Buscar

Projeto de Pesquisa 2019 2 - Gustavo Sales P 8

Prévia do material em texto

4
FACULDADE INTERNACIONAL DA PARAIBA
CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO
GUSTAVO SALES DE OLIVEIRA
A INCONSTITUCIONALIDADE DA APREENSÃO DE VEÍCULOS NAS FISCALIZAÇÕES DE TRÂNSITO DECORRENTES DO INADIMPLEMENTO DO IPVA
João Pessoa/PB, 2019
GUSTAVO SALES DE OLIVEIRA
A INCONSTITUCIONALIDADE DA APREENSÃO DE VEÍCULOS NAS FISCALIZAÇÕES DE TRÂNSITO DECORRENTES DO INADIMPLEMENTO DO IPVA
Projeto de pesquisa apresentado ao Curso de Direito como exigência para aprovação na disciplina Projeto Integrador em Direito.
Área: Direito Tributário
João Pessoa/PB, 2019
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO	3
2 TEMA E DELIMITAÇÃO	3
3 PROBLEMA	3
4 HIPÓTESE	4
5 JUSTIFICATIVA	4
6 OBJETIVOS	5
6.1 GERAL	5
6.2 ESPECÍFICOS	5
7 EMBASAMENTO TEÓRICO	5
8 MINUTA DO SUMÁRIO DO ARTIGO	9
9 METODOLOGIA	9
10 CRONOGRAMA	10
11 REFERÊNCIAS	10
1 INTRODUÇÃO
O objetivo do presente trabalho, é discutir e apontar a inconstitucionalidade da apreensão de veículos em operações fiscalizatórias de trânsito, as famosas “blitz”, pelo inadimplemento do Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) decorrente de uma interpretação e aplicabilidade errônea e inconstitucional do Código de Trânsito Brasileiro.
Vamos demonstrar que aplicabilidade do Código de Trânsito está em total desconformidade com as normas constitucionais, de forma que, a referida norma infraconstitucional exige que, para o licenciamento do veículo, haja a quitação de tributos, encargos e multas de trânsito ao veículo. Porém, esse texto previsto no Código de Trânsito Brasileiro, é parcialmente ilegal perante à nossa Carta Magna, pois a mesma, proíbe de forma taxativa a cobrança do tributo com efeito de confisco. 
No decorrer do presente, iremos discutir, indagar e mostrar que o adimplemento do Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) como requisito para licenciar o veículo e permitir que o mesmo transite pelas vias urbanas, trás consigo uma interpretação distorcida da legislação brasileira, haja vista que o tributo, nesse caso o IPVA, possui processos específicos para a sua cobrança, não havendo a necessidade de constrição do bem em fiscalizações para forçar o adimplemento do referido. 
2 TEMA E DELIMITAÇÃO
O Tema delimitou-se em analisar a inconstitucionalidade das apreensões de veículos realizadas no Brasil através de fiscalizações de trânsito, decorrentes da inadimplência do Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), como também, de que forma o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) está contribuindo com essa prática, mesmo que de forma manifestamente inconstitucional, e seus reflexos negativos na sociedade, demonstrando como essa prática adotada pelo Estado ataca diretamente a direitos fundamentais previstos na Constituição Federal. 
3 PROBLEMA
Nesse contexto, convém analisar se há abusos no uso do poder de polícia por parte do Poder Público em forçosamente obrigar o contribuinte a se manter adimplente com o tributo, sob pena de ter o seu bem detido até que o adimplemento seja feito, ou se de fato, a prática adotada está revestida de legalidade, não havendo que se falar em excessos por parte do Estado. 
Convém trazer em tela para análise, se, ao invés de aplicar uma medida tão dura e arbitrária, como a retenção do veículo até que o adimplemento seja feito, pudesse ser aplicada uma medida mais didática e orientativa, como por exemplo, um prazo em dias corridos para regularização da situação do veículo sob pena de multa, ou se, de fato, há a imperiosa necessidade de forçar o cumprimento de uma determinada obrigação tributária através da restrição do bem.
 
