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O CLIMA E A SAÚDE

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O CLIMA E A SAÚDE 
@Volume 1, Artigo. Abril 2020 
@Todos os direitos são reservados a autora. Em caso de dúvidas consulte a partir: ruthjoaquimlauter@gmail.com 
®Ruth Joaquim Lauter – estudante do curso de Geografia na UNILICUNGO-Quelimane 
Crédito avaliativo: Phd: Cardenito Mário Colher (cardenitocolher@yahoo.com.br) Página 1 
 
Alteração Climática e a ocorrência de malária na área de influência de águas paradas 
na cidade Quelimane (Província de Zambézia) 
Climate Change and the occurrence of malaria in the area of influence of standing water in 
the city of Quelimane (Province of Zambézia) 
Changement climatique et occurrence du paludisme dans la zone d'influence des eaux 
stagnantes dans la ville de Quelimane (Province de Zambézia) 
Ruth Joaquim Lauter
1
 
___________________________________________________________________________ 
RESUMO 
Desde o início de sua história o homem sempre procurou entender como ocorrem às doenças. Nessa perspectiva 
já na antiguidade Hipócrates relacionou a propagação das doenças ao ambiente habitado pelo homem. Com o 
advento das políticas imperialistas do século XVII e XVIII a Geografia foi utilizada como instrumento de 
conquista. Essa mesma análise pode ser feita para a Geografia Médica. As alterações climáticas, que vem se 
agravando nos últimos anos, mas que foi divulgado mais amplamente pela mídia nos últimos tempos, porta para 
a sociedade e sectores de governo um desafio sobre as causas e o papel das alterações climáticas sobre as 
condições de saúde. Algumas doenças transmitidas por insetos vetores, entre elas a malária, esta é uma doença 
infeciosa que continua a ser um dos principais problemas de saúde pública em Moçambique. Na região centro 
de Moçambique na qual a cidade de Quelimane, área de estudo deste trabalho se localiza, a malária é a principal 
causa de mortalidade. Esse trabalho tem como objetivo avaliar cenários de alterações climáticas para Cidade de 
Quelimane. Além disso, analisar a intervenção sobre as repercussões dessas mudanças sobre as condições de 
saúde. Os principais grupos de doenças que podem ser afetados por essas alterações são as doenças de 
veiculação hídrica, as transmitidas por vectores e as respiratórias. No entanto, os riscos associados às alterações 
climáticas globais não podem ser avaliados em separado do contexto globalização. Cabe ao sector de saúde e 
geográfico não só prevenir esses riscos, mas actuar na redução de seus impactos. 
PALAVRAS-CHAVE: Geografia Médica, Alterações climáticas, Saúde, Malária, Globalização, Clima. 
SUMMARY 
Since the beginning of its history, man has always tried to understand how diseases occur. In this perspective, in 
ancient times Hippocrates related the spread of diseases to the environment inhabited by man. With the advent 
of imperialist policies in the 17th and 18th centuries, Geography was used as an instrument of conquest. This 
same analysis can be done for Medical Geography. Climate change, which has worsened in recent years, but 
which has been more widely disseminated by the media in recent times, poses a challenge to society and 
government sectors a challenge on the causes and role of climate change on health conditions. Some diseases 
transmitted by insect vectors, including malaria, this is an infectious disease that remains one of the main public 
health problems in Mozambique. In the central region of Mozambique in which the city of Quelimane, the study 
area of this work is located, malaria is the main cause of mortality. This work aims to evaluate climate change 
scenarios for Quelimane City. In addition, to analyze the intervention on the repercussions of these changes on 
health conditions. The main groups of diseases that can be affected by these changes are waterborne, vector-
borne and respiratory diseases. However, the risks associated with global climate change cannot be assessed 
 
