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Unidade 4 - Interação Clínico Patológica

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INTERAÇÃO	CLÍNICO-PATOLÓGICA
UNIDADE 4 - FISIOPATOLOGIA DE DOENÇAS
INFECCIOSAS, METABO� LICAS,
RESPIRATO� RIAS, CARDI�ACAS E
NEUROLO� GICAS
Autoria: Janaina Paulini Aguiar - Revisão técnica: Talita Sartori
Introdução
Vamos começar esta unidade abordando a �isiopatologia, área que estuda o desempenho das funções do corpo
humano, quando essas funções não funcionam da forma esperada (�isiológica). O termo “pato” signi�ica
doença ou sofrimento, enquanto “logia” signi�ica estudo, origem. Entender a patologia envolve o estudo dos
mecanismos subjacentes aos processos da doença. Desde as alterações celulares até a compreensão do
impacto dessas alterações em diferentes órgãos e sistemas.
O foco principal do estudo são as mudanças estruturais e funcionais que ocorrem em células, tecidos e órgãos
quando eles estão doentes. Ao entender esses processos, �ica mais fácil assimilar a base dos sinais e dos
sintomas manifestados pela doença enquanto também fornecendo a base para o cuidado racional e
terapêutico. Outro aspecto importante da patologia é o fato de ela promover compreensão da doença como
parte de um corpo inteiro, em vez de apenas um sistema de órgãos ou especialidade. Uma realização
importante na prática clı́nica é que pacientes podem ter vários problemas inter-relacionados ou não.
Por �im, você vai conhecer sobre doenças infecciosas, metabólicas, respiratórias, cardı́acas e neurológicas que
impactam os doentes de formas diferentes, mas que, em qualquer situação, exigirá do pro�issional
conhecimentos, habilidades e capacidade de reconhecer sinais e sintomas. Vamos aprofundar nosso
conhecimento?
Bons estudos!
4.1 Patologia de doenças infecciosas
Doença infecciosa é um processo causado por um agente, muitas vezes, um tipo de microrganismo. Saiba que,
em grande parte dos casos, a doença infecciosa pode ser disseminada de pessoa para pessoa, diretamente
(por exemplo, via contato com a pele) ou indiretamente	 (por exemplo, via alimentos ou água
contaminados).
Uma doença	 infecciosa pode diferir da infecção	 simples, que é a invasão e a replicação, no corpo, de
bactérias, vı́rus, fungos, protozoários, vermes ou de suas toxinas. Quando a saúde não é alterada, o processo é
chamado de infecção	 subclínica. Assim, uma pessoa pode estar infectada, mas não ter uma doença
infecciosa. Esse princı́pio é ilustrado pelo uso de vacinas para a prevenção de doenças infecciosas. Você pode
considerar como exemplo o fato de que um vı́rus, como o que causa o sarampo, pode ser atenuado
(enfraquecido) e usado como agente imunizante. A imunização	 é projetada para produzir uma infecção por
sarampo no receptor, mas, geralmente, não causa alteração perceptı́vel no estado de saúde. Ela produz
imunidade ao sarampo sem gerar uma doença clı́nica (uma doença infecciosa).
As barreiras mais importantes para a invasão do hospedeiro humano por agentes infecciosos são as
membranas de pele e mucosa (os tecidos que revestem o nariz, a boca e o trato respiratório superior). Tenha
em mente que, quando esses tecidos são lesionados, pode ocorrer invasão por agentes infecciosos. Esses
agentes infecciosos podem produzir uma doença	 infecciosa	 local, como furúnculos, ou podem invadir a
corrente sanguı́nea e ser transportados por todo o corpo, produzindo infecção	 generalizada	da	 corrente
sanguínea	(septicemia) ou infecção	localizada	em	um	local	distante, como meningite (uma infecção das
membranas que revestem o cérebro e da medula espinhal) (GUYTON; HALL, 2016).
#PraCegoVer: a ilustração mostra um corpo humano em que estão evidentes os órgãos que compõem o
aparelho digestivo. Na altura da boca, há uma seta no sentido de fora para dentro para indicar a ingestão de
alimentos. Sobre o intestino, há um cı́rculo azul, sobre o esôfago, o fı́gado e a coxa direita, cı́rculos laranja.
Esses cı́rculos são para indicar diferentes regiões em que podem ocorrer doenças causadas com a ingestão de
agentes infecciosos.
 
A conjuntiva, que cobre a frente do olho, pode ser penetrada por vı́rus que causam uma in�lamação local do
olho ou que passam para a corrente sanguı́nea e causam uma doença geral grave, como a varíola. Agentes
infecciosos podem entrar no corpo através do trato genital, causando a reação in�lamatória aguda da gonorreia
nos órgãos genitais e pélvicos ou espalhando-se para atacar quase qualquer órgão do corpo com as lesões
mais crônicas e destrutivas da sı́�ilis. Mesmo antes do nascimento, vı́rus e outros agentes infecciosos podem
passar pela placenta e atacar células em desenvolvimento, para que um bebê possa ser doente ou deformado
ao nascer.
Figura 1 - Agentes infecciosos ingeridos em alimentos e bebidas podem atacar a parede do trato intestinal e
causar doenças locais ou gerais
Fonte: Adaptada de GraphicsRF.com, Shutterstock, 2020.
As doenças infectocontagiosas precisam de um agente transmissor capaz de invadir o organismo e, ao
suplantar as defesas imunológicas, disseminar-se e proliferar-se nesse organismo, causando, assim, a
sintomatologia dessa infecção. A seguir, serão abordadas algumas das infecções mais comuns na prática
clı́nica diária. Acompanhe.
4.1.1 Candidíase
A candidíase	 invasiva	 é uma infecção causada por um fungo na forma de levedura chamada Cândida. Ao
contrário das infecções por Cândida	na boca e na garganta (também chamadas de “candidı́ase”) ou “infecções
por leveduras” vaginais, localizadas em uma parte do corpo, a candidı́ase invasiva é uma infecção grave que
pode afetar o sangue, o coração, o cérebro, os olhos, os ossos ou outras partes do corpo (ROBBINS; COTRAN,
2016).
A Cândida, normalmente, vive dentro do corpo (em lugares como boca, garganta, intestino e vagina) e na pele
sem causar problemas – são chamadas de microbiota. No entanto, em certos pacientes que têm seu sistema
imunológico debilitado, ela pode entrar na corrente sanguı́nea ou em órgãos internos e causar infecção.
Uma infecção	 na	 corrente	 sanguínea	 causada	 pela	Cândida, também chamada candidemia, é a forma
mais comum de candidı́ase invasiva. A candidemia é uma das causas mais comuns de infecções da corrente
sanguı́nea em pacientes hospitalizados, e, muitas vezes, resulta em longas internações hospitalares e morte
(ROBBINS; COTRAN, 2016). A medicação antifúngica pode tratar as diferentes manifestações da candidı́ase.
Certos pacientes, como aqueles com câncer ou transplantes de medula óssea ou órgãos, podem receber
medicação antifúngica para prevenir a candidı́ase invasiva.
4.1.2 Tuberculose (TB)
VOCÊ QUER LER?
Que tal descobrir como as doenças infecciosas se comportam em um paıś com
dimensões continentais e tantas diferenças sociais, econômicas, culturais e �inanceiras?
