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CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA FACULDADE DE TECNOLOGIA DE LINS PROF. ANTONIO SEABRA CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM LOGÍSTICA xxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxx APL – INDUSTRIA CALÇADISTA DE JAÚ LINS/SP 1º SEMESTRE/2019 CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA FACULDADE DE TECNOLOGIA DE LINS PROF. ANTONIO SEABRA CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM LOGÍSTICA xxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxx APL – INDUSTRIA CALÇADISTA DE JAÚ Trabalho de Projeto Interdisciplinar apresentado à Faculdade de Tecnologia de Lins Prof. Antônio Seabra, para obtenção do Título de Tecnólogos em Logística. Orientador: Prof. Dr. LINS/SP 1º SEMESTRE/2019 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................. 4 2 ARRANJO PRODUTIVO LOCAL – APL ........................... 5 3 ARRANJO PRODUTIVO LOCAL – JAÚ SP ..................... 6 3.1 HISTÓRIA E CRIAÇÃO DA APL JAÚ ........................................ 6 3.2 CARACTERÍSTICAS DAS EMPRESAS DA APL JAU ............... 7 4 CADEIA PRODUTIVA APL JAU ....................................... 9 4.1 PECUARIA E CORTE .............................................................. 10 4.2 FRIGORIFICOS ........................................................................ 10 4.3 COURO .................................................................................... 10 4.4 MAQUINAS E EQUIPAMENTOS ............................................. 11 4.5 COMPONTES PARA OS CALCADOS ..................................... 11 4.6 PROCESSO PRODUTIVO DE CALÇADOS ............................ 11 5 LOCALIZAÇÃO E OPORTUNIDADES DA APL JAU ...... 12 6 CONCLUSÃO ................................................................ 13 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................... 14 4 1 INTRODUÇÃO Segundo Vidigal e Campos (2011) no Brasil, instituições públicas, destacadamente as universidades, destinado grandes esforços em estudos com vistas à identificação e caracterização de Arranjos Produtivos Locais (APLs) em todo o país. Esses estudos possibilitam a abertura de discussões relativas a políticas de apoio, públicas ou privadas, que favorecem as várias atividades industriais que apresentam características de aglomeração produtiva. Ainda segundo Vidigal e Campos (2011) as APL tratam-se de aglomerações de empresas onde pode se verificar especialização setorial e uma trajetória histórica de construção de identidade local em torno de uma atividade produtiva. A partir desse ambiente local, passam a existir maior integração, cooperação e, principalmente, confiança entre os agentes os quais, portanto, tornamse mais propícios à construção de formatos organizacionais com características de um arranjo produtivo local. Em Sebrae (2009) vemos que as empresas dos APLs mantêm vínculos de articulação, interação, cooperação e aprendizagem entre si, contando também com apoio de instituições locais como Governo, associações empresariais, instituições de crédito, ensino e pesquisa. No Arranjo Produtivo Local o grupo de empresas também tem objetivos comuns e um comitê gestor, que acompanha um plano de trabalho estabelecido pelo grupo. Ainda em Sebrae (2009) os APLs são difundidos em tudo o mundo, mas é na Europa que eles têm a maior difusão: somente na Itália são 145, com 212.500 empresas e representando 27% do PIB, 42% dos empregos e 47% das exportações. Para Vidigal e Campos (2011) a concentração de empresas da indústria calçadista em algumas regiões do Brasil despertou o interesse de pesquisadores que, a partir de suas observações, as enquadraram na condição de Arranjo Produtivo Local. Essa classificação, com base em um novo formato de organização industrial, pressupõe que essas aglomerações produtivas apresentariam um desenvolvimento superior em comparação com outras em diferentes condições. O objetivo do presente estudo é conhecer melhor esse formato aglomerado de industrias que forma o arranjo, suas características principais, vantagens e desvantagens e identificar os principais elementos constituintes do Arranjo Produtivo Local (APL) especializado na fabricação de calçados femininos de Jaú e região, conjunto de município localizados na parte central do Estado de São Paulo. 