1
 Estudante do 4o ano da Universidade Licungo- Quelimane no curso de Geografia 
O CLIMA E A SAÚDE 
@Volume 1, Artigo. Abril 2020 
@Todos os direitos são reservados a autora. Em caso de dúvidas consulte a partir: ruthjoaquimlauter@gmail.com 
®Ruth Joaquim Lauter – estudante do curso de Geografia na UNILICUNGO-Quelimane 
Crédito avaliativo: Phd: Cardenito Mário Colher (cardenitocolher@yahoo.com.br) Página 2 
 
separately from the globalization context. It is up to the health and geographic sector not only to prevent these 
risks, but to act to reduce their impacts. 
KEYWORDS: Medical Geography, Climate Change, Health, Malaria, Globalization, Climate. 
RÉSUMÉ 
Depuis le début de son histoire, l'homme a toujours essayé de comprendre comment les maladies se produisent. 
Dans cette perspective, dans les temps anciens, Hippocrate a lié la propagation des maladies à l'environnement 
habité par l'homme. Avec l'avènement des politiques impérialistes aux XVIIe et XVIIIe siècles, la géographie a 
été utilisée comme instrument de conquête. Cette même analyse peut être effectuée pour la géographie médicale. 
Le changement climatique, qui s'est aggravé ces dernières années, mais qui a été plus largement diffusé par les 
médias ces derniers temps, pose un défi à la société et aux secteurs gouvernementaux, un défi sur les causes et le 
rôle du changement climatique sur les conditions de santé. Certaines maladies transmises par des insectes 
vecteurs, dont le paludisme, il s'agit d'une maladie infectieuse qui reste l'un des principaux problèmes de santé 
publique au Mozambique. Dans la région centrale du Mozambique où se situe la ville de Quelimane, zone 
d'étude de ces travaux, le paludisme est la principale cause de mortalité. Ce travail vise à évaluer les scénarios 
de changement climatique pour la ville de Quelimane. De plus, analyser l'intervention sur les répercussions de 
ces changements sur les conditions de santé. Les principaux groupes de maladies pouvant être affectées par ces 
changements sont les maladies d'origine hydrique, à transmission vectorielle et respiratoires. Cependant, les 
risques associés au changement climatique mondial ne peuvent pas être évalués séparément du contexte de la 
mondialisation. Il appartient au secteur sanitaire et géographique non seulement de prévenir ces risques, mais 
aussi d'agir pour réduire leurs impacts. 
MOTS CLÉS: Géographie médicale, changement climatique, santé, paludisme, mondialisation, climat. 
__________________________________________________________________________________________ 
 
