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Governo Federal - Administração Publica - 1993 - prova especifica gestor admi1

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ADMINISTRAÇÃO
1. O paradigma pós-burocrático tem mudado a gestão pública
em várias partes do mundo. Suas principais características
são:
(A) diminuição dos níveis hierárquicos, empowerment, con-
trole a posteriori dos processos administrativos, descen-
tralização política e administração voltada aos cidadãos.
(B) administração voltada aos cidadãos, gerencialismo,
pressuposto da confiança limitada e não da desconfian-
ça total, empowerment e centralização administrativa.
(C) administração baseada no controle dos resultados e não
dos procedimentos, empowerment, pressuposto da con-
fiança limitada e não da desconfiança total, verticaliza-
ção das estruturas e administração voltada para os cida-
dãos.
(D) gerencialismo, administração baseada no controle dos
procedimentos, empowerment, verticalização das estru-
turas e descentralização política e administrativa.
(E) descentralização política e administrativa, gerencialismo,
administração voltada aos cidadãos, pressuposto da
confiança limitada e não da desconfiança total e controle
das políticas a partir dos processos administrativos.
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2. O sociólogo Max Weber foi o que primeiro descreveu o fenô-
meno burocrático moderno. Em seu texto Parlamento e go-
verno na Alemanha reordenada, Weber ressaltou a necessi-
dade do aparelho burocrático para o Estado moderno, mas
mostrou que é preciso criar controles para a tendência expan-
siva – e quase autoritária – da burocracia. Ele propôs o con-
trole da burocracia pública através
(A) do incentivo à competição entre as organizações buro-
cráticas públicas e privadas e da flexibilização das re-
gras e procedimentos burocráticos.
(B) do reforço do presidente plebiscitário no sistema político
alemão e da flexibilização das regras e procedimentos
burocráticos.
(C) do reforço do caráter universal da regras e procedimen-
tos burocráticos e da criação de uma maior hierarquia
decisória dentro da administração pública.
(D) do reforço do Parlamento em sua capacidade política de
fiscalização e do incentivo à competição entre as organi-
zações burocráticas públicas e privadas.
(E) da flexibilização das regras e procedimentos burocráti-
cos e do aumento da capacidade dos cidadãos-
consumidores avaliarem e fiscalizarem os serviços pú-
blicos.
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3. Entre os aspectos que levaram à crise do modelo burocrático
weberiano, destacam-se:
(A) a incapacidade de responder às demandas do cidadãos,
a baixa eficiência e a horizontalização de suas estrutu-
ras.
(B) a ênfase no controle formal das normas e procedimen-
tos, a criação de uma burocracia auto-orientada e a in-
capacidade de responder aos ditames da eficiência que
se colocam atualmente para o Estado.
(C) a hierarquia rígida e centralizadora, a baixa eficiência de
suas políticas e o patrimonialismo inerente à sua estrutu-
ra.
(D) a horizontalização de suas estruturas, a ênfase no con-
trole formal das normas e procedimentos e a baixa efi-
cácia de suas políticas.
(E) a baixa eficácia de suas políticas, o fracasso em acabar
com o patrimonialismo e a hierarquia rígida e centraliza-
dora.
4. As características gerenciais do Plano Diretor para Reforma
do Aparelho do Estado têm como principais referências his-
tóricas no planos brasileiro e internacional, respectivamen-
te,
(A) os projetos de reforma administrativa propostos na Nova
República e a reforma administrativa francesa.
(B) a reforma administrativa proposta pelo presidente Collor
e a reforma administrativa inglesa.
(C) o Decreto-Lei 200 e a reforma administrativa inglesa.
(D) o Dasp e a reforma administrativa norte-americana.
(E) a administração paralela de Juscelino Kubtischek e a re-
forma administrativa norte-americana.
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5. O livro Reinventando o Governo, de David Osborne e Ted
Gaebler, traz uma série de experiências locais bem sucedidas
de reformulação da gestão pública norte-americana. Seguindo
a linha da administração pós-burocrática, os autores propõem
que os governos sejam
(A) descentralizados, competitivos, orientados para o mer-
cado, empreendedores e basicamente prestadores de
serviços.
(B) orientados para o mercado, empreendedores, centrali-
zados, competitivos e descentralizados.
(C) remadores, orientados para o mercado, empreendedo-
res, descentralizados e competitivos.
(D) competitivos, descentralizados, orientados pelas normas
e procedimentos, preventivos e voltados para o merca-
do.
