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Agravo de Instrumento 1

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE RIO GRANDE DO NORTE
NOBERTO BOBBIO, brasileiro, solteiro, engenheiro, portador do RG nº 0000 e inscrito no CPF sob o nº 000.000.000-00, residente e domiciliado no endereço XXXXX, vem, por intermédio de seu advogado, nos autos da ação XXX em trâmite na Vara X da Comarca Consumilândia, processo nº 0000, que move em face de MELHORES ELETROS LTDA, pessoa jurídica de direito privado, com sede em Consumilânida, inscrito no CNPJ sob o nº 000.000.000-00, vem respeitosamente perante Vossa Excelência, não se conformando com a decisão proferida pelo juízo de piso (fls.) e com fundamento nos artigos 1.015 e seguintes do Código de Processo Civil de 2015, interpor o presente
AGRAVO DE INSTRUMENTO
em face das razões de fato e direito a seguir expostas
 
I – Do Preparo
O Agravante acosta o comprovante de recolhimento do preparo, cuja guia, corresponde ao valor de R$ XXXX (valor por extenso), atende à tabela de custas deste Tribunal.
 
II – Da Tempestividade
O presente recurso é tempestivo, haja vista que a publicação de intimação ocorreu em 00/00/2020. Assim o prazo de 15 dias úteis para interposição do recurso termina no dia 00/00/2020.
 
III – Do Nome e endereço completo do advogado
Informar nome e endereço completo dos advogados do agravante e agravado (se existentes). 
Advogado do Agravante: nome, inscrito na OAB/RN sob o nº 0000, com banca profissional estabelecida na (Endereço/CEP).
Advogado do Agravado: nome, inscrito na OAB/RN sob o nº 0000, com banca profissional estabelecida na (Endereço/CEP).
 
IV – Das peças juntadas
A Agravante junta, na oportunidade, cópia integral dos autos, declarada autêntica pelo advogado nos termos do artigo 425, IV do Código de Processo Civil, e, entre elas, encontram-se as seguintes peças obrigatórias:
a) Cópia da r. Decisão agravada (fl. )
b) Cópia da certidão da intimação da r. Decisão agravada ( fl. )
c) Cópia da procuração outorgada aos advogados (fl.).
D) Cópia da Exordial (fl.)
Termos em que,
Pede deferimento.
Consumilândia, 00/00/2020.
 
Assinatura
NOME DO ADVOGADO - OAB/….
 