INTRODUÇÃO 
De acordo com o Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC), clima é 
definido como o tempo meteorológico médio, ou seja, é uma descrição estatística de 
quantidades relevantes de mudanças do tempo meteorológico num período de tempo, que 
varia de meses a milhões de anos. O período clássico é de 30 anos, definido pela Organização 
Mundial de Metrologia (OMM) segundo (IPCC – INTERNATIONAL PANEL ON 
CLIMATE CHANGE, 2007). 
Essas quantidades referem-se a variações de superfície como temperatura, 
precipitação e vento. A literatura que trata das relações entre clima e saúde afirma que as 
mudanças climáticas influenciam no nível de morbidade e mortalidade de certos grupos de 
doenças, assim como, as condições econômicas e de saúde de grupos populacionais de maior 
risco, como populações pobres de zonas urbanas, idosos e crianças, agricultores de 
subsistência e comunidades. 
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Os estudos que analisam os impactos doclima na saúde compreendem sobretudo os 
países pobres, uma vez que estes países estão em via de desenvolvimento, por estarem 
localizados em regiões de baixo nível de desenvolvimento socioeconômico, são 
particularmente mais vulneráveis aos efeitos dos fenômenos climáticos. Portanto a Cidade de 
Quelimane- Província de Zambézia possui um alto grau de vulnerabilidade aos impactos das 
mudanças climáticas sobre a saúde, dadas as suas características geográficas, seu perfil 
climático, sua grande população e seus problemas estruturais e sociais. Além disso, a 
persistência de doenças infecciosas endêmicas sensíveis a mudanças meteorológicas, bem 
como outros factores que determinam as condições de saúde da população, contribuem para 
modelar a vulnerabilidade da região. 
Neste artigo se propõe a identificar os padrões de influencia do clima sobre os 
elevados índices de casos de malária e outras doenças na Cidade de Quelimane - Província de 
Zambézia. As taxas de mortalidade e morbidade geral de doenças relacionadas ao clima. O 
grupo de morbidades refere-se a doenças cardiovasculares e respiratórias, malária e 
mortalidade infantil. 
Para o desenvolvimento desse artigo utilizou-se o método hipotético-dedutivo, o qual, 
inicia com um problema no conhecimento científico, passando pela formulação de hipóteses 
e por um processo de inferência dedutiva, o qual testa a predição da ocorrência dos 
fenómenos abrangidos em tal hipótese (PRODANOV e FREITAS, 2013). 
Os capítulos a seguir tratam dos conceitos básicos para entendimento da relação entre 
saúde e clima, a fim de gerar subsídios para o artigo empírico a ser desenvolvido. 
1. CONTEXTUALIZAÇÃO 
1.1. Clima 
A climatologia é uma área de estudo interdisciplinar. Entretanto, a climatologia 
geográfica considera o clima pelo que representa no conjunto de relações natureza e 
sociedade. Ou seja, o importante é a interação da atmosfera com a litosfera, a hidrosfera e a 
biosfera no espaço social. A dinâmica dos atributos climáticos se dá por meio de vários 
ritmos, inter-relacionados, que irão repercutir e interagir nas actividades humanas. Também 
os ritmos internos dos corpos estão indissoluvelmente ligados a determinadas condições 
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limítrofes de gravidade, temperatura, luz, umidade e oxigênio, evoluídas e produzidas em 
tempos e ciclos longos e relativamente dentro de certos padrões de regularidade ou variações 
temporais que permitem adaptações às mudanças (TARIFA, 2002). 
O conceito clássico de (HANN1882), da escola alemã de climatologia, define o clima 
como “o estado médio da atmosfera em um determinado lugar”. Trata-se de método 
estatístico-analítico separatista, no qual os elementos do clima são trabalhados de forma 
isolada. 
1.2.Saúde 
O conceito de saúde reflete a conjuntura social, econômica, política e cultural. Ou 
seja: saúde não representa a mesma coisa para todas as pessoas. Dependerá da época, do 
lugar, da classe social. Dependerá de valores individuais, dependerá de concepções 
científicas, religiosas, filosóficas (MOACYR SCLIAR, 2007). 
O conceito de saúde em função do crescente número de estudos originários das mais 
variadas áreas, vem recebendo diferentes abordagens conceptuais e tem evoluído desde a 
definição mais universal elaborada em 1946 pela então criada Organização Mundial de Saúde 
(O.M.S.) no seio da O.N.U. 
De carácter marcadamente utópico, a definição da O.M.S. avalia a saúde como um 
estado completo de bem-estar físico, mental e social que não pressupõe somente a ausência 
de doença e de incapacidade, encarando a saúde como um estado positivo que diz respeito ao 
indivíduo no seu todo, no contexto do seu estilo de vida. Esta definição permanece, ainda 
hoje em dia, um ideal, que dificilmente se atinge, porque todos os indivíduos passam por 
períodos, mais ou menos longos, de ausência de saúde ao longo da sua vida (Nogueira e 
Remoaldo, 2010). 
Segundo a OMS, grande parte das doenças responsáveis por elevadas taxas 
mortalidade são altamente sensíveis às alterações climáticas, como malária, diarreia, dengue, 
cólera e outras doenças de veiculação hídrica, além da desnutrição. Embora algumas 
pandemias não tenham como causa exclusiva às alterações climáticas, estas são 
determinantes para a disseminação de doenças. Ainda de acordo com a organização, a 
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interação entre clima e saúde é mais sentida nos países pobres, que carecem de um sistema de 
saúde adequado, com poucos recursos e programas de prevenção e tratamento de doenças. 
1.3.Malária 
A malária é uma doença infeto-parasitária que abrange um quarto da população 
mundial e por norma é responsável pela morte de cerca de um milhão e meio a três milhões 
de pessoas a cada ano. Por esta razão, a (OMS) Organização Mundial da Saúde considera esta 
doença como sendo um dos maiores problemas de saúde pública na atualidade, 
particularmente nos “países terceiro mundistas” ou em vias de desenvolvimento com ênfase 
para os da África Subsaariana, como é o caso de Moçambique (CORDEIRO et al., 2002 
citado por COLHER). 
Dados apresentados pela Organização Mundial da Saúde dão conta de que foram 
registados duzentos e sete milhões de casos de malária e que 90% das mortes por malária 
ocorreram na África Subsaariana, onde 77% destas mortes ocorrem em crianças menores de 
cinco anos de idade (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2013). 
Segundo França, Santos e Figueroa-Villar (2008), esta doença é considerada uma das 
mais antigas e mortais transmitidas para os humanos através de vetores do género Anopheles 
(An) e o ciclo de transmissão é essencialmente determinada pela “picada” do mosquito fêmea 
em seres humanos. Os eventos associados à ocorrência da malária estão fortemente 
relacionados a fatores climáticos (variação da temperatura e precipitação, particularmente), 
por serem considerados essenciais para a ocorrência e para o desenvolvimento do vetor e do 
parasita, bem como relacionados aos fatores socioeconômicos. 
2. Aspectos gerais da Cidade de Quelimane 
2.1.Dados Geofísicos 
2.1.1. Situação Geográfica 
Cidade de Quelimane é a maior cidade e capital da Província da Zambézia, a segunda 
província mais populosa de Moçambique. . Está situado junto ao rio dos Bons Sinais, a cerca 
de 20 km do Oceano Índico. Entre as coordenadas 16°51' 00"S e 36°59' 00”E e tem um clima 
tropical úmido. É limitada geograficamente pelo distrito de Nicoadala, a noroeste e 
Inhassunge a Sul. Dada esta localização geográfica, na zona costeira, a comercialização 
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marítima e a pesca é uma das suas principais atividades económicas. Estes dados foram 
obtidos na Plataforma da União das Cidades de Língua Portuguesa (UCCLA2018). 
FIGURA 1 – MAPA DE LOCALIZAÇÃO DE MOÇAMBIQUE E CIDADE DE 
QUELIMANE. 
 
