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Planos de aula de comunicação e semiótica

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AULA 1: Estudos comparados de Semiótica e Semiologia.
Semiótica, Linguagem e Representação Panorama histórico da Semiótica
· A semiótica em fins do século XIX, começo do século XX. O séc. XX viu nascer o crescimento de duas ciências: a Linguística, ciência da linguagem verbal e a Semiótica, ciência de toda e qualquer linguagem.
·A Semiótica e os pensadores. Século XX: Ferdinand de Saussure (a Linguística e a Semiologia); Peirce (Semiótica: estatuto de ciência e respectiva autonomia.
A Semiótica moderna: matrizes de estudos semióticos.
· Abordagem estruturalista de Ferdinand Saussure: a Linguística e a Semiologia. Abordagem fenomenológica: Charles Sander Peirce. Abordagem cultural: Yuri Lotman. (breve panorama).
· Objeto de estudo da Linguística.
· Saussure descreve uma futura ciência assim: a linguística estrutural, uma extensão do campo da linguística da linguagem verbal para a comunicação não verbal, cultural e textual.
· Roland Barthes: Diálogo com a subjetividade do sujeito e o social.
·Conceitos de semiótica: "Semiótica é a ciência dos signos e dos processos significativos (semiose) na natureza e na cultura."; "A Semiótica, como teoria geral dos signos, tem a sua etimologia do 'grego semeîon', que significa 'signo', e sema, que pode ser traduzido por 'sinal" ou signo'." Panorama da Semiótica: de Platão a Peirce. Santaella, L. A Semiótica, ou lógica, "é uma ciência formal e abstrata, num nível de generalidade ímpar".
AULA 2: Semiologia e o modelo linguístico: Ferdinand de Saussure.
Semiologia e o modelo linguístico: Ferdinand de Saussure
As coisas estão no mundo e o homem é estimulado por elas. Os sinais percebidos pelo homem ganham forma e conteúdo: é o signo. Os signos, portanto, estão presentes em todos os sistemas de produção de sentido e, hoje, mais do que antes estão se produzindo e reproduzindo de forma bastante rápida visto que vivemos a era das multimídias e as informações e mensagens povoam nosso cotidiano, no minuto em que os fatos estão acontecendo. A leitura é simultânea ao acontecimento.
Para Saussure, o signo linguístico une não uma coisa a uma palavra, mas um conceito e uma imagem acústica, que é a representação material da própria palavra, registrada em nossa mente. A natureza do signo linguístico foi concebida como uma entidade psíquica de duas faces indissociáveis que criam
um significante (imagem acústica) e significado (conceito). A arbitrariedade dessa relação possibilita a produção de diferentes sistemas de significação.
A linguística proposta por Ferdinand Saussure é a ciência que estuda a linguagem verbal: a língua e a fala. Base do pensamento sobre a linguagem no
século XX: Desenvolver o pensamento saussuriano, seja ao questioná-lo, ou ambos, a produção teórica sobre língua e linguagem.
Segundo Saussure, o signo linguístico une não uma coisa e uma palavra, mas
um conceito e uma imagem acústica. Esta não é o som material, coisa puramente física, mas a impressão (empreinte) psíquica desse som, a representação que dele nos dá o testemunho de nossos sentidos; tal imagem é sensorial e, se chegarmos a chamá-la 'material', é somente neste sentido, e por oposição ao outro termo da associação, o conceito, geralmente mais abstrato.
Semiologia - estuda "a vida dos signos no seio da vida social".(SAUSSURE, 1975, p.24)
Pesquisa semiológica - propõe rever o funcionamento dos sistemas de significação agora com base no modelo linguístico.
Roland Barthes concedeu um estatuto à Semiologia, particularizando seu objeto de pesquisa procurou uma sintonia com a influência crescente da Mídia, ocorrida, sobretudo, na segunda metade do século XX. Aproxima-se da transdisciplinaridade.
AULA 3: O estudo dos signos; relações entre fenomenologia e semiótica; definições e classificações. Semiótica e cultura.
Peirce e o signo: tríade
Charles Sanders Peirce (1839 - 1914) investigava a relação entre objetos e o pensamento. Tomar-se-á como base a observação das relações lógicas intrínsecas ao processo de significação e representação, teorizando um conceito de signo que priorize o processo dinâmico e evolutivo do significado. Evidencia-se, assim, as bases fenomenológicas no processo sígnico.
Sistematização de Peirce, em relação à Semiótica e o próprio conceito de signo, passando às análises e categorizações das tricotomias sígnicas, ícone, índice e símbolo.
Santaella (1995: 23) em "o engendramento lógico existente entre os três correlatos da entidade signo: o fundamento do signo (representamen), o objeto e o interpretante." O signo é uma coisa que representa outra: seu objeto. Só há signo quando houver essa representação, o signo não é o objeto, ele está no lugar do objeto.
Ex: Lápis: o objeto, a ponta, a cor, o corpo são signos do objeto lápis.
Estes signos não são o próprio lápis, mas dependem da natureza do signo. Um
signo ou representamen é tudo aquilo que, sob um certo aspecto ou medida, está para alguém em lugar de algo. "Um signo dirige-se a alguém, isto é, cria na mente dessa pessoa um signo equivalente, ou talvez um signo mais desenvolvido. Chamo esse signo que ele cria o interpretante do primeiro signo.
O signo está no lugar de algo, seu objeto. Está no lugar desse objeto, porém, não em todos os seus aspectos, mas apenas com referência a uma espécie de
ideia. (PEIRCE, 2. 228 apud NOTH, 1998, p. 65)”.
A interpretação de um signo está na mente de quem o observa, o receptor. É um processo dinâmico a que Peirce chama semiose.
O representamen do signo - o significante, a percepção do signo, isto é, como uma pessoa o percebe. Nas palavras de Peirce é "o veículo que traz para a mente algo de fora".
O objeto - corresponde ao referente, à coisa em si.
