Buscar

apelação cível

Prévia do material em texto

AO JUÍZO DA 40ª VARA CIVEL DE CURITIBA/PR
	LEONARDO, brasileiro, estado civil, profissão, inscrito no CPF n° xxx e RG n° xxx, residente e domiciliado na rua xx, bairro xxx, cidade de Curitiba/PR, vem, por meio de seu advogado que esta subscreve, perante Vossa Excelência, inconformado com a respeitável sentença de fls. xx/xx, interpor:
RECURSO DE APELAÇÃO
	Ao EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARANÁ, com fulcro nos artigos 1.009 e seguintes do CPC, pelos motivos de fatos e direitos expostos em anexo
	Requer que o presente recurso seja conhecido e recebido no duplo efeito conforme artigo 1.012, caput do CPC, remetendo-se os autos à Instância Superior.
	Requer intimação do requerente, para, querendo, ofereça as contrarrazões.
Ademais, segue comprovante de recolhimento das custas processuais de preparo.
Termos em que, pede e espera deferimento.
Curitiba/PR, data.
ADVOGADO
OAB/xxx
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARANÁ
RAZÕES RECURSAIS
Processo n°: xxxxxxx
Apelante: LEONARDO
Apelado: Gustavo
COLENDA CÂMARA, DOUTOS JULGADORES
DOS FATOS
Gustavo ajuizou, em face de seu vizinho Leonardo, ação com pedido de indenização, pelo procedimento comum, por dano material suportado em razão de ter sido atacado pelo cão pastor-alemão de propriedade do vizinho.
Segundo relato do autor, o animal, que estava desamarrado dentro do quintal de Leonardo, atacara-o, provocando-lhe corte profundo na face.
Em consequência do ocorrido, Gustavo alegou ter gastado R$ 3 mil em atendimento hospitalar e R$ 2 mil em medicamentos. Os gastos hospitalares foram comprovados por meio de notas fiscais emitidas pelo hospital em que Gustavo fora atendido, entretanto este não apresentou os comprovantes fiscais relativos aos gastos com medicamentos, alegando ter-se esquecido de pegá-los na farmácia.
Leonardo, devidamente citado, apresentou contestação, alegando que o ataque ocorrera por provocação de Gustavo, que jogava pedras no cachorro.
Alegou, ainda, que, ante a falta de comprovantes, não poderia ser computado na indenização o valor gasto com medicamentos.
Houve audiência de instrução e julgamento, na qual as testemunhas ouvidas declararam que a mureta da casa de Leonardo media cerca de um metro e vinte centímetros e que, de fato, Gustavo atirava pedras no animal antes do evento lesivo. Nessa audiência, a contradita de uma das testemunhas do autor foi afastada pelo juiz – mas trata-se de amigo íntimo de Gustavo, pois fotos em redes sociais demonstram que eles se encontram com frequência.
O juiz da 40ª Vara Cível de Curitiba proferiu sentença condenando Leonardo a indenizar Gustavo pelos danos materiais, no valor de R$ 5 mil, sob o argumento de que o proprietário do animal falhara em seu dever de guarda e por considerar razoável a quantia que o autor alegara ter gastado com medicamentos.
Pelos danos morais decorrentes dos incômodos evidentes em razão do fato, Leonardo foi condenado a pagar indenização no valor de R$ 6 mil.
PRELIMINARMENTE
	Foi requerido pelo autor em primeira instância pagamento de indenização por danos materiais, entretanto, na sentença de fls. xx/xx, o juiz deferiu pedido de danos materiais bem como danos morais o qual não foram alegados pelo autor em sua inicial, o que fere claramente o ensinamento dos artigos 141 e 492 do CPC, que disciplina a necessidade de iniciativa da parte de determinar o que deseja, podendo o Juiz apenas deferir aquilo que lhe foi pedido.
	No presente caso, mostra-se o equívoco do juízo em condenar o requerido em danos morais de ofício sem levar em consideração apenas o que foi requerido, sendo assim requer reconhecimento da preliminar e a nulidade da sentença, por se tratar de sentença extra petita.
RAZÕES DA REFORMA
O artigo 936 do código civil vem dizer que o dono do animal ressarcirá o dano por este causa, se não provar culpa da vítima ou força maior, como já foi dito, do dia do fato ocorrido o apelado estava provocando o animal lhe tacando pedras.
	Sendo assim comprovada a culpa exclusiva da vítima, quebrando o nexo de causalidade com o dono do animal, consequentemente não há o que se falar em responsabilidade de reparar danos.
	Ante ao valor requerido pelo apelado de 2.000,00 (dois mil) reais por gastos médicos, cabe ressaltar que em nenhum momento foi comprovado nos autos os gastos que alcançaram tal valor, e bem como ensina o artigo 373 do CPC, incumbe ao autor provar fato constitutivo de direito, o que no presente caso não ocorreu no decorrer do processo, sendo fato que dano material não se presume.
PEDIDOS
	Ante ao exposto requer
a) Requer conhecimento e provimento da preliminar, declarando a nulidade da sentença prolatada pelo juízo de primeiro grau.
b) Reforma do nexo de causalidade, a fim de reconhecer a culpa do apelado por culpa exclusiva da vítima.
c) Não reconhecimento do valor de R$ 2.000,00 (dois mil) reais referentes a gastos médicos, tendo em vista a não comprovação dos gastos no curso do processo.
d) Requer condenação do apelado ao pagamento das custas processuais e honorário advocatícios.
Termos em que, pede e espera deferimento.
Curitiba/PR, data.
ADVOGADO
OAB/xxx

Continue navegando