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Fonte: Organizado pela autora 
A Cidade de Quelimane caracteriza-se por ter solos com baixa permeabilidade como 
consequência do seu elevado nível de lençol freático o que contribui para a existência de 
criadouros que permanecem por longo período durante a época chuvosa, o período de maior 
transmissão da malária bem como a ocorrência de frequentes enchentes na mesma época. Há 
uma deficiência nas medidas estruturais tendentes a melhorar esta condição. A coexistência 
de atividades consideradas rurais, ainda caracteriza grande parte das áreas urbanas 
moçambicanas e Quelimane não foge a esta regra (SITOE,2017). 
Segundo Baia (2009), em 1986, o Estado moçambicano, começa a incluir por decreto, 
áreas agrícolas periféricas nos limites administrativos das cidades, pois estas produziam 
alimentos para as cidades, num processo designado, reclassificação urbana, fenómeno que 
atribui novas especificidades ao processo urbano moçambicano onde as áreas urbanas passam 
a coexistir com características sociais, económicas e culturais do meio rural. 
Este processo de reclassificação não é acompanhado pela implantação de serviços e 
equipamentos sociais, fazendo com que estes estejam concentrados no centro da cidade. Os 
bairros da periferia e principalmente os de ocupação recente não são providos de serviços 
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básicos, tais como os de coleta de lixo, rede de drenagem e infraestrutura sanitárias. O 
cenário descrito acima evidencia que as condições naturais (temperatura, humidade e 
precipitação) favoráveis ao desenvolvimento dos vetores da malária são acentuadas pela 
problemática sócio ambiental que caracteriza a cidade de Quelimane, tornando-a uma área 
urbana de elevado risco ambiental para a transmissão da malária como um todo, mas com 
diferenciações internas a considerar, o que, no entanto, faz com que o enfrentamento deste 
risco pela população não seja igual. 
3. Classificação Climática da Cidade de Quelimane 
De acordo com o sistema de classificação de Köppen, o clima da área de estudo é do 
tipo clima tropical. Há muito mais pluviosidade no verão que no inverno. De acordo com 
Köppen e Geiger a classificação do clima é Aw. 25.3 °C é a temperatura média. Tem uma 
pluviosidade média anual de 1346 mm. Como resultado, o ano divide-se entre uma estação 
muito húmida e uma estação muito seca. Durante a época seca dominam os ventos de 
sudoeste, e as temperaturas tendem a ser inferiores durante esta época, aquecendo antes da 
época húmida. 
FIGURA 2 - TEMPERATURAS E PRECIPITAÇÕES MÉDIAS // CLIMA EM 
QUELIMANE 
 
