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FARMACOLOGIA NOS DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS

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1 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 2 
2 CONCEITO DE FARMACOLOGIA ............................................................. 3 
3 FARMACOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO .................................... 5 
4 VIAS RESPIRATÓRIAS INTEGRADAS: ANATOMIA, HISTOLOGIA E 
FUNÇÃO .....................................................................................................................5 
5 DOENÇAS RESPIRATÓRIAS .................................................................... 7 
5.1 Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) .................................... 8 
5.2 Bronquite ............................................................................................ 14 
5.3 Enfisema Pulmonar ............................................................................ 17 
5.4 Asma .................................................................................................. 20 
5.5 Câncer de Pulmão .............................................................................. 28 
6 AS DIFERENTES ÁREAS DA FARMACOLOGIA ..................................... 30 
6.1 Farmacodinâmica ............................................................................... 30 
6.2 Farmacocinética ................................................................................. 31 
6.3 Farmacotécnica .................................................................................. 33 
6.4 Farmacognosia ................................................................................... 34 
6.5 Farmacoterapêutico............................................................................ 35 
6.6 Imunofarmacologia ............................................................................. 37 
7 ADESÃO À FARMACOTERAPIA ............................................................. 39 
7.1 Tipos de não adesão à terapêutica .................................................... 43 
7.2 Medição da não adesão à terapêutica ............................................... 44 
7.3 Métodos Diretos ................................................................................. 45 
7.4 Métodos Indiretos ............................................................................... 46 
8 BIBLIOGRAFIA ......................................................................................... 48 
 
 
2 
 
1 INTRODUÇÃO 
Prezado aluno! 
 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um 
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é 
que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a 
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas 
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em 
tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa 
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das 
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que 
lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
3 
 
2 CONCEITO DE FARMACOLOGIA 
 
Fonte: iped.com.br 
 
Entre as ciências biológicas, a farmacologia ocupa lugar sui generis. Sem 
limites, possui raízes profundas nas ciências básicas, ramifica-se em todas as 
especialidades médicas, invade a psicologia, a sociologia, a ecologia, a agricultura, a 
guerra. Quando se define a farmacologia como estudo da interação de compostos 
químicos com os organismos vivos, a amplitude do seu campo logo se toma patente. 
De um lado, o agente químico, de outro, o sistema vivo, que jamais é estático, sempre 
se apresentando de maneira dinâmica, variando de um momento para outro, sob o 
influxo de inúmeros fatores. Em virtude dessa variação, a interação substância 
química versus sistema vivo exterioriza-se em variabilidade inusitada. O sistema vivo 
pode ser uma organela celular, uma célula, um órgão isolado, um sistema ou o 
organismo inteiro. O agente químico pode apresentar-se como molécula bem definida 
ou sob a forma de um extrato ou mistura de composição não totalmente conhecida. 
Na realidade, a farmacologia reflete a natureza. Esta, nos seus processos vitais, 
sempre utiliza um composto químico como intermediário indispensável, desde os mais 
básicos atos fisiológicos, como a digestão (enzimas), até as manifestações mais 
complexas do sistema nervoso central e comportamento (neurotransmissores). 
Quando a farmacologia se especializa no campo médico, a substância química 
recebe o nome de droga ou fármaco. A farmacologia estuda o resultado da interação 
da droga com o sistema biológico. A resposta ou efeito dessa interação pode 
apresentar diversas gradações, simplificadas em dois grandes tipos: benéficos ou 
maléficos. 
 
4 
 
No primeiro caso, a droga que provoca efeito benéfico passa a chamar-se 
medicamento e é utilizada na prática médica, sob várias modalidades de aplicação, 
sempre em benefício do paciente; no segundo caso, a interação produz efeito maléfico 
para o sistema vivo, a droga se chama tóxico e seu estudo constitui objeto da 
toxicologia. Veja o esquema na figura abaixo (1.1). 
A palavra droga é usada pelo leigo também para indicar substância de abuso, 
tipo cocaína, maconha, heroína etc. 
A farmacologia médica estuda principalmente a droga-medicamento, com os 
seus efeitos benéficos e desejáveis, mas também focaliza a possível e potencial 
toxicidade dos medicamentos. Com essa significação, estuda qualquer composto 
biologicamente ativo, inclusive determinados alimentos, analisando não somente os 
medicamentos habituais, de origem exógena, mas também as substâncias 
sintetizadas pelo nosso corpo (hormônios, mediadores químicos etc.). O nosso 
organismo, nesse último exemplo, teria uma farmacologia intrínseca, possuindo na 
intimidade dos seus tecidos a substância química ativa e o alvo a ela sensível. 
 
Fonte: Silva (2010) 
Esse foi o conceito da autofarmacologia, criado por Henry Dale, de tanta 
repercussão na evolução da farmacologia moderna. A palavra fármaco vem do grego 
pharmakon, que significa não apenas a substância de uso terapêutico, mas também 
veneno, feitiço e influência sobrenatural ou mística. A palavra fármaco é usada como 
sinônimo de droga-medicamento. A palavra remédio é utilizada pelos leigos como 
sinônimo de medicamento e especialidade farmacêutica; na realidade, remédio é 
qualquer dispositivo, inclusive o medicamento, que sirva para tratar o doente: 
massagem, fisioterapia, clima, sugestão etc. 
 
5 
 
3 FARMACOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO 
A farmacologia respiratória aborda a ação direta ou indireta de drogas em 
várias células das vias respiratórias e dos pulmões, identificando em maior detalhe os 
seus mecanismos de ação, farmacodinâmica, farmacocinética e tolerabilidade, 
oferecendo subsídios para o seu uso racional. O sistema respiratório possui grande 
número de funções intimamente correlacionadas, tais como: filtração e aquecimento 
do ar, defesa, equilíbrio ácido-básico, fonação, metabolismo e trocas gasosas. Em 
cada um desses eventos fisiológicos, diversos grupos celulares estão envolvidos, e, 
dessa forma, vários medicamentos podem interferir sobre cada uma dessas funções. 
O número crescente de pesquisas e lançamentos de novos fármacos tem permitido 
múltiplas opções terapêuticas em diversas especialidades médicas. As medicações 
são de uso frequente em todas as faixas etárias, mas em particular nos indivíduos 
com idade superior a 65 anos. Devem merecer atenção as ações diretas e indiretas 
dessasdrogas sobre o sistema respiratório e suas interações medicamentosas. 
4 VIAS RESPIRATÓRIAS INTEGRADAS: ANATOMIA, HISTOLOGIA E FUNÇÃO 
Embriologicamente, o aparelho respiratório é derivado principalmente da 
endoderme, da sua divisão mesenquimatosa. O primeiro esboço desse sistema ocorre 
nos embriões de 2 a 2,5 mm (4 semanas). Sua primeira indicação é a formação do 
sulco laringotraqueal, perceptível nos embriões de 3 mm. Esse sulco é uma saliência 
média, situada na extremidade caudal da parede ventral da faringe primitiva. O 
crescimento ocorre caudalmente ao longo do intestino, e, a princípio, aparece apenas 
como uma zona epitelial engrossada. Rapidamente se arranja ordenadamente em 
forma de tubo, dando origem à laringe, à traqueia e aos pulmões. 
Pode-se dividir didaticamente o sistema respiratório em superior e inferior. O 
sistema respiratório superior compreende o nariz, as cavidades nasais, os seios 
paranasais, a nasofaringe e a orofaringe. Já o sistema respiratório inferior é composto 
pela laringe, traqueia, brônquios (23 gerações) e pulmões-superfície alveolocapilar. 
Todavia, atualmente as vias respiratórias superiores e inferiores são estudadas como 
uma via respiratória unificada, forrada por um único tapete celular altamente 
diferenciado e especializado que se estende do nariz aos alvéolos. 
 
6 
 
Diversos mecanismos de defesa estão presentes em toda a extensão das vias 
respiratórias, sejam eles físicos, mecânicos ou imunológicos (Quadro abaixo 71.1). 
Esses mecanismos podem variar de local para local do sistema respiratório, desde 
que existam alterações estruturais e funcionais ao longo das vias respiratórias 
condutoras e de troca. Durante a respiração normal, as vias respiratórias são expostas 
a numerosas partículas e micro-organismos veiculados no ar. A configuração da 
pirâmide nasal, os pelos, as conchas nasais e o trajeto dicotomizado dos brônquios 
são responsáveis pela filtragem e aquecimento do ar. As células que revestem a 
nasofaringe e as vias respiratórias condutoras são ciliadas, constituindo um epitélio 
colunar pseudoestratificado. Glândulas subepiteliais secretam muco na direção da 
superfície, o que protege o epitélio e ajuda na depuração de partículas aprisionadas. 
O pulmão é o órgão com a maior superfície epitelial (70 m²) em contato com o meio 
exterior, e tem como função primordial a troca gasosa. Qualquer material 
aerossolizado na forma de partículas pode permanecer disperso no ar ou ser inalado 
e impactar-se em diferentes locais das vias respiratórias, de acordo com seu tamanho. 
As partículas cujos diâmetros são maiores que 5 11m tendem a ser bloqueadas na 
nasofaringe, na orofaringe ou grande via respiratória condutora. As partículas 
menores que 1 µm têm pouca chance de ficar presas na nasofaringe ou nas vias 
respiratórias condutoras; a maioria delas tende a alcançar as regiões pulmonares 
distais ou são exaladas de volta (Quadro abaixo 71.1). Somam-se a esses 
mecanismos os reflexos de fungar, espirrar e tossir. Finalmente, as imunoglobulinas 
(lgA, lgE, IgG e JgM) presentes nas secreções respiratórias, macrófagos e células do 
sistema imune, bem como nos tecidos linfoepiteliais específicos em vias respiratórias 
superiores, tonsilas e adenoides (NALT- nasal associated lymphoid tissue) e, em vias 
respiratórias inferiores, aglomerados linfoides (BALT - bronchus associated lymphoid 
tissue) constituem mecanismos de defesa imunológica indispensáveis.1 
 
