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P ág in a0 CECA - UNIOESTE EXPLORANDO ALGUNS GÊNEROS E EXERCITANDO A ANÁLISE LINGUÍSTICA Organização: Profa. Alcione Tereza Corbari CURSO PDE 2016 P ág in a1 SUGESTÕES DE ATIVIDADES A PARTIR DO TEXTO “HISTÓRIA DO BEBUM” Ensino Fundamental História do Bebum Vagava eu, bêbado e contente, Na rua quando de repente Vi a coisa preta, Rolei na sarjeta – E um porco deitou-se ao meu lado, Tranquilo e acomodado. Fiquei lá, caído, Tonto e dolorido. Eis quando, naquela hora, Passou por ali uma senhora De cara orgulhosa, E falou, desdenhosa: “Conhece-se um tipo imundo Por sua companhia no mundo!” Ouvindo isso, o porco, Que estava de borco, ergueu-se e zás! – Foi-se embora. De borco = de barriga pra baixo (BELINK, Tatiana. Um caldeirão de poemas. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2004) INTERPRETANDO O TEXTO 1) O texto humorístico se caracteriza por quebrar a expectativa do leitor. Que expectativa é essa? A partir de que frase essa expectativa é criada? Que parte do texto ocorre essa quebra da expectativa? Aspas: elemento gráfico que demarca a polifonia explícita. Mudança da ordem sintática canônica: “vagava eu”. Partícula expletiva (ou de realce): -se. Ênfase/oralidade. Nos quadros abaixo, apresentam-se alguns tópicos que podem ser objeto de análise linguística oral. Estrutura de poema: versos e rimas. Elementos característicos de narrativas. Característica de piada: quebra da expectativa do leitor, gerando humor; marcas da oralidade. Índice de indeterminação do sujeito: -se. (avaliação que se estende a outros casos; valor de verdade à avaliação) Marcas da oralidade: “via a coisa preta”, “eis”, “zás!”, “foi-se embora”. Contribuem para tornar o texto dinâmico, leve; aproximam do gênero piada. Valor da conjunção E – esta se difere das demais, pois dá ideia de sucessão de fatos no tempo (poderia ser substituído por ENTÃO, por exemplo), enquanto os outros dão ideia de adição. RESPOSTA: A expectativa inicialmente criada é a de que a senhora estaria se referindo ao bebum com a expressão “tipo imundo”, e a companhia que leva a essa conclusão seria o porco (ou seja, o porco não seria uma companhia “adequada”). A frase que cria essa expectativa é “conhece-se um tipo imundo por sua companhia no mundo!”. A quebra da expectativa ocorre nos três últimos versos, quando verificamos a interpretação a partir da perspectiva do porco, que entendeu que o bebum não seria boa companhia (por esse viés, quem teria “salvação” seria o porco, se não andasse com más companhias). P ág in a2 2) Explique o significado da expressão “via a coisa preta”. 3) Que ditado popular pode ser relacionado à fala da senhora? 4) Que palavras no texto têm a ver com “bebum/bêbado”? 5) Considere o título do texto. a) Que outras palavras poderiam ser usadas no lugar de “bebum”? b) Agora, reflita com seus colegas: a troca por outro substantivo é pertinente, considerando o sentido que dá ao texto? 6) Há no texto uma relação de causa e consequência. Ou seja, algo acontece como consequência de outra coisa que aconteceu antes. Explique em que parte do texto observa-se essa relação. 7) Observe os adjetivos que estão no texto e responda às questões que seguem: a) Preencha o quadro abaixo os adjetivos que qualificam as personagens da narrativa: b) Os adjetivos atribuídos à senhora a qualificam de forma positiva ou negativa? Por que isso ocorre? c) Se fosse a senhora que estivesse contando essa história, usaria os mesmos adjetivos para descrever o bebum? Justifique. Bebum Porco Senhora RESPOSTA: BEBUM: bêbado, contente, tonto, dolorido; PORCO: tranquilo, acomodado; SENHORA: desdenhosa (observa-se que esse adjetivo se aproxima do advérbio, pois modifica o verbo); orgulhosa (embora esse adjetivo não qualifique diretamente o substantivo “senhora”, mas “cara”, ele explicita uma qualificação do narrador em relação a essa personagem). Observa-se que, apesar de predominar a sequência narrativa, também há características da sequência descritiva nesse texto, como é o caso do uso dos adjetivos, que descrevem as personagens. RESPOSTA: Causa: a fala da senhora; Consequência: a saída do porco. Pode-se aproveitar essa questão para explorar oralmente a noção adverbial da oração “ouvindo isso”, que pode ser interpretada como uma oração temporal (“quando ouviu isso”), mas que também carrega uma noção de causa (“porque ouviu isso”). RESPOSTA: Qualificam-na de forma negativa. Isso porque o bêbado (que é quem “conta a história”) não avaliaria positivamente alguém que o desqualificou. Nota-se, porém, que o narrador reserva certo respeito a essa personagem ao recorrer ao substantivo “senhora”, ao invés de algum outro que pejorativo. RESPOSTA: Se fosse a senhora que estivesse contando a história, provavelmente usaria adjetivos que o qualificariam negativamente, uma vez que faz uma avaliação negativa da situação a que está assistindo. (mudança de foco narrativo – perspectivas) Essa análise é adequada mesmo se se considerar que a senhora, na verdade, estava se referindo ao porco com a expressão “um tipo imundo”, pois a crítica, na verdade, recai sobre os dois personagens. RESPOSTA: A expressão refere-se a uma situação ruim; no caso desse texto, refere-se à percepção do bebum de que não conseguiria se manter em pé. RESPOSTA: rua, sarjeta, tonto. Essa atividade explora a noção de campo semântico e de manutenção temática. Sugere-se fazer exercícios oral apontando outros substantivos ou outras expressões, para que os alunos relacionem a outras palavras (por exemplo, se a história falasse de “acidente de trânsito”, provavelmente envolveria palavras como “carro”, “policial”, “motorista” etc. RESPOSTA. a) Sugestão: bêbado, tchuco, pinguço... b) Resposta pessoal. Sugere-se trabalhar oralmente a ideia de que não há sinônimos perfeitos, apenas quase-sinônimos; trocar uma palavra por outra implica em mudança de nuances de sentido. Por exemplo, se fosse usado o substantivo “bêbado”, se perderia a marca de oralidade e o tom jocoso que carrega o substantivo “bebum”. RESPOSTA: “Diga-me com quem andas que direi quem és”. (intertextualidade) P ág in a3 8) A expressão “um tipo imundo” é genérica, impessoal. O uso dessa expressão é importante nesse texto? 9) É possível reescrever o último verso excluindo a expressão “zás!” Porém, no nível discursivo, essa expressão é significativa no texto. Que nuances de sentido ela agrega ao texto? EXPLORANDO A COMPOSIÇÃO DO GÊNERO 1) “História do Bebum” é uma narrativa escrita em verso. Identifique estes elementos no texto: a) Tempo (quando a história ocorreu): b) Espaço (onde a história ocorreu): c) Personagens (quem participa da história): d) Narrador (quem conta a história): 2) Ainda sobre a narrativa e suas características linguísticas, responda: a) O narrador participa da história? Aponte elementos linguísticos que comprovem sua resposta. b) Qual é a personagem principal da história? c) Identifique os verbos do texto e responda: i. A maioria deles indicam: ( ) ações realizadas pelas personagens ( ) estado ou qualidade das personagens ( ) fenômenos da natureza iii. A maioria deles está no tempo: ( ) presente ( ) passado ( ) futuro RESPOSTA: a) Sim; pronomes “eu” e “meu” e a desinência dos verbos; b) bebum (narrador). Essa atividade permite explorar os seguintes conteúdos: pronome, concordância verbal, sujeito elíptico, além do foco narrativo. Sugere-se que, na correção, o professor cite termos como “foco narrativo”, “narrador participante/personagem”, “narrador observador”, “narrador onisciente”. RESPOSTA: i) ações realizadas pelas personagens; ii) passado.Essas atividades exploram questões de composição do texto em que predomina a sequência narrativa: predominância de verbos de ação conjugados no tempo passado, já que se conta uma história que aconteceu em tempo anterior ao relato. RESPOSTA: a) indeterminado; b) rua; c) bebum, porco, senhora; d) bebum. Sugere-se