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OLHARES PLURAIS – Revista Eletrônica Multidisciplinar, Vol. 1, Nº. 18, Ano 2018 ISSN 2176-9249 37 OLHARES PLURAIS ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO FRENTE À AUTONOMIA DO IDOSO NAS INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA PARA IDOSOS (ILPI): UMA REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA Vaninna Márcia Santos da Rocha1 Eder Diogo dos Santos Monteiro2 Moana da Silva Santos Sampaio3 Artigo submetido em: mai./2016 e aceito em mar./2018 RESUMO O envelhecimento populacional traz consigo entraves para a coletividade, que merecem atenção e espaço para a pauta na pesquisa científica. Além da necessidade da síntese e implementação de políticas públicas direcionadas ao idoso, em especial aqueles que são amparados pelas ILPI. Com base em tal perspectiva acerca das ILPI e da potencialidade de promoção da autonomia do idoso, acrescido das experiências pessoas acadêmicas e extracurriculares dos autores, objetivou-se analisar as produções científicas com relação à atuação do enfermeiro frente à promoção da autonomia do idoso residente em ILPI. Trata-se de um estudo descritivo, tipo revisão integrativa. Realizou-se busca nas bases: SciELO, LILACS, BDENF e MEDLINE, delimitando-se o recorte temporal de 2006 a 2016. Foram obtidas 12 publicações que serviram de base para a discussão desta produção. A partir da análise das publicações, entendeu-se que o papel do enfermeiro, neste contexto de vulnerabilidade e dependência, se mostra ímpar, e perpassa o âmbito do cuidar, mas requer de tal profissional o uso das habilidades desenvolvidas desde o período acadêmico, no que tange à assistência, a pesquisa e o gerenciamento nos serviços, visando a obtenção de resultados significativos que representem o crescimento da autonomia do idoso. Palavras-chave: Idoso. Instituição de Longa Permanência para Idosos. Enfermagem. CARE NURSES FRONT OF THE AUTONOMY OF THE ELDERLY IN LONG-STAY INSTITUTIONS FOR THE ELDERLY (LTCF): AN INTEGRATIVE LITERATURE REVIEW ABSTRACT Population aging brings barriers to the community, which deserve attention and space for staff in scientific research. In addition to the need for synthesis and implementation of public policies for the elderly, especially those who are supported by ILPI.Based on this perspective about ILPI and potential to promote independence of older people, plus the academic people experience and extracurricular authors aimed to analyze the scientific production regarding the role of the nurse in the promotion of the elderly resident autonomy. This is a descriptive study, an integrative review type. It conducted search in databases: SciELO, LILACS, and 1 Enfermeira, especialista em Saúde Pública com ênfase em saúde da família, docente na Sociedade de Ensino Universitário do Nordeste – SEUNE, coordenadora na disciplina Estágio Supervisionado Obrigatório no Núcleo Atenção Primária à Saúde. Docente na disciplina Gerenciando o cuidado de Enfermagem III. Mestranda no Ensino na Saúde da Faculdade de Medicina - FAMED, da Universidade Federal de Alagoas – UFAL. 2 Graduado do Curso de Enfermagem da Sociedade de Ensino Superior do Nordeste – SEUNE. Email: edermonteiro.1@hotmail.com. 3 Graduada do Curso de Enfermagem da Sociedade de Ensino Superior do Nordeste – SEUNE. OLHARES PLURAIS – Revista Eletrônica Multidisciplinar, Vol. 1, Nº. 18, Ano 2018 ISSN 2176-9249 38 OLHARES PLURAIS MEDLINE BDENF, the time frame is delimiting from 2006 to 2016 were obtained 12 publications that were the basis for the discussion of this production. From the analysis of publications, it was understood that the role of the nurse in this vulnerability and dependence on context, shows unique and pervades the scope of care, but requires such professional use of the