 
1 Texto do extraído do link: https://docero.com.br/doc/nn051s 
 
7 
 
 
Fonte: Souza-Machado et al (2010) 
5 DOENÇAS RESPIRATÓRIAS 
No mundo todo, as doenças que acometem o sistema respiratório ocupam o 
posto de terceira causa de morte. Dentre as doenças mais comuns que acometem o 
aparelho respiratório estão: 
 Broncopatias; 
 Pneumopatias; 
 Transtornos respiratórios; 
 Fístula do trato respiratório; 
 Doenças torácicas; 
 Transtorno da motilidade ciliar; 
 Doenças nasais; 
 Hipersensibilidade respiratória; 
 Infecções respiratórias; 
 Doenças da traquéia; 
 Laringopatias; 
 Doenças pleurais; 
 Anormalidades do sistema respiratório; 
 Neoplasias do trato respiratório. 
Os pulmões são órgãos que compõem o sistema respiratório, responsáveis 
pelas trocas gasosas entre o ambiente e a corrente sanguínea. São dois órgãos de 
 
8 
 
formato piramidal, sendo estes os principais órgãos do sistema respiratório dos 
humanos. 
As doenças mais comumente observadas que acomete os pulmões são: 
 Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC); 
 Bronquite; 
 Enfisema pulmonar; 
 Asma; 
 Câncer de pulmão.2 
5.1 Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) 
A DPOC é uma doença crônica intimamente ligada ao tabagismo, que pode se 
agravar sem o tratamento adequado, comprometendo significativamente a qualidade 
de vida. Segundo a Organização Mundial da Saúde, a DPOC será a terceira principal 
causa de morte em 2020. 
É comum as pessoas acharem que a DPOC é uma doença de pessoas idosas 
e, por isso, não se preocuparem com ela. Na verdade, a doença atinge principalmente 
pessoas com mais de 40 anos, podendo inclusive ser identificada em pessoas mais 
jovens. 
Os pacientes com DPOC grave têm falta de ar com a maioria das atividades e 
são internados no hospital com muita frequência. Entre as possíveis complicações da 
doença estão o desenvolvimento de arritmias, necessidade de máquina de respiração 
e oxigenoterapia, insuficiência cardíaca no lado direito ou cor pulmonale (inchaço do 
coração ou insuficiência cardíaca devido à doença pulmonar crônica), pneumonia, 
pneumotórax, perda de peso ou desnutrição grave e osteoporose. 
A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) refere-se a um grupo de 
doenças pulmonares que bloqueiam o fluxo de ar, tornando a respiração difícil. Só no 
Brasil, cerca de cinco milhões de pessoas sofrem com o problema. É uma doença 
lenta, que frequentemente se inicia com discreta falta de ar associada a esforços como 
subir escadas, andar depressa ou praticar atividades esportivas. No entanto, com o 
passar do tempo, a falta de ar (dispneia) se torna mais intensa e surge depois de 
esforços cada vez menores. Nas fases mais avançadas, a falta de ar está presente 
 
2 Texto extraído do link: https://www.infoescola.com/doencas/doencas-respiratorias/ 
 
9 
 
mesmo com o doente em repouso e agrava-se muito diante das atividades mais 
corriqueiras. 
 
Fonte: minhavida.com.br 
Existem duas formas principais de DPOC. A maioria das pessoas com DPOC 
tem uma combinação dessas condições: 
 Bronquite crônica, que envolve tosse prolongada com muco 
 Enfisema, que envolve a destruição dos pulmões ao longo do tempo. 
 
Causas 
Quando você respira, entra ar nos seus pulmões através de dois grandes tubos, 
chamados brônquios. Dentro de seus pulmões, estes tubos criam diversas 
ramificações, como uma árvore, que terminam em aglomerados de pequenos sacos 
de ar (alvéolos). Os sacos de ar têm paredes muito finas cheias de pequenos vasos 
sanguíneos, chamados capilares. O oxigênio do ar que você inala passa para estes 
vasos sanguíneos e entra na corrente sanguínea. Ao mesmo tempo, o dióxido de 
carbono - um gás que é um produzido durante esse processo - é exalado. 
Seus pulmões contam com a elasticidade natural dos brônquios e sacos aéreos 
para forçar o ar para fora do seu corpo - por isso seu peito infla na inspiração e 
desincha da expiração. A DPOC faz com que eles percam essa elasticidade, o que 
deixa um pouco de ar preso em seus pulmões quando você expira. 
 
Obstrução das vias aéreas 
O enfisema, parte do quadro de DPOC, provoca a destruição das paredes 
frágeis e fibras elásticas dos alvéolos. Isso ocasiona um pequeno colapso das vias 
aéreas quando você expira, prejudicando o fluxo de ar para fora de seus pulmões. Já 
 
10 
 
a bronquite crônica deixaos brônquios inflamados, e por isso eles passam a produzir 
mais muco. Isso pode bloquear as ramificações mais estreitas, causando a dificuldade 
na respiração. Além disso, seu organismo desenvolve a tosse crônica, na tentativa de 
limpar suas vias respiratórias. 
 
Fatores de risco 
Tabagismo 
O tabagismo é o principal fator de risco para DPOC, causando cerca de 85% 
dos casos da doença. Isso porque a fumaça inalada leva a inflamação pulmonar, 
causando a obstrução dos brônquios e a destruição dos alvéolos (enfisema), 
responsáveis pelas trocas gasosas. Se a pessoa parar de fumar antes de apresentar 
perda da função pulmonar, é possível que não venha a apresentar os sintomas da 
doença. Caso já tenha desenvolvido a DPOC, a doença poderá não progredir com a 
retirada do cigarro e o tratamento correto. Quanto ao tabagismo passivo, não se sabe 
ainda se ele causa DPOC, porém os fumantes passivos têm mais tosse e secreção 
pulmonar. 
Pessoas com asma ou outras doenças respiratórias têm mais chances de 
desenvolver a DPOC caso sejam fumantes. 
 
Exposição a gases 
Pessoas que nunca fumaram, mas estiveram expostas a substâncias tóxicas, 
poluição, gases ou fumaça também podem desenvolver a doença, devido à resposta 
inflamatória dos pulmões à longa exposição desses poluentes. 
 
Deficiência de alfa-1- antitripsina 
Em cerca de 1% das pessoas com DPOC, a doença resulta de uma perturbação 
genética que causa os baixos níveis de uma proteína chamada alfa-1-antitripsina 
(AAT). Ela é produzida no fígado e secretada na circulação sanguínea para ajudar a 
proteger os pulmões. A deficiência de alfa-1-antitripsina podem causar danos no 
fígado, bem como os pulmões. Para aqueles com DPOC relacionada com a 
deficiência de AAT, as opções de tratamento são as mesmas que para as pessoas 
com tipos mais comuns de DPOC. Algumas pessoas podem ser tratadas através da 
substituição da proteína AAT deficiente, o que pode evitar mais danos aos pulmões. 
 
11 
 
13Idade 
A DPOC se desenvolve lentamente ao longo dos anos, por isso a maioria das 
pessoas tem entre 35 a 40 anos quando os sintomas começam. 
 
Tratamento de DPOC 
Um diagnóstico de DPOC não é o fim do mundo. Para todos os estágios da 
doença, o tratamento eficaz está disponível, que pode controlar os sintomas, reduzir 
o risco de complicações e exacerbações e melhorar a sua capacidade de levar uma 
vida ativa. Confira as principais modalidades de tratamento: 
 
Cessar o tabagismo 
O passo mais importante em qualquer plano de tratamento para a DPOC é 
parar de fumar. É a única maneira de evitar que a DPOC se agrave. Mas parar de 
fumar não é fácil. E essa tarefa pode parecer particularmente difícil se você já tentou 
parar de fumar e não obteve sucesso. Converse com seu médico sobre os produtos 
de reposição de nicotina e medicamentos que podem ajudar, assim como a forma de 
lidar com as recaídas. Também é uma boa ideia para evitar exposição ao fumo 
passivo, sempre que possível. 
 
Broncodilatadores 
Esses medicamentos - que geralmente vêm em um inalador - relaxam os 
músculos em torno de suas vias aéreas. Isso pode ajudar a aliviar a tosse e falta de 
ar e facilitar a respiração. Há broncodilatadores de curta duração (de quatro a seis 
horas de ação) e de longa duração (de 12 a 24 horas de ação), mas nenhum desses 
é um tratamento preventivo, devendo ser associado a outros medicamentos. 
Dependendo da gravidade da sua doença, você pode precisar de um broncodilatador 
de curta ação antes das atividades, um broncodilatador de longa duração que você 
usa todos os dias ou de ambos. 
Os broncodilatadores podem ser ministrados por meio de nebulizadores, 
nebulímetros (sprays ou "bombinhas"), turbohaler (um tipo de "bombinha" que se inala 
um pó seco), rotadisks (uma "bombinha" com formato de disco que se inala um pó 
seco). 
 
 
12 
 
Corticosteroides inalados 
Essa classe de medicamentos inclui fluticasona, budesonida, mometasona, 
ciclesonida, flunisolide, beclometasona e outros. As inalações são feitas com 
inaladores portáteis, por meio de sprays ou em forma de pó. O tempo de ação pode 
ser de quatro, 12 ou 24 horas, e o espaço entre as inalações varia conforme esse 
intervalo. Esses medicamentos são úteis para as pessoas com exacerbações 
frequentes da DPOC. Ao contrário dos corticosteroides orais, que passam primeiro 
pela corrente sanguínea para então atingir seu alvo, os corticosteroides inalados têm 
um risco relativamente baixo de efeitos colaterais e são geralmente seguros para uso 
contínuo. Você pode precisar usar esses medicamentos durante vários dias ou 
semanas antes que eles atinjam o seu máximo benefício. 
 