O interpretante - o significado do signo, a interpretação do signo. É o que se cria na mente como efeito do signo.
Para o pensador Husserl, os fenômenos do mundo deveriam ser pensados pela ótica das percepções mentais de cada indivíduo, daí a importância de seestudar a essência das coisas. Sendo, portanto, a fenomenologia o estudo da essência das coisas.
Semiótica e cultura - Os seres humanos, segundo Marilena Chauí, variam em consequência das condições sociais, históricas, econômicas, políticas em que vivem. E assim se adaptam às mais variadas realidades, é próprio da natureza humana. Essas formas de subsistência vão se universalizando e fornecendo ao homem saberes.
"O mundo que resulta do pensar e do agir humano não pode ser chamado de natural, pois se encontra modificado e ampliado por nós. Portanto, as diferenças entre ser humano e animal não são apenas de grau. O homem é capaz de transformar a natureza em cultura. (ARANHA &MARTINS, 2009, p.4)”.
Hoje, pode-se dizer que temos um mundo resultante da ação do homem e que a cultura que resulta de um conjunto de símbolos, organizados numa sociedade que se expressará culturalmente através das tradições, do senso comum, da mitologia, da filosofia ou de expressões artísticas. São várias as formas como as culturas se apresentam, já que são múltiplas as maneiras de pensar, agir, interpretar e valorar.
Se os objetos feitos pelo homem, as motivações e ações e a fala humana têm significado é porque são elementos culturais e, tendo significado, são signos. Logo as culturas podem ser chamadas de sistemas de símbolos. (Santaella, 2003, p. 46)
AULA 4: Bases interpretativas: informação, comunicação: partilhamento; As Ciências da Linguagem e os Processos de Significação; Semiótica e Cultura.
Várias correntes da Semiótica estão vinculadas às duas teorias. Embora não haja consenso entre a relevância da presença da semiótica entre as teorias da comunicação, cabe lembrar que, percebendo a multidimensionalidade das práticas comunicacionais e a sociologia da cultura, não se poderia deixar de incorporar a semiótica aos estudos da teoria da comunicação. A hibridização simbólica cresce nos centros urbanos e nos ambientes do ciberespaço. A globalização aí está para aproximar os meios e as redes planetárias de comunicação. Há o crescimento dos signos e das mídias.
Alguns conceitos para análise:
1- A comunicaçãoé um saber, uma ciência, ou simplesmente o termo designa uma série de saberes que se debruçam sobre certa 'matéria' que lhes é comum, o processo de comunicação, a partir de seus métodos e interesses particulares?? (Martino (2002a: 20 apud Santaella & Nöth, 2004, p. 64)
2- Comunicar não é de modo algum transmitir uma mensagem ou receber uma mensagem. Isso é a condição física da comunicação. É certo que para comunicar, é preciso enviar mensagens, mas enviar mensagens não é comunicar. Comunicar é partilhar sentido. (Pierre Lévy)
É hora de pensar a comunicação como faculdade integradora, ou melhor, com a capacidade de interligar ações ou disciplinas. Devemos percebê-la como consciência inter, multi e transdisciplinar, como aflorou após os anos 80. Essa vinculação, como diz Sodré (2002, p. 223), entre o eu e o outro, seria pressupor a inserção do sujeito desde a dimensão imaginária (imagens latentes e manifestas) até a liberação frente às orientações práticas da conduta, isto é, os valores? Podemos, então, sentir que a comunicação lida com a semiose, que é a interpretação dos signos, logo, entramos no campo da semiótica.
A Semiose, proposta por Peirce começa com a origem da vida, com a expansão da cultura e a comunicação se encarrega de estender os horizontes da semiótica das estruturas textuais à comunicação em geral, da verbal à não verbal.
Comunicação é um processo que realiza atos sêmicos. O que é isto?
É o trabalho da significação, é quando pretendemos saber o que se passa no espírito dos outros seres. Para isso, é preciso 'colaboração', 'partilhamento'. Socialmente,tentamos influenciar o outro recorrendo a meios convencionais, são as pistas de quem tem a intenção de ser compreendido.
A intenção está presente em qualquer ato comunicativo e, consequentemente,
é preciso conhecer as ferramentas para a realização de análises dos signos presentes nesses atos. Com a expansão dos signos no mundo, a necessidade
de ler, dialogar com eles mais profundamente tem sido objeto de estudos semióticos que coincidem com o processo expansivo das tecnologias das linguagens.
Sobre signo e semiótica:
·A interpretação de signos é um processo de semiose e a comunicação é um processo que pressupõe alguém que comunique e alguém que receba a comunicação;
·Quem comunica tem uma intenção de comunicar e pressupõe um esquema de partilhamento;
· Qualquer coisa que esteja no plano mental tem a natureza de um signo;
· Signo é o externaliza o pensamento, as emoções e reações;
·Os efeitos interpretativos dependem do receptor;
· Qualquer coisa pode ser analisada semioticamente pela percepção que se tem dela na natureza de signos e mistura entre eles;
· Pela teoria peirceana, três propriedades são comuns a todas as coisas. Pela qualidade, tudo pode ser signo, pela existência, tudo é signo, e pela lei, tudo deve ser signo.
Sobre comunicação:
·Significação é um conceito que está presente com frequência em textos de comunicação.
· Semiótica pode ser entendida como uma ciência da significação. 
·O conceito de informação vai ser relacionado com um dos tipos de signos, a saber, o símbolo. Do ponto de vista de Peirce, é um processo triádico, composto de um primeiro elemento, o signo, que dentro de certas capacidades e limites, representa algo que está fora dele, o seu objeto. O signo terá o poder de mediador entre o objeto e uma mente interpretadora na qual ele produzirá um efeito.
·Mensagens são signos, cadeias de signos ou complexos de signos.
· Não há comunicação sem mensagem e se mensagens são signos, está aí a relação entre Comunicação e semiótica.
AULA 5: Comunicação e semiótica. Ícone, índice e símbolo
Tradução intersemiótica: aproximações entre a Comunicação e a Semiótica.