5 2 ARRANJO PRODUTIVO LOCAL – APL Em Economia (2018) vemos que Arranjos Produtivos Locais (APLs) são aglomerações de empresas e empreendimentos, localizados em um mesmo território, que apresentam especialização produtiva, algum tipo de governança e mantêm vínculos de articulação, interação, cooperação e aprendizagem entre si e com outros atores locais, tais como: governo, associações empresariais, instituições de crédito, ensino e pesquisa. Vidigal e Campos (2011) comentam que abordagem acerca de arranjos produtivos locais teve sua origem nos estudos sobre os Distritos Industriais da Inglaterra no século XIX conduzidos por Alfred Marshall, quando este evidencia os motivos pelos quais ocorreu a concentração de firmas naquele país. As vantagens proporcionadas pela concentração geográfica às firmas de determinada indústria foram destacadas por Marshall (1982). A localização apropriada propicia avanços na divisão do trabalho e, então, essa especialização resulta num mercado de mão-de-obra local mais dinâmico, efeito observado também na produção de insumos e bens intermediários. A proximidade geográfica, a especialização da mão-de-obra e o maior dinamismo também em outros mercados ligados ao processo produtivo, possibilitam a geração de economias externas aos produtores locais e consequentes ganhos de escala provenientes da redução nos custos de produção. Assim, a proximidade geográfica parece ser o ponto de partida para analisar as novas formas de organização das firmas. Nessas localidades industriais ocorre um dinamismo nos mercados, tanto de mão-de-obra quanto de insumos. No que se refere ao mercado de trabalho, observa-se que a indústria local fornece um mercado para mão-de-obra especializada dotada de habilidades especiais e patrões à procura de operários capacitados. Além disso, a profissão especializada possibilita ganhos de aprendizagem. As técnicas e métodos de produção são difundidos e melhorados. Uma ideia torna-se fonte de outras ideias novas. “Os segredos da profissão deixam de ser segredos, e, por assim dizer, ficam soltos no ar, de modo que as crianças absorvem inconscientemente grande número deles” (MARSHALL, 1982). Exemplo disso é a interação das firmas com seus consumidores, fornecedores, seus contratados, competidores, bem como com organizações tais como universidades, laboratórios, institutos de pesquisa, agências governamentais, consultores, agências de fomento, e outros. Vidigal e Campos (2011) destacam que os governos, em seus vários níveis, também têm cada vez mais focalizado o local como objeto de políticas públicas, em parceria com agentes privados, visando melhores condições para o crescimento econômico desse. Além disso, os governantes também têm estabelecido políticas de atração de investimentos e desenvolvimento tecnológico, a fim de favorecer o aumento do emprego e da geração de renda. Em síntese, são várias medidas que objetivam elevação da competitividade das empresas em arranjos produtivos locais. Essas atuações públicas e privadas, com foco local, uma vez obtendo sucesso e se expandindo, tendem a atenuar os problemas regionais de baixo dinamismo da economia, desemprego e atraso tecnológico. 6 3 ARRANJO PRODUTIVO LOCAL – JAÚ SP Fuini (2013) destaca que o município de Jaú abriga uma concentração de empresas produtoras de calçados femininos com especializaçãoem produtos feitos em couro, além de empresas fornecedoras da cadeia de suprimentos, instituições de ensino, de apoio técnico e financeiro entre outras empresas que caracterizam um Arranjo Produtivo Local (APL). O APL de couro e calçados de Jaú é formado por Jaú, segundo maior produtor de calçados do Estado de São Paulo, e mais nove municípios de pequeno porte em seu entorno e que possuem elos da cadeia calçadista em seu território (produção final e/ou fornecimento de insumos da cadeia produtiva). A principal concentração industrial, de infraestrutura e de serviços especializados da região dessa região se concentra em Jaú. (FUINI, 2013) De acordo com Sindicalçados (2019) atualmente o APL é formado por aproximadamente 650 estabelecimentos formais, na qual ao menos 150 são empresas fabricantes de calçados femininos, além de empresas fabricantes de partes e componentes, bancas de prestação de serviços e empresas de artefatos de couro. Possui 2 shoppings com 180 lojas de calçados. A capacidade de produção do APL é de aproximadamente 130 mil pares por dia, com possibilidade de aumento em 30%. 