Outros medicamentos 
 Inaladores de combinação: são medicamentos que combinam 
broncodilatadores e corticosteroides inalados, geralmente indicados 
para pacientes que necessitam de ambos os tratamentos. São indicados 
para controlar a falta de ar em pessoas com DPOC ou asma 
 Corticosteroides orais: para as pessoas que têm uma exacerbação 
aguda moderada ou grave, esses medicamentos evitam agravamento 
da DPOC. No entanto, eles podem ter efeitos secundários graves, tais 
como ganho de peso, diabetes, osteoporose, cataratas e um risco 
aumentado de infecção 
 Teofilina: medicamento que ajuda a melhorar a respiração e previne 
exacerbações. A teofilina funciona principalmente como broncodilatador, 
mas possui efeito anti-inflamatório, sendo também associada aos 
corticoides. Os efeitos colaterais podem incluir náuseas, batimentos 
cardíacos acelerados e tremor 
 Antibióticos: infecções respiratórias como bronquite aguda, pneumonia 
e influenza podem agravar os sintomas da DPOC. Os antibióticos 
ajudam a combater as crises agudas 
 Inibidores de fosfodiesterase-4: é um anti-inflamatório para combater a 
inflamação nos pulmões e brônquios, além de reduzir o número de crises 
ou exacerbações. Ele deve ser sempre complementar aos 
 
13 
 
broncodilatadores e nunca deve ser usado de forma isolada. A 
administração é oral. 
 
Terapias 
Os médicos costumam usar esses tratamentos adicionais para pessoas com 
DPOC moderada ou grave: 
 A terapia com oxigênio: Se não há oxigênio suficiente no sangue, você 
pode precisar de oxigênio suplementar. Existem vários dispositivos para 
fornecer oxigênio para os pulmões, incluindo unidades portáteis leves 
que você pode levar para qualquer lugar. Algumas pessoas com DPOC 
usam oxigênio apenas durante as atividades ou durante o sono. Outros 
usam oxigênio o tempo todo. A terapia com oxigênio pode melhorar a 
qualidade de vida e é a única terapia de DPOC que comprovadamente 
prolonga a vida do paciente. Converse com seu médico sobre suas 
necessidades e opções 
 Programa de reabilitação pulmonar: esses programas normalmente 
combinam treinamento físico, aconselhamento nutricional e 
aconselhamento sobre a doença. Você vai trabalhar com uma variedade 
de especialistas, que podem adaptar o programa de reabilitação para 
atender às suas necessidades. A reabilitação pulmonar pode reduzir as 
hospitalizações, aumentar a sua capacidade de participar em atividades 
diárias e melhorar a sua qualidade de vida. Converse com seu médico 
sobre o encaminhamento a um programa.3 
 
 
3 Texto extraído do link: https://www.minhavida.com.br/saude/temas/dpoc 
 
14 
 
5.2 Bronquite 
 
Fonte: canceresaude.com.br 
 
A bronquite é um processo inflamatório dos brônquios - as estruturas que levam 
o ar para os pulmões. Ela pode causar tosse com produção de muco e falta de ar. 
A bronquite pode ser aguda ou crônica. A forma aguda da bronquite é muito 
comum e, geralmente, vem acompanhada de outras condições, como a gripe ou outro 
problema respiratório. No entanto, se você tiver crises repetidas de bronquite, você 
pode ter bronquite crônica, o que requer atenção médica. 
 
Tipos 
A bronquite pode ser dividida em dois tipos: 
 
Bronquite agudaA bronquite aguda é um processo inflamatório agudo (ou seja, pontual) dos 
brônquios, em geral, associado a um processo infeccioso viral ou bacteriano. A 
bronquite aguda, também chamada de resfriado torácico, geralmente melhora em uma 
semana a 10 dias, sem efeitos duradouros, embora a tosse possa durar semanas. 
 
Bronquite crônica 
É um processo inflamatório crônico dos brônquios, em geral, secundário ao uso 
do tabaco ou processo alérgico (a chamada bronquite asmática). A bronquite crônica 
pode durar às vezes por meses ou anos. 
 
 
 
15 
 
Causas 
Bronquite aguda 
De acordo com Alexandre Okamori, alergologista da Rede de Hospitais São 
Camilo de São Paulo, o termo bronquite comumente é usado para denominar a asma, 
que é uma doença caracterizada por uma inflamação das vias aéreas, com limitação 
reversível de fluxo aéreo, com sintomas como tosse, falta de ar, chiado e pressão no 
peito. Bronquite é geralmente causada por vírus. A doença costuma estar 
acompanhada de uma outra infecção viral respiratória, como gripes e resfriados. No 
início, ela afeta o nariz, a garganta e, depois, se espalha para os pulmões. Às vezes, 
pode-se contrair uma infecção bacteriana secundária nas vias respiratórias. Isso 
significa que uma bactéria infectou as vias respiratórias, além do vírus. 
 
Bronquite crônica 
O fumo é o principal responsável pelo desenvolvimento da bronquite crônica. 
Poluição e a emissão de gases tóxicos no meio ambiente ou no ambiente de trabalho 
também estão entre as prováveis causas. A bronquite crônica é um tipo de Doença 
pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). Fatores alérgicos, como os desencadeados pela 
asma, também pode causar bronquite crônica. 
 
Fatores de risco 
Alguns fatores são considerados de risco por médicos. Segundo eles, eles 
podem ajudar no desenvolvimento de bronquite. Confira: 
Fumo: o hábito de fumar pode elevar os riscos de uma pessoa desenvolver 
tanto a bronquite aguda quanto a crônica 
Imunidade baixa: este fator de risco costuma ser uma consequência de outra 
doença aguda, como a gripe, ou ainda de uma condição crônica, como Aids 
Idade: idosos, crianças pequenas e bebês têm mais riscos de contrair a 
infecção 
Exposição a agentes irritantes: a chance de contrair a doença é maior se 
você trabalha com gases ou outros agentes que possam causar irritação nos pulmões 
Refluxo gástrico: doenças que causam refluxo gástrico e azia podem 
aumentar as chances de a pessoa desenvolver bronquite. 
 
 
16 
 
 
Tratamento de Bronquite 
Os principais objetivos do tratamento da bronquite aguda e crônica são aliviar 
os sintomas e facilitar a respiração. Uma das melhores maneiras de tratar a bronquite 
aguda e crônica é remover a fonte de irritação e danos aos pulmões. 
Se os sintomas da bronquite não desaparecerem, seu médico pode prescrever 
a você um inalador para abrir as vias respiratórias, caso você esteja com chiado no 
peito. 
Bronquite aguda 
Se você tiver bronquite aguda, seu médico pode recomendar repouso, muitos 
líquidos e aspirina (para adultos) ou paracetamol para tratar a febre. 
Antibióticos geralmente não são prescritos para bronquite aguda. Isso ocorre 
porque eles não funcionam contra vírus - a causa mais comum de bronquite aguda. 
No entanto, se o seu médico achar que você tem uma infecção bacteriana, ele ou ela 
pode prescrever antibióticos. 
 
Bronquite crônica 
Se você tem bronquite crônica e também foi diagnosticado com DPOC pode 
precisar de medicamentos para abrir as vias aéreas e ajudar a eliminar o muco. Estes 
medicamentos incluem broncodilatadores (inalados) e esteróides (inalados ou 
comprimidos). 
 
Prevenção 
Algumas medidas podem prevenir a ocorrência de bronquite. Conheça e 
previna-se: 
 Não fume 
 Tome a vacina contra a gripe e a vacina pneumocócica anualmente 
 Reduza sua exposição à poluição do ar e a agentes químicos que 
possam causar irritação aos pulmões 
 Deixe o quarto e a casa bem arejados, evite objetos que possam 
acumular pó, coloque capa no colchão e travesseiro 
 Faça atividades físicas 
 
17 
 
 Lave as mãos frequentemente a fim de evitar a disseminação de vírus e 
de outras infecções.4 
5.3 Enfisema Pulmonar 
 
Fonte: cliquefarma.com.br 
 
O enfisema, também conhecido como enfisema pulmonar, é 
uma DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica) não contagiosa causada pela 
grande exposição a agentes poluentes e/ou químicos e que acabam danificando os 
alvéolos pulmonares. Em 80% dos casos, o tabaco é o principal causador da doença. 
Por mais que nós não percebamos, estamos expostos a agentes 
degeneradores praticamente o dia todo, como a poluição, poeira, bactérias que estão 
presentes no ar e fumaça de cigarro – até mesmo quando não somos fumantes. E 
tudo isso acaba influenciando no funcionamento do nosso sistema respiratório. 
 
Como o Enfisema se desenvolve? 
Com a inalação dos agentes causadores da doença, os sacos de ar presentes 
em nossos pulmões (alvéolos) são afetados drasticamente, o que acaba ocasionando 
dificuldade na hora de realizar as trocas gasosas de nossa respiração. 
Com a destruição dessas áreas, a troca do oxigênio (O2) pelo dióxido de 
carbono (CO2) não acontece da maneira que deveria, diminuindo a quantidade de 
oxigênio que circula no sangue e ocasionando a falta de ar na pessoa. 
 
4 Texto extraído do link: https://www.minhavida.com.br/saude/temas/bronquite 
 
18 
 
Agentes causadores 
Quase todos os casos são derivados do consumo intenso e prolongado do 
tabaco, mas também há outras causas para a doença, como a inalação de detritos 
e gases tóxicos no local de trabalho e a genética. Além disso, há também uma outra 
causa, porém mais rara, que é a ausência de uma enzima produzida nos pulmões 
chamada alfa-1-antripsina. 
Além dessas causas, existem, ainda, alguns fatores de risco que podem ajudar 
no desenvolvimento do enfisema: 
 Poluição ambiental; 
 Má nutrição; 
 Infecções respiratórias; 
 Baixa temperatura; 
 Histórico familiar de DPOC. 
 
Diagnóstico e o tratamento do Enfisema 
O diagnóstico do enfisema está interligado com o das DPOC e ele pode ser 
feito através de 3 exames. 
1. Radiografia do tórax: identifica se há hiperinsuflação e bolhas de ar 
dentro dos pulmões. 
2. Gasometria arterial: análise dos valores de oxigênio e dióxido de 
carbono circulantes no sangue do paciente. 
3. Espirometria ou prova de função pulmonar: o melhor para diagnosticar 
não só essa doença, mas outras DPOC também, esse exame consiste 
no paciente respirar através de um tubo enquanto um computador 
registra diversos parâmetros respiratórios. 
 