Itens importantes:
Segundo Winfried Nöth (1995:19), "a semiótica é a ciência dos signos e dos processos significativos (semiose) na natureza e na cultura". A investigação semiótica abrange virtualmente todas as áreas do conhecimento envolvidas com as linguagens ou sistemas de significação, tais como a linguística (linguagem verbal), a matemática (linguagem dos números), a biologia (linguagem da vida), o direito (linguagem das leis), as artes (linguagem estética) etc.
Para Lúcia Santaella, ela "é a ciência que tem por objeto de investigação todas
as linguagens possíveis" (1983:15). Sua principal utilidade é possibilitar a descrição e análise da dimensão representativa (estruturação sígnica) de objetos, processos ou fenômenos em categorias ou classes organizadas.
A disciplina se define não somente pelo objeto, mas também pelo ponto de vista que se é capaz de projetar sobre esse objeto.
Utilizar estratégias de leituras que levem à aquisição de linguagens vão possibilitar a arquitetura de informações novas ou releitura de textos. Isto é parte da viagem pelo mundo da Semiótica. A leitura com olhares diversos como
o do fotógrafo que vê além da imagem, ou retrata para depois esquadrinhar ou investigar os sentidos ali presentes em busca de uma nova estética, todas as possibilidades dos signos é leitura semiótica.
Se um signo é algo distinto de seu Objeto, deve haver, no pensamento ou na expressão, alguma explicação, argumento ou outro contexto que mostre como,
segundo que sistema ou por qual razão, o Signo representa o Objeto ou conjunto de Objetos que representa. Ora, o Signo e a Explicação em conjunto formam um outro Signo, e dado que a explicação será um Signo, ela provavelmente exigirá uma explicação adicional que, em conjunto com o já ampliado Signo, formará um Signo ainda mais amplo, e procedendo da mesma forma deveremos, ou deveríamos chegar a um Signo de si mesmo contendo sua própria explicação e as de todas as suas partes significantes; e, de acordo com esta explicação, cada uma dessas partes tem alguma outra parte como seu Objeto. (PEIRCE, 1995, 47).
Função mediadora do signo
A ação lógica ou semiótica do objeto é sempre a ação de um signo. A ação do
signo é funcionar como mediador entre o objeto e o efeito que se produz numa
mente atual ou potencial.
Símbolos, Ícones e Índices:
Ícones - são signos que guardam uma relação de semelhança com a coisa representada. EX: uma fotografia de um gato, desenhos, representações figuradas, estátuas, filmes, imagens.
Índices - os primeiros signos utilizados pelo homem, têm uma relação com contiguidade com a coisa representada. Associação de uma coisa a outra. EX:
nuvens negras indicam chuva, marcas de pneus no chão indiciam uma travagem rápida, pegadas na areia significam que alguém passou por ali.
Símbolos - signos mais complexos. Imagina-se que eles só tenham surgido numa fase mais avançada da civilização humana. Os símbolos não guardam qualquer relação de semelhança com a coisa representada. A relação é puramente cultural e arbitrária. Para compreender um símbolo, é necessário aprender o que ele significa. Ex: os logotipos de marcas, os símbolos próprios da matemática entre outros. PEIRCE, C.S. Semiótica. São Paulo: Perspectiva, 2010.
AULA 6: A semiótica e as matrizes da linguagem
A semiótica e a análise de diferentes linguagens
Itens importantes:
Gestos, imagens, sons, gritos, olhares ou expressões representam linguagem,
pois significam. É a linguagem não verbal.
Nosso pensamento, a forma de entendermos as coisas, o mundo, começa, então, a ter nas palavras, a linguagem, o nome das coisas existentes no mundo. Construímos na consciência, uma espécie de "arquivo" onde depositamos tudo o que é ouvido e entendido. Guardamos ideias, significados,
palavras e com essa "base de dados" nos expressamos verbalmente pela fala.
O signo em relação ao objeto tem um caráter vicário, ele age como uma espécie de procurador do objeto. O signo na sua relação com o objeto é 'apenas' um signo, pois nunca é completamente adequado ao objeto, não se confunde com ele e nem prescinde dele.
Nesta aula, a linguagem deverá ser problematizada, em sua pluralidade, não apenas como um instrumento de comunicação, mas como uma ação social produzida através de diversos tipos de interação. Deste modo, a linguagem torna-se o locus em quea significação se apresenta em toda a sua complexidade. Serão apresentados os tipos de análise semiológica, com ênfase nas linguagens verbais e não verbais.
Segundo a leitura de Lucia Santaella em "O que é Semiótica?"temos:
classificações triádicas (tricotomias) dos tipos possíveis de signos (p.83). As
três tricotomias mais conhecidas consideram a relação:
1º) do signo consigo mesmo (seu representâmen);
2º) do signo com seu objeto dinâmico;
3º) do signo com seu interpretante.
A ação lógica ou semiótica do objeto é sempre a ação de um signo. A ação do signo é funcionar como mediador entre o objeto e o efeito que se produz numa
mente atual ou potencial.
Vamos estudar a 1ª tricotomia: o signo em relação a si mesmo, organiza os signos a partir das aparências do representâmen, isto é, do próprio signo.
· O quali-signo é uma qualidade sígnica imediata, tal como a impressão causada por uma cor. O quali-signo é uma espécie de pré-signo, pois se essa qualidade se singulariza ou individualiza, ela se torna um sin-signo.
Ex.: as impressões que as cores branco e preto podem causar em um indivíduo, antes de singularizadas, são quali-signos, meras sensações ou qualidades.
· O sin-signo é o resultado da singularização do quali-signo. A partir de um sinsigno pode-se gerar uma ideia universalizada (uma convenção, uma lei que substitui o conjunto que a singularidade representa), tornando-se assim um legi-signo.
Ex.: se o indivíduo acha que as sensações são pureza para o branco e tristeza
para o preto é porque ele percebe essas cores dessa forma singular.
