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1 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 2 2 CONCEITO DE FARMACOLOGIA ............................................................. 3 3 FARMACOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO .................................... 5 4 VIAS RESPIRATÓRIAS INTEGRADAS: ANATOMIA, HISTOLOGIA E FUNÇÃO .....................................................................................................................5 5 DOENÇAS RESPIRATÓRIAS .................................................................... 7 5.1 Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) .................................... 8 5.2 Bronquite ............................................................................................ 14 5.3 Enfisema Pulmonar ............................................................................ 17 5.4 Asma .................................................................................................. 20 5.5 Câncer de Pulmão .............................................................................. 28 6 AS DIFERENTES ÁREAS DA FARMACOLOGIA ..................................... 30 6.1 Farmacodinâmica ............................................................................... 30 6.2 Farmacocinética ................................................................................. 31 6.3 Farmacotécnica .................................................................................. 33 6.4 Farmacognosia ................................................................................... 34 6.5 Farmacoterapêutico............................................................................ 35 6.6 Imunofarmacologia ............................................................................. 37 7 ADESÃO À FARMACOTERAPIA ............................................................. 39 7.1 Tipos de não adesão à terapêutica .................................................... 43 7.2 Medição da não adesão à terapêutica ............................................... 44 7.3 Métodos Diretos ................................................................................. 45 7.4 Métodos Indiretos ............................................................................... 46 8 BIBLIOGRAFIA ......................................................................................... 48 2 1 INTRODUÇÃO Prezado aluno! O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe convier para isso. A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades. Bons estudos! 3 2 CONCEITO DE FARMACOLOGIA Fonte: iped.com.br Entre as ciências biológicas, a farmacologia ocupa lugar sui generis. Sem limites, possui raízes profundas nas ciências básicas, ramifica-se em todas as especialidades médicas, invade a psicologia, a sociologia, a ecologia, a agricultura, a guerra. Quando se define a farmacologia como estudo da interação de compostos químicos com os organismos vivos, a amplitude do seu campo logo se toma patente. De um lado, o agente químico, de outro, o sistema vivo, que jamais é estático, sempre se apresentando de maneira dinâmica, variando de um momento para outro, sob o influxo de inúmeros fatores. Em virtude dessa variação, a interação substância química versus sistema vivo exterioriza-se em variabilidade inusitada. O sistema vivo pode ser uma organela celular, uma célula, um órgão isolado, um sistema ou o organismo inteiro. O agente químico pode apresentar-se como molécula bem definida ou sob a forma de um extrato ou mistura de composição não totalmente conhecida. Na realidade, a farmacologia reflete a natureza. Esta, nos seus processos vitais, sempre utiliza um composto químico como intermediário indispensável, desde os mais básicos atos fisiológicos, como a digestão (enzimas), até as manifestações mais complexas do sistema nervoso central e comportamento (neurotransmissores). Quando a farmacologia se especializa no campo médico, a substância química recebe o nome de droga ou fármaco. A farmacologia estuda o resultado da interação da droga com o sistema biológico. A resposta ou efeito dessa interação pode apresentar diversas gradações, simplificadas em dois grandes tipos: benéficos ou maléficos. 4 No primeiro caso, a droga que provoca efeito benéfico passa a chamar-se medicamento e é utilizada na prática médica, sob várias modalidades de aplicação, sempre em benefício do paciente; no segundo caso, a interação produz efeito maléfico para o sistema vivo, a droga se chama tóxico e seu estudo constitui objeto da toxicologia. Veja o esquema na figura abaixo (1.1). A palavra droga é usada pelo leigo também para indicar substância de abuso, tipo cocaína, maconha, heroína etc. A farmacologia médica estuda principalmente a droga-medicamento, com os seus efeitos benéficos e desejáveis, mas também focaliza a possível e potencial toxicidade dos medicamentos. Com essa significação, estuda qualquer composto biologicamente ativo, inclusive determinados alimentos, analisando não somente os medicamentos habituais, de origem exógena, mas também as substâncias sintetizadas pelo nosso corpo (hormônios, mediadores químicos etc.). O nosso organismo, nesse último exemplo, teria uma farmacologia intrínseca, possuindo na intimidade dos seus tecidos a substância química ativa e o alvo a ela sensível. Fonte: Silva (2010) Esse foi o conceito da autofarmacologia, criado por Henry Dale, de tanta repercussão na evolução da farmacologia moderna. A palavra fármaco vem do grego pharmakon, que significa não apenas a substância de uso terapêutico, mas também veneno, feitiço e influência sobrenatural ou mística. A palavra fármaco é usada como sinônimo de droga-medicamento. A palavra remédio é utilizada pelos leigos como sinônimo de medicamento e especialidade farmacêutica; na realidade, remédio é qualquer dispositivo, inclusive o medicamento, que sirva para tratar o doente: massagem, fisioterapia, clima, sugestão etc. 5 3 FARMACOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO A farmacologia respiratória aborda a ação direta ou indireta de drogas em várias células das vias respiratórias e dos pulmões, identificando em maior detalhe os seus mecanismos de ação, farmacodinâmica, farmacocinética e tolerabilidade, oferecendo subsídios para o seu uso racional. O sistema respiratório possui grande número de funções intimamente correlacionadas, tais como: filtração e aquecimento do ar, defesa, equilíbrio ácido-básico, fonação, metabolismo e trocas gasosas. Em cada um desses eventos fisiológicos, diversos grupos celulares estão envolvidos, e, dessa forma, vários medicamentos podem interferir sobre cada uma dessas funções. O número crescente de pesquisas e lançamentos de novos fármacos tem permitido múltiplas opções terapêuticas em diversas especialidades médicas. As medicações são de uso frequente em todas as faixas etárias, mas em particular nos indivíduos com idade superior a 65 anos. Devem merecer atenção as ações diretas e indiretas dessasdrogas sobre o sistema respiratório e suas interações medicamentosas. 4 VIAS RESPIRATÓRIAS INTEGRADAS: ANATOMIA, HISTOLOGIA E FUNÇÃO Embriologicamente, o aparelho respiratório é derivado principalmente da endoderme, da sua divisão mesenquimatosa. O primeiro esboço desse sistema ocorre nos embriões de 2 a 2,5 mm (4 semanas). Sua primeira indicação é a formação do sulco laringotraqueal, perceptível nos embriões de 3 mm. Esse sulco é uma saliência média, situada na extremidade caudal da parede ventral da faringe primitiva. O crescimento ocorre caudalmente ao longo do intestino, e, a princípio, aparece apenas como uma zona epitelial engrossada. Rapidamente se arranja ordenadamente em forma de tubo, dando origem à laringe, à traqueia e aos pulmões. Pode-se dividir didaticamente o sistema respiratório em superior e inferior. O sistema respiratório superior compreende o nariz, as cavidades nasais, os seios paranasais, a nasofaringe e a orofaringe. Já o sistema respiratório inferior é composto pela laringe, traqueia, brônquios (23 gerações) e pulmões-superfície alveolocapilar. Todavia, atualmente as vias respiratórias superiores e inferiores são estudadas como uma via respiratória unificada, forrada por um único tapete celular altamente diferenciado e especializado que se estende do nariz aos alvéolos. 