Feito o diagnóstico, é hora do tratamento. Por mais que o enfisema não tenha 
cura, ele pode ser controlado quase que completamente. Para tanto, 6 tipos de 
tratamento podem ser executados. 
 
 
 
 
 
19 
 
Medicamentos como inalantes 
Os broncodilatadores são medicamentos que relaxam os músculos dos 
brônquios e melhoram o fluxo de ar do paciente. Além deles, o médico pode 
prescrever também corticosteróides, que aliviam os sintomas da inflamação pulmonar. 
 
Tratamento oral 
Outros medicamentos podem ser prescritos para quem possui enfisema 
pulmonar, como antibióticos, que previnem possíveis infecções mais graves, 
e mucolíticos, para diminuir o muco formado por conta da obstrução dos canais 
respiratórios. 
 
Oxigenoterapia 
Nem todos os pacientes de enfisema pulmonar precisam fazer esse tratamento, 
mas é preciso estar ciente de que, conforme a doença progride, a necessidade do 
oxigênio aumenta. Portanto, o uso de oxigênio por intervenção médica pode ocorrer 
também. 
 
Cirurgia e reabilitação pulmonar 
A cirurgia pode ser uma boa opção para quem tem o enfisema em estado 
avançado. Ela consiste na diminuição do volume pulmonar, o que ajuda na redução 
dos sintomas da doença, e em casos extremamente graves, o transplante de pulmão 
também é umaalternativa. 
 
Dependendo do quadro clínico, o médico pode indicar reabilitação pulmonar, 
que nada mais são do que exercícios que fortalecem os seus pulmões. Além disso, 
você poderá também interagir com outras pessoas que possuem a doença através de 
sessões, aumentando, assim, o seu bem estar e auto estima.5 
 
 
 
 
5 Texto extraído do link: 
https://minutosaudavel.com.br/o-que-e-enfisema-pulmonar-tratamento-sintomas-prevencao-
tipos-e-mais/ 
 
 
20 
 
5.4 Asma 
 
Fonte: tribunademinas.com.br 
Asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas. O pulmão do 
asmático é diferente de um pulmão saudável, como se os brônquios dele fossem mais 
sensíveis e inflamados - reagindo ao menor sinal de irritação. 
Se pensarmos em uma pessoa sem a doença, ela sofrerá uma falta de ar 
quanto estiver exposta a grandes irritações, como a fumaça de um incêndio. Diante 
desse quadro, o organismo da pessoa identifica os agentes irritantes e faz com que a 
musculatura que existe em volta do brônquio se contraia, fechando o órgão e 
impedindo que o ar contaminado entre nos pulmões. O mesmo processo acontece 
com um paciente que tem asma, só que os gatilhos para causar uma irritação nos 
brônquios são bem menos intensos, como a poeira. 
Asma é uma das condições crônicas mais comuns, acometendo cerca de 235 
milhões de pessoas no mundo todo, segundo a Organização Mundial de Saúde. 
Estima-se que, no Brasil, cerca de 10% da população sofra com o problema. 
 
Tipos 
Para classificar a gravidade da sua asma, o seu médico considera a análise 
clínica juntamente com os resultados de seus exames. Determinar o quão grave é sua 
asma auxilia o médico a escolher o melhor tratamento. Além disso, a gravidade da 
asma pode alterar com o passar do tempo, necessitando um reajuste da medicação. 
A asma é classificada em quatro categorias gerais: 
Grau 1: sintomas leves e intermitentes até dois dias por semana e até duas 
noites por mês, em geral com predomínio dos sintomas no inverno, por exemplo 
 
21 
 
Grau 2: sintomas persistentes e leves mais do que duas vezes por semana, 
mas não mais do que uma vez em um único dia 
Grau 3: sintomas persistentes moderados uma vez por dia e mais de uma noite 
por semana 
Asma Grave (Grau 4): sintomas graves persistentes ao longo do dia na maioria 
dos dias e frequentemente durante a noite na asma grave. 
 
Causas 
Ninguém sabe exatamente o que provoca asma, uma vez que cada pessoa 
apresenta uma sensibilidade a gatilhos diferentes. Dessa forma, é importante 
entender o que causa seus ataques de asma e tentar reduzir a exposição a esses 
agentes ou buscar tratamentos mais adequados. Aqui estão os gatilhos mais comuns 
da asma: 
 
Substâncias e agentes alérgenos 
Cerca de 80% das pessoas com asma sofrem crises quando expostas a alguma 
substância transportada pelo ar, como ácaros e poeira, poluição, pólen, mofo, pelos 
de animais, fumaça de cigarro e partículas de insetos. Substâncias químicas como 
tinta, desinfetantes e produtos de limpeza também podem desencadear uma crise. 
Quando aspirados, esses agentes podem irritar os brônquios, levando a uma crise. 
Infecções virais, como o resfriado comum ou a gripe, também constituem causa 
importante para o desencadeamento de uma crise de asma. 
 
Alimentação 
Alergias alimentares podem causar crises de asma. Os alimentos mais comuns 
associados com sintomas alérgicos são: 
 Ovos 
 Leite de vaca 
 Amendoins 
 Soja 
 Trigo 
 Peixe 
 Camarão e outros crustáceos 
 
22 
 
 Saladas e frutas frescas. 
Alguns conservantes e aditivos acrescentados dos alimentos industrializados 
também podem desencadear uma crise de asma. 
 
Fonte: minhavida.com.br 
Asma induzida por exercício 
É um tipo de asma desencadeado por exercício ou esforço físico. Muitas 
pessoas com asma experimentam algum grau de sintomas ao praticar atividade física. 
No entanto, existem muitas pessoas sem asma diagnosticada que desenvolvem 
sintomas apenas durante o exercício. Inclusive, alguns atletas podem apresentar essa 
manifestação da doença. 
Com asma induzida por exercício, o estreitamento das vias aéreas tem um pico 
de cinco a 20 minutos após o exercício começar, o que dificulta a retomada do fôlego. 
Seu médico pode lhe dizer se você precisa usar um bronco dilatador antes do 
exercício para evitar os sintomas incômodos. 
Asma ocupacional 
A asma ocupacional é um tipo de asma que resulta de gatilhos do trabalho. É 
muito comum em pessoas que trabalham em usinas ou expostas a agentes químicos, 
tinturas, agrotóxicos, etc. Com este tipo de asma, você pode ter dificuldade em respirar 
e sofrer outros sintomas de asma apenas nos dias em que você está no trabalho. 
Muitas pessoas com este tipo de asma sofrem com nariz escorrendo, 
congestão, irritação nos olhos ou tosse, em vez de o chiado no peito típico da doença. 
Alguns trabalhos comuns que estão associados com a asma ocupacional incluem 
 
23 
 
criadores de animais e veterinários, agricultores, cabeleireiros, enfermeiros, pintores 
e marceneiros. 
 
Asma noturna 
Asma noturna é um tipo comum da doença. Se você tem asma, as chances de 
sofrer uma crise são muito mais elevadas durante o sono, porque a asma é fortemente 
influenciada pelo ritmo circadiano (ciclo biológico que regula as funções do nosso 
corpo, geralmente de acordo com a luz do sol). Acredita-se que a asma noturna 
acontece devido ao aumento da exposição aos alérgenos, ao resfriamento das vias 
aéreas, a posição reclinada ou até mesmo pelas secreções hormonais. 
Se você tem asma, observe se seus sintomas pioram quando a noite avança. 
Caso isso aconteça, procure um médico para descobrir as causas das suas crises de 
asma e buscar o tratamento mais adequado. 
 
Mudanças de temperatura 
O choque de temperaturas é uma mudança bastante agressiva para quem tem 
as vias respiratórias mais sensíveis. Além das crises de asma, é comum haver piora 
de rinite ou tosse. A mudança do calor para o frio pode desencadear uma resposta na 
mucosa brônquica que, por meio de estímulos nos receptores nervosos de 
temperatura ou pela liberação de substâncias alergênicas, pode desencadear uma 
crise. 
Medicamentos 
Medicamentos anti-inflamatórios não hormonais - como o ácido acetilsalicílico, 
o diclofenaco e o ibuprofeno - podem desencadear crises de asma. Isso acontece 
porque esses remédios inibem uma via de inflamação, mas sobrecarregam outra, que 
tem forte relação com a crise asmática em quem sofre da doença. 
 
Condições de saúde que podem imitar asma 
Uma variedade de doenças pode causar alguns dos mesmos sintomas da 
asma. Por exemplo, a asma cardíaca é uma espécie de falha do coração em que os 
sintomas podem imitar alguns dos presentes na asma regular. Algumas anomalias 
nas cordas vocais podem provocar um chiado no peito que é muitas vezes confundido 
com a asma. 
 
24 
 
Fatores de risco 
 
Histórico familiar 
A asma é uma doença que tem em seu bojo características genéticas. Pessoas 
com casos de alergias na família tem uma predisposição genética para desenvolver 
quadros alérgicos no geral, e o relacionado ao pulmão é a asma. 
 
Histórico de alergias 
A asma é uma doença caracterizada pela presença de uma reação exagerada 
das vias aéreas, ou seja, por um mecanismo de defesa aumentado. Esse é o pano de 
fundo em outras alergias, desde respiratórias até cutâneas. Dessa forma, uma pessoa 
que tenha algum tipo de alergia tem uma maior predisposição a ter outros tipos, dentre 
eles a asma, uma vez que seu corpo tende a reagir de forma excessiva aos estímulos 
externos. 
 
Obesidade 
As pessoas com obesidade têm maior risco de asma. Isto ocorre porque 
a obesidade desencadeia uma série de processos inflamatórios - e a asma nada mais 
é do que um processo inflamatório em nossos brônquios. A obesidade é uma 
"facilitadora" desse processo. 
 
