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428887340-Oficina-de-analise-linguistica

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Prévia do material em texto

P
ág
in
a0
 
 
 
 
 
CECA - UNIOESTE 
EXPLORANDO 
ALGUNS GÊNEROS 
E EXERCITANDO A 
ANÁLISE 
LINGUÍSTICA 
Organização: 
Profa. Alcione Tereza Corbari 
 
CURSO PDE 
2016 
 
P
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in
a1
 
SUGESTÕES DE ATIVIDADES 
A PARTIR DO TEXTO “HISTÓRIA DO BEBUM” 
Ensino Fundamental 
 
 
 
História do Bebum 
 
Vagava eu, bêbado e contente, 
Na rua quando de repente 
Vi a coisa preta, 
Rolei na sarjeta – 
E um porco deitou-se ao meu lado, 
Tranquilo e acomodado. 
Fiquei lá, caído, 
Tonto e dolorido. 
Eis quando, naquela hora, 
Passou por ali uma senhora 
De cara orgulhosa, 
E falou, desdenhosa: 
“Conhece-se um tipo imundo 
Por sua companhia no mundo!” 
Ouvindo isso, o porco, 
Que estava de borco, 
ergueu-se e zás! – Foi-se embora. 
 
De borco = de barriga pra baixo 
 
(BELINK, Tatiana. Um caldeirão de poemas. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2004) 
 
 
 
INTERPRETANDO O TEXTO 
 
1) O texto humorístico se caracteriza 
por quebrar a expectativa do leitor. 
Que expectativa é essa? A partir de 
que frase essa expectativa é criada? 
Que parte do texto ocorre essa 
quebra da expectativa? 
 
Aspas: elemento gráfico que 
demarca a polifonia 
explícita. 
Mudança da ordem 
sintática canônica: “vagava 
eu”. 
Partícula expletiva 
(ou de realce): -se. 
Ênfase/oralidade. 
 
Nos quadros abaixo, apresentam-se 
alguns tópicos que podem ser objeto 
de análise linguística oral. 
 Estrutura de 
poema: versos e 
rimas. 
 Elementos 
característicos de 
narrativas. 
Característica de piada: quebra 
da expectativa do leitor, gerando 
humor; marcas da oralidade. 
Índice de indeterminação 
do sujeito: -se. 
(avaliação que se estende 
a outros casos; valor de 
verdade à avaliação) 
Marcas da oralidade: 
“via a coisa preta”, “eis”, 
“zás!”, “foi-se embora”. 
Contribuem para tornar 
o texto dinâmico, leve; 
aproximam do gênero 
piada. 
Valor da conjunção E – esta se 
difere das demais, pois dá 
ideia de sucessão de fatos no 
tempo (poderia ser substituído 
por ENTÃO, por exemplo), 
enquanto os outros dão ideia 
de adição. 
RESPOSTA: A expectativa inicialmente criada é a de que a 
senhora estaria se referindo ao bebum com a expressão “tipo 
imundo”, e a companhia que leva a essa conclusão seria o porco 
(ou seja, o porco não seria uma companhia “adequada”). A frase 
que cria essa expectativa é “conhece-se um tipo imundo por sua 
companhia no mundo!”. 
A quebra da expectativa ocorre nos três últimos versos, quando 
verificamos a interpretação a partir da perspectiva do porco, que 
entendeu que o bebum não seria boa companhia (por esse viés, 
quem teria “salvação” seria o porco, se não andasse com más 
companhias). 
 
P
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in
a2
 
2) Explique o significado da 
expressão “via a coisa preta”. 
 
3) Que ditado popular pode ser 
relacionado à fala da senhora? 
 
4) Que palavras no texto têm a 
ver com “bebum/bêbado”? 
 
5) Considere o título do texto. 
a) Que outras palavras poderiam 
ser usadas no lugar de “bebum”? 
b) Agora, reflita com seus colegas: 
a troca por outro substantivo é 
pertinente, considerando o sentido 
que dá ao texto? 
 
6) Há no texto uma relação de 
causa e consequência. Ou seja, 
algo acontece como consequência 
de outra coisa que aconteceu 
antes. Explique em que parte do 
texto observa-se essa relação. 
 
7) Observe os adjetivos que estão 
no texto e responda às questões 
que seguem: 
 
a) Preencha o quadro abaixo os 
adjetivos que qualificam as 
personagens da narrativa: 
 
 
 
 
 
 
b) Os adjetivos atribuídos à 
senhora a qualificam de forma 
positiva ou negativa? Por que isso 
ocorre? 
 
c) Se fosse a senhora que estivesse 
contando essa história, usaria os 
mesmos adjetivos para descrever o 
bebum? Justifique. 
 
 
Bebum Porco Senhora 
RESPOSTA: BEBUM: bêbado, contente, tonto, dolorido; PORCO: 
tranquilo, acomodado; SENHORA: desdenhosa (observa-se que 
esse adjetivo se aproxima do advérbio, pois modifica o verbo); 
orgulhosa (embora esse adjetivo não qualifique diretamente o 
substantivo “senhora”, mas “cara”, ele explicita uma qualificação 
do narrador em relação a essa personagem). 
Observa-se que, apesar de predominar a sequência narrativa, 
também há características da sequência descritiva nesse texto, 
como é o caso do uso dos adjetivos, que descrevem as 
personagens. 
 
RESPOSTA: Causa: a fala da senhora; Consequência: a saída do 
porco. 
Pode-se aproveitar essa questão para explorar oralmente a noção 
adverbial da oração “ouvindo isso”, que pode ser interpretada 
como uma oração temporal (“quando ouviu isso”), mas que 
também carrega uma noção de causa (“porque ouviu isso”). 
RESPOSTA: Qualificam-na de forma negativa. Isso porque o 
bêbado (que é quem “conta a história”) não avaliaria 
positivamente alguém que o desqualificou. 
Nota-se, porém, que o narrador reserva certo respeito a essa 
personagem ao recorrer ao substantivo “senhora”, ao invés de 
algum outro que pejorativo. 
RESPOSTA: Se fosse a senhora que estivesse contando a 
história, provavelmente usaria adjetivos que o qualificariam 
negativamente, uma vez que faz uma avaliação negativa da 
situação a que está assistindo. 
(mudança de foco narrativo – perspectivas) 
Essa análise é adequada mesmo se se considerar que a 
senhora, na verdade, estava se referindo ao porco com a 
expressão “um tipo imundo”, pois a crítica, na verdade, recai 
sobre os dois personagens. 
RESPOSTA: A expressão refere-se a uma situação ruim; no 
caso desse texto, refere-se à percepção do bebum de que não 
conseguiria se manter em pé. 
RESPOSTA: rua, sarjeta, tonto. 
Essa atividade explora a noção de campo semântico e de 
manutenção temática. Sugere-se fazer exercícios oral apontando 
outros substantivos ou outras expressões, para que os alunos 
relacionem a outras palavras (por exemplo, se a história falasse de 
“acidente de trânsito”, provavelmente envolveria palavras como 
“carro”, “policial”, “motorista” etc. 
RESPOSTA. a) Sugestão: bêbado, tchuco, pinguço... 
b) Resposta pessoal. 
Sugere-se trabalhar oralmente a ideia de que não há sinônimos 
perfeitos, apenas quase-sinônimos; trocar uma palavra por outra 
implica em mudança de nuances de sentido. Por exemplo, se fosse 
usado o substantivo “bêbado”, se perderia a marca de oralidade e o 
tom jocoso que carrega o substantivo “bebum”. 
RESPOSTA: “Diga-me com quem andas que direi quem és”. 
(intertextualidade) 
 
P
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in
a3
 
8) A expressão “um tipo imundo” 
é genérica, impessoal. O uso dessa 
expressão é importante nesse 
texto? 
 
9) É possível reescrever o último 
verso excluindo a expressão “zás!” 
Porém, no nível discursivo, essa 
expressão é significativa no texto. 
Que nuances de sentido ela 
agrega ao texto? 
 