(E) catalisadores, competitivos, orientados por missões,
empreendedores e preventivos.
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6. Uma das tendências mais importantes de reforma do Estado e
da Administração Pública em âmbito mundial é a criação de
um setor público não-estatal. Neste sentido, o Governo Fede-
ral criou recentemente
(A) as organizações sociais.
(B) os programas de demissão voluntária.
(C) as agências executivas.
(D) os programas de qualidade total.
(E) as agências reguladoras.
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7. Criada por Juscelino Kubitschek para impulsionar o desenvol-
vimento econômico, a administração paralela manteve um
modelo que vigorava na administração pública desde o Dasp.
Este modelo era regido
(A) pela convivência do universalismo de procedimentos
com o insulamento burocrático.
(B) pela convivência de nichos insulados de burocracia meri-
tocrática com estruturas permeadas pelo clientelismo.
(C) pelo predomínio total do clientelismo em todos os minis-
térios.
(D) pela expansão do mérito a todas as estruturas adminis-
trativas do Governo Federal, enquanto nas Administra-
ções Públicas estaduais e municipais grassava o patri-
monialismo.
(E) pelo fortalecimento do Governo Federal no controle das
Administrações Públicas estaduais e municipais, fortale-
cendo o planejamento central tecnocrático.
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8. A teoria contingencial da administração prega como ideal
(A) a mudança da cultura organizacional tomando como ba-
se o aprendizado organizacional.
(B) a busca da eficiência sistêmica através do método dos
tempos e movimentos.
(C) a manutenção de determinados padrões organizacionais
para planejar melhor os resultados.
(D) a existência de uma melhor forma de organizar, a qual
depende do treinamento contínuo dos funcionários.
(E) a adaptação da organização ao ambiente.
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9. Segundo diagnóstico do Plano Diretor da Reforma do Apa-
relho do Estado, a Constituição de 1988 criou obstáculos à
modernização da Administração Pública brasileira. Entre estes
obstáculos, destacam-se:
(A) a instituição da estabilidade a funcionários públicos sem
concurso mas que estivessem há pelo menos cinco anos
continuados no serviço público e o reforço do controle a
posteriori dos processos administrativos.
(B) o reforço do patrimonialismo e a enorme descentraliza-
ção funcional, dando maior autonomia às Fundações e
às Autarquias.
(C) o engessamento burocrático e a instituição de privilégios
aos servidores que não se coadunam com a própria na-
tureza da administração pública burocrática.
(D) o predomínio do controle por normas e procedimentos e
a descentralização de funções aos governos subnacio-
nais.
(E) a descentralização de funções aos governos subnacio-
nais e as instituições de privilégios que não se coadu-
nam com a própria natureza da administração pública
burocrática.
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10. Segundo Gareth Morgan (Imagens da Organização), a admi-
nistração científica clássica orienta as organizações segundo
a metáfora da máquina. A adoção de tal metáfora traz como
principal qualidade e principal problema para as organiza-
ções, respectivamente,
(A) a grande capacidade de planejamento e a flexibilidade
administrativa.
(B) a grande capacidade de realizar tarefas repetitivas e a
eficiência.
(C)a flexibilidade administrativa e a incapacidade de plane-
jar a longo prazo.
(D) a eficiência e a incapacidade de se adaptar às
mudanças.
(E) a eficácia e a eficiência.
11. Em todos os seus escritos, Peter Drucker tem insistido que na
sociedade pós-capitalista as organizações privadas e públicas
terão como objetivo central estabelecer parcerias com a co-
munidade. Para responder à esta mudança, vários autores
tem proposto um novo tipo de organização pública, que seria
(A) o Estado mínimo.
(B) o Estado competitivo.
(C) o Estado empresário.
(D) o Estado keynesiano.
(E) o Estado-rede.
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12. Uma abordagem clássica da área de cultura organizacional é
a realizada por Edgar Schein. Para este autor, a cultura é a-
prendida em uma organização basicamente através de dois
mecanismos interativos. Quais são eles?
(A) O reforço positivo (modelo de recompensa) e o reforço
negativo (modelo de punição).
(B) A redução da dor e ansiedade (modelo de trauma social)
e o reforço positivo (modelo de sucesso).
(C) O acolhimento do indivíduo pela organização (modelo de
recepção) e a interiorização das regras (modelo de esta-
bilidade).
(D) O treinamento dos funcionários (fase de adaptação) e o
estabelecimento de punições e recompensas (fase da
maturidade).