Baixo peso ao nascer ehábitos da gravidez 
Os bebês filhos de mães tabagistas têm menor peso, devido aos infartos que o 
cigarro causa na placenta, dificultando a nutrição do bebê durante a vida intrauterina. 
Apesar de alguma controvérsia, existe uma relação entre baixo peso ao nascer e asma 
até os cinco anos de idade. Isso acontece porque o pulmão só se forma plenamente 
no fim de gestação. Por isso o bebê prematuro tem mais risco de ter quadros 
inflamatórios no pulmão. É importante ressaltar que só podemos dizer que uma 
criança é asmática após os dois anos de vida. Antes disso ela é um bebê chiador. 
Outros comportamentos durante a gestação aumentam o risco de o bebê ter 
alergia, tais como dormir mal, transtorno de ansiedade e depressão. 
 
 
 
25 
 
Refluxo gastroesofágico 
A doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) é uma condição na qual o 
conteúdo do estômago vaza em direção contrária para o esôfago. Essa ação pode 
irritar o esôfago, causando azia e outros sintomas. Se for aspirado, o conteúdo do 
refluxo gastroesofágico pode ir parar dentro dos pulmões. Isso pode desencadear uma 
inflamação e favorecer quadros como pneumonias, bronquites e asma. 
 
Tratamento de Asma 
Prevenção e controle são a chave para impedir que os ataques de asma 
comecem. As medicações de uso contínuo servem para minimizar a sensibilidade e a 
inflamação as quais os brônquios da pessoa asmática estão sujeitos, fazendo com 
que os pulmões reajam com menos intensidade aos agentes irritantes, como poeira e 
ácaros. Diferente dos broncodilatadores, que apenas revertem o quadro de contração 
do brônquio, os medicamentos contínuos funcionam para evitar que essas reações 
aconteçam. Veja as linhas de tratamento para a asma: 
 
Medicamentos contínuos 
Os medicamentos da asma perfeitos para o seu perfil dependem de uma série 
de coisas, incluindo sua idade, seus sintomas, seus gatilhos de asma e o que parece 
funcionar melhor para manter a sua doença sob controle. Os medicamentos 
preventivos de controle em longo prazo reduzem a inflamação nas vias aéreas, 
impedindo que os sintomas se iniciem. Os medicamentos contínuos, geralmente 
tomados diariamente, são a base do tratamento da asma. Eles incluem: 
 
Corticosteroides inalados: essa classe de medicamentos inclui fluticasona, 
budesonida, mometasona, ciclesonida, flunisolide, beclometasona e outros. Você 
pode precisar usar esses medicamentos durante vários dias ou semanas antes que 
eles atinjam o seu máximo benefício. Ao contrário de corticosteroides orais, esses 
medicamentos têm um risco relativamente baixo de efeitos colaterais e são 
geralmente seguros para uso contínuo, uma vez que agem diretamente nos pulmões, 
em vez de passarem primeiro pela corrente sanguínea. As inalações são feitas com 
inaladores portáteis, por meio de sprays ou em forma de pó – esse último inalado por 
meio de um instrumento próprio. O tempo de ação pode ser de quatro, 12 ou 24 horas, 
 
26 
 
e o espaço entre as inalações varia conforme esse intervalo. Mais de 95% dos casos 
de asma podem ser controlados com o uso de corticoides 
Modificadores de leucotrienos: são medicamentos orais, incluindo o 
montelucaste, zafirlucast e zileuton. Eles podem ser encontrados em forma de 
comprimidos, xaropes ou sachês. Eles interferem no processo inflamatório dos 
pulmões, e raramente são usados de forma isolada, sendo associado ao uso de 
corticoides. As doses e intervalos de utilização variam conforme o caso e a associação 
de medicamentos que está sendo feita. 
 
Beta-agonistas de longa duração: são medicamentos inaláveis, e incluem 
salmeterol e formoterol. Sua função é abrir as vias aéreas – ou seja, é um 
broncodilatador. Normalmente são usados em associação com corticosteroides – 
chamados assim de inaladores de combinação. Esses medicamentos não devem ser 
usados durante um ataque de asma. 
 
Teofilina: a teofilina funciona principalmente como broncodilatador, mas possui 
efeito anti-inflamatório, sendo também associada aos corticoides. O medicamento 
deve ser ministrado a cada 12 horas, e as doses também variam conforme o paciente. 
 
Broncodilatadores 
É importante ressaltar que os broncodilatadores servem para aliviar uma crise 
de asma, mas não tratam a doença. Durante uma crise de asma, você tem o 
fechamento dos brônquios, impedindo a entrada de ar nos pulmões. Os 
broncodilatadores servem justamente para relaxar essa musculatura dos brônquios, 
permitindo que o ar entre nos pulmões novamente. Essas medicações têm início de 
ação rápido, gerando um alívio imediato do paciente. Há broncodilatadores de curta 
duração (de quatro a seis horas de ação) e de longa duração (de 12 a 24 horas de 
ação), mas nenhum desses é um tratamento preventivo, devendo ser associado aos 
medicamentos. 
Os broncodilatadores são usados conforme necessário para alívio rápido dos 
sintomas durante um ataque de asma. Se você tem asma associada ao exercício, 
pode ser que o médico indique usar o broncodilatador logo antes de uma série. Os 
 
27 
 
broncodilatadores são ministrados com um inalador portátil ou um nebulizador, para 
que possam ser inalados por meio de uma máscara ou um bocal. 
Se você usa o broncodilatador várias vezes ao dia, é um sinal de que a sua 
asma está descontrolada e precisa de outras medicações. O maior risco de uma 
pessoa ter várias crises e usa apenas o broncodilatador é mascarar uma crise mais 
grave. Isso pode fazer com que você subestime a intensidade do quadro, ignorando 
sua gravidade e vindo a sofrer consequências alarmantes, como uma asfixia, pois o 
broncodilatador somente pode não dar conta da crise. Pessoas que usam ou usaram 
o broncodilatador mais do que três ou quatro vezes em um único dia devem procurar 
um pronto socorro ou ligar para seu médico, a fim de buscar formas de tratamento da 
doença como um todo, não apenas da crise. 
 
Outros medicamentos 
 
Os corticosteroides também podem ser ministrados em versão injetável, sendo 
que a frequência será menor - por ser indicado para casos mais graves ou conforme 
a indicação médica. Outro medicamento injetável é o omalizumabe, que diminui a 
resposta das células inflamatórias do pulmão, fazendo com ele fique menos 
"estressado". Ele é aplicado em média a cada 15 ou 20 dias, e podem ser muito 
eficazes para os casos em que as medicações não estão surtindo efeitos 
significativos. Ele também pode ser associado aos corticoides inalatórios, mas não é 
uma regra. 
Se a sua asma é desencadeada ou agrava por agentes alérgenos, alguns 
medicamentos para alergias (anti-histamínicos) podem ser indicados, geralmente 
ministrados por spray oral e nasal. Há também a termoplastia brônquica, usada para 
asma severa que não melhora com corticosteroides inalados ou outros medicamentos 
para asma. A termoplastia brônquica aquece o interior das vias aéreas nos pulmões 
com ajuda de um eletrodo, reduzindo o músculo liso no interior das vias aéreas. Isso 
limita a capacidade das vias aéreas de se contrair, tornando a respiração mais fácil e 
possivelmente reduzindo os ataques de asma.6 
 
6 Texto extraído do link: https://www.minhavida.com.br/saude/temas/asma 
 
28 
 
5.5 Câncer de Pulmão 
 
Fonte: brasil247.com 
 
O câncer de pulmão é um tumor caracterizado pela quebra dos mecanismos 
celulares naturais do pulmão, a partir de estímulos carcinogênicos ao longo dos anos, 
levando ao crescimento desorganizado de células malignas. Este tumor maligno que 
pode pegar desde a traqueia até a periferia do pulmão é uma das principais causas 
de morte entre as neoplasias no Brasil, com 28.220 casos novos em 2016, sendo a 
principal causa de morte por câncer entre homens e a segunda maior entre as 
mulheres. 
 
Tipos 
O subtipo do câncer de pulmão é determinado a partir de uma amostra da lesão 
analisada ao microscópio por um médico patologista. Os principais subtipos são: 
 
Carcinoma de pulmãoindiferenciado de grandes células 
Também chamado de câncer de pulmão indiferenciado de células não 
pequenas, ele geralmente cresce e se espalha mais lentamente do que o câncer de 
pequenas células, mas mais rapidamente que os outros tipos. Este tipo de câncer 
caracteriza-se por ser encontrado em qualquer lugar do pulmão, o que pode torná-lo 
mais difícil de tratar. O carcinoma de pulmão indiferenciado de grandes células é 
responsável por 10% a 15% dos cancros do pulmão. 
 
Adenocarcinoma 
 
29 
 
Este tipo é o mais frequente atualmente, sendo responsável por cerca de 40% 
dos cânceres de pulmão. É também o tipo mais comum de câncer de pulmão entre os 
não-fumantes. O adenocarcinoma começa nas células que produzem o muco e outras 
substâncias e costuma progredir mais lentamente do que os outros tipos. 
 
Carcinoma epidermoide 
Cerca de um quarto dos casos de câncer de pulmão se enquadra nesta 
categoria. O carcinoma epidermoide começa nas células que revestem as vias aéreas 
no interior dos pulmões e são, geralmente, encontrados no centro do pulmão, ao lado 
dos brônquios. 
 
Carcinoma de pulmão pequenas células 
Também conhecido como câncer de pulmão de pequenas células, é o cancro 
que se espalha de forma mais rápida pelo pulmão. O tumor de pequenas células pode 
ser dividido entre carcinoma de pequenas células e carcinoma de pequenas células 
combinadas. Aproximadamente 15% de todos os casos de câncer de pulmão são de 
pequenas células, sendo mais comum em homens do que mulheres. É a forma mais 
agressiva, iniciando geralmente nos brônquios e com alto potencial para criar 
metástases em outras partes do corpo, como cérebro, fígado e osso. Quase todos os 
casos ocorrem por causa do tabagismo. 
O câncer de pulmão pode ser do tipo metastático, ou seja, aparecer como uma 
metástase de outro câncer, como o de bexiga ou de mama. 
 
Causas 
A causa mais comum do câncer de pulmão é o tabagismo por um longo período 
de tempo. Outros fatores de risco importantes são: 
 Inalação de agentes químicos, como asbesto, radônio, amianto e arsênio 
 Inalação de poeira e poluição do ar 
 
Fumo passivo 
Algumas doenças também predispõem à malignidade, como a tuberculose e a 
doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), assim como uma alimentação pobre em 
 
30 
 
frutas e verduras. Há também fatores genéticos relacionados, como a presença de 
história familiar. 
 