explorar, oralmente, o fato de o tempo ser indeterminado (nessa história, como na maioria das piadas, o tempo não é relevante). RESPOSTA: É importante porque não se refere diretamente nem ao bebum, nem ao porco, o que permite criar o humor pretendido pela produtora do texto. Se fosse usada a expressão “um homem imundo”, por exemplo, o final do texto não teria sentido. RESPOSTA: Ela descreve a rapidez da ação, o que contribui para gerar o humor, uma vez que explicita que o porco não quis ficar mais nem um minuto ao lado do bebum para que não fosse visto como “um tipo imundo”. P ág in a4 d) Identifique elementos linguísticos que mostram que os fatos ocorreram um após o outro. e) Identifique no texto palavras que o narrador usa para referenciar o lugar em que ocorreu a história. EXERCITANDO A COMPOSIÇÃO DE PALAVRAS E A CONSTRUÇÃO DE FRASES 1) Considerando que a história é narrada na primeira pessoa, faça testes e responda: a) Se a história fosse narrada em 3ª pessoa, seria necessário alterar que elementos do texto? b) Se a história fosse narrada por mais de uma pessoa (nós), que elementos precisariam ser alterados no texto? c) A que classe gramatical pertencem os elementos linguísticos citados nas questões a) e b)? 2) Observe o gênero do narrador. a) O narrador é uma pessoa do sexo masculino. Que elementos no texto comprovam essa afirmação? b) Se a história fosse contada por um narrador do sexo feminino, como ficariam os elementos citados na questão anterior? RESPOSTA: “quando de repente”, “e” (e um porco deitou-se ao meu lado), “eis quando”. Obs.: A expressão “naquela hora” também marca tempo, mas relaciona fatos que ocorrem simultaneamente. A atividade c) permite explorar duas características da sequência narrativa, conforme aponta Adam (2008): - a sucessão de eventos: consiste na delimitação de um evento inserido em uma cadeia de eventos alinhados em ordem temporal; - o processo: a narrativa deve ter começo, meio e fim. A estruturação básica da sequência narrativa parte da ideia de processo. Para que haja o fato, é necessário que ocorra uma transformação. Também é possível explorar os momentos da narrativa a partir desses elementos (especialmente da expressão “eis quando”, que estabelece o conflito). RESPOSTA: “a rua”, “sarjeta”, “lá”, “ali”. Essa atividade, que explora a coesão textual, permite explorar mais uma característica formal da sequência narrativa: o uso de locativos. Além disso, pode-se trabalhar campos semânticos (rua, sarjeta), outro aspecto da coesão textual. RESPOSTA: a) Ele, viu, rolou, seu, ficou; b) Vagávamos, nós, bêbados, contentes, vimos, rolamos, nosso, ficamos, caídos, tontos, doloridos. Essa atividade explora a noção de concordância nominal (número) e concordância verbal (número e pessoa). RESPOSTA: a) pronomes e verbos (desinências verbais); b) pronomes, verbos e adjetivos. RESPOSTA: a) o (do), bêbado, caído, tonto, dolorido; b) a (da), bêbada, caída, tonta, dolorida. Essas atividades exploram a noção de concordância nominal (gênero). P ág in a5 SUGESTÕES DE ATIVIDADES A PARTIR DE PARTE DO TEXTO “O CLASSIFICADO ATRAVÉS DA HISTÓRIA” Ensino Fundamental O classificado através da história SÍTIO - Vendo. Barbada. Ótima localização. Água à vontade. Árvores frutíferas. Caça abundante. Um paraíso. Antigos ocupantes despejados por questões morais. Ideal para casal de mais idade. Negócio de Pai para filhos. Tratar com ___________________. CRUZEIRO - Procuram-se casais para um cruzeiro de 40 dias e 40 noites. Ótima oportunidade para fazer novas amizades, compartilhar alegre vida de bordo e preservar a espécie. Trazer guarda-chuva. Tratar com ___________________. [...] CISNE - Troco por qualquer outro animal de porte, mais moço. Deve ser macho. Tratar com ___________________. LEÃO - Oferece-se para shows, aniversários, quermesses, etc. Fotogênico, boa voz, experiência em cinema. Tem referências da MGM, para a qual trabalhou até a aposentadoria compulsória. ÓRGÃO - Compro qualquer um. À vista. Também a audição, o sistema linfático, etc. Tratar com ___________________, no Castelo. [...] TORRO TUDO - E toco cítara. Tratar com ___________________. [...] TELEFONE - Pouco usado. Prefixo 1. Tratar com ___________________. CASAMENTO - Homem só, boa aparência, situação estável. Procura moça para ser companheira pelo resto da vida dela. Procurar ___________________. CORRESPONDÊNCIA - Quero me corresponder com qualquer pessoa em qualquer lugar. Escrever para ___________________ com urgência. [...] ASSISTENTE DE PINTOR - Deve ter prática em pintar de costas. Preciso de assistente porque estou momentaneamente impossibilitado de trabalhar. Caiu pingo no meu olho. Procurar ___________________, na Capela Sistina. ENGENHEIRO - Precisa-se, urgente, para substituir elemento demitido motivo embriagues. Tratar ___________________, Itália. TRIPULANTES - Preciso para excursão marítima. Jogo tudo nesta empreitada. Tentaremos provar que se pode chegar à índia viajando para o Oeste. Se conseguirmos, seremos famosos. Se não, a história nos esquecerá. Tratar com ___________________. (VERÍSSIMO, Luís Fernado. Comédias para se ler na escola. São Paulo: Objetiva, 2001) Observação: Alguns dos classificados não foram aqui considerados por se considerar que envolver conhecimentos intertextuais e de mundo que possivelmente dificultariam a leitura por um aluno do Ensino Fundamental. O texto completo apresenta 18 anúncios e pode ser acessado neste endereço: http://www.cursoacesso.com.br/wp-content/uploads/Luis-Fernando-Verissimo-Com%25C3%25A9dias-Para-Se-Ler-Na-Escola.pdf. http://www.cursoacesso.com.br/wp-content/uploads/Luis-Fernando-Verissimo-Com%25C3%25A9dias-Para-Se-Ler-Na-Escola.pdf P ág in a6 ESTABELECENDO RELAÇÕES INTERTEXTUAIS 1) Nesse texto, o autor faz brincadeiras com a própria língua e com os objetos a serem vendidos, como se fossem classificados de jornais, fazendo uma relação intertextual com histórias reais e fictícias diversas. Considerando o conteúdo de cada classificado, complete as lacunas com o nome dos anunciantes. Dr. Frankestein - Leda - Nero - Cristóvão Colombo - Noé - A. G. Bell - Barba Azul - Robinson Crusoé - Michelangelo - prefeitura de Pisa - Deus Abaixo, apresentamos algumas informações que o ajudarão a responder a essa questão e a interpretar o texto de Luís Fernando Veríssimo. Escreva nos parênteses o nome do classificado que tem relação com cada fragmento. (____________________________________) Alexander Graham Bell (Edimburgo, 3 de Março de 1847 — Nova Escócia, 2 de Agosto de 1922) foi um cientista, inventor e fundador da companhia telefónica Bell. [...]Com financiamento do seu sogro americano, em 7 de Março de 1876, o Escritório de Patentes dos Estados Unidos concedeu-lhe a patente número 174.465 que cobre "o método de, e o instrumento para, transmitir sons vocais ou outros telegraficamente, causando ondulações eléctricas, similares às vibrações do ar que acompanham o som vocal.", ou seja o telefone. Após ter obtido a patente para o telefone, Bell continuou suas experiências em comunicação, que culminaram na invenção daphotophone - transmissão do som num feixe de luz - um precursor dos sistemas de fibra óptica actuais. Também trabalhou na pesquisa médica e inventou técnicas para ensinar o discurso aos surdos. (Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Alexander_Graham_Bell) (____________________________________) A Arca de Noé era, segundoa religião abraâmica, um grande navio construído por Noé, a mando de Deus, para salvar a si mesmo, sua família e um casal de cada espécie de animais do mundo, antes que viesse o Grande Dilúvio da Bíblia. A história é contada em Gênesis 6-12, assim como no Alcorão e em outras fontes. (Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Arca_de_No%C3%A9) (____________________________________) Robinson Crusoe é um romance escrito por Daniel Defoe e publicado originalmente em 