6 Diversos mecanismos de defesa estão presentes em toda a extensão das vias respiratórias, sejam eles físicos, mecânicos ou imunológicos (Quadro abaixo 71.1). Esses mecanismos podem variar de local para local do sistema respiratório, desde que existam alterações estruturais e funcionais ao longo das vias respiratórias condutoras e de troca. Durante a respiração normal, as vias respiratórias são expostas a numerosas partículas e micro-organismos veiculados no ar. A configuração da pirâmide nasal, os pelos, as conchas nasais e o trajeto dicotomizado dos brônquios são responsáveis pela filtragem e aquecimento do ar. As células que revestem a nasofaringe e as vias respiratórias condutoras são ciliadas, constituindo um epitélio colunar pseudoestratificado. Glândulas subepiteliais secretam muco na direção da superfície, o que protege o epitélio e ajuda na depuração de partículas aprisionadas. O pulmão é o órgão com a maior superfície epitelial (70 m²) em contato com o meio exterior, e tem como função primordial a troca gasosa. Qualquer material aerossolizado na forma de partículas pode permanecer disperso no ar ou ser inalado e impactar-se em diferentes locais das vias respiratórias, de acordo com seu tamanho. As partículas cujos diâmetros são maiores que 5 11m tendem a ser bloqueadas na nasofaringe, na orofaringe ou grande via respiratória condutora. As partículas menores que 1 µm têm pouca chance de ficar presas na nasofaringe ou nas vias respiratórias condutoras; a maioria delas tende a alcançar as regiões pulmonares distais ou são exaladas de volta (Quadro abaixo 71.1). Somam-se a esses mecanismos os reflexos de fungar, espirrar e tossir. Finalmente, as imunoglobulinas (lgA, lgE, IgG e JgM) presentes nas secreções respiratórias, macrófagos e células do sistema imune, bem como nos tecidos linfoepiteliais específicos em vias respiratórias superiores, tonsilas e adenoides (NALT- nasal associated lymphoid tissue) e, em vias respiratórias inferiores, aglomerados linfoides (BALT - bronchus associated lymphoid tissue) constituem mecanismos de defesa imunológica indispensáveis.1 1 Texto do extraído do link: https://docero.com.br/doc/nn051s 7 Fonte: Souza-Machado et al (2010) 5 DOENÇAS RESPIRATÓRIAS No mundo todo, as doenças que acometem o sistema respiratório ocupam o posto de terceira causa de morte. Dentre as doenças mais comuns que acometem o aparelho respiratório estão: Broncopatias; Pneumopatias; Transtornos respiratórios; Fístula do trato respiratório; Doenças torácicas; Transtorno da motilidade ciliar; Doenças nasais; Hipersensibilidade respiratória; Infecções respiratórias; Doenças da traquéia; Laringopatias; Doenças pleurais; Anormalidades do sistema respiratório; Neoplasias do trato respiratório. Os pulmões são órgãos que compõem o sistema respiratório, responsáveis pelas trocas gasosas entre o ambiente e a corrente sanguínea. São dois órgãos de 8 formato piramidal, sendo estes os principais órgãos do sistema respiratório dos humanos. As doenças mais comumente observadas que acomete os pulmões são: Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC); Bronquite; Enfisema pulmonar; Asma; Câncer de pulmão.2 5.1 Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) A DPOC é uma doença crônica intimamente ligada ao tabagismo, que pode se agravar sem o tratamento adequado, comprometendo significativamente a qualidade de vida. Segundo a Organização Mundial da Saúde, a DPOC será a terceira principal causa de morte em 2020. É comum as pessoas acharem que a DPOC é uma doença de pessoas idosas e, por isso, não se preocuparem com ela. Na verdade, a doença atinge principalmente pessoas com mais de 40 anos, podendo inclusive ser identificada em pessoas mais jovens. Os pacientes com DPOC grave têm falta de ar com a maioria das atividades e são internados no hospital com muita frequência. Entre as possíveis complicações da doença estão o desenvolvimento de arritmias, necessidade de máquina de respiração e oxigenoterapia, insuficiência cardíaca no lado direito ou cor pulmonale (inchaço do coração ou insuficiência cardíaca devido à doença pulmonar crônica), pneumonia, pneumotórax, perda de peso ou desnutrição grave e osteoporose. A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) refere-se a um grupo de doenças pulmonares que bloqueiam o fluxo de ar, tornando a respiração difícil. Só no Brasil, cerca de cinco milhões de pessoas sofrem com o problema. É uma doença lenta, que frequentemente se inicia com discreta falta de ar associada a esforços como subir escadas, andar depressa ou praticar atividades esportivas. No entanto, com o passar do tempo, a falta de ar (dispneia) se torna mais intensa e surge depois de esforços cada vez menores. Nas fases mais avançadas, a falta de ar está presente 2 Texto extraído do link: https://www.infoescola.com/doencas/doencas-respiratorias/ 9 mesmo com o doente em repouso e agrava-se muito diante das atividades mais corriqueiras. Fonte: minhavida.com.br Existem duas formas principais de DPOC. A maioria das pessoas com DPOC tem uma combinação dessas condições: Bronquite crônica, que envolve tosse prolongada com muco Enfisema, que envolve a destruição dos pulmões ao longo do tempo. Causas Quando você respira, entra ar nos seus pulmões através de dois grandes tubos, chamados brônquios. Dentro de seus pulmões, estes tubos criam diversas ramificações, como uma árvore, que terminam em aglomerados de pequenos sacos de ar (alvéolos). Os sacos de ar têm paredes muito finas cheias de pequenos vasos sanguíneos, chamados capilares. O oxigênio do ar que você inala passa para estes vasos sanguíneos e entra na corrente sanguínea. Ao mesmo tempo, o dióxido de carbono - um gás que é um produzido durante esse processo - é exalado. Seus pulmões contam com a elasticidade natural dos brônquios e sacos aéreos para forçar o ar para fora do seu corpo - por isso seu peito infla na inspiração e desincha da expiração. A DPOC faz com que eles percam essa elasticidade, o que deixa um pouco de ar preso em seus pulmões quando você expira. Obstrução das vias aéreas O enfisema, parte do quadro de DPOC, provoca a destruição das paredes frágeis e fibras elásticas dos alvéolos. Isso ocasiona um pequeno colapso das vias aéreas quando você expira, prejudicando o fluxo de ar para fora de seus pulmões. Já 10 a bronquite crônica deixaos brônquios inflamados, e por isso eles passam a produzir mais muco. Isso pode bloquear as ramificações mais estreitas, causando a dificuldade na respiração. Além disso, seu organismo desenvolve a tosse crônica, na tentativa de limpar suas vias respiratórias. Fatores de risco Tabagismo O tabagismo é o principal fator de risco para DPOC, causando cerca de 85% dos casos da doença. Isso porque a fumaça inalada leva a inflamação pulmonar, causando a obstrução dos brônquios e a destruição dos alvéolos (enfisema), responsáveis pelas trocas gasosas. Se a pessoa parar de fumar antes de apresentar perda da função pulmonar, é possível que não venha a apresentar os sintomas da doença. Caso já tenha desenvolvido a DPOC, a doença poderá não progredir com a retirada do cigarro e o tratamento correto. Quanto ao tabagismo passivo, não se sabe ainda se ele causa DPOC, porém os fumantes passivos têm mais tosse e secreção pulmonar. Pessoas com asma ou outras doenças respiratórias têm mais chances de desenvolver a DPOC caso sejam fumantes. Exposição a gases Pessoas que nunca fumaram, mas estiveram expostas a substâncias tóxicas, poluição, gases ou fumaça também podem desenvolver a doença, devido à resposta inflamatória dos pulmões à longa exposição desses poluentes. Deficiência de alfa-1- antitripsina Em cerca de 1% das pessoas com DPOC, a doença resulta de uma perturbação genética que causa os baixos níveis de uma proteína chamada alfa-1-antitripsina (AAT). Ela é produzida no fígado e secretada na circulação sanguínea para ajudar a proteger os pulmões. A deficiência de alfa-1-antitripsina podem causar danos no fígado, bem como os pulmões. Para aqueles com DPOC relacionada com a deficiência de AAT, as opções de tratamento são as mesmas que para as pessoas com tipos mais comuns de DPOC. Algumas pessoas podem ser tratadas através da substituição da proteína AAT deficiente, o que pode evitar mais danos aos pulmões. 11 13Idade A DPOC se desenvolve lentamente ao longo dos anos, por isso a maioria das pessoas tem entre 35 a 40 anos quando os sintomas começam. Tratamento de DPOC Um diagnóstico de DPOC não é o fim do mundo. Para todos os estágios da doença, o tratamento eficaz está disponível, que pode controlar os sintomas, reduzir o risco de complicações e exacerbações e melhorar a sua capacidade de levar uma vida ativa. Confira as principais modalidades de tratamento: Cessar o tabagismo O passo mais importante em qualquer plano de tratamento para a DPOC é parar de fumar. É a única maneira de evitar que a DPOC se agrave. Mas parar de fumar não é fácil. E essa tarefa pode parecer particularmente difícil se você já tentou parar de fumar e não obteve sucesso. Converse com seu médico sobre os produtos de reposição de nicotina e medicamentos que podem ajudar, assim como a forma de lidar com as recaídas. Também é uma boa ideia para evitar exposição ao fumo passivo, sempre que possível. Broncodilatadores Esses medicamentos - que geralmente vêm em um inalador - relaxam os músculos em torno de suas vias aéreas. Isso pode ajudar a aliviar a tosse e falta de ar e facilitar a respiração. Há broncodilatadores de curta duração (de quatro a seis horas de ação) e de longa duração (de 12 a 24 horas de ação), mas nenhum desses é um tratamento preventivo, devendo ser associado a outros medicamentos. Dependendo da gravidade da sua doença, você pode precisar de um broncodilatador de curta ação antes das atividades, um broncodilatador de longa duração que você usa todos os dias ou de ambos. Os broncodilatadores podem ser ministrados por meio de nebulizadores, nebulímetros (sprays ou "bombinhas"), turbohaler (um tipo de "bombinha" que se inala um pó seco), rotadisks (uma "bombinha" com formato de disco que se inala um pó seco). 