Tratamento de Câncer de Pulmão 
 
Apesar de a cirurgia ser considerada o tratamento de maior chance de controle 
e cura, poucos são os candidatos a uma ressecção completa - cerca de 10% a 20% 
dos casos apenas. Entre esses, uma porcentagem reduzida se beneficia claramente 
da cirurgia. A radioterapia com intenção curativa, associada ou não à quimioterapia, 
tem sido reservada para pacientes que não podem ser operados por questões 
técnicas, como a localização do tumor, ou questões clínicas, como a saúde do 
paciente. O carcinoma indiferenciado de não pequenas células pode ser tratado com 
cirurgia, ao passo que o carcinoma de pequenas células responde melhor à 
quimioterapia e à radioterapia. Nos casos em que a doença é metastática, a 
quimioterapia pode ser realizada para aumentar a média de sobrevida em relação ao 
tratamento de suporte, assim como a qualidade de vida.7 
6 AS DIFERENTES ÁREAS DA FARMACOLOGIA 
A Farmacologia pode ser vista como uma vasta área do conhecimento científico 
e nas suas diferentes abordagens pode se subdividir em cerca de seis áreas 
principais. 
6.1 Farmacodinâmica 
Farmacodinâmica é a ciência que estuda e descreve os efeitos terapêuticos de 
medicamentos e drogas no organismo, assim como seus efeitos colaterais. 
Ela aborda as ações farmacológicas e os mecanismos pelos quais estas 
substâncias, chamadas de fármacos, atuam no organismo vivo, além de abordar as 
relações entre a concentração da substância e o efeito por ela produzido. 
 
7 Texto extraído do link: https://www.minhavida.com.br/saude/temas/cancer-de-pulmao 
 
 
31 
 
Em linhas gerais, a farmacodinâmica estuda como os antibióticos atuam nas 
bactérias, por exemplo, seja por ação bactericida ou bacteriostática. E por existir uma 
diversidade de antibióticos, existem também vários mecanismos de ação, que nem 
sempre estão devidamente esclarecidos em suas bulas. 
Ela também descreve o local e como aquela substância pode ter efeito no corpo 
humano, uma vez que eles podem ser influenciados por diversos fatores, como a 
idade, a composição genética e outros problemas de saúde particulares de uma 
pessoa, além da doença que ela está tratando com aquele medicamento. 
Na farmacodinâmica, as substâncias podem divididas de acordo com o seu 
mecanismo de ação. Desta forma temos: 
Fármacos estruturalmente inespecíficos - São aqueles que dependem 
exclusivamente de suas propriedades físico-químicas para causar o efeito biológico. 
Ou seja, eles não se ligam a nenhum componente celular para realizar o efeito no 
organismo. 
Um exemplo destes fármacos são os antiácidos estomacais, conhecidos como 
“sais de frutas”, que atuam diminuindo diretamente a acidez do suco gástrico. 
Fármacos estruturalmente específicos - São aqueles que conseguem 
exercer seu efeito biológico através da interação seletiva com um componente celular, 
que pode ser uma enzima, um canal iônico ou uma proteína sinalizadora. Este modelo 
de interação é ilustrado pelo processo que ocorre entre a chave e a fechadura. 
Neste caso, o fármaco atua como a “chave” e o componente celular, a 
“fechadura” e “abrir a porta” ou “não abrir a porta” representariam as respostas 
biológicas desta interação. 
Dentro deste modelo de substâncias, existem também o conceito de afinidade, 
que é a capacidade dela de se ligar ao seu alvo. 
Uma vez tendo a interação, a substância também pode ter a chamada atividade 
intrínseca, que é a capacidade dela de realizar uma ação dentro da célula. 
6.2 Farmacocinética 
Farmacocinética é a área das ciências da saúde que estuda o caminho 
percorrido e o impacto causado pelos remédios (fármacos) no corpo humano. O 
 
32 
 
principal objeto de estudo da farmacocinética é o processo de metabolismo dos 
medicamentos. 
Faz parte desse estudo a análise dos processos de absorção, 
biotransformação, biodisponibilidade e excreção dos medicamentos. A análise é 
importante para que a prescrição de medicamentos seja feita de forma segura, no que 
se refere às quantidades, doses, forma de administração e avaliação de efeitos 
colaterais. 
 
Etapas da Farmacocinética 
 
Absorção 
A absorção é o processo que se inicia com a aplicação ou tomada do 
medicamento até a entrada na corrente sanguínea. A avaliação da forma de absorção 
é fundamental para que os efeitos da medicação sejam satisfatórios. 
A absorção pode acontecer por diversas vias, de acordo com a indicação para 
cada caso: oral, retal, cutânea, intramuscular, respiratória, subcutânea 
e intraperitoneal. 
Algumas condições de saúde e de fisiologia podem influenciar a absorção 
adequada do princípio ativo de um remédio, como processos inflamatórios, fluxo 
sanguíneo, menstruação e dosagem aplicada. 
 
Biotransformação 
A biotransformação é a etapa em que a medicação é transformada em um 
composto aquoso. A biotransformação é uma fase importante para garantir a excreção 
dos resíduos da medicação, que acontece no fígado. 
 
Biodisponibilidade 
A biodisponibilidade é a porção da medicação que chega à circulação 
sanguínea. O valor é próximo aos 100% quando a medicação é aplicada por via 
intravenosa. Outras vias de aplicação costumam ter uma biodisponibilidade mais 
baixa. 
A avaliação da biodisponibilidade é importante para a decisão sobre a aplicação 
adequada das doses dos medicamentos. 
 
33 
 
 
Excreção 
A excreção é a forma e a velocidade com que os resíduos da medicação são 
liberados do organismo. A velocidade depende do tipo de medicação, doprocesso 
de filtração no organismo e do fluxo renal de cada pessoa. Os resquícios de 
medicamentos podem ser eliminados por urina, fezes, fígado, saliva, rins, suor, dentre 
outros.8 
6.3 Farmacotécnica 
Trata-se de uma parte da Farmacologia que cuida das drogas, transformando-
se nas várias formas farmacêuticas utilizadas na prevenção, diagnóstico e cura das 
doenças. Esta transformação visa a administração, assegurando uma perfeita eficácia 
terapêutica e conservação. 
 
Formas farmacêuticas 
São também designadas por formas galênicas ou formas medicamentosas. 
Exemplos: pós, comprimidos, xaropes, pomadas, colírios, supositórios, etc. 
São o resultado de várias operações a que se submetem as substâncias 
medicamentosas a fim de facilitarem a sua posologia, administração, mascarar os 
caracteres organolépticos e assegurar a ação desejada. 
Atualmente a Farmacotécnica é subsidiada por outras ciências fundamentais, 
como a física, a química, e a botânica; e de ciências de aplicação como a 
Farmacognosia e a Farmacodinâmica. Sendo assim, ela própria se constitui em uma 
ciência de aplicação, libertando-se cada vez mais do empirismo que a caracterizou no 
passado. 
Após um período de tempo mais ou menos longo, dependente do processo de 
conservação, o medicamento passa a perder progressivamente a sua atividade. Na 
prática, considera-se que um medicamento perdeu a sua validade quando foram 
destruídos mais de 10 ou 15% dos seus princípios ativos. O período durante o qual a 
destruição se processou até aquele limite é conhecido com PRAZO DE VALIDADE. 
 
8 Texto extraído do link: https://www.significados.com.br/farmacocinetica/ 
 
34 
 
Por este motivo os medicamentos devem ser verificados de modo a garantir a 
sua potência inicial e a determinar-se qual o grau de destruição dos seus princípios 
ativos com o passar do tempo. 
Compete à Farmacotécnica estudar a forma farmacêutica mais adequada e o 
melhor meio de se conservar os medicamentos, de modo a prolongar, na medida do 
possível, o seu período de utilização. 
OBJETIVO: Preparar, conservar, acondicionar e dispensar medicamentos, 
dosados com exatidão e apresentados sob uma forma que facilite a sua 
administração. 9 
6.4 Farmacognosia 
A farmacognosia é o estudo das medicinas ou das drogas brutas produzidas 
das fontes naturais tais como plantas, micróbios e animais. Inclui a análise de suas 
propriedades biológicas, químicas, bioquímicas e físicas. 
Acredita-se que o corpo humano encontra medicinas planta-derivadas mais 
fáceis de aceitar devido ao fato de que existe na natureza e não é sintético. 
Aproximadamente 25% de medicinas das prescrições nos EUA são acreditadas para 
ter um ingrediente ativo de uma fonte natural. Em países em desenvolvimento, 
calcula-se que aproximadamente 80% de sua população confia nas medicinas 
tradicionais feitas das plantas e das ervas. 
As plantas e os organismos são usados em uma variedade de maneiras na 
produção de medicinas convencionais e alternativas. O ingrediente ativo benéfico da 
planta pode ser encontrado em qualquer lugar em sua estrutura física, como na pétala 
ou a haste de uma flor. 
O produto natural pôde ser inerte em seu formulário físico usual, assim que 
pode tomar uma reação química ou uma alteração trazê-la em seu formulário ativo. 
Às vezes, o ingrediente ativo é extraído diretamente da planta, mas em outras 
ocasiões o ingrediente ativo pode ser produzido através da síntese criando um 
composto que se comporte similarmente ao extrato da planta. 
 