Diante dessa temática, se faz mister indagar:
- Porque as autoridades de trânsito chanceladas pelo Estado praticam a apreensão dos veículos com dívidas de Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), mesmo que essa prática ataque diretamente os princípios previstos na nossa Carta Maior? 
- Até onde o Estado pode intervir no direito de ir e vir do cidadão, levando em consideração que a retenção do seu veículo fere diretamente os princípios previstos na Constituição Federal? 
- Porque essa prática de cobrança com a constrição do bem ocorre apenas com veículos automotores? 
4 HIPÓTESE
	Diante de um Estado cada vez mais faminto e com uma fome voraz em aumentar a sua arrecadação, é sabido que o Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) é uma fonte de recursos muito importante para o poder estatal, haja vista que, como sequer foi formulada a Lei Complementar que deveria regulamentar a matéria, fica à competência dos Estados e do Distrito Federal regular a cobrança do referido imposto. Aproveitando-se de uma interpretação errônea do Código de Trânsito Brasileiro, os Estados forçam o contribuinte a efetuar o pagamento de um imposto de natureza tributária, imposto esse que têm o seu procedimento específico de cobrança, assim como os demais, na esfera administrativa através de processos que carecem de constitucionalidade, como o devido processo legal, ampla defesa e contraditório previstos na nossa Carta Magna. 
5 JUSTIFICATIVA
A apreensão de veículos em pátios das autoridades de trânsito estatais por conta da inadimplência em relação a dívidas de Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), tem sido algo recorrente durante os últimos anos. Notadamente, observa-se que o Estado prática esses atos fiscalizatórios de trânsito não com o intuito de verificar condições de segurança dos veículos e contribuir para uma sociedade mais educada no trânsito, mas apenas com a finalidade de arrecadar e abastecer ainda mais os cofres públicos. O Estado se respalda em uma má interpretação de dispositivos previstos no Código de Trânsito Brasileiro, como também, na ausência de Lei Complementar que verse sobre a matéria desse tributo, praticando uma forma ilegal de coagir o contribuinte a pagar o tributo. O ordenamento jurídico brasileiro dispõe de formas legais e eficazes para compelir o proprietário de veículo automotor a pagar o IPVA em dia de forma administrativa, respeitando o princípio do “devido processo legal”, não necessitando “confiscar” o bem para adimplir tal obrigação. 
Dessa forma, a justificativa do presente, é esclarecer e fazer apontamentos da inconstitucionalidade identificada, necessária para abarcar os princípios e disposições que fundamentam a posição praticada. O princípio do devido processo legal afirma que qualquer ato praticado pela autoridade, para ter a devida validade, se faz necessário seguir os ditames previstos em lei, sob pena de ser considerado arbitrário. No caso do inadimplemento do tributo Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), o Estado toma a posse do bem objeto da exação sem fazer as devidas observações das determinações legais aplicadas à matéria, forçando o contribuinte a pagar o tributo através da restrição do bem, afrontando diretamente aos princípios do contraditório e da ampla defesa, do devido processo legal, entre outros previstos na legislação pátria. 
6 OBJETIVOS
6.1 GERAL
Demonstrar a inconstitucionalidade do que está disposto no Código de Trânsito Brasileiro, que assegura como punição para aqueles que se encontram inadimplentes com o fisco estadual do tributo Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), o recolhimento do veículo até que o contribuinte adimpla o pagamento, sendo norma esta, uma verdadeira afronta à Constituição Federal. 
6.2 ESPECÍFICOS
Analisar o texto de lei, notadamente o Código de Trânsito Brasileiro, a Constituição Federal e outras matérias que versam sobre o assunto, para apontar as práticas inconstitucionais e as dissonâncias presente no primeiro e como está sendo aplicado atualmente na sociedade. 
7 EMBASAMENTO TEÓRICO
7.1 DAS SANÇÕES APLICADAS POR DÉBITO DE IPVA
	Todo imposto, possui natureza administrativo-fiscal, ou seja, decorre da vontade do contribuinte respaldada pela lei, cabendo ao devedor do imposto (aquele de deflagra o fato gerador), pagar a quantia devido ao Fisco Estadual, resguardadas as garantias estabelecidasem lei, como a prescrição e a decadência. Trocando em miúdos, significa dizer que, a cobrança de imposto jamais será por ato praticado pelo Estado, esse faz apenas a figura de regulamentador, podendo cobrar, e fiscalizar o adimplemento do imposto que decorreu apenas da vontade do contribuinte. Um exemplo bem prático, é a compra de um imóvel. A vontade de ser tornar proprietário de um imóvel adveio do contribuinte (do seu desejo em ter sua residência própria), porém, uma vez satisfeita essa vontade, o mesmo fica compelido a pagar o IPTU – Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana.
Para Geraldo Ataliba (2009), imposto é uma modalidade de tributo que tem por hipótese de incidência um fato qualquer, não consistente numa ação estatal.
Dessa forma, convém trazer ao caso em tela, que o tributo jamais será fruto de ação do Estado. A figura estatal nesse caso, faz apenas o papel de arrecadador, pois a obrigação de pagar o IPVA só se tornou obrigatória por conta do fato gerador praticado pelo contribuinte, nesse caso, ser proprietário de veículo automotor.
	Todos os anos, o contribuinte deve ficar atento para a quitação do IPVA em datas estabelecidas pelo Fisco Estadual, sendo total responsabilidade do contribuinte qualquer atraso em seu pagamento. Caso não o faça e continue por algum tempo em “mora” com o fisco, será feito o lançamento do débito tributário e será emitido o documento para notifica-lo a saldar o débito em aberto. 
	O Código de Trânsito Brasileiro, através dos seus Artigos 131 e 230, estabelece diretrizes a serem seguidas e punições pecuniárias para aqueles que estão em débito com o Fisco Estadual por inadimplência do IPVA. Os referidos diplomas legais estabelecem regras que, caso sejam descumpridas, impedem que o proprietário do veículo automotor possa emitir o Certificado de Registro e Licenciamento do Veículo, documento este, responsável por permitir a livre circulação do veículo em vias urbanas e que depende também da quitação do IPVA para que seja emitido anualmente, como também, aplicação de multa pecuniária e apreensão do veículo em caráter legal, e até mesmo, a remoção dele, como medida administrativa. 
7.2 – DA INCONSTITUCIONALIDADE DA APLICAÇÃO DOS ARTIGOS 131 E 230 DO CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO
 	