(E) A interiorização das regras (fase de adaptação) e o es-
tabelecimento de punições e regras (fase da maturida-
de).
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13. Em O Fenômeno burocrático, Michel Crozier mostrou que a
hierarquia rígida e as normas impessoais do modelo burocrá-
tico weberiano não eliminavam os conflitos de poder dentro
das organizações complexas modernas. Isto ocorre porque
(A) as regras formais não delimitam todo o espaço de atua-
ção dentro da organização, uma vez que há vários ni-
chos de incerteza, onde informalmente as pessoas exer-
cem o seu poder através do monopólio de informações
estratégicas.
(B) toda organização tem peritos ou tecnocratas, os quais
possuem uma racionalidade ilimitada usada para provei-
to próprio, a despeito da impessoalidade e neutralidade
que regem o modelo weberiano.
(C) determinados grupos tem maior saber técnico, possuin-
do um maior grau de racionalidade do que a organiza-
ção como um todo.
(D) o patrimonialismo não foi completamente destituído pelo
modelo burocrático weberiano, sobretudo em empresas
familiares.
(E) o ambiente externo às organizações é marcado por rela-
ções de classe e de exploração, as quais são reproduzi-
das no ambiente burocrático, apesar do universalismo
das regras do modelo weberiano.
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14. Henry Mintzberg identificou três grandes grupos de papéis
gerenciais, que são:
(A) os papéis interpessoais, os papéis de informação e os
papéis de coordenação e planejamento.
(B) os papéis interpessoais, os papéis aglutinadores e os
papéis de decisão e negociação.
(C) os papéis de formação, os papéis de informação e os
papéis de decisão e negociação.
(D) os papéis interpessoais, os papéis de informação e os
papéis de decisão.
(E) os papéis de formação, os papéis de coordenação e os
papéis de liderança e decisão.
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CIÊNCIA POLÍTICA
15. No século XIX, Stuart Mill é um dos principais autores a de-
fender a junção entre liberalismo e democracia, isto é, a com-
binação entre as liberdades liberais e o sufrágio universal.
Quanto a este último, haveria, contudo, certos obstáculos que
restringiriam sua expansão a todos aqueles que os portassem.
Quais seriam esses obstáculos?
(A) O analfabetismo, a dependência da ajuda financeira do
Estado, a inadimplência de impostos e a situação de fa-
lência.
(B) A dependência da ajuda financeira do Estado, o analfa-
betismo, pertencer ao sexo feminino e não possuir
religião.
(C) O analfabetismo, a dependência da ajuda financeira do
Estado, a inadimplência de impostos e pertencer ao se-
xo feminino.
(D) O analfabetismo, a dependência da ajuda financeira do
Estado, a situação de falência e pertencer ao sexo femi-
nino.
(E) O analfabetismo, ser credor do Estado, a situação de fa-
lência e a inadimplência de impostos.
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16. Segundo Montesquieu, em O Espírito das Leis, “(...) não exis-
te liberdade se o poder de julgar não estiver separado do po-
der legislativo e do poder executivo”. Esta assertiva influen-
ciou decisivamente a constituição do Estado de Direito a partir
da perspectiva liberal. Das formulações abaixo relacionadas, a
qual ela se refere:
(A) republicanismo.
(B) teoria dos freios e contrapesos.
(C) teoria sistêmica.
(D) tese da dependência total entre os poderes.
(E) federalismo.
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17. Assim como em outros autores liberais, no contratualista John
Locke observa-se que a propriedade privada é concebida co-
mo pré-condição à prosperidade humana. Contudo, este autor
acrescentou uma idéia original ao liberalismo tendo em vista
sua visão acerca da relação entre propriedade e homem, for-
mulada no Segundo Tratado sobre o Governo Civil. Qual seria
esta inovação?
(A) O próprio corpo do homem é uma propriedade, sua pro-
priedade pessoal, desde que possua uma determinada
renda legitimada pela sociedade a qual pertença.
(B) O próprio corpo do homem não é uma propriedade, sua
propriedade pessoal, pois a mesma pode ser alienável,
desde que com seu consentimento.
(C) O próprio corpo do homem é uma propriedade, sua pro-
priedade pessoal, a qual apenas ele tem direito.
(D) O próprio corpo do homem, assim como o corpo político,
pertencem à coletividade, devido à impossibilidade de se
viver de forma isolada.