1719 no Reino Unido. Epistolar, confessional e didático em seu tom, a obra é a autobiografia fictícia do personagem-título, um náufrago que passou 28 anos em uma remota ilha tropical próxima a Trinidad, encontrando canibais, cativos e revoltosos antes de ser resgatado. (Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Robinson_Crusoe) (____________________________________) Leda e o Cisne é uma pintura de Leonardo representando Leda – rainha de Esparta – e Zeus, transfigurado em cisne. O estilo de Leonardo é muito bem comportado, parece ser o primeiro nu de suas obras. (Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Leda_e_o_Cisne) (____________________________________) A Capela Sistina (em italiano: Cappella Sistina) é uma capela situada no Palácio Apostólico, residência oficial do Papa na Cidade do Vaticano. É famosa pela sua arquitetura, inspirada no Templo de Salomão do Antigo Testamento, e sua decoração em afrescos, pintada pelos maiores artistas da Renascença, incluindo Michelangelo, Rafael, Bernini e Sandro Botticelli. (Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Capela_Sistina) Michelangelo di Lodovico Buonarroti Simoni (Caprese, 6 de Março de 1475 -Roma, 18 de Fevereiro de 1564) [...] foi um pintor, escultor, poeta e arquiteto italiano, considerado um dos maiores criadores da história da arte do ocidente. (Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Michelangelo) (____________________________________) Metro-Goldwyn-Mayer Inc., ou MGM, é uma empresa norte-americana de comunicação de massa, envolvida principalmente com produção e distribuição de filmes e programas televisivos. A MGM foi fundada em 1924 quando o empresário do ramo do entretenimento, Marcus Loew, adquiriu o controle da Metro Pictures, Goldwyn Pictures Corporation e da Louis B. Mayer Pictures [...]. A logo do estúdio é um leão rugindo envolto por um círculo com o lema do estúdio inscrito. A logo, que apresenta "Leo, o leão," foi criada por Dietz em 1916 para a Goldwyn Pictures e foi usada mais tarde em 1924 para representar a MGM. (Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Metro-Goldwyn- Mayer (____________________________________) Barba Azul é o personagem principal de um famoso conto infantil sobre um nobre violento e sua esposa curiosa. Com o título de "La Barbe-Bleue", foi escrito por Charles Perrault e publicado pela primeira vez no livro que ficou conhecido como Les Contes de ma Mère l'Oye ("Contos da Mamãe Gansa"), de 1697. [...] Barba Azul era um rico aristocrata, assustador por ser muito feio, com uma horrível barba azul. Ele já se tinha casado seis vezes, mas ninguém sabia o que tinha acontecido com as esposas, que desapareceram. Quando o Barba Azul visitou um de seus vizinhos e pediu para casar com uma de suas filhas, a família ficou apavorada. O Barba Azul acabou por convencer a filha caçula. Os dois casaram-se e foram viver no castelo do nobre. (Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Barba_Azul) (____________________________________) RESPOSTA: Deus, Noé, Leda, Dr. Frankstein, Nero, A. G. Bell, Barba Azul, Robinson Crusoé, Michelangelo, prefeitura de Pisa, Cristóvão Colombo. Sugere-se tratar do conceito de intertextualidade antes de responder às questões, mostrando aos alunos que esse texto só adquire significado (conforme a intenção de seu autor) se forem recuperados os textos a que os classificados se remetem. http://pt.wikipedia.org/wiki/Edimburgo http://pt.wikipedia.org/wiki/3_de_Mar%C3%A7o http://pt.wikipedia.org/wiki/3_de_Mar%C3%A7o http://pt.wikipedia.org/wiki/1847 http://pt.wikipedia.org/wiki/Nova_Esc%C3%B3cia http://pt.wikipedia.org/wiki/2_de_Agosto http://pt.wikipedia.org/wiki/1922 http://pt.wikipedia.org/wiki/Cientista http://pt.wikipedia.org/wiki/Inventor http://pt.wikipedia.org/wiki/Patente http://pt.wikipedia.org/wiki/Photophone http://pt.wikipedia.org/wiki/Fibra_%C3%B3ptica http://pt.wikipedia.org/wiki/Alexander_Graham_Bell http://pt.wikipedia.org/wiki/Religi%C3%A3o_abra%C3%A2mica http://pt.wikipedia.org/wiki/Dil%C3%BAvio http://pt.wikipedia.org/wiki/B%C3%ADblia http://pt.wikipedia.org/wiki/G%C3%AAnesis http://pt.wikipedia.org/wiki/Alcor%C3%A3o http://pt.wikipedia.org/wiki/Arca_de_No%C3%A9 http://pt.wikipedia.org/wiki/Romance http://pt.wikipedia.org/wiki/Daniel_Defoe http://pt.wikipedia.org/wiki/1719 http://pt.wikipedia.org/wiki/Reino_Unido http://pt.wikipedia.org/wiki/Reino_Unido http://pt.wikipedia.org/wiki/Romance_epistolar http://pt.wikipedia.org/wiki/Autobiografia http://pt.wikipedia.org/wiki/N%C3%A1ufrago http://pt.wikipedia.org/wiki/Trinidad http://pt.wikipedia.org/wiki/Canibalismo http://pt.wikipedia.org/wiki/Robinson_Crusoe http://pt.wikipedia.org/wiki/Leda http://pt.wikipedia.org/wiki/Rainha_(t%C3%ADtulo) http://pt.wikipedia.org/wiki/Esparta http://pt.wikipedia.org/wiki/Zeus http://pt.wikipedia.org/wiki/Cisne http://pt.wikipedia.org/wiki/Nu http://pt.wikipedia.org/wiki/Leda_e_o_Cisne http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_italiana http://pt.wikipedia.org/wiki/Capela http://pt.wikipedia.org/wiki/Papa http://pt.wikipedia.org/wiki/Vaticano http://pt.wikipedia.org/wiki/Templo_de_Salom%C3%A3o http://pt.wikipedia.org/wiki/Antigo_Testamento http://pt.wikipedia.org/wiki/Antigo_Testamento http://pt.wikipedia.org/wiki/Renascen%C3%A7a http://pt.wikipedia.org/wiki/Capela_Sistina http://pt.wikipedia.org/wiki/Caprese_Michelangelo http://pt.wikipedia.org/wiki/6_de_Mar%C3%A7o http://pt.wikipedia.org/wiki/6_de_Mar%C3%A7o http://pt.wikipedia.org/wiki/1475 http://pt.wikipedia.org/wiki/Roma http://pt.wikipedia.org/wiki/18_de_Fevereiro http://pt.wikipedia.org/wiki/1564 http://pt.wikipedia.org/wiki/Pintura http://pt.wikipedia.org/wiki/Escultura http://pt.wikipedia.org/wiki/Poesia http://pt.wikipedia.org/wiki/Arquitectura http://pt.wikipedia.org/wiki/It%C3%A1lia http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_da_arte http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_da_arte http://pt.wikipedia.org/wiki/Michelangelo http://pt.wikipedia.org/wiki/1924 http://pt.wikipedia.org/wiki/Metro_Pictures_Corporation http://pt.wikipedia.org/wiki/1916 http://pt.wikipedia.org/wiki/1924 http://pt.wikipedia.org/wiki/Metro-Goldwyn-Mayer http://pt.wikipedia.org/wiki/Metro-Goldwyn-Mayer http://pt.wikipedia.org/wiki/Charles_Perrault http://pt.wikipedia.org/wiki/Charles_Perrault http://pt.wikipedia.org/wiki/Mam%C3%A3e_Gansa http://pt.wikipedia.org/wiki/Mam%C3%A3e_Gansa http://pt.wikipedia.org/wiki/Aristocrata http://pt.wikipedia.org/wiki/Casamento http://pt.wikipedia.org/wiki/Esposa http://pt.wikipedia.org/wiki/Filha http://pt.wikipedia.org/wiki/Fam%C3%ADlia http://pt.wikipedia.org/wiki/Castelo http://pt.wikipedia.org/wiki/Nobre http://pt.wikipedia.org/wiki/Barba_Azul P ág in a7 Frankenstein tnc ou o Moderno Prometeu (Frankenstein: or the Modern Prometheus, no original em inglês), mais conhecido simplesmente por Frankenstein, é um romance de terror gótico com inspirações do movimento romântico, de autoria de Mary Shelley, escritora britânica nascida em Londres. É considerada a primeira obra de ficção científica da história1 . O romance relata a história de Victor Frankenstein, um estudante de ciências naturais que constrói um monstro em seu laboratório. (Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Frankenstein) (____________________________________) Cristóvão Colombo (República de Génova, 1451 – Valladolid, 20 de maio de 1506) foi um navegador e explorador genovês, responsável por liderar a frota que alcançou o continente americanoem 12 de outubro de 1492, sob as ordens dos Reis Católicos de Espanha, no chamado descobrimento da América. Empreendeu a sua viagem através do Oceano Atlântico com o objectivo de atingir a Índia, tendo na realidade descoberto as ilhas das Caraíbas (Antilhas) e, mais tarde, a costa do Golfo do México na América Central. (Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Crist%C3%B3v%C3% A3o_Colombo ) (____________________________________) A torre pendente de Pisa (em italiano Torre pendente di Pisa), ou simplesmente, Torre de Pisa, é um campanário (campanile ou campanário autônomo) da catedral da cidade italiana de Pisa. Está situada atrás da catedral, e é a terceira mais antiga estrutura na praça da Catedral de Pisa (Campo dei Miracoli), depois da catedral e do baptistério. [...] Embora destinada a ficar na vertical, a torre começou a inclinar-se para sudeste logo após o início da construção, em 1173, devido a uma fundação mal construída e a um solo de fundação mal consolidado, que permitiu à fundação ficar com assentamentos diferenciais. A torre atualmente se inclina para o sudoeste. (Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Torre_de_Pisa) (____________________________________) Por que Nero mandou pôr fogo em Roma? Calma lá! Os historiadores modernos acreditam que o mais provável é que o fogo tenham nascido por um acidente - e não provocado por Nero. A única certeza é que houve realmente um incêndio arrasador, que começou entre 18 e 19 de julho do ano 64 d.C. e destruiu boa parte de Roma, causando grande quantidade de mortes, embora o número total não seja conhecido. (Fonte: http://mundoestranho.abril.com.br/materia/por- que-nero-mandou-por-fogo-em-roma) (____________________________________) Jardim do Éden - Criado para o homem O Jardim do Éden é descrito em Gênesis, capítulos 2 e 3. O Senhor criou o Jardim especificamente para Adão, o primeiro homem, o qual Deus tinha formado. Em Gênesis 2:8-9, lemos: "Ora, o Senhor Deus tinha plantado um jardim no Éden, para os lados do leste; e ali colocou o homem que formara. O Senhor Deus fez nascer então do solo todo tipo de árvores agradáveis aos olhos e boas para alimento. E no meio do jardim estavam a árvore da vida e a árvore do conhecimento do bem e do mal." (Fonte: http://www.allaboutgod.com/portuguese/jardim- do-eden.htm) CONHECENDO MAIS SOBRE AS HISTÓRIAS 1) Atividade em grupo: Faça grupo e escolham um dos classificados para fazer uma pesquisa na internet sobre a(s) história(s) referenciada(s) no texto escolhido. Depois, contem aos colegas o que vocês descobriram. 2) Das histórias a que o autor faz alusão, quais você já conhecia ou já havia ouvido falar? RESPOSTA: pessoal. Espera-se que, com essa atividade, os alunos consigam trazer informações suficientes para a compreensão do texto. Sugere-se que, após, o professor faça uma leitura dirigida do texto, explicitando questões que possam não ter ficado claras para os alunos, por depender de inferências (por exemplo, é preciso explicitar que “Prefixo 1”, no classificado Telefone, diz respeito ao fato de G. Bell ser o dono do primeiro número de telefone, já que foi o inventor). Essa atividade possibilita o trabalho com a modalidade oral, muitas vezes relegada a segundo plano nas aulas de Língua Portuguesa. http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_inglesa http://pt.wikipedia.org/wiki/Reino_Unido http://pt.wikipedia.org/wiki/Londres http://pt.wikipedia.org/wiki/Frankenstein#cite_note-1 http://pt.wikipedia.org/wiki/Monstro http://pt.wikipedia.org/wiki/Frankenstein http://pt.wikipedia.org/wiki/Rep%C3%BAblica_de_G%C3%A9nova http://pt.wikipedia.org/wiki/Rep%C3%BAblica_de_G%C3%A9nova http://pt.wikipedia.org/wiki/Navegador http://pt.wikipedia.org/wiki/Explorador http://pt.wikipedia.org/wiki/Rep%C3%BAblica_de_G%C3%A9nova http://pt.wikipedia.org/wiki/Frota http://pt.wikipedia.org/wiki/Am%C3%A9rica http://pt.wikipedia.org/wiki/12_de_Outubro http://pt.wikipedia.org/wiki/12_de_Outubro http://pt.wikipedia.org/wiki/1492 http://pt.wikipedia.org/wiki/Reis_Cat%C3%B3licos http://pt.wikipedia.org/wiki/Espanha http://pt.wikipedia.org/wiki/Descobrimento_da_Am%C3%A9rica http://pt.wikipedia.org/wiki/Oceano_Atl%C3%A2ntico http://pt.wikipedia.org/wiki/Oceano_Atl%C3%A2ntico http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%8Dndia http://pt.wikipedia.org/wiki/Ilhas_das_Cara%C3%ADbas http://pt.wikipedia.org/wiki/Antilhas http://pt.wikipedia.org/wiki/Golfo_do_M%C3%A9xico http://pt.wikipedia.org/wiki/Am%C3%A9rica_Central http://pt.wikipedia.org/wiki/Am%C3%A9rica_Central http://pt.wikipedia.org/wiki/Crist%C3%B3v%C3%A3o_Colombo http://pt.wikipedia.org/wiki/Crist%C3%B3v%C3%A3o_Colombo http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_italiana http://pt.wikipedia.org/wiki/Campan%C3%A1rio http://pt.wikipedia.org/wiki/Catedral http://pt.wikipedia.org/wiki/Catedral_de_Pisa http://pt.wikipedia.org/wiki/Campo_dei_Miracoli http://mundoestranho.abril.com.br/materia/por-que-nero-mandou-por-fogo-em-roma http://mundoestranho.abril.com.br/materia/por-que-nero-mandou-por-fogo-em-roma http://www.allaboutgod.com/portuguese/jardim-do-eden.htm http://www.allaboutgod.com/portuguese/jardim-do-eden.htm P ág in a8 CONHECENDO O GÊNERO CLASSIFICADO 1) Qual é a intenção do autor ao produzir textos com características de classificado? Ele realmente quer vender o que anuncia? 2) Pesquise em jornais classificados de verdade e responda às questões abaixo: a) Quem produz esse tipo de texto? b) Para quem é dirigido? c) Que intenção o produtor de classificados tem ao produzi-lo e submetê-lo à publicação? 3) Recorte três classificados de venda de produtos e observe suas características linguísticas. Depois responda: a) O título é longo ou curto? É de fácil entendimento? Ele chama a atenção do leitor? b) No corpo do classificado, há informações suficientes para apresentação do produto? c) Há um meio de contato? d) Fala-se no valor do produto? e) Há imagens do produto? f) Há elementos de persuasão, que buscam convencer o leitor a comprar o produto ofertado? Cite-os. g) No corpo do anúncio, há muitos verbos? h) Há abreviaturas? RESPOSTA: A intenção é produzir humor. Apesar de o autor ter recorrido ao gênero classificado, o seu texto como um todo não pode ser assim nominado, uma vez que congrega vários classificados, e estes não respondem às condições de produção, circulação e recepção de um classificado. O texto de Luís Fernando Veríssimo pode ser identificado como crônica que. O texto, além de trazer a questão da intertextualidade de conteúdo, é pautado também na intertextualidade de forma/genérica, embora o gênero referenciado (Classificados) não seja colocado realmente em prática no que diz respeito a seus objetivos e à sua funcionalidade. RESPOSTAS PROVÁVEIS: a) curto; sim; sim. O título, em geral, é curto, claro e direto e costuma ser atrativo. RESPOSTA PROVÁVEL b) sim. O corpo do texto constitui-se de informações necessárias para apresentar o produto, como os dados de interesse do comprador. RESPOSTA PROVÁVEL c) sim. Esse dado é imprescindível nesse gênero, caso contrário, perde sua função. RESPOSTA PROVÁVEL d) sim. Em alguns casos, não se informa o valor, mas cita-se “valor a combinar”, por exemplo. e) Resposta variável O classificado pode ter ou não figura, a depender do meio de publicação (na internet, por exemplo, a figura é mais comum do que em jornais impressos) e do valor pago pelo anunciante ao jornal, por exemplo. RESPOSTA PROVÁVEL f) sim. Os alunos podem citar recursos diversos (a depender dos classificados que estão analisando); em geral, são elementos linguísticos que visam a apresentar positivamente o produto, como os adjetivos. O título também pode trazer elementos bastante persuasivos (Mas há também classificados mais objetivos, sem tais elementos). RESPOSTA PROVÁVEL g) não. Por questão de espaço e porser claro e direto, em geral, o corpo dos classificados apresenta apenas expressões nominais - os verbos ficam subentendidos –, podendo aparecer verbo no início do corpo do classificado ou no título, como “vende-se” (no caso de venda de produtos). RESPOSTA PROVÁVEL h) sim/não. Essa é uma característica comum do gênero, principalmente quando publicado em jornais impressos, por exemplo, mas pode não ocorrer em