 
EXPLORANDO A COMPOSIÇÃO DO GÊNERO 
 
 
1) “História do Bebum” é uma narrativa escrita em verso. Identifique estes elementos no 
texto: 
 
a) Tempo (quando a história ocorreu): 
b) Espaço (onde a história ocorreu): 
c) Personagens (quem participa da 
história): 
d) Narrador (quem conta a história): 
 
 
2) Ainda sobre a narrativa e suas 
características linguísticas, responda: 
 
a) O narrador participa da história? 
Aponte elementos linguísticos que 
comprovem sua resposta. 
b) Qual é a personagem principal da 
história? 
 
c) Identifique os verbos do texto e 
responda: 
i. A maioria deles indicam: 
( ) ações realizadas pelas personagens 
( ) estado ou qualidade das personagens 
( ) fenômenos da natureza 
iii. A maioria deles está no tempo: 
( ) presente 
( ) passado 
( ) futuro 
 
RESPOSTA: a) Sim; pronomes “eu” e “meu” e a desinência 
dos verbos; b) bebum (narrador). 
Essa atividade permite explorar os seguintes conteúdos: 
pronome, concordância verbal, sujeito elíptico, além do foco 
narrativo. 
Sugere-se que, na correção, o professor cite termos como 
“foco narrativo”, “narrador participante/personagem”, 
“narrador observador”, “narrador onisciente”. 
RESPOSTA: i) ações realizadas pelas personagens; ii) 
passado.Essas atividades exploram questões de composição do texto 
em que predomina a sequência narrativa: predominância 
de verbos de ação conjugados no tempo passado, já que se 
conta uma história que aconteceu em tempo anterior ao 
relato. 
RESPOSTA: a) indeterminado; b) rua; c) bebum, porco, 
senhora; d) bebum. 
Sugere-se explorar, oralmente, o fato de o tempo ser 
indeterminado (nessa história, como na maioria das 
piadas, o tempo não é relevante). 
RESPOSTA: É importante porque não se refere diretamente nem 
ao bebum, nem ao porco, o que permite criar o humor 
pretendido pela produtora do texto. Se fosse usada a expressão 
“um homem imundo”, por exemplo, o final do texto não teria 
sentido. 
RESPOSTA: Ela descreve a rapidez da ação, o que contribui 
para gerar o humor, uma vez que explicita que o porco não 
quis ficar mais nem um minuto ao lado do bebum para que 
não fosse visto como “um tipo imundo”. 
 
P
ág
in
a4
 
d) Identifique elementos linguísticos que 
mostram que os fatos ocorreram um após 
o outro. 
 
e) Identifique no texto palavras que o 
narrador usa para referenciar o lugar 
em que ocorreu a história. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EXERCITANDO A COMPOSIÇÃO DE PALAVRAS 
E A CONSTRUÇÃO DE FRASES 
 
 
1) Considerando que a história é narrada na 
primeira pessoa, faça testes e responda: 
 
a) Se a história fosse narrada em 3ª pessoa, seria 
necessário alterar que elementos do texto? 
 
b) Se a história fosse narrada por mais de uma 
pessoa (nós), que elementos precisariam ser 
alterados no texto? 
 
c) A que classe gramatical pertencem os 
elementos linguísticos citados nas questões a) e b)? 
 
 
2) Observe o gênero do narrador. 
a) O narrador é uma pessoa do sexo masculino. 
Que elementos no texto comprovam essa 
afirmação? 
b) Se a história fosse contada por um narrador do 
sexo feminino, como ficariam os elementos citados 
na questão anterior? 
 
RESPOSTA: “quando de repente”, “e” (e um porco deitou-se ao 
meu lado), “eis quando”. 
Obs.: A expressão “naquela hora” também marca tempo, mas 
relaciona fatos que ocorrem simultaneamente. 
A atividade c) permite explorar duas características da sequência 
narrativa, conforme aponta Adam (2008): 
- a sucessão de eventos: consiste na delimitação de um evento 
inserido em uma cadeia de eventos alinhados em ordem temporal; 
- o processo: a narrativa deve ter começo, meio e fim. A 
estruturação básica da sequência narrativa parte da ideia de 
processo. Para que haja o fato, é necessário que ocorra uma 
transformação. 
Também é possível explorar os momentos da narrativa a 
partir desses elementos (especialmente da expressão “eis 
quando”, que estabelece o conflito). 
RESPOSTA: “a rua”, “sarjeta”, “lá”, “ali”. 
Essa atividade, que explora a coesão textual, permite explorar 
mais uma característica formal da sequência narrativa: o uso 
de locativos. 
Além disso, pode-se trabalhar campos semânticos (rua, 
sarjeta), outro aspecto da coesão textual. 
RESPOSTA: a) Ele, viu, rolou, seu, ficou; b) 
Vagávamos, nós, bêbados, contentes, vimos, 
rolamos, nosso, ficamos, caídos, tontos, doloridos. 
 
Essa atividade explora a noção de concordância 
nominal (número) e concordância verbal 
(número e pessoa). 
RESPOSTA: a) pronomes e verbos (desinências 
verbais); b) pronomes, verbos e adjetivos. 
RESPOSTA: a) o (do), bêbado, caído, tonto, 
dolorido; b) a (da), bêbada, caída, tonta, 
dolorida. 
Essas atividades exploram a noção de 
concordância nominal (gênero). 
 
 
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SUGESTÕES DE ATIVIDADES 
A PARTIR DE PARTE DO TEXTO “O CLASSIFICADO ATRAVÉS DA HISTÓRIA” 
Ensino Fundamental 
 
O classificado através da história 
SÍTIO - Vendo. Barbada. Ótima localização. 
Água à vontade. Árvores frutíferas. Caça 
abundante. Um paraíso. Antigos ocupantes 
despejados por questões morais. Ideal para 
casal de mais idade. Negócio de Pai para 
filhos. Tratar com ___________________. 
CRUZEIRO - Procuram-se casais para um 
cruzeiro de 40 dias e 40 noites. Ótima 
oportunidade para fazer novas amizades, 
compartilhar alegre vida de bordo e preservar 
a espécie. Trazer guarda-chuva. Tratar com 
___________________. 
[...] 
CISNE - Troco por qualquer outro animal de 
porte, mais moço. Deve ser macho. Tratar com 
___________________. 
LEÃO - Oferece-se para shows, aniversários, 
quermesses, etc. Fotogênico, boa voz, 
experiência em cinema. Tem referências da 
MGM, para a qual trabalhou até a 
aposentadoria compulsória. 
ÓRGÃO - Compro qualquer um. À vista. 
Também a audição, o sistema linfático, etc. 
Tratar com ___________________, no Castelo. 
[...] 
TORRO TUDO - E toco cítara. Tratar com 
___________________. 
[...] 
TELEFONE - Pouco usado. Prefixo 1. Tratar 
com ___________________. 
CASAMENTO - Homem só, boa aparência, 
situação estável. Procura moça para ser 
companheira pelo resto da vida dela. 
Procurar ___________________. 
CORRESPONDÊNCIA - Quero me 
corresponder com qualquer pessoa em 
qualquer lugar. Escrever para 
___________________ com urgência. 
[...] 
ASSISTENTE DE PINTOR - Deve ter prática 
em pintar de costas. Preciso de assistente 
porque estou momentaneamente 
impossibilitado de trabalhar. Caiu pingo no 
meu olho. Procurar ___________________, na 
Capela Sistina. 
ENGENHEIRO - Precisa-se, urgente, para 
substituir elemento demitido motivo 
embriagues. Tratar ___________________, 
Itália. 
TRIPULANTES - Preciso para excursão 
marítima. Jogo tudo nesta empreitada. 
Tentaremos provar que se pode chegar à 
índia viajando para o Oeste. Se conseguirmos, 
seremos famosos. Se não, a história nos 
esquecerá. Tratar com ___________________. 
(VERÍSSIMO, Luís Fernado. Comédias para se ler na escola. São Paulo: Objetiva, 2001) 
 
 
 
 
 
 
Observação: Alguns dos classificados não foram aqui considerados por se considerar que envolver conhecimentos intertextuais e de mundo 
que possivelmente dificultariam a leitura por um aluno do Ensino Fundamental. O texto completo apresenta 18 anúncios e pode ser 
acessado neste endereço: http://www.cursoacesso.com.br/wp-content/uploads/Luis-Fernando-Verissimo-Com%25C3%25A9dias-Para-Se-Ler-Na-Escola.pdf. 
http://www.cursoacesso.com.br/wp-content/uploads/Luis-Fernando-Verissimo-Com%25C3%25A9dias-Para-Se-Ler-Na-Escola.pdf
 
P
ág
in
a6
 
ESTABELECENDO RELAÇÕES INTERTEXTUAIS 
1) Nesse texto, o autor faz brincadeiras com a própria língua e 
com os objetos a serem vendidos, como se fossem classificados de 
jornais, fazendo uma relação intertextual com histórias reais e 
fictícias diversas. Considerando o conteúdo de cada classificado, 
complete as lacunas com o nome dos anunciantes. 
Dr. Frankestein - Leda - Nero - Cristóvão Colombo - Noé - A. G. Bell - 
Barba Azul - Robinson Crusoé - Michelangelo - prefeitura de Pisa - Deus 
Abaixo, apresentamos algumas informações que o ajudarão a 
responder a essa questão e a interpretar o texto de Luís Fernando 
Veríssimo. Escreva nos parênteses o nome do classificado que tem 
relação com cada fragmento. 
 