Como dito anteriormente, os Artigos 131 e 230 do CTB traz uma série de infrações e diretrizes a serem seguidas para que seja possível o devido licenciamento do veículo e dessa forma, evite que tenha o seu bem constrito em fiscalizações de trânsito. Dessa forma, vamos analisar separadamente cada artigo e fazer as devidas considerações. 
7.2.1 – ARTIGO 131 DO CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO 
	O referido artigo presente no Código de Trânsito Brasileiro, assevera, através do seu parágrafo 2º, que o veículo somente será considerado licenciado caso estejam quitados os débitos relativos a tributos, encargos e multas ambientes de trânsito, vinculados ao veículo, independentemente da responsabilidade pelas infrações cometidas. Havendo a quitação de todas essas obrigações tributárias, será emitido o Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo (CRLV), documento responsável por garantir o livre deslocamento dos veículos nas vias urbanas em todo território nacional. 
Conforme se assevera no Código de Trânsito Brasileiro, vejamos: 
Art. 131. O Certificado de Licenciamento Anual será expedido ao veículo licenciado, vinculado ao Certificado de Registro, no modelo e especificações estabelecidos pelo CONTRAN.
§ 2º O veículo somente será considerado licenciado estando quitados os débitos relativos a tributos, encargos e multas de trânsito e ambientais, vinculados ao veículo, independentemente da responsabilidade pelas infrações cometidas.
7.2.2 – ARTIGO 230 DO CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO
	Seguindo a mesma linha pontuada anteriormente, se faz necessário apontar a aplicabilidade do presente artigo, mais precisamente em seu inciso V, que prevê como sanção, a multa e apreensão do veículo, caso o proprietário seja flagrado conduzindo-o sem o seu devido registro e licenciamento. 
Preconiza-se no Código de Trânsito Brasileiro, o seguinte: 
Art. 230. Conduzir o veículo:
V - que não esteja registrado e devidamente licenciado;
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa e apreensão do veículo;
Medida administrativa - remoção do veículo;
Após explanados os referidos artigos do CTB, podemos constatar que há uma série de regras e obrigações a serem cumpridas para que o veículo seja licenciado e dessa forma possa transitar livremente pelas vias urbanas. Convém trazer à temática em tela, que, caso veículo seja flagrado em operações de fiscalizações de trânsito sem o licenciamento, o veículo além de multado, apreendido, podendo ser até mesmo removido para o pátio do Detran do Estado. Até aí, nenhum problema, pois o Estado goza de poderes necessários para o fiel e bom cumprimento de umas das suas funções na administração pública, que é de fiscalizar as vias de trânsito afim de garantir segurança para a sociedade, usando o seu poder de polícia para tanto, e o licenciamento do veículo, é uma garantia de que o veículo encontra-se regular e pode trafegar com segurança em vias públicas. Inclusive, quando há a renovação anual do licenciamento do veículo automotor, é pago uma “taxa de licenciamento”, justamente para cobrir os custos das autoridades fiscalizatórias com inspeções, fiscalizações e demais atos necessários para o cumprimento correto das atribuições do órgão fiscalizador. 
A inconstitucionalidade, se faz presente a partir do momento em que o Estado impõe o pagamento do IPVA como condição para que o veículo seja licenciado e possa anualmente emitir a sua CLRV, documento este que garante a situação regular do veículo e verificado em operações de fiscalizações realizadas pelos órgãos estatais, como também, permite que ele transite normalmente em todas as vias públicas em território nacional. Diante disso, se não há pagamento do IPVA, não é possível licenciar. Sem licenciar o veículo, não há a possibilidade de emitir o CRLV. Sem a emissão do CRLV, presume-se que o veículo encontra-se irregular para transitar nas vias públicas. Uma vez que o contribuinte é flagrado em fiscalizações sem portar o referido documento, o carro é apreendido e o proprietário é multado pelo veículo não encontrar-se licenciado. O IPVA, possui meios próprios na esfera administrativa para ser cobrado, não sendo necessário ser usado como condicionante para compelir o contribuinte a pagá-lo forçosamente por receio não conseguir licenciar seu veículo, e ser pego em uma “blitz" sem o documento, e com isso, ter o seu bem automotivo recolhido. Apreensão do veículo por débito de IPVA, aplicação esta adotada pelos Estados como forma de forçar o pagamento do tributo, caracteriza cobrança com “efeito de confisco”, vedada expressamente na nossa Carta Magna. Tal procedimento adotado pelos Estados também carece de legalidade, por não observar os princípios constitucionais, tais como, o devido processo legal, ampla defesa e contraditório. 
7.3 DOS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS
7.3.1 – DO NÃO CONFISCO
	
