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MECANISMO DE AGRESSÃO E DEFESA Daniele M. Maciel DOENÇAS AUTOIMUNES É uma doença causada pelo reconhecimento de antígenos próprios gerando uma resposta autoimune que resultam em reações de hipersensibilidade. TOLERÂNCIA IMUNOGÊNICOS LINFÓCITO T TOLERÂNCIA CENTRAL TOLERÂNCIA PERIFÉRICA AUTOIMUNIDADE Uma das principais característica do nosso organismo é a capacidade de diversificar o que é próprio e o que é não próprio, fazendo com que o sistema imune não responda a antígenos próprios. O que é autoimunidade? É a falha na tolerância imunológica sendo uma resposta imune específica contra antígenos próprios. É a não responsividade do sistema imune a determinados antígenos, sendo eles chamados de tolerogenos (antígenos próprios). São caracterizados antígenos estranhos. Qual é a diferença entre antígenos próprios (tolerogênicos) e antígenos estranhos (imunogênicos)? Em primeiro é a persistência, o próprio vive no organismo há muito tempo e estão presentes nos órgãos geradores, que estão formando novos linfócitos tendo então um mecanismo de controle para aqueles que reagem contra o próprio sistema do organismo. Existe uma célula que é o precursor linfóide, que é a célula que dá origem aos linfócitos imaturos na medula óssea, os linfócitos T são maturados no timo e o B na própria medula óssea. Quando ele amadurece ele é apresentado a uma grande quantidade de antígenos próprios, recebendo um sinal podendo sofrer apoptose, passando por um processo de deleção de forma, ocorrendo também a mudança de seus receptores de superfície de forma que ele não mais reconheça o antígeno próprio mas sim os estranhos, sendo liberados pelo órgão gerador e por fim ele pode se transformar em um linfócito T regulador. Porém alguns linfócitos tem a capacidade de amadurecer e ir para os tecidos periféricos sofrendo um estado de anergia, coagulação e pode também sofrer apo- ptose nos órgão periféricos ou supressão do órgão regulador. Linfócito T na medula óssea ocorre a formação dos linfócitos T imaturos, essa célula vai para o timo que é responsável pela maturação, ou seja, há diversas formas de eles se reagirem como; Os linfócitos T vão para o timo e lá pode não ocorrer a maturação, essas células vão ir então para os tecidos periféricos e la quando ele for exposto ao antígeno que ele reconhece ele vai exercer sua expansão clonal e suas devidas funções. Quando um linfócito T autorreativo é reconhecido no timo por receptores MHC ele pode então sofrer um processo de apoptose devido ao mecanismo de tolerância central. Se o linfócito T autorregulador não for reconhecido ele pode se transformar em uma célula T regulatória que pode então cair nos tecidos periféricos e ele não vai gerar uma resposta imune devido a sua transformação, mas vai causar uma resposta regulatória, uma resposta supressora. Pode também acontecer que um linfócito T autorreativos não foi reconhecido no timo e ele acaba indo diretamente para os tecidos periféricos e vai gerar um mecanismo de tolerância periférica. Esse linfócito T autorreativo pode até encontrar a célula alvo porém como a célula tecidual não vai estar expressando os seus estímulos finais para a ativação dos linfócitos, ou seja, os linfócitos entram então em estado de anergica (célula não responsiva), podendo sofrer um mecanismo de apoptose. Nesse processo pode acontecer também a ativação de CTLA-4, receptores responsável por causa inibição das respostas celulares. LINFÓCITO B TOLERÂNCIA CENTRAL TOLERÂNCIA PERIFÉRICA Os linfócitos B são criados e amadurecidos na medula óssea. Uma célula B imatura que reconhece o antígeno próprio pode sofrer uma edição de receptor, ou seja, ela recebe um sinal que faz ela expressar um outro tipo de receptor, receptor