(____________________________________) 
Alexander Graham Bell (Edimburgo, 3 de 
Março de 1847 — Nova Escócia, 2 de Agosto de 1922) foi 
um cientista, inventor e fundador da companhia telefónica 
Bell. [...]Com financiamento do seu sogro americano, em 7 
de Março de 1876, o Escritório de Patentes dos Estados 
Unidos concedeu-lhe a patente número 174.465 que cobre 
"o método de, e o instrumento para, transmitir sons vocais 
ou outros telegraficamente, causando ondulações 
eléctricas, similares às vibrações do ar que acompanham o 
som vocal.", ou seja o telefone. Após ter obtido a patente 
para o telefone, Bell continuou suas experiências em 
comunicação, que culminaram na invenção daphotophone - 
transmissão do som num feixe de luz - um precursor dos 
sistemas de fibra óptica actuais. Também trabalhou na 
pesquisa médica e inventou técnicas para ensinar o 
discurso aos surdos. 
(Fonte: 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Alexander_Graham_Bell) 
 
(____________________________________) 
A Arca de Noé era, segundoa religião abraâmica, um 
grande navio construído por Noé, a mando de Deus, para 
salvar a si mesmo, sua família e um casal de cada espécie 
de animais do mundo, antes que viesse o 
Grande Dilúvio da Bíblia. A história é contada 
em Gênesis 6-12, assim como no Alcorão e em outras 
fontes. 
(Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Arca_de_No%C3%A9) 
 
 
(____________________________________) 
Robinson Crusoe é um romance escrito por Daniel Defoe e 
publicado originalmente em 1719 no Reino 
Unido. Epistolar, confessional e didático em seu tom, a 
obra é a autobiografia fictícia do personagem-título, 
um náufrago que passou 28 anos em uma remota ilha 
tropical próxima a Trinidad, encontrando canibais, cativos 
e revoltosos antes de ser resgatado. 
(Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Robinson_Crusoe) 
 
 
(____________________________________) 
Leda e o Cisne é uma pintura de Leonardo 
representando Leda – rainha de Esparta – e Zeus, 
transfigurado em cisne. O estilo de Leonardo é muito bem 
comportado, parece ser o primeiro nu de suas obras. 
(Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Leda_e_o_Cisne) 
 
(____________________________________) 
A Capela Sistina (em italiano: Cappella Sistina) é 
uma capela situada no Palácio Apostólico, residência 
oficial do Papa na Cidade do Vaticano. É famosa pela sua 
arquitetura, inspirada no Templo de Salomão do Antigo 
Testamento, e sua decoração em afrescos, pintada pelos 
maiores artistas da Renascença, incluindo Michelangelo, 
Rafael, Bernini e Sandro Botticelli. 
(Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Capela_Sistina) 
 
Michelangelo di Lodovico Buonarroti Simoni (Caprese, 6 
de Março de 1475 -Roma, 18 de Fevereiro de 1564) [...] 
foi um pintor, escultor, poeta e arquiteto italiano, 
considerado um dos maiores criadores da história da 
arte do ocidente. 
(Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Michelangelo) 
 
(____________________________________) 
Metro-Goldwyn-Mayer Inc., ou MGM, é uma empresa 
norte-americana de comunicação de massa, envolvida 
principalmente com produção e distribuição de filmes e 
programas televisivos. A MGM foi fundada 
em 1924 quando o empresário do ramo do entretenimento, 
Marcus Loew, adquiriu o controle da Metro Pictures, 
Goldwyn Pictures Corporation e da Louis B. Mayer 
Pictures [...]. A logo do estúdio é um leão rugindo envolto 
por um círculo com o lema do estúdio inscrito. A logo, que 
apresenta "Leo, o leão," foi criada por Dietz em 1916 para 
a Goldwyn Pictures e foi usada mais tarde em 1924 para 
representar a MGM. 
(Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Metro-Goldwyn-
Mayer 
 
 
(____________________________________) 
Barba Azul é o personagem principal de um famoso conto 
infantil sobre um nobre violento e sua esposa curiosa. Com 
o título de "La Barbe-Bleue", foi escrito por Charles 
Perrault e publicado pela primeira vez no livro que ficou 
conhecido como Les Contes de ma Mère l'Oye ("Contos 
da Mamãe Gansa"), de 1697. [...] Barba Azul era um 
rico aristocrata, assustador por ser muito feio, com uma 
horrível barba azul. Ele já se tinha casado seis vezes, mas 
ninguém sabia o que tinha acontecido com as esposas, que 
desapareceram. Quando o Barba Azul visitou um de seus 
vizinhos e pediu para casar com uma de suas filhas, 
a família ficou apavorada. O Barba Azul acabou por 
convencer a filha caçula. Os dois casaram-se e foram viver 
no castelo do nobre. 
(Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Barba_Azul) 
(____________________________________) 
RESPOSTA: Deus, Noé, Leda, Dr. 
Frankstein, Nero, A. G. Bell, Barba 
Azul, Robinson Crusoé, Michelangelo, 
prefeitura de Pisa, Cristóvão 
Colombo. 
Sugere-se tratar do conceito de 
intertextualidade antes de responder 
às questões, mostrando aos alunos 
que esse texto só adquire significado 
(conforme a intenção de seu autor) se 
forem recuperados os textos a que os 
classificados se remetem. 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Edimburgo
http://pt.wikipedia.org/wiki/3_de_Mar%C3%A7o
http://pt.wikipedia.org/wiki/3_de_Mar%C3%A7o
http://pt.wikipedia.org/wiki/1847
http://pt.wikipedia.org/wiki/Nova_Esc%C3%B3cia
http://pt.wikipedia.org/wiki/2_de_Agosto
http://pt.wikipedia.org/wiki/1922
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cientista
http://pt.wikipedia.org/wiki/Inventor
http://pt.wikipedia.org/wiki/Patente
http://pt.wikipedia.org/wiki/Photophone
http://pt.wikipedia.org/wiki/Fibra_%C3%B3ptica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Alexander_Graham_Bell
http://pt.wikipedia.org/wiki/Religi%C3%A3o_abra%C3%A2mica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Dil%C3%BAvio
http://pt.wikipedia.org/wiki/B%C3%ADblia
http://pt.wikipedia.org/wiki/G%C3%AAnesis
http://pt.wikipedia.org/wiki/Alcor%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Arca_de_No%C3%A9
http://pt.wikipedia.org/wiki/Romance
http://pt.wikipedia.org/wiki/Daniel_Defoe
http://pt.wikipedia.org/wiki/1719
http://pt.wikipedia.org/wiki/Reino_Unido
http://pt.wikipedia.org/wiki/Reino_Unido
http://pt.wikipedia.org/wiki/Romance_epistolar
http://pt.wikipedia.org/wiki/Autobiografia
http://pt.wikipedia.org/wiki/N%C3%A1ufrago
http://pt.wikipedia.org/wiki/Trinidad
http://pt.wikipedia.org/wiki/Canibalismo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Robinson_Crusoe
http://pt.wikipedia.org/wiki/Leda
http://pt.wikipedia.org/wiki/Rainha_(t%C3%ADtulo)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Esparta
http://pt.wikipedia.org/wiki/Zeus
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cisne
http://pt.wikipedia.org/wiki/Nu
http://pt.wikipedia.org/wiki/Leda_e_o_Cisne
http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_italiana
http://pt.wikipedia.org/wiki/Capela
http://pt.wikipedia.org/wiki/Papa
http://pt.wikipedia.org/wiki/Vaticano
http://pt.wikipedia.org/wiki/Templo_de_Salom%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Antigo_Testamento
http://pt.wikipedia.org/wiki/Antigo_Testamento
http://pt.wikipedia.org/wiki/Renascen%C3%A7a
http://pt.wikipedia.org/wiki/Capela_Sistina
http://pt.wikipedia.org/wiki/Caprese_Michelangelo
http://pt.wikipedia.org/wiki/6_de_Mar%C3%A7o
http://pt.wikipedia.org/wiki/6_de_Mar%C3%A7o
http://pt.wikipedia.org/wiki/1475
http://pt.wikipedia.org/wiki/Roma
http://pt.wikipedia.org/wiki/18_de_Fevereiro
http://pt.wikipedia.org/wiki/1564
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pintura
http://pt.wikipedia.org/wiki/Escultura
http://pt.wikipedia.org/wiki/Poesia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Arquitectura
http://pt.wikipedia.org/wiki/It%C3%A1lia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_da_arte
http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_da_arte
http://pt.wikipedia.org/wiki/Michelangelo
http://pt.wikipedia.org/wiki/1924
http://pt.wikipedia.org/wiki/Metro_Pictures_Corporation
http://pt.wikipedia.org/wiki/1916
http://pt.wikipedia.org/wiki/1924
http://pt.wikipedia.org/wiki/Metro-Goldwyn-Mayer
http://pt.wikipedia.org/wiki/Metro-Goldwyn-Mayer
http://pt.wikipedia.org/wiki/Charles_Perrault
http://pt.wikipedia.org/wiki/Charles_Perrault
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mam%C3%A3e_Gansa
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mam%C3%A3e_Gansa
http://pt.wikipedia.org/wiki/Aristocrata
http://pt.wikipedia.org/wiki/Casamento
http://pt.wikipedia.org/wiki/Esposa
http://pt.wikipedia.org/wiki/Filha
http://pt.wikipedia.org/wiki/Fam%C3%ADlia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Castelo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Nobre
http://pt.wikipedia.org/wiki/Barba_Azul
 
