afirmar a existência de uma 
democracia racial, no Brasil, é uma ideia inconstitucional que viola o princípio da 
dignidade humana.

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