12 Corticosteroides inalados Essa classe de medicamentos inclui fluticasona, budesonida, mometasona, ciclesonida, flunisolide, beclometasona e outros. As inalações são feitas com inaladores portáteis, por meio de sprays ou em forma de pó. O tempo de ação pode ser de quatro, 12 ou 24 horas, e o espaço entre as inalações varia conforme esse intervalo. Esses medicamentos são úteis para as pessoas com exacerbações frequentes da DPOC. Ao contrário dos corticosteroides orais, que passam primeiro pela corrente sanguínea para então atingir seu alvo, os corticosteroides inalados têm um risco relativamente baixo de efeitos colaterais e são geralmente seguros para uso contínuo. Você pode precisar usar esses medicamentos durante vários dias ou semanas antes que eles atinjam o seu máximo benefício. Outros medicamentos Inaladores de combinação: são medicamentos que combinam broncodilatadores e corticosteroides inalados, geralmente indicados para pacientes que necessitam de ambos os tratamentos. São indicados para controlar a falta de ar em pessoas com DPOC ou asma Corticosteroides orais: para as pessoas que têm uma exacerbação aguda moderada ou grave, esses medicamentos evitam agravamento da DPOC. No entanto, eles podem ter efeitos secundários graves, tais como ganho de peso, diabetes, osteoporose, cataratas e um risco aumentado de infecção Teofilina: medicamento que ajuda a melhorar a respiração e previne exacerbações. A teofilina funciona principalmente como broncodilatador, mas possui efeito anti-inflamatório, sendo também associada aos corticoides. Os efeitos colaterais podem incluir náuseas, batimentos cardíacos acelerados e tremor Antibióticos: infecções respiratórias como bronquite aguda, pneumonia e influenza podem agravar os sintomas da DPOC. Os antibióticos ajudam a combater as crises agudas Inibidores de fosfodiesterase-4: é um anti-inflamatório para combater a inflamação nos pulmões e brônquios, além de reduzir o número de crises ou exacerbações. Ele deve ser sempre complementar aos 13 broncodilatadores e nunca deve ser usado de forma isolada. A administração é oral. Terapias Os médicos costumam usar esses tratamentos adicionais para pessoas com DPOC moderada ou grave: A terapia com oxigênio: Se não há oxigênio suficiente no sangue, você pode precisar de oxigênio suplementar. Existem vários dispositivos para fornecer oxigênio para os pulmões, incluindo unidades portáteis leves que você pode levar para qualquer lugar. Algumas pessoas com DPOC usam oxigênio apenas durante as atividades ou durante o sono. Outros usam oxigênio o tempo todo. A terapia com oxigênio pode melhorar a qualidade de vida e é a única terapia de DPOC que comprovadamente prolonga a vida do paciente. Converse com seu médico sobre suas necessidades e opções Programa de reabilitação pulmonar: esses programas normalmente combinam treinamento físico, aconselhamento nutricional e aconselhamento sobre a doença. Você vai trabalhar com uma variedade de especialistas, que podem adaptar o programa de reabilitação para atender às suas necessidades. A reabilitação pulmonar pode reduzir as hospitalizações, aumentar a sua capacidade de participar em atividades diárias e melhorar a sua qualidade de vida. Converse com seu médico sobre o encaminhamento a um programa.3 3 Texto extraído do link: https://www.minhavida.com.br/saude/temas/dpoc 14 5.2 Bronquite Fonte: canceresaude.com.br A bronquite é um processo inflamatório dos brônquios - as estruturas que levam o ar para os pulmões. Ela pode causar tosse com produção de muco e falta de ar. A bronquite pode ser aguda ou crônica. A forma aguda da bronquite é muito comum e, geralmente, vem acompanhada de outras condições, como a gripe ou outro problema respiratório. No entanto, se você tiver crises repetidas de bronquite, você pode ter bronquite crônica, o que requer atenção médica. Tipos A bronquite pode ser dividida em dois tipos: Bronquite agudaA bronquite aguda é um processo inflamatório agudo (ou seja, pontual) dos brônquios, em geral, associado a um processo infeccioso viral ou bacteriano. A bronquite aguda, também chamada de resfriado torácico, geralmente melhora em uma semana a 10 dias, sem efeitos duradouros, embora a tosse possa durar semanas. Bronquite crônica É um processo inflamatório crônico dos brônquios, em geral, secundário ao uso do tabaco ou processo alérgico (a chamada bronquite asmática). A bronquite crônica pode durar às vezes por meses ou anos. 15 Causas Bronquite aguda De acordo com Alexandre Okamori, alergologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, o termo bronquite comumente é usado para denominar a asma, que é uma doença caracterizada por uma inflamação das vias aéreas, com limitação reversível de fluxo aéreo, com sintomas como tosse, falta de ar, chiado e pressão no peito. Bronquite é geralmente causada por vírus. A doença costuma estar acompanhada de uma outra infecção viral respiratória, como gripes e resfriados. No início, ela afeta o nariz, a garganta e, depois, se espalha para os pulmões. Às vezes, pode-se contrair uma infecção bacteriana secundária nas vias respiratórias. Isso significa que uma bactéria infectou as vias respiratórias, além do vírus. Bronquite crônica O fumo é o principal responsável pelo desenvolvimento da bronquite crônica. Poluição e a emissão de gases tóxicos no meio ambiente ou no ambiente de trabalho também estão entre as prováveis causas. A bronquite crônica é um tipo de Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). Fatores alérgicos, como os desencadeados pela asma, também pode causar bronquite crônica. Fatores de risco Alguns fatores são considerados de risco por médicos. Segundo eles, eles podem ajudar no desenvolvimento de bronquite. Confira: Fumo: o hábito de fumar pode elevar os riscos de uma pessoa desenvolver tanto a bronquite aguda quanto a crônica Imunidade baixa: este fator de risco costuma ser uma consequência de outra doença aguda, como a gripe, ou ainda de uma condição crônica, como Aids Idade: idosos, crianças pequenas e bebês têm mais riscos de contrair a infecção Exposição a agentes irritantes: a chance de contrair a doença é maior se você trabalha com gases ou outros agentes que possam causar irritação nos pulmões Refluxo gástrico: doenças que causam refluxo gástrico e azia podem aumentar as chances de a pessoa desenvolver bronquite. 16 Tratamento de Bronquite Os principais objetivos do tratamento da bronquite aguda e crônica são aliviar os sintomas e facilitar a respiração. Uma das melhores maneiras de tratar a bronquite aguda e crônica é remover a fonte de irritação e danos aos pulmões. Se os sintomas da bronquite não desaparecerem, seu médico pode prescrever a você um inalador para abrir as vias respiratórias, caso você esteja com chiado no peito. Bronquite aguda Se você tiver bronquite aguda, seu médico pode recomendar repouso, muitos líquidos e aspirina (para adultos) ou paracetamol para tratar a febre. Antibióticos geralmente não são prescritos para bronquite aguda. Isso ocorre porque eles não funcionam contra vírus - a causa mais comum de bronquite aguda. No entanto, se o seu médico achar que você tem uma infecção bacteriana, ele ou ela pode prescrever antibióticos. Bronquite crônica Se você tem bronquite crônica e também foi diagnosticado com DPOC pode precisar de medicamentos para abrir as vias aéreas e ajudar a eliminar o muco. Estes medicamentos incluem broncodilatadores (inalados) e esteróides (inalados ou comprimidos). Prevenção Algumas medidas podem prevenir a ocorrência de bronquite. Conheça e previna-se: Não fume Tome a vacina contra a gripe e a vacina pneumocócica anualmente Reduza sua exposição à poluição do ar e a agentes químicos que possam causar irritação aos pulmões Deixe o quarto e a casa bem arejados, evite objetos que possam acumular pó, coloque capa no colchão e travesseiro Faça atividades físicas 17 Lave as mãos frequentemente a fim de evitar a disseminação de vírus e de outras infecções.4 5.3 Enfisema Pulmonar Fonte: cliquefarma.com.br O enfisema, também conhecido como enfisema pulmonar, é uma DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica) não contagiosa causada pela grande exposição a agentes poluentes e/ou químicos e que acabam danificando os alvéolos pulmonares. Em 80% dos casos, o tabaco é o principal causador da doença. Por mais que nós não percebamos, estamos expostos a agentes degeneradores praticamente o dia todo, como a poluição, poeira, bactérias que estão presentes no ar e fumaça de cigarro – até mesmo quando não somos fumantes. E tudo isso acaba influenciando no funcionamento do nosso sistema respiratório. Como o Enfisema se desenvolve? Com a inalação dos agentes causadores da doença, os sacos de ar presentes em nossos pulmões (alvéolos) são afetados drasticamente, o que acaba ocasionando dificuldade na hora de realizar as trocas gasosas de nossa respiração. Com a destruição dessas áreas, a troca do oxigênio (O2) pelo dióxido de carbono (CO2) não acontece da maneira que deveria, diminuindo a quantidade de oxigênio que circula no sangue e ocasionando a falta de ar na pessoa. 4 Texto extraído do link: https://www.minhavida.com.br/saude/temas/bronquite 18 Agentes causadores Quase todos os casos são derivados do consumo intenso e prolongado do tabaco, mas também há outras causas para a doença, como a inalação de detritos e gases tóxicos no local de trabalho e a genética. Além disso, há também uma outra causa, porém mais rara, que é a ausência de uma enzima produzida nos pulmões chamada alfa-1-antripsina. Além dessas causas, existem, ainda, alguns fatores de risco que podem ajudar no desenvolvimento do enfisema: Poluição ambiental; Má nutrição; Infecções respiratórias; Baixa temperatura; Histórico familiar de DPOC. Diagnóstico e o tratamento do Enfisema O diagnóstico do enfisema está interligado com o das DPOC e ele pode ser feito através de 3 exames. 1. Radiografia do tórax: identifica se há hiperinsuflação e bolhas de ar dentro dos pulmões. 2. Gasometria arterial: análise dos valores de oxigênio e dióxido de carbono circulantes no sangue do paciente. 