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CICATRIZAÇÃO PRECEPTOR: DR. RODRIGO ACADEMICO: DIELLE ROGER LIMA DO CARMO 20 de Janeiro de 2020 INTRODUÇÃO A ferida é a ruptura da estrutura anatômica e funcional dos tecidos por trauma mecânico, físico ou químico. Reparo: cicatrização X Regeneração Fonte: Internet DEFINIÇÕES Ferida aguda X Ferida crônica Cicatrização de primeira intenção Cicatrização por segunda intenção Cicatrização por terceira intenção Fonte: Internet Fonte: Internet FASES DA CICATRIZAÇÃO Inflamatória/Hemostasia Proliferação Granulação Epitelização Contração da Ferida Maturação ou Remodelagem Fonte: Sabiston Textbook of Surgery - 19th Edition, Figure 7 -1 FASE INFLAMATÓRIA Simultânea ou logo após a coagulação Eventos convergem para a hemostasia e inflamação Parada do sangramento (vasoconstricção inicial) Selamento da superfície da Ferida: Formação do trombo e da matriz inicial de Fibrina e Fibronectina Aumento da permeabilidade vascular, migração de células (Neutrófilos, Macrófagos); secreção de citocinas e fatores de crescimento, ativação celular Remoção de tecido necrótico, resíduos, bactérias Predomínio de citocinas e fatores pró-inflamatórios Fonte: Witte MB, Barbul A: General principles of wound healing. Surg Clin North Am 77:509–528, 1997 PROLIFERAÇÃO - GRANULAÇÃO Chegada dos fibroblastos com substituição gradual da matriz inicial de fibrina por tecido de granulação rico em colágeno Hipóxia tecidual relativa e fatores de crescimento derivado de fibroblastos produzidos pelo endotélio e macrófagos estimulam angiogênese FONTE: INTERNET PROLIFERAÇÃO - EPITELIZAÇÃO Migração da epiderme espessa e células basais da borda da ferida (queratinócitos) crescem e migram para a matriz da ferida. Alterações morfológicas ocorrem nos queratinócitos, estimulados por fatores locais. Glicoproteínas adesivas facilitam a migração e a formação de uma nova camada epidérmica que repousa sobre a nova membrana basal. PROLIFERAÇÃO - CONTRAÇÃO A pele íntegra é puxada para a ferida aberta pela contração. O papel dos miofibroblastos MATURAÇÃO Início em oito dias em média após o início do processo cicatricial, permanecendo por tempo indeterminado Importante síntese e deposição de colágeno Diminuição dos componetes de Fibrina e Fibronectina Conversão do colágeno tipo III para tipo I e reorganização (remodelagem) da matriz. Aumento da força tênsil do tecido Predomínio de citocinas e fatores anti-inflamatórios Linfocitos T, Macrófagos e Fibroblastos são os grandes atores FERIDA CICATRIZADA Fonte: adaptado de Witte MB, Barbul A: General principlesof wound healing. Surg Clin North Am 77: 509–528,1997. FATORES QUE INTERFEREM NA CICATRIZAÇÃO Fatores locais Fatores sistêmicos ISQUEMIA Doença arterial aterosclerótica Desidratação Suturas com grande tensão Anemia grave INFECÇÃO DESNUTRIÇÃO Albumina < 2 Vitamina C Vitamina A Zinco Magnésio DIABETES MELLITUS Microangiopatia diabética Traumatismos repetitivos Resposta inflamatória atenuada Glicosilação de proteínas teciduais => colágeno frágil Tabagismo Insuficiência hepática Insuficiência renal Choque e septicemia Idade avançada Drogas: corticoide, imunossupressores quimioterápicos, antineoplásicos. Radiação ionizante FATORES QUE FAVORECEM A CICATRIZAÇÃO Bom estado nutricional Suplementação: vitaminas A, E, C, K, complexo B, zinco, ferro e cálcio. AVALIAÇÃO DA CICATRIZAÇÃO DE FERIDAS Cuidados com a ferida operatória No Pré-Operatório: Combater fatores que interferem na cicatrização; Evitar quimioterapia e radioterapia; Vitamina A, Vitamina C; Interromper AINES; Controlar infecções (antibióticos); Tricotomia; Banho pré-operatório. No Intraoperatório: Antibióticos; Via de acesso correta. Linhas de Kraissl; Evitar ligadura em massa, cauterização excessiva e desvascularização tecidual; Hipotermia; Fonte:Técnica em Cirurgia Dermatológica 1ª Ed. -Síntese da ferida: Sem tensão, preferencialmente com