skills developed from the academic period in concerning care, research and management services, in order to obtain significant results representing growth of autonomy of the elderly. Keywords: Elderly. Homes for the aged. Nursing. INTRODUÇÃO O envelhecimento tem se apresentado como processo cada vez mais presente nas nações, em escala diretamente proporcional ao desenvolvimento econômico que estas possuem e a consequente disponibilização de serviços de saúde mais resolutivos e contributivos no que diz respeito ao cunho assistencial, aspecto este, também observado no cenário nacional (ARAÚJO et al., 2007). Contudo, ainda que tal perspectiva se mostre favorável, no que se refere ao processo de envelhecimento, o aumento da expectativa de vida percebida no contexto brasileiro tem sido associado na literatura com elementos negativos no que diz respeito ao quadro epidemiológico de doenças crônico-degenerativas (ou Doenças Crônicas Não Transmissíveis – DCNT), cada vez mais incidentes na terceira idade (GARRIDO; MENEZES, 2002). A esse respeito Cardoso e Costa (2010) trazem que transições demográfica, epidemiológica e cultural trouxeram também consigo mudanças incisivas no perfil epidemiológico dos idosos no país, o que tem sido expresso por altos níveis de doenças crônico-degenerativas. As doenças crônico-degenerativas, como a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), Diabetes Mellitus (DM) e neoplasias em geral têm nutrido uma preocupação no que se refere às medidas assistenciais cabíveis aos seus portadores. Tal temática se expressa de modo especial ao se tratar de idosos, acrescentando o risco da dependência, associada à fragilidades (SILVA; SANTOS, 2010). Este perfil epidemiológico tem induzido o crescimento no número de instituições voltadas ao cuidado do idoso, denominadas de ILPI (Instituições de Longa Permanência paraIdosos),as quais atuam sob um discurso de assistência ao idoso no galgar ao desenvolvimento de sua capacidade funcional e consequentemente da sua autonomia (FERREIRA; YOSHITOME, 2010). Historicamente, as ILPI surgiram no início do século passado, derivada do processo de medicalização hospitalar, atrelado à relevância empregada à senescência. Fatores OLHARES PLURAIS – Revista Eletrônica Multidisciplinar, Vol. 1, Nº. 18, Ano 2018 ISSN 2176-9249 39 OLHARES PLURAIS determinantes na criação de instituições direcionadas ao cuidado específico ao idoso, a partir dos antigos asilos, que assistiam pessoas que padeciam de afecções mentais ou que não possuíssem um lar, num discurso inicial mais voltado à caridade, através de uma prática assistencial de homogeneização dos idosos, a concepção do envelhecer como processo degenerativo ou ainda a atribuição do caráter infantil à figura do idoso (CREUTZBERG; GONÇALVES; SOBOTTKA, 2008). Conceitos que só se modificaram por volta da década de 1970, por influência das concepções europeias, dando ao idoso uma definição mais ativa e autônoma, o que juntamente com as mudanças no contexto previdenciário, permitiram a organização de ILPI mais empenhadas num cuidado salutar ao idoso, embasadas nas políticas públicas elaboradas em tal cenário, que culminam no que se apresenta na atualidade (CREUTZBERG; GONÇALVES; SOBOTTKA, 2008; GROISMAN, 2015). No que se referem às atividades cotidianas e cuidados próprios, Santos et al (2010) abordam que os resultados podem ser significativos, quando a assistência é fornecida de modo holístico em tais instituições, sob a ótica da promoção da autonomia à pessoa idosa. Nesse contexto, o enfermeiro tem papel relevante, já que, possui aptidão para fornecer uma assistência em que estimule o idoso a desempenhar o autocuidado (OLIVEIRA; MENEZES, 2011; RODRIGUES et al., 2007). Para tal, é de real importância que o idoso possa aderir às mudanças no que se referem aos