(E) O próprio corpo do homem é uma propriedade, sua pro-
priedade pessoal, a qual apenas ele e seus descenden-
tes têm direito, exceto em circunstâncias de guerra.
18. Segundo Lênin, quando o Estado fica reduzido, na parte mais
substancial de suas funções, apenas ao registro e controle de
suas atividades, realizados pelos próprios operários, deixa de
ser um Estado político, pois “(...) as funções públicas perderão
seu caráter político, transformando-se em simples funções
administrativas”. Esta afirmação refere-se, no pensamento de
Lênin, a que estágio previsto do socialismo?
(A) À segunda fase, em que vigoraria o lema “a cada um de
acordo com suas necessidades/de cada um de acordo
com as necessidades da sociedade”.
(B) À fase intermediária, em que a ditadura do proletariado e
do campesinato destróem os resquícios jurídicos feudais
e burgueses, preservando, contudo, a burocracia racio-
nal-legal.
(C) À primeira fase, em que a ditadura do proletariado e do
campesinato lança as bases para a extinção do Estado,
preservando, contudo, as classes fundamentais.
(D) À primeira fase, em que a ditadura do proletariado lança
as bases para a extinção do Estado e das classes sociais.
(E) À segunda fase, em que vigoraria o lema “a cada um de
acordo com sua contribuição à sociedade/de cada um de
acordo com sua necessidade”.
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19. Max Weber observou dois tipos de ação política baseados em
duas concepções éticas contrapostas. Quais são essas éticas
e como cada uma delas pode ser caracterizada?
(A) Ética da responsabilidade civil (crença em certos valores
como critério simbólico para a ação) e ética da
convicção social (preocupação com as consequências
da ação).
(B) Ética da responsabilidade civil (crença em certos valores
como critério relativo para a ação) e ética da convicção
social (preocupação com as consequências sociais da
ação).
(C) Ética da responsabilidade (preocupação exclusiva com
as consequências da ação) e ética da convicção (crença
em certos valores como critério relativo para a ação).
(D) Ética da responsabilidade (preocupação com as conse-
quências morais da ação) e ética da convicção (crença
em certos valores como critério simbólico para a ação).
(E) Ética da responsabilidade (preocupaçãocom as conse-
quências da ação) e ética da convicção (crença em cer-
tos valores como critério exclusivo para a ação).
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20. Apesar da propalada crise pela qual o Estado-Nação contem-
porâneo estaria passando, o fenômeno estatal permanece
como uma realidade fundamental, mesmo que com funções
paulatinamente transformadas, tendo-se constituído na princi-
pal força possibilitadora da progressiva passagem para o
mundo moderno, a partir do século XIII, em alguns países eu-
ropeus. Segundo um dos especialistas na constituição do Es-
tado, Pierangelo Schiera, a organização das relações de po-
der se caracteriza através de procedimentos
(A) ad hoc (instituições públicas, administração racional-
legal), válidos num determinado território. Tais procedi-
mentos seriam úteis para a agudização e neutralização
dos conflitos (por intermédio do monopólio estatal da
violência) e para o alcance dos fins materiais através de
crescentes mecanismos interpessoais que as forças
dominadoras na estrutura social impõem como gerais a
todo o país.
(B) preestabelecidos (instituições, administração), válidos
num determinado território. Tais procedimentos seriam ú-
teis para a prevenção e neutralização dos conflitos (por in-
termédio do monopólio estatal da violência legítima) e pa-
ra o alcance dos fins terrenos através de crescentes me-
canismos impessoais que as forças dominadoras na es-
trutura social impõem como gerais a todo o país.
(C) ad hoc (instituições, administração), válidos num determi-
nado território. Tais procedimentos seriam úteis para a
prevenção e neutralização dos conflitos (por intermédio do
monopólio estatal da violência legítima) e para o alcance
dos fins terrenos e espirituais através de invariáveis me-
canismos impessoais que as forças dominadoras na es-
trutura social impõem como gerais a todo o país.
(D) tradicionais (instituições, administração), válidos num de-
terminado território. Tais procedimentos seriam úteis pa-
ra a prevenção e neutralização dos conflitos (por inter-
médio do monopólio da violência legítima de grupos au-
torizados pela autoridade pública) e para o alcance dos
fins terrenos através de crescentes mecanismos impes-
soais que as forças dominadoras na estrutura social im-
põem como gerais a todo o país.