Então, aprofunde seus conhecimentos por meio da leitura do artigo Trajetória das
doenças infecciosas no Brasil nos últimos 50 anos: um contıńuo desa�io. Disponıv́el em:
https://www.scielo.br/pdf/rsp/v50/pt_0034-8910-rsp-S1518-
87872016050000232.pdf (https://www.scielo.br/pdf/rsp/v50/pt_0034-8910-rsp-
S1518-87872016050000232.pdf ). 
https://www.scielo.br/pdf/rsp/v50/pt_0034-8910-rsp-S1518-87872016050000232.pdf
As bactérias que causam a doença se espalham pelo ar, de pessoa para pessoa, quando uma pessoa com TB
tosse, fala ou canta. Pessoas próximas podem respirar esses bacilos e se infectar. Existem dois tipos de
condições de TB, cujos detalhes você confere a seguir: 
Pessoas com tuberculose, geralmente, têm sintomas e podem espalhar bactérias para outras pessoas. Essas
bactérias crescem nos pulmões e podem causar sintomas como: tosse que dura três semanas ou mais, dor no
peito, tossir sangue ou escarro (muco do interior dos pulmões). Saiba que outros sintomas da doença de TB
podem incluir: fraqueza ou fadiga, perda de peso, inapetência, calafrios, febre, sudorese à noite.
Qualquer pessoa pode ter TB, mas algumas delas devem ser testadas para infecção por TB porque estão em
maior risco de serem infectadas, incluindo: pessoasque passaram um tempo com alguém que tem doença de
TB, pessoas em paı́ses onde a doença da TB é comum (a maioria dos paı́ses da América Latina, Caribe, A� frica,
A� sia, Europa Oriental e Rússia), pessoas que vivem ou trabalham em ambientes de alto risco (prisões, asilos e
atendimento a moradores de rua), pro�issionais da saúde, bebês, crianças e adolescentes.
4.1.3 HPV
O vírus	papiloma	humano	(HPV) é muito comum. Existem cerca de 100 tipos de HPV que afetam diferentes
partes do corpo. Cerca de 30 tipos podem afetar os genitais — incluindo vulva, vagina, colo do útero, pênis e
escroto — bem como o reto e o ânus. Destes, cerca de 14 tipos são considerados “de alto risco” por levar ao
câncer cervical.
O HPV genital é disseminado por meio do contato com a pele de alguém que tem uma infecção pelo HPV. O
contato inclui sexo vaginal, anal e oral. Alguns tipos de HPV causam verrugas genitais (nódulos duros e
ásperos que crescem na pele). Qualquer um que seja sexualmente ativo pode ter HPV e verrugas genitais. Nas
mulheres, verrugas genitais aparecem mais frequentemente nas seguintes áreas do corpo: na vulva (área
genital feminina externa), dentro ou ao redor da vagina, dentro ou ao redor do ânus, na virilha (onde a área
genital encontra a coxa interna), no colo uterino.
Em	muitos	casos,	o	HPV	não	causa	sintomas. Quando ocorre, o sintoma mais comum são verrugas na área
genital. Saiba que sinais de infecção podem aparecer semanas, meses ou até anos após a pessoa ter sido
infectada pelo vı́rus.
Bactérias da tuberculose podem viver no corpo sem causar doença. Isso é chamado de infecção
latente de tuberculose. Na maioria das pessoas que entram em contato com bactérias da
tuberculose e se infectam, o corpo é capaz de combater essas bactérias para impedi-las de crescer.
Pessoas com infecção latente por TB não têm sintomas e não podem espalhar bactérias para outras
pessoas. 
Se as bactérias da TB se tornarem ativas no corpo e se multiplicarem, a pessoa passará de ter
infecção latente de TB, isto é, passará a ter a doença da TB. Por essa razão, as pessoas com infecção
latente por TB são frequentemente tratadas para evitar que desenvolvam a doença da TB. 
•
•
Infecção	latente	de	TB	
Doença	da	TB	
4.1.4 HIV
O HIV é um vı́rus disseminado por �luidos corporais que atacam o sistema imunológico do corpo,
especi�icamente os linfócitos TCD4. Essas células especiais ajudam o sistema imunológico a combater
infecções. Não tratado, o HIV reduz o número de células CD4 (células T) no corpo e, com o tempo, pode
destruir tantas dessas células levando o corpo a não combater infecções e doenças.
Esse dano ao sistema imunológico torna cada vez mais difı́cil para o corpo combater infecções e algumas
outras doenças. Infecções oportunistas ou cânceres se aproveitam de um sistema imunológico muito fraco.
Não	existe	cura	e�icaz	atualmente	para	o	HIV, mas, com os cuidados médicos adequados, o	HIV	pode	ser
controlado.
O tratamento para o HIV é chamado de terapia	antirretroviral ou TARV. Se as pessoas com HIV tomarem a
TARV como prescrito, sua carga viral (quantidade de HIV no sangue) pode se tornar indetectável. Se
permanecer indetectável, eles podem viver vidas longas e saudáveis e não têm efetivamente qualquer risco de
transmitir HIV a um parceiro HIV negativo por meio do sexo. Antes da introdução da TARV, em meados da
década de 1990, as pessoas com HIV progrediam para a AIDS (a última etapa da infecção pelo HIV) em alguns
anos. 
Assim como o HIV, outras infecções sexualmente transmissı́veis são bastante comuns no cotidiano da saúde.
Uma dessas infecções que tem preocupado a comunidade cientı́�ica é a sı́�ilis, que esteve controlada por um
perı́odo, mas, recentemente, tem aumentado o número de pessoas doentes. O mais preocupante é a resistência
encontrada no seu tratamento medicamentoso. Con�ira outros aspectos a seguir.
VOCÊ SABIA?
O Brasil é um dos paıśes que melhor assistem aos pacientes portadores de HIV. As
mudanças no per�il da AIDS, no paıś, devem-se à difusão geográ�ica da doença a
partir dos grandes centros urbanos em direção aos municıṕios de médio e
pequeno portes, ao aumento da transmissão por via heterossexual e ao
persistente crescimento dos casos entre usuários de drogas injetáveis.
Que tal aprofundar seu conhecimento sobre a epidemia resultante do número de
pessoas contaminadas pelo HIV, focando no quadro que encontramos no Brasil,
um dos paıśes referência no mundo em se tratando do tratamento com agentes
antirretrovirais? Para isso, acesse ao link a seguir:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0037-
86822001000200010&lng=en&nrm=iso (http://www.scielo.br/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S0037-86822001000200010&lng=en&nrm=iso). Boa
leitura! 
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0037-86822001000200010&lng=en&nrm=iso
4.1.5 Sífilis
A sı́�ilis é transmitida	sexualmente	de	pessoa	para	pessoa, seja por contato direto com úlceras de sı́�ilis
ou por sangue infectado através de microtraumas durante a relação sexual. Seu agente etiológico é o
Treponema	Pallidum. U� lceras de sı́�ilis ocorrem mais comumente nos genitais e na área anal, mas também
podem ocorrer nos lábios ou na boca. Portanto, o sexo de qualquer forma — vaginal, anal ou oral — é a
principal maneira de passar a sı́�ilis de um indivı́duo para outro.
A sı́�ilis também é transmitida verticalmente	(de mãe infectada para o feto) durante a gravidez. Outra rota
potencial de transmissão é o compartilhamento	de	agulhas (por exemplo, uso de drogas intravenosas). 