seus hábitos e estilo de vida. Essas mudanças envolvem a redução do uso de substâncias psicoativas (álcool e outras drogas), evitar o tabagismo, aderir à prática de exercícios físicos e uma dieta coerente com as necessidades metabólicas, além de utilizar adequadamente a medicação prescrita. Aspectos essenciais que precisam ser trabalhados pela equipe de saúde, no contexto das ILPI, sem restringir a autonomia do idoso assistido, o qual precisa se sentir como personagens ativos de seu próprio cuidado (CARDOSO; COSTA, 2010). É necessário, para isso, segundo Araújo, Paul e Martins (2011), que se promova um suporte para que tais ações possam ser desenvolvidas. Deve permitir que o idoso conviva de modo mais satisfatório com a enfermidade que possui, criando um ambiente favorável ao desenvolvimento de ações com foco na autonomia. Nesse sentido, o idoso deve se sentir confiante para prover a si mesmo medidas básicas para o seu cuidado, com qualidade de vida e bem estar, cabendo aos profissionais envolvidos nesta assistência atuarem como facilitadores nesse processo. A enfermagem como uma profissão, segundo o que refere Oliveira (2011), tem como essência o cuidar, tem uma importância salutar no desenvolvimento das ações que envolvam a educação, a promoção da saúde, prevenção de doenças, amparando e acolhendo ao idoso, em OLHARES PLURAIS – Revista Eletrônica Multidisciplinar, Vol. 1, Nº. 18, Ano 2018 ISSN 2176-9249 40 OLHARES PLURAIS especial os que convivem em ILPI, visto que, tem a possibilidade de trabalhar de forma conjunta com os de mais profissionais da saúde, com o objetivo de ser uma força complementar e essencial durante este processo. Sempre considerando as experiências prévias do idoso e os aspectos sociais, o enfermeiro permite que o idoso construa habilidades que envolvam o cuidado próprio, contornando empecilhos que possam surgir no cotidiano e que o impeçam de desfrutar do bem-estar, apesar das limitações advindas da idade, contribuindo com a assistência à saúde do idoso, no que tange aos aspectos físicos, mentais e sociais, mediante a promoção da autonomia através do autocuidado, que tanto o beneficia (ARAÚJO; PAUL; MARTINS, 2011; OLIVEIRA; GOMES; PAIVA 2011). Com base em tal perspectiva acerca das ILPI e da potencialidade de promoção da autonomia do idoso, acrescido das experiências pessoas acadêmicas e extracurriculares dos autores, surgiu a seguinte questão norteadora: como o enfermeiro pode contribuir para o desenvolvimento da autonomia dos idosos que residem em ILPI?Desta maneira surgiu a necessidade de pesquisar nas bases de dados, estudos que apontem acerca da atuação do enfermeiro frente à promoção da autonomia do idoso residente em ILPI. 1 MÉTODO 1.1 Tipo de Estudo Trata-se de uma Revisão Integrativa da Literatura. A escolha por este tipo de estudo, deu-se dá possibilidade de inferência de questões acerca da assistência de enfermagem frente ao idoso que reside em instituições de longa permanência / ILPI, no cerne do princípio da autonomia. A revisão integrativa da literatura, segundo Mendes e colaboradores (2008), tem por objetivo ofertar resultados de pesquisa, com base em uma questão norteadora, por meio de uma sistematização e ordenamento da pesquisa, o qual pode auxiliar na compreensão de como a literatura tem referido acerca do objetivo da pesquisa. Este tipo de estudo é guiado por passos previamente estabelecidos, sendo eles: Identificação da temática a ser estudada com base em uma questão norteadora; Estabelecimento dos critérios de inclusão e exclusão para seleção da amostra; Identificação e categorização dos estudos selecionados; Análise e interpretação dos resultados; e Síntese do conhecimento (MENDES et al., 2008). 