3.1 HISTÓRIA E CRIAÇÃO DA APL JAÚ A atividade de calçados iniciou-se na região de Jaú, quando os imigrantes italianos, bons artesãos, que trabalhavam nas lavouras, começaram a produzir sapatões (estilo de sapato fabricado nos anos 50) e botinas rústicas de couro para venderem aos viajantes e à comunidade local. Isso ocorreu no início do século XIX, quando a produção era especialmente de sandálias, sapatões e botinas rústicas de couro com solado de borracha em estilo campestre, que caracterizava a modelagem desenvolvida para o dia-a-dia dos trabalhadores nas lavouras (JORNAL COMÉRCIO DE JAÚ, 1985). Da aptidão de fazer sapatos nasceu a principal característica dos produtos fabricados na região de Jaú, que atualmente é composta por aproximadamente 220 micro e pequenas empresas de calçados, representando 43% dos empregos gerados no município e 65% da economia loca, com quase 10 mil empregados diretos e indiretos, o que sugere ser o principal setor econômico da cidade. (SINDICALÇADOS, 2000). De acordo com Sindicalçados (2019) o desenvolvimento do setor de calçados em Jaú é atribuído à visão de artesãos, que começaram a ensinar o ofício de sapateiro a jovens interessados, que perceberam uma oportunidade de trabalho. Essa disseminação de conhecimento desencadeou o surgimento de pequenas oficinas de fabricação de calçados no final da década de 30. Sindicalçados (2019) relata ainda que a maioria dos empresários locais atribui à região do Rio Grande do Sul, a responsabilidade pelo crescimento do setor em Jaú 7 no início da década de 90, quando as empresas do Vale dos Sinos começaram a exportar sua produção quase em totalidade, deixando brechas no mercado interno que possibilitaram a entrada dos produtos jauenses, contribuindo para o desenvolvimento das indústrias. Para Lorenzon (2004) a posição geográfica de Jaú apresenta fácil acesso aos grandes centros consumidores, o que também ofereceu vantagens comerciais para as empresas de Jaú abastecerem os dois maiores mercados nacionais, que são: a Cidade de São Paulo (primeiro no ranking do consumo nacional) e o interior do Estado de São Paulo (segundo no ranking do consumo nacional). O foco de mercado para as indústrias de calçados de Jaú continua sendo aquele que compra em pequena escala uma variedade de produto, como foi durante todos os anos de sua existência, porém começam a despontar indústrias com interesse na produção de escala, principalmente de material sintético, o que tem despertado outros interesses no setor, resultando na união de algumas indústrias para abertura de mercados de escala que vem sendo trabalhada pelo sindicato patronal com auxílio de outras entidades importantes para o setor calçadista, desde 2003. 3.2 CARACTERÍSTICAS DAS EMPRESAS DA APL JAU As características das indústrias do APL de Jaú são predominantemente de pequenas empresas. Porém a transposição de média para grande empresa, categorização essa que leva em conta a capacidade de produção, é muito comum. O aumento de produção salta através de escalas consideradas no número de esteiras24 produtivas padronizadas. Ou seja, investimentos modestos ligados à ampliação no número de esteiras permitem aumentar a produção. Segundo Alves (2006) no APL de Jaú, o processo produtivo das pequenas, médias e grandes empresas é diferente. As grandes e as médias empresas produzem em série, onde a produção é dividida em etapas. Na maioria das pequenas empresas a produção é tipicamente artesanal, com o uso de poucas máquinas. No APL de Jaú, 75% da produção é de calçados de couro. Das matérias primas (couro) utilizadas na produção do calçado feminino de Jaú, 60% são provenientes de outras localidades, apesar de existirem na região capacidade produtiva instalada para fornecer couro para todas as indústrias. Os próprios empresários e dirigentes industriais adotam como estratégia a diversificação dos fornecedores de matéria-prima (OLIVEIRA, 1999). Segundo Lorenzon (2004) o dinamismo das empresas de calçados de Jaú é impulsionado pela tarefa de acompanhar as tendências da moda feminina e transformá-la