publicações na internet. Orienta-se para que todos selecionem classificados de venda de produto porque há outros tipos de classificados, como os de oferta de emprego, por exemplo, cuja análise poderia resultar em respostas diversas a essas perguntas, de maneira a não se chegar a características comuns. Essa questão – dos diversos tipos de classificados – pode ser abordada oralmente. P ág in a9 ANÁLISE COMPARATIVA Os gêneros se modificam para se adaptar às mudanças que ocorrem na sociedade. Por exemplo, um anúncio do século passado pode apresentar diferenças em relação a um texto do mesmo gênero atual. Um anúncio de jornal impresso pode apresentar características diferentes do anúncio publicado na internet. Vamos fazer uma análise comparativa? EM GRUPO - Procure na internet anúncios de jornais publicados há cerca de um século; - Procure anúncios atuais criados para serem publicados apenas em portais da internet; - Recorte de um jornal impresso um anúncio. Se for possível, selecione textos que anunciam a mesma coisas (por exemplo, a venda de uma casa), ou pelo menos, elementos da mesma categoria (serviços ou produtos, por exemplo). Agora, analise os três textos, observando as características que os aproximam e os diferem. Compartilhe os resultados com os colegas de turma. Exemplo de anúncios antigos (Acervo do jornal Estadão) Fonte: <http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,anuncios-de-imoveis-guardam-a-memoria-de-sao-paulo,156654e> PRODUZINDO O GÊNERO Você tem algo que gostaria de vender, trocar ou alugar? Crie um classificado para anunciá-lo. PRODUZINDO HUMOR E agora, que tal vender xampu para careca? E um dente de leite? Imagine uma situação hilária e crie um classificado. Você também pode criar um classificado poético. Se grande parte da turma tiver um produtor que realmente gostaria de anunciar, o professor pode propor a confecção de um folder para circular no colégio, tendo como público alvo outros alunos. Sugere-se que sejam abordados, antes dessa atividade, os CLASSIFICADOS POÉTICOS, de Roseana Murray. Nesta página estão publicados alguns deles: <http://ideiasepalavrasnossas.blogspot.com.br/2013/04/classific ados-poeticos.html>. P ág in a1 0 SUGESTÕES DE ATIVIDADES A PARTIR DE PARTE DO TEXTO “VOU PARA SÃO PAULO” Ensino Fundamental No texto “Vou para São Paulo”, Sérgio Capparelli faz uma brincadeira com a linguagem, citando o lugar aonde vai (bairros da cidade de São Paulo), o meio usado para ir até lá e o modo como chega até lá (coisas que vai fazendo pelo caminho). Veja abaixo a primeira estrofe, conforme foi proposta pelo autor: VOU PARA SÃO PAULO À Praça da Sé Eu vou a pé Comendo banana, Mascando chiclé. Bairro aonde vai Meio de locomoção Coisas que faz pelo caminho Vamos brincar com os versos de Sérgio Caparelli? Forme estrofes de quatro versos a partir dos quadros abaixo. A última palavra do segundo verso deve rimar com a última palavra do quarto verso (como “pé” e “chiclé”, na estrofe acima). Bairro aonde vai Meio de locomoção Coisas que faz pelo caminho A São Miguel Ao Ibirapuera A Itaquera Ao Butantã Ao Jabaquara A Santo Amaro E para casa Vou de avião Vou de trenó Vou de triciclo Vou de carroça Vou de skate Vou de metrô Vou de motoca Comendo fatias Chupando laranja Jogando xadrez Dizendo mentira Fazendo salada Dizendo segredos Comendo cebola Tomando sorvete. Contando potoca. De grão-de-bico. E fazendo troça. Com alho no pão. De pão-de-ló. Pro meu avô. Agora que você já propôs sua versão, veja a versão original: VOU PARA SÃO PAULO À Praça da Sé Eu vou a pé Comendo banana, Mascando chiclé. Ao Ibirapuera Vou de motoca Dizendo mentira Contando potoca. Ao Butantã Vou de trenó Comendo fatias De pão-de-ló. A São Miguel Vou de carroça Jogando xadrez E fazendo troça. A Itaquera Vou de skate Chupando laranja Tomando sorvete. Ao Jabaquara Vou de triciclo Fazendo salada De grão-de-bico. A Santo Amaro Vou de avião Comendo cebola Com alho no pão. E para casa Vou de metrô Dizendo segredos Pro meu avô. CAPPARELLI, Sérgio. Tigres no quintal. Porto Alegre: Kuarup, 1989. O objetivo dessa atividade não é que os alunos cheguem às estrofes conforme foram propostas pelo autor, mas que organizem estrofes semanticamente coerentes e sigam a estrutura sintática proposta pelo autor. Essa atividade pode servir de base para trabalhar noções relativas à estrutura do gênero Poema (rima, versos, estrofe, verso), além da coesão recorrencial. Sugere-se a visita ao site do autor, http://www.capparelli.com.br/. Lá são apresentados poemas e atividades interativas que podem ser trabalhados com os alunos do Ensino Fundamental. http://ofeliafonseca.pbworks.com/Pra%C3%A7a-da-S%C3%A9 http://ofeliafonseca.pbworks.com/S%C3%A3o-Miguel http://ofeliafonseca.pbworks.com/Ibirapuera http://ofeliafonseca.pbworks.com/Itaquera http://ofeliafonseca.pbworks.com/Butant%C3%A3 http://ofeliafonseca.pbworks.com/Jabaquara http://ofeliafonseca.pbworks.com/Santo-Amaro http://ofeliafonseca.pbworks.com/Ibirapuera http://ofeliafonseca.pbworks.com/Butant%C3%A3 http://ofeliafonseca.pbworks.com/S%C3%A3o-Miguel http://ofeliafonseca.pbworks.com/Itaquera http://ofeliafonseca.pbworks.com/Jabaquara http://ofeliafonseca.pbworks.com/Santo-Amaro http://www.capparelli.com.br/ P ág in a0 E que tal você também fazer um tour por sua cidade? Crie um poema com a mesma estrutura do de Capparelli, mas passeando pelos bairros de Cascavel. Abaixo, apresentamos os bairros, mas você pode também usar nomes de loteamentos. Bairros de Cascavel Fonte: <http://www.cascavel.pr.gov.br/arquivos/13072009_mapa-base_05-2009.pdf>. No quadro abaixo, apresentamos alguns meios de transporte que você pode citar em seu poema (e também pode usar aqueles citados por Capparelli ou outros meios não citados no quadro). Avião, kart, helicóptero, balão, dirigível, carro, caminhão, ônibus, motocicleta, metrô, trem, dromedário, camelo, patineti, buggy, bitrem, carro de boi, carruagem, jirico, bonde, mula, burrico, velocípede, teleférico, riquixá, Observe a estrutura que deve seguir: 1º verso: Preposição + Nome do bairro (Não esqueça de usar iniciais maiúsculas) 2º verso: [Pronome - opcional] + verbo + meio de locomoção (formado por preposição + substantivo) 3º verso: Verbo no gerúndio (terminado em –ando, - endo ou –indo) + Substantivo 4º verso: Complemento do verso anterior (no poema de Capparelli, há estruturas sintáticas diferentes para esse verso. Mas observe que ele é sempre curto). Não esqueça da rima! Veja um exemplo: Ao Cascavel Velho Eu vou a cavalo Dando pinote, Cantando de galo. Essa atividade pode servir de mote para trabalhar oralmente as classes gramaticais. Assim como a atividade anterior, esta trabalha a questão da recorrência sintática, que é um dos aspectos da coesão textual. Sugere-se aproveitar esse quadro para mostrar aos alunos figuras de meios de transportes que eles podem não conhecer, por não existir na localidade em que vivem, como o riquixá (usado na Ásia) e o jirico (típico do meio rural), por exemplo. Não foram citados meios de transporte aquáticos, mas nada impede que os alunos os citem, uma vez que o poema é fictício, e não precisa respeitar as características geográficas da cidade, pois a verossimilhança é dispensável nessegênero textual. P ág in a1 SUGESTÕES DE ATIVIDADES A PARTIR DO TEXTO “PARA QUE NINGUÉM A QUISESSE ” Ensino Médio As atividades abaixo foram apresentadas no artigo intitulado “EXPLORANDO A COESÃO TEXTUAL NO GÊNERO CONTO: PROPOSTAS DE EXERCÍCIOS DE ANÁLISE LINGUÍSTICA”, apresentado na 18ª Jornada e Estudos Linguísticos e Literários (Unioeste – Marechal Cândido Rondon), em 2015. *** Primeiramente, enfatizamos que, com a proposta de atividades apresentadas abaixo, estamos fazendo dois recortes. O primeiro é relativo ao lugar da análise linguística no texto. Conforme orientam as DCEs (PARANÁ, 2008), a análise linguística é uma prática didática complementar às práticas de leitura, oralidade