3. Espirometria ou prova de função pulmonar: o melhor para diagnosticar não só essa doença, mas outras DPOC também, esse exame consiste no paciente respirar através de um tubo enquanto um computador registra diversos parâmetros respiratórios. Feito o diagnóstico, é hora do tratamento. Por mais que o enfisema não tenha cura, ele pode ser controlado quase que completamente. Para tanto, 6 tipos de tratamento podem ser executados. 19 Medicamentos como inalantes Os broncodilatadores são medicamentos que relaxam os músculos dos brônquios e melhoram o fluxo de ar do paciente. Além deles, o médico pode prescrever também corticosteróides, que aliviam os sintomas da inflamação pulmonar. Tratamento oral Outros medicamentos podem ser prescritos para quem possui enfisema pulmonar, como antibióticos, que previnem possíveis infecções mais graves, e mucolíticos, para diminuir o muco formado por conta da obstrução dos canais respiratórios. Oxigenoterapia Nem todos os pacientes de enfisema pulmonar precisam fazer esse tratamento, mas é preciso estar ciente de que, conforme a doença progride, a necessidade do oxigênio aumenta. Portanto, o uso de oxigênio por intervenção médica pode ocorrer também. Cirurgia e reabilitação pulmonar A cirurgia pode ser uma boa opção para quem tem o enfisema em estado avançado. Ela consiste na diminuição do volume pulmonar, o que ajuda na redução dos sintomas da doença, e em casos extremamente graves, o transplante de pulmão também é umaalternativa. Dependendo do quadro clínico, o médico pode indicar reabilitação pulmonar, que nada mais são do que exercícios que fortalecem os seus pulmões. Além disso, você poderá também interagir com outras pessoas que possuem a doença através de sessões, aumentando, assim, o seu bem estar e auto estima.5 5 Texto extraído do link: https://minutosaudavel.com.br/o-que-e-enfisema-pulmonar-tratamento-sintomas-prevencao- tipos-e-mais/ 20 5.4 Asma Fonte: tribunademinas.com.br Asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas. O pulmão do asmático é diferente de um pulmão saudável, como se os brônquios dele fossem mais sensíveis e inflamados - reagindo ao menor sinal de irritação. Se pensarmos em uma pessoa sem a doença, ela sofrerá uma falta de ar quanto estiver exposta a grandes irritações, como a fumaça de um incêndio. Diante desse quadro, o organismo da pessoa identifica os agentes irritantes e faz com que a musculatura que existe em volta do brônquio se contraia, fechando o órgão e impedindo que o ar contaminado entre nos pulmões. O mesmo processo acontece com um paciente que tem asma, só que os gatilhos para causar uma irritação nos brônquios são bem menos intensos, como a poeira. Asma é uma das condições crônicas mais comuns, acometendo cerca de 235 milhões de pessoas no mundo todo, segundo a Organização Mundial de Saúde. Estima-se que, no Brasil, cerca de 10% da população sofra com o problema. Tipos Para classificar a gravidade da sua asma, o seu médico considera a análise clínica juntamente com os resultados de seus exames. Determinar o quão grave é sua asma auxilia o médico a escolher o melhor tratamento. Além disso, a gravidade da asma pode alterar com o passar do tempo, necessitando um reajuste da medicação. A asma é classificada em quatro categorias gerais: Grau 1: sintomas leves e intermitentes até dois dias por semana e até duas noites por mês, em geral com predomínio dos sintomas no inverno, por exemplo 21 Grau 2: sintomas persistentes e leves mais do que duas vezes por semana, mas não mais do que uma vez em um único dia Grau 3: sintomas persistentes moderados uma vez por dia e mais de uma noite por semana Asma Grave (Grau 4): sintomas graves persistentes ao longo do dia na maioria dos dias e frequentemente durante a noite na asma grave. Causas Ninguém sabe exatamente o que provoca asma, uma vez que cada pessoa apresenta uma sensibilidade a gatilhos diferentes. Dessa forma, é importante entender o que causa seus ataques de asma e tentar reduzir a exposição a esses agentes ou buscar tratamentos mais adequados. Aqui estão os gatilhos mais comuns da asma: Substâncias e agentes alérgenos Cerca de 80% das pessoas com asma sofrem crises quando expostas a alguma substância transportada pelo ar, como ácaros e poeira, poluição, pólen, mofo, pelos de animais, fumaça de cigarro e partículas de insetos. Substâncias químicas como tinta, desinfetantes e produtos de limpeza também podem desencadear uma crise. Quando aspirados, esses agentes podem irritar os brônquios, levando a uma crise. Infecções virais, como o resfriado comum ou a gripe, também constituem causa importante para o desencadeamento de uma crise de asma. Alimentação Alergias alimentares podem causar crises de asma. Os alimentos mais comuns associados com sintomas alérgicos são: Ovos Leite de vaca Amendoins Soja Trigo Peixe Camarão e outros crustáceos 22 Saladas e frutas frescas. Alguns conservantes e aditivos acrescentados dos alimentos industrializados também podem desencadear uma crise de asma. Fonte: minhavida.com.br Asma induzida por exercício É um tipo de asma desencadeado por exercício ou esforço físico. Muitas pessoas com asma experimentam algum grau de sintomas ao praticar atividade física. No entanto, existem muitas pessoas sem asma diagnosticada que desenvolvem sintomas apenas durante o exercício. Inclusive, alguns atletas podem apresentar essa manifestação da doença. Com asma induzida por exercício, o estreitamento das vias aéreas tem um pico de cinco a 20 minutos após o exercício começar, o que dificulta a retomada do fôlego. Seu médico pode lhe dizer se você precisa usar um bronco dilatador antes do exercício para evitar os sintomas incômodos. Asma ocupacional A asma ocupacional é um tipo de asma que resulta de gatilhos do trabalho. É muito comum em pessoas que trabalham em usinas ou expostas a agentes químicos, tinturas, agrotóxicos, etc. Com este tipo de asma, você pode ter dificuldade em respirar e sofrer outros sintomas de asma apenas nos dias em que você está no trabalho. Muitas pessoas com este tipo de asma sofrem com nariz escorrendo, congestão, irritação nos olhos ou tosse, em vez de o chiado no peito típico da doença. Alguns trabalhos comuns que estão associados com a asma ocupacional incluem 23 criadores de animais e veterinários, agricultores, cabeleireiros, enfermeiros, pintores e marceneiros. Asma noturna Asma noturna é um tipo comum da doença. Se você tem asma, as chances de sofrer uma crise são muito mais elevadas durante o sono, porque a asma é fortemente influenciada pelo ritmo circadiano (ciclo biológico que regula as funções do nosso corpo, geralmente de acordo com a luz do sol). Acredita-se que a asma noturna acontece devido ao aumento da exposição aos alérgenos, ao resfriamento das vias aéreas, a posição reclinada ou até mesmo pelas secreções hormonais. Se você tem asma, observe se seus sintomas pioram quando a noite avança. Caso isso aconteça, procure um médico para descobrir as causas das suas crises de asma e buscar o tratamento mais adequado. Mudanças de temperatura O choque de temperaturas é uma mudança bastante agressiva para quem tem as vias respiratórias mais sensíveis. Além das crises de asma, é comum haver piora de rinite ou tosse. A mudança do calor para o frio pode desencadear uma resposta na mucosa brônquica que, por meio de estímulos nos receptores nervosos de temperatura ou pela liberação de substâncias alergênicas, pode desencadear uma crise. Medicamentos Medicamentos anti-inflamatórios não hormonais - como o ácido acetilsalicílico, o diclofenaco e o ibuprofeno - podem desencadear crises de asma. Isso acontece porque esses remédios inibem uma via de inflamação, mas sobrecarregam outra, que tem forte relação com a crise asmática em quem sofre da doença. Condições de saúde que podem imitar asma Uma variedade de doenças pode causar alguns dos mesmos sintomas da asma. Por exemplo, a asma cardíaca é uma espécie de falha do coração em que os sintomas podem imitar alguns dos presentes na asma regular. Algumas anomalias nas cordas vocais podem provocar um chiado no peito que é muitas vezes confundido com a asma. 24 Fatores de risco Histórico familiar A asma é uma doença que tem em seu bojo características genéticas. Pessoas com casos de alergias na família tem uma predisposição genética para desenvolver quadros alérgicos no geral, e o relacionado ao pulmão é a asma. Histórico de alergias A asma é uma doença caracterizada pela presença de uma reação exagerada das vias aéreas, ou seja, por um mecanismo de defesa aumentado. Esse é o pano de fundo em outras alergias, desde respiratórias até cutâneas. Dessa forma, uma pessoa que tenha algum tipo de alergia tem uma maior predisposição a ter outros tipos, dentre eles a asma, uma vez que seu corpo tende a reagir de forma excessiva aos estímulos externos. Obesidade As pessoas com obesidade têm maior risco de asma. Isto ocorre porque a obesidade desencadeia uma série de processos inflamatórios - e a asma nada mais é do que um processo inflamatório em nossos brônquios. A obesidade é uma "facilitadora" desse processo. Baixo peso ao nascer ehábitos da gravidez Os bebês filhos de mães tabagistas têm menor peso, devido aos infartos que o cigarro causa na placenta, dificultando a nutrição do bebê durante a vida intrauterina. Apesar de alguma controvérsia, existe uma relação entre baixo peso ao nascer e asma até os cinco anos de idade. Isso acontece porque o pulmão só se forma plenamente no fim de gestação. Por isso o bebê prematuro tem mais risco de ter quadros inflamatórios no pulmão. É importante ressaltar que só podemos dizer que uma criança é asmática após os dois anos de vida. Antes disso ela é um bebê chiador. Outros comportamentos durante a gestação aumentam o risco de o bebê ter alergia, tais como dormir mal, transtorno de ansiedade e depressão. 