https://pt.climate-data.org/africa/mocambique/zambezia/quelimane-3190/
https://pt.climate-data.org/africa/mocambique/zambezia/quelimane-3190/
https://pt.climate-data.org/africa/mocambique/zambezia/quelimane-3190/
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O mês mais seco é Setembro com 16 mm. O mês de Janeiro é o mês com maior precipitação, 
apresentando uma média de 251 mm. 
FONTE:https//pt.climate-data.org/africa/Moçambique/zambezia/quelimane-3190/#climate 
graph. 
FIGURA 3 - GRÁFICO DE TEMPERATURA QUELIMANE 
 
O mês mais quente do ano é Janeiro com uma temperatura média de 28.1 °C. 21.0 °C é a 
temperatura média de Julho. É a temperatura média mais baixa de todo o ano. 
FONTE:https//pt.climate-data.org/africa/Moçambique/zambezia/quelimane-3190/#climate 
graph. 
4. As alterações Climáticas e a Malária (Saúde) 
A malária continua a ser um problema de saúde pública em Moçambique sendo 
endémica em todo o país, variando de zonas hiper-endémicas ao longo do litoral, zonas meso-
endémicas nas terras planas do interior e de algumas zonas hipo-endémicas nas terras altas do 
interior. Vários factores contribuem para esta endemicidade, desde as condições climáticas e 
ambientais como as temperaturas favoráveis e os padrões de chuvas, bem como locais 
https://pt.climate-data.org/africa/mocambique/zambezia/quelimane-3190/
https://pt.climate-data.org/africa/mocambique/zambezia/quelimane-3190/
https://pt.climate-data.org/africa/mocambique/zambezia/quelimane-3190/
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propícios para a reprodução do vector. A maioria do país tem uma transmissão ao longo de 
todo ano, com picos durante a época chuvosa, de Dezembro a Abril. Os principais vectores da 
malária em Moçambique pertencem aos grupos Anopheles funestus e gâmbiae. O 
Plasmodium falciparum é o parasita mais frequente, sendo responsável por mais de 90% de 
todas infecções maláricas, enquanto infecções por Plasmodium malária e e Plasmodium 
ovale são observadas em 9% e 1%, respectivamente (IIM2018). 
Portanto, o risco climático para a transmissão da malária em Quelimane não está 
diretamente relacionado à própria malária pois cada pessoa reage diferentemente, segundo 
uma série de elementos, à influência do clima sobre si (MENDONÇA, 2005).
2
 
Problemas urbanos, tais como a falta de saneamento, a pobreza, ocupação em áreas 
ribeirinhas, geram agravantes para a saúde pública em caso de inundações (VERÍSSIMO e 
MENDONÇA, 2004). 
De acordo com Faria e Bortolozzi (2009), ao se entender o território como uma 
construção social, a apropriação social do espaço vai produzir territórios e territorialidades 
propícias à disseminação de determinadas enfermidades sendo que os usos e as funções que 
 