e escrita. Assim, é imprescindível que, antes de se chegar aos exercícios aqui propostos, seja feito um trabalho adequado de leitura e interpretação do texto, considerando o contexto de produção, circulação e recepção do gênero em estudo. A propósito, trata- se de um texto que pode ser mote para um trabalho mais amplo com a temática ‘violência de gênero’. Sugere-se também que o professor estimule a prática de reflexão linguística a partir de uma abordagem oral, antes de aplicar exercícios escritos, especialmente se a análise linguística não for uma prática constante nas aulas de Língua Portuguesa. O segundo recorte que fazemos diz respeito ao conteúdo que é posto para análise: a coesão textual e outros conteúdos correlatos, como os processos de coordenação e subordinação, por exemplo. Esse recorte é justificado por esse material ser apresentado como exemplos de exercícios de análise linguística, ou seja, não se pretende aqui esgotar as possibilidades de trabalho com o texto-base. Vale observar que o conto sob análise é rico em recursos linguísticos significativos (como o uso do verbo tosquiar, por exemplo), que devem ser trabalhados pelo professor. Feitas as ressalvas postas acima, apresentamos, abaixo, o texto a partir do qual são propostos os exercícios, dados na sequência: P ág in a2 COMPREENDENDO OS ELEMENTOS LINGUÍSTICOS NO TEXTO 1) O título do texto apresenta uma relação semântica de finalidade, introduzida pela expressão para que. Considerando que o conteúdo dado no título orienta a leitura do texto, responda: a) Como a oração em questão contribui para o sentido global do texto e para a construção do perfil da personagem masculina? Para que ninguém a quisesse Porque os homens olhavam demais para a sua mulher, mandou que descesse a bainha dos vestidos e parasse de se pintar. Apesar disso, sua beleza chamava a atenção, e ele foi obrigado a exigir que eliminasse os decotes, jogasse fora os sapatos de saltos altos. Dos armários tirou as roupas de seda, da gaveta tirou todas as jóias. E vendo que, ainda assim, um ou outro olhar viril se acendia à passagem dela, pegou a tesoura e tosquiou-lhe os longos cabelos. Agora podia viver descansado. Ninguém a olhava duas vezes, homem nenhum se interessava por ela. Esquiva como um gato, não mais atravessava praças. E evitava sair. Tão esquiva se fez, que ele foi deixando de ocupar-se dela, permitindo que fluísse em silêncio pelos cômodos, mimetizada com os móveis e as sombras. Uma fina saudade, porém, começou a alinhavar-se em seus dias. Não saudade da mulher. Mas do desejo inflamado que tivera por ela. Então lhe trouxe um batom. No outro dia um corte de seda. À noite, tirou do bolso uma rosa de cetim para enfeitar-lhe o que restava dos cabelos. Mas ela tinha desaprendido a gostar dessas coisas, nem pensava mais em lhe agradar. Largou o tecido numa gaveta, esqueceu o batom. E continuou andando pela casa de vestido de chita, enquanto a rosa desbotava sobre a cômoda. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 (COLASANTI, Marina. Para que ninguém a quisesse. In: Contos de amor rasgados. Rio de Janeiro, Rocco, 1986. p. 111-112) Com este exercício, pretende-se levar o aluno à reflexão sobre uma locução conjuntiva que introduz uma oração subordinada de teor adverbial sem, contudo, ter como foco o trabalho com a nomenclatura gramatical. Espera-se que o estudante observe como esse título se relaciona com o texto e como aí significa. Já no título, antes mesmo de se chegar ao corpo do texto, a autora expõe a finalidade das ações da personagem masculina, o que contribui para a formação da imagem de um namorado/marido ciumento, agressor, violento (violência simbólica). Assim, o título reforça o sentido do texto, ao mesmo tempo em que adianta as características da personagem masculina. Um leitor que não concorda com a perspectiva machista já de início tem um sentimento de indignação em relação às atitudes dessa personagem. Trata-se, pois, de uma estratégia de envolvimento do leitor. P ág in a3 2) Considerando o texto todo, a) Circule os elementos de coesão que dizem respeito aos protagonistas e identifique as classes gramaticais a que pertencem. b) Entre os elementos circulados, não se verificam os nomes das personagens. Isso prejudica a coerência do texto? Na resposta a essa questão, formule hipóteses sobre os sentidos pretendidos pela autora ao escolher não nomeá-las. 3) Observe o pronome possessivo sua (linha 1), e responda: a) Qual é o referente desse pronome? b) É possível excluí-lo sem prejuízo de sentido? Justifique. RESPOSTA: a) Personagem feminina: “a” (a quisesse), “a sua mulher”, “se””(se pintar), “sua”, “ela” (dela), “-lhes”, “a” (a olhava), “ela”, “ela” (dela), “ela”, “a mulher”, “lhe”, “-lhe”, “ela”; personagem masculina: “sua” (sua mulher), “ele”, “ele”, “seus”, “lhe”. Este exercício, que envolve a referenciação, possibilita o trabalho com a classe gramatical pronome, uma vez que, com exceção dos sintagmas nominais “sua mulher” e “a mulher”, todas as outras formas de referência aos protagonistas é feita por meio dessa classe gramatical (pronomes pessoais retos e oblíquos, reflexivos e possessivos). Porém, mais do que trabalhar a nomenclatura em si, propõe-se reflexão sobre a funcionalidade de tais elementos no texto. Nesse conto, o uso dos pronomes vai muito além do objetivo de evitar a repetição, função bastante conhecida dessa classe gramatical, e de criar uma rede coesiva no texto. Ao não nomear as personagens e referenciá-las pelas expressões nominais acima citadas e, principalmente, por meio de pronomes, garante-se um tratamento universal ao tema, haja vista a violência contra a mulher ser um fenômeno universal, que atinge todas as classes sociais, etnias, religiões e culturas. Nesse sentido, para além da coesão interna do texto, essa estratégia tem significado essencial para os sentidos propostos pela autora. A atividade pode servir ainda de mote para a reflexão sobre como a construção e reconstrução de objetos de discursos (no caso, as personagens) pode ocorrer sem que se recorra a sintagmas nominais cujo núcleo seja um substantivo. Nesse caso, a caracterização das personagens não está relacionada, portanto, à forma como são nominadas no texto, mas é construída pelo leitor a partir da descrição de suas atitudes. Com este exercício, propõe-se trabalhar com a noção da anáfora e catáfora. Os alunos precisarão identificar o referente do pronome possessivo sua que aparece posteriormente, também em forma de pronome (ele, linha 2), conforme já observado no exercício anterior. Além disso, sugere-se uma reflexão sobre a exclusão do pronome possessivo. Tal subtração resultaria em mudança de sentido no texto, embora não prejudicaria a formação do texto no nível sintático. Observa-se, primeiramente, que a falta do pronome lançaria o sintagma nominal (a mulher) ao nível da indeterminação, o que não teria sentido nesse texto, além deanular o pressuposto de que há uma relação conjugal entre as personagens do conto. Em segundo lugar, cita-se que o pronome possessivo sua envolve uma noção de posse e objetificação, por parte da personagem masculina, que é muito significativa no texto, uma vez que é esse sentimento que desencadeia as ações de violência simbólica que permeiam o texto. Assim, esse elemento de coesão passa a ter realce no texto, uma vez que expõe a motivação das ações da personagem masculina, o que orienta a interpretação do enredo e contribui para a construção da personagem masculina. P ág in a4 4) Considerando o primeiro período do texto, responda às questões abaixo: Porque os homens olhavam demais para a sua mulher, mandou que descesse a bainha dos vestidos e parasse de se pintar. a) Que relação semântica é introduzida pela conjunção porque? b) Observe que a oração subordinada introduzida por esse elemento é posta em primeiro plano, desobedecendo à ordem direta: Ordem direta: Mandou que descesse a bainha dos vestidos e parasse de se pintar porque os homens olhavam demais para a sua mulher. Ordem inversa: Porque os homens olhavam demais para a sua mulher, mandou que descesse a bainha dos vestidos e parasse de se pintar. Em termos de conteúdo preposicional, não há diferença entre uma ou outra forma de enunciar. Em termos discursivos, essa mesma análise é pertinente? Justifique sua resposta. 