em calçados muito rapidamente para inserção no mercado. Isso ocorre, pelo menos, quatro vezes durante um ano, através dos lançamentos de coleções em cada estação climática, como é na moda têxtil. De acordo com LORENZON (2004) em Jaú, as empresas subcontratam mão-de-obra em grande parte da produção, como uma estratégia para redução de custos, assim, as etapas de corte, pesponto e enfachetamento de salto, são realizadas fora das empresas nas denominadas bancas ou serviços terceirizados. Porém, devido às dificuldades encontradas na regularização da situação de contrato com esses prestadores de serviço, pressionadas pelo Ministério do Trabalho, a maioria das empresas está adaptando seus espaços e trazendo parte destas etapas, de corte e pesponto, para dentro da estrutura da empresa. 8 Estrutura da indústria: Figura 1 – Estrutura da Industria Fonte: Lorenzon, 2005 Porte das empresas (Indústrias de calçados): Figura 2 – Porte das empresas calçadistas Fonte: Lorenzon, 2005 O processo produtivo não se diferencia nas empresas de calçados, porém as empresas de Jaú têm como característica muita flexibilidade em sua produção de calçados, que mantém como diferencial competitivo para atender nichos de mercado específicos, que compram em pequenos lotes uma grande variedade de produtos. Outra característica marcante das empresas de Jaú é o seu departamento de modelagem que também gerencia a produção, ou seja, na maioria das empresas o modelista que é quem desenvolve o modelo dos calçados, acaba sendo responsável pela linha de produção do mesmo. No geral as empresas não possuem departamentos de vendas, muitas porque mantêm uma carteira de compradores fidedignos, ou porque a comercialização se dá por meio de representantes em pontos estratégicos de distribuição do produto. Assim, a primeira atividade na empresa é realizar a compra dos insumos e preparar as fôrmas que darão forma ao modelo. Segundo o IPT (2004) em 2002, o setor calçadista de Jaú chegou a representar 2% no total das exportações brasileiras com US$ 2.116.800, com um faturamento anual de R$ 226.800.000. Ainda segundo IPT (2004) o preço médio dos calçados no mercado interno varia entre R$ 15 e 29, enquanto que no mercado externo é de US$ 8 a 15. Os clientes são caracterizados por lojistas com mais de um ponto de venda, além de shoppings e grandes atacadistas, que compram diretamente da indústria, ou por intermédio de representantes. A participação de Jaú na produção e exportação de calçados, no Estado de São Paulo e no Brasil, pode ser observada no quadro abaixo. 9 4 CADEIA PRODUTIVA APL JAU Segundo Alves (2006) o calçado femininodo APL de Jaú necessita de grande diversidade criativa na manutenção de um produto atualizado, para atingir o segmento de mercado em que atuam e possuir preços baixos para os compradores, visto que quase todas as pequenas e médias empresas competem pelo mercado popular. Ainda segundo Alves (2006) Várias empresas da cadeia produtiva calçadista montaram escritórios de representação no APL de Jaú, buscando facilitar o fornecimento de matéria prima e componentes. A produção do APL de Jaú tem uma capacidade instalada de aproximadamente 100.000 pares por dia e não permite que grandes produtores de matérias-primas instalem filiais e fábricas no Município. FIGURA 04 - A CADEIA PRODUTIVA DO CALÇADO DE COURO FONTE: FENSTERSEIFER E GOMES (1995, APUD CONTADOR JR, 2003, P.95) 10 Segundo Fensterseifer e Gomes (1995, apud Contador Jr, 2004, p.95), a configuração mais comum do fluxo produtivo, o couro salgado é fornecido pelos frigoríficos aos curtumes, que podem processá-lo totalmente (couros acabados) ou parcialmente (wet blue ou semiacabados - crust.). Para Alves (2006) a cadeia produtiva é composta por um significativo número de empresas, compreendendo uma enorme heterogeneidade em suas estruturas e em seus processos produtivos. A cadeia produtiva confere ao setor a capacidade de atualização tecnológica, mesmo com a predominância de pequenas empresas, que isoladamente não teriam condições de promover a capacitação tecnológica necessária para fazer face à concorrência internacional. 4.1 PECUARIA E CORTE Alves (2006) destaca que as diferentes sistemas de criação podem resultar em peles de qualidades distintas, impondo restrições ao processamento do couro e de seus derivados. 