 
9 Texto extraído do link: 
https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/farmacia/o-que-e-farmacotecnica/1754 
 
35 
 
Exemplos de plantas medicinais 
As plantas são a fonte de muitos ingredientes ativos usados para finalidades 
medicinais. Os exemplos incluem a atropina, a efedrina, o taxol, o ácido salicílico, e a 
cafeína. Estes compostos naturais são frequentemente uma grande base para a 
descoberta de drogas novas. 
Estão aqui alguns exemplos das plantas que têm um impacto em seres 
humanos: 
Pallidoroseum de Fusarium: a origem do apicidin, um metabolito fungoso que 
apresenta a atividade antiprotozoária in vitro que pode opr o berghei do Plasmodium 
do fator da malária 
Taxus Baccata (teixo): pode ser usado para extrair Baccatin III que é importante 
na produção de taxol, uma droga anticancerosa 
Erinaceus de Hericium: um fungo que seja pensado para melhorar o sistema 
imunitário 
Pervinca de Madagáscar (roseus do catharanthus): uma fonte natural de 
alcalóides e a origem das medicinas para a leucemia da infância e a doença de 
Hodgkin 
Marlothii do aloés (aloés da montanha): identificado como um tratamento para 
parasita intestinais 
Acetosella do Rumex (azeda comum): possui propriedades diuréticos e é usado 
como uma aproximação para a sinusite e o cancro. 
6.5 Farmacoterapêutico 
Seguimento Farmacoterapêutico é uma prática profissional em que o 
farmacêutico se responsabiliza pelas necessidades do doente relacionadas com os 
medicamentos, através da detecção, prevenção e resolução dos Resultados 
Negativos da Medicação (RNM), de modo contínuo, sistemático e documentado, em 
colaboração com o próprio doente e com os outros profissionais da saúde, com o 
objetivo de atingir resultados concretos que melhoram a qualidade de vida do doente. 
O Seguimento Farmacoterapêutico representa a área de intervenção 
farmacêutica no âmbito da farmacoterapia clínica em que o farmacêutico pode 
 
36 
 
contribuir de modo efetivo para a melhoria da qualidade de vida dos seus doentes, 
reduzindo a morbilidade e a mortalidade associada aos medicamentos. 
 
A relação Terapêutica se daria: 
 Colaboração com o paciente 
 Respeitando seus aspectos biopsicossociais 
 Corresponsabilidade 
 Princípios bioéticos 
 Qualidade de vida 
 Processo saúde – doença 
 
Relação Farmacêutico x Prescritor 
 Compreender prescrição 
 Relacionamento colaborativo e humanitário 
 Identificar modelo de abordagem 
 Coordenar consensos: “verdade farmacêutica” 
 Facilitar a relação com paciente 
 
Resultado da Interação 
 Relação inter / intra / multiprofissional 
 Colaboração com o prescritor 
 Respeitando seus aspectos biopsicossociais e de formação 
 Corresponsabilidade 
 Princípios bioéticos 
 Qualidade de vida: exercício profissional 
 Processo saúde – doença 
 
O Seguimento farmacoterapêutico possibilita: 
 Desenvolver o sentido de pertença social 
 Conhecer o outro 
 Conhecer-se 
 Habilidades de comunicação 
 
37 
 
 Competência na informação sobre medicamentos 
 Participar da prevenção, controle ou cura 
 Participar da promoção e proteção da saúde10 
6.6 Imunofarmacologia 
Área relativamente nova que tem se desenvolvido muito nos anos graças à 
possibilidade de se interferir, através do uso de drogas, na realização dos transplantes 
e de se utilizar com fins terapêuticos substâncias normalmente participantes da 
resposta imunológica. Além disso, se verifica uma grande inter-relação entre 
farmacologia e imunologia quando se considera o desenvolvimento cada vez maior 
de drogas capazes de interferir com as diversas fases do processo inflamatório. 
Através do acúmulo de conhecimentos na área de imunologia, aliados a 
engenharia genética e a biologia molecular, foi possível o aperfeiçoamento 
tecnológico nas seguintes áreas: 
 Imunodiagnóstico 
 Imunoensaios; 
 Imunoprofilaxia; 
 Imunoterápicos; 
 Estudos de fisiopatologia. 
 
Resposta imune 
Quando o organismo entra em contato com determinados agentes estranhos 
(vírus, bactérias, fungos, parasitas, células tumorais); 
Desencadeia-se uma cascata de eventos para a eliminação destes agentes. 
 
Resposta imune inata: Primeira linha de defesa; pronta para responder 
qualquer tipo de invasão. 
Resposta imune adaptativa: ocorrem eventos molecularese celulares após o 
reconhecimento do antígeno. 
 
 
10 Texto extraído do link: 
https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/conteudo/seguimento/6472 
 
38 
 
Imunodiagnóstico 
Através dos avanços tecnológicos foi possível o desenvolvimento de métodos 
capazes de detectar o complexo antígeno e anticorpo; 
Permite o diagnóstico laboratorial por meio de técnicas imunológicas; 
 
Tipos de Imunodiagnóstico 
 
Imunoensaios 
 Servem como ferramenta na pesquisa básica; 
 Servem para o desenvolvimento de imunofármacos e controle de 
qualidade de produtos de imunoprofilaxia e imunodiagnóstico; 
 
Aplicabilidade dos Imunoensaios 
 Detecção de infecções (fúngicas, bacterianas, virais, parasitárias); 
 Marcadores tumorais; 
 Detecção de antígeno. 
 
Imunoprofilaxia 
Conjunto de métodos terapêuticos preventivos e curativos utilizando a resposta 
imune como mecanismo de ação na produção de produtos terapêuticos. 
 
Ativa 
 O próprio organismo desenvolve a resposta imune para o antígeno 
administrado previamente à infecção natural; 
 
Passiva 
 Também chamada de prevenção passiva ou soroterapia; 
 O organismo recebe produtos de resposta imune produzidos por outro 
animal. 
 
Imunoterápicos 
Vacinas 
 
39 
 
Imunoglobulinas, ex: imunoglobulina G, usada no tratamento da púrpura 
trombocitopênica. 
Vacinas gênicas, ex: tratamento do câncer. 
 
Pesquisa 
 Para desenvolvimento de novos imunoensaios; 
 Conhecimentos em fisiopatologia; 
 Novos imunofarmacos.11 
7 ADESÃO À FARMACOTERAPIA 
O cuidado face à adesão à terapêutica remonta à era de Hipócrates, tendo-se 
tornado uma preocupação crescente para os profissionais de saúde, pelas 
repercussões particularmente sentidas no doente (por exemplo no prognóstico da 
doença) bem como na sua família e para a sociedade, em geral. 
Inicialmente, a expressão adesão terapêutica estava limitada à toma da 
medicação prescrita pelo médico. Contudo, ao longo do tempo foram sendo estudadas 
mais de 200 variáveis relacionadas com este tema, despertando para um novo 
conceito de adesão à terapêutica: no contexto de cuidados de saúde, que engloba 
não só a toma da medicação propriamente dita, bem como outros comportamentos 
do doente em situação de doença, e que podem incluir, por exemplo - a alteração na 
dieta alimentar, a prática de exercício físico, a alteração de estilos de vida (como a 
cessação tabágica), a realização de meios complementares de diagnóstico e a 
comparência em consultas médicas, entre outros (Vermeire et al., 2001; Jin et al., 
2008). 
Aumentar a adesão à terapêutica tem um impacto importante nos resultados 
de saúde de um doente, contudo é atualmente assimilado, que alguns doentes não 
aderem à terapêutica como resultado da sua própria autonomia. 
Apesar do reconhecimento, sobre a necessidade de abordar este complexo 
problema da não adesão aos regimes de tratamento instituídos, permanece uma certa 
confusão na definição deste conceito e que tem sido dificultada pela ausência de uma 
 
11 Texto extraído do link: 
http://farmaciabrasileira.blogspot.com/2011/02/introducao-farmacologia.html 
 
40 
 
terminologia e formas de medição consistentes, o que pode conduzir a alguma 
incompreensão nesta matéria. 
Relativamente a esta temática, têm surgido na literatura conceitos distintos mas 
complementares que descrevem diferentemente, a relação entre o doente e o 
profissional de saúde e indiretamente o comportamento de um indivíduo face ao 
cumprimento dos tratamentos prescritos. 
O cumprimento terapêutico (compliance) traduz o cumprimento do doente 
relativamente ao regime terapêutico e à adoção das recomendações feitas pelos 
profissionais de saúde (Cohen et al., 2012; NCPIE, 2007). Nesta perspectiva, o doente 
segue obrigatoriamente as indicações dadas pelos profissionais de saúde, sendo-lhe 
atribuída a responsabilidade exclusiva pelos desvios de conduta que podem 
eventualmente ocorrer, tendo em conta a prescrição inicial (Cabral e Silva, 2010). 
Todavia, esta é uma visão muito simples, redutora com conotação paternalista da 
questão, pois está implícito um certo grau de obediência do doente em uma relação 
assimétrica e passiva entre profissional de saúde-doente (Bugalho e Carneiro, 2004). 
Para atenuar este fato, e compreendendo que o papel do doente estaria sendo 
negligenciado, foi proposto então um novo termo, adesão à terapêutica (adherence) 
que de acordo com a Organização Mundial de Saúde, se define como a “medida em 
que o comportamento de uma pessoa - toma a medicação, seguindo de uma dieta, e 
ou mudanças no estilo de vida, é correspondente com as recomendações de um 
profissional de saúde” (OMS, 2003, p.3). Esta visão do conceito adesão à terapêutica 
caracteriza-se pela cooperação entre o profissional de saúde e o doente, mantendo a 
ideia do cumprimento pelo tratamento proposto. Para alguns autores, adesão à 
terapêutica pode ser entendida numa abordagem bio-psico-social, como resultado de 
um conjunto de categorias: o grau de coincidência do comportamento do doente com 
o conselho profissional; a relação profissional de saúde-doente como uma parte da 
gestão do plano terapêutico; os objetivos de ambas as partes e os resultados 
esperados; o cumprimento do tratamento instituído e outros fatores que influenciam o 
comportamento. Todas estas dimensões destacam e reforçam o papel que o cuidado 
holístico ao doente deve assumir numa relação terapêutica (Lehane e McCarthy, 
2009). Ainda assim, importa realçar que adesão à terapêutica reflete o comportamento 
do doente perante um tratamento, embora muitas vezes, seja confundido com os 
resultados que dele podem advir (DiMatteo, 2012). Nesta perspectiva, o que é 
 