5) O segundo período é iniciado pela locução conjuntiva concessiva Apesar de (linha 2), composta por uma locução conjuntiva (apesar de) + um pronome demonstrativo (isso). Apesar disso, sua beleza chamava a atenção, e ele foi obrigado a exigir que eliminasse os decotes, jogasse fora os sapatos de saltos altos. a) Que relação semântica é estabelecida pela expressão apesar de? b) Que parte do texto é retomada pelo pronome demonstrativo? b) Pode-se dizer que não apenas o conteúdo que vem após a expressão apesar disso, mas também ela própria contribui para enfatizar a beleza da mulher. Justifique essa análise. c) A exemplo da expressão analisada acima, que outro recurso de coesão empregado no texto reforça a ideia de “persistência” da beleza da personagem feminina? Este exercício, além de possibilitar o trabalho com os aspectos sintático e semântico do conector porque, que introduz uma oração explicativa, instiga a reflexão sobre os sentidos relacionados à ordem de colocação e sobre a função dessa ordem no texto. Com a topicalização da oração, dá-se ênfase à motivação do namorado/marido, o que reforça o sentido que já começou a ser construído no título, enfatizando a perspectiva machista assumida pela personagem masculina. Na ordem direta, tal motivação acaba perdendo a ênfase. Nesse sentido, a autora vai construindo e reforçando uma imagem da personagem masculina e instigando os sentimentos do leitor em relação ao enredo e às personagens. Neste exercício, trabalha-se com a referenciação (isso) e a sequenciação (apesar de) ao mesmo tempo. Além de fazer as relações necessárias no cotexto, o aluno precisa observar como a expressão apesar de permite ao leitor antecipar o encadeamento possível, conforme seu conhecimento de mundo. Não seria possível, por exemplo, construir a oração “Apesar disso, ela ficou feia”, pois o conteúdo anterior (retomado pelo pronome demonstrativo isso), somado ao sentido da locução conjuntiva apesar de, já encaminha para determinada conclusão, apontando para a manutenção da beleza/feminilidade da personagem feminina. Mais abaixo no texto, a expressão ainda assim (linha 4) – sequenciação (ainda) e referenciação (assim) – segue a mesma orientação, enfatizando a beleza da mulher, em contraposição com as atitudes do namorado/marido. P ág in a5 6) A conjunção e é tradicionalmente descrita como tendo valor semântico de adição. Porém, ela pode ser tomada como um elemento curinga, pois introduz outras relações para além da simples adição de argumentos, como se verifica na linha 3. a) Que relação semântica o elemento em questão introduz nesse contexto? b) Pode-se dizer que a relação de sentido estabelecida a partir dessa conjunção contribui para que o leitor que não concorda com as ações da personagem masculina fique ainda mais indignado com suas ações. Justifique essa análise. 7) Em geral, a gramática tradicional apresenta a conjunção ou como tendo valor exclusivo. a) Pode-se dizer que essa análise se aplica à conjunção empregada na linha 6? Justifique. b) A expressão um ou outro minimiza ou maximiza a beleza e a feminilidade da mulher? 8) Há alguns elementos que demarcam na narrativa mudança de situação. Aponte dois elementos de coesão responsáveis por demarcar as mudanças mais significativas para a personagem masculina. Com este exercício, espera-se estimular a reflexão sobre os múltiplos sentidos que podem ser introduzidos pela conjunção e, superando a visão posta pela gramática tradicional, a principal referência da maioria dos livros didáticos. Além disso, propõe-se reflexão sobre como esse elemento significa nesse conto em específico. Aqui, a conjunção introduz uma espécie de conclusão, ou, ainda, de consequência, dada a partir da perspectiva do namorado/marido, como se sua ação não pudesse ter sido outra a não ser a que ele tomou, análise que é reforçada pela conjunção verbal foi obrigado. Nesse sentido, um leitor que não concorda com a perspectiva machista fica ainda mais indignado com a personagem masculina. Esse e os outros elementos analisados podem ser apontados pelo professor como exemplos da habilidade da autora em lidar com os elementos linguísticos para trabalhar a emoção e os sentimentos do leitor, envolvendo-o na história. Neste exercício, novamente chama-se a atenção para os valores semântico-discursivos das conjunções, propondo uma reflexão crítica da gramática tradicional. Nesse caso, a conjunção ou não tem sentido exclusivo, mas inclusivo, e, no conjunto da expressão, significa “alguns”, “poucos”. Em outros contextos, essa expressão poderia significar uma avaliação negativa, pois indica que chama “pouca” atenção; mas, no conto analisado, ela é ressignificada, mostrando como era acentuada a beleza e a feminilidade da mulher, pois, apesar das muitas tentativas do namorado/marido de anulá-las, essas características ainda persistiram. Este exercício visa a trabalhar com questões próprias da estrutura de sequências narrativas, considerando como tais elementos significam nesse conto. Dos elementos que marcam mudanças no ciclo narrativo, destacam-se os expedientes linguísticos agora (linha 6) e porém (linha 10). O primeiro põe fim a uma sequência de ações e introduz uma nova situação para a personagem masculina. Nesse ponto do texto, o leitor pode retomar o título do texto entendendo que a personagem masculina alcançou o êxito em suas ações, cumprindo a finalidade exposta. O segundo torna a mudar a situação estável da personagem masculina, dando início a um encadeamento do texto que não pode ser inferido a partir do conteúdo já posto; tal mudança leva a personagem masculina a tomar atitudes que vão no sentido inverso das outras até então descritas no conto, considerando o objetivo dessa personagem em relação ao corpo da mulher. O uso da conjunção nesse texto possibilita ao professor levantar a seguinte reflexão: apesar de as mudanças de situação da narrativa estarem, em geral, associadas a marcadores temporais, outros expedientes linguísticos também podem cumprir essa função. Pode-se dizer que os elementos destacados neste exercício mostram a seguinte passagem no ciclo narrativo, considerando o estado de espírito da personagem masculina: DESCONTENTE → (Agora) → CONTENTE → (Porém) → DESCONTENTE. P ág in a6 9) Observe a conjunção porém (linha 10). Uma fina saudade, porém, começou a alinhavar-se em seus dias. Não saudade da mulher. Masdo desejo inflamado que tivera por ela. a) Que relação de sentido introduz no texto? b) Em termos sintáticos, poderíamos excluí-la sem prejuízo para a oração. Uma fina saudade começou a alinhavar-se em seus dias. Essa mesma análise pode ser feita considerando os sentidos pretendidos para o texto? Justifique sua resposta. 