O uso do tributo com efeito confiscatório, é proibido pela nossa Carta Maior, na qual é enfática em afirmar esse entendimento, haja vista que a vedação ao confisco é norma imperativa e considerada princípio salutar no sistema tributário brasileiro. 
Conforme se assevera na Constituição Federal (1988), vejamos: 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
IV - utilizar tributo com efeito de confisco;
	Essa norma de natureza constitucional é uma verdadeira limitação ao poder de tributar pela Constituição aos entes, com o objetivo de preservar direitos mínimos dos contribuintes, especialmente trazidos nos artigos 5º, 6º e 7º da nossa Carta Maior, vedando dessa forma, que os valores dos tributos alcance parcela significativa da sua renda, e como consequência, prejudique a capacidade de manter a sua dignidade e equilíbrio financeiro.
	Caberessaltar, que o “próprio limite do confisco” é um tema muito pouco debatido e esclarecido na doutrina e na jurisprudência pátria. Os doutrinadores admitem que, por ser um imbróglio carregada de subjetividade, é pouco provável que haja uma pacificação do que é um tributo de cobrança legítima ou de natureza confiscatória. 
	De acordo com Sabbag (2020), não existe parâmetros suficientemente objetivos do que vêm a ser uma tributação excessiva e além da capacidade de pagar de cada contribuinte. A aferição, é de competência do Poder Judiciário, quando promovido pelo contribuinte que se sentiu prejudicado, dependendo do caso concreto. 
Sendo assim, acompanhemos in verbis: 
Em nosso país não há parâmetros objetivamente definidos do que vem a ser uma tributação excessiva. A aferição compete ao Poder Judiciário, quando promovido pelo contribuinte prejudicado, no caso concreto. Além disso, prevaleceu a tese no STF de que o caráter do confisco do tributo deve ser avaliado à luz de todo o sistema tributário, e não em função de cada tributo isoladamente examinado (ADIMC 2.010-DF-1999). (Sabbag, 2020, p.53)
No caso em tela, há que se fazer uma diferenciação entre o que é “confisco” e o que é tributo com “efeito de confisco”. Quando a cobrança de um determinado tributo afeta de modo considerável a capacidade financeira do contribuinte, de modo a se apropriar do seu patrimônio, em curto, médio ou longo prazo, dizemos que esse tributo possui “efeito de confisco”. Essa cobrança não retira do contribuinte a totalidade dos seus bens, apenas mitiga-o, de forma desproporcionalmente onerosa, de parte do seu patrimônio. 
	Porém, quando há a cobrança do tributo, e com essa prática o Fisco se apodera imediatamente dos bens do devedor, de modo a retirá-lo integralmente do seu patrimônio, podemos considerar que o contribuinte teve os seus bens confiscados pelo ente responsável pela cobrança do tributo. Dessa forma, não houve apenas uma cobrança excessiva por parte do ente tributante, mas sim uma apropriação de patrimônio pelo órgão coator. 
	Ressaltamos de imediato, que a cobrança do IPVA se enquadra de forma cristalina no conceito de “confisco”. Nessa situação, o ente tributante, nas atribuições do seu poder de polícia, apodera-se do bem do devedor do tributo, nesse caso o veículo automotor, confiscando-o de forma indiscriminada e que goza de amparo constitucional. 
	Conforme citado nos tópicos acima, o IPVA, é um tributo usado atualmente de forma confiscatória, pois o entre tributante obriga que haja o seu adimplemento para que o veículo seja licenciado anualmente, seja emitido o CRLV e possa transitar regularmente nas vias públicas. Caso seja flagrado em uma fiscalização de rotina, as famosas “blitz, com o documento vencido, pois como não houve o pagamento do IPVA, o proprietário não pôde licenciar o veículo, prontamente o Estado apodera-se do bem do contribuinte, confiscando-o, e liberando tão apenas quando houver o adimplemento do referido imposto. 
7.3.2 – DA LIBERDADE DE LOCOMOÇÃO
	