1.2 Identificação da temática OLHARES PLURAIS – Revista Eletrônica Multidisciplinar, Vol. 1, Nº. 18, Ano 2018 ISSN 2176-9249 41 OLHARES PLURAIS A temática desta produção foi elucidada sob a preocupação nutrida pelos pesquisadores acerca da potencialidade assistencial que o enfermeiro possui frente à promoção da autonomia do idoso residente em ILPI. Aspectos de relevante discussão que surgiram a partir de experiências vivenciadas pelos autores, no que se refere as ações e serviços ministrados em lares asilares. 1.3 Estabelecimento dos critérios de inclusão e exclusão da amostra A coleta ocorreu no período de janeiro a março de 2016, utilizando o formulário de busca avançada nas bases de dados: Scientific Eletronic Library Online (SciELO); Base de Dados em Enfermagem (BDENF); Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS); e MEDLINE/PUBMED; mediante o emprego dos Descritores em Ciências da Saúde (DECS): “Instituição de Longa Permanência para Idosos” (ILPI), “Idoso”, “Enfermagem” e “Autonomia”, combinados com o operador booleano “AND”. Os critérios de inclusão aplicados para composição da amostra foram: publicações que estivessem disponíveis na íntegra, no período de 2006 a 2016, publicadas nas línguas portuguesa ou inglesa, e que respondesse a questão norteadora do estudo (Quadro I). Sendo excluídas as publicações anteriores a 2006, que não estivessem disponíveis na íntegra, que fossem repetidas (entre as bases de dados), e principalmente, que não respondessem de modo significativo à questão norteadora desta produção. Tal medida foi reproduzida em todos os cruzamentos, chegando a uma seleção com um total de 12 artigos (Quadro 1). 1.4 Identificação dos estudos selecionados As publicações selecionadas foram identificadas segundo: ordem, título, autor, revista, objetivos, metodologia e resultados. (Quadro II). Para tal foi construída uma matriz de síntese, utilizada como instrumento de coleta de dados, comumente empregado em revisões integrativas da literatura, adaptado do modelo de fichamento proposto por Mezzaroba e Monteiro (2009). 1.5 Análise e interpretação dos dados Os resultados foram interpretados através das variáveis: titulação dos autores, ano, revista, metodologia, sujeito investigado, cenário da pesquisa, temática, descritores e estado federativo. Seguido da interpretação e comparação entre produções e os elementos que compunham cada uma, encontrando informações e evidências relevantes que dissertaram OLHARES PLURAIS – Revista Eletrônica Multidisciplinar, Vol. 1, Nº. 18, Ano 2018 ISSN 2176-9249 42 OLHARES PLURAIS acerca de como a literatura tem referido acerca da atuação do enfermeiro frente à promoção da autonomia do idoso residente em ILPI. 1.6 Síntese do conhecimento Nesta etapa da revisão integrativa objetivou-se a elaboração de documento que contemplasse os principais resultados evidenciados da análise dos dados selecionados na amostragem. A partir da análise dos artigos científicos, originaram-se eixos temáticos, que permitiram uma melhor apresentação das evidências científicas sobre o tema estudado. 1.7 Aspectos bioéticos Por se tratar de uma Revisão Integrativa da Literatura, e não utilizar seres humanos como objeto da pesquisa, não houve a necessidade de submissão ao Comitê de Ética para a aprovação, conforme resolução 466 de 12 de dezembro de 2012. OLHARES PLURAIS – Revista Eletrônica Multidisciplinar, Vol. 1, Nº. 18, Ano 2018 ISSN 2176-9249 43 OLHARES PLURAIS 2 RESULTADOS E DISCUSSÃO 2.1 Cruzamento dos descritores selecionados Quadro 1 - Resultado dos cruzamentos realizados nas bases de dados SCIELO, LILACS, BDENF e MEDLINE/PUBMED, 2016. Fonte: Autores deste trabalho. *Português e Inglês. CRUZAMENTO BASES DE DADOS RESULTA- DOS CRITÉRIOS DE INCLUSÃO CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO AMOSTRA FINAL Texto completo Línguas* Selecionadas Respondem ao tema Texto incompleto Outras línguas Não respondem ao