2
 De acordo com o CDC (2014), a atual distribuição da malária pode ser alterada pelas mudanças climáticas, 
movimentos populacionais bem como pela degradação das condições socioeconómicas. As mudanças 
climáticas que se caracterizam pelo aumento da temperatura poderão contribuir para o surgimento de condições 
naturais propícias para o desenvolvimento dos vectores em regiões em que esta já foi controlada enquanto os 
movimentos populacionais poderão contribuir para a importação de casos para estes lugares. 
A atual crise económica que afeta países com suscetibilidade de transmissão elevada têm como um dos efeitos 
imediatos a redução do poder de compra da população e no caso, na aquisição de meios de prevenção tais como 
redes mosqueteiras e diversos repelentes bem como a redução do investimento para o sector da saúde o que 
acentua a vulnerabilidade da população. 
Dos vetores da malária o Plasmodium falciparum é o parasita mais frequente em Moçambique, sendo 
responsável por cerca de 90% de todas as infeções maláricas enquanto o P. Malariae e o P. ovale são 
responsáveis por 9.1 e 0,9% de todas infeções, respetivamente. Considerando que a malária é uma doença 
influenciada pelas condições climáticas, Moçambique oferece condições favoráveisà transmissão desta doença 
em todo o território. No entanto, esta doença tem um comportamento sazonal sendo a maior incidência é 
observada a estação quente e húmida que compreende os meses de Outubro a Março e a transmissão mais alta 
vai de Dezembro até Abril. A elevada vulnerabilidade aos eventos extremos que o país apresenta, acentua os 
impactos negativos para a saúde da população, aumentando no caso, o risco de transmissão da malária. Queface 
(2004) refere que o nível de vulnerabilidade aos eventos climáticos extremos em Moçambique é acentuado pela 
localização geográfica, baixa capacidade de resiliência, reduzida capacidade de adaptação a desastres naturais 
devido a elevados níveis de pobreza em que a maior parte da população vive bem como a alta variabilidade 
climática. 
O argumento apresentado por Queface (2004) faz entender que as condições de elevada vulnerabilidade podem 
explicar o elevado risco de enchentes, inundações em que grande parte da população moçambicana e da cidade 
de Quelimane, em particular, convive na época chuvosa, o que torna esta cidade, uma área de grande risco à 
malária, uma doença que tem como principal determinante o clima tendo em conta, que as condições sociais se 
encontram numa situação desfavorável em Quelimane. 
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cada recorte espacial admite podem conformar perfis territoriais que revelam as condições de 
acesso aos serviços de saúde, exposição a factores de risco, exclusão socio espacial, entre 
outros fatores condicionantes das situações de saúde em grupos sociais. Supõe-se que áreas 
suburbanas de Quelimane como grande parte dos bairros Saguar (polígono 5), Icídua 
(polígono 9), e Manhaua B (polígono 7), apresentam características bem próximas no que se 
refere a sua elevada degradação socio ambiental que os faz diferenciar de bairros centrais 
como 1º de Maio (polígono 22), 24 de Julho (polígono 17) e Filipe Samuel Magaia (polígono 
10) denotando maior vulnerabilidade ambiental dos primeiros. 
5. DADOS CLIMATOLÓGICOS PARA QUELIMANE 
 
 Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro 
Temperatura 
média (°C) 
28.1 27.8 27.5 26.1 23.4 21.8 21 22 24.2 26.2 27.5 27.8 
Temperatura 
mínima (°C) 
23.3 23.2 23.1 21.6 18.4 16.7 15.8 16.8 18.4 20.5 22.1 22.7 
Temperatura 
máxima (°C) 
32.9 32.4 31.9 30.7 28.4 26.9 26.2 27.3 30.1 31.9 33 32.9 
Chuva (mm) 251 231 217 127 79 58 56 29 16 17 79 186 
 
Fonte: Organizado pela autora, com auxilio ao site do Instituto de Meteorologia. 
 