esse que não vai mais reconhecer antígeno próprio, podendo assim ir para os tecidos periféricos pois ele não é mais uma célula B autorreativa. Essa célula B autorreativa que se encontra na medula óssea pode também sofrer um processo de delação, gerado pelo mecanismo de apoptose. Se a célula B reconhece o antígeno próprio porém ela não tem a ativação de uma célula T auxiliar, a célula B pode entrar em estado de anergia, causando uma inativação funcional ou entrar em processo de deleção por mecanismos de apoptose. FATORES QUE INFLUENCIAM NAS MANIFESTAÇÕES AUTOIMUNES A autoimunidade vai acontecer quando tiver uma falha expressiva da tolerância e uma doença autoimune é caracterizada por reação tecidual contra um antígeno próprio. HORMÔNIOS FATORES AMBIENTAIS GENES ENVOLVIDOS Polimorfismo genético associado aos genes que codificam o MHC (gene HLA) - DEFEITO NA APRESENTAÇÃO. Polimorfismo genético não associado ao gene HLA - DEFEITO NO RECONHECIMENTO. As doenças autoimunes podem interferir grandemente na produção de hormônios, fazendo com que haja uma baixa quantidade no organismo. As mulheres são mais propensas a desenvolver doenças autoimunes. Infecções virais e bacterianas podem contribuir para o desenvolvimento e da exacerbação, através de dois mecanismos: ATIVAÇÃO EXPECTADORA: Infecções em tecidos em particular podem induzir respostas imunes naturais locais, que recrutam leucócitos para os tecidos e resultam na ativação de APCs teciduais. Estas APCs, que podem apresentar antígenos do agente infeccioso ou próprios, passam a expressar co-estimuladores e secretar citocinas que ativam os linfócitos T. Caso haja apresentação do antígeno próprio a um linfócito T compatível, haverá expansão clonal e diferenciação do linfócito T auto-reativo, e a doença auto-imune está estabelecida. MIMETISMO MOLECULAR: Micro-organismos infecciosos podem conter antígenos tão parecidos com alguns antígenos próprios que os linfócitos T podem reagir a ambos, apesar da ativação ter sido proveniente dos antígenos microbianos. Outros fatores que contribuem com a auto- imunidade 1. Eventos que levam a alterações anatômicas nos tecidos (ex: inflamação, lesão de isquemia, trauma, etc) podem levar à exposição de antígenos próprios que normalmente ficam inalcançáveis para o sistema imune. 2. Influências hormonais podem desempenhar um papel em algumas doenças auto-imunes. A DM tipo 1 é uma doença autoimune e poligênica, na qual os linfócitos TCD8+ invadem as ilhotas pancreáticas e atacam seletivamente as células beta, destruindo-as. O que leva então a uma produção insuficiente ou nula de insulina. A DM1 apresenta alteração nos genes do HLA (antígeno leucocitário humano). ANTÍGENO PRÓPRIO: Peptídeo presente nas células Beta-pancráticas produtoras de insulina. PRINCIPAL CAUSA DE HIPERTIREODISMO! SINTOMAS: Fadiga, emagrecimento, irritabilidade e insônia ANTÍGENO PRÓPRIO: Receptor do TSH COMPONENTES IMUNE AUTORREATIVOS: Autoanticorpos (que se ligam ao receptor, estimulando a produção de T3 e T4). CONSEQUÊNCIA: Aumento de T3, T4 e diminuição de TSH. A glândula pituitária secreta hormônio estimulante da tireoide (TSH), que atua na tireoide para induzir a liberação de hormônio da tireoide. A célula B autoimune produz anticorpos contra o receptor de TSH, que também estimulam a produção dos hormônios da tireoide. Os hormônios da tireoide atuam na pituitária para cessar a produção de TSH, suprindo a síntese adicional de hormônios da tireoide (supressão por retroalimentação). Os hormônios da tireoide cessam a produção de TSH, mas não cessam a produção de anticorpo, que continua a causar uma excessiva produção do hormônio da tireoide. DOENÇAS AUTOIMUNES Doença em que o sistema imunológico do corpo ataca células saudáveis. DIABETES TIPO I