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Facilitadora: Aldrya Ketly Pedrosa Enfermeira Estomaterapeuta Mestre em Ensino na Saúde Docente Uncisal e Unit Responsável técnica Estomavida: Assistência domiciliar e cursos Da Avaliação ao Tratamento de Feridas Anatomia da pele e Fisiologia da Cicatrização de Feridas Pele: Definição: Membrana com duas camadas (epiderme e derme), que reveste a superfície exterior do corpo e que se continua com as membranas dos orifícios e cavidades (mucosas). Funções * Integridade/Proteção * Absorção e excreção * Regulação da temperatura e absorção ultravioleta * Estímulos sensoriais Pele Epiderme Avascular Presença de queratina e queratinócitos Transferência de melanina Função sensorial Importantes elementos do sistema imunológico Divide-se em: camada basal, granulosa e córnea Epiderme Presença de colágeno Força e elasticidade Prevenção de perda de fluidos e entrada de água Proteção de raios ultravioleta Metabolismo vitaminaD DERME *Sustenta a epiderme; *Envolve anexos cutâneos, vasos, nervos e músculos eretores do pêlo, protegendo-os; *Participa ativamente da nutrição cutânea, do sistema imune pelo tráfego seletivo de células inflamatórias e regula o tônus muscular, contribuindo para hemostasia DERME São elementos encontrados na derme: *Fibroblastos; *Colágeno; *Fibras elásticas; *Vasos sanguíneos; *Vasos linfáticos; *Células inflamatórias; *Nervos; *Músculo liso e esquelético • Apoio do tecido adiposo maduro HIPODERME HIPODERME • Envolvido em termo regulação, provisão de energia e reserva nutricional, além do papel cosmético • Outros anexos: • Folículos Pilosos, • Glândulas sebáceas, • Glândulas sudoríparas, • Unhas • ANEXOS DA PELE FISIOLOGIA DA CICATRIZAÇÃO Feridas da pele são rupturas estruturais e fisiológicas do tegumento, causadas por um agente físico, químico ou biológico,que estimulam respostas reparadoras. • A cicatrização deferidas consiste em uma perfeita e coordenada cascata de eventos celulares e moleculares que interagem para que ocorra a repavimentação e a reconstrução de um tecido FISIOLOGIA DA CICATRIZAÇÃO Mecanismo de Reparação Cutânea Cicatriz Ocorre quando a pele é cortada de maneira asséptica, limpa e as bordas são aproximadas pelas suturas ou outros meios. Verifica-se pouca perda tecidual e pouca drenagem. PRIMEIRA INTENÇÃO SEGUNDA INTENÇÃO *Feridas abertas com grande espessura e perda tecidual total, com danos nos tecidos. *Demandam mais tempo para cicatrizar por não haver aproximação das bordas como na primeira intenção. Cicatrização por Terceira Intenção *Esse processo assemelha-se ao de primeira e ao de segunda intenção. *A ferida é deixada aberta por um determinado período (como cicatrização por segunda), sendo suturada posteriormente (como cicatrização por primeira). Processo biológico da cicatrização Processo de cicatrização “Fechamento de falhas teciduais ou substituição de um tecido destruído por outro de mesmo tipo ou por tecido fibroso que recompõe as partes moles.” “Em um determinado período de tempo as fases coincidem e acontecem simultaneamente, permitindo, assim o sucesso da cicatrização.” Processo de cicatrização Processo de cicatrização Processo cicatricial Sistêmico e Dinâmico Relacionado as condições do organismo (Borges, Eline Lima. in: Feridas como tratar. 