(E) preestabelecidos (instituições públicas e privadas, admi-
nistração racional-legal), válidos num determinado terri-
tório. Tais procedimentos seriam úteis para a prevenção
e neutralização dos conflitos (por intermédio do monopó-
lio estatal da violência) e para o alcance dos fins exis-
tenciais através de crescentes mecanismos tradicionais
e impessoais que as forças dominadoras na estrutura
social impõem como gerais a todo o país.
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21. Claus Offe, num importante estudo sobre o funcionamento do
Estado Contemporâneo (Problemas Estruturais do Estado
Capitalista), afirma que as funções do Estado seriam substan-
cialmente diferentes das preconizadas pelo marxismo clássi-
co. Qual das assertivas abaixo melhor expressa a definição
deste autor?
(A) O Estado não defende os interesses nem particulares de
uma classe nem os interesses comuns de todos os
membros de uma sociedade capitalista de classes, pois
é uma entidade supraclasses.
(B) O Estado não defende os interesses particulares de uma
classe, mas sim os interesses específicos de todos os
membros de uma sociedade capitalista de classes.
(C) O Estado não defende os interesses particulares de uma
classe, mas sim os interesses comuns de todos os
membros de uma sociedade capitalista de classes.
(D) O Estado defende os interesses particulares de uma clas-
se, mas faz concessões aos interesses específicos de to-
dos os membros de uma sociedade capitalista de classes.
(E) O Estado defende os interesses particulares de uma clas-
se, mas faz concessões aos interesses comuns de todos
os membros de uma sociedade capitalista de classes.
22. A complexa relação entre a representação de interesses soci-
ais e as esferas decisórias estatais extra-parlamentares pro-
duziu grandes controvérsias. No Brasil, uma experiência re-
cente demonstrou claramente tal controvérsia, tendo em vista
que, segundo Eli Diniz: “Por meio da participação, nesse es-
paço de interlocução público-privado, articulam-se poderosas
coalizões de interesses, envolvendo centrais sindicais e os
sindicatos de ponta na economia, além de entidades patronais
de grande porte econômico, como no caso do complexo au-
tomotivo”. A que a autora se refere e a qual período governa-
mental?
(A) Grupos Executivos setoriais –Governo Collor/Itamar e FHC.
(B) Câmaras setoriais – Governo Collor/Itamar.
(C) Câmaras setoriais – Governo Sarney.
(D) Anéis burocráticos – Governo Figueiredo.
(E) Grupos Executivos setoriais – Governo JK.
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23. Constituído como resposta à crise social e de acumulação, em
especial após a Segunda Guerra Mundial, o modelo de inter-
venção estatal que vigorou notadamente no países de capita-
lismo central, denominado Welfare State, só foi possível devi-
do à articulação entre fatores políticos e econômicos até então
inéditos. Quais foram estes fatores e qual o economista que
sintetizou o modelo em questão?
(A) Fatores: relação pactuada entre capital e trabalho inter-
mediada pelo Estado, políticas de indução estatal ao
crescimento contínuo da riqueza com vistas ao pleno
emprego, redistribuição da renda a partir da constituição
de uma rede pública de serviços sociais, existência de
um consenso quanto à universalização dos direitos. E-
conomista sintetizador: J. M. Keynes.
(B) Fatores: relação pactuada entre capital e trabalho no in-
terior do Estado (neocorporativismo), políticas públicas
de indução ao crescimento contínuo da riqueza com vis-
tas ao pleno emprego industrial, redistribuição da renda
a partir da constituição de uma rede pública e privada de
serviços sociais, existência de um consenso quanto à
universalização dos direitos dos mais carentes. Econo-
mista sintetizador: F. Hayek.
(C) Fatores: relação pactuada entre capital e trabalho inter-
mediada pelo Estado, políticas de indução estatal ao
crescimento contínuo da riqueza com vistas ao acúmulo
de capital, redistribuição da renda a partir da constituição
de uma rede pública e privada de serviços sociais, exis-
tência de um consenso quanto à universalização dos di-
reitos apenas aos mais carentes. Economista sinteti-
zador: J. M. Keynes.
(D) Fatores: relação pactuada entre capital e trabalho inter-
mediada pelo Estado, políticas de indução estatal ao
crescimento contínuo da riqueza com vistas ao pleno
emprego, redistribuição da renda a partir da constituição
de uma rede pública e religiosa de serviços sociais e es-
pirituais (devido aos traumas da guerra), existência de
um consenso quanto à universalização dos direitos es-
pecialmente aos que mais sofreram com a guerra. Eco-
nomista sintetizador: Milton Friedman.