RAZÕES DO RECURSO
EGRÉGIO TRIBUNAL,
COLENDA CÂMARA
A respeitável decisão interlocutória proferida pelo Exmo. magistrado de piso, ora agravada, merece ser reformada, tendo em vista que proferida em franco confronto com os interesses da parte agravada.
Autos do processo nº: XXXXXXX
Comarca de Consumilândia – 000aVara Cível
Agravante: Noberto Bobbio
Agravado: Melhores Eletros LTDA
I- DO BREVE RESUMO DOS FATOS
 O Agravante ingressou com Ação de Obrigação de Fazer c/c Indenização por Danos Morais e Materiais em desfavor da entidade Mega Power TV S.A e do Agravado. Devido a não substituição de aparelho defeituoso adquirido, entre outros.
O Agravante adquiriu uma TV de LED com o Agravado. E ainda na garantia, a Tv apresentou problemas de superaquecimento em sua fonte de energia. Esse problema, danificou a TV em tela e todos os aparelhos eletrônicos que estavam conectados à mesma.
Diante da situação e com o intuito de resolver o problema, o Agravante realizou reclamação endereçada a Agravada e a fabricante Mega Power TV. Reclamação essa que nunca fora atendida e, nem sequer, enviada qualquer resposta ao Agravante.
II- DO DIREITO E RAZÕES DO PEDIDO DE REFORMA
O artigo 1.015 e seguintes do Novo CPC disciplina o Agravo de Instrumento, sendo cabível a sua interposição quando se tratar de decisão interlocutória que versar sobre exclusão de litisconsorte.
Matéria já consolidada pela doutrina, a saber:
É decisão interlocutória o ato do juiz que exclui um litisconsorte. Tal pronunciamento, por não extinguir o processo, é uma decisão interlocutória, podendo ser atacada por agravo de instrumento. Realmente, não faria sentido a parte aguardar a prolação da futura sentença para, somente então, atacar a decisão que excluiu um dos litisconsortes. Aguardar a sentença conspiraria contra o princípio da razoável duração do processo e contra o princípio da eficiência, protraindo para momento posterior uma questão que precisa ser controlada desde logo. Ademais, o eventual provimento da apelação teria o condão de desfazer todos os atos processuais posteriores à exclusão do litisconsorte para que ele pudesse participar efetivamente do contraditório, o que, também por isso, atentaria contra os princípios da eficiência e da razoável duração do processo. (DIDIER JR., Fredie; CUNHA, Leonardo Carneiro da. Curso de Direito Processual Civil: meios de impugnação às decisões judiciais e processos nos tribunais. 15ª ed. Salvador: Juspodivm, 2018. p. 261).
A indicação de legitimidade passiva do Agravado, constante da Inicial, encontra base legal no art. 18 do CDC. Onde, nas relações consumeristas, em se tratando de bem durável. O comerciante/fornecedor responde solidariamente com o fabricante por danos decorrentes de produto defeituoso.
In casu, o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo está presente, pois caso seja mantida a decisão interlocutória de ilegitimidade passiva do Agravado, estar-se-ia afastando a responsabilidade civil objetiva nas relações de consumo, que possui alicerce na Teoria do Risco, que é um dos fundamentos das relações empresariais
No que se refere a esse tema, para bem corroborar com a tese do Agravante, cita-se ementa do Egrégio Tribunal de Justiça de MG, in verbis:
AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 1.265.416 - MG (2010/0003828-9) RELATOR : MINISTRO VASCO DELLA GIUSTINA (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/RS) 
AGRAVANTE : NACIONAL MERCANTIL COMPUTADORES E SUPRIMENTOS DE INFORMÁTICA LTDA ADVOGADO : ALESSANDRA CAMPOS DE ASSIS FONSECA E OUTRO (S) 
AGRAVADO : DELIO BRAGANÇA SILVA ADVOGADO : MAURO ANTÔNIO DE CARVALHO E OUTRO (S) 
DECISÃO Trata-se de agravo de instrumento interposto por NACIONAL MERCANTIL COMPUTADORES E SUPRIMENTOS DE INFORMÁTICA LTDA contra inadmissão, na origem, de recurso especial manejado com fulcro no artigo1055, III, c, da Constituição Federal, em face de acórdão proferido pelo Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais assim ementado (e-STJ, fl. 292): CIVIL E PROCESSO CIVIL - APELAÇÃO - INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS - RELAÇÃO DE CONSUMO - RESPONSABILIDADE OBJETIVA - COMPRA DE TELEVISOR DE PLASMA -CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDORR - APLICABILIDADE - DEFEITO DE FABRICAÇÃO - VÍCIO OCULTO - DECADÊNCIA - NÃO CARACTERIZAÇÃO - ILEGITIMIDADE DO COMERCIANTE - ART.188 DOCDCC - RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA - DANO MORAL - CARACTERIZAÇÃO - APELAÇÃO NÃO PROVIDA - Por força das normas do CDC, o comerciante responde solidariamente com o fabricante por danos decorrentes de produto defeituoso - Tratando-se de bem durável, o prazo decadencial aplicado nos casos de reclamação por vício oculto no bem é aquele previsto no art.266, II,§ 3ºº do CDC. - O prazo decadencial para reclamar vício do produto, inicia-se no momento em que o consumidor toma ciência do defeito. - No arbitramento do valor da indenização por dano moral, o Juiz deve levar em consideração os princípios da razoabilidade e proporcionalidade e as circunstâncias do caso em questão. - Recurso conhecido e não provido. Alegando a ocorrência de dissídio jurisprudencial, a agravante, nas razões do recurso especial, requer a redução do valor da indenização por danos morais fixado na origem (R$- três mil reais). É o relatório. 
Ainda nesse mesmo diapasão, temos o as palavras da Ministra Relatora Nancy Andrighi . Em seu posicionamento na análise do RECURSO ESPECIAL Nº 1.724.453/SP, interposto em face do acórdão do Tribunal de Justiça de São Paulo, nos ensina que:
Considerando que, nos termos do art. 115, I e II, do CPC/15, a sentença de mérito proferida sem a presença de um litisconsorte necessário é, respectivamente, nula ou ineficaz, acarretando a sua invalidação e a necessidade de refazimento de atos processuais com a presença do litisconsorte excluído, admite-se a recorribilidade desde logo, por agravo de instrumento, da decisão interlocutória que excluir o litisconsorte, na forma do art. 1.015, VII, do CPC/15, permitindo-seo reexame imediato da questão pelo Tribunal.
III- DO PEDIDO
Ex positis, REQUER o Agravante que esse Egrégio Tribunal receba o presente Agravo de Instrumento e que o mesmo seja conhecido e provido com escopo de reformar a decisão do Juízo “a quo”, a fim de reconhecer a legitimidade passiva da fornecedora Mega Power TV S.A, na situação em tela.
Nestes termos,
pede e espera deferimento.
 
Assinatura
Advogado e número da OAB

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