· O legi-signo é o resultado de uma impressão mediada por convenções, por leis gerais estabelecidas socialmente.
Ex.: a ideia geral de que o branco transmite pureza e que os homens puros desejam a paz levou com que o branco passasse a figurar na bandeira que significa PAZ e o preto traz a sensação de tristeza o que ocorre quando alguém morre, passou-se a associar a cor a luto como uma convenção. Essa ideia se tornou uma lei geral, culturalmente convencionada em nossa sociedade. Trata-se agora de um legi-signo.
Precisamos de um olhar contemplativo que significa estar disponível para os nossos sentidos, desligar o automático do dia a dia e do imediatismo das respostas prontas. Os signos precisam ser sentidos, percebidos qualitativamente. O sensível e o sensório precisam ser ativados e apreendidos.
AULA 7: Comunicação e Semiótica: um passeio sobre os conceitos
Semiótica, linguagem e representação. Teoria da Comunicação. Classificação triádica.
Itens importantes:
Repassar os principais conceitos da semiótica, tais como os conceitos, esclarecendo e enfatizando a contribuição da disciplina para a formação profissional dos estudantes e suas aplicações aos diversos campos de atuação da comunicação social.
Semiótica e semiologia; signo: significante/significado; Signo: Representâmen-
Objeto-Interpretante.
Segundo Lucia Santaella em "O que é semiótica", 1985, a partir da divisão das
partes que interagem na constituição do signo, Peirce estabeleceu classificações triádicas (tricotomias) dos tipos possíveis de signos (p.83). As três tricotomias mais conhecidas consideram a relação:
1º) do signo consigo mesmo (seu representâmen);
2º) do signo com seu objeto dinâmico;
3º) do signo com seu interpretante.
AULA 8: A semiótica e a matriz sonora.
Análise semiótica das matrizes sonoras
Itens importantes:
Destaca-se a importância dos vários tipos de discurso com que se convive o tempo todo, impregnando o nosso dia a dia de significações. Há muitos sentidos no mundo mágico das imagens, palavras, sons, movimentos e cores para serem lidas e interpretadas.
Vai-se discutir a construção de discursos, do ponto de vista da tríade de Peirce, e procurar entender a lógica dos interpretantes que invadem o nosso cotidiano, encantando, organizando, enganando ou traduzindo nossas experiências icônicas, indiciais ou simbólicas.
A partir dos anos 60, os estudos linguísticos expandiram-se para o campo semiológico que passou a abranger a literatura, as artes visuais, música, quadrinhos, cinema, teatro, televisão.
As formas de codificação e de comunicação humana deixaram de ser apenas verbais e passaram a abranger todos os tipos de sinais e signos sociais e culturais.
A língua e a escritura musical se aproximam pelo caráter de convencionalidade
dos símbolos nelas empregados.
Santaella (2001, p. 103) propõe, para as matrizes sonoras, a terminologia linguagem virtual, significando um tipo de linguagem 'sem poder de referência'.
Essa concepção se baseia em que não há propriamente uma representação de algo fora dela o que a aproximaria da primeiridade ou ícone. As matrizes sonoras corresponderiam à qualidade do signo, isto é, às possibilidades que existem em qualquer relação empírica, uma relação aberta e disponível para o interpretante.
O ícone se abre às possibilidades, é algo mental, é a configuração que ainda não se fixou em uma forma.
A música e suas matrizes sonoras, analisadas e percebidas pela sensibilidade
não correspondem ao som físico do estímulo externo que é preciso e pode ser
medido pela ciência.
Matrizes com a tríade de Peirce:
1. O ritmo e a primeiridade
O ritmo provoca sensações capazes de levar em poucos minutos de um mundo
a outro; de um sentimento a outro; da calma à exaustão. Por essa capacidade de fazer sentir, emocionar, o ritmo pode ser considerado a matriz sonora que se classifica como primeiridade ou quali-signo.
2. A melodia e a secundidade
Depois das sensações, surge a reação. O todo sequencial do ritmo pode provocar a melodia que se constrói de unidades menores que motivam. A melodia é o tema que se fixam na mente do interpretante. Pode-se perceber que a melodia passa a ser lembrada como o tema de um filme ou de determinada personagem de novela.
3. A harmonia e a terceiridade.
A harmonia na música é mais complexa porque é ela que dá à melodia profundidade.
Segundo Santaella, corresponde, na pintura, à profundidade. Quando se ouve
a música e se aprecia, ela é sentida como um todo, pois não se está tratandoa
como especialistas e sim como ouvintes. Degusta-se o ritmo, a melodia e a harmonia no todo da música.
A harmonia, como terceiridade, contém os princípios anteriores (primeiridade e
secundidade), e vai além na constituição de regras e convenções.
AULA 9: A semiótica e a matriz visual
Análise semiótica das matrizes visuais
Itens importantes:
O mundo das imagens pode-se apresentar como representações visuais: desenhos, pinturas, gravuras, fotografias, esculturas, imagens cinematográficas e televisivas e, nesse sentido, temos objetos materiais, signos que representam o nosso meio ambiente visual.
O segundo mundo é o do domínio imaterial das imagens na nossa mente. Nele,
imagens aparecem como visões, fantasias, imaginações, esquemas ou, em geral, como representações mentais. Ambos os domínios da imagem não existem separados, pois estão ligados já na sua origem. Não há imagens como
representações visuais que não tenham surgido de imagens na mente daqueles que as produziram, do mesmo modo que não há imagens mentais que não tenham alguma origem no mundo concreto dos objetos visuais.
Ícones substituem tão completamente seus objetos a ponto de serem dificilmente distinguíveis deles. Um diagrama de fato, na medida em que tem uma significação geral, não é um ícone puro; mas no meio do caminho do nosso raciocínio, esquecemos aquela abstração em grande medida, e o diagrama é para nós, a própria coisa. (PEIRCE 3.362 apud SANTAELLA, 2001, p.194)
Este conceito é o mesmo para uma fotografia, uma pintura, um desenho, uma estátua, uma escultura...