2008) O conhecimento das fases evolutivas do processo fisiológico cicatricial é fundamental para o tratamento adequado da ferida. Meio úmido Facilita migração celular Formação tecido granulação Epitelização Curativo adequado Processo de cicatrização Fatores de crescimento Fibroblastos migram Ferida Produzem as fibrinas Propiciam sustentação celular Povoam as margens Espalham por toda a superfície Processo de cicatrização Fase inflamatória: Resposta imediata Hemostasia Hemorragia controlada ou reduzida Vasoconstrição Reduz a exposição à bactérias Ativação das células endoteliais, plaquetas e cascata de coagulação Formação do coágulo Coagulação • Ocorre logo após o surgimento da ferida e depende da atividade plaquetária e da cascata de coagulação. •Substâncias vaso ativas •Proteínas •Fatores de crescimento •Proteases Liberação de Produtos Função de coagulação Oferecer uma matriz provisória em que os fibroblastos, células endoteliais e queratinócitos possam ingressar na ferida Fase inflamatória Hiperemia Edema Dor Calor Moderado Inflamação Fase inflamatória Tem por objetivo minimizar os efeitos de bactérias patogênicas ou do traumatismo, Destruindo ou neutralizando os germes e limitando sua disseminação por todo o organismo. Este processo dura cerca de três a quatro dias. Principal célula - O macrófago é a célula mais importante pois fagocita bactérias, desbrida corpos estranhos e direciona o desenvolvimento do tecido de granulação. Fase inflamatória Vasodilatação Aumenta o Fluxo desangue Peleenrijece Fase inflamatória Perda de líquidos proteínas e células dos capilares Exsudato (rico em Fibroblastos) Aumento da Permeabilidade Capilar Quimiotaxia pelos mediadores (primeiro neutrófilos e depois macrófagos) Fagocitose Fatores de crescimento liberados pelos macrófagos Fase Proliferativa pelo “ fechamento da feridaÉ responsável propriamente dita. Caracteriza-se pela formação de um tecido novo (tecido de granulação) composto de capilares, colágeno e proteoglicanos. Os macrófagos são células essenciais na transição da fase inflamatória para a fase proliferativa. Os fatores de crescimento liberados pelos macrófagos atraem fibroblastos para a ferida e estimula-os a dividirem-se posteriormente, para produzir fibras de colágenos. Esse processo dura de 4 a 24 dias. Fase Proliferativa – fenômenos Fase Proliferativa – fenômenos EPITELIZAÇÃO GRANULAÇÃO Ação especializada dos fibroblastos diferenciados Fibras de actina e miosina CONTRAÇÃO Redução do Tamanho da ferida Fase Proliferativa – fenômenos Fase de maturação Fase de maturação Fase de maturação • Existem, classicamente, dois tipos de reparo excessivo: Cicatrizes hipertróficas e Quelóides. • Estas respostas aos ferimentos representam uma dificuldade no término da remodelagem de uma ferida. • Ambos têm aparência grosseira, hiperemia, são elevadas e endurecidas. • As causas de cicatrizes anormais são desconhecidas. Sendo relatados apenas fatores que influenciam em seu aparecimento, como a raça. • Nas cicatrizes hipertróficas e nos quelóides, ocorre aumento da síntese de colágeno ou deficiência de colagenólise. Reparação Excessiva • Quelóide Reparação Excessiva Fatores intervinientes no processo cicatrização Fatores sistêmicos • Estado nutricional • Estado vascular • Fatores metabólicos • Idade • Imunossupressão • Drogas • Fatores neurológicos • Fatores Psicológicos • Distúrbios de coagulação Fatores locais quantidade de FC, excesso • Microorganismos • Corpo estranho, necrose e crosta • Ressecamento do leito • Edema localizado • Pressão, fricção e cisalhamento • Diferenças químicas: tipo e de proteases e toxinas Fatores intervinientes no processo de cicatrização A reparação do tecido lesado necessita de um ambiente que propicie a formação de colágeno, a angiogênese, a epitelização e a contração da ferida. Atendidas essas exigências, a reparação é obtida com mais sucesso em ambiente local onde existam ótimas condições de temperatura, hidratação e