A liberdade de locomoção, é um preceito fundamental da nossa Carta Magna, tanto que encontra-se no rol de garantias constitucionais, mais precisamente em seu Artigo 5º, XV, do documento. É uma garantia constitucional das mais importantes do nosso ordenamento jurídico, haja vista se tratar do direito de ir vir dos cidadãos em tempos de paz, podendo sair e entrar de qualquer localidade em território nacional com seus bens, sem ser impedido de fazê-lo. 	
	Essa garantia constitucional serve para balancear e tornar menos desigual e equilibrada a relação entre Estado e Cidadão, pois não podemos deixar de observar que há uma certa sobreposição jurídico-administrativa da administração pública sobre a sociedade, e esse dispositivo constitucional torna a relação mais igualitária, de forma a evitar possíveis abusos e arbitrariedades do Estado sobre os seus cidadãos, fazendo restrições à sua saída ou locomoção em todo o território nacional. 
Conforme anotado na Constituição Federal (1988), vejamos: 
Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;
	Para Tavares (2020), a liberdade de locomoção, trata-se de ficar em território nacional, ir, vir, ficar, ou deste sair e entrar, no âmbito geográfico nacional, podendo fixar residência, e ainda, poder se deslocar livremente pelas fronteiras nacionais. 
	Dessa forma, observemos: 
A liberdade de locomoção engloba a possibilidade de ir, vir e ficar no território nacional, ou deste sair e entrar. Isso significa a liberdade de deslocamento interno, no âmbito geográfico nacional, a possibilidade de fixar residência e, ainda, de se deslocar livremente através das fronteiras nacionais. (Tavares, 2020, p.646)
	Diante dessas considerações e apontamentos, podemos afirmar que o direito de ir e vir é um direito pátrio primordial ao Estado Democrático de Direito, e que a sua cessação por arbítrio do Estado poderia vir a comprometer a esse princípio. 
	Ao permitir a apreensão do veículo como penalidade pelo inadimplemento do IPVA, o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), mais uma vez, afrontou um dos principais preceitos e garantias constitucionais da nossa Lei Maior, privando o cidadão de bem, de locomover-se para qualquer parte do território nacional, pelo fato de ter sido privado do direito de usar seu transporte privado no qual é proprietário. Usar a cobrança de um imposto como impeditivo de exercer a sua garantia constitucional, retirando do contribuinte a liberdade de locomoção, demonstra novamente, que a citada lei infraconstitucional carece de melhor interpretação e de melhor aplicabilidade pelo Estado, que a usa com arbitrariedade e sem observância dos ditames constitucionais. 
7.3.3 – DO DIREITO À PROPRIEDADE
	Trata-se de uma garantia prevista no Artigo 5º caput. e inciso XXII, da Constituição Federal. É direito garantido à brasileiros e residentes no país a inviolabilidade da sua propriedade, devendo ser declarada inconstitucional de pronto qualquer norma que afronte essa garantia. 
	Na esfera constitucional, o direito de propriedade é previsto para garantir a propriedade privada do cidadão em relação ao Estado, dando segurança jurídica para quem a possua, afastando dessa forma, o risco de ser surpreendido com a tomada de sua propriedade de forma coercitiva e sem motivo justo pelo Estado Maior. Podemos dizer também, que é uma forma de equilibrar a relação de soberania exercida pelo Estado Soberano em relação ao proprietário particular. Caso haja a necessidade de desapropriação do bem por parte do Estado, este deverá usar as ferramentas e normativas jurídicas corretas para esse fim, não cabendo apenas a vontade pura e simples para tomada do bem do seu justo proprietário. 
	
	Segundo Araujo (2001), genericamente, podemos definir propriedade como um direito subjetivo e que assegura ao indivíduo o monopólio da exploração, ou seja, a capacidade de usufruir desse bem, e de fazer valer este direito contra todos que queiram se opor à ele. 
	Nessa toada, observemos: 
Genericamente podemos definir propriedade como o direito subjetivo que assegura ao indivíduo o monopólio da exploração de um bem e de fazer valer esta faculdade contra todos que eventualmente queiram a ela se opor. (Araujo, 2001, p.110)
	
	Em referência ao Art. 230, V, do Código de Trânsito Brasileiro, se faz cristalino a afronta dessa norma infraconstitucional em relação a essa garantia prevista na nossa Carta Maior. O referido diploma legal, ao definir que o devedor de IPVA deva ter apreendido o seu veículo de forma direta e coercitiva, vinculando à quitação do devidoimposto para licenciar o veículo, emitindo consequentemente a CRLV, para apenas após todo esse procedimento liberar o bem apreendido, a referida norma está tolhendo o proprietário de direito garantido de ordem constitucional, haja vista que o referido tributo, nesse caso o IPVA, goza de processo específico para a cobrança do tributo, sendo inconstitucional o uso da constrição do bem para forçar o pagamento do tributo específico e consequente liberação do bem. O Estado no uso desse mecanismo, retira a propriedade de forma forçada do indivíduo, sem nenhum devido processo legal, fazendo o uso da força, do seu poder de polícia de forma exagerada e sem razoabilidade, haja vista que, conforme falado e reiterado desde o início da problemática, o Estado possui mecanismos corretos para a cobrança do referido tributo, sem que seja necessário afrontar preceitos e garantias constitucionais. 
7.3.4 – DEVIDO PROCESSO LEGAL
	A Constituição Federal de 1988, traz de forma clara em seu texto de lei, um rol extenso de direitos fundamentais, de importância indispensável, reconhecendo dessa forma, o estado democrático de direito. Dentre esses direitos fundamentais, está presente nesse rol, o devido processo legal, que abarca intrinsecamente, os princípios basilares do processo: a isonomia das partes, o contraditório, a ampla defesa, o juízo natural, a garantia das assistência judiciária, a imparcialidade dos julgamentos e a publicidade. 
	Essa garantia constitucional assegura que nenhum indivíduo será privado da sua liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal. Se trata de uma proteção à outras garantias também constitucionais, tais como o direito à liberdade e à propriedade, pois contém o ente estatal de cometer abusos e permitir que use o seu poder de polícia de forma arbitrária e autocrática. 
	Trata-se de forma silógica ao princípio do contraditório e da ampla defesa, posto que, em comunhão, garantem uma relação processual mais impessoal, justa e isonômica entre o indivíduo e o Estado. 
	Nas palavras de Moraes (1999), observemos: 
o devido processo legal configura dupla proteção ao indivíduo, atuando tanto no âmbito material de proteção ao direito de liberdade quanto no âmbito formal, ao assegurar-lhe paridade total de condições com o Estado-persecutor e plenitude de defesa (direito à defesa técnica, á publicidade do processo, á citação, de produção ampla de provas, de ser processado e julgado pelo juiz competente, aos recursos, à decisão imutável, à revisão criminal). (Moraes, 1999, p.112)
	