A sı́�ilis não tratada passa por estágios	clínicos	(sintomáticos) distintos, bem como por estágios	 latentes
(assintomáticos). Durante a latência, o diagnóstico só pode ser feito por sorologia. Durante os estágios
clı́nicos, os sinais e os sintomas diferem de acordo com o estágio (primário, secundário ou terciário).
Os sintomas da neurossí�ilis, uma das complicações, incluem: dor de cabeça grave, di�iculdade de coordenar
movimentos musculares, paralisia, dormência, demência (transtorno mental). Já os sintomas da sí�ilis
ocular, outra complicação, incluem mudanças na visão e até cegueira.
4.1.6 Pneumonia
Infecções bacterianas são, comumente, causadas por pneumococos, esta�ilococos e estreptococos, os quais
são, frequentemente, comensais (organismos que vivem inofensivamente em seus hospedeiros) no trato
respiratório superior, mas que podem se tornar virulentos e causar condições graves, como pneumonia,
septicemia (intoxicação sanguı́nea).
O pneumococo é a causa mais comum de pneumonia lobar, a doença em que um ou mais lóbulos, ou
segmentos, do pulmão se tornam sólidos e sem ar como resultado da in�lamação (ROBBINS; COTRAN, 2016).
Figura 2 - Uma vez infectado com sı́�ilis, um perı́odo de incubação de 10 a 90 dias (média de 21 dias) se
segue antes que os sinais se tornem aparentes
Fonte: Nau Nau, Shutterstock, 2020.
Doenças infectocontagiosas são frequentes e existem há muito tempo. Elas representam um desa�io para a
medicina, uma vez que são transmitidas em decorrência de condições sanitárias. Assim, compreender como
elas acontecem e como podem ser evitadas é de fundamental importância para diminuir sua incidência e sua
prevalência na população.
4.2 Doenças vasculares, endócrinas, respiratórias,
metabólicas
Para o correto funcionamento de todo o organismo, tenha sempre em mente que se torna necessário mantê-lo
oxigenado, com o aporte de nutrientes adequados e a correta eliminação de excretas e resı́duos produzidos
pelo metabolismo celular. O sistema vascular é o responsável por transportar o sangue que oxigena e nutre os
tecidos, esse delicado equilı́brio depende do funcionamento pulmonar e cardı́aco, que são os responsáveis
pela oxigenação sanguı́nea e pela geração da força propulsora circulatória. Doenças que afetam, vasos,	coração
e pulmões produzem uma repercussão sistêmica bastante importante.4.2.1 Doença vascular oclusiva
Uma complicação comum da aterosclerose	(depósitos de gordura nas paredes vasculares) é a doença arterial
oclusiva que pode afetar as artérias carótidas, as vertebrais, as subclávias e as mesentéricas. Os homens
sofrem mais comumente da doença arterial oclusiva do que as mulheres. 
Na doença arterial oclusiva, ocorre a obstrução ou o estreitamento da luz arterial da aorta e de seus principais
ramos, provocando uma interrupção do �luxo sanguı́neo, geralmente, para os pés e as pernas. O prognóstico
depende da localização da oclusão, do desenvolvimento de circulação colateral para se contrapor ao �luxo
sanguı́neo reduzido e, na doença aguda, do intervalo de tempo transcorrido entre a oclusão e a sua remoção.
Os sinais	e os sintomas	dependem da gravidade e do local da oclusão arterial. A oclusão arterial aguda pode
produzir cinco	sinais	clássicos: paralisia, dor, parestesia, palidez e ausência de pulso. Mas, note que outros
sinais e sintomas incluem: claudicação intermitente, dor intensa em queimação agravada por elevação do
membro e, por vezes, aliviada ao se manter um membro em uma posição pendente. Você pode considerar
também: úlceras, gangrena, palidez, enchimento capilar retardado, perda de pelos ou alterações das unhas, o
pulso pedioso pode estar diminuı́do ou ausente.
Os exames	diagnósticos	de	suporte	incluem arteriogra�ia e ultrassonogra�ia com doppler	para determinar o
nı́vel de isquemia, além do acompanhamento de marcadores bioquı́micos, como valores de colesterol e
triglicerı́deos. A terapia	 medicamentosa	 inclui medicamentos antiplaquetários, como aspirina,
trombolı́ticos e antilipêmicos. Estes podem ser usados para tratar pacientes com hiperlipidemia.
Os procedimentos	cirúrgicos apropriados podem incluir remoção do êmbolo, enxerto de placas e alterações
anatômicas cirúrgicas do sistema circulatório. A amputação torna-se necessária quando ocorre a falha da
cirurgia reconstrutora ou com o desenvolvimento de complicações.
Os fatores de risco para doença arterial oclusiva incluem fumo, envelhecimento, hipertensão, e
hiperlipidemia, diabetes e história familiar de distúrbios vasculares, infartos ou acidentes
vasculares cerebrais (GUYTON; HALL, 2016.). As causas incluem: formação de êmbolos, trombose
e trauma ou fratura. 
•
Fatores	de	risco	e	causas
4.2.2 Diabetes mellitus
O diabetes mellitus	 (DM) caracteriza-se por distúrbios	 no	 metabolismo	 de	 carboidratos, proteínas	 e
lipídios. Uma causa importante de morte no mundo, o diabetes é um grande fator de risco para infarto do
miocárdio, acidente vascular cerebral, insu�iciência renal e doença vascular periférica (GUYTON; HALL,
2016). Ele também é a causa principal de cegueira nos adultos.
Existem duas formas de diabetes: tipo	1 e tipo	2, que é o mais prevalente. Conheça detalhes a seguir:
O diabetes, a longo prazo, pode levar à retinopatia, à nefropatia aterosclerose e à neuropatia periférica e
autônoma. A neuropatia periférica, geralmente, afeta as pernas e pode provocar dormência. Normalmente, a
insulina permite o transporte de glicose para dentro das células (para uso como energia) ou para
armazenamento (como glicogênio) (ROBBINS; COTRAN, 2016). A insulina também estimula a sı́ntese de
proteı́na e o armazenamento de ácidos graxos livres no tecido adiposo. A de�iciência de insulina compromete
a captação da glicose do sangue para os tecidos e, com isso, haverá prejuı́zo para geração e para
armazenamento de energia. O paciente irá apresentar como sintomatologia fadiga, poliúria relacionada com a
hiperglicemia, polidipsia, mucosas secas, perda de peso, turvação visual e polifagia.
Os exames	 de	 diagnósticos consistem em exame de glicose plasmática em jejum acima de 126 mg/dL,
porém, nı́veis de glicemia alterados aparecem durante um teste de tolerância à glicose. Outros exames incluem
determinação do nı́vel plasmático de insulina, teste de urina para glicose e acetona e determinação da
Diabetes tipo 1 
Diabetes tipo 2 
Resultado de uma doença autoimune em que ocorre a destruição das
células beta pancreáticas, leva à ausência de produção de insulina e
ocorre em indivı́duos com menos de 30 anos de idade (embora ele
possa ocorrer em qualquer idade), o paciente comumente é magro e
precisará de insulina exógena e de tratamento nutricional adequado
para conseguir o controle da doença. O tipo 1 está fortemente
associado aos antı́genos leucocitários humanos. Ele também pode
estar associado a determinadas infecções virais.