A diferença entre a precipitação do mês mais seco e do mês mais chuvoso é de 235 mm. Ao 
longo do ano as temperaturas médias variam 7.1 °C. 
6. ÁREAS DE INFLUÊNCIA DE AGUAS PARADAS NA CIDADE DE 
QUELIMANE 
A presença de água é factor importante na transmissão da malária ao favorecer o 
desenvolvimento larval das principais espécies de mosquitos dominantes em Moçambique, 
nomeadamente o An. Gambiae e o An. Funestus se constituíndo assim em potencial foco. 
Tendo das colecções temporárias (poças, águas em valas de drenagem, entre outras). 
A respeito da malária, segundo Webber (2004), considera-se que é uma doença 
transmitida pela “picada” de mosquito fêmea apesar de existirem espécies mais eficazes que 
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outras na transmissão de doença. Por norma, esta eficácia depende de fatores como: a fonte 
de alimento que pode ser humana ou outra, o local em que vive (dentro ou fora das 
residências), o momento em que se alimenta e o tempo de vida do mosquito. Os fatores que 
devem ser considerados na ocorrência desta doença são as condições ambientais, sobretudo a 
variação da temperatura e precipitação. Em relação à temperatura, apesar da elevada 
resistência a temperaturas elevadas, o comportamento do mosquito é muito sensível a este 
fator, podendo afetar aspectos como a duração do período de hibernação e o estímulo à 
alimentação. Para além de afetar o comportamento do mosquito, condiciona o 
desenvolvimento do parasita no interior do mosquito (COLHER, 2020). 
O outro aspecto ou fator ambiental associado à malária que deve ser considerado é a 
precipitação pluvial ou a presença de corpos de água em locais de reprodução. Geralmente, a 
água fornece um habitat para os mosquitos depositarem seus ovos e para o desenvolvimento 
do seu ciclo de vida. A presença de corpos de água permanentes condiciona a existência de 
criadouros de mosquitos e a possibilidade de transmissão da malária ao longo do ano 
(COLHER, 2020). 
OUTROS EFEITOS NA SAÚDE DADOS PELAS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS 
ALTERAÇÕES 
LIMITES 
EFEITOS NA SAÚDE 
Impacto direto (causas externas) de ondas de 
calor, inundações e secas; 
Estresse por calor 
Frio 
Problemas cardiorrespiratórios 
Contaminação atmosférica Psicossociais 
Doenças respiratórias. 
DPOC, 
Asma, Bronquite, Alergias, Cardiovasculares. 
Doenças transmissíveis por vetores Malária 
Encefalites 
Leishmaniose 
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Doenças transmitidas pela água Cólera 
Tifo, hepatite 
Campilobacter 
Leptospirose 
Diarreia aguda 
Recursos hídricos & abastecimento de 
alimentos 
Desnutrição 
Diarreias 
Maré vermelha 
 