4.2 FRIGORIFICOS Para Alves (2006) o crescimento da produção pecuária no Centro-Oeste tem levado à instalação de frigoríficos nessa região. Uma importante consequência desse movimento para a cadeia de couro e calçados é a tendência do abate e, portanto, da produção de couro, apresentar um padrão de localização semelhante ao do rebanho bovino. Alves (2006) relata que outra tendência relevante é a incorporação do primeiro estágio de processamento do couro em frigoríficos de maior porte, que passam a ofertar o couro diretamente a curtumes acabadores. A produção de couro pelo frigorífico (Wet Blue) representa ganhos de competitividade (redução da cumulatividade dos tributos em cascata) e impõe melhoria de qualidade à montante da cadeia (valoriza a qualidade do couro). 4.3 COURO Segundo Alves (2006) A indústria brasileira de couro é constituída por cerca de 805 estabelecimentos, dos quais 80% podem ser classificados como pequenas empresas. Basicamente, os curtumes podem ser caracterizados de acordo com sua etapa de processamento do couro. Ainda segundo Alves (2006) A produção brasileira de couro está concentrada nas regiões Sul e Sudeste, que juntas são responsáveis por cerca de 72% do total de couros. Cabe ressaltar que os principais estados produtores são Rio Grande do Sul com 23,5%, São Paulo com 23%, Paraná com 12% e Minas Gerais com 10%. Alves (2006) relata que no Município de Jaú estão instalados três curtumes, e em Bocaina (12 Km de Jaú) mais 4 curtumes. O processo de produção da maioria dos curtumes localizados em Bocaina são rudimentares, ou seja, com utilização de máquinas e tecnologia defasada, falta de estrutura empresarial e profissionalizada, há poucos investimentos voltados para a incorporação de inovações tecnológicas, de suporte técnico e centros tecnológicos ligados ao setor. Em Jaú os curtumes são mais estruturados. 11 4.4 MAQUINAS E EQUIPAMENTOS Segundo Alves (2006) a indústria de máquinas e equipamentos para couro, calçados e afins é composta por 113 empresas, em sua maioria de pequeno e médio porte. Essa indústria é geograficamente concentrada no Rio Grande do Sul, que abriga 85% das empresas. O setor surgiu para suprir as necessidades da indústria coureiro-calçadista e, embora haja necessidade de atualização tecnológica, vem sendo capaz de exportar para importantes mercados como os EUA, a Alemanha, o Japão e a China. 4.5 COMPONTES PARA OS CALCADOS Alves (2006) destaca que a indústria brasileira de componentes para couro e calçados é composta por cerca de 946 empresas, subdivididas em nove setores, dentro das quais encontram-se classificados mais de 1.400 produtos. Segundo Alves (2006) a Região Sul emprega mais da metade da mão-de-obra da indústria de componentes, em virtude da grande concentração de indústrias no Vale do Sinos e das técnicas de produção voltadas para segmentos de mercado. Entretanto, as estratégias de relocalização da indústria de calçados durante a década de 90, afetaram também as decisões de localização da indústria de componentes. Desse modo, há um movimento embrionário de deslocamento para as principais regiões produtoras do Nordeste. 4.6 PROCESSO PRODUTIVO DE CALÇADOS A Figura a seguir, mostra as etapas do processo produtivo de calçados e os setores fornecedores. Estes tornam disponível uma gama enorme de materiais e proporcionam opção de escolha muito grande no desenvolvimento de calçados. FONTE: CONTADOR JR (2004, P. 94). ELABORADO DE FENSTERSEIFER E GOMES (1995). 12 5 LOCALIZAÇÃO E OPORTUNIDADES DA APL JAU Quanto às oportunidades específicas do APL de calçados femininos de Jaú, segundo pesquisas desenvolvidas pelo Sebrae e Sindicalçados são: a) Flexibilidade de adaptar-se às tendências de modelagem; b) Proximidade com o maior centro consumidor da América do Sul – São Paulo; c) Facilidades no escoamento da produção (localizada no centro geográfico do estado); d) Preocupação de várias instituições e empresas em implementar condições para a capacitação da mão-de-obra, visando melhorar a qualificação dos recursos humanos disponíveis; e) Facilidade para controlar a qualidade de materiais e produtos acabados por meio do Laboratório – Físico/Mecânico do SENAI local; f) Possui um parque fabril relativamente avançado, onde muitas empresas – as