(E) Fatores: relação pactuada entre capital e trabalho à
margem do Estado, políticas privadas de indução ao
crescimento contínuo da riqueza com vistas ao pleno
emprego, redistribuição da renda a partir da constituição
de uma rede privada de serviços sociais, existência de
um consenso quanto à universalização dos direitos. E-
conomista sintetizador: Milton Friedman.
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24. Em O Futuro da Democracia, N. Bobbio faz um balanço das,
segundo ele, “promessas” não cumpridas da democracia. Entre
as diversas “promessas” discutidas, uma delas diz respeito à –
desejada – representação de interesses gerais, e não particula-
res, dos grupos sociais. Esta última, contudo, teria se tornado
vigente. A que tipo de representação Bobbio se refere?
(A) Representação poliárquica.
(B) Representação neocorporativa.
(C) Representação oligárquica.
(D) Representação elitista.
(E) Representação funcional.
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DIREITO CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO
25. NÃO constitui ato administrativoa decisão
(A) da Câmara dos Deputados, aprovando seu regimento in-
terno.
(B) dos Presidentes dos Tribunais do Poder Judiciário, con-
cedendo férias aos Juízes.
(C) do Tribunal de Contas, aprovando as contas dos res-
ponsáveis por valores públicos.
(D) do Senado Federal, decretando o "impeachment" do
Presidente da República.
(E) do Presidente da República exonerando o Ministro de
Estado.
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26. Ao tratar da organização político-administrativa do Estado
brasileiro, a Constituição
(A) submete à aprovação do Congresso Nacional quaisquer
modificações territoriais de Estados e Municípios.
(B) atribui autonomia à União, Estados, Distrito Federal,
Municípios e Territórios.
(C) faz depender de lei complementar federal a transforma-
ção do Distrito Federal em Estado.
(D) admite a criação de novos Territórios, mediante consulta
plebiscitária às populações dos Estados envolvidos e lei
complementar federal.
(E) confere ao Distrito Federal as competências legislativas
reservadas à União.
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27. A forma republicana de governo, como se sabe,
(A) independe da organização territorial do Estado e do sis-
tema de governo, pressupondo, entretanto, sempre, a
temporariedade dos mandatos eletivos.
(B) é incompatível com o Estado unitário, por ser pressupos-
to da república a repartição dos Poderes do Estado entre
órgãos distintos.
(C) pressupõe a adoção do parlamentarismo, único sistema
de governo que prevê a responsabilidade política dos
governantes.
(D) pode conviver com o regime monárquico, desde que se
trate de monarquia eletiva.
(E) é compatível com o sistema de governo presidencialista,
apenas se previsto o voto direto nas eleições para Pre-
sidente da República.
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28. Considerando o princípio da hierarquia das normas jurídicas é
correto afirmar que
(A) todos os atos normativos que integram o processo legis-
lativo encontram-se no mesmo nível hierárquico, sendo
inferiores apenas à Constituição.
(B) as medidas provisórias são hierarquicamente inferiores
às emendas e à Constituição, mas superiores às leis or-
dinárias.
(C) as leis ordinárias são superiores às medidas provisórias
e inferiores às leis complementares.
(D) as leis delegadas são inferiores às leis complementares
e às medidas provisórias.
(E) as leis ordinárias e as leis delegadas encontram-se no
mesmo nível hierárquico.
29. O princípio da igualdade, de observância obrigatória nas licita-
ções realizadas pelo Poder Público, não impede que
(A) os órgãos públicos restrinjam às empresas, devidamente
inscritas nos respectivos registros cadastrais, a partici-
pação em tomadas de preços para fornecimento de
bens.
(B) seja dada preferência aos serviços prestados por em-
presas de pequeno porte, constituídas sob as leis brasi-
leiras e com sua sede e administração no País, como
critério de desempate.
(C) se exclua a participação de empresas estrangeiras nas
concorrências para fornecimento de material bélico des-
tinado às Forças Armadas.
(D) se restrinja às empresas sediadas no local da prestação
dos serviços a participação nas licitações.
(E) as empresas públicas e sociedades de economia mista
sejam dispensadas de licitar para a prestação de servi-
ços públicos, sob regime de concessão.
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30. Nos termos do regime jurídico que lhes é próprio, os contratos
administrativos
(A) descumpridos pelo contratado podem acarretar-lhe, con-
forme o caso, a suspensão temporária ou definitiva do
exercício de atividades no âmbito territorial da Adminis-
tração contratante.