DOENÇA DE GRAVES FEBRE REUMÁTICA ANTÍGENO PRÓPRIO: Articulações, tecido cardíaco, tecido cutâneo etc. COMPONENTE IMUNE AUTORREATIVO: Autoanticorpos Ocorreu um mimetismo molecular como gatilho ambiental para desencadeamento da doença autoimune Relação Faringite e febre reumática: - Desencadeada após uma infecção bacteriana por S. pyogenes beta-hemolítico do grupo A, em região orofaríngea. - Anticorpos específicos são produzidos para combater uma proteína específica da bactéria, denominada proteína M. - A proteínaM bacteriana é muito semelhante à proteína do tecido cardíaco, cutâneo e articulações e, portanto, esses anticorpos passam a destruir o tecido cardíaco. - Manifestações clínicas: febre, dor nas articulações, problemas cardíacos. LUPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO (LES) ANTÍGENO PRÓPRIO: DNA (ex.: histona) MECANISMO IMUNE: Autoanticorpos contra substância solúvel do núcleo (DNA, histona etc.) Processo inflamatório crônico e sistêmico SINTOMAS: músculo-esqueléticos, dermatológicas, renais etc. (deposição de imunocomplexos) MIASTENIA GRAVIS ANTÍGENO PRÓPRIO: Receptores de acetilcolina MECANISMO IMUNE: autoanticorpos inibem a função do receptor de acetilcolina ESCLEROSE MÚLTIPLA ANTÍGENO PRÓPRIO: Bainha de mielina MECANISMO IMUNE: Desmielinização causada por linfócitos T autorreativos Fatores desconhecidos iniciam o foco da inflamação no cérebro, e a barreira hematencefálica torna-se localmente permeável a leucócitos e proteínas do sangue. Célula T com especificidade por antígenos do SNC e ativadas nos tecidos linfoides secundários reencontram o antígeno apresentado na microglia ou nas células dendríticas do cérebro. Reação inflamatória no cérebro devido à ativação do complemento, anticorpos e citocinas gera a desmielinização dos neurônios. ARTRITE REUMATÓIDE ANTÍGENO PRÓPRIO: Membrana sinovial Fatores desconhecidos iniciam o foco da inflamação na membrana sinovial atraindo leucócitos ao tecido, então as células TCD4 autorreativas ativam os macrófagos, resultando na produção de citocinas pró-inflamatórias e persistindo a inflamação. Citocinas induzem a produção de MMP e o ligante do RANK pelos fibroblastos. Os MMPs atacam os tecidos e a ativação das células destruidoras de tecido, os osteoclastos, resultam na destruição da articulação. HIPERSENSIBILIDADE As respostas imunológicas são capazes de realizar lesão tecidual e doença. Os distúrbios causados por respostas imunológicas são chamados de “Hipersensibilidade”. Normalmente, a resposta imune erradica os organismos infectantes sem lesão séria aos tecidos do hospedeiro. Entretanto, algumas vez es, estas respostas são inadequadamente controladas, ou inapropriadamente direcionadas para os tecidos do hospedeiro e, nestas situações, a resposta imune, em outros casos benéfica, causa doença. tâncias ambientais comuns, geralmente inofensivas. Parte da população é anormalmente responsiva a estes antígenos ambientais. As reações contra estas substâncias podem ser de hipersensibilidade imediata ou tardia. Nota-se que as reações de hipersensibilidade são mediadas por células normais do hospedeiro. O problema é que a resposta é desencadeada e mantida inapropriadamente. Os estímulos para esse tipo de reação são difíceis ou impossíveis de eliminar, e, como o sistema imunológico possui diversos mecanismos de amplificação, uma vez que a resposta imune patológica comece, é difícil pará -la. Por isso, as reações de hipersensibilidade tendem a ser crônicas e debilitantes , além de desafios terapêuticos. A inflamação, tipicamente a crônica, é importante constituinte da patologia da hipersensibilidade. As doenças que dependem da inflamação são chamadas doenças inflamatórias imunomediadas. CAUSAS E TIPOS As respostas imunes podem ser patológicas em virtude de diversas anormalidades diferentes. 