41 
 
mensurável é o grau que se estabelece entre a adesão e o resultado de saúde 
esperado e que pode ser influenciado pelo estado da doença, a eficácia do tratamento 
e se ele é efetivamente ajustado ao doente, entre outros fatores. 
Em suma, adesão à terapêutica pode exprimir-se como o grau de participação 
do doente num regime terapêutico após ter tomado conscientemente a decisão de 
concórdia com esse plano (Balkrishnan e Christensen, 2000). 
No âmbito desta temática, surgiu, entretanto, um novo conceito: concordance, 
que identifica a necessidade de ambas as partes cooperarem na aferição de um 
programa de tratamento de mútuo acordo, reconhecendo que podem coexistir 
diferentes visões entre doente e profissional de saúde face ao mesmo tratamento 
(Vrijens et al., 2012). Ou seja, sugere uma participação ativa da pessoa no processo 
de decisão, estabelecendo-se uma parceria entre o doente e o prestador de cuidados 
de saúde (Bastakoti et al., 2013). Nesta perspectiva, é reconhecida uma capacidade 
de decisão por parte do doente, podendo optar de forma informada e responsável face 
às recomendações dadas, sustentada numa relação profissional de saúde-doente 
dinâmica e recíproca (Lindsay e Heaney, 2013). O doente é assim, parte integrante 
do tratamento, devendo ser congruente no planejamento da sua terapêutica, 
aceitando-a e partilhando a responsabilidade do regime terapêutico com a equipe 
multidisciplinar, otimizando uma verdadeira “aliança terapêutica” (Bissell et al., 2004; 
Bugalho e Carneiro, 2004). 
A duração do tratamento estabelecido (persistence), é igualmente apresentado 
na literatura e refere-se ao " período de tempo predefinido (por exemplo, 12 meses) 
que medeia o início do esquema terapêutico e a sua descontinuação” (Cramer et al., 
2008, p. 46). 
Genericamente, poder-se-á resumir os diferentes conceitos apresentados e 
que sofreram mudanças e adaptações ao longo do tempo, e que de certa forma 
refletem a evolução do grau de autonomia do doente no processo terapêutico, como: 
 Cumprimento terapêutico (compliance) implica o seguimento das 
recomendações clínicas, não tendo odoente qualquer intervenção no 
processo de gestão do seu tratamento. 
 Adesão à terapêutica (adherence) centra-se essencialmente no 
compromisso com o regime terapêutico em que existe alguma 
negociação entre as partes; o tratamento é o fator controlador. É definida 
 
42 
 
como a capacidade e vontade de obedecer a um regime terapêutico 
prescrito (National Asthma Council, 2005). 
 Concordância (concordance) enfatiza a dinâmica da interação entre 
profissional de saúde e doente baseada na noção de igualdade, respeito 
e autonomia do doente. 
 
Mais recentemente, são identificadas e amplamente utilizadas novas 
expressões sinónimas que traduzem este fenómeno da adesão terapêutica: patient 
compliance e medication adherence. No European Society for Patient Adherence, 
Compliance and Persistence (ESPACOMP) – encontro europeu onde vários 
especialistas da área da saúde discutiram um consenso sobre a 
taxonomia/terminologia relativamente aos desvios do doente ao tratamento prescrito 
- verificou que 60% dos participantes do encontro declararam que o termo medication 
adherence era preferível para descrever o cumprimento da terapêutica (Vrijens et al., 
2012). 
Apesar da terminologia neste âmbito não ser consensual, existindo diferentes 
conceitos, nenhum termo reúne todas as dimensões até então abordadas. Assim, há 
uma clara necessidade de se conseguir criar uma estrutura conceitual que para 
Vrijens et al. (2012) se baseia: 
a) No cumprimento do plano terapêutico prescrito -adherence to 
medication- e que se inicia na primeira toma de medicação (iniciation), 
engloba a medida em que o tratamento realmente realizado corresponde 
ao tratamento prescrito (implementation) até ao seu término 
(discontinuation) – independentemente das razões – compreendendo o 
período de tempo que intervém o princípio do regime terapêutico e a sua 
última dose/frequência (persistence); 
b) No processo de acompanhamento e apoio ao esquema terapêutico por 
parte do Sistema de Saúde, profissionais, doente e suas redes sociais; 
c) Na compreensão das causas/consequências, por equipes 
multidisciplinares, do que está inicialmente proposto e as reais 
exposições aos medicamentos/tratamentos (anexo I). 
Também no estudo de Goodfellow et al (2013) sobre a terminologia relativa à 
adesão à terapêutica, se verificou que apesar de os diversos termos serem 
 
43 
 
indiferentemente usados, “compliance”, era efetivamente o mais comumente utilizado 
(349 citações) seguido do termo “adherence” (181 citações) e finalmente 
“concordance”, com cinco citações. 
7.1 Tipos de não adesão à terapêutica 
De uma forma geral, as doenças crônicas e em particular as doenças 
respiratórias crônicas, estão associadas a esquemas terapêuticos complexos 
necessários ao controle da doença, mas muitas vezes subvalorizados e mal-
entendidos pelas pessoas afetadas. Interessa, portanto, perceber os motivos pelos 
quais as pessoas não seguem integralmente o plano terapêutico recomendado. 
Neste contexto, Barber et al. (2005) num estudo piloto aplicado a doentes 
crônicos medicados, fazem uma alusão deste processo da não adesão terapêutica à 
teoria do erro humano de James Reason e consideram, à semelhança do erro 
humano, que a não adesão à terapêutica, é um problema no sistema e não uma culpa 
pessoal e individual; ou seja, a não adesão é antes de mais, um sintoma e não o 
diagnóstico. Neste sentido, de acordo com Garfield et al. (2012), diagnosticar as 
causas da não adesão é fundamental para perceber as necessidades dos doentes. 
Existem fundamentalmente dois padrões no comportamento de uma pessoa 
que integra inicialmente um regime terapêutico e que em determinado momento o 
abandona, refletindo a não adesão à terapêutica: intencional e não intencional. Porém, 
estes padrões de comportamento não devem ser assumidos como exclusivos (Horne, 
2006 citado por Lindsay e Heaney, 2013). 
A não adesão intencional, caracteriza-se por uma descontinuação deliberada 
às recomendações do tratamento (Lindsay e Heaney, 2013). Pode também ser 
designada de não adesão primária ou secundária, consoante tal comportamento 
ocorra antes ou depois da prescrição inicial (Fallis et al., 2013). 
A não adesão é não intencional ou prevenível, quando o doente apesar de 
conscientemente querer fazer o tratamento, não o cumpre por razões como o 
esquecimento, mal entendidos referentes às orientações dadas pelos profissionais, 
barreiras linguísticas, incapacidade física (por exemplo, má técnica na realização dos 
inaladores no caso dos doentes respiratórios crónicos), custo da medicação, planos 
 
44 
 
terapêuticos complexos e com diversos medicamentos em simultâneo, entre outros 
(OMS, 2003; Horne, 2006; Lindsay e Heaney, 2013; Bryan et al., 2013) 
Resumidamente, a não adesão intencional envolve a competência e 
capacidade do doente, e a não intencional abarca a motivação do doente para iniciar 
e continuar com o regime de tratamento (Horne, 2006 citado por Lindsay e Heaney, 
2013). 
No caso das doenças respiratórias crónicas como a DPOC, os tipos de não 
adesão classificam-se: em subutilização (underuse) - a redução do uso diário 
relativamente à dose adequada previamente prescrita; sobreutilização (overuse) – 
aumento da frequência de doses recomendadas ou intervalos mais curtos entre as 
doses; e o uso inapropriado (improper use) - medicamento ineficaz, não indicado, ou 
duplicação desnecessária do tratamento. Destes, o mais frequente na DPOC é a 
subutilização e o uso inapropriado e é mais comum em doentes com idades acima de 
65 anos e em regime de polimedicação (Restrepo et al., 2008). Na DPOC, à 
subutilização segue-se habitualmente o uso excessivo e posteriormente o uso 
inadequado dos dispositivos da medicação (inaladores, por exemplo). A subutilização 
pode ser esporádica ou sistemática, variando desde um esquecimento pontual de uma 
dose à mudança do esquema de administração prescrito, e nestes casos, potencia-se 
o risco de morbilidade (Restrepo et al., 2008). 
7.2 Medição da não adesão à terapêutica 
Compreender o problema da não adesão é algo incontornável. Contudo, medi-
lo efetivamente é uma tarefa que se tem revelado difícil, na medida em que este 
fenômeno sendo multifatorial tem igualmente uma componente individual 
comportamental muito importante (Brown e Bussel, 2011). 
A complexidade que esta avaliação envolve, tem sido impeditiva de se 
encontrar um método universal e consensual que traduza em números esta 
necessidade (Vermeire et al., 2001). 
Todavia, e com base em ensaios clínicos, um doente é considerado 
aceitavelmente aderente a um plano de tratamento, se apresentar taxas de adesão 
superiores a 80 por cento. Esta percentagem é definida pelo número de 
medicamentos em falta em um determinado período de tempo, dividido pelo número 
 
45 
 
de medicamentos prescritos, no mesmo período de tempo (Osterberg e Blaschke, 
2005). Este valor pode ser claramente arbitrário, uma vez que o cálculo que está na 
base desta percentagem assume, que a quantidade de medicamentos que estão em 
falta foram realmente tomados pelo doente, o que na realidade pode não ter 
acontecido. Apesar deste fato, a maior parte dos estudos selecionados na revisão de 
literatura realizada por van Boven et al. (2014) consideraram a taxa de 80 %, 
englobando a proporção de dias efetivos de toma de medicação para caracterizar e 
categorizar os comportamentos aderentes e não aderentes (van Boven et al., 2014). 
Ainda assim, e de forma genérica os métodos para avaliar a adesão à terapêutica 
dividem-se em métodos diretos e indiretos. 
7.3 Métodos Diretos 
Os métodos diretos, são os mais objetivos e têm como finalidade a confirmação 
da toma do medicamento. Embora sejam considerados os mais precisos na avaliação 
do cumprimento do regime terapêutico, não são infalíveis. Caracterizam-se por terem 
uma aplicação limitada, serem invasivos, dispendiosos e de acordo

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