 
De modo contrário, o tipo 2 pode resultar de secreção de insulina
prejudicada, resistência periférica à insulina e produção hepática
basal aumentada de glicose. A principal caracterı́stica desse tipo de
diabetes é a resistência à ação da insulina. Você pode considerar que
outros fatores associados compreendem: obesidade, excesso de
hormônios contrarreguladores da insulina, contraceptivos
hormonais e gravidez. Esse tipo de diabetes ocorre com mais
frequência em adultos obesos com mais de 40 anos de idade. Mas é
preocupante o número crescente de adolescentes e pessoas jovens
diagnosticadas com diabetes tipo 2. Ele é usualmente tratado com
exercı́cios fı́sicos, planejamento nutricional e medicamentos
hipoglicemiantes (ROBBINS; COTRAN, 2016). Esse tratamento pode
incluir terapia com insulina. 
hemoglobina glicosilada ou glicada. O tratamento	 é realizado por controle nutricional, exercı́cios e, por
vezes, insulina ou agentes hipoglicemiantes orais (drogas prescritas para normalizar o metabolismo de
carboidratos, lipı́dios e proteı́nas) para prevenir complicações a longo prazo. 
#PraCegoVer: a imagem mostra vários alimentos organizados sobre uma mesa: peixe, carne vermelha,
frango, ovos, limão, abacate, uvas, alho, azeite, romã, gengibre, amêndoas e alguns recipientes pequenos com
especiarias.
 
A boa	alimentação é importante para satisfazer as necessidades nutricionais, controlar os nı́veis glicêmicos
e atingir e manter o peso corporal apropriado. O paciente deve evitar carboidratos e açúcares, deve priorizar
proteı́nas, carnes, legumes, verduras e frutas (lembrando que as frutas têm um tipo de açúcar que é a frutose,
então, seu consumo precisa ser controlado). Além da dieta, ele é orientado a fazer exercı́cios cinco ou seis
vezes por semana, caso a perda de peso seja uma meta terapêutica.
Os pacientes com diabetes tipo 1 devem tomar insulina	diariamente	por causa de sua de�iciência absoluta
de insulina. Os pacientes com diabetes tipo 2 podem precisar de insulina para controlar os nı́veis glicêmicos
em estágios mais avançados da doença, quando não respondem à dieta e aos medicamentos orais ou durante
perı́odos de estresse agudo. Os pacientes esse tipo 2 que não conseguem alcançar seus nı́veis sanguı́neos de
glicose estabelecidos com o planejamento da refeição e dos exercı́cios podem precisar de medicamentos
hipoglicemiantes. Pode haver uma combinação desses agentes com a insulina, ajudando os pacientes a
manter os nı́veis glicêmicos normais.
Diversos tipos de medicamento são empregados para tratar o diabetes tipo 2: as biguanidas impedem a
glicogênese inadequada; os inibidores da alfa-glicosidase retardam absorção intestinal de carboidratos; os
sensibilizadores da insulina do grupo das tiazolidinedionas aumentam a sensibilidade das células periféricas
à insulina e aos secretagogos da insulina, que estimulam a secreção pancreática de insulina.
Figura 3 - Todos os tipos de diabetes exigem estreita adesão a refeições cuidadosamente planejadas
Fonte: Alexander Raths, Shutterstock, 2020.
O diabetes é uma doença crônica que, aos poucos, lesiona diferentes órgãos e tecidos orgânicos. Ele tem um
componente importante relacionado à adesão ao tratamento e ao comportamento do paciente diante do
consumo alimentar e da realização de atividades fı́sica. Hoje o DM é uma doença pandêmica que causa um
gasto �inanceiro gigantesco e compromete a qualidadee o tempo de vida dos doentes. 
4.2.3 Doença pulmonar obstrutiva crônica
Segundo Robbins e Cotran (2016), a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é uma condição	pulmonar
de	longo	prazo	que	di�iculta	a	respiração. DPOC é um termo usado quando o paciente apresenta uma ou
mais destas condições:
VOCÊ QUER VER?
A doença metabólica resultante do diabetes acomete todo o organismo, ocasionando
lesões em órgãos nobres e periféricos por conta das alterações micro e
macrovasculares. Veja como ocorrem essas lesões neste vıd́eo:
https://www.youtube.com/watch?v=rINZ-87ODtQ (https://www.youtube.com/watch?
v=rINZ-87ODtQ). 
Isso resulta de danos em seus alvéolos – as paredes alveolares são destruı́das o que faz com que
eles se fundam em um saco de ar gigante. Assim, não há absorção de oxigênio, o paciente passa a
viver em hipoxemia. Alvéolos dani�icados podem fazer seus pulmões se esticarem e perderem sua
elasticidade. O ar �ica retido dentro dos alvéolos pulmonares, ocasionando a dispneia. 
Patologia diagnosticada na presença de sintomas, como tosse com expectoração e dispneia por pelo
menos três meses até dois anos seguidos. Os cı́lios que revestem a mucosa do trato respiratório
ajudam a mover o muco para fora. Quando o paciente tem bronquite crônica, existe diminuição da
função mucociliar, levando à tosse com expectoração.
•
•
En�isema	
Bronquite	crônica	
https://www.youtube.com/watch?v=rINZ-87ODtQ
A exposição a longo prazo a fatores que irritam seus pulmões é a causa mais comum de DPOC, a exemplo
disso, você pode considerar uso de cigarro, cachimbo ou outros tipos de fumaça de tabaco. A DPOC se
desenvolve lentamente ao longo dos anos, então, a maioria das pessoas tem pelo menos 40 anos quando os
sintomas começam (ROBBINS; COTRAN, 2016).
Para entender a sintomatologia e as alterações orgânicas que decorrem da DPOC, você precisa pensar
clinicamente nos fatores desencadeantes do quadro in�lamatório, bem como entender como o paciente
manifesta esses sintomas para, dessa maneira, manejar os quadros de exacerbação da doença da melhor
maneira possı́vel.
Principais sinais e sintomas da
DPOC 
Abordagens no tratamento da DPOC 
Cirurgia em casos graves de DPOC 
Tosse persistente e com muito muco, falta de ar, especialmente
quando o indivı́duo está �isicamente ativo, chiado (sibilos), aperto
no peito, resfriados frequentes ou gripe, unhas azuis (cianose de
extremidade), baixa energia, perda de peso. 
Broncodilatadores, corticosteróides (drogas que reduzem a
in�lamação das vias aéreas), inaladores de combinação (combinam
esteroides com um broncodilatador), antibióticos para combater
infecções bacterianas, vacinas contra gripe ou pneumonia (essas
vacinas reduzem o risco de complicações pulmonares), reabilitação
pulmonar (esse programa inclui exercı́cios, gerenciamento de
doenças e aconselhamento para ajudar o paciente a permanecer o
mais ativo possı́vel), oxigenoterapia. 
Bulectomia (remove en�isemas, que são grandes espaços aéreos que
se formam quando os alvéolos entram em colapso), cirurgia de
redução de volume pulmonar (remove tecido pulmonar doente),
transplante de pulmão (substitui um pulmão doente por um
saudável). 
4.2.4 Hipertensão
A hipertensão se refere a uma elevação intermitente ou sustentada na pressão arterial diastólica ou sistólica e
representa uma causa importante de acidente vascular cerebral, cardiopatia e insu�iciência renal. Saiba que a
hipertensão	essencial, idiopática, é a forma mais comum (GUYTON; HALL, 2016). Existe muita discussão
sobre as causas que levam um indivı́duo a desenvolver a hipertensão essencial. O distúrbio re�lete,
provavelmente, uma interação de múltiplas forças hemostáticas, inclusive alterações na regulação renal de
sódio, lı́quidos extracelulares, no metabolismo e na secreção de aldosterona, e no metabolismo e na secreção
de norepinefrina.