1. Auto-imunidade Ocorre em decorrência a uma falha dos mecanismos de auto-tolerância, e resulta em reações contra as células e tecidos do próprio organismo, doenças chamadas de auto-imunes. 2. Reações contra micróbios Respostas imunes contra antígenos microbianos podem causar doença se as reações forem excessivas ou se os micróbios forem persistentes. a. Se anticorpos forem produzidos contra os antígenos microbianos, podem se ligar aos referidos antígenos e formar complexos imunes, que, se não removidos, se depositam nos tecidos e desencadeiam inflamação. b. As respostas das células T contra micróbios persistentes podem dar origem a inflamações crônicas graves, às vezes com formação de granuloma. c. Algumas vezes, anticorpos e células T reativas a antígenos microbianos, podem reagir cruzadamente com tecidos do hospedeiro. d. Algumas vezes, a resposta imune causadora da doença pode ser inteiramente normal, mas no processo de erradicação da infecção os tecidos do hospedeiro são lesados. Ex: na hepatite viral, o vírus que infecta os hepatócitos não é citopático, mas a célula é reconhecida como infectada e eliminada pelo sistema imunológico (mais especificamente por linfócitos T citotóxicos). Este tipo de reação não é considerada de hipersensibilidade. 3. Reações contra antígenos ambientais A maioria dos indivíduos não reage contra subs- CLASSIFICAÇÃO 1. Hipersensibilidade Tipo I - imediata: causada pela interação entre IgE e mastócitos. È o tipo mais prevalente. Causa liberação de aminas vasoativas, prostaglandinas, leucotrienos e citocinas. 2. Hipersensibilidade Tipo II: causada por anticorpos IgM ou IgG, que ativam células inflamatórias normais e interferem com funções celulares normais. Estes anticorpos são específicos para componentes celulares ou da matriz extracelular, e estão ligados a estes ou livres na circulação. Há, então, opsonização e fagocitose das células, recrutamento e ativação de leucócitos mediados pelo complemento e receptor Fc, e anormalidades de funções celulares. 3. Hipersensibilidade Tipo III: Anticorpos podem formar imunocomplexos na circulação, que vem a se depositar nos tecidos, principalmente nos vasos, e causam lesão por recrutamento e ativação de leucócitos mediados pelo complemento ou por receptores Fc. 4. Hipersensibilidade Tipo IV: A lesão pode ser causada por linfócitos T que ativam mecanismos efetores da hipersensibilidade tardia ou destroem as células-alvo. a. Linfócitos T Helper causam a hipersensibilidade tardia, com ativação de macró- fagos e inflamação mediada por citocinas. b. Linfócitos T Citotóxicos cau sam destruição direta das células-alvo, com inflamação mediada por citocinas. DOENÇAS CAUSADAS POR ANTICORPO As doenças mediadas por anticorpos são causadas por: 1. Anticorpos que se ligam a antígenos em células em particular ou tecidos extracelulares em particular; 2. Imunocomplexos que se formam na circulação e são depositados nas paredes dos vasos; CONTRA CÉLULAS FIXAS E ANTÍGENOS TECIDUAIS Causam doenças que afetam especificamente as células em que o antígeno está presente, e tais doenças não costumam ser sistêmicas. Na maioria dos casos, trata-se de auto-anticorpos, mas podem, ocasionalmente, ser anticorpos produzidos contra antígenos estranhos que reagem cruzadamente com auto-antígenos. Estes anticorpos que reagem contra células próprias causam lesão por três mecanismos principais: A. Opsonização sem ou com ativação do complemento (também amplificando a opsonização) com fagocitose. B. Ativação e recrutamento de leucócitos pela ligação a receptor Fc ou através de produtos do sistema do complemento. Há, então, inflamação aguda e lesão tecidual. C. Anticorpos se ligam a proteínas normais do organismo (ex: receptores) normais podem interferir com as suas funções e causar doença sem inflamação, ou dano real ao tecido. (Ex: anticorpos podem ser produzidos contra receptores nicotínicos de acetilcolina. Caso eles não ativarem os receptores e impossibilitarem a ligação da acetilcolina a eles, está caracterizada a Miastenia Gravis). Destacam-se: anemia hemolítica auto-imune, púrpura trombocitopênica auto-imune, febre reumática aguda, miastenia gravis, doença de graves (tipo de hipertireoidismo) e anemia perniciosa. DOENÇAS POR IMUNOCOMPEXOS Os imunocomplexos causadores de doenças podem ser compostos por antígenos estranhos ou antígenos próprios ligados a anticorpos. As características patológicas das doenças mediadas por imunocomplexos refletem o local de deposição do imunocomplexo, e não a fonte do antígeno. Portanto, estas doenças tendem a ser sistêmicas, com pouca ou nenhuma especificidade para um tecido ou órgão. Os imunocomplexos são produzidos durante respostas imunológicas normais, mascausam doença quando são produzidos de forma excessiva ou quando não são eficientemente removidos. a. Os pequenos imunocomplexos tendem a não ser removidos por fagócitos e se acumular mais que os grandes imunocomplexos. b. Imunocomplexos catiônicos tendem a se acumular sobre superfícies carregadas negativamente, como membranas basais de vasos e glomérulos. c. Imunocomplexos podem se ligar a receptores Fc de leucócitos e desencadear respostas (ex: fagocitose, liberação de citocinas e mediadores da inflamação, etc). Alguns destes mediadores podem aumentar a deposição de imunocomplexos ao causar vasodilatação e aumento da permeabilidade vascular. A deposição de imunocomplexos leva à inflamação mediada pelo complemento e receptores Fc. Exemplos: lúpus eritematoso sistêmico, glomerulonefrite pós-estreptocóccica, doença do soro. CAUSADAS POR LINFÓCITO T Os linfócitos T causam lesão tecidual por: 1. Desencadearem reações de hipersensibilidade do tipo tardio Mediadas por linfócitos Th1 e linfócitos T citotóxicos , pois ambos secretam citocinas pró-inflamatórias e ativadoras de macrófagos. Normalmente, inflamações associadas a linfócitos T são crônicas. 2. Destruírem diretamente as células-alvo Mediadas por linfócitos T citotóxicos que reconhecem antígenos peptídicos expostos pelo MHC I. Estes linfócitos T citotóxicos podem ser auto-reativos ou específicos para antígenos proteicos estranhos provenientes de agentes infecciosos – este segundo tipo de resposta é protetora, principalmente contra micro- organismos intracelulares que resistem à ação de macrófagos e anticorpos. HIPERSENSIBILIDADE TARDIA A lesão tecidual decorre dos produtos de macrófagos ativados (ex: enzimas, NO, EROs) e citocinas pró-inflamatórias. Costumam produzir fibrose. Muitas doenças auto-imunes órgão-específicas são causadas por reações de hipersensibilidade tardia induzidas por linfócitos T auto-reativos. As respostas imunológicas mediadas por células a antígenos estranho s também podem levar à lesão tecidual nos locais de infecção e/ou exposição ao antígeno. (ex: tuberculose). Várias doenças na pele que resultam da exposição tópica a substâncias químicas e antígenos ambientais, a sensibilidade de contato, devem-se a reações de hipersensibilidade tardia, provavelmente por neoantígenos formados por interações da substância com proteínas próprias. Em todas, a inflamação crônica parece ser importante mecanismo de lesão tecidual. Linfócitos T auto-reativos podem desencadear respostas mediadas por anticorpos auto-reativas ao ativarem linfócitos B auto-reativos. DOENÇAS POR LINFÓCITOS CITOTOXICO As respostas de CTLs à infecção viral podem levar a dano tecidual por lise de células infectadas, mesmo que o próprio vírus não tenha efeitos citopáticos. Já que