25 Refluxo gastroesofágico A doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) é uma condição na qual o conteúdo do estômago vaza em direção contrária para o esôfago. Essa ação pode irritar o esôfago, causando azia e outros sintomas. Se for aspirado, o conteúdo do refluxo gastroesofágico pode ir parar dentro dos pulmões. Isso pode desencadear uma inflamação e favorecer quadros como pneumonias, bronquites e asma. Tratamento de Asma Prevenção e controle são a chave para impedir que os ataques de asma comecem. As medicações de uso contínuo servem para minimizar a sensibilidade e a inflamação as quais os brônquios da pessoa asmática estão sujeitos, fazendo com que os pulmões reajam com menos intensidade aos agentes irritantes, como poeira e ácaros. Diferente dos broncodilatadores, que apenas revertem o quadro de contração do brônquio, os medicamentos contínuos funcionam para evitar que essas reações aconteçam. Veja as linhas de tratamento para a asma: Medicamentos contínuos Os medicamentos da asma perfeitos para o seu perfil dependem de uma série de coisas, incluindo sua idade, seus sintomas, seus gatilhos de asma e o que parece funcionar melhor para manter a sua doença sob controle. Os medicamentos preventivos de controle em longo prazo reduzem a inflamação nas vias aéreas, impedindo que os sintomas se iniciem. Os medicamentos contínuos, geralmente tomados diariamente, são a base do tratamento da asma. Eles incluem: Corticosteroides inalados: essa classe de medicamentos inclui fluticasona, budesonida, mometasona, ciclesonida, flunisolide, beclometasona e outros. Você pode precisar usar esses medicamentos durante vários dias ou semanas antes que eles atinjam o seu máximo benefício. Ao contrário de corticosteroides orais, esses medicamentos têm um risco relativamente baixo de efeitos colaterais e são geralmente seguros para uso contínuo, uma vez que agem diretamente nos pulmões, em vez de passarem primeiro pela corrente sanguínea. As inalações são feitas com inaladores portáteis, por meio de sprays ou em forma de pó – esse último inalado por meio de um instrumento próprio. O tempo de ação pode ser de quatro, 12 ou 24 horas, 26 e o espaço entre as inalações varia conforme esse intervalo. Mais de 95% dos casos de asma podem ser controlados com o uso de corticoides Modificadores de leucotrienos: são medicamentos orais, incluindo o montelucaste, zafirlucast e zileuton. Eles podem ser encontrados em forma de comprimidos, xaropes ou sachês. Eles interferem no processo inflamatório dos pulmões, e raramente são usados de forma isolada, sendo associado ao uso de corticoides. As doses e intervalos de utilização variam conforme o caso e a associação de medicamentos que está sendo feita. Beta-agonistas de longa duração: são medicamentos inaláveis, e incluem salmeterol e formoterol. Sua função é abrir as vias aéreas – ou seja, é um broncodilatador. Normalmente são usados em associação com corticosteroides – chamados assim de inaladores de combinação. Esses medicamentos não devem ser usados durante um ataque de asma. Teofilina: a teofilina funciona principalmente como broncodilatador, mas possui efeito anti-inflamatório, sendo também associada aos corticoides. O medicamento deve ser ministrado a cada 12 horas, e as doses também variam conforme o paciente. Broncodilatadores É importante ressaltar que os broncodilatadores servem para aliviar uma crise de asma, mas não tratam a doença. Durante uma crise de asma, você tem o fechamento dos brônquios, impedindo a entrada de ar nos pulmões. Os broncodilatadores servem justamente para relaxar essa musculatura dos brônquios, permitindo que o ar entre nos pulmões novamente. Essas medicações têm início de ação rápido, gerando um alívio imediato do paciente. Há broncodilatadores de curta duração (de quatro a seis horas de ação) e de longa duração (de 12 a 24 horas de ação), mas nenhum desses é um tratamento preventivo, devendo ser associado aos medicamentos. Os broncodilatadores são usados conforme necessário para alívio rápido dos sintomas durante um ataque de asma. Se você tem asma associada ao exercício, pode ser que o médico indique usar o broncodilatador logo antes de uma série. Os 27 broncodilatadores são ministrados com um inalador portátil ou um nebulizador, para que possam ser inalados por meio de uma máscara ou um bocal. Se você usa o broncodilatador várias vezes ao dia, é um sinal de que a sua asma está descontrolada e precisa de outras medicações. O maior risco de uma pessoa ter várias crises e usa apenas o broncodilatador é mascarar uma crise mais grave. Isso pode fazer com que você subestime a intensidade do quadro, ignorando sua gravidade e vindo a sofrer consequências alarmantes, como uma asfixia, pois o broncodilatador somente pode não dar conta da crise. Pessoas que usam ou usaram o broncodilatador mais do que três ou quatro vezes em um único dia devem procurar um pronto socorro ou ligar para seu médico, a fim de buscar formas de tratamento da doença como um todo, não apenas da crise. Outros medicamentos Os corticosteroides também podem ser ministrados em versão injetável, sendo que a frequência será menor - por ser indicado para casos mais graves ou conforme a indicação médica. Outro medicamento injetável é o omalizumabe, que diminui a resposta das células inflamatórias do pulmão, fazendo com ele fique menos "estressado". Ele é aplicado em média a cada 15 ou 20 dias, e podem ser muito eficazes para os casos em que as medicações não estão surtindo efeitos significativos. Ele também pode ser associado aos corticoides inalatórios, mas não é uma regra. Se a sua asma é desencadeada ou agrava por agentes alérgenos, alguns medicamentos para alergias (anti-histamínicos) podem ser indicados, geralmente ministrados por spray oral e nasal. Há também a termoplastia brônquica, usada para asma severa que não melhora com corticosteroides inalados ou outros medicamentos para asma. A termoplastia brônquica aquece o interior das vias aéreas nos pulmões com ajuda de um eletrodo, reduzindo o músculo liso no interior das vias aéreas. Isso limita a capacidade das vias aéreas de se contrair, tornando a respiração mais fácil e possivelmente reduzindo os ataques de asma.6 6 Texto extraído do link: https://www.minhavida.com.br/saude/temas/asma 28 5.5 Câncer de Pulmão Fonte: brasil247.com O câncer de pulmão é um tumor caracterizado pela quebra dos mecanismos celulares naturais do pulmão, a partir de estímulos carcinogênicos ao longo dos anos, levando ao crescimento desorganizado de células malignas. Este tumor maligno que pode pegar desde a traqueia até a periferia do pulmão é uma das principais causas de morte entre as neoplasias no Brasil, com 28.220 casos novos em 2016, sendo a principal causa de morte por câncer entre homens e a segunda maior entre as mulheres. Tipos O subtipo do câncer de pulmão é determinado a partir de uma amostra da lesão analisada ao microscópio por um médico patologista. Os principais subtipos são: Carcinoma de pulmãoindiferenciado de grandes células Também chamado de câncer de pulmão indiferenciado de células não pequenas, ele geralmente cresce e se espalha mais lentamente do que o câncer de pequenas células, mas mais rapidamente que os outros tipos. Este tipo de câncer caracteriza-se por ser encontrado em qualquer lugar do pulmão, o que pode torná-lo mais difícil de tratar. O carcinoma de pulmão indiferenciado de grandes células é responsável por 10% a 15% dos cancros do pulmão. Adenocarcinoma 29 Este tipo é o mais frequente atualmente, sendo responsável por cerca de 40% dos cânceres de pulmão. É também o tipo mais comum de câncer de pulmão entre os não-fumantes. O adenocarcinoma começa nas células que produzem o muco e outras substâncias e costuma progredir mais lentamente do que os outros tipos. Carcinoma epidermoide Cerca de um quarto dos casos de câncer de pulmão se enquadra nesta categoria. O carcinoma epidermoide começa nas células que revestem as vias aéreas no interior dos pulmões e são, geralmente, encontrados no centro do pulmão, ao lado dos brônquios. Carcinoma de pulmão pequenas células Também conhecido como câncer de pulmão de pequenas células, é o cancro que se espalha de forma mais rápida pelo pulmão. O tumor de pequenas células pode ser dividido entre carcinoma de pequenas células e carcinoma de pequenas células combinadas. Aproximadamente 15% de todos os casos de câncer de pulmão são de pequenas células, sendo mais comum em homens do que mulheres. É a forma mais agressiva, iniciando geralmente nos brônquios e com alto potencial para criar metástases em outras partes do corpo, como cérebro, fígado e osso. Quase todos os casos ocorrem por causa do tabagismo. O câncer de pulmão pode ser do tipo metastático, ou seja, aparecer como uma metástase de outro câncer, como o de bexiga ou de mama. Causas A causa mais comum do câncer de pulmão é o tabagismo por um longo período de tempo. Outros fatores de risco importantes são: Inalação de agentes químicos, como asbesto, radônio, amianto e arsênio Inalação de poeira e poluição do ar Fumo passivo Algumas doenças também predispõem à malignidade, como a tuberculose e a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), assim como uma alimentação pobre em 30 frutas e verduras. Há também fatores genéticos relacionados, como a presença de história familiar. Tratamento de Câncer de Pulmão Apesar de a cirurgia ser considerada o tratamento de maior chance de controle e cura, poucos são os candidatos a uma ressecção completa - cerca de 10% a 20% dos casos apenas. Entre esses, uma porcentagem reduzida se beneficia claramente da cirurgia. A radioterapia com intenção curativa, associada ou não à quimioterapia, tem sido reservada para pacientes que não podem ser operados por questões técnicas, como a localização do tumor, ou questões clínicas, como a saúde do paciente. O carcinoma indiferenciado de não pequenas células pode ser tratado com cirurgia, ao passo que o carcinoma de pequenas células responde melhor à quimioterapia e à radioterapia. Nos casos em que a doença é metastática, a quimioterapia pode ser realizada para aumentar a média de sobrevida em relação ao tratamento de suporte, assim como a qualidade de vida.7 6 AS DIFERENTES ÁREAS DA FARMACOLOGIA A Farmacologia pode ser vista como uma vasta área do conhecimento científico e nas suas diferentes abordagens pode se subdividir em cerca de seis áreas principais. 