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Frankenstein tnc ou o Moderno Prometeu (Frankenstein: 
or the Modern Prometheus, no original em inglês), mais 
conhecido simplesmente por Frankenstein, é um romance 
de terror gótico com inspirações do movimento romântico, 
de autoria de Mary Shelley, escritora britânica nascida 
em Londres. É considerada a primeira obra de ficção 
científica da história1 . O romance relata a história de 
Victor Frankenstein, um estudante de ciências naturais que 
constrói um monstro em seu laboratório. 
(Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Frankenstein) 
 
 
(____________________________________) 
Cristóvão Colombo (República de Génova, 1451 – 
Valladolid, 20 de maio de 1506) foi 
um navegador e explorador genovês, responsável por 
liderar a frota que alcançou o continente americanoem 12 
de outubro de 1492, sob as ordens dos Reis Católicos 
de Espanha, no chamado descobrimento da América. 
Empreendeu a sua viagem através do Oceano 
Atlântico com o objectivo de atingir a Índia, tendo na 
realidade descoberto as ilhas das Caraíbas (Antilhas) e, 
mais tarde, a costa do Golfo do México na América 
Central. 
(Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Crist%C3%B3v%C3% 
A3o_Colombo ) 
 
 
(____________________________________) 
 
A torre pendente de Pisa (em italiano Torre pendente di 
Pisa), ou simplesmente, Torre de Pisa, é 
um campanário (campanile ou campanário autônomo) da 
catedral da cidade italiana de Pisa. Está situada atrás 
da catedral, e é a terceira mais antiga estrutura na praça 
da Catedral de Pisa (Campo dei Miracoli), depois da 
catedral e do baptistério. [...] Embora destinada a ficar na 
vertical, a torre começou a inclinar-se para sudeste logo 
após o início da construção, em 1173, devido a uma 
fundação mal construída e a um solo de fundação mal 
consolidado, que permitiu à fundação ficar com 
assentamentos diferenciais. A torre atualmente se inclina 
para o sudoeste. 
(Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Torre_de_Pisa) 
 
 
(____________________________________) 
Por que Nero mandou pôr fogo em Roma? 
Calma lá! Os historiadores modernos acreditam que o mais 
provável é que o fogo tenham nascido por um acidente - e 
não provocado por Nero. A única certeza é que houve 
realmente um incêndio arrasador, que começou entre 18 e 
19 de julho do ano 64 d.C. e destruiu boa parte de Roma, 
causando grande quantidade de mortes, embora o número 
total não seja conhecido. 
(Fonte: http://mundoestranho.abril.com.br/materia/por-
que-nero-mandou-por-fogo-em-roma) 
 
 
 
(____________________________________) 
Jardim do Éden - Criado para o homem 
O Jardim do Éden é descrito em Gênesis, capítulos 2 e 3. 
O Senhor criou o Jardim especificamente para Adão, o 
primeiro homem, o qual Deus tinha formado. Em Gênesis 
2:8-9, lemos: "Ora, o Senhor Deus tinha plantado um 
jardim no Éden, para os lados do leste; e ali colocou o 
homem que formara. O Senhor Deus fez nascer então do 
solo todo tipo de árvores agradáveis aos olhos e boas para 
alimento. E no meio do jardim estavam a árvore da vida e 
a árvore do conhecimento do bem e do mal." 
(Fonte: http://www.allaboutgod.com/portuguese/jardim-
do-eden.htm) 
 
 
 
CONHECENDO MAIS SOBRE AS HISTÓRIAS 
 
1) Atividade em grupo: 
Faça grupo e escolham um dos classificados 
para fazer uma pesquisa na internet sobre a(s) 
história(s) referenciada(s) no texto escolhido. 
Depois, contem aos colegas o que vocês 
descobriram. 
 
2) Das histórias a que o autor faz alusão, quais 
você já conhecia ou já havia ouvido falar? 
 
 
RESPOSTA: pessoal. 
Espera-se que, com essa atividade, os alunos consigam trazer 
informações suficientes para a compreensão do texto. 
Sugere-se que, após, o professor faça uma leitura dirigida do 
texto, explicitando questões que possam não ter ficado claras 
para os alunos, por depender de inferências (por exemplo, é 
preciso explicitar que “Prefixo 1”, no classificado Telefone, diz 
respeito ao fato de G. Bell ser o dono do primeiro número de 
telefone, já que foi o inventor). 
Essa atividade possibilita o trabalho com a modalidade oral, 
muitas vezes relegada a segundo plano nas aulas de Língua 
Portuguesa. 
http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_inglesa
http://pt.wikipedia.org/wiki/Reino_Unido
http://pt.wikipedia.org/wiki/Londres
http://pt.wikipedia.org/wiki/Frankenstein#cite_note-1
http://pt.wikipedia.org/wiki/Monstro
http://pt.wikipedia.org/wiki/Frankenstein
http://pt.wikipedia.org/wiki/Rep%C3%BAblica_de_G%C3%A9nova
http://pt.wikipedia.org/wiki/Rep%C3%BAblica_de_G%C3%A9nova
http://pt.wikipedia.org/wiki/Navegador
http://pt.wikipedia.org/wiki/Explorador
http://pt.wikipedia.org/wiki/Rep%C3%BAblica_de_G%C3%A9nova
http://pt.wikipedia.org/wiki/Frota
http://pt.wikipedia.org/wiki/Am%C3%A9rica
http://pt.wikipedia.org/wiki/12_de_Outubro
http://pt.wikipedia.org/wiki/12_de_Outubro
http://pt.wikipedia.org/wiki/1492
http://pt.wikipedia.org/wiki/Reis_Cat%C3%B3licos
http://pt.wikipedia.org/wiki/Espanha
http://pt.wikipedia.org/wiki/Descobrimento_da_Am%C3%A9rica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Oceano_Atl%C3%A2ntico
http://pt.wikipedia.org/wiki/Oceano_Atl%C3%A2ntico
http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%8Dndia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ilhas_das_Cara%C3%ADbas
http://pt.wikipedia.org/wiki/Antilhas
http://pt.wikipedia.org/wiki/Golfo_do_M%C3%A9xico
http://pt.wikipedia.org/wiki/Am%C3%A9rica_Central
http://pt.wikipedia.org/wiki/Am%C3%A9rica_Central
http://pt.wikipedia.org/wiki/Crist%C3%B3v%C3%A3o_Colombo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Crist%C3%B3v%C3%A3o_Colombo
http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_italiana
http://pt.wikipedia.org/wiki/Campan%C3%A1rio
http://pt.wikipedia.org/wiki/Catedral
http://pt.wikipedia.org/wiki/Catedral_de_Pisa
http://pt.wikipedia.org/wiki/Campo_dei_Miracoli
http://mundoestranho.abril.com.br/materia/por-que-nero-mandou-por-fogo-em-roma
http://mundoestranho.abril.com.br/materia/por-que-nero-mandou-por-fogo-em-roma
http://www.allaboutgod.com/portuguese/jardim-do-eden.htm
http://www.allaboutgod.com/portuguese/jardim-do-eden.htm
 
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CONHECENDO O GÊNERO CLASSIFICADO 
 
1) Qual é a intenção do autor ao produzir 
textos com características de classificado? Ele 
realmente quer vender o que anuncia? 
 
2) Pesquise em jornais classificados de 
verdade e responda às questões abaixo: 
a) Quem produz esse tipo de texto? 
b) Para quem é dirigido? 
c) Que intenção o produtor de classificados 
tem ao produzi-lo e submetê-lo à publicação? 
 
3) Recorte três classificados de venda de 
produtos e observe suas características 
linguísticas. Depois responda: 
a) O título é longo ou curto? É de fácil 
entendimento? Ele chama a atenção do 
leitor? 
b) No corpo do classificado, há informações 
suficientes para apresentação do produto? 
c) Há um meio de contato? 
d) Fala-se no valor do produto? 
e) Há imagens do produto? 
f) Há elementos de persuasão, que buscam 
convencer o leitor a comprar o produto 
ofertado? Cite-os. 
g) No corpo do anúncio, há muitos verbos? 
h) Há abreviaturas? 
 