Trazendo as palavras do hoje, nobilíssimo Ministro do Supremo Tribunal Federal para o campo de direito administrativo, significa dizer, que essa proteção constitucional dá ao indivíduo armas iguais às usadas contra ele em uma relação de desigualdade entre cidadão e Estado, e dessa forma, a parte hipossuficiente da relação possui a certeza de um julgamento mais justo e impessoal acerca das suas condutas e ações enquanto cidadão-contribuinte. 
	Como podemos acompanhar, o devido processo legal protege prerrogativas fundamentais e comuns à todos os cidadãos. Dessa forma, nenhuma norma infraconstitucional poderia ser efetivada em colisão com os princípios constitucionais. Com o Código de Trânsito Brasileiro, essa observância não foi realizada, pois a mesma prevê como punição pelo inadimplemento do IPVA, a apreensão do veículo objeto de dívida atos fiscalização, caso seja verificado que o imposto encontra-se em aberto no momento do flagrante. Agindo dessa forma, o Estado ignorou a garantia constitucional do devido processo legal, não oportunizando ao inadimplente a possibilidade de levar a esfera judiciária a discussão acerca do débito tributário, privando inclusive, o indivíduo a exercer seu direito de propriedade sobre o bem, objeto em questão da cobrança, de forma ilegal e autoritária, fazendo excessos na sua prerrogativa de uso do poder de polícia estatal. 
	A nossa Carta Magna, ao afirmar que ninguém será privado de sua liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal, ratifica de maneira explícita a impossibilidade de privar o cidadão de seus bens sem o devido processo legal, sendo injustificável essa conduta do Estado Maior em agir de forma autoritária às margens da Constituição Federal, até porque, a lei já possui uma forma mais justa para apurar a inadimplência de algum tipo de tributo e a consequente cobrança, seja para o devedor ou para o ente tributante, que é a ação de execução fiscal, instituída pela Lei nº 6830/80. 
7.3.5 – CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA
	
	Esses princípios constitucionais, garante aos litigantes, ferramentas extras em processos administrativos e judiciais, buscando a satisfação dos seus anseios e direitos. 
No geral, pode ser dito que o contraditório significa dizer, que cada ato praticado processualmente, é resultante da participação das partes envolvidas. Esse princípio também prevê, que as partes possam buscar, e o juízo deve oferecer aos litigantes, a oportunidade de influenciar na formação da convicção do julgador através de argumentação válida e conjunto de provas colhidos. Garante dessa forma, que ambas as partes sejam ouvidas, suas argumentações e provas sejam levadas em consideração na decisão final a ser prolatada. Já a ampla defesa, parte da premissa que as partes tem o direito de oferecer argumentos a seu favor, como também, poder demonstrá-los, nos limites da legalidade. Podemos dizer portanto, que existe uma ligação entre a ampla defesa, o contraditório e o princípio da igualdade. 
	Na esfera tributária, o contraditório e a ampla defesa verificam-se relevantes no direito em que o devedor tem em ter acesso a todos os autos pertinentes à questão, como também, direito de resposta perante o Fisco na lide, e de fazer produção de todas as provas possíveis que forem úteis à sua defesa, até a decisão final, devendo ser garantidos, prazos razoáveis para a sua defesa, como também, um trâmite processual justo e páreo. 
	Podemos verificar, que na apreensão de veículos em fiscalizações de trânsito decorrentes de inadimplemento de IPVA, sequer foi garantido o princípio do contraditório ao contribuinte, havendo cerceamento de defesa no momento que a discussão não foi levada à juízo para pacificação acerca do crédito tributário. Muito pelo contrário, o Estado, de forma arbitrária e abusiva, apodera-se do bem do devedor, punindo-o antecipadamente, sem que este tenha tido às suas garantias de contraditório e ampla defesa respeitadas, sem o direito à se defender da arbitrariedade pratica, simplesmente havendo a restrição do bem. Conforme dito anteriormente, as leis já estabelecem formas corretas para a satisfação de créditos tributários, sem que haja a necessidade de tomar o bem gerador do crédito tributário à força, prática esta comum adotada pelo Estado.
7.4 – EXECUÇÃO FISCAL
	