a principal função dos CTLs é eliminar micro -organismos intracelulares (principalmente vírus) através da lise de células infectadas por eles. Vírus que são capazes de danificar células são ditos “Citopáticos”, mas há vírus não citopáticos. CTLs são incapazes de distinguir vírus citopáticos e não -citopáticos, e destroem células infectadas por vírus, independentemente de a própria infecção ser ou não prejudicial ao hospedeiro STREPTOCOCCUS PYOGENES - Família: Streptococcceae - Cocos Gram positivos, se dispõem em pares ou cadeias - São anaeróbios facultativos ou estritos - Possuem cápsula - São catalase negativos - Fermentam glicose e produzem ácido lático CAUSAS E TIPOS BIOLOGIA Cocos Gram positivos de crescimento rápido dispostos em cadeia; carboidrato grupo específico (antígeno A) e proteínas tipo específicas (proteína M) na parede celular. Antígenos capsulares: ácido hialurônico, polímeros de n-acetilglicosamina e ácido hialurônico (grupo A) e polissacarídeos tipo S (grupo B). Antígenos da parede: polissacarídeos do grupo C, ácidos lipoteicoicos, mucopeptídeo e proteínas R. Enzimas: estreptoquinase, hialuronidase e NADase. Toxinas: toxina eritrogênica ou escarlatinica, hemolisina O e S. VIRULÊNCIA Virulência determinada pela capacidade de evitar fagocitose (mediada principalmente pela cápsula, proteínas M e proteínas semelhantes a M, C5 a peptidase), aderir e invadir as células do hospedeiro (proteína M, ácido lipoteicoico e proteína F) e produzir toxinas (exotoxinas pirogênicas estreptocócicas, estreptolisina S, estreptolisina O, estreptoquinase, DNAses). DOENÇAS Responsável por doenças supurativas (linfangite, adenite, faringite, infecções em tecidos moles, síndrome do choque tóxico estreptocócico), doenças não supurativas (piodermite, febre reumática, glomerulonefrite) e complicações (sinusite, otite, mastoidite, broncopneumonia, pneumonia lobar, erisipela, endocardite e febre reumática - bezentacil) EPIDEMIOLOGIA Colonização transitória do trato respiratório superior e da superfície da pele; a doença é causa- da por cepas de aquisição recente (antes que anticorpos protetores sejam produzidos) - Faringite e infecções em tecidos moles são causadas tipicamente por cepas com proteína M de tipos distintos. - Disseminação pessoa a pessoa por gotículas transmitidas no ar (faringite) ou por rupturas na pele após contato direto com indivíduo infectado, fômites ou vetor artrópode. - Indivíduos que apresentam risco maior em contrair a doença incluem crianças de 5 a 15 anos de idade (faringite); crianças entre 2 e 5 anos de idade com higiene pessoal deficiente (pioderma); pacientes com infecções de tecidos moles (síndrome do choque tóxico estreptocócico); pacientes que tenham desenvolvido faringite estreptocócica (febre reumática, glomerulonefrite) ou infecções de tecidos moles (glomerulonefrite) DIAGNÓSTICO - Colher a amostra - Esfregaços Cultura - Teste para detecção de antigenos - Prova sorológica indireta (ASLO) - Meio enriquecido com glicose e proteína termocoagulável (soro ou sangue) - pH 7,4 e 37 ºC - Cepas não hemolíticas, hemólise parcial – grupos enverdecentes ou hemólise total - A microscopia é útil nas infecções de tecidos moles, mas não nos casos de faringites e complicações não supurativas - Teste de detecção direta do antígeno do grupo A são úteis para o diagnóstico de faringite estreptocócica, mas resultados negativos devem ser confirmados pela cultura, que é altamente sensível TRATAMENTO - A penicilina, ampicilina ou amoxicilina é o fármaco de escolha; uma cefalosporina oral ou vancomicina são usadas para pacientes alérgicos à penicilina Obs: Paciente internado – gentamicina Alérgicos a beta-lactâmicos – eritromicina, azitromicina, claritromicina Enterococos - vancomicina - O estado