6.1 Farmacodinâmica Farmacodinâmica é a ciência que estuda e descreve os efeitos terapêuticos de medicamentos e drogas no organismo, assim como seus efeitos colaterais. Ela aborda as ações farmacológicas e os mecanismos pelos quais estas substâncias, chamadas de fármacos, atuam no organismo vivo, além de abordar as relações entre a concentração da substância e o efeito por ela produzido. 7 Texto extraído do link: https://www.minhavida.com.br/saude/temas/cancer-de-pulmao 31 Em linhas gerais, a farmacodinâmica estuda como os antibióticos atuam nas bactérias, por exemplo, seja por ação bactericida ou bacteriostática. E por existir uma diversidade de antibióticos, existem também vários mecanismos de ação, que nem sempre estão devidamente esclarecidos em suas bulas. Ela também descreve o local e como aquela substância pode ter efeito no corpo humano, uma vez que eles podem ser influenciados por diversos fatores, como a idade, a composição genética e outros problemas de saúde particulares de uma pessoa, além da doença que ela está tratando com aquele medicamento. Na farmacodinâmica, as substâncias podem divididas de acordo com o seu mecanismo de ação. Desta forma temos: Fármacos estruturalmente inespecíficos - São aqueles que dependem exclusivamente de suas propriedades físico-químicas para causar o efeito biológico. Ou seja, eles não se ligam a nenhum componente celular para realizar o efeito no organismo. Um exemplo destes fármacos são os antiácidos estomacais, conhecidos como “sais de frutas”, que atuam diminuindo diretamente a acidez do suco gástrico. Fármacos estruturalmente específicos - São aqueles que conseguem exercer seu efeito biológico através da interação seletiva com um componente celular, que pode ser uma enzima, um canal iônico ou uma proteína sinalizadora. Este modelo de interação é ilustrado pelo processo que ocorre entre a chave e a fechadura. Neste caso, o fármaco atua como a “chave” e o componente celular, a “fechadura” e “abrir a porta” ou “não abrir a porta” representariam as respostas biológicas desta interação. Dentro deste modelo de substâncias, existem também o conceito de afinidade, que é a capacidade dela de se ligar ao seu alvo. Uma vez tendo a interação, a substância também pode ter a chamada atividade intrínseca, que é a capacidade dela de realizar uma ação dentro da célula. 6.2 Farmacocinética Farmacocinética é a área das ciências da saúde que estuda o caminho percorrido e o impacto causado pelos remédios (fármacos) no corpo humano. O 32 principal objeto de estudo da farmacocinética é o processo de metabolismo dos medicamentos. Faz parte desse estudo a análise dos processos de absorção, biotransformação, biodisponibilidade e excreção dos medicamentos. A análise é importante para que a prescrição de medicamentos seja feita de forma segura, no que se refere às quantidades, doses, forma de administração e avaliação de efeitos colaterais. Etapas da Farmacocinética Absorção A absorção é o processo que se inicia com a aplicação ou tomada do medicamento até a entrada na corrente sanguínea. A avaliação da forma de absorção é fundamental para que os efeitos da medicação sejam satisfatórios. A absorção pode acontecer por diversas vias, de acordo com a indicação para cada caso: oral, retal, cutânea, intramuscular, respiratória, subcutânea e intraperitoneal. Algumas condições de saúde e de fisiologia podem influenciar a absorção adequada do princípio ativo de um remédio, como processos inflamatórios, fluxo sanguíneo, menstruação e dosagem aplicada. Biotransformação A biotransformação é a etapa em que a medicação é transformada em um composto aquoso. A biotransformação é uma fase importante para garantir a excreção dos resíduos da medicação, que acontece no fígado. Biodisponibilidade A biodisponibilidade é a porção da medicação que chega à circulação sanguínea. O valor é próximo aos 100% quando a medicação é aplicada por via intravenosa. Outras vias de aplicação costumam ter uma biodisponibilidade mais baixa. A avaliação da biodisponibilidade é importante para a decisão sobre a aplicação adequada das doses dos medicamentos. 33 Excreção A excreção é a forma e a velocidade com que os resíduos da medicação são liberados do organismo. A velocidade depende do tipo de medicação, doprocesso de filtração no organismo e do fluxo renal de cada pessoa. Os resquícios de medicamentos podem ser eliminados por urina, fezes, fígado, saliva, rins, suor, dentre outros.8 6.3 Farmacotécnica Trata-se de uma parte da Farmacologia que cuida das drogas, transformando- se nas várias formas farmacêuticas utilizadas na prevenção, diagnóstico e cura das doenças. Esta transformação visa a administração, assegurando uma perfeita eficácia terapêutica e conservação. Formas farmacêuticas São também designadas por formas galênicas ou formas medicamentosas. Exemplos: pós, comprimidos, xaropes, pomadas, colírios, supositórios, etc. São o resultado de várias operações a que se submetem as substâncias medicamentosas a fim de facilitarem a sua posologia, administração, mascarar os caracteres organolépticos e assegurar a ação desejada. Atualmente a Farmacotécnica é subsidiada por outras ciências fundamentais, como a física, a química, e a botânica; e de ciências de aplicação como a Farmacognosia e a Farmacodinâmica. Sendo assim, ela própria se constitui em uma ciência de aplicação, libertando-se cada vez mais do empirismo que a caracterizou no passado. Após um período de tempo mais ou menos longo, dependente do processo de conservação, o medicamento passa a perder progressivamente a sua atividade. Na prática, considera-se que um medicamento perdeu a sua validade quando foram destruídos mais de 10 ou 15% dos seus princípios ativos. O período durante o qual a destruição se processou até aquele limite é conhecido com PRAZO DE VALIDADE. 8 Texto extraído do link: https://www.significados.com.br/farmacocinetica/ 34 Por este motivo os medicamentos devem ser verificados de modo a garantir a sua potência inicial e a determinar-se qual o grau de destruição dos seus princípios ativos com o passar do tempo. Compete à Farmacotécnica estudar a forma farmacêutica mais adequada e o melhor meio de se conservar os medicamentos, de modo a prolongar, na medida do possível, o seu período de utilização. OBJETIVO: Preparar, conservar, acondicionar e dispensar medicamentos, dosados com exatidão e apresentados sob uma forma que facilite a sua administração. 9 6.4 Farmacognosia A farmacognosia é o estudo das medicinas ou das drogas brutas produzidas das fontes naturais tais como plantas, micróbios e animais. Inclui a análise de suas propriedades biológicas, químicas, bioquímicas e físicas. Acredita-se que o corpo humano encontra medicinas planta-derivadas mais fáceis de aceitar devido ao fato de que existe na natureza e não é sintético. Aproximadamente 25% de medicinas das prescrições nos EUA são acreditadas para ter um ingrediente ativo de uma fonte natural. Em países em desenvolvimento, calcula-se que aproximadamente 80% de sua população confia nas medicinas tradicionais feitas das plantas e das ervas. As plantas e os organismos são usados em uma variedade de maneiras na produção de medicinas convencionais e alternativas. O ingrediente ativo benéfico da planta pode ser encontrado em qualquer lugar em sua estrutura física, como na pétala ou a haste de uma flor. O produto natural pôde ser inerte em seu formulário físico usual, assim que pode tomar uma reação química ou uma alteração trazê-la em seu formulário ativo. Às vezes, o ingrediente ativo é extraído diretamente da planta, mas em outras ocasiões o ingrediente ativo pode ser produzido através da síntese criando um composto que se comporte similarmente ao extrato da planta. 