(B) formalizam-se por instrumento público, lavrado em Car-
tório de Notas e, após, arquivados nas repartições inte-
ressadas.
(C) podem adotar a forma escrita ou a verbal, conforme hi-
póteses previstas em lei.
(D) podem conter exigência de garantias do contratado, ca-
bendo à Administração, em cada caso, escolher a mais
conveniente, dentre as previstas em lei.
(E) podem ser rescindidos unilateralmente pela Administra-
ção, que, em qualquer caso, deverá ressarcir os prejuí-
zos do contratado, até o limite dos recursos orçamentá-
rios previstos no contrato.
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31. Nos termos em que atualmente a Constituição disciplina a
matéria, a estabilidade no serviço público
(A) gera para o servidor estável o direito a permanecer em
disponibilidade, com remuneração integral, no caso de
extinção do seu cargo, até seu aproveitamento em outro.
(B) é adquirida após 3 anos de efetivo exercício, pelos ser-
vidores concursados nomeados para cargos de provi-
mento efetivo ou em comissão.
(C) não poderá ser adquirida pelos estrangeiros que, na
forma da lei, possam ter acesso aos cargos públicos.
(D) somente poderá ser adquirida pelos integrantes das car-
reiras consideradas essenciais à administração da Justiça.
(E) não impede a perda do cargo do servidor estável, na hi-
pótese de verificar-se excesso de despesa com pessoal
ativo em relação aos limites estabelecidos em lei com-
plementar.
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32. A Constituição brasileira prevê, em certos casos, que os Po-
deres do Estado exerçam atipicamente funções que não lhes
são próprias. Exemplo disso é o exercício de função
(A) legislativa pelo Poder Executivo, por delegação do Con-
gresso Nacional, nos casos de edição de medidas provi-
sórias e leis delegadas.
(B) jurisdicional pelo Poder Executivo, quando decreta a
perda dos direitos políticos dos servidores públicos por
atos de improbidade administrativa.
(C) jurisdicional pelo Poder Legislativo, quando o Senado
Federal processa e julga os Ministérios do Supremo Tri-
bunal Federal, nos crimes de responsabilidade.
(D) legislativa pelo Poder Judiciário, ao suprir a ausência de
lei nos casos de mandado de injunção e ação direta de
inconstitucionalidade por omissão.
(E) jurisdicional pelo Poder Legislativo, quando, por inter-
médio do Tribunal de Contas, julga as contas do Presi-
dente a República.
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ECONOMIA DO SETOR PÚBLICO
33. Em relação aos aspectos microeconômicos da intervenção
governamental pode-se afirmar que:
(A) a eficiência pareteana implica em uma regra de discrimi-
nação de preços para bens com características de não
rivalidade.
(B) o problema quanto aos bens públicos é de revelação
das preferências, se for possível obtê-las a determina-
ção da quantidade ofertada segue as mesmas regras de
um bem privado, ou seja a quantidade de equilíbrio é a
soma das quantidades que igualam os benefícios margi-
nais individuais ao custo marginal.
(C) os monopólios naturais, que são ocasionados pelos ren-
dimentos marginais decrescentes, geram ineficiências
alocativas que devem ser corrigidos pela ação pública.
(D) a migração para uma cidade provocando a elevação dos
aluguéis na mesma é um tipo de externalidade negativa
que deve sofrer a regulação pública.
(E) segundo o Teorema de Coase, se os direitos de proprie-
dade estiverem bem definidos e existindo custos de
transação elevados é possível haver soluções privadas
para o problema das externalidades.
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34. Considerando a curva de Laffer, pode-se afirmar que
(A) não existe taxa de impostos que torne máxima a receita
tributária.
(B) é possível elevar a receita tributária reduzindo a taxa de
impostos.
(C) a receita tributária é sempre crescente em relação à taxa
de impostos.
(D) não é possível ter uma mesma receita tributária para du-
as taxas de impostos diferentes.
(E) a receita tributária independe da opção entre renda e la-
zer dos contribuintes.
35. Sobre o papel distributivo do governo, supondo que a utilidade
dos indivíduos seja uma função da renda com rendimentos
marginais decrescentes, considere as funções de bem-estar
social citadas abaixo, para uma sociedade com n indivíduos:· Função utilitarista: W = U1 +U2 + U3 + ... + Un
· Função rawlsiana: W =mínimo(U1, U2, U3, ...,Un)
Onde: W = bem-estar social
U1 = nível de utilidade do indivíduo 1
U2 = nível de utilidade do indivíduo 2
U3 = nível de utilidade do indivíduo 3
Un = nível de utilidade do indivíduo n
Assim, é correto afirmar que
(A) para funções utilidades semelhantes, supondo a função
bem-estar rawlsiana, a renda será distribuída de modo
proporcional à utilidade marginal derivada desta renda.