A linguagem visual como representação é aparentemente singular, icônica. Desenvolve, no entanto, uma reação, uma matriz sinsígnica, um índice. Para Santaella, toda imagem figurativa ou referencial projeta um índice. Daí o ícone estar no índice. Para haversecundidade prevê-se a primeiridade. Para haver índice, deve ter havido ícone.
Ao olharmos uma fotografia, percebemos algo externo a nós, mas podemos fazer um julgamento perceptivo.O papel lógico é o da primeira visão, é o que está evidente.
Quando fixamos nossa mente sobre a imagem da foto e pensamos sobre o menor detalhe dela, temos o julgamento perceptivo, isto é, somos tomados por impulsos sensíveis.
Interpretamos e, segundo Peirce, só percebemos aquilo que nossa sensibilidade nos permite interpretar, estamos sob o domínio das operações mentais envolvidas na formação do julgamento perceptivo. (SANTAELLA, 2000, p.52)
Algumas considerações sobre as matrizes visuais:
· Os ícones são importantes para a orientação do receptor no mundo dos símbolos, porque as imagens nos proporcionam o primeiro olhar, isto é, o objeto imediato da percepção. É a qualidade que desperta a consciência;
· O índice é a reação a um impulso externo, ao inesperado. É o estado de surpresa induzido pela percepção. Fazemos conexões mentais, geralmente, intuitivas.
· O símbolo é a abstração do objeto. É a interpretação envolvida nos processos mentais. Tem efeito contínuo. A primeira interpretação ou significação se baseia no julgamento perceptível da lógica. É o que nos diz algo sobre o que é percebido.
AULA 10: A semiótica e a matriz verbal: discurso - eixo classificatório
Princípios organizadores da sequencialidade discursiva: descrição, a narração e a dissertação
Vai-se entrar no mundo da palavra, do signo linguístico, arbitrário e convencional, logo, no domínio do legi-signo, do simbólico. Por pertencerem ao sistema de uma língua, as palavras são signos quando se manifestam num discurso. Estão subordinadas às leis e convenções do sistema, do código.
Para se estabelecer uma comunicação verbal usa-se o processo de seleção (eixo paradigmático, modelar) e combinação (eixo sintagmático ou de ordenação).
Santaella (2001, p. 262) explica que "por mais variações qualitativas que possam existir nas manifestações concretas, nas réplicas orais ou escritas de uma palavra ou de um padrão frasal, elas sempre se conformarão a uma invariância que é a da palavra ou do padrão como lei."
O símbolo - é abstrato por tender à generalização.
O objeto do símbolo - é abstrato, não é particular, mas um tipo de coisa que representa uma ideia ou uma lei geral associada a um hábito ou regra a que Peirce chamou de interpretante lógico.
O objeto de uma palavra - não é alguma coisa existente, mas uma ideia, isto é, um registro mental, armazenado pela criação de um hábito linguístico no cérebro humano. Ao serem inseridas numa frase, as palavras são símbolosindiciais, pois precisam ter um apoio de referência.
As palavras vivem nas mentes dos que as usam, mesmo quando não são aplicadas no momento, estão lá guardadas numa relação, prontas para serem usadas. Fazem parte do léxico da língua.
Assim:
1. Todo símbolo é triádico, porque traz em si caracteres icônicos e indiciais.
2. O símbolo produzirá como interpretante um outro tipo geral que, para ser interpretado, exigirá um outro signo.
3. Todo símbolo é portador de uma lei de representação.
A palavra é um legi-signo simbólico, logo está no plano do discurso. O interpretante, nesse caso, tende a representar o signo como argumento, tornando a forma mais abstrata da classe dos signos.
A classificação dos signos foi uma das grandes contribuições de Charles Sanders Peirce à Semiótica ou Ciência do Signo.
A terceira tricotomia de Peirce - interpretante. Todo signo está para um objeto, assim como todo objeto está interpretante para um intérprete.
As classes se estabelecem na relação do signo consigo mesmo (Quali-signo, Sin-signo, Legi-signo), do signo com seu objeto (Ícone, Índice, Símbolo) e do signo com seu interpretante (Rema, Dicente, Argumento).
A última das três tricotomias está em Peirce, dividida em: rema, dicente e argumento
Verificamos então a relação dos signos com seus interpretantes: qualidades, apresentando-se ao interpretante como mera hipótese (rema); sendo fatos (dicentes) e sendo leis (argumentos).
Rema - é um signo de possibilidade qualitativa. Os filtros que interferem na percepção das coisas podem ser os valores, os hábitos, o interesse ou necessidade que agem nos momentos de primeiridade e secundidade influenciando o julgamento perceptivo, último momento da percepção.
Dicente - não pode ser ícone, pois é um signo de existência real e, ao contrário do rema, parece exigir confirmação de veracidade. O dicente é amplamente informativo, ocorre em nível de secundidade e é interpretante de signos indiciais. Este signo exige averiguação por não fornecer de imediato as razões da afirmativa.
Argumento - é caracterizado por discursos persuasivos ou formais. Tem como
base as sequências lógicas que instituem o legi-signo e o símbolo, ou seja, relacionam-se com a convenção e o arbitramento de significado pelo uso repetido e atualizado do signo. (Koan: Revista de Educação e Complexidade, n. 1, jan. 2013.)
Peirce - "O signo é algo que representa outro, seja por representação ou substituição, leitura interpretativa"semiose - em um processo ininterrupto e dinâmico. A percepção e leitura de mundo ocorrem por meio de signos. Fatos vivenciados estimulam novas significações, abstrações impondo limitações e parcialidade nas interpretações da realidade.
1ª leitura: a fotografia parece um mosaico de vitral colorido.
2ª leitura: é a fotografia de um edifício próximo a um conjunto de casas populares.
3ª leitura: a fotografia representa a desigualdade social numa cidade.
1. O rema é um signo de possibilidades qualitativas que não vai além de uma conjectura: quando se afirma que a fotografia parece o mosaico de um vitral colorido, caracterizamos um rema, pois se trata de uma conjectura, de uma hipótese interpretativa.
Nesse caso, a imagem é um quali-signo icônico.
2. O dicente fala da realidade.
3. O argumento demonstra uma interpretação, uma leitura reflexiva. Nesse caso, têm-sequestões ideológicas: sociais, políticas etc.
O estudo semiótico do texto será analisado tanto em seus mecanismos internos quanto nos fatores sócio históricos de sentido. A intenção é observar o que o texto diz e como diz.
·Texto como um todo de sentido - análise interna ou estrutural do texto;
·Texto como objeto de comunicação, encontra seu lugar entre os objetos culturais, inserido numa sociedade e determinado por formações ideológicas específicas.
·Análise externa do texto.
Segundo Barros (2001, p.8), para construir o sentido do texto, a semiótica concebe o seu plano do conteúdo sob a forma de um percurso gerativo, visto que texto não é somente uma soma de frases.
Ao texto verbal escrito - a descrição, a narração e a dissertação apresentam os três princípios organizadores da sequencialidade discursiva. É possível interpretar o discurso em função da organização linguística específica a qual depende do que está representado. Focar a discursividade como sequencialização do argumento (descritivo, narrativo e dissertativo) que é uma
característica da matriz verbal.
Descrição prevê um interpretante cuja percepção, atenção e observação estejam ativadas. A leitura interpretativa entende o texto descritivo como a tradução, através das palavras do mundo, das qualidades aparentes das coisas.
Transcrever através do convencional (terceiridade) aquilo que é possível apreender das qualidades (primeiridade). Manifestação verbal que tende a se aproximar do primeiro modo de apresentação dos objetos na consciência, o modo puramente qualitativo e sensível.
Narração - como o universo da ação, do fazer. Segundo Santaella (2001, p.322), "só há ação onde existe conflito, isto é, esforço e resistência entre duas coisas: ação gera reação e dessa inter-ação germina o acontecimento, o fato, a experiência."
Assim como a descrição, a narração pode apresentar a tríade de Peirce: a espacial (primeiridade); a sucessiva (secundidade) e a causal (terceiridade).
A dissertação - é a que mais se aproxima da terceiridade de Peirce por estar ligada a conceituações, a formulações quase sempre abstratas. Nesse tipo de discurso há uma realidade que precisa de uma exposição intelectiva, racional e que depende de conhecimento para ser explicitada.
O raciocíniotem caráter crítico e busca argumentos que confirmem a lógica da ideia apresentada. Na dissertação, trabalha-se com as premissas e as inferências. A linguagemda dissertação pressupõe formulações conceituais e o raciocínio dedutivo é o caminho mais usado para os argumentos.
AULA 11: A semiótica e linguagem híbrida
Análise discursiva hipertextual: o simbólico
Nesse passeio pelas linguagens, depara-se com muitas artes que são híbridas, haja vista o teatro e a ópera que misturam a sonoridade com a plasticidade, o visual com o auditivo e o verbal interligando todos esses meios. Estamos falando de hibridismo no sentido em que as linguagens e meios se misturam, provocando um sistema de signos integrados a intersemiose.
São muitas as razões para que tenha ocorrido o fenômeno da hibridização. A mistura demateriais, suportes e meios está cada vez mais acentuada. É preciso ter um olhar diferenciado para essas perspectivas, refletir sobre essas matrizes que estão nas linguagens agora realizadas e para as novas possíveis realizações.
A imagem contemporânea apresenta acasalamentos e interpenetrações de imagens no cotidiano da fotografia, por exemplo, que importou procedimentos pictóricos e esses movimentos começaram a surgir na pintura. A computação gráfica herdou plasticidade da pintura e assim sucessivamente.
Esbarra-se com o princípio da visualidade nas formas (ou falta de forma) que estão diante dos olhos a cada dia, provocando a reflexão sobre a matéria, instigando tanto lúdica comooniricamente. Os tons, as cores que se apresentam buscam o ineditismo, ao mesmo tempo, os efeitos provocados fazem pensar no inesperado, no que mais pode ser produzido. A hibridização faz o caminho da visão e da imaginação ser mais longo.
"O desenho das interfaces e interpenetrações das três matrizes da linguagem e pensamento pode nos fazer vislumbrar onde estão as bases analógicas e semióticas para as iluminações secretas dos artistas e poetas [...] são capazes de pinçar, ainda úmidas, as linguagens diretamente da sopa biótica da qual emergem, congêneres, plurais, em uma só unidade" (SANTAELLA, 2001,
p. 371).
A linguagem verbal oral, a fala, apresenta hibridismo nos seus aspectos rítmicos e harmônicos que podem ser percebidos pela tonalidade da voz que é acompanhada da emoção de quem transmite uma mensagem que quer que seja acolhida com emoção também. É como se o receptor visse além de ouvir.
A linguagem concretizada corporificaa lógica semiótica. Emissor e receptor compartilham a discursividade verbal.
As linguagens transitam pelos meios, suportes materiais, cujo crescimento vem provocando desdobramentos e multiplicações. Lida-se hoje com a profusão de mídias quevão se inserindo na vida social e individual, provocando sedução do receptor por determinada linguagem sígnica. As matrizes da linguagem, segundo Santaella (2001, p.380) criam condições para leitura e análise dos processos lógico-semióticos, pois permitem identificar semelhanças e diferenças entre manifestações concretas da linguagem.
A linguagem verbal escrita tem o estatuto do simbólico e da discursividade e há várias formas possíveis de análise dentre as impressas, tais como: jornais, periódicos científicos,publicações seriadas, além dos livros.
O hipertexto é uma linguagem híbrida, constituído de um conjunto de nós de significações interligadas por conexões entre palavras, páginas, fotografias,
imagens, gráficas, sequências sonoras etc.
Estudar o hipertexto implica olhar a linguagem em interação com o meio digital. Para Santaella (1996), o discurso varia de acordo com a espécie do objeto que nele se representa. No entanto, é preciso compreender como os discursos, que têm o princípio desequência, se organizam em uma estrutura não-linear e interativa no meio digital.
Hipertexto - uma nova ideia de textualidade, que permite o acesso ilimitado a outros textos. A leitura pode funcionar por associação e não por sequências fixas .
A tecnoeducação apresenta um bom exemplo de hipertexto, cada página possui diversas ligações que auxiliam o leitor na busca por informações específicas sobre um determinado conteúdo.
AULA 12: A Semiótica Aplicada ao Campo da Comunicação Social
A semiótica e a Análise da Linguagem Jornalística
Tem-se tratado da teoria semiótica, principalmente a triádica de Peirce, para fazer referência às possíveis leituras que nos rodeiam todo o tempo. Sabe-se também que se está submetido às ações institucionais e como atores de um sistema social é preciso que se seja orientado por motivações que esse sistema condiciona.
Pelas análises feitas até aqui, viu-se que a universalidade é uma das características das categorias de Peirce e está presente em qualquer fenômeno. Segundo o autor da tríade, ascategorias previstas por ele sugerem um modo de pensar. É baseado nesse ponto de vistaque se vai entrar na possível leitura do mundo jornalístico.
Algumas considerações:
MARTINO, Luis Mauro Sá. Teoria da Comunicação. Rio de Janeiro: Vozes, 2010.
Os meios de comunicação são responsáveis pela articulação entre as diferentes partes da sociedade e podem causar efeitos indesejados e imprevistos no ambiente social. (LIPPMANN, p.21)
· Notícias são criadas a partir de uma série praticamente infinita de seleções e escolhas efetuadas pelos profissionais. O jornalista decide que palavras e aspectos ele vai destacar e transforma em notícia. É uma necessidade prática.
(Idem).
· A mídia é o canal por onde o conhecimento e as informações circulam pela sociedade. (LASSWELL, p. 24)
· Os meios dão valor a alguns assuntos, temas e pessoas, em detrimento de outros,tornando-os importantes, aumentando seu prestígio e visibilidade. Isso, de certa maneira, legitima a situação. (MERTON E LAZARSFEL, p. 28)
· A maneira como a história é relatada lhe dá um determinado sentido, e fornece ao leitor/telespectador algumas direções de como a mensagem deve ser entendida.(p.33)
· As várias vozes na notícia são colocadas juntas ou lideradas pela voz do jornalista, responsável por dar o lugar para outras vozes, reservando-lhes mais
ou menos espaço, coordenando todos os textos dentro da notícia. (p. 34)
· Quando se está diante de uma informação, ela é enquadrada nos esquemas prévios de percepção do leitor. (...) Os esquemas de recepção da informação são igualmente construídos pela mídia. (p. 43).
A linguagem é um sistema de signos em que seus elementos guardam ao mesmo tempo uma semelhança geral e uma diferença específica entre si. Por meio da seleção e combinação de palavras construímos o texto. Não há dúvida de que há regras que fazemparte do sistema e se encarregam de atribuir sentido. Esse sistema é o legi-signo e corresponde à terceiridade na tríade de Peirce. A linguagem é o modelo para outros sistemas de signos.
A linguagem, no entanto, tem uma ligação dinâmica com o cotidiano e os signos existem de maneira concreta nas relações sociais. O homem interage com os outros homens e com o mundo, logo os signos estão em rotação no mundo. Os significados são construídos. Os fluxos das notícias não podem parar. Ao ligar a televisão ou abrir o jornal, no mesmo dia, você irá se deparar com a notícia apresentada de acordo com a mídia em que há a divulgação.
Imagens serão veiculadas a partir de uma realidade que irá atender aos prazos a que cada mídia se atém. O critério de valor irá apontar para uma das categorias da semiose.
AULA 13: A Semiótica Aplicada ao Campo da Comunicação Social
A semiótica aplicada ao campo da publicidade.
O mundo da linguagem publicitária pode ser analisado como o braço direito das novas tecnologias. "É a mensagem da renovação, progresso, abundância, prazer e juventude", nas palavras de Nelly de Carvalho (2001, p. 11).
Falar em linguagem publicitária é falar de sedução, persuasão. A publicidade, na maioria das vezes, trabalha o texto sincrético, isto é, alia linguagem visual e
linguagem verbal.
A linguagem verbal se apresenta em forma de associação de palavras que tem
por base a extensão, indicando que a relação entre elas está no plano da memória. Ao selecionar uma palavracomo núcleo significativo, num texto publicitário, o autor a coloca numa constelação semântica, em busca do "algo mais" do significado. Aí entra a figura do interpretante que, ao ler num texto publicitário uma palavra, deve associá-la a situações fora daquele contexto.
O signo é uma coisa que representa outra: seu objeto. Só há signo quando houver essa representação, o signo não é o objeto, ele está no lugar do objeto.
A interpretação de um signo está na mente de quem o observa, o receptor. É um processo dinâmico a que Peirce chama semiose.
"Um signo dirige-se a alguém, isto é, cria na mente dessa pessoa um signo equivalente, ou talvez um signo mais desenvolvido. Chamo o signo assim criado o interpretante do primeiro signo." (PEIRCE, 2.228, apud NOTH, 1998, p.72)
Palavra - puxa - palavra é uma forma de tornar o texto atraente, sedutor e levar o leitor amantê-lo na memória.
Sendo a semiótica a teoria de todos os signos, códigos, sinais e linguagens (SANTAELLA, 2001, p. 59), a publicidade com a multiplicidade de imagens, sons e palavras sob as mais diversas formas de manifestações, é um objeto de
leitura semiótica,pois permite olhares e percepções que caracterizam a semiose.
Como se pôde ver até aqui "não há mensagem sem signos e não há comunicação sem mensagem" (idem).