 
 
 
 
RESPOSTA: A intenção é produzir humor. 
Apesar de o autor ter recorrido ao gênero classificado, o seu texto 
como um todo não pode ser assim nominado, uma vez que 
congrega vários classificados, e estes não respondem às condições 
de produção, circulação e recepção de um classificado. O texto de 
Luís Fernando Veríssimo pode ser identificado como crônica que. O 
texto, além de trazer a questão da intertextualidade de conteúdo, 
é pautado também na intertextualidade de forma/genérica, 
embora o gênero referenciado (Classificados) não seja colocado 
realmente em prática no que diz respeito a seus objetivos e à sua 
funcionalidade. 
RESPOSTAS PROVÁVEIS: a) curto; sim; sim. 
O título, em geral, é curto, claro e direto e costuma ser atrativo. 
RESPOSTA PROVÁVEL b) sim. 
O corpo do texto constitui-se de informações necessárias para 
apresentar o produto, como os dados de interesse do comprador. 
RESPOSTA PROVÁVEL c) sim. 
Esse dado é imprescindível nesse gênero, caso contrário, perde sua 
função. 
RESPOSTA PROVÁVEL d) sim. 
Em alguns casos, não se informa o valor, mas cita-se “valor a combinar”, 
por exemplo. 
e) Resposta variável 
O classificado pode ter ou não figura, a depender do meio de 
publicação (na internet, por exemplo, a figura é mais comum do que 
em jornais impressos) e do valor pago pelo anunciante ao jornal, por 
exemplo. 
RESPOSTA PROVÁVEL f) sim. 
Os alunos podem citar recursos diversos (a depender dos classificados 
que estão analisando); em geral, são elementos linguísticos que visam a 
apresentar positivamente o produto, como os adjetivos. O título 
também pode trazer elementos bastante persuasivos (Mas há também 
classificados mais objetivos, sem tais elementos). 
RESPOSTA PROVÁVEL g) não. 
Por questão de espaço e porser claro e direto, em geral, o corpo dos 
classificados apresenta apenas expressões nominais - os verbos ficam 
subentendidos –, podendo aparecer verbo no início do corpo do 
classificado ou no título, como “vende-se” (no caso de venda de 
produtos). 
RESPOSTA PROVÁVEL h) sim/não. 
Essa é uma característica comum do gênero, principalmente quando 
publicado em jornais impressos, por exemplo, mas pode não ocorrer em 
publicações na internet. 
 
Orienta-se para que todos selecionem classificados de venda de 
produto porque há outros tipos de classificados, como os de oferta de 
emprego, por exemplo, cuja análise poderia resultar em respostas 
diversas a essas perguntas, de maneira a não se chegar a 
características comuns. 
Essa questão – dos diversos tipos de classificados – pode ser 
abordada oralmente. 
 
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ANÁLISE COMPARATIVA 
Os gêneros se modificam para se adaptar às mudanças que ocorrem na sociedade. Por exemplo, 
um anúncio do século passado pode apresentar diferenças em relação a um texto do mesmo 
gênero atual. Um anúncio de jornal impresso pode apresentar características diferentes do anúncio 
publicado na internet. Vamos fazer uma análise comparativa? 
EM GRUPO 
- Procure na internet anúncios de jornais publicados há cerca de um século; 
- Procure anúncios atuais criados para serem publicados apenas em portais da internet; 
- Recorte de um jornal impresso um anúncio. 
Se for possível, selecione textos que anunciam a mesma coisas (por exemplo, a venda de uma 
casa), ou pelo menos, elementos da mesma categoria (serviços ou produtos, por exemplo). 
Agora, analise os três textos, observando as características que os aproximam e os diferem. 
Compartilhe os resultados com os colegas de turma. 
 
Exemplo de anúncios antigos (Acervo do jornal Estadão) 
 
Fonte: <http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,anuncios-de-imoveis-guardam-a-memoria-de-sao-paulo,156654e> 
 
PRODUZINDO O GÊNERO 
 
Você tem algo que gostaria de 
vender, trocar ou alugar? Crie um 
classificado para anunciá-lo. 
 
PRODUZINDO HUMOR 
E agora, que tal vender xampu para 
careca? E um dente de leite? Imagine 
uma situação hilária e crie um 
classificado. Você também pode criar um 
classificado poético. 
 
Se grande parte da turma tiver um produtor que realmente 
gostaria de anunciar, o professor pode propor a confecção de um 
folder para circular no colégio, tendo como público alvo outros 
alunos. 
Sugere-se que sejam abordados, antes dessa atividade, os 
CLASSIFICADOS POÉTICOS, de Roseana Murray. 
Nesta página estão publicados alguns deles: 
<http://ideiasepalavrasnossas.blogspot.com.br/2013/04/classific
ados-poeticos.html>. 
 
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SUGESTÕES DE ATIVIDADES 
A PARTIR DE PARTE DO TEXTO “VOU PARA SÃO PAULO” 
Ensino Fundamental 
 
No texto “Vou para São Paulo”, Sérgio Capparelli faz uma brincadeira com a linguagem, citando 
o lugar aonde vai (bairros da cidade de São Paulo), o meio usado para ir até lá e o modo como 
chega até lá (coisas que vai fazendo pelo caminho). 
Veja abaixo a primeira estrofe, conforme foi proposta pelo autor: 
 
VOU PARA SÃO PAULO 
 
À Praça da Sé 
Eu vou a pé 
Comendo banana, 
Mascando chiclé. 
Bairro aonde vai 
Meio de locomoção 
Coisas que faz pelo caminho 
 
 
Vamos brincar com os versos de Sérgio Caparelli? Forme estrofes de quatro versos a partir dos 
quadros abaixo. A última palavra do segundo verso deve rimar com a última palavra do quarto 
verso (como “pé” e “chiclé”, na estrofe acima). 
Bairro aonde 
vai 
Meio de 
locomoção 
Coisas que faz pelo caminho 
A São Miguel 
Ao Ibirapuera 
A Itaquera 
Ao Butantã 
Ao Jabaquara 
A Santo Amaro 
E para casa 
Vou de avião 
Vou de trenó 
Vou de triciclo 
Vou de carroça 
Vou de skate 
Vou de metrô 
Vou de motoca 
Comendo fatias 
Chupando laranja 
Jogando xadrez 
Dizendo mentira 
Fazendo salada 
Dizendo segredos 
Comendo cebola 
Tomando sorvete. 
Contando potoca. 
De grão-de-bico. 
E fazendo troça. 
Com alho no pão. 
De pão-de-ló. 
Pro meu avô. 
 
Agora que você já propôs sua versão, veja a versão original: 
 
 VOU PARA SÃO PAULO 
À Praça da Sé 
Eu vou a pé 
Comendo banana, 
Mascando chiclé. 
 
Ao Ibirapuera 
Vou de motoca 
Dizendo mentira 
Contando potoca. 
 
Ao Butantã 
Vou de trenó 
Comendo fatias 
De pão-de-ló. 
 
A São Miguel 
Vou de carroça 
Jogando xadrez 
E fazendo troça. 
 
 A Itaquera 
Vou de skate 
Chupando laranja 
Tomando sorvete. 
 
 Ao Jabaquara 
Vou de triciclo 
Fazendo salada 
De grão-de-bico. 
 
A Santo Amaro 
Vou de avião 
Comendo cebola 
Com alho no pão. 
 
E para casa 
Vou de metrô 
Dizendo segredos 
Pro meu avô. 
 
 
CAPPARELLI, Sérgio. Tigres no 
quintal. Porto Alegre: Kuarup, 1989. 
O objetivo dessa atividade 
não é que os alunos 
cheguem às estrofes 
conforme foram propostas 
pelo autor, mas que 
organizem estrofes 
semanticamente coerentes 
e sigam a estrutura 
sintática proposta pelo 
autor. 
Essa atividade pode servir 
de base para trabalhar 
noções relativas à estrutura 
do gênero Poema (rima, 
versos, estrofe, verso), além 
da coesão recorrencial. 
 
Sugere-se a visita ao site do autor, 
http://www.capparelli.com.br/. Lá são 
apresentados poemas e atividades 
interativas que podem ser trabalhados 
com os alunos do Ensino Fundamental. 
http://ofeliafonseca.pbworks.com/Pra%C3%A7a-da-S%C3%A9
http://ofeliafonseca.pbworks.com/S%C3%A3o-Miguel
http://ofeliafonseca.pbworks.com/Ibirapuera
http://ofeliafonseca.pbworks.com/Itaquera
http://ofeliafonseca.pbworks.com/Butant%C3%A3
http://ofeliafonseca.pbworks.com/Jabaquara
http://ofeliafonseca.pbworks.com/Santo-Amaro
http://ofeliafonseca.pbworks.com/Ibirapuera
http://ofeliafonseca.pbworks.com/Butant%C3%A3
http://ofeliafonseca.pbworks.com/S%C3%A3o-Miguel
http://ofeliafonseca.pbworks.com/Itaquera
http://ofeliafonseca.pbworks.com/Jabaquara
http://ofeliafonseca.pbworks.com/Santo-Amaro
http://www.capparelli.com.br/
 
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E que tal você também fazer um tour por sua cidade? 
Crie um poema com a mesma estrutura do de Capparelli, mas passeando pelos bairros de 
Cascavel. Abaixo, apresentamos os bairros, mas você pode também usar nomes de 
loteamentos. 
Bairros de Cascavel 
 
Fonte: <http://www.cascavel.pr.gov.br/arquivos/13072009_mapa-base_05-2009.pdf>. 
 
No quadro abaixo, apresentamos alguns meios de transporte que você pode citar em seu 
poema (e também pode usar aqueles citados por Capparelli ou outros meios não citados 
no quadro). 
 