oxigenação. Fatores intervinientes no processo de cicatrização A baixa concentração de oxigênio nos tecidos pode afetar a velocidade de cura das feridas. Os fumantes apresentam uma propensão em desenvolver úlceras periféricas de origem arterial e um risco maior para o desencadeamento de necrose nas feridas. O ato de fumar reduz a tensão de oxigênio no sangue e no tecido subcutâneo das feridas e levaa uma hipóxia tecidual, que é associada a uma cicatrização defeituosa TABAGISMO Há uma infinidade de investigações sobre os efeitos nocivos do monóxido de carbono em vasos sanguíneos e de seus componentes em um provável efeito sobre a cicatrização de feridas. TABAGISMO Abaixo, as principais influências da nicotina e do monóxido decarbono em tecidos periféricos em relação à cicatrização. Tecidos Nicotina Monóxido de carbono Efeito total Pele Contração Dilatação Contração Músculo Dilatação - Dilatação Fonte de Oxigênio Reduz o fluxo sanguíneo Reduz o transporte de oxigênio Redução parcial de oxigênio nos tecidos Plaquetas Aumento da agregação Aumento da agregação Formação de trombos Fibrina Aumento da concentração no plasma - Nenhum efeito comprovado TABAGISMO Faixa Etária •Com relação ao processo de cicatrização, feridas idênticas cicatrizam muito mais rapidamente na criança do que no idoso. •Os idosos apresentam lentidão nas respostas inflamatórias iniciais, o que retarda a cicatrização. Apresentam ainda, alteração da velocidade circulatória, atrasando a migração de leucócitos para o local, e a fagocitose. Os idosos podem estar desnutridos, devido ao metabolismo celular que desacelera com o passar dos anos. Tais distúrbios nutricionais retardam a cicatrização. Além disso, no idoso, ocorre a perda da elasticidade da pele em decorrência da diminuição da produção de colágeno. Faixa Etária Faixa Etária Com relação ao processo de cicatrização, feridas idênticas cicatrizam muito mais rapidamente na criança do que no idoso. Os idosos apresentam lentidão nas respostas inflamatórias iniciais, o que retarda a cicatrização. • São os nutrientes que fornecem o substrato necessário para o organismo realizar todo o processo reconstrutivo e para fazer frente às infecções; • Alterações nutricionais podem resultar em atrasos na cicatrização de feridas, resultando em cicatrizes fracas e de má qualidade. • As alterações nutricionais, em geral, podem ser decorrentes de redução na ingesta, absorção inadequada ou perdas excessivas. Estado Nutricional Ingestão hídrica • A água é o mais importante nutriente, uma vez que corresponde a cerca de 55% do peso corporal e compõe todas as atividades celulares e funções fisiológicas. •A perda ou deficiência da água acarreta debilidade e morte muito mais rápida que qualquer outro elemento. • Além de uma ingestão adequada de alimentos, líquidos também são exigidos. Por volta de 2000-2500ml de líquido são necessários para um eficiente metabolismo diário. Obesidade •A obesidade constitui uma alteração na esfera nutricional, podendo comprometer a cicatrização pela baixa vascularização do tecido adiposo. •Pacientes obesos podem ser mal nutridos, exigindo aporte ou reposição calórico-protéica para a cicatrização. Doenças crônicas •Há toda uma série de doenças que afetam negativamente os processos metabólicos e também são susceptíveis de atrasar ou impedir a cicatrização de feridas. A saber: -- Anemia, Arteriosclerose, câncer, doenças cardiovasculares, diabetes, doenças imunológicas, doenças inflamatórias, artrite reumatóide, uremia, etc. •Doenças consuptivas, como as oncológicas ou as crônicas, do tipo diabetes, reduzem significativamente a capacidade de síntese