	Trata-se de uma medida judicial para a cobrança de créditos, nesse caso, imposto por parte do Fisco Estadual. Esse procedimento é regulamentado pela Lei 6.830/80, e geralmente é aplicado quando não há adimplemento por parte do responsável por pagar o imposto, de um débito perante à Fazenda Pública, podendo ser tributário ou não, desde que esteja inscrito na Dívida Ativa. Se trata de um direito de agir do Fisco, porém, apesar de ser de competência exclusiva do ente tributante, também é um direito de defesa garantido ao demandado.
	Devemos trazer à luz do tema, que a referida norma também prevê outra forma de defesa para o executado, que se trata dos Embargos à Execução, no qual, causa efeito suspensivo na ação de execução fiscal, interrompendo a cobrança do crédito até o julgamento do instrumento de defesa. Os embargos devem ser apreciados, mesmo que haja a hipótese no qual os bens penhorados sejam de valor inferior à saldar o crédito cobrado. O credor caso queira, poderá pedir reforço à penhora, mas de forma alguma, poderá se admitir que a execução prossiga, antes do julgamento dos embargos. Conforme brilhantemente assevera Machado (2014) sobre o assunto: 
Aliás, por isto mesmo nos pareceque, em face dos princípios constitucionais garantidores dos direitos do cidadão em face da Fazenda Pública, a eficácia suspensiva dos embargos à execução fiscal subsistiria mesmo em face de lei específica em sentido contrário, que seria inconstitucional. Seria contrária aos princípios constitucionais da garantia de jurisdição, da razoabilidade e da justiça – e, por isto mesmo, desprovida de validade jurídica.
[...]
Os embargos são cabíveis, e devem ser apreciados, mesmo na hipótese em que os bens penhorados sejam de valor insuficiente para garantir o pagamento total da quantia cobrada. O credor poderá pleitear o reforço da penhora, se for o caso, mas não se pode admitir que a execução prossiga, com a expropriação dos bens penhorados, antes do julgamento dos embargos que tenham sido oportunamente interpostos. (MACHADO. 2014. p. 480)
	
Diante do exposto, torna-se pacífico que a execução fiscal é a forma mais adequada e justa para a satisfação do crédito pelo ente tributante, submetendo a análise do caso ao crivo do poder judiciário, respeitando dessa forma, a legalidade da instrumentalidade processual e a garantia que a expropriação dos bens para satisfação do débito será feita de forma legal e proporcional. 
	Seguindo essa mesma linha, torna-se cristalino, que o devedor de IPVA deveria ser cobrado pela Fazendo através da medida judicial cabível, respeitando as garantias constitucionais previstas, como o devido processo legal, muito bem embasado através desse procedimento de cobrança que é a execução fiscal, ao invés de simplesmente constrir o bem do devedor objeto da cobrança do crédito em algum ato de fiscalização chancelado pelo Estado. 
7.5 – LEI 7.068/15
	O Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores até o presente momento, não houve regulamentação através da edição de Lei Complementar, conforme preconiza o Artigo 146, III, a, da Constituição Federal. Diante disso, fica uma lacuna aberta pelo fato da norma complementar não ter sido editada, de forma que recai sobre os Estados a competência residual para legislar e tratar acerca do referido tributo em questão. 
	Porém, na prática, o que ocorre, é que o Estados editam dispositivos em suas leis sobre o IPVA de forma a atender apenas os seus interesses, de forma totalmente à margem da regra da Carta Maior, retirando do contribuinte as garantias básicas, explanadas mais acima nesse artigo científico. É cediço que há competência dos Estados editar e criar normas que regulem o IPVA, de forma que o ideal, seria que editassem tais dispositivos visando garantir aos contribuintes os direitos já assegurados através de dispositivo constitucional.
	É o que ocorreu, por exemplo, com o Estado do Rio de Janeiro, através da Lei nº 7.068/15, que modificou a Lei Estadual de nº 2.877/97, que regula o imposto IPVA no Estado, alterando o seu Artigo 27, que passou a vigorar com a seguinte alteração: 
Lei 7.068/15: 
Art. 4º - O art. 27 da Lei nº 2.877, de 22 de dezembro de 1997 passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 27 - O não pagamento do imposto, até as datas limites fixadas, sujeita o infrator às penalidades estabelecidas nesta Lei, bem como à lavratura do competente auto de infração por Auditor Fiscal da Receita Estadual, ficando vedado o recolhimento ou apreensão do veículo pela identificação do não pagamento do imposto.”
	Diante de todo o exposto, principalmente em relação à referência do texto de lei supracitado mais acima, vemos que o Estado do Rio de Janeiro demonstrou uma certa preocupação em garantir o recebimento (adimplemento) do IPVA, mas ao mesmo tempo, preservar as garantias constitucionais previstas na Constituição Federal, vedando expressamente o recolhimento ou apreensão do veículo pelo não pagamento do imposto. Se trata de um bom exemplo a ser seguido, e que deveria ser copiado por todos os Estados, por ter conseguido através desse instrumento de lei, criar uma razoabilidade entre o pagamento do imposto sem interferir nos direitos constitucionais previstos, respeitando o devido processo legal, a ampla defesa e o contraditório. 
7.7 - CONCLUSÃO
	