Avião, kart, helicóptero, balão, dirigível, carro, caminhão, ônibus, 
motocicleta, metrô, trem, dromedário, camelo, patineti, buggy, 
bitrem, carro de boi, carruagem, jirico, bonde, mula, burrico, 
velocípede, teleférico, riquixá, 
 
Observe a estrutura que deve seguir: 
 
1º verso: Preposição + Nome do bairro (Não esqueça de 
usar iniciais maiúsculas) 
2º verso: [Pronome - opcional] + verbo + meio de 
locomoção (formado por preposição + substantivo) 
3º verso: Verbo no gerúndio (terminado em –ando, -
endo ou –indo) + Substantivo 
4º verso: Complemento do verso anterior (no poema 
de Capparelli, há estruturas sintáticas diferentes para 
esse verso. Mas observe que ele é sempre curto). 
 
Não esqueça da rima! 
 
Veja um exemplo: 
Ao Cascavel Velho 
Eu vou a cavalo 
Dando pinote, 
Cantando de galo. 
Essa atividade pode servir de 
mote para trabalhar oralmente 
as classes gramaticais. 
Assim como a atividade anterior, 
esta trabalha a questão da 
recorrência sintática, que é um 
dos aspectos da coesão textual. 
Sugere-se aproveitar esse quadro 
para mostrar aos alunos figuras de 
meios de transportes que eles 
podem não conhecer, por não existir 
na localidade em que vivem, como 
o riquixá (usado na Ásia) e o jirico 
(típico do meio rural), por exemplo. 
Não foram citados meios de 
transporte aquáticos, mas nada 
impede que os alunos os citem, uma 
vez que o poema é fictício, e não 
precisa respeitar as características 
geográficas da cidade, pois a 
verossimilhança é dispensável nessegênero textual. 
 
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SUGESTÕES DE ATIVIDADES 
A PARTIR DO TEXTO “PARA QUE NINGUÉM A QUISESSE ” 
Ensino Médio 
As atividades abaixo foram apresentadas no artigo intitulado “EXPLORANDO A COESÃO 
TEXTUAL NO GÊNERO CONTO: PROPOSTAS DE EXERCÍCIOS DE ANÁLISE LINGUÍSTICA”, 
apresentado na 18ª Jornada e Estudos Linguísticos e Literários (Unioeste – Marechal Cândido 
Rondon), em 2015. 
 
*** 
 
Primeiramente, enfatizamos que, com a proposta de atividades apresentadas 
abaixo, estamos fazendo dois recortes. O primeiro é relativo ao lugar da análise 
linguística no texto. Conforme orientam as DCEs (PARANÁ, 2008), a análise 
linguística é uma prática didática complementar às práticas de leitura, oralidade e 
escrita. Assim, é imprescindível que, antes de se chegar aos exercícios aqui propostos, 
seja feito um trabalho adequado de leitura e interpretação do texto, considerando o 
contexto de produção, circulação e recepção do gênero em estudo. A propósito, trata-
se de um texto que pode ser mote para um trabalho mais amplo com a temática 
‘violência de gênero’. 
Sugere-se também que o professor estimule a prática de reflexão linguística a 
partir de uma abordagem oral, antes de aplicar exercícios escritos, especialmente se 
a análise linguística não for uma prática constante nas aulas de Língua Portuguesa. 
O segundo recorte que fazemos diz respeito ao conteúdo que é posto para 
análise: a coesão textual e outros conteúdos correlatos, como os processos de 
coordenação e subordinação, por exemplo. Esse recorte é justificado por esse material 
ser apresentado como exemplos de exercícios de análise linguística, ou seja, não se 
pretende aqui esgotar as possibilidades de trabalho com o texto-base. Vale observar 
que o conto sob análise é rico em recursos linguísticos significativos (como o uso do 
verbo tosquiar, por exemplo), que devem ser trabalhados pelo professor. 
Feitas as ressalvas postas acima, apresentamos, abaixo, o texto a partir do 
qual são propostos os exercícios, dados na sequência: 
 
 
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COMPREENDENDO OS ELEMENTOS LINGUÍSTICOS NO TEXTO 
 
1) O título do texto apresenta uma relação semântica de finalidade, introduzida pela 
expressão para que. Considerando que o conteúdo dado no título orienta a leitura do texto, 
responda: 
a) Como a oração em questão contribui para o sentido global do texto e para a construção 
do perfil da personagem masculina? 
 
Para que ninguém a quisesse 
 
 Porque os homens olhavam demais para a sua mulher, mandou que descesse 
a bainha dos vestidos e parasse de se pintar. Apesar disso, sua beleza chamava 
a atenção, e ele foi obrigado a exigir que eliminasse os decotes, jogasse fora 
os sapatos de saltos altos. Dos armários tirou as roupas de seda, da gaveta tirou 
todas as jóias. E vendo que, ainda assim, um ou outro olhar viril se acendia à passagem 
dela, pegou a tesoura e tosquiou-lhe os longos cabelos. 
 Agora podia viver descansado. Ninguém a olhava duas vezes, homem nenhum 
se interessava por ela. Esquiva como um gato, não mais atravessava praças. E 
evitava sair. 
 Tão esquiva se fez, que ele foi deixando de ocupar-se dela, permitindo que fluísse 
em silêncio pelos cômodos, mimetizada com os móveis e as sombras. 
 Uma fina saudade, porém, começou a alinhavar-se em seus dias. Não saudade da 
mulher. Mas do desejo inflamado que tivera por ela. 
 Então lhe trouxe um batom. No outro dia um corte de seda. À noite, tirou do bolso 
uma rosa de cetim para enfeitar-lhe o que restava dos cabelos. 
 Mas ela tinha desaprendido a gostar dessas coisas, nem pensava mais em 
lhe agradar. Largou o tecido numa gaveta, esqueceu o batom. E continuou 
andando pela casa de vestido de chita, enquanto a rosa desbotava sobre a cômoda. 
 
 
 
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(COLASANTI, Marina. Para que ninguém a quisesse. In: Contos de amor rasgados. Rio de Janeiro, 
Rocco, 1986. p. 111-112) 
Com este exercício, pretende-se levar o aluno à reflexão sobre uma locução conjuntiva que introduz uma 
oração subordinada de teor adverbial sem, contudo, ter como foco o trabalho com a nomenclatura 
gramatical. Espera-se que o estudante observe como esse título se relaciona com o texto e como aí 
significa. Já no título, antes mesmo de se chegar ao corpo do texto, a autora expõe a finalidade das ações 
da personagem masculina, o que contribui para a formação da imagem de um namorado/marido 
ciumento, agressor, violento (violência simbólica). Assim, o título reforça o sentido do texto, ao mesmo 
tempo em que adianta as características da personagem masculina. Um leitor que não concorda com a 
perspectiva machista já de início tem um sentimento de indignação em relação às atitudes dessa 
personagem. Trata-se, pois, de uma estratégia de envolvimento do leitor. 
 
 
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2) Considerando o texto todo, 
a) Circule os elementos de coesão que dizem respeito aos 
protagonistas e identifique as classes gramaticais a que 
pertencem. 
b) Entre os elementos circulados, não se verificam os nomes das 
personagens. Isso prejudica a coerência do texto? Na resposta a 
essa questão, formule hipóteses sobre os sentidos pretendidos pela 
autora ao escolher não nomeá-las. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3) Observe o pronome possessivo sua (linha 1), e responda: 
a) Qual é o referente desse pronome? 
b) É possível excluí-lo sem prejuízo de sentido? Justifique. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESPOSTA: a) Personagem 
feminina: “a” (a quisesse), 
“a sua mulher”, “se””(se 
pintar), “sua”, “ela” (dela), 
“-lhes”, “a” (a olhava), 
“ela”, “ela” (dela), “ela”, “a 
mulher”, “lhe”, “-lhe”, “ela”; 
personagem masculina: 
“sua” (sua mulher), “ele”, 
“ele”, “seus”, “lhe”. 
 
Este exercício, que envolve a referenciação, possibilita o trabalho com a classe gramatical pronome, uma 
vez que, com exceção dos sintagmas nominais “sua mulher” e “a mulher”, todas as outras formas de 
referência aos protagonistas é feita por meio dessa classe gramatical (pronomes pessoais retos e oblíquos, 
reflexivos e possessivos). Porém, mais do que trabalhar a nomenclatura em si, propõe-se reflexão sobre a 
funcionalidade de tais elementos no texto. Nesse conto, o uso dos pronomes vai muito além do objetivo 
de evitar a repetição, função bastante conhecida dessa classe gramatical, e de criar uma rede coesiva no 
texto. Ao não nomear as personagens e referenciá-las pelas expressões nominais acima citadas e, 
principalmente, por meio de pronomes, garante-se um tratamento universal ao tema, haja vista a violência 
contra a mulher ser um fenômeno universal, que atinge todas as classes sociais, etnias, religiões e 
culturas. Nesse sentido, para além da coesão interna do texto, essa estratégia tem significado essencial 
para os sentidos propostos pela autora. 
A atividade pode servir ainda de mote para a reflexão sobre como a construção e reconstrução de objetos 
de discursos (no caso, as personagens) pode ocorrer sem que se recorra a sintagmas nominais cujo núcleo 
seja um substantivo. Nesse caso, a caracterização das personagens não está relacionada, portanto, à 
forma como são nominadas no texto, mas é construída pelo leitor a partir da descrição de suas atitudes. 
 
