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DESAFIO COLABORATIVO PATOLOGIA - ANTI-INFLAMATÓRIOS

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Bom, para responder melhor a esse quesito, vou separar em tópicos para que haja uma melhor compreensão desse assunto tão importante de utilidade pública mas que a sociedade tem pouco conhecimento, infelizmente, e acabam se automedicando desconhecendo os riscos. 
Para começar é necessário entender o que, de fato, é a inflamação. 
Quando há infecção ou lesão no tecido ocorre um processo chamado de inflamação que tem o intuito de eliminar o microrganismo e/ou reparar o dano causado. Ou seja, é uma reação, uma resposta fisiológica do organismo a uma agressão quando as células de defesa “agridem” o corpo. E como acontece esse processo de inflamação? Bom, os vasos do corpo sofrem uma dilação devido ao aumento do fluxo sanguíneo e de outros fluidos corporais que vão até o local onde sofreu a lesão. Vermelhidão, inchaço, dor e uma elevação da temperatura no corpo são conseqüências desse processo de inflamação. A inflamação pode acontecer de duas formas: ou pela forma não infecciosa que é quando há uma lesão no tecido causada por pancada, cortes ou queimaduras e a inflamação infecciosa que é quando agentes microrganismos invadem e infecta nosso organismo causando doenças. Logo, nosso sistema imunológico começa a trabalhar para defender nosso organismo, por exemplo, liberando substâncias como citocinas que são proteínas sinalizadoras que auxiliam outras células a destruírem esses microrganismos.
Outro aspecto bastante importante para compreendermos melhor esse assunto é saber o que é e como ocorre a resposta inflamatória. 
A resposta inflamatória faz parte da resposta imune inata que é o conjunto de formas de imunidade que nasce com o indivíduo, sem necessidade de introdução de substâncias ou estruturas exteriores ao organismo, ou seja, uma defesa fisiológica, natural do nosso corpo. Sua função é eliminar as células lesadas e os tecidos danificados para então começar o processo de reparo do tecido, devolvendo sua função. Mas não pára por aí não! Dentro dessa resposta inflamatória podemos perceber que há a inflamação aguda que é uma resposta que inicia imediatamente e dura menos tempo e gera uma secreção conhecida como “pus” que nada mais é que o acúmulo de células mortas, microrganismos, e outros fluidos e proteínas. Já a inflamação crônica ocorre se esse agente causador de inflamações persistir, durando vários dias, meses e até mesmo anos. Esse tipo de inflamação é caracterizado pela ativação imune persistente com forte presença de macrófagos no tecido que sofreu a lesão. Os macrófagos liberam mediadores que, a longo prazo, se tornam prejudiciais tanto para o agente causador da inflamação, como para os tecidos da pessoa. Como consequência, a inflamação crônica acaba causando a destruição de tecidos. Alguns exemplos de inflamação crônica são: artrite, asma e processos alérgicos, alguns tipos de câncer, doenças cardiovasculares, síndromes intestinais, doença celíaca e diabetes.
Agora vamos entender o que é esse medicamento chamado anti-inflamatório, como ele age e quais são seus benefícios e possíveis conseqüências. 
Bom, o anti-inflamatório é um medicamento que combate a inflamação dos tecidos, os anti-inflamatórios também são analgésicos pois ajudam a suavizar os sintomas da inflamação como dor, inchaço e secreções como o pus. E como esse medicamento funciona, como ele age? Os anti-inflamatórios agem inibindo as prostaglandinas, que, consequentemente, reduz a vasodilatação e o edema da região inflamada. Este medicamento inibe a ação de uma enzima chamada ciclooxigenase (COX), a qual permite o aumento da produção de uma substância chamada prostaglandina, responsável pelo surgimento do quadro inflamatório. Portanto, o combate à COX diminui a produção da prostaglandina e, consequentemente, combate a inflamação, dor e febre.  E você sabia que existem três classes de anti-inflamatórios? São eles os não hormonais (AINEs), hormonais (corticoides) e fármacos anti-reumatoide. Outra curiosidade é que os AINEs são os fármacos mais usados atualmente: encontram-se mais de 50 tipos diferentes disponíveis no mercado global. 
Com todas essas informações podemos ter conhecimento da grande importância desses medicamentos para a nossa saúde, não é mesmo? O problema é que, a venda desses medicamentos acontece muito sem prescrição médica, é o tal da automedicação e com isso vem uma série de riscos. Segundo Patrícia Moriel, professora do curso de Farmácia da Fcf/UNICAMP, Apesar de alguns medicamentos AINEs serem vendidos sem receita médica, como a Aspirina e Ibuprofeno, isso não significa que devam ser usados sem parcimônia. "No caso de inflamações, o paciente não deve hesitar em procurar ajuda médica. Mas, se for à drogaria e decidir comprar algo para aliviar uma dor momentânea, como paracetamol ou dipirona, é fundamental pedir orientação de uso ao farmacêutico. Doses exageradas podem causar intoxicações e ter efeitos adversos caso a pessoa já tome outros medicamentos ou esteja grávida, por exemplo", afirma a professora. 
Então na minha opinião é muito vantajoso, sim, ir numa farmácia e solicitar um anti-inflamatório para aquela inflamação que não seja de nível grave e com orientação do farmacêutico, afinal é essencial saber qual tipo de medicamento fazer uso, desde que também obedeça o período de tempo de uso do mesmo mas é imprescindível um acompanhamento médico para não alcançarmos um resultado indesejado ao invés de uma solução como o comprometimento e sobrecarga de órgãos como rins e fígado ou outras complicações como gastrite, úlcera gástrica, esofagite, sangramento digestivo, aumento da pressão arterial, cardiopatias e até mesmo alergias. Sem falar que esse tipo de medicamento podem causar efeitos colaterais como alergia cutânea, desconforto gástrico, diarréia, tontura, zumbido, sonolência, entre outros. 
REFERÊNCIAS 
CAETANO, Beatriz. Como funcionam os anti-inflamatórios?. REDAÇÃO MINHA VIDA, 2018. Disponível em: <https://www.minhavida.com.br/saude/materias/33451-como-funcionam-os-anti-inflamatorios> Acesso em: 26 de fevereiro de 2020. 
CANHAS. Isabela. Inflamação. INFO ESCOLA. Disponível em: <https://www.infoescola.com/sistema-imunologico/inflamacao/> Acesso em: 26 de fevereiro de 2020. 
CRID. Jovem Imunologista – Inflamação – 2ª Aula. Disponível em: <http://crid.fmrp.usp.br/site/2014/09/25/imunologia-nas-escolas-inflamacao-2a-aula/> Acesso em: 26 de fevereiro de 2020. 
DOTTA, Gabriel. Como funcionam os medicamentos anti-inflamatórios?. REDAÇÃO CUIDADOS PELA VIDA, 2019. <https://cuidadospelavida.com.br/cuidados-e-bem-estar/dores-no-corpo/como-funcionam-anti-inflamatorios> Acesso em: 26 de fevereiro de 2020. 
GEWANDSZNAJDER, Fernando. Ciências, nosso corpo. Editora ática, Rio de Janeiro, 256pág.
PFIZER. As diferenças entre infecção e inflamação. Disponível em: <https://www.pfizer.com.br/noticias/diferenca-entre-infeccao-e-inflamacao> Acesso em: 26 de fevereiro de 2020.

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