de colágeno; •Diabéticos: probabilidade de ocorrência de diminuição da síntese de colágeno e da angiogênese, além da presença da arteriosclerose, o que contribui para a redução do fornecimento de oxigênio; Terapia Sistêmica • Alguns tratamentos sistêmicos podem comprometer o processo de restauração tecidual, tais como: • Radioterapia; • Quimioterapia; • Esteróides; • Drogas antiinflamatórias e outras drogas. Vascularização: Oxigenação e Perfusão Tissular •Oxigenação e perfusão tissular são condições essenciais para a manutenção da integridade e sucesso na reparação tissular. • Deficiência de Oxigênio: • Impede a síntese de colágeno; • Diminui a proliferação e a migração celular • Reduz a resistência dos tecidos à infecção. • Edema –tecido mal oxigenado/nutrido. Fatores Locais Os Fatores locais alteram a evolução fisiológica da cicatrização, como: • Presença de infecção; • Hematoma; • Edema; • Corpos estranhos / Necrose; • Manutenção de ambiente seco; • Fatores Mecânicos. •Existem outros fatores facilitadores ou de retardo do processo de cicatrização: métodos de limpeza e cobertura utilizada, que serão tratados separadamente em lições posteriores. Infecção • Prolonga a fase inflamatória do processo cicatricial; • Retarda a síntese de colágeno e impede a epitelização; •Os microorganismos invasores capturam nutrientes e oxigênio,necessários ao tecido em processo de cicatrização; • Importante avaliar as estruturas de sustentação - risco para osteomielite /Septicemia. • Avaliar também trajetos ocultos sob a pele ao redor da ferida - proliferação de microorganismos. Hematoma Meio de cultura para o desenvolvimento de microorganismos; Sua reabsorção prolongada retarda a cicatrização da ferida; A presença de hematoma no local da ferida operatória implica em compressão tecidual e conseqüente isquemia, favorecendo o afastamento das bordas e entrada de microorganismos. Edema • O excesso de líquido intersticial cria condições locais desfavoráveis à proliferação celular e à síntese protéica, como a manutenção de baixo pH, alta tensão de CO2 e baixa concentração de O2. • O edema diminui o fluxo sanguíneo e o metabolismo local. • Favorece a necrose celular e o crescimento bacteriano. Corpos Estranhos/Necrose/Biofilme Podem ser considerados corpos estranhos/necrose: suturas,resíduosdecoberturas,cabelos;tecidonecróticoo udesvitalizado. Sua presença transforma-se em meio de cultura, favorecendo o crescimento bacteriano; Impede a migração celular, epitelização e contração da ferida. Remoção por processo mecânico ou autolítico. Manutenção de Ambiente Seco *Manter o leito da ferida seco provoca dor, ocorre ressecamento e morte celular. *Um nível de umidade na ferida propicia uma ótima epitelização, chegando a ser até 50% mais rápida quando comparada com as da ferida com o leito ressecado. *Feridas com crostas há dificuldade de migração epitelial pela presença de colágeno em sua formação; *Excesso de fibrina exerce barreira à migração celular e à deposição de fibroblastos. Fatores Mecânicos Forças mecânica que podem contribuir para romper a integridade tissular superficial e profunda: • Pressão: sobre a área da lesão ou de proeminências ósseas – interrupção do fluxo sanguíneo para os tecidos. • Fricção –atrito entre duas superfícies - cotovelo e joelhos (durante o posicionamento e reposicionamento no leito). • Cisalhamento –força criada pela interação da gravidade e fricção. Avaliação de feridas Protocolo de avaliação e documentação de feridas 1.Avaliação da ferida prevê o início de um plano de cuidados e a monitorização crítica da efetividade do planejamento. A. avaliação acurada da ferida depende da habilidade do enfermeiro reconhecer uma cicatrização normal de uma anormal . 