Com este exercício, propõe-se trabalhar com a noção da anáfora e catáfora. Os alunos precisarão 
identificar o referente do pronome possessivo sua que aparece posteriormente, também em forma de 
pronome (ele, linha 2), conforme já observado no exercício anterior. Além disso, sugere-se uma reflexão 
sobre a exclusão do pronome possessivo. Tal subtração resultaria em mudança de sentido no texto, 
embora não prejudicaria a formação do texto no nível sintático. Observa-se, primeiramente, que a falta 
do pronome lançaria o sintagma nominal (a mulher) ao nível da indeterminação, o que não teria sentido 
nesse texto, além deanular o pressuposto de que há uma relação conjugal entre as personagens do conto. 
Em segundo lugar, cita-se que o pronome possessivo sua envolve uma noção de posse e objetificação, por 
parte da personagem masculina, que é muito significativa no texto, uma vez que é esse sentimento que 
desencadeia as ações de violência simbólica que permeiam o texto. Assim, esse elemento de coesão passa 
a ter realce no texto, uma vez que expõe a motivação das ações da personagem masculina, o que orienta 
a interpretação do enredo e contribui para a construção da personagem masculina. 
 
 
P
ág
in
a4
 
4) Considerando o primeiro período do texto, responda às 
questões abaixo: 
Porque os homens olhavam demais para a sua mulher, mandou que descesse a bainha dos 
vestidos e parasse de se pintar. 
 
a) Que relação semântica é introduzida pela conjunção porque? 
b) Observe que a oração subordinada introduzida por esse elemento é posta em primeiro 
plano, desobedecendo à ordem direta: 
Ordem direta: Mandou que descesse a bainha dos vestidos e parasse de se pintar porque os homens olhavam 
demais para a sua mulher. 
Ordem inversa: Porque os homens olhavam demais para a sua mulher, mandou que descesse a bainha dos 
vestidos e parasse de se pintar. 
Em termos de conteúdo preposicional, não há diferença entre uma ou outra forma de 
enunciar. Em termos discursivos, essa mesma análise é pertinente? Justifique sua resposta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
5) O segundo período é iniciado pela locução conjuntiva concessiva Apesar de (linha 2), 
composta por uma locução conjuntiva (apesar de) + um pronome demonstrativo (isso). 
 
Apesar disso, sua beleza chamava a atenção, e ele foi obrigado a exigir que eliminasse 
os decotes, jogasse fora os sapatos de saltos altos. 
 
a) Que relação semântica é estabelecida pela expressão apesar de? 
b) Que parte do texto é retomada pelo pronome demonstrativo? 
b) Pode-se dizer que não apenas o conteúdo que vem após a expressão apesar disso, mas 
também ela própria contribui para enfatizar a beleza da mulher. Justifique essa análise. 
c) A exemplo da expressão analisada acima, que outro recurso de coesão empregado no 
texto reforça a ideia de “persistência” da beleza da personagem feminina? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Este exercício, além de possibilitar o trabalho com os aspectos sintático e semântico do conector porque, 
que introduz uma oração explicativa, instiga a reflexão sobre os sentidos relacionados à ordem de 
colocação e sobre a função dessa ordem no texto. Com a topicalização da oração, dá-se ênfase à motivação 
do namorado/marido, o que reforça o sentido que já começou a ser construído no título, enfatizando a 
perspectiva machista assumida pela personagem masculina. Na ordem direta, tal motivação acaba 
perdendo a ênfase. Nesse sentido, a autora vai construindo e reforçando uma imagem da personagem 
masculina e instigando os sentimentos do leitor em relação ao enredo e às personagens. 
Neste exercício, trabalha-se com a referenciação (isso) e a sequenciação (apesar de) ao mesmo tempo. 
Além de fazer as relações necessárias no cotexto, o aluno precisa observar como a expressão apesar 
de permite ao leitor antecipar o encadeamento possível, conforme seu conhecimento de mundo. Não 
seria possível, por exemplo, construir a oração “Apesar disso, ela ficou feia”, pois o conteúdo anterior 
(retomado pelo pronome demonstrativo isso), somado ao sentido da locução conjuntiva apesar de, já 
encaminha para determinada conclusão, apontando para a manutenção da beleza/feminilidade da 
personagem feminina. Mais abaixo no texto, a expressão ainda assim (linha 4) – sequenciação (ainda) 
e referenciação (assim) – segue a mesma orientação, enfatizando a beleza da mulher, em contraposição 
com as atitudes do namorado/marido. 
 
P
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a5
 
6) A conjunção e é tradicionalmente descrita como tendo valor semântico de adição. Porém, 
ela pode ser tomada como um elemento curinga, pois introduz outras relações para além 
da simples adição de argumentos, como se verifica na linha 3. 
a) Que relação semântica o elemento em questão introduz nesse contexto? 
b) Pode-se dizer que a relação de sentido estabelecida a partir dessa conjunção contribui 
para que o leitor que não concorda com as ações da personagem masculina fique ainda 
mais indignado com suas ações. Justifique essa análise. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7) Em geral, a gramática tradicional apresenta a conjunção ou como tendo valor exclusivo. 
a) Pode-se dizer que essa análise se aplica à conjunção empregada na linha 6? Justifique. 
b) A expressão um ou outro minimiza ou maximiza a beleza e a feminilidade da mulher? 
 
 
 
 
 
 
8) Há alguns elementos que demarcam na narrativa mudança de situação. Aponte dois 
elementos de coesão responsáveis por demarcar as mudanças mais significativas para a 
personagem masculina. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Com este exercício, espera-se estimular a reflexão sobre os múltiplos sentidos que podem ser 
introduzidos pela conjunção e, superando a visão posta pela gramática tradicional, a principal 
referência da maioria dos livros didáticos. Além disso, propõe-se reflexão sobre como esse elemento 
significa nesse conto em específico. Aqui, a conjunção introduz uma espécie de conclusão, ou, ainda, 
de consequência, dada a partir da perspectiva do namorado/marido, como se sua ação não pudesse 
ter sido outra a não ser a que ele tomou, análise que é reforçada pela conjunção verbal foi obrigado. 
Nesse sentido, um leitor que não concorda com a perspectiva machista fica ainda mais indignado com 
a personagem masculina. Esse e os outros elementos analisados podem ser apontados pelo professor 
como exemplos da habilidade da autora em lidar com os elementos linguísticos para trabalhar a emoção 
e os sentimentos do leitor, envolvendo-o na história. 
Neste exercício, novamente chama-se a atenção para os valores semântico-discursivos das conjunções, 
propondo uma reflexão crítica da gramática tradicional. Nesse caso, a conjunção ou não tem sentido 
exclusivo, mas inclusivo, e, no conjunto da expressão, significa “alguns”, “poucos”. Em outros 
contextos, essa expressão poderia significar uma avaliação negativa, pois indica que chama “pouca” 
atenção; mas, no conto analisado, ela é ressignificada, mostrando como era acentuada a beleza e a 
feminilidade da mulher, pois, apesar das muitas tentativas do namorado/marido de anulá-las, essas 
características ainda persistiram. 
Este exercício visa a trabalhar com questões próprias da estrutura de sequências narrativas, 
considerando como tais elementos significam nesse conto. Dos elementos que marcam mudanças no 
ciclo narrativo, destacam-se os expedientes linguísticos agora (linha 6) e porém (linha 10). O primeiro 
põe fim a uma sequência de ações e introduz uma nova situação para a personagem masculina. Nesse 
ponto do texto, o leitor pode retomar o título do texto entendendo que a personagem masculina 
alcançou o êxito em suas ações, cumprindo a finalidade exposta. O segundo torna a mudar a situação 
estável da personagem masculina, dando início a um encadeamento do texto que não pode ser inferido 
a partir do conteúdo já posto; tal mudança leva a personagem masculina a tomar atitudes que vão no 
sentido inverso das outras até então descritas no conto, considerando o objetivo dessa personagem em 
relação ao corpo da mulher. O uso da conjunção nesse texto possibilita ao professor levantar a seguinte 
reflexão: apesar de as mudanças de situação da narrativa estarem, em geral, associadas a marcadores 
temporais, outros expedientes linguísticos também podem cumprir essa função. 
Pode-se dizer que os elementos destacados neste exercício mostram a seguinte passagem no ciclo 
narrativo, considerando o estado de espírito da personagem masculina: DESCONTENTE → (Agora) → 
CONTENTE → (Porém) → DESCONTENTE. 
 
 
P
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a6
 
9) Observe a conjunção porém (linha 10). 
Uma fina saudade, porém, começou a alinhavar-se em seus dias. Não saudade da 
mulher. Masdo desejo inflamado que tivera por ela. 
 
a) Que relação de sentido introduz no texto? 
b) Em termos sintáticos, poderíamos excluí-la sem prejuízo para a oração. 
Uma fina saudade começou a alinhavar-se em seus dias. 
Essa mesma análise pode ser feita considerando os sentidos pretendidos para o texto? 
Justifique sua resposta. 
 