tema Artigos repetidos ILPI AND Enfermagem MEDLINE 49 01 47 00 48 02 49 00 00 BDENF 07 07 07 01 00 00 05 00 01 LILACS 07 07 06 01 00 01 06 01 00 SCIELO 01 01 01 01 00 00 00 00 01 ILPI AND Idoso AND Autonomia pessoal MEDLINE 95 21 66 01 74 29 94 00 01 BDENF 01 01 01 01 00 00 00 00 01 LILACS 04 03 04 02 01 00 02 02 00 SCIELO 02 02 02 02 00 00 00 02 00 Idoso AND Autonomiapess oal MEDLINE 1814 557 1580 01 1257 234 1814 00 01 BDENF 09 07 09 00 02 00 09 00 00 LILACS 79 47 44 00 32 35 79 00 00 SCIELO 29 29 25 07 00 04 28 00 07 Total 2097 683 1792 17 1414 305 2086 05 12 OLHARES PLURAIS – Revista Eletrônica Multidisciplinar, Vol. 1, Nº. 18, Ano 2018 ISSN 2176-9249 44 OLHARES PLURAIS 2.2 Matriz de Síntese dos artigos selecionados Abaixo estão elencados os 12 artigos selecionados para a discussão deste trabalho, através de uma matriz de síntese. Quadro 2. Matriz de síntese dos artigos selecionados. IDENTIFICAÇÃO - TÍTULO AUTOR/DATA FORMAÇÃO REVISTA OBJETIVOS METODOLOGIA RESULTADOS A1. Alterações estruturais numa instituição de longa permanência paraidosos visando prevenção de quedas Santos et al (2011) Doutora Doutora Enfermeira Enfermeira Enfermeira Enfermeira Revista RENE O objetivo deste estudo foi propor alterações na estrutura física de uma Instituição de Longa Permanência para Idosos visando à prevenção de quedas nos residentes. Trata-se de pesquisa- ação, tipo de pesquisa social. Verificou-se o distanciamento entre o atendimento preconizado pela Resolução da Diretoria Colegiada Nº 283, de 26 de Setembro de 2005 e a Resolução n. 94, de 31 de Dezembro de 2007 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária e a capacidade real de atendimento. A identificação de demandas emergentes do processo de trabalho com os idosos possibilitou a adoção de ações coletivas orientadas para a prevenção de quedas. A2. Grau de dependência de idosos residentes em instituições de longa permanência Marinho et al (2013) Especialista Mestre Doutora Mestre Revista Gaúcha de Enfermagem Identificar o grau de dependência dos idosos institucionalizados no município de Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. Trata-se de um estudo transversal descritivo, realizado nas três Instituições de Longa Permanência para Idosos, de caráter filantrópico, no município de Montes Claros, Minas Gerais. A independência foi observada em 41,6% (n=52), a dependência parcial em 15,2% (n=19) e a dependência total em 43,2% (n=54), sendo que os idososapresentam melhor capacidade de execução das atividades de alimentação (86,4%; n=108) e transferência (67,2%; n=84). A3. A relational perspective on autonomy for older adults residing in nursing homes Sherwin e Winsby (2010) PHD Mestrado Blackwell Publishing LtdHealth Expectations Rever criticamente o conceito tradicional de autonomia, propor uma interpretação relacional alternativa de autonomia, e discutir como isso iria funcionar na identificação e abordagem de questões éticas que surgem no contexto de cuidados de Métodos filosóficos para explicar e discutir as concepções tradicionais e relacionais da autonomia e iluminar a nossa discussão com exemplos de várias aplicações contextuais. Apoiamos a concepção relacional de autonomia como oferecer uma compreensão mais rica, mais contextualizada de autonomia que atende às condições sociais, políticas e econômicas que servem como pano de fundo para algumas deliberações. OLHARES PLURAIS – Revista Eletrônica Multidisciplinar, Vol. 1, Nº. 18, Ano 2018 ISSN 2176-9249 45 OLHARES PLURAIS enfermagem para adultos mais velhos institucionalizados. A4. Predictive factors for institutionaliza- tion of the elderly: a case-control study DelDucaet al (2012) Doutora Doutora Mestre Mestre Mestre Revista de Saúde Pública Identificar indicadores preditivos de institucionalização dos idosos. Estudo