portador na orofaringe que pode ocorrer após o tratamento pode ser eliminado se o paciente for submetido novamente ao tratamento; no entanto, o tratamento não é indicado para o estado de portador assintomático prolongado, uma vez que os antibióticos interferem na microbiota normal protetora - Iniciar terapia antibiótica nos primeiros 10 dias em pacientes com faringite previne a febre reumática - Para pacientes com história de febre reumática, a profilaxia antibiótica é recomendada antes de procedimentos que possam induzir a bacteremias que levam à endocardite - Para glomerulonefrite, nenhum tratamento específico ou profilaxia com antibióticos é indicado FARINGITE Faringite estreptocócica é uma infecção da faringe causada pela bactéria Streptococcus pyogenes, também conhecida como estreptococo beta-hemolítico do grupo A. SINTOMAS A faringoamigdalite estreptocócica geralmente apresenta dor de garganta de início súbito, febre, exsudato faríngeo ou hiperemia, enantema petequial no palato, adenite cervical anterior, exantema escarlatiniforme, cefaleia, náuseas, vômitos, dor abdominal, acometendo indivíduos entre 5 e 15 anos. DIGNÓSTICO Dada a dificuldade de realizar o diagnósticoda infecção estreptocócica com bases clínicas, o diagnóstico deverá ser estabelecido por meio de métodos de detecção rápida de antígenos estreptocócicos e/ou por cultura de swab faríngeo. Não se recomenda realizar esses exames em pacientes que apresentam sinais e sintomas claros de faringite viral. ESCARLATINA A escarlatina é uma doença infecciosa aguda causada pelo estreptococo ß hemolítico do grupo A, produtor de toxina pirogênica (eritrogênica), que raramente pode ser devida à infecção pelo estreptococo dos grupos C e G. A doença ocorre mais freqüentemente associada à faringite e, ocasionalmente, aos impetigos. RESERVATÓRIO O homem é o hospedeiro natural do estreptococo do grupo A. Outros possíveis veículos de transmissão do estreptococo dos grupos D e G são os alimentos e a água. TRANSMISSÃO A transmissão da escarlatina dá-se por contato direto e próximo com paciente que apresenta a faringoamigdalite estreptocóccica aguda, por intermédio de gotículas de saliva ou secreções nasofaríngeas e aglomerações em ambientes fechados. Período de incubação da escarlatina: de 2 a 5 dias, sendo discutível a transmissão nessa fase da doença. Período de transmissibilidade: a transmissão tem seu início junto com os primeiros sintomas. Nos caso não tratados e sem complicações dura de 10 a 21 dias. Nos adequadamente tratados, até 24 horas do início do tratamento. SINTOMAS geralmente de 12 a 24 horas, no qual pode ocorrer febre alta, dor à deglutição, mal-estar geral, anorexia e astenia; sintomas estes que podem estar acompanhados de náuseas, vômitos e dor abdominal, especialmente em crianças. Após esse período, o paciente pode apresentar faringoamigdalite com exsudato purulento, adenomegalia cervical, enantema em mucosa oral acompanhado de alteração na PNEUMONIA TRANSMISSÃO língua. Nos primeiros dias, a língua se reveste de uma camada branca, com papilas protuberantes que se tornam edemaciadas e avermelhadas. Após um ou dois dias a camada branca se descama, ressaltando as papilas hipertrofiadas e avermelhadas. É provocado pela bactéria pneumococo (Streptococcus pneumoniae), causa mais comum de doenças graves em crianças menores de 5 anos — posto que era ocupado por outra bactéria, a Haemophilus influenzae tipo b, fortemente combatida com a vacinação. Ocorre por meio de gotículas de saliva ou secreções. Ambientes fechados ou com aglomeração de pessoas facilitam a disseminação da bactéria e a forma mais segura e eficiente de prevenir a doença é a vacinação. ESCARLATINA FARINGITE PNEUMONIA
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