maiores, possuem equipamentos de última geração; g) Crescente interesse pelos empresários em atualizarem-se em relação aos novos processos e produtos, por meio das instituições públicas ou privadas (Sindicato, CIESP, SENAI, SEBRAE, CTCCA), h) capacitação profissional por meio de cursos de pós-graduação e cursos de empreendedorismo; i) Divulgar seus produtos em feiras do segmento de calçados, feira do próprio APL (JAUEXPO), com duas edições anuais, e também em outras feiras nacionais: COUROMODA e FRANCAL. (Fensterseifer e Gomes, 1995). Alves (2006) relata que quanto a localização privilegiada para a APL, empresas e agencias ligadas ao governo dedicaram esforços a melhoria da APL jau justamente devido a posicionamento geográfico da cidade. Como exemplo disso é a criação do SENAI jau. Segundo Alves (2006) a presença do SENAI-SP em Jaú data do início da década de 80, quando um projeto de pequena dimensão foi estabelecido, a partir de convênio firmado 124 com a Prefeitura local. No entanto, foi apenas em 2002 que o Centro de Treinamento SENAI - Jaú, em parceria com a Prefeitura Municipal, recebeu investimentos da ordem R$ 2,1 milhões, com a proposta de se tornar uma forte referência na formação de mão-de-obra para o segmento. Para Alves (2006) existem maquinários de ponta, oficinas integradas, laboratórios que seguem os padrões adotados pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normatização e Qualidade Industrial (INMETRO), e uma equipe de 35 colaboradores que inclui docentes com nível técnico. No caso do núcleo couro-calçadista, dimensionou-se aspectos de toda a linha produtiva. O resultado é um espaço delineado no formato de células de trabalho, que começa pelo departamento de concepção e design e vai até o espaço destinado a ensaios físicos e mecânicos de produtos, passando pelo corte, preparação, pesponto e montagem.Ainda segundo Alves (2006) Esses investimentos foram feitos justamente devido a estrutura da cidade e da região a qual ocupa, com localização privilegiada para escoamento da produção e chegada da matéria prima, além de mão de obra qualificada e incentivos concedidos pelo governo do estado e município. 13 6 CONCLUSÃO 14 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALVES, Marcia Cristina. ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS: O CASO DAS INDÚSTRIAS DE CALÇADOS FEMININOS DE JAÚ. 2006. 253 f. Tese (Doutorado) - Curso de Programa de PÓs GraduaÇÃo em Engenharia de ProduÇÃo, Universidade Metodista de Piracicaba, Santa BÁrbara D’oeste, 2006. Cap. 6. CONTADOR JR., O. (2004). Tecnologia e proteção ambiental nas indústrias do couro e calçados na região de Jaú – SP. Dissertação (Mestrado) – Universidade de Araraquara, Centro universitário de Araraquara, Araraquara, 2004. ECONOMIA, Ministério da. Conceito de Arranjo Produtivo Local: APL. 2018. Disponível em: <http://www.mdic.gov.br/index.php/competitividade-industrial/arranjos-produtivos-locais>. Acesso em: 19 mar. 2019. FENSTERSEIFER, J.E. et al. (1995). O Complexo calçadista em perspectiva: tecnologi a e competitividade. Porto Alegre: Ortiz. FUINI, Lucas Labigalini. TERRITÓRIO E DESENVOLVIMENTO EM JAÚ - SÃO PAULO: ARRANJO PRODUTIVO LOCAL, ATORES E GOVERNANÇA. Desenvolvimento Regional, Santa Cruz do Sul, v. 1, n. 1, p.1-56, set. 2013. Disponível em: <https://www.unisc.br/site/sidr/2013/Textos/45-2.pdf>. Acesso em: 19 mar. 2019. IPT. Instituto de pesquisas tecnologicas. 2019. Disponível em: <https://www.ipt.br/>. Acesso em: 21 mar. 2019. LORENZON, E. J. Caracterização e classificação do cluster de calçados femininos do município de Jaú/SP São Carlos. UFSCar, 2005. Dissertação (Mestrado) -- Universidade Federal de São Carlos, 2005. MARSHALL, A. Princípios de Economia: tratado introdutório. São Paulo: Abril Cultural, 1982. v. I, p. 231-238. OLIVEIRA, A.M.R. (1999). Análise da estrutura produtiva do pólo calçadista do município de Jaú: suas implicações sócio-econômicas e espaciais. Dissertação (Mestrado) – Universidade Estadual Paulista, Rio Claro, 1999. SEBRAE, Mundo. O que é um APL? 2009. Disponível em: <https://mundosebrae.wordpress. com/2009/09/11/o-que-e-um-apl/>. Acesso em: 19 mar. 2019. SINDICALÇADOS. SINDICALÇADOS: Sindicato da Indústria de Calçados de Jaú. 2019. 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