9 Texto extraído do link: https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/farmacia/o-que-e-farmacotecnica/1754 35 Exemplos de plantas medicinais As plantas são a fonte de muitos ingredientes ativos usados para finalidades medicinais. Os exemplos incluem a atropina, a efedrina, o taxol, o ácido salicílico, e a cafeína. Estes compostos naturais são frequentemente uma grande base para a descoberta de drogas novas. Estão aqui alguns exemplos das plantas que têm um impacto em seres humanos: Pallidoroseum de Fusarium: a origem do apicidin, um metabolito fungoso que apresenta a atividade antiprotozoária in vitro que pode opr o berghei do Plasmodium do fator da malária Taxus Baccata (teixo): pode ser usado para extrair Baccatin III que é importante na produção de taxol, uma droga anticancerosa Erinaceus de Hericium: um fungo que seja pensado para melhorar o sistema imunitário Pervinca de Madagáscar (roseus do catharanthus): uma fonte natural de alcalóides e a origem das medicinas para a leucemia da infância e a doença de Hodgkin Marlothii do aloés (aloés da montanha): identificado como um tratamento para parasita intestinais Acetosella do Rumex (azeda comum): possui propriedades diuréticos e é usado como uma aproximação para a sinusite e o cancro. 6.5 Farmacoterapêutico Seguimento Farmacoterapêutico é uma prática profissional em que o farmacêutico se responsabiliza pelas necessidades do doente relacionadas com os medicamentos, através da detecção, prevenção e resolução dos Resultados Negativos da Medicação (RNM), de modo contínuo, sistemático e documentado, em colaboração com o próprio doente e com os outros profissionais da saúde, com o objetivo de atingir resultados concretos que melhoram a qualidade de vida do doente. O Seguimento Farmacoterapêutico representa a área de intervenção farmacêutica no âmbito da farmacoterapia clínica em que o farmacêutico pode 36 contribuir de modo efetivo para a melhoria da qualidade de vida dos seus doentes, reduzindo a morbilidade e a mortalidade associada aos medicamentos. A relação Terapêutica se daria: Colaboração com o paciente Respeitando seus aspectos biopsicossociais Corresponsabilidade Princípios bioéticos Qualidade de vida Processo saúde – doença Relação Farmacêutico x Prescritor Compreender prescrição Relacionamento colaborativo e humanitário Identificar modelo de abordagem Coordenar consensos: “verdade farmacêutica” Facilitar a relação com paciente Resultado da Interação Relação inter / intra / multiprofissional Colaboração com o prescritor Respeitando seus aspectos biopsicossociais e de formação Corresponsabilidade Princípios bioéticos Qualidade de vida: exercício profissional Processo saúde – doença O Seguimento farmacoterapêutico possibilita: Desenvolver o sentido de pertença social Conhecer o outro Conhecer-se Habilidades de comunicação 37 Competência na informação sobre medicamentos Participar da prevenção, controle ou cura Participar da promoção e proteção da saúde10 6.6 Imunofarmacologia Área relativamente nova que tem se desenvolvido muito nos anos graças à possibilidade de se interferir, através do uso de drogas, na realização dos transplantes e de se utilizar com fins terapêuticos substâncias normalmente participantes da resposta imunológica. Além disso, se verifica uma grande inter-relação entre farmacologia e imunologia quando se considera o desenvolvimento cada vez maior de drogas capazes de interferir com as diversas fases do processo inflamatório. Através do acúmulo de conhecimentos na área de imunologia, aliados a engenharia genética e a biologia molecular, foi possível o aperfeiçoamento tecnológico nas seguintes áreas: Imunodiagnóstico Imunoensaios; Imunoprofilaxia; Imunoterápicos; Estudos de fisiopatologia. Resposta imune Quando o organismo entra em contato com determinados agentes estranhos (vírus, bactérias, fungos, parasitas, células tumorais); Desencadeia-se uma cascata de eventos para a eliminação destes agentes. Resposta imune inata: Primeira linha de defesa; pronta para responder qualquer tipo de invasão. Resposta imune adaptativa: ocorrem eventos molecularese celulares após o reconhecimento do antígeno. 10 Texto extraído do link: https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/conteudo/seguimento/6472 38 Imunodiagnóstico Através dos avanços tecnológicos foi possível o desenvolvimento de métodos capazes de detectar o complexo antígeno e anticorpo; Permite o diagnóstico laboratorial por meio de técnicas imunológicas; Tipos de Imunodiagnóstico Imunoensaios Servem como ferramenta na pesquisa básica; Servem para o desenvolvimento de imunofármacos e controle de qualidade de produtos de imunoprofilaxia e imunodiagnóstico; Aplicabilidade dos Imunoensaios Detecção de infecções (fúngicas, bacterianas, virais, parasitárias); Marcadores tumorais; Detecção de antígeno. Imunoprofilaxia Conjunto de métodos terapêuticos preventivos e curativos utilizando a resposta imune como mecanismo de ação na produção de produtos terapêuticos. Ativa O próprio organismo desenvolve a resposta imune para o antígeno administrado previamente à infecção natural; Passiva Também chamada de prevenção passiva ou soroterapia; O organismo recebe produtos de resposta imune produzidos por outro animal. Imunoterápicos Vacinas 39 Imunoglobulinas, ex: imunoglobulina G, usada no tratamento da púrpura trombocitopênica. Vacinas gênicas, ex: tratamento do câncer. Pesquisa Para desenvolvimento de novos imunoensaios; Conhecimentos em fisiopatologia; Novos imunofarmacos.11 7 ADESÃO À FARMACOTERAPIA O cuidado face à adesão à terapêutica remonta à era de Hipócrates, tendo-se tornado uma preocupação crescente para os profissionais de saúde, pelas repercussões particularmente sentidas no doente (por exemplo no prognóstico da doença) bem como na sua família e para a sociedade, em geral. Inicialmente, a expressão adesão terapêutica estava limitada à toma da medicação prescrita pelo médico. Contudo, ao longo do tempo foram sendo estudadas mais de 200 variáveis relacionadas com este tema, despertando para um novo conceito de adesão à terapêutica: no contexto de cuidados de saúde, que engloba não só a toma da medicação propriamente dita, bem como outros comportamentos do doente em situação de doença, e que podem incluir, por exemplo - a alteração na dieta alimentar, a prática de exercício físico, a alteração de estilos de vida (como a cessação tabágica), a realização de meios complementares de diagnóstico e a comparência em consultas médicas, entre outros (Vermeire et al., 2001; Jin et al., 2008). Aumentar a adesão à terapêutica tem um impacto importante nos resultados de saúde de um doente, contudo é atualmente assimilado, que alguns doentes não aderem à terapêutica como resultado da sua própria autonomia. Apesar do reconhecimento, sobre a necessidade de abordar este complexo problema da não adesão aos regimes de tratamento instituídos, permanece uma certa confusão na definição deste conceito e que tem sido dificultada pela ausência de uma 11 Texto extraído do link: http://farmaciabrasileira.blogspot.com/2011/02/introducao-farmacologia.html 40 terminologia e formas de medição consistentes, o que pode conduzir a alguma incompreensão nesta matéria. Relativamente a esta temática, têm surgido na literatura conceitos distintos mas complementares que descrevem diferentemente, a relação entre o doente e o profissional de saúde e indiretamente o comportamento de um indivíduo face ao cumprimento dos tratamentos prescritos. O cumprimento terapêutico (compliance) traduz o cumprimento do doente relativamente ao regime terapêutico e à adoção das recomendações feitas pelos profissionais de saúde (Cohen et al., 2012; NCPIE, 2007). Nesta perspectiva, o doente segue obrigatoriamente as indicações dadas pelos profissionais de saúde, sendo-lhe atribuída a responsabilidade exclusiva pelos desvios de conduta que podem eventualmente ocorrer, tendo em conta a prescrição inicial (Cabral e Silva, 2010). Todavia, esta é uma visão muito simples, redutora com conotação paternalista da questão, pois está implícito um certo grau de obediência do doente em uma relação assimétrica e passiva entre profissional de saúde-doente (Bugalho e Carneiro, 2004). Para atenuar este fato, e compreendendo que o papel do doente estaria sendo negligenciado, foi proposto então um novo termo, adesão à terapêutica (adherence) que de acordo com a Organização Mundial de Saúde, se define como a “medida em que o comportamento de uma pessoa - toma a medicação, seguindo de uma dieta, e ou mudanças no estilo de vida, é correspondente com as recomendações de um profissional de saúde” (OMS, 2003, p.3). Esta visão do conceito adesão à terapêutica caracteriza-se pela cooperação entre o profissional de saúde e o doente, mantendo a ideia do cumprimento pelo tratamento proposto. Para alguns autores, adesão à terapêutica pode ser entendida numa abordagem bio-psico-social, como resultado de um conjunto de categorias: o grau de coincidência do comportamento do doente com o conselho profissional; a relação profissional de saúde-doente como uma parte da gestão do plano terapêutico; os objetivos de ambas as partes e os resultados esperados; o cumprimento do tratamento instituído e outros fatores que influenciam o comportamento. Todas estas dimensões destacam e reforçam o papel que o cuidado holístico ao doente deve assumir numa relação terapêutica (Lehane e McCarthy, 2009). Ainda assim, importa realçar que adesão à terapêutica reflete o comportamento do doente perante um tratamento, embora muitas vezes, seja confundido com os resultados que dele podem advir (DiMatteo, 2012). Nesta perspectiva, o que é 41 mensurável é o grau que se estabelece entre a adesão e o resultado de saúde esperado e que pode ser influenciado pelo estado da doença, a eficácia do tratamento e se ele é efetivamente ajustado ao doente, entre outros fatores. Em suma, adesão à terapêutica pode exprimir-se como o grau de participação do doente num regime terapêutico após ter tomado conscientemente a decisão de concórdia com esse plano (Balkrishnan e