3. Compreendendo a etiologia e a patologia ira guiar o enfermeiro a fazer um plano de cuidados apropriado. 4. Reconhecimento dos fatores intervenientes no processo de cicatrização. Protocolo de avaliação e documentação de feridas Deve-se estar atento ao não visível; Exames laboratoriais e de imagem como auxilio; Diagnóstico de base; Dor ; Edema; Pulso; Área; Condições ambientais; Estado emocional Por que avaliamos uma ferida? 1. Monitorar e fornecer informações de forma objetiva da progressão da ferida; 2. Implementar uma terapia tópica apropriada desde a ocorrência da lesão até sua completa resolução; 3. Desenvolver um planejamento de cuidados com estratégias de tratamento; 4. Para haver uma documentação. Parâmetros para avaliação Parâmetros para avaliação Localização anatômica A localização de uma ferida pode ser um dosprimeiros indicadores de etiologia. *Conforme a localização anatômica requer um plano de cuidados dependendo de suas necessidades: *LP –superfícies apropriadas; áreas comprometidas pela pressão ou cisalhamento * UV –geralmente aparece em região medial da perna e requer terapia compressiva. * UPlantar – normalmente há neuropatia; necessidade de controle adequado da glicemia. * Escolha do curativo adequado Tipo de tecido Ferida de cor vermelha (RED): cor vermelho-vivo, úmida, observada em uma ferida limpa e em granulação. Saudável e em fase de cicatrização. Hidratar, absorver, proteger o tecido recém formado e a pele ao pele ferida. Tipo de tecido Ferida de cor amarela (YELLOW): Grande quantidade de material fibrótico ou infectadas. Esfacelos Desbridar, hidratar, absorver e proteger o tecido viável e a pele peri-ferida. Tipo de tecido Feridas de cor preta (BLACK): São aquelas cobertas por tecido necrótico tipo escara. Definindo termos *A avaliação da ferida deve incluir descrição e identificação das estruturas teciduais. *As seguintes estruturas são mais comumente encontradas em feridas: 1. Tecido Necrótico, não viável ou Desvitalizado * Escara * Esfacelos 2. Tecido viável, saudável * Tecido de Granulação * Tecido Epitelial * “E o crescimento de pequenos vasos sangüíneos e de tecido conectivo para preencher feridas de espessura total”. * A extremidade dos vasos capilares fazem a superfície da ferida parecer granular Características: vermelho vivo, brilhante e granular; sangra com facilidade. Tecido de granulação Tecido epitelial “ É o processo de recobrimentoepidérmico”. Coloração rósea ou vermelha; Características dos tecidos necróticos Ser avascular - não causa sangramento; Ser insensível - por ser desprovido de terminações nervosas, não causará dor; Ter odor fétido - pelo resultado da decomposição dos tecidos e pelo crescimento bacteriano; Tecido que morreu por isso perderam suas propriedades físicas e biológicas atividade. Características dos tecidos necróticos Escara é descrito como uma capa/crosta de camadas de tecidos dessecados e comprimidos, normalmente de consistência dura, seca, cor cinza, marrom ou preta e firmemente aderida ao leito da ferida. “Escara não é sinônimo de Úlcera por Pressão.” Características dos tecidos necróticos * Esfacelos (slough) refere-se ao tecido necrótico; * Consistência mucoide; * Macia de coloração amarela, bronzeada ou cinza; *Formado por bactérias, fibrina, elastina, colágeno, leucócitos, fragmentos celulares, exsudato e grandes quantidades de DNA; *Comumente encontrado no leito de feridas crônicas como úlceras de perna e por pressão; * Podem estar firmes ou frouxamente aderidos ao leito da ferida; •COMPRIMENTO • LARGURA • PROFUNDIDADE • TÚNEIS • DESCOLAMENTOS Dimensão da ferida Largura e comprimento Profundidade Espaços mortos e túneis Exsudato Para avaliar o exsudato é preciso verificar as seguintes características: - Tipo: seroso, purulento, sanguíneo ou hemorrágico. - Quantidade: mínimo, moderado ou abundante. - Cor: claro, vermelho, amarelo, verde. - Odor: ausente, leve, moderado ou forte. - Consistência: fina/aquosa, espessa/opaca. Exsudato Vale lembrar!!! Limpar cuidadosamente a ferida antes de avaliar o exsudato Avaliar o exsudato predominante Odor Pode ser descrito como ausente, fraco, moderado ou forte. O exsudato da ferida depende muito da umidade da lesão, presençade tecido necrótico e microrganismos. Odor extremamente forte e exsudato purulento pode ser sugestivo de infecção. O tipo de curativo usado pode afetar o odor da ferida , bem como da higiene e da presença de tecido não viável. Dor em ferida é insuficiente avaliado e administrado. Pode indicar infecção ou deterioração bem como opções de tratamento inadequado ou inapropriado. Pode estar diretamente relacionado a satisfação do paciente e comprovado impacto negativo no processo da cicatrização de feridas. A dor deve ser mensurada com frequência e avaliada com escalas validadas. Dor Pele peri-ferida Rubor - sinal indicativo de reação inflamatória normalmente encontrado. Úlceras arteriais: fria, seca e fina; Úlceras venosas: descamativa e quente; Feridas exsudativas: sinais de dermatite; Lesões por pressão: variável entre rubra, pálida e com cianose. • Intacta –preservar • Macerada –proteger e controlar o exsudato • Ressecada - hidratar Eritematosa –avaliar a causa (infecção?dermatite?) Infectada - identificar fator causal Alergia - afastar o fator causal Pele peri-ferida Pele peri-ferida Margem ou borda * Indistinta - impossível distinguir o seu contorno; * Aderida/plana –nivelada com o leito da ferida * Não aderida –o leito da ferida é mais profundo que as margens. *Enrolada para baixo - espessa/grossa; de macia para firme e flexível - desbridar * Hiperqueratose –formação de tecido calosos, desbridar * Fibrótica –dura, rigída ao toque Margem ou borda Sinais de infecção e biofilme Aparecimento ou aumento de Esfacelos Excesso de exsudato, mudança de cor/ consistência Pobre tecido de granulação – friável,vermelho brilhante e exuberante Hiperemia e calor ao redor da ferida Dor ou sensibilidade Odor incomum Aumento da área da ferida Tratamento e padronização de coberturas e adjuvantes Protocolo de Procedimentos em feridas Ações sistematizadas e produtos padronizados para a assistência da equipe multidisciplinar ao paciente portador de ferida Implantação de um protocolo de padronização de procedimentos e produtos A equipe interdisciplinar Processo sistêmico e complexo Integração das diversas especialidades afins Programa de curativos Meta * Meta do programa de curativos •Prescrição baseada em evidências clínicas • Autorização para utilização de curativos específicos para e tratamento; • Clareza das contas médicas para a análise por parte das auditorias interna e dos convênios; • Redução do tempo de hospitalização de pacientes; • Controle do custo envolvendo tratamento complexo e tempo de hospitalização. Resultados esperados Bases para a escolha da terapia tópica 1. Avaliação do paciente e da ferida 2. Diagnósticos contínuos; 3.Conhecimento dos recursos disponíveis, sua ação terapêutica, indicações e modo de uso. Tratamento 1ª passo Avaliar a Lesão 2ª passo Realizar Curativo Limpeza Desbridamento: Autolítico Enzimático Osmótico Instrumental (Conservador e Cirúrgico) Tratamento Terapia tópica/Cobertura