10) Observe os sintagmas nominais uma rosa de cetim (linha 15) e a rosa (linha 18). No primeiro caso, a expressão é introduzida por um artigo indefinido; no segundo, por artigo definido. Considerando tais expressões, responda: a) É possível inverter essa ordem, ou seja, substituir no texto as expressões acima por a rosa de cetim e uma rosa, respectivamente? Justifique sua resposta. b) Considerando o texto, é possível introduzir ambas as expressões com o artigo definido sem prejuízo de sentido? Justifique. Este exercício propõe reflexão sobre o uso de conjunção adversativa considerando o valor desse elemento na construção do texto. A conjunção porém introduz uma relação adversativa relevante no texto, não só por apresentar uma nova perspectiva da personagem, mas também por fazer o contraponto com o que se disse no cotexto anterior. Uma conclusão possível a partir do conteúdo dado até então seria, por exemplo, “então ele está satisfeito”, e a conjunção altera o sentido dessa conclusão, apontando para outra direção. É interessante observar que, se a conjunção estivesse encabeçando o período, seria adiantada a ideia de contraposição, só demarcada no texto original depois do sujeito (“uma fina saudade”). Este exercício busca mostrar a relação dos artigos na introdução e manutenção de objetos de discurso, questão que, em geral, acaba ficando de fora de uma análise embasada nos moldes tradicionais. A inversão proposta não seria possível, pois, no primeiro caso, “À noite, tirou do bolso uma a rosa de cetim para enfeitar-lhe o que restava dos cabelos”, pressuporia o conhecimento partilhado entre autor e leitor sobre a existência desse elemento (rosa) relacionado àquele enredo, o que, de fato, não ocorre. Também por esse motivo não seria possível introduzir os dois sintagmas nominais com artigo definido. No segundo caso, “E continuou andando pela casa de vestido de chita, enquanto a uma rosa desbotava sobre a cômoda”, o uso do artigo indefinido indicaria a introdução de um novo objeto de discurso, o que não condiz com o texto conforme proposto pela autora, pois trata-se de uma referência a elemento anteriormente introduzido. P ág in a7 11) Considere este fragmento: E continuou andando pela casa de vestido de chita, enquanto a rosa desbotava sobre a cômoda”. a) A expressão destacada indica que a ação expressa na oração por ela introduzida: i) sempre ocorreu. ii) ocorreu antes de outra ação. iii) ocorreu depois de outra ação. iv) ocorreu ao mesmo tempo em que outra ação ocorria. v) é interrompida. b) Além de introduzir o sentido acima explicitado, a conjunção sob análise é responsável por introduzir uma situação que, pode-se dizer, metaforiza a condição da mulher. Como o enunciado apresentado após a conjunção, que traz predicação sobre um objeto, pode ser relacionado à imagem da personagem feminina? c) Considerando que a autora faz um jogo entre sensualidade/beleza x anulação da feminilidade, que substantivos concretos podem ser relacionados a esses dois campos semânticos por simbolizarem essa duas faces da personagem feminina? 12) Considere este fragmento: “Esquiva como um gato, não mais atravessava praças. E evitava sair”. a) O termo em destaque introduz que relação de sentido? b) Sintaticamente, é possível reconstruir esse enunciado eliminando toda a expressão introduzida pela conjunção sob análise: “Esquiva, não mais atravessava praças. E evitava sair”. Essa interpretação é possível quando se considera o nível semântico-discursivo? Justifique. Com este exercício, espera-se que o estudante observe não apenas a noção semântica de tempo concomitante, mas também o valor da conjunção no conto. Ela introduz uma oração que metaforiza a condição da mulher, uma vez que a rosa pode ser tomada como um símbolo da mulher que passa por um violento processo de anulação de sua beleza e feminilidade. Nesse sentido, o sintagma nominal vestido de chita representa a nova personagem reconstruída pelo homem, enquanto os substantivos/sintagmas nominais batom, corte de seda, rosa de cetim simbolizam a beleza e feminilidade, características que foram “arrancadas” da mulher. Com este exercício, espera-se que o estudante perceba que há uma relação de comparação e, para além dessa reflexão em termos de valores sintático-semânticos, que reflita sobre o sentido da comparação no texto analisado. Ao se propor uma possível exclusão da oração comparativa (com verbo subentendido), não se prejudica a continuação sintático-semântica do texto; porém, os sentidos seriam alterados, na medida em que tal exclusão deixaria menos enfática a condição atual da mulher, que foi transformada pela violência do namorado/marido. P ág in a8 13) O elemento que introduz o último parágrafo é uma conjunção adversativa. Mas ela tinha desaprendido a gostar dessas coisas, nem pensava mais em lhe agradar. A conjunção estabelece uma oposição não em relação ao conteúdo apresentado no parágrafo anterior, mas em relação a um encadeamento possível (conclusão) a partir desse conteúdo, que é completado pelo leitor. Considerando os sentidos pretendidos para o texto, explicite em uma frase esse encadeamento. 14) Considere este fragmento: Então lhe trouxe um batom. No outro dia um corte de seda. À noite, tirou do bolso uma rosa de cetim para enfeitar-lhe o que restava dos cabelos. a) Que relação de sentido introduzem no texto os elementos em destaque? b) Considere a possibilidade de reescrever o enunciado excluindo tais expressões: Então lhe trouxe um batom, um corte de seda e tirou do bolso uma rosa de cetim para enfeitar-lhe o que restava dos cabelos. Essa reestruturação traria algum prejuízo para o sentido, considerando o enredo proposto pela autora? Justifique sua resposta. 15) Há uma parte do texto em que fica explicitado que a mulher é considerada pelo homem um simples objeto de desejo. a) Copie do texto o fragmento em questão. b) Que elemento coesivo contribui para se chegar a essa interpretação? Neste exercício, pretende-se desconstruir a ideia de que as conjunções adversativas apresentem ideias opostas no âmbito dos conteúdos postos, quando, na verdade, redirecionam a conclusão, envolvendo questões como inferência, subentendido e conhecimento de mundo. Uma frase de encadeamento esperado, considerando o teor do texto, seria “então, ela voltou a se cuidar”, por exemplo. Essa conclusão é redireciona pela conjunção mas, apontando para outra direção. Com este exercício, pretende-se instigar o aluno a refletir sobre a relação semântica de tempo, bastante comum nas sequências narrativas, que introduz as orações e, para além disso, a refletir sobre a função no conto dos elementos destacados. A reescrita sem tais elementos enfraquece a ideia de repetidas investidas do namorado/marido para recuperar a beleza e a feminilidade da mulher. Ou seja, tais expedientes linguísticos não apenas ordenam os fatos no tempo, garantindo a progressão temporal, mas também são responsáveis por explicitar o desejo da personagem masculina em “recuperar” a beleza e a feminilidade da mulher, num movimento inverso àquele apresentado no início do conto. Neste exercício, o aluno é levado a identificar o fragmento em que revela a mulher como simples objeto de desejo pelo homem (Uma fina saudade, porém, começou a alinhavar-se em seus dias. Não saudade da mulher. Mas do desejo inflamado que tivera por ela). Além disso, propõe-se uma reflexão sobre o valor da conjunçãomas, que, aqui, tem sentido de ressalva (não x → mas y), que é diferente do valor da conjunção adversativa empregada no início do último parágrafo, por exemplo. P ág in a9 16) Observe este fragmento: “Então lhe trouxe um batom. No outro dia um corte de seda. À noite, tirou do bolso uma rosa de cetim para enfeitar-lhe o que restava dos cabelos”. Apenas no último período dessa sequência encadeia-se à oração principal uma oração adverbial final, introduzida pelo elemento coesivo para. Considerando essa observação, levante hipóteses sobre o motivo de não se explicitar tal relação também nos dois primeiros períodos. Neste exercício, espera-se que o aluno levante hipóteses sobre conteúdos que precisem estar explicitados e aqueles que podem estar subentendidos. No caso desta questão, a explicitação de orações adverbiais finais nas duas primeiras orações deixaria o texto incoerente, considerando o nível de informatividade requerido. Já em relação à última oração, a explicitação da finalidade é necessária, uma vez que o leitor não compartilha com o produtor do texto conhecimentos suficientes para deduzir a finalidade da rosa, por não ter um uso tão óbvio quanto os outros dois elementos citados no parágrafo.
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