VAMOS PRATICAR?
Leia o caso a seguir para entender as manifestações clıńicas da DPOC 
manejá-las. 
Paciente C. S. B., sexo feminino, 52 anos de idade, divorciada, sem �ilho
socioeconômica média baixa, reside sozinha em um bairro da periferia
Paulo. Relata que, há um ano, vinha apresentando sintomas de dispneia
seca persistente, os quais se agravavam quando ela visitava um amigo qu
um gato. Ao longo dos últimos seis meses, esses sintomas se intensi�icara
crises começaram a ocorrer em um intervalo de tempo menor, em es
sibilância, que ocorria duas vezes por semana. Sua única lembrança de s
parecidas ao longo da vida é de quando era criança, quando, ocasiona
apresentava dispneia e sibilos depois de correr. Devido à piora do 
procurou atendimento médico de um clıńico geral, o qual diagnosticou
como “bronquite asmática crônica”, para a qual iniciou tratamento medicam
com formoterol e ipratrópio.
Pensando no caso relatado, re�lita sobre quais fatores você cons
importantes na etiologia da doença apresentada pela paciente.
Além do fato de a paciente ser tabagista e apresentar sobrepeso, el
demonstra não conhecer a patologia que tem, já que aparenta não enten
diagnóstico e o tratamento de enfermidade crônica. As a�irmações a
comprovam essa falta de informações: - não existe “bronquite asmática 
Ou é asma ou é bronquite crônica. - A dispneia e a tosse seca persistente, a
agrava no contato com o pelo de gato, são caracterıśticas mais especı�́icas d
O histórico de sintomas da infância também direciona para a suspeita de 
qual inicia seus sintomas na infância, cessa na adolescência e retorna 
adulta. - Na bronquite crônica, o paciente, geralmente, apresenta os sinto
tosse secretiva e dispneia por um perıódo contıńuo, de, aproximadamente
a cinco meses; após esse perıódo, os sintomas e a in�lamação brônquica 
podendo retornar em um perıódo de 12 meses.
Já a hipertensão	secundária resulta de inúmeros distúrbios. Ela pode ser causada por doença vascular renal,
aumento de aldosterona primário, sı́ndrome de Cushing, disfunção da tireoide, hipó�ise e das glândulas
paratireoides. Além disso, pode resultar de coarctação da aorta, gravidez e distúrbios neurológicos.
Quanto à hipertensão	maligna, é uma forma grave e fulminante de hipertensão comum em ambos os tipos.
Determinados fatores de risco parecem aumentar a probabilidade de hipertensão. Estes fatores compreendem:
história familiar de hipertensão; raça, sendo mais comum negros; sexo; diabetes; estresse; obesidade; ingestão
nutricional elevada de lipı́dios ou sódio; tabagismo; uso de contraceptivo hormonal; estilo de vida sedentário;
envelhecimento.
Em geral, a hipertensão essencial começa de maneira insidiosa, como uma doença benigna, progredindo
lentamente para um estado maligno. Quando permanece sem tratamento, mesmo casos brandos podem causar
sérias complicações e morte.
Diversas teorias ajudam a explicar o desenvolvimento da hipertensão. Muitos pesquisadores acreditam que
ela se origina de:
Alterações no leito arterial, gerando resistência
aumentada.
Tônus anormalmente aumentado no sistema
nervoso sensorial que se originou no centro do
sistema vasomotor, causando a resistência
vascular periférica aumentada.
Volume sanguıńeo aumentado decorrente de
disfunção renal ou hormonal.
Espessamento arterial aumentado, causado por
fatores genéticos, levando à resistência vascular
periférica aumentada.
Liberação anormal de renina, resultando na
formação da angiotensina II, o que faz a
constrição das arterıólas e aumenta o volume
sanguıńeo.
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•
•
•
Nos órgãos-alvo, considere que esses efeitos incluem: hipertro�ia ventricular esquerda, angina, infarto do
miocárdio, insu�iciência cardı́aca, acidente vascular cerebral, crise isquêmica transitória, nefropatia, doença
arterial periférica e retinopatia.
Associado à história do paciente, conheça quais exames complementares podem direcionar o diagnóstico de
situações associadas: análise da urina com presença de proteı́nas indicando uma lesão renal; glicemia
relacionadaao diabetes; hemograma completo relacionado à anemia, causando um estado de autodébito
resultante em hipertensão; per�il lipı́dicos; nı́vel sérico de potássio; nı́veis de ureia e creatinina.
Os outros exames ajudam a detectar o comprometimento cardiovascular e outras complicações. Por exemplo,
o eletrocardiograma	pode mostrar hipertro�ia ou isquemia ventricular esquerda; a ecocardiogra�ia	pode
revelar hipertro�ia ventricular esquerda; já a radiogra�ia	de	tórax pode evidenciar cardiomegalia.
O tratamento da hipertensão inclui a correção da causa subjacente e o controle dos efeitos hipertensivos.
Embora a hipertensão não tenha cura, as modi�icações no estilo de vida juntamente com a terapia
medicamentosa podem controlá-la, a saber: dieta, técnicas de relaxamento, exercı́cio fı́sico regular,
interrupção do fumo e da ingestão de álcool e restrição da ingestão de sódio e saturados. A necessidade de
terapia medicamentosa é determinada pela pressão arterial e pela presença de comprometimento do órgão-
alvo ou de fatores de risco. 
Fique sempre atento e conheça pesquisadores brasileiros que contribuem para o entendimento dos
mecanismos �isiopatológicos, bem como para a procura de tratamentos e controle de uma doença tão
importante e que causa impactos imensuráveis para a vida das pessoas.
4.2.5 Dislipidemias
VOCÊ O CONHECE?
O farmacologista Sérgio Henrique Ferreira, da Universidade de São Paulo, em Ribeirão
Preto, consegue isolar o princıṕio ativo do veneno responsável por diminuir a pressão.
Isso é considerado a descoberta dos inibidores da enzima conversora de angiotensina
(ECA). Leia mais em: https://saude.abril.com.br/bem-estar/por-que-voce-deveria-
conhecer-sergio-ferreira/ (https://saude.abril.com.br/bem-estar/por-que-voce-
deveria-conhecer-sergio-ferreira/). Boa leitura.
https://saude.abril.com.br/bem-estar/por-que-voce-deveria-conhecer-sergio-ferreira/
Dislipidemia refere-se a uma anormalidade dentro do per�il lipı́dico de um indivı́duo, abrangendo uma
variedade de desordens relacionadas com elevações no colesterol total, LDL ou triglicerı́deos (TG), ou, por
outro lado, nos nı́veis mais baixos de HDL. A dislipidemia pode apresentar-se como uma desordem única que
afeta apenas um parâmetro de lipoproteı́na ou pode representar uma combinação de anormalidades de
lipoproteı́na, como TG elevado e HDL baixo.