Limpeza Desbridamento Escolha da cobertura A cura precoce das feridas; Melhor qualidade de vida do paciente no processo de cura; O menor custo do tratamento. Terapia tópica/Cobertura Parâmetros para o melhor ambiente de cicatrização Aceleração do processo: •Controle da temperatura da ferida •Manutenção do Ph levemente ácido •Controle do nível bacteriano no leito •Crescimento de tecido viável •Manutenção do meio úmido Fatores de risco - Extrínsecos • “A técnica de limpeza deve respeitar a viabilidade do tecido de granulação, preservar o potencial de recuperação da ferida e minimizar a ocorrência de (Borges et.al,trauma.” 2008) Soluções anti-sépticas: contra-indicadas na limpeza de feridas crônicas PVP-I CLOREXIDINA ÁCIDO ACÉTICO PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO SABÕES HIPOCLORITO DE SÓDIO 0,5% Métodos de desbridamento • Cirúrgico • Instrumental conservador • Autolítico • Enzimático • Biológico Selecionar o método mais apropriado de acordo com as necessidades e condições do paciente Coberturas A lesão precisa de: Alívio da pressão Proteção da Epiderme Hidratação Coberturas Coberturas A lesão precisa de: Alívio da pressão Absorção moderada do exsudato Manutenção do meio úmido Oclusão Coberturas O sinal de troca: A lesão precisa de: Preenchimento de cavidade e túneis Alta absorção de exsudato Coberturas Coberturas Alginatode cálcio: Aplicação DEFINIÇÃO: • Fibras têxteis suaves de Alginato de Ca++ e Na+ extraídas de Algas Marinhas marrons (Laminaria), contendo sais do ácido algínico como princípio ativo, que é um polissacarídeo natural, sendo altamente absorvente. Coberturas: Alginato de cálcio e sódio A lesão precisa de: desbridamento Coberturas Hidrogel a base de : Água purificada –90% Carboximetilcelulose sódica e alginato de cálcio –10% Hidrogel a base de: Água destilada –77,7% CMC Polímero (Carboximetilcelulose) –2,3% Propileno glicol USP –20% Coberturas:Hidrogel DEFINIÇÃO: • São fabricados a partir de co-polímeros que contém uma grande quantidade de água. APRESENTAÇÃO: • Gel ou placa Coberturas:Hidrogel INDICAÇÕES: • Feridas com pouca exsudação; • Áreas doadoras e receptoras de enxerto; • Lesões por pressão; • Úlceras venosas e arteriais; •Queimaduras. CONTRA-INDICAÇÃO: • Não se recomenda em feridas muito exudativas, colonizadas por fungo ou em pele íntegra, bem como feridas cirúrgicas fechadas! Coberturas:Hidrogel Coberturas: Prata A lesão precisa de: Controle da bacteriano; Alta absorção de exsudato; Controle do odor; Oclusão. • Espuma de poliuretano com prata • Prata nanocristalina em compressa de polietileno • Alginato com prata Por que a prata??? • É bactericida e bacteriostática • Não é tóxica • Não provoca resistência bacteriana Coberturas: Prata Coberturas: Colágeno INDICAÇÕES: • É indicado em feridas limpas, pouco exsudativa, com ausência de tecido necrótico-fibrinoso e sinais de infecção. CONTRA-INDICAÇÕES • Vasculite ativa; • Queimaduras de 3º grau; • Sensibilidade ao alginato e colágeno; • Feridas infectadas. POLIHEXAMETILENO BIGUANIDA Agente resistente à colonização bacteriana, reduzindo a penetração bacteriana através da compressa, de amplo espectro contra microorganismos Gran positivos e negativos, fungos e leveduras. Indicações: • Feridas com alto risco de contaminação; • Feridas colonizadas e infectadas. MATRIZ DE REGENERAÇÂO DÉRMICA • Substituto cutâneo temporário, composto de matriz biodegradável, bilaminar, de colágeno bovino e glicosaminoglicana de tubarão (condroitina-6-sulfato), com capa de silicone, que se destina à cobertura cutânea e à regeneração da derme. • É utilizado no tratamento da fase aguda de grandes