7. ANÁLISE E DISCUSSÃO DE RESULTADOS 
A abordagem climática proposta no presente artigo nos permitiu que se obtivesse uma 
visão aproximada sobre a dinâmica da malária na cidade de Quelimane. A inexistência de 
dados sociais bem apurados sobre os desagregados por bairros não permitiu o 
aprofundamento da vulnerabilidade social. 
Através da análise das variáveis ambientais e demográficas utilizadas constatou-se 
que o risco de transmissão da malária em Quelimane. 
A partir da análise das médias climatológicas de temperatura e constatamos que a 
transmissão da malária em Quelimane ocorra o ano todo, a intensidade é maior nos meses de 
Agosto a Abril e menor nos meses de Maio a Julho ao apresentarem uma maior e uma menor 
suscetibilidade climática respectivamente. No período mais suscetível (Agosto a Abril), os 
limiares normais de temperatura são de 22 a 33°C e no menos suscetível (Maio a Julho), 18 a 
22°C. 
A humidade relativa do ar é uma variável que se encontra sempre acima de 60% 
favorecendo assim a transmissão da malária durante todo o ano. 
Sendo o risco de transmissão da malária fortemente influenciado pelo clima dada a elevada 
vulnerabilidade que caracteriza Quelimane, sugere-se que no desenho das políticas de 
prevenção da malária deve se considerar a climatologia local, a fim de se levantarem alertas 
de possíveis epidemias e permitindo assim, que a mobilização e educação comunitária seja 
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intensificada uma vez ter-se constatado que é nos anos mais secos que se verifica uma maior 
transmissão da malária. 
Ainda que não se possa afirmar categoricamente que se trata de mudanças climáticas, 
observam-se nos últimos anos alterações no regime da pluviosidade em Quelimane. 
Considerando que a malária é uma doença que configura um desafio para a acção das 
políticas públicas, na medida em que as mudanças climáticas apresentam convincentes 
possibilidades para uma maior incidência da mesma, a previsão do risco climático é um ato 
inicial e essencial como medida de gestão do mesmo (MENDONÇA, 2000; MENDONÇA 
2005). No contexto da cidade de Quelimane, o sucesso das estratégias de prevenção da 
malária depende em parte do conhecimento da climatologia local sem, no entanto, descartar 
as particularidades sociais condicionantes do risco de transmissão. Os bairros centrais da 
cidade de Quelimane particularmente, os bairros 24 de Julho, Liberdade e Filipe Samuel 
Magaia bairros ribeirinhos a partir da qual a cidade se expandiu a par dos bairros suburbanos 
de Manhaua B, Icídua, Ivagalane, 7 de Abril, Bazar, Namuinho, Aeroporto e Gogone 
apresentam uma vulnerabilidade ambiental elevada em função da presença de potenciais 
focos para o desenvolvimento larval dos mosquitos vectores da malária sendo Icídua o bairro 
mais vulnerável demográfica e ambientalmente requerendo uma atenção especial. 
O conhecimento e o combate às heterogeneidades existentes nas áreas urbanas 
afiguram-se importantes para a diminuição do risco de transmissão da malária. As espécies de 
mosquitos dominantes têm preferência às superfícies líquidas permanentes. 
Por este facto, considera-se que a urbanização da cidade de Quelimane que iniciou a 
sua implantação ao longo do rio Qua Qua faz com que os bairros de 24 de Julho e 
Liberdade, um dos bairros centrais da cidade possuam um elevado risco de transmissão da 
malária tal como os bairros suburbanos e densamente povoados de Icídua, Manhaua B, 
Coalane 2 e Santágua. 
No entanto, o facto de os dois primeiros bairros constituírem-se de habitações 
convencionais e habitados por pessoas de renda média a alta faz com que se crie maior 
resiliência aos seus habitantes diferentemente dos moradores do segundo grupo de bairros se 
traduzindo numa menor vulnerabilidade da sua população. 
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A utilização de aterros sanitários próximos as suas residências nos bairros suburbanos 
influem para a criação e proliferação dos insetos causadores da malária An. Gambiae e o An. 
Funestus. Apresentam um risco elevado os bairros de Icídua, Liberdade, Janeiro, Torrone 
Velho, Torrone Novo, 7 de Abril, Coalane 2, Filipe Samuel Magaia, 24 de Julho, Santágua A, 
Santágua B, Manhaua B, Acordos de Lusaka B e Micajune. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Os atributos climáticos, entendidos como recursos para vida, formam uma 
composição integrada ao espaço que os contém. O clima entre outros factores pode ser um 
elemento desencadeador na manifestação de determinados agravos à saúde através de seus 
atributos (a temperatura do ar, umidade, precipitação, pressão atmosférica e ventos), que 
interfere no bem estar das pessoas. Entretanto, não se pode colocar o clima como o único e 
nem mesmo como o principal responsável pelo desencadeamento de enfermidades. Deve ser 
visto na composição de totalidade, que, junto às características físicas, biológicas, 
econômicas, sociais, psicológicas e culturais, pode se tornar um fator de risco à saúde. Além 
disso, quando associado a estilos e hábitos de vida pode ser mais um contribuinte para o 
agravamento de determinadas enfermidades. Entretanto, há eventos climáticos, tais como 
aqueles associados ao fenômeno e El Niño que regista-se uma maior suscetibilidade climática 
para a transmissão da malária nos meses de Agosto a Março e uma baixa suscetibilidade entre 
Abril a Julho, que trazem como consequências, principalmente tempestades seguidas de 
inundações e eventual afluência de aguas, nas áreas de habitações precárias e, portanto mais 
vulneráveis. Entretanto o risco não está só nos períodos chuvosos, há que ser monitorado no 
dia a dia cada bairro, e, de preferência até o nível do habitat das populações humanas. 
O clima esta a mudar devido às emissões de gases com efeito de estufa para a 
atmosfera e as profundas alterações no uso dos solos, ambas provocadas pelas actividades 
humanas.Possuindo assim riscos e desafios como: • (i) fraca adopção das tecnologias 
alternativas na agricultura, plantio de árvores e utilização de energias, • (ii) falta de 
mecanismos claros de compensação/incentivos e reconhecimento dos direitos do carbono 
florestal; • (iii) fraca cobertura dos serviços de extensão; • (vi) limitada capacidade (número e 
qualificação dos quadros) das instituições. 
 
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