No cenário clı́nico, uma dislipidemia	 primária, normalmente, refere-se a um defeito genético no
metabolismo do lipı́dio como causa do problema. Por exemplo, a hipercolesterolemia	familiar	é uma causa
de dislipidemia primária. E� caracterizada por uma mutação genética, resultando em aumento do LDL na
circulação devido à falta de receptores LDL. Em pacientes com hipercolesterolemia familiar, os nı́veis de LDL
são signi�icativamente elevados, talvez mesmo ao nascer, e o metabolismo prejudicado de LDL,
frequentemente, resulta em deposição de colesterol nas artérias, na pele, nos tendões e nas córneas.
Seguindo a digestão e a absorção de gordura dietética, o TG e o colesterol são embalados para formar
quilomı́crons nas células epiteliais dos intestinos – eles circulam pelo sistema linfático intestinal. No sangue,
quilomı́crons circulantes interagem nos capilares do tecido adiposo e nas células musculares, liberando TG
para o tecido adiposo armazenar e deixar disponı́vel para as necessidades energéticas do corpo.
A via endógena envolve a sı́ntese de lipoproteı́nas pelo fı́gado. TG e éster de colesterol são gerados pelo fı́gado
e embalados em partı́culas VLDL e, em seguida, liberados na circulação. O VLDL é, então, processado nos
tecidos para liberação de ácidos graxos e glicerol. Tenha em mente que os ácidos graxos são usados por
células musculares para energia ou pelas células adiposas para armazenamento. O colesterol é originado de
duas fontes: a fonte exógena	provém do exterior, ela viabiliza o que é ingerido, ou seja, o colesterol é
proveniente da dieta; já a fonte endógena é o que nós produzimos. 
Colesterol exógeno só existe em origem de produto animal. E� capturado no trato das células da mucosa
intestinal (enterócito); passa para a linfa; depois, para o tecido muscular para obtenção de energia; para o
tecido adiposo para armazenamento; e o remanescente é levado ao trato gastrointestinal, onde é emulsi�icado,
digerido por enzimas hidrolı́ticas e absorvido pelo fı́gado através dos quilomı́crons. 
VOCÊ SABIA?
Uma dislipidemia pode ser o resultado de superprodução, falta de liberação das
partıćulas de lipoproteıńa ou relacionada a outros defeitos nas apolipoproteıńas
ou enzimas. Saiba que as vias e os meios de metabolismo lipıd́ico no corpo
humano re�letem processos complexos, certas condições médicas ou
medicamentos e/ou fatores ambientais podem in�luenciar o metabolismo da
lipoproteıńa, resultando em uma condição dislipidêmica. 
Dessas duas fontes que você pôde conferir, de 100% do colesterol que é necessário para a nossa
sobrevivência, 70% pode ser produzido pelo organismo, os outros 30% vêm da alimentação. No contexto das
doenças cardiovasculares, garantir que pacientes recebem avaliação e tratamento adequados representa um
componente importante do cuidado clı́nico. Embora seja possı́vel implementar estratégias de gestão de
dislipidemia sem uma compreensão completa da base cientı́�ica dos transtornos dislipidêmicos, pode haver
mais oportunidades para otimizar o cuidado quando se utiliza um escopo mais amplo do conhecimento
cientı́�ico. 
4.3 Doenças neurovegetativas e desmielinizantes
O aumento da expectativa de vida, associado a hábitos danosos de saúde, exposição a elementos ambientais e
melhoria dos métodos diagnósticos, resultou, entre outros aspectos, em uma maior incidência de doenças
crônico degenerativas. Estas formam uma gama de doenças que afetam o sistema nervoso central, levando os
pacientes a comprometimentos funcionais, são as demências.
O número de pessoas com demência em todo o mundo deve aumentar para 131,5 milhões até 2050 (ONU,
2017). Ao estudar a demência, é muito importante entender a �isiopatologia, isto é, a neuropatológico. Con�ira
a seguir.
4.3.1 Alzheimer
Em 1906, o Dr. Alzheimer notou alterações no tecido cerebral de uma mulher que tinha morrido de uma
doença mental incomum. Seus sintomas incluı́am perda	 de	 memória, problemas	 de	 linguagem	 e
comportamento	 imprevisível. Depois que ela morreu, ele examinou seu cérebro e encontrou muitas
aglomerações anormais (agora chamadas placas amiloides) e feixes emaranhados de �ibras.
Essas placas e emaranhados no cérebro ainda são considerados algumas das principais caracterı́sticas da
doença de Alzheimer. Outra caracterı́stica é a perda de conexões entre células nervosas (neurônios) no
cérebro. Os neurônios transmitem mensagens entre diferentes partes do cérebro e do cérebro para músculos e
órgãos no corpo. O Alzheimer é a causa mais comum de demência entre idosos. A demência é a perda de
funcionamento cognitivo — pensar, lembrar e raciocinar — e de habilidades comportamentais a tal ponto que
interfere no cotidiano e nas atividades de uma pessoa. 
#PraCegoVer: a ilustração mostra um personagem idoso em seis situações. Ele é calvo, tem cabelos nas
laterais da cabeça e sobrancelhas na cor branca, pele clara, veste camisa azul. Na primeira situação, ele faz
cara de confuso ao olhar para duas peças de quebra-cabeça, e consta o texto “perda de memória”; na segunda
situação, ele gesticula com os dois braços, constam um relógio e o texto “confusão com o tempo ou o local”;
na terceira situação, ele coloca o indicador direito sobre o queixo, constam um ponto de interrogação e o texto
“resolvendo problemas”; na quarta situação, consta um balão de diálogo e o texto “falando ou escrevendo
problemas”; na quinta situação, ele segura uma peça de quebra-cabeça em cada mão, próximas uma da outra, e
consta o texto “problemas com tarefas familiares”; na sexta situação,ele aparece um duas reproduções de
imagens dele mesmo (em uma ele está chorando, na outra, zangado), e consta o texto “mudanças de humor e
personalidade”.
 
A demência varia em gravidade, desde o estágio mais leve (quando está apenas começando a afetar o
funcionamento de uma pessoa) até o estágio mais grave (quando a pessoa deve depender completamente dos
outros para atividades básicas da vida diária). Problemas	de	memória são tipicamente um dos primeiros
sinais de comprometimento cognitivo relacionados à doença de Alzheimer.
Figura 4 - Os primeiros sintomas do Alzheimer variam de pessoa para pessoa
Fonte: Adaptada de Irina Strelnikova, Shutterstock, 2020.
Algumas pessoas com problemas de memória têm uma condição chamada prejuízo	cognitivo	leve	(CCL). No
CCL, as pessoas têm mais problemas de memória do que o normal para sua idade, mas seus sintomas não
interferem em suas vidas cotidianas. Di�iculdades de movimento e problemas com o olfato também foram
ligados ao CCL. Pessoas mais velhas correm maior risco de desenvolver Alzheimer, mas nem todas elas o
desencadeiam. Algumas podem até voltar à cognição normal.
Para muitos, o declı́nio em aspectos não-memória da cognição, como a descoberta de palavras, questões de
visão/espaço e raciocı́nio ou julgamento prejudicado, pode sinalizar estágios iniciais da doença.
Pesquisadores estão estudando biomarcadores (sinais biológicos da doença encontrados em imagens
cerebrais, �luido cefalorraquidiano e sangue) para detectar alterações precoces no cérebro de pessoas com
prejuı́zo cognitivo leve e em pessoas cognitivamente normais que podem estar em maior risco de Alzheimer.
Estudos indicam que essa detecção precoce é possı́vel, mas são necessárias mais pesquisas antes que essas
técnicas possam ser usadas rotineiramente para diagnosticar o Alzheimer na prática médica cotidiana
(ROBBINS; COTRAN, 2016).
4.3.2 Parkinson
A doença de Parkinson é uma desordem	 cerebral	 que	 leva	 a	 tremores, rigidez	 e di�iculdade	 com
caminhada, equilíbrio	e coordenação. A� medida que a doença progride, as pessoas podem ter di�iculdade
para andar e falar, alterações mentais e comportamentais, problemas de sono, depressão, di�iculdades de
memória e fadiga. Homens e mulheres podem ter Mal de Parkinson, no entanto, a doença afeta cerca de 50%
mais homens do que mulheres. Um	 fator	 de	 risco	 claro	 para	 Parkinson	 é	 a	 idade. Formas de inı́cio
precoce de Parkinson são, muitas vezes, mas nem sempre, herdadas, e algumas formas foram ligadas a
mutações genéticas especı́�icas.
Bom, você deve estar se perguntando: “a�inal, o que causa a doença de Parkinson?”. Veja: essa doença ocorre
quando as células nervosas, ou neurônios, em uma área do cérebro que controla o movimento, �icam
prejudicadas e/ou morrem (GUYTON; HALL, 2016). Normalmente, esses neurônios produzem um importante
quı́mico cerebral conhecido como dopamina. Quando os neurônios morrem ou �icam prejudicados,
produzem menos dopamina, o que causa problemas de movimento do Parkinson. Os cientistas ainda não
sabem o que causa a morte de células que produzem dopamina.
Pessoas com Parkinson também perdem as terminações nervosas que produzem norepinefrina, o principal
mensageiro quı́mico do sistema nervoso simpático, que controla muitas funções automáticas do corpo, como
frequência cardı́aca e pressão arterial (GUYTON; HALL, 2016). A perda de norepinefrina pode ajudar a explicar
algumas das caracterı́sticas não-movimento do Parkinson, como fadiga, pressão arterial irregular, diminuição
do movimento dos alimentos através do trato digestivo e queda brusca da pressão arterial quando uma pessoa
se levanta de uma posição sentada ou deitada.
Embora alguns casos de Parkinson pareçam ser hereditários e alguns possam ser rastreados a mutações
genéticas especı́�icas, na maioria dos casos, a	 doença	 ocorre	 aleatoriamente	 e	 não	 parece	 ter	 um
comportamento	hereditário. Muitos pesquisadores, agora, acreditam que a doença de Parkinson resulta de
uma combinação de fatores genéticos e fatores ambientais, como a exposição a toxinas (GUYTON; HALL,
2016).
Segundo Robbins e Cotran (2016), a doença de Parkinson é, frequentemente, acompanhada por esses
problemas adicionais que podem ser tratados: 
Di�iculdades cognitivas (demência) e de
raciocıńio. Estes, geralmente, ocorrem nos
estágios posteriores da doença de Parkinson. Tais
•
problemas cognitivos não são muito responsivos
aos medicamentos.
Depressão e mudanças emocionais nos estágios
iniciais. O paciente também pode experimentar
outras mudanças emocionais, como medo,
ansiedade ou perda de motivação.
Problemas para engolir à medida que a condição
progride. A saliva pode se acumular na boca
devido à deglutição lenta, levando à baba.
Problemas com mastigação. A doença de
Parkinson, em estágio tardio, afeta os músculos
da boca, di�icultando a mastigação. Isso pode
levar à as�ixia e à má nutrição.
Problemas e distúrbios do sono. Pessoas com Mal
de Parkinson, comumente, têm problemas de
sono, incluindo acordar com frequência durante a
noite, acordar cedo ou dormir durante o dia.
Problemas na bexiga, incluindo não conseguir
controlar a urina ou ter di�iculdade para urinar
Constipação, principalmente devido a um trato
digestivo mais lento.
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•
•
•
A pressão sanguıńea muda (hipotensão
ortostática).
Disfunção do cheiro, di�iculdade em identi�icar ou
diferenciar certos odores.
Fadiga. Muitas pessoas com a doença perdem
energia e experimentam fadiga, especialmente no
�im do dia.
Dor. Algumas pessoas sentem dor, seja em áreas
especı�́icas ou em todo o corpo.
Disfunção sexual. Algumas pessoas com Mal de
Parkinson notam diminuição no desejo ou no
desempenho sexual.
As demências e as alterações de condução neuronal causam mudanças no comportamento e nas funções
vitais do paciente. São doenças que sofrem a in�luência de fatores ambientais e do estilo de vida do paciente,
mas também existe um fator genético que parece estar envolvido no seu aparecimento e na sua gravidade.
Vamos discutir, a seguir, as doenças que alteram a bainha de mielina que compõe células do sistema nervoso.
•
•
•
•
4.4 Pacientes com doenças desmielinizantes
Os transtornos	 desmielinizantes	 do	 sistema	 nervoso	 central são caracterizados pela quebra	 da
mielina, com ou sem preservação dos axônios associados. Doenças primárias desmielinizantes,
normalmente, envolvem perda de mielina com relativa preservação de axônios. Os distúrbios secundários
desmielinizantes representam um espectro de doença de matéria branca caracterizado por danos a neurônios
ou axônios com a consequente quebra da mielina.
As alterações patológicas observadas nos transtornos secundários desmielinizantes são variadas, variando de
desmielinização	 pura à necrose com desmielinização	 subsequente. Doenças secundárias
desmielinizantes estão associadas a uma grande variedade de condições, incluindo infecções/vacinas,
de�iciências nutricionais/vitaminas, agentes quı́micos, anormalidades genéticas e insulto vascular (GUYTON;
HALL, 2016).
Diferentes alterações podem afetar o funcionamento normal do sistema nervoso. Uma das situações que pode
ocorrer é o não reconhecimento, por parte do sistema imunológico, de nervos periféricos que passam a ser
destruı́dos e têm sua função prejudicada, gerando doenças como a Sı́ndrome de Guillain-Barré e a esclerose
múltipla, as quais você conhecerá detalhes agora. 
4.4.1 Síndrome de Guillain-Barré
A Sı́ndrome de Guillain-Barré (GBS) é uma doença	neurológica	 rara na qual o	 sistema	 imunológico	 do
corpo	ataca	erroneamente	parte	de	seu	sistema	nervoso	periférico — a rede de nervos localizados fora
do cérebro e da medula espinhal. A GBS pode variar de um caso muito leve, com fraqueza breve, a paralisia
quase devastadora, deixando a pessoa incapaz de respirar independentemente. Felizmente, a maioria das
pessoas eventualmente se recupera dos casosmais graves, mas, após a recuperação, algumas pessoas
continuarão a ter algum grau de fraqueza (ROBBINS; COTRAN, 2016).
Pode atingir qualquer idade (embora seja mais frequente em adultos e idosos), e ambos os sexos são
igualmente propensos ao transtorno. Estima-se que a GBS afete cerca de uma pessoa em 100.000 por ano. Sua
causa exata não é conhecida, pesquisadores não sabem o motivo de ela atingir algumas pessoas e não outras.
Não é contagiosa ou herdada (ROBBINS; COTRAN, 2016).
A maioria dos casos, geralmente, começa alguns dias ou semanas após uma infecção viral respiratória ou
gastrointestinal. Ocasionalmente, a cirurgia vai desencadear a sı́ndrome. Recentemente, alguns paı́ses do
mundo relataram um aumento	da	incidência	de	GBS	após	a	infecção	pelo	vírus	Zika.