queimados, em correções de retrações cicatriciais importantes póstrauma, extensas perdas cutâneas traumáticas e em exérese de nevo congênito gigante, como preparação para o enxerto de pele. Dentre as suas ações podem ser citadas: • Promoção do crescimento celular e da síntese de colágeno •Controle da perda de fluidos MATRIZ DE REGENERAÇÂO DÉRMICA Os ácidos graxos essenciais agem: • Provocando uma resposta inflamatória local que aumenta a proliferação do tecido de granulação. Causa também intensa vasodilatação com importante aumento da irrigação sangüínea local (angiogênese). A.G.E - Ácidos Graxos Essenciais • Enzima proteolítica liofilizada do látex do mamão desenvolvido e não amadurecido (carica papaya). MODO DE USAR: • Irrigar com solução salina estéril •Utilizar a papaína conforme o aspecto da ferida Porcentagens de concentração: • 10%: feridas com necrose • 04 a 06%: feridas com exsudato purulento • 02%: feridas em granulação. PAPAÍNA Metronidazol • Este composto também possui atividade antimicrobiana contra bacilos gram-negativos anaeróbios, contra bacilos gram-positivos esporulados e contra todos os cocos anaeróbios. Indicações: • Feridas criticamente colonizadas e infectadas; • Feridas com odor forte. Terapias adjuvantes • Terapia a vácuo; • Laser de baixa intensidade; • Ozonioterapia; • Oxigenoterapia hiperbárica. Condiderações finais O tratamento deve visar: • Custo por procedimento • Eficácia esperada do tratamento • A frequência das trocas de curativo • A necessidade de coberturas secundárias • Recursos humanos necessários Custo por cada procedimento de troca: E.P.I. Soluções para limpeza Produto para tratamento da ferida Material descartável Cobertura da ferida Material para fixação da cobertura Condiderações finais Eficácia esperada do tratamento: Tempo de internação ou assistência domiciliar Risco de infecção e uso de ATB Necessidade da inclusão de procedimentos cirúrgicos repetidos Comprometimento da integridade física e emocional do paciente Condiderações finais A frequência da troca de curativos: Volume do exsudato x capacidade de absorção do curativo; Esfriamento da lesão; Exposição ao risco de infecção Condiderações finais A necessidade de coberturas secundárias e material para fixação do curative: Compressas cirúrgicas e gaze Faixas Fitas adesivas Condiderações finais Os recursos humanos necessários Tempo demandado em procedimentos de trocas de curativos repetidos; Monitoração x troca; Qualidade da assistência prestada ao paciente. Condiderações finais Vamos praticar?! 1. Lesão por complicação no uso de DIU – Abcesso pélvico • G.F. • Idade:31 anos • Sexo: feminino • Estado geral: Diabética insulinodependente, esquema Regular + NPH, consciente, acamada, constipada, SVD, Cipro (400mg 12/12)+ Clindamicina(600mg-6/6). 2. Lesão por retirada de cisto pilonidal após terceira recidiva • L.H • Idade: 15 anos • Sexo: masculino 3. Lesão traumática, pós queda. • Idosa • Idade: 90 anos geral, deambula, lúcida, não • Bom estado cooperativa, diabética. 4. Lesão por pressão • Idosa • Idade: 91 anos • Bom estado geral comprometido, restrita ao leito, diabética e com mal de Alzheimer. 5. LESÃO POR PRESSÃO * IDOSO * IDADE, 65 ANOS *ESTADO GERAL CRÍTICO, SÉPTICO, OSTEOMIELITE. *PACIENTE COM TETRAPLEGIA PÓS TRAIMÁTICA. Desfecho!!! Borges et.al; Feridas como tratar. 2 ed. Coopmed; Belo Horizonte, 2008. Dealey; Cuidando de feridas. 3 ed. Atheneu; São Paulo, 2008. Malagutti e Kakihara; Curativos, estomias e Dermatologia: Uma abordagem multiprofissional. 1 ed. São Paulo, 2010. Scemons e Elston; Nurse to Nurse: Cuidados com feridas em enfermagem. 1 ed. 2011 Referências: