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Desmistificando a Ansiedade

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A ansiedade pode estar presente em diversas situações cotidianas. Quem nunca se sentiu ansiosa antes de um primeiro encontro, de uma entrevista de emprego, de uma reunião importante? Mas quando ela deixa de ser temporária e começa a impactar negativamente a vida social de alguém, é preciso atenção redobrada. Neste caso, pode se tratar de um quadro clínico chamado “transtorno de ansiedade” ou “fobia social”. Porém, apesar da gravidade, nem sempre é levado a sério do ponto de vista social.
Foi por isso que a paulistana Daniela* decidiu desabafar nas redes e jogar luz sobre uma realidade comum a muita gente, mas ainda estigmatizada. Em um texto publicado em seu Facebook, ela conta como tem lidado com a própria condição de maneira sincera e tocante. Não à toa, o post já foi compartilhado mais de 40 mil vezes.
“Ansiedade não é legal, não é motivo de orgulho, não deve ser romantizada”, pede ela. “No fim, estamos todos tentando sobreviver a nós mesmos e a esse mundão, mas algumas pessoas têm batalhas maiores que as outras.”
A seguir, confira o texto na íntegra...
“Refleti muito até ter coragem para expor isso que me aflige imensuravelmente. Precisamos conversar sobre o transtorno de ansiedade.
Esperar muito por algo, ficar de olho no celular para ver se a pessoa que você gosta responde, contar os minutos para o horário da aula ou trabalho acabar... Nada disso é ser ansioso. Algumas pessoas podem achar que é, mas não. Ansiedade não é legal, ansiedade não é motivo de orgulho, a ansiedade não deve ser romantizada.
Minha ansiedade dói na mente, dói no meu corpo, não me deixa respirar. Perco o controle sobre meus sentimentos e tudo parece ser caos... A ansiedade me faz ficar me preparando o dia todo para algo ruim acontecer, porque de alguma forma sinto que algo ruim vai acontecer. Ansiedade vem com um aperto no peito, cria um nó na garganta, me faz vomitar, e meu corpo todo dói. A ansiedade me seca a boca, me faz tremer e meu corpo formigar. Me torna propensa a qualquer momento poder cair no choro, e esse choro ser incontrolável.
Ter ansiedade me priva constantemente, me faz cancelar coisas que marquei em cima da hora, coisas que queria fazer, coisas que quero conseguir fazer, mas às vezes só consigo ficar sozinha. A ansiedade me faz pedir desculpas demais, me faz sentir um estorvo. E é comum agonizar dias e dias pensando se falei algo que não devia, me faz não conseguir pedir ajuda por achar que minha dor não é válida. A ansiedade me deixa acordada a noite toda, e ter pesadelos quando enfim durmo, acordar com o coração descompassado, sem conseguir respirar. Não é legal ter. Ansiedade me faz pensar demais, racionalizar demais... Estou sempre medindo palavras, pensando demais antes de agir.
Me faz parecer dramática, louca, pra quem não tem. As pessoas não conseguem entender o que acontece em meu interior. Me faz mentir toda vez que alguém pergunta se está tudo bem. Mesmo quando minha mente está me matando, digo que está tudo ótimo porque não quero ter que explicar que não tenho controle sobre isso, não ainda. A ansiedade tensiona cada músculo do meu corpo enquanto lidar com questões internas e tento manter o rosto sereno para ninguém notar. Me faz sentir a todo segundo que tem alguém chateado com algo que fiz ou falei. O peso de tudo fica dobrado e sinto que preciso cuidar de todo mundo, mas não deixo ninguém cuidar de mim.
Não quero ouvir que estou sendo ridícula ou exagerada. Só quero que entendam que minhas qualidades estão acima da ansiedade, que ela não determina quem eu sou.
Se você também luta contra a ansiedade, saiba que não está sozinho. Alguns dias são difíceis mesmo, mas uma hora o sossego há de chegar para cada um. E para quem não tem, mas conhece alguém que tenha, para quem conhece a mim, respeite essa pessoa, me respeite, não nos julgue. No fim, estamos todos tentando sobreviver a nós mesmos e a esse mundão, mas algumas pessoas têm batalhas maiores que as outras. Seja gentil, você não sabe pelo que o outro está passando.”

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