	Após estudo e aprofundamento na análise da inconstitucionalidade da apreensão de veículo por débito de IPVA em fiscalizações realizadas pelos Estados, análise esta realizada com base na Constituição Federal da República Federativa do Brasil de 1988, como também, da Lei nº 9.503/97 Código de Trânsito Brasileiro, chegamos à conclusão que a referida norma deste último instrumento necessita ser revista, por ferir direitos constitucionais previstos na Carta Maior, tornando o seu conteúdo, inconstitucional. 
	O Código de Trânsito Brasileiro não teve o cuidado de preservar as garantias constitucionalmente previstas, de sorte que trouxe enormes prejuízos à população brasileiro, que por muitas vezes, tem o seu veículo automotor como um instrumento de trabalho e subsistência, sendo tolhido de ganhar o seu sustento e garantir a mínima garantia de dignidade da sua família por conta de uma interpretação e aplicação errada do texto de lei.
	Devemos trazer à luz também, que se torna evidente a inconstitucionalidade do Código de Trânsito Brasileiro, pois o mesmo retira do contribuinte direitos à ele garantidos constitucionalmente, como, a liberdade de locomoção, o devido processo legal, a ampla defesa e o contraditório, tão exaustivamente defendidos na nossa Carta Maior. 
	
	Observa-se que o Estado apodera-se do bem do contribuinte, como se fosse seu, sem observar o princípio do devido processo legal, negando-lhe consecutivamente, o direito ao contraditório e a ampla defesa, além de confiscar seu veículo automotor (patrimônio) para forçar-lhe a quitar o débito tributário, pratica esta vedada em qualquer ordenamento que defenda o Estado Democrático de Direito. 
	Podemos constatar inclusive, que a má interpretação e aplicação da norma na sociedade, pode causar prejuízos na esfera básica familiar da população, como por exemplo, prover o sustento da sua família, direito este comprometido e sendo atingido de forma mais direta aos trabalhadores do aplicativo UBER por exemplo. Caso o veículo desse indivíduo seja apreendido pelo inadimplemento de IPVA, o mesmo ficará impossibilidade de poder trabalhar e prover o sustento da sua família, causando um grave problema de cunho social no Brasil. 
	Diante de todo o exposto, cabe ao legislador, alterar a referida norma, retificando esse equívoco grosseiro disposto no Código de Trânsito Brasileiro, deixando-a alinhada com o que preceitua a Constituição Federal e tornando-a constitucional. 
8 MINUTA DO SUMÁRIO DO ARTIGO
Apresentar uma minuta do sumário que será desenvolvido em cada capítulo do artigo científico. 
9 METODOLOGIA
Os processos adotados para chegar à conclusão acerca do tema, se deu por meio de pesquisa bibliográfica, observância e análise cotidiana, elencando os pontos a serem levados em consideração e discutidos, como também, as disposições legais que contrapõe cada item.
Foram analisadas as legislações pertinentes ao assunto, como por exemplo, as sanções por débito de IPVA, como também, pontos que fundamentam a ilegalidade e a inconstitucionalidade da apreensão do veículo decorrente de débito acerca do referido tributo, os princípios da Constituição Federal aplicáveis ao caso, no qual, respaldam a argumentação sustentada. 
10 CRONOGRAMA
	ATIVIDADES
	Mês 
	Mês
	Mês
	Mês
	Mês
	Tema, Problema, Objetivo e Relevância.
	
	
	
	
	
	Revisão bibliográfica.
	
	
	
	
	
	Método.
	
	
	
	
	
	Redação.
	
	
	
	
	
	Ajustes.
	
	
	
	
	
	Revisão ortográfica e ABNT.
	
	
	
	
	
	Apresentação.
	
	
	
	
	
	Entrega do Projeto.
	
	
	
	
	
11 REFERÊNCIAS 
ATALIBA, Geraldo. Hipótese de incidência tributária. 6. ed. São Paulo: Malheiros, 2009. p. 137.
BRASIL. Constituição Federal de 1988. Promulgada em 05 de outubro de 1988.
Disponível em: planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
BRASIL. Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1991. Institui o Código de Trânsito Brasileiro. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9503.htm
SABBAG,Eduardo. Direito Tributário Essencial. 7. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2020. p. 53.
TAVARES, André Ramos. Curso de Direito Constitucional. 18. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2020. p. 646
ARAUJO, L.A.D; NUNES JUNIOR, V.S. Curso de Direito Constitucional. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2001. p. 110
MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. São Paulo: Atlas, 1999. p. 112
RIO DE JANEIRO (estado). Lei Estadual nº 2.877, de 22 de dezembro de 1997. Diário Oficial do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro-RJ. 
RIO DE JANEIRO (estado). Lei Estadual nº 7.068, de 01 de outubro de 2015. Diário Oficial do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro-RJ. 
MACHADO, Hugo de Brito. Curso de Direito Tributário. 35. ed. São Paulo: Malheiros, 2014. p. 480

Continue navegando