 
 
 
 
10) Observe os sintagmas nominais uma rosa de cetim (linha 15) e a rosa (linha 18). No 
primeiro caso, a expressão é introduzida por um artigo indefinido; no segundo, por artigo 
definido. Considerando tais expressões, responda: 
a) É possível inverter essa ordem, ou seja, substituir no texto as expressões acima por a rosa 
de cetim e uma rosa, respectivamente? Justifique sua resposta. 
b) Considerando o texto, é possível introduzir ambas as expressões com o artigo definido sem 
prejuízo de sentido? Justifique. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Este exercício propõe reflexão sobre o uso de conjunção adversativa considerando o valor desse 
elemento na construção do texto. A conjunção porém introduz uma relação adversativa relevante no 
texto, não só por apresentar uma nova perspectiva da personagem, mas também por fazer o 
contraponto com o que se disse no cotexto anterior. Uma conclusão possível a partir do conteúdo dado 
até então seria, por exemplo, “então ele está satisfeito”, e a conjunção altera o sentido dessa conclusão, 
apontando para outra direção. É interessante observar que, se a conjunção estivesse encabeçando o 
período, seria adiantada a ideia de contraposição, só demarcada no texto original depois do sujeito 
(“uma fina saudade”). 
Este exercício busca mostrar a relação dos artigos na introdução e manutenção de objetos de discurso, 
questão que, em geral, acaba ficando de fora de uma análise embasada nos moldes tradicionais. 
A inversão proposta não seria possível, pois, no primeiro caso, “À noite, tirou do bolso uma a rosa de 
cetim para enfeitar-lhe o que restava dos cabelos”, pressuporia o conhecimento partilhado entre autor 
e leitor sobre a existência desse elemento (rosa) relacionado àquele enredo, o que, de fato, não ocorre. 
Também por esse motivo não seria possível introduzir os dois sintagmas nominais com artigo definido. 
No segundo caso, “E continuou andando pela casa de vestido de chita, enquanto a uma rosa 
desbotava sobre a cômoda”, o uso do artigo indefinido indicaria a introdução de um novo objeto de 
discurso, o que não condiz com o texto conforme proposto pela autora, pois trata-se de uma referência 
a elemento anteriormente introduzido. 
 
 
P
ág
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a7
 
11) Considere este fragmento: 
E continuou andando pela casa de vestido de chita, enquanto a rosa desbotava sobre a cômoda”. 
 
a) A expressão destacada indica que a ação expressa na oração por ela introduzida: 
i) sempre ocorreu. 
ii) ocorreu antes de outra ação. 
iii) ocorreu depois de outra ação. 
iv) ocorreu ao mesmo tempo em que outra ação ocorria. 
v) é interrompida. 
b) Além de introduzir o sentido acima explicitado, a conjunção sob análise é responsável por 
introduzir uma situação que, pode-se dizer, metaforiza a condição da mulher. Como o 
enunciado apresentado após a conjunção, que traz predicação sobre um objeto, pode ser 
relacionado à imagem da personagem feminina? 
 
c) Considerando que a autora faz um jogo entre sensualidade/beleza x anulação da 
feminilidade, que substantivos concretos podem ser relacionados a esses dois campos 
semânticos por simbolizarem essa duas faces da personagem feminina? 
 
 
 
 
 
 
12) Considere este fragmento: 
“Esquiva como um gato, não mais atravessava praças. E evitava sair”. 
a) O termo em destaque introduz que relação de sentido? 
b) Sintaticamente, é possível reconstruir esse enunciado eliminando toda a expressão 
introduzida pela conjunção sob análise: 
“Esquiva, não mais atravessava praças. E evitava sair”. 
Essa interpretação é possível quando se considera o nível semântico-discursivo? Justifique. 
 
 
 
 
 
 
Com este exercício, espera-se que o estudante observe não apenas a noção semântica de tempo 
concomitante, mas também o valor da conjunção no conto. Ela introduz uma oração que metaforiza a 
condição da mulher, uma vez que a rosa pode ser tomada como um símbolo da mulher que passa por 
um violento processo de anulação de sua beleza e feminilidade. 
Nesse sentido, o sintagma nominal vestido de chita representa a nova personagem reconstruída pelo 
homem, enquanto os substantivos/sintagmas nominais batom, corte de seda, rosa de cetim 
simbolizam a beleza e feminilidade, características que foram “arrancadas” da mulher. 
Com este exercício, espera-se que o estudante perceba que há uma relação de comparação e, para além 
dessa reflexão em termos de valores sintático-semânticos, que reflita sobre o sentido da comparação 
no texto analisado. Ao se propor uma possível exclusão da oração comparativa (com verbo 
subentendido), não se prejudica a continuação sintático-semântica do texto; porém, os sentidos seriam 
alterados, na medida em que tal exclusão deixaria menos enfática a condição atual da mulher, que foi 
transformada pela violência do namorado/marido. 
 
P
ág
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a8
 
13) O elemento que introduz o último parágrafo é uma conjunção adversativa. 
Mas ela tinha desaprendido a gostar dessas coisas, nem pensava mais em lhe agradar. 
A conjunção estabelece uma oposição não em relação ao conteúdo apresentado no 
parágrafo anterior, mas em relação a um encadeamento possível (conclusão) a partir desse 
conteúdo, que é completado pelo leitor. 
Considerando os sentidos pretendidos para o texto, explicite em uma frase esse 
encadeamento. 
 
 
 
 
 
14) Considere este fragmento: 
Então lhe trouxe um batom. No outro dia um corte de seda. À noite, tirou do bolso uma rosa de cetim 
para enfeitar-lhe o que restava dos cabelos. 
a) Que relação de sentido introduzem no texto os elementos em destaque? 
b) Considere a possibilidade de reescrever o enunciado excluindo tais expressões: 
Então lhe trouxe um batom, um corte de seda e tirou do bolso uma rosa de cetim para enfeitar-lhe o que restava 
dos cabelos. 
Essa reestruturação traria algum prejuízo para o sentido, considerando o enredo proposto 
pela autora? Justifique sua resposta. 
 
 
 
 
 
15) Há uma parte do texto em que fica explicitado que a mulher é considerada pelo homem 
um simples objeto de desejo. 
a) Copie do texto o fragmento em questão. 
b) Que elemento coesivo contribui para se chegar a essa interpretação? 
 
 
 
 
 
Neste exercício, pretende-se desconstruir a ideia de que as conjunções adversativas apresentem ideias 
opostas no âmbito dos conteúdos postos, quando, na verdade, redirecionam a conclusão, envolvendo 
questões como inferência, subentendido e conhecimento de mundo. 
Uma frase de encadeamento esperado, considerando o teor do texto, seria “então, ela voltou a se 
cuidar”, por exemplo. Essa conclusão é redireciona pela conjunção mas, apontando para outra direção. 
 
Com este exercício, pretende-se instigar o aluno a refletir sobre a relação semântica de tempo, bastante 
comum nas sequências narrativas, que introduz as orações e, para além disso, a refletir sobre a função 
no conto dos elementos destacados. A reescrita sem tais elementos enfraquece a ideia de repetidas 
investidas do namorado/marido para recuperar a beleza e a feminilidade da mulher. Ou seja, tais 
expedientes linguísticos não apenas ordenam os fatos no tempo, garantindo a progressão temporal, 
mas também são responsáveis por explicitar o desejo da personagem masculina em “recuperar” a 
beleza e a feminilidade da mulher, num movimento inverso àquele apresentado no início do conto. 
 
Neste exercício, o aluno é levado a identificar o fragmento em que revela a mulher como simples objeto 
de desejo pelo homem (Uma fina saudade, porém, começou a alinhavar-se em seus dias. Não saudade 
da mulher. Mas do desejo inflamado que tivera por ela). Além disso, propõe-se uma reflexão sobre 
o valor da conjunçãomas, que, aqui, tem sentido de ressalva (não x → mas y), que é diferente do valor 
da conjunção adversativa empregada no início do último parágrafo, por exemplo. 
 
P
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a9
 
16) Observe este fragmento: 
“Então lhe trouxe um batom. No outro dia um corte de seda. À noite, tirou do bolso uma 
rosa de cetim para enfeitar-lhe o que restava dos cabelos”. 
Apenas no último período dessa sequência encadeia-se à oração principal uma oração 
adverbial final, introduzida pelo elemento coesivo para. 
Considerando essa observação, levante hipóteses sobre o motivo de não se explicitar tal 
relação também nos dois primeiros períodos. 
 
 
 
Neste exercício, espera-se que o aluno levante hipóteses sobre conteúdos que precisem estar 
explicitados e aqueles que podem estar subentendidos. No caso desta questão, a explicitação de orações 
adverbiais finais nas duas primeiras orações deixaria o texto incoerente, considerando o nível de 
informatividade requerido. Já em relação à última oração, a explicitação da finalidade é necessária, 
uma vez que o leitor não compartilha com o produtor do texto conhecimentos suficientes para deduzir 
a finalidade da rosa, por não ter um uso tão óbvio quanto os outros dois elementos citados no parágrafo.

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