Christensen, 2000). No âmbito desta temática, surgiu, entretanto, um novo conceito: concordance, que identifica a necessidade de ambas as partes cooperarem na aferição de um programa de tratamento de mútuo acordo, reconhecendo que podem coexistir diferentes visões entre doente e profissional de saúde face ao mesmo tratamento (Vrijens et al., 2012). Ou seja, sugere uma participação ativa da pessoa no processo de decisão, estabelecendo-se uma parceria entre o doente e o prestador de cuidados de saúde (Bastakoti et al., 2013). Nesta perspectiva, é reconhecida uma capacidade de decisão por parte do doente, podendo optar de forma informada e responsável face às recomendações dadas, sustentada numa relação profissional de saúde-doente dinâmica e recíproca (Lindsay e Heaney, 2013). O doente é assim, parte integrante do tratamento, devendo ser congruente no planejamento da sua terapêutica, aceitando-a e partilhando a responsabilidade do regime terapêutico com a equipe multidisciplinar, otimizando uma verdadeira “aliança terapêutica” (Bissell et al., 2004; Bugalho e Carneiro, 2004). A duração do tratamento estabelecido (persistence), é igualmente apresentado na literatura e refere-se ao " período de tempo predefinido (por exemplo, 12 meses) que medeia o início do esquema terapêutico e a sua descontinuação” (Cramer et al., 2008, p. 46). Genericamente, poder-se-á resumir os diferentes conceitos apresentados e que sofreram mudanças e adaptações ao longo do tempo, e que de certa forma refletem a evolução do grau de autonomia do doente no processo terapêutico, como: Cumprimento terapêutico (compliance) implica o seguimento das recomendações clínicas, não tendo odoente qualquer intervenção no processo de gestão do seu tratamento. Adesão à terapêutica (adherence) centra-se essencialmente no compromisso com o regime terapêutico em que existe alguma negociação entre as partes; o tratamento é o fator controlador. É definida 42 como a capacidade e vontade de obedecer a um regime terapêutico prescrito (National Asthma Council, 2005). Concordância (concordance) enfatiza a dinâmica da interação entre profissional de saúde e doente baseada na noção de igualdade, respeito e autonomia do doente. Mais recentemente, são identificadas e amplamente utilizadas novas expressões sinónimas que traduzem este fenómeno da adesão terapêutica: patient compliance e medication adherence. No European Society for Patient Adherence, Compliance and Persistence (ESPACOMP) – encontro europeu onde vários especialistas da área da saúde discutiram um consenso sobre a taxonomia/terminologia relativamente aos desvios do doente ao tratamento prescrito - verificou que 60% dos participantes do encontro declararam que o termo medication adherence era preferível para descrever o cumprimento da terapêutica (Vrijens et al., 2012). Apesar da terminologia neste âmbito não ser consensual, existindo diferentes conceitos, nenhum termo reúne todas as dimensões até então abordadas. Assim, há uma clara necessidade de se conseguir criar uma estrutura conceitual que para Vrijens et al. (2012) se baseia: a) No cumprimento do plano terapêutico prescrito -adherence to medication- e que se inicia na primeira toma de medicação (iniciation), engloba a medida em que o tratamento realmente realizado corresponde ao tratamento prescrito (implementation) até ao seu término (discontinuation) – independentemente das razões – compreendendo o período de tempo que intervém o princípio do regime terapêutico e a sua última dose/frequência (persistence); b) No processo de acompanhamento e apoio ao esquema terapêutico por parte do Sistema de Saúde, profissionais, doente e suas redes sociais; c) Na compreensão das causas/consequências, por equipes multidisciplinares, do que está inicialmente proposto e as reais exposições aos medicamentos/tratamentos (anexo I). Também no estudo de Goodfellow et al (2013) sobre a terminologia relativa à adesão à terapêutica, se verificou que apesar de os diversos termos serem 43 indiferentemente usados, “compliance”, era efetivamente o mais comumente utilizado (349 citações) seguido do termo “adherence” (181 citações) e finalmente “concordance”, com cinco citações. 7.1 Tipos de não adesão à terapêutica De uma forma geral, as doenças crônicas e em particular as doenças respiratórias crônicas, estão associadas a esquemas terapêuticos complexos necessários ao controle da doença, mas muitas vezes subvalorizados e mal- entendidos pelas pessoas afetadas. Interessa, portanto, perceber os motivos pelos quais as pessoas não seguem integralmente o plano terapêutico recomendado. Neste contexto, Barber et al. (2005) num estudo piloto aplicado a doentes crônicos medicados, fazem uma alusão deste processo da não adesão terapêutica à teoria do erro humano de James Reason e consideram, à semelhança do erro humano, que a não adesão à terapêutica, é um problema no sistema e não uma culpa pessoal e individual; ou seja, a não adesão é antes de mais, um sintoma e não o diagnóstico. Neste sentido, de acordo com Garfield et al. (2012), diagnosticar as causas da não adesão é fundamental para perceber as necessidades dos doentes. Existem fundamentalmente dois padrões no comportamento de uma pessoa que integra inicialmente um regime terapêutico e que em determinado momento o abandona, refletindo a não adesão à terapêutica: intencional e não intencional. Porém, estes padrões de comportamento não devem ser assumidos como exclusivos (Horne, 2006 citado por Lindsay e Heaney, 2013). A não adesão intencional, caracteriza-se por uma descontinuação deliberada às recomendações do tratamento (Lindsay e Heaney, 2013). Pode também ser designada de não adesão primária ou secundária, consoante tal comportamento ocorra antes ou depois da prescrição inicial (Fallis et al., 2013). A não adesão é não intencional ou prevenível, quando o doente apesar de conscientemente querer fazer o tratamento, não o cumpre por razões como o esquecimento, mal entendidos referentes às orientações dadas pelos profissionais, barreiras linguísticas, incapacidade física (por exemplo, má técnica na realização dos inaladores no caso dos doentes respiratórios crónicos), custo da medicação, planos 44 terapêuticos complexos e com diversos medicamentos em simultâneo, entre outros (OMS, 2003; Horne, 2006; Lindsay e Heaney, 2013; Bryan et al., 2013) Resumidamente, a não adesão intencional envolve a competência e capacidade do doente, e a não intencional abarca a motivação do doente para iniciar e continuar com o regime de tratamento (Horne, 2006 citado por Lindsay e Heaney, 2013). No caso das doenças respiratórias crónicas como a DPOC, os tipos de não adesão classificam-se: em subutilização (underuse) - a redução do uso diário relativamente à dose adequada previamente prescrita; sobreutilização (overuse) – aumento da frequência de doses recomendadas ou intervalos mais curtos entre as doses; e o uso inapropriado (improper use) - medicamento ineficaz, não indicado, ou duplicação desnecessária do tratamento. Destes, o mais frequente na DPOC é a subutilização e o uso inapropriado e é mais comum em doentes com idades acima de 65 anos e em regime de polimedicação (Restrepo et al., 2008). Na DPOC, à subutilização segue-se habitualmente o uso excessivo e posteriormente o uso inadequado dos dispositivos da medicação (inaladores, por exemplo). A subutilização pode ser esporádica ou sistemática, variando desde um esquecimento pontual de uma dose à mudança do esquema de administração prescrito, e nestes casos, potencia-se o risco de morbilidade (Restrepo et al., 2008). 7.2 Medição da não adesão à terapêutica Compreender o problema da não adesão é algo incontornável. Contudo, medi- lo efetivamente é uma tarefa que se tem revelado difícil, na medida em que este fenômeno sendo multifatorial tem igualmente uma componente individual comportamental muito importante (Brown e Bussel, 2011). A complexidade que esta avaliação envolve, tem sido impeditiva de se encontrar um método universal e consensual que traduza em números esta necessidade (Vermeire et al., 2001). Todavia, e com base em ensaios clínicos, um doente é considerado aceitavelmente aderente a um plano de tratamento, se apresentar taxas de adesão superiores a 80 por cento. Esta percentagem é definida pelo número de medicamentos em falta em um determinado período de tempo, dividido pelo número 45 de medicamentos prescritos, no mesmo período de tempo (Osterberg e Blaschke, 2005). Este valor pode ser claramente arbitrário, uma vez que o cálculo que está na base desta percentagem assume, que a quantidade de medicamentos que estão em falta foram realmente tomados pelo doente, o que na realidade pode não ter acontecido. Apesar deste fato, a maior parte dos estudos selecionados na revisão de literatura realizada por van Boven et al. (2014) consideraram a taxa de 80 %, englobando a proporção de dias efetivos de toma de medicação para caracterizar e categorizar os comportamentos aderentes e não aderentes (van Boven et al., 2014). Ainda assim, e de forma genérica os métodos para avaliar a adesão à terapêutica dividem-se em métodos diretos e indiretos. 7.3 Métodos Diretos Os métodos diretos, são os mais objetivos e têm como finalidade a confirmação da toma do medicamento. Embora sejam considerados os mais precisos na avaliação do cumprimento do regime terapêutico, não são infalíveis. Caracterizam-se por terem uma aplicação limitada, serem invasivos, dispendiosos e de acordo
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