Os efeitos que a linguagem publicitária exerce sobre o leitor, ao produzir mensagens que criam efeitos emocionais, sensoriais e simbólicos, exigem um "olhar semiótico", isto é, a identificação da significação ou representação, da referência e da interpretação das mensagens.
A mensagem cria e exibe um mundo perfeito, ideal. Usa recursos estilísticos e argumentativos do cotidiano da linguagem a fim de informar e seduzir ao mesmo tempo.
Está calcada na utilização racional dos instrumentos da linguagem para mudar (ou até conservar) a opinião do público-alvo.
A sutileza na publicidade está em seduzir, persuadir usando uma linguagem figurada. As verdadeiras intenções serão interpretadas e não vêm sob forma de imposição e sim de sugestão, mesmo quando são usados verbos no imperativo (função apelativa da linguagem).
A mensagem busca relacionar o prazer com a realidade, indicando o que deve
ser usado ou escolhido a partir do ícone do objeto, visando a uma sociedade de consumo, criando um ambiente cultural com valores organizados de acordo
com o público-alvo a que se dirige. Criando um "novo tempo".
A interpretação dos textos conduz à análise semiótica que habilita a observar os efeitos das mensagens em cada tipo de receptor. Percebe-se que a interpretação lida com o emocional (primeiridade), com a reação (o receptor é levado a agir de acordo com a mensagem - secundidade) e com o mental (o receptor reflete de acordo com sua postura cultural, política, social - terceiridade).
É interessante que alguns produtos podem ser anunciados sem palavras, pois a marca já está na mente dos consumidores.
A marca faz a imposição do nome para ter um aliado no consumidor. A divulgação do objeto pode ocorrer pelo uso de cores, formas, linhas ou imagens (pessoas) a ela relacionadas.
As estratégias linguísticas usadas no texto publicitário podem atribuir ao produto uma personalidade como é o caso da Brastemp e do Bom Bril, o último é até usado metonimicamente, isto é, passa a nomear a esponja de aço.
Assim acontece com vários produtos, cuja marca se impõe de tal forma que passa a ser usada no lugar do objeto.
AULA 14: A semiótica e a análise da linguagem audiovisual
A análise semiótica é definida como um meio para se traduzir um determinado sistema de signos para o sistema semiótico. Sua expressão está nas linguagens plásticas, visuais, verbal e híbrida.
Décio Pignatari, ao realizar pesquisas sobre signos, observa que Charles Sanders Peirce concebeu a semiótica como “um estudo da linguagem enquanto lógica”. Para entender a semiótica de Peirce, analisaremos o conjunto dos sistemas de signos, na linguagem audiovisual, e os estudos simbólico-culturais do movimento humano, material oportuno e valioso para os estudiosos de comunicação, apresentando a semiótica como uma ciência que possibilita uma melhor leitura do “mundo verbal com ligação com o mundo icônico ou não-verbal”.
Para tanto, primeiramente, ancorar-nos-emos nos conceitos de denotação e conotação (HJELMSLEV, 2006).
Martin Esslin (1990), faz uma distinção entre signos denotativos e conotativos, numa tentativa de sistematização dos signos dos meios dramáticos. Esslin divide os sistemas em dois grandes grupos: 
a) no primeiro, colocou o ator, o visual, oral e o texto como elementos típicos do teatro; 
b) no segundo, o enquadramento, os ângulos de visão e de tomada assim como o movimento e a montagem, como específicos do cinema”, trabalho da câmara, da ligação entre os planos e a edição, jogo interativo da construção fílmica. 
Linguagens sígnicas que, quando combinadas, criam efeitos de sentido. (...) A
finalidade do cinema é o espetáculo. Este só adquire a perfeição e homogeneidade que configuram uma obra de arte quando o encenador está na plenitude dos seus direitos como autor, como inventor. (ROUBINE, 1982, p. 57). Dessa forma, para a reprodução do filme, o diretor adquire o domínio dos componentes da cena, está no comando da organização, tornando-se o guardião do espetáculo.
Dessa forma, escolhe os elementos que tornarão cada cena única, linguagem, cores e movimentos; tomadas da câmera, roteiro, efeitos especiais, montagem das imagens; músicas, ruídos, grãos, tons, tonalidades das vozes; imagens e sons. Por isso, especula-se sobre a existência de um cerne especificamente cinematográfico, seja ele um sistema múltiplo ou único de signos.
Os elementos que envolvem a divulgação do filme, propaganda, panfletos, funcionam como diretrizes para diálogos com a sociedade, espectadores que interpretarão o contexto, farão a reflexão e aprovarão ou não a produção.
O texto clássico também ganha uma dimensão do espaço devido ao sotaque (em consonância com o figurino e o cenário), criando sentidos diversos. O texto clássico também não deixa de transmitir seu significado, este dá-se por meio dos gestos, cores, sons, formas, imagens, iluminação e palavras plasticamente captadas pelas lentes que o cinema produz (num processo multimodal), novos sentidos são atribuídos à mensagem.
AULA 15: A semiótica aplicada ao campo do design
“Design” é uma atividade interdisciplinar, pois mantém diálogo com várias áreas da comunicação: artes visuais, arquitetura, comunicação, publicidade e jornalismo, marketing, ciências da computação, levando discussão sobre mídias, uma proposta queprovoca a reflexão sobre o cotidiano, produzido pelo relacionamento entre o objeto e o espaço onde está inserido.
“Design” não é tão somente a visualização do discurso; ele “é uma forma de discurso em si mesmo, é uma dentre outras linguagens da comunicação visual que produz sentidos e dissemina significados e conceitos” (Margolin, 1994, p. 13)
Um dos valores mais caros aos “designers” é a competência de seleção e combinação dos elementos para a montagem dos textos que produzem o sentido das peças comunicativas. 
Toda mensagem indica, refere-se ou se aplica a alguma coisa que está fora da própria mensagem. (Santaella, 2001, p. 48).

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