(B) dado um volume fixo de renda, ambos os critérios levam
à uma mesma distribuição de renda, a repartição igual
de renda entre os indivíduos.
(C) a transferência de renda dos ricos para os pobres é justi-
ficada pela função utilitarista se a utilidade que represen-
ta este adicional de renda para os pobres for inferior à
perda de utilidade que ela representa para os ricos.
(D) a função bem-estar social rawlsiana implica em uma re-
distribuição de renda dos ricos para os pobres até o
momento em que o custo desta transferência (perda em
termos de utilidade gerada pela diminuição de renda do
rico) seja igual ao benefício da transferência (o ganho
em termos de utilidade gerada pelo aumento da renda
do pobre).
(E) a função utilitarista implica em uma transferência contí-
nua de renda do rico para o pobre enquanto o pobre ti-
ver renda inferior ao rico.
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36. Supondo uma escolha feita por votação com regra de maioria
simples e considerando:
Bmg
m = Benefício marginal privado do eleitor mediano
Bmg
t = Benefício marginal social total
Cmg
m = Custo marginal privado do eleitor mediano
Cmg
m = Custo marginal social total
é correto afirmar que, quando existe, o equilíbrio reflete as
preferências
(A) do eleitor mediano e pode significar uma situação inefi-
ciente, com oferta superior à eficiente de bens se
Bmg
m / Bmg
t < Cmgm / Cmgt.
(B) do eleitor mediano acarretando uma situação eficiente
em termos pareteanos.
(C) do eleitor mediano e pode significar uma situação inefi-
ciente, com oferta inferior à eficiente, se
Bmg
m / Bmg
t < Cmgm / Cmgt.
(D) da média do eleitorado, o que significa que ela acarreta
uma situação eficiente em termos pareteanos.
(E) do eleitor mediano e pode significar uma situação inefi-
ciente, com oferta inferior à eficiente de bens se
Bmg
m / Bmg
t > Cmgm / Cmgt.
8 MARE-C03-CEA
3
37. Considerando a concepção Ricardiana da dívida pública,
pode-se afirmar que
(A) uma redução nos impostos não altera o consumo, mes-
mo que o governo reduza seus gastos sinalizando assim
que não irá aumentar os impostos no futuro.
(B) as heranças invalidam a concepção Ricardiana da dívida
pública.
(C) uma redução nos impostos financiados com endivida-
mento reduz o consumo.
(D) uma redução nos impostos no presente financiado com
dívida pública e sem que haja uma alteração no padrão
de gastos do governo deixa o consumo inalterado.
(E) uma redução permanente nos impostos não altera o
consumo.
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38. Suponha que a demanda por cigarros seja quase que total-
mente inelástica, que a oferta seja positivamente inclinada e o
mercado competitivo Considere as afirmações abaixo referen-
tes à introdução de um imposto sobre a venda de cigarros:
I. A incidência econômica deste imposto deverá recair
sobre os vendedores de cigarro.
II. A medida é ineficaz se pretende reduzir significativa-
mente o consumo de cigarros.
III. O imposto provoca um aumento de preços praticamen-
te igual ao tamanho do imposto.
É correto afirmar:
(A) I, II e III.
(B) I e II, apenas.
(C) I e III, apenas.
(D) III, apenas.
(E) II e III, apenas.
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39. Quanto à ineficiência causada pela introdução de impostos e
subsídios é correto afirmar que
(A) impostos sobre folha de pagamento não geram inefici-
ências.
(B) a ineficiência de um imposto sobre uma mercadoria é in-
versamente proporcional à elasticidade da demanda.
(C) a ineficiência de um imposto sobre uma mercadoria é in-
versamente proporcional à sua alíquota.
(D) impostos do tipo lump sum não geram ineficiência.
(E) subsídios não geram ineficiência.
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40. São consideradas políticas adequadas para combater o de-
semprego:
(A) elevação das taxas de juros na economia.
(B) criação de agências de emprego que divulguem infor-
mações relativas a vagas.
(C) criação de seguro desemprego.
(D) criação de um programa de renda mínima.
(E) aumento dos encargos trabalhistas.

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