Sensações inexplicáveis, geralmente, ocorrem primeiro, como formigamento nos pés ou nas mãos ou mesmo
dor (especialmente, em crianças), muitas vezes, começando nas pernas ou nas costas. Crianças também
apresentaram sintomas com di�iculdade para andar e podem se recusar a andar. Essas sensações tendem a
desaparecer antes que os sintomas maiores e de longo prazo apareçam. A fraqueza pode aparecer primeiro
como di�iculdade para subir escadas ou andar.
Os sintomas, frequentemente, afetam braços, músculos respiratórios e rosto, re�letindo danos nervosos mais
generalizados. Ocasionalmente, os	 sintomas	 começam	 na	 parte	 superior	 do	 corpo	 e	 se	 movem	 para
baixo, para as pernas e os pés (ROBBINS; COTRAN, 2016). A maioria das pessoas atinge o maior estágio de
VOCÊ SABIA?
Guyton e Hall (2016) a�irmam que o sistema imunológico da pessoa afetada
começa a atacar o próprio corpo. Acredita-se que, pelo menos em alguns casos,
esse ataque imunológico é iniciado para combater uma infecção e que alguns
produtos quıḿicos sobre bactérias e vıŕus infectantes se assemelham aos das
células nervosas, que, por sua vez, também se tornam alvos de ataques. Uma vez
que o próprio	sistema	imunológico	do	corpo	faz	o	dano, a GBS é chamada de
doença	autoimune. 
fraqueza nas duas primeiras semanas após o aparecimento dos sintomas; na terceira semana, 90% dos
indivı́duos afetados estão mais fracos.
Além de fraqueza muscular, os sintomas podem incluir: 
Di�iculdade com músculos oculares e visão.
Di�iculdade de engolir, falar ou mastigar.
Parestesia nas mãos e nos pés.
Dor que pode ser severa, particularmente, à noite.
Problemas de coordenação e instabilidade.
Batimento cardıáco anormal, frequência ou
pressão arterial anormais.
Problemas com digestão e/ou controle da bexiga.
Esses sintomas podem aumentar em intensidade durante um perı́odo de horas, dias ou semanas até que certos
músculos não possam ser usados. Quando graves, a pessoa está quase totalmente paralisada. Nesses casos, o
transtorno é fatal — potencialmente interferindo na respiração e, às vezes, na pressão arterial ou na frequência
cardı́aca (ROBBINS; COTRAN, 2016).
Não há cura conhecida para a Sı́ndrome de Guillain-Barré. No entanto, algumas terapias podem diminuir a
gravidade da doença e reduzir o tempo de recuperação. Há também várias maneiras de tratar as complicações
da doença.
4.4.2 Esclerose múltipla
A esclerose múltipla (EM) é uma condição que pode	afetar	o	cérebro	e	a	medula	espinhal, causando uma
gama de sintomas potenciais, incluindo problemas com visão, movimento do braço ou da perna,
sensibilidade ou equilı́brio.
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E� mais comumente diagnosticada em pessoas entre 20 e 30 anos, embora possa se desenvolver em qualquer
idade, sendo uma das causas mais comuns de incapacidade em adultos mais jovens. E� cerca de duas a três
vezes mais comum em mulheres do que em homens (GUYTON; HALL, 2016).
Os sintomas da EM variam muito de pessoa para pessoa e podem afetar qualquer parte do corpo. Como
principais sintomas, saiba que eles incluem:
Fadiga e di�iculdade para andar.
Problemas de visão, como visão turva.
Problemas de controle da bexiga.
Dormência ou formigamento em diferentes
partes do corpo.
Rigidez muscular e espasmos.
Problemas com equilıb́rio e coordenação.
Problemas com o pensamento, aprendizado e
planejamento.
A esclerose é uma doença	 autoimune. E� quando algo dá errado com o sistema imunológico e ele ataca
erroneamente uma parte saudável do corpo – neste caso, o cérebro ou a medula espinhal do sistema nervoso.
Na esclerose, o sistema imunológico ataca a camada que circunda e protege os nervos chamados bainha de
mielina. Isso dani�ica e cicatriza essa bainha, e, potencialmente, os nervos subjacentes, o que signi�ica que as
mensagens que viajam ao longo dos nervos �icam interrompidas. Não está claro o que faz com que o sistema
imunológico aja exatamente dessa forma, mas a maioria dos especialistas acham que está envolvida a uma
combinação de fatores genéticos e ambientais.
Atualmente, não	há	cura	para	esclerose	múltipla, mas vários tratamentos	podem	ajudar	a	controlar	a
condição. O tratamento vai depender dos sintomas e das di�iculdades especı́�icas do paciente, podendo
incluir:
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Tratamento de recaıd́as com corticosteroide para
acelerar a recuperação.
Tratamentos especı�́icos para sintomas
individuais.
Tratamento para reduzir o número de recaıd́as
usando medicamentos chamados terapias
modi�icadoras de doenças.
As terapias	 modi�icadoras	 de	 doenças também podem ajudar a retardar	 ou	 reduzir	 o	 agravamento
geral	da	incapacidade. Infelizmente, atualmente, não	há	tratamento	que	possa	retardar	o	progresso	ou
curar	a	esclerose	múltipla, os pacientes diagnosticados com EM encontram a possibilidade de diminuir a
velocidade dos sintomas e/ou minimizar os desconfortos causados pela doença. Existem pesquisas sendo
realizadas por cientistas de todo o mundo em busca da cura dessa doença.
•
•
Conclusão
Entendendo os resultados das interações ambientais com o organismo, você pode discutir os sinais e os
sintomas que decorrem de diferentes processos patológicos. Sejam doenças que resultam de agentes
patológicos virais, doenças autoimunes ou aquelas causadas por predisposições genéticas e reforçadas pelo
estilo de vida individual. 
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
Identificar mecanismos fisiopatológicos de doenças que
acometem os sistemas imunológico, cardiocirculatório,
metabólico, respiratório e nervoso;
reconhecer as principais doenças que decorrem da perda de
homeostase do organismo;
enumerar infecções locais e sistêmicas;
avaliar patologias associadas a alterações das vias metabólicas
fisiológicas;
identificar circunstâncias que comprometem o funcionamento do
sistema nervoso e a condução dos impulsos nervosos.
•
•
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•
•
Bibliografia
BIERNATH, A. Por	 que	 você	 deveria	 conhecer	 Sérgio	 Ferreira. Disponı́vel
em: https://saude.abril.com.br/bem-estar/por-que-voce-deveria-conhecer-sergio-ferreira/
(https://saude.abril.com.br/bem-estar/por-que-voce-deveria-conhecer-sergio-ferreira/). Acesso em: 15 jul.
2020.
BRITO, A. M.; CASTILHO, E. A.; SZWARCWALD, C. L. AIDS	 e	 infecção	 pelo	 HIV	 no	 Brasil: uma epidemia
multifacetada. Disponı́vel em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0037-
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86822001000200010&lng=en&nrm=iso). Acesso em: 18 jul. 2020.
BRASILEIRO FILHO G. B. Patologia	geral. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. 463p.
GUYTON, A. C.; HALL, J. E. Tratado	de	�isiologia	médica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.
NAÇO� ES UNIDAS BRASIL – ONU. OMS: número de pessoas afetadas por demência triplicará no mundo até
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