fios sintéticos (menor reação de corpo estranho). Sutura em pontos separados para caso de supuração. Sutura intradérmica somente em feridas limpas. *Outras alternativas: cola biológica e fita adesiva do tipo micropore. - Solução de NaCl a 0,9% - lavagem de feridas. - Lavagem de feridas agudas acidentais : água + sabão -> solução de NaCl a 0,9% Fonte: Clínica Cirúrgica. Colégio Brasileiro de Cirurgiões. Cap. 4, Página 56 – Fig 4.3. Curativo com pressão negativa: Aumento do fluxo sanguíneo; Remoção do edema crônico; Estímulo a formação do tecido de granulação; Cicatrização mais rápida. Fonte: Infecções graves de partes moles: relato de caso de fasciíte necrotizante de face utilizando curativo a vácuo e revisão da literatura. Rev. Bras. Cir. Plást. (Impr.) vol.26 no.2 São Paulo Apr./June 2011. No Pós-Operatório Oxigenação tecidual, oxigenoterapia hiperbárica; Suporte nutricional; Controle de HAS e Diabetes; Radioterapia e quimioterapia após 20 dias. Retirada dos pontos: Face: 4º e 5º dia Dorso/ membros: 10º dia ou mais c) Abdome: 6º e 10º dia Fonte: Internet Fonte: Internet - Fitas adesivas. Cuidados com a Ferida Operatória Aberta Livre de tecidos inviáveis; Prevenir desidratação dos tecidos; Livre de traumas. Fonte: Fasceíte Necrotizante Cervical em Lactente: Relato de Caso. Arq. Int. Otorrinolaringol. / Intl. Arch. Otorhinolaryngol.,São Paulo, v.12, n.4, p. 596-599, 2008. Cuidados com a Ferida Operatória Infectada Quadro Clínico Dor local, tumefação, calor e rubor. Presença de material purulento e/ou tecido necrótico. Drenagem da ferida: material levado para bacterioscopia, cultura e antibiograma Curativo deve permitir desbridamento seja por meio mecânico, químico, enzimático ou autólise; Lavagem regular da ferida; Antibioticoterapia; Repouso. Cicatrizes indesejáveis das Feridas Cicatrizes indesejáveis Definição Tratamento Retráteis Há encurtamento do tecido cicatricial, resultando em alterações anatômicas e funcionais. Exérese ou alongamento da cicatriz (zetaplastia ou w plastia). Hipertróficas Lesões fibróticas elevadas que respeitam os limites da ferida original. Podem apresentar resolução espontânea ou parcial. Raras em pálpebras, regiões plantar e palmar Moldes de pressão e gel de silicone; Injeção de corticoesteroide de ação prolongada; Exérese da lesão; Radioterapia; Crioterapia; Laserterapia (PDL) Quelóides Lesões de superfície lisa e brilhante, elevadas e firmes ao toque, que ultrapassam os limites da ferida. Raramente regridem. Incidência maior em negros e orientais. Mais comuns na região do tórax, ombro e costas. Cicatriz Retrátil Cicatriz Hipertrófica Fonte: Internet Fonte: Cicatrizes hipertróficas e queloides. Revista Brasileira de Cirurgia Plástica. Vol. 21 nº1 – Jan/Fev/Mar de 2006. Cirurgia Plástica z Zetaplastia Duplo retalho de transposição Alteração da direção da cicatri Alongamento da cicatriz Fonte: Internet Cicatrizações Particulares Ossos: hematoma 72h - processo inflamatório 1 semana - 8 semanas - calo mole, tecido de granulação e ME remodelamento. Tubo digestório: submucosa é a camada mais importante a ser incluída numa sutura intestinal por ser rica em miofibroblastos, responsáveis pela força tênsil e elasticidade da cicatriz. Serosas: rápido e ocorre por reepitelização após 5 a 7 dias da lesão. Cicatrização fetal: Cicatrização ausente; proliferação celular e fechamento das feridas mais rápido; ausência de crosta; tensão de oxigênio mais baixa; ambiente líquido e estéril; temperatura cutânea maior; inflamação menor; deposição de matriz organizada; FCFb e FCT-β menores; angiogênese menor. Prevenção de Cicatrizes deformantes - Perspectivas Realizar incisões ao longo da linha de tensão da pele Manusear delicadamente os tecidos Adotar medidas para evitar infecção da ferida Inibição da resposta inflamatória na ferida -> Bloqueio de citocinas -> Transplante de fibloblastos “fetais” -> Acrescimode Ácido Hialurônico