caso-controle Os fatores analisados, idade ≥80 anos, vivendo sem um parceiro e ser fisicamente inativo foram os indicadores mais fortemente associados à institucionalização. A5. Idosos residentes em uma instituição de longa permanência: adaptação à luz de Callista Roy Freitas et al (2014) Doutora Mestre Mestre Acadêmica de enfermagem Acadêmica de enfermagem Revista Brasileira de Enfermagem Avaliar o processo de adaptação de idosos que buscam, voluntariamente, residir em Instituição de Longa Permanência para Idosos (ILPI), na cidade de Fortaleza-CE, com base no modelo teórico de Roy. Pesquisa descritiva, realizada em uma IPLI com treze idosos residentes. A opção de morar em ILPI não mudou efetivamente a vida dos idosos. Estes conseguiram adaptação ao local e convivem bem com os estímulos internos e externos. A6. The influence of institutionalization on the perception of autonomy and quality of life in old people Cobo (2014) Phd Revista Escola de Enfermagem da USP Avaliara influência da institucionalização na autonomia e na qualidade de vida percebida entre idosos institucionalizados. Estudoquase- experimental (série temporal interrompida) e longitudinal. Observou-se uma relação significativa entre autonomia e independência e seu declínio devido àinstitucionalização, como os aspectos físicos e sociais.Adependência dos idosos é um fenômeno complexo, que demanda vários tipos de intervenção, incluindo as ações de apoio comum, que tendem a cobrir a ausência de autonomia na vida cotidiana, sem recorrer a institucionalização. A7. Idosos em instituições de longa permanência: falando de cuidado Freitas e Noronha (2010) Doutora Mestre Revista Interface – Comunicação, saúde e educação. Discutir o cuidadodispensado ao idoso que reside em instituição de longa permanência. Pesquisa de cunho etnográfico Os resultados indicaram que os cuidados prestados pelos profissionais, aos idosos, nem sempre correspondem ao que é deles esperado. Ressaltamos a importância de ampliar a discussão sobreinstituições de longa permanência e o conceito de cuidado, levando em conta a sociabilidade do idoso e a promoção da sua saúde. A8. Idosos institucionalizados: uma reflexão para o cuidado de longo prazo. Silva e Figueiredo (2012) Enfermeira Doutora Revista Enfermagem em foco Fazer uma reflexão teórico-conceitual sobre a autonomia do idoso institucionalizado Trata-se de uma reflexão teórico-conceitual, a partirdas ideias de dependência e autonomia descritas por Agich Extraíram-se os seguintes aspectos: o cenário do envelhecimento frágil, a incapacidade funcional, o envelhecimento institucional e um novo paradigma de atendimento OLHARES PLURAIS – Revista Eletrônica Multidisciplinar, Vol. 1, Nº. 18, Ano 2018 ISSN 2176-9249 46 OLHARES PLURAIS e as possibilidades de cuidados de enfermagem. proposto. A avaliação da capacidade funcional em idosos institucionalizados é necessária para a implementação de ações terapêuticas e no cuidado de longo prazo A9. Alterações na funcionalidade/cogni ção e depressão em idosos institucionalizados que sofreram quedas Valcarenghiet al (2011) Mestre Doutora Mestre Doutora Revista Acta Paulista de Enfermagem Analisar a influência de alterações na funcionalidade/cognição e presença de depressão em idosos institucionalizados que tenham sofrido quedas, visando à prevenção desse acidente. Pesquisa quantitativa, exploratória e descritiva, realizada com 30 idosos, no Rio Grande do Sul (Brasil). Verificou-se a importância de determinar-se a influência de alterações funcionais/cognitivas e a presença de depressão, em episódios de quedas nos idosos institucionalizados. A10. Cuidados aos idosos institucionalizados - opiniões do sujeito coletivo enfermeiro para 2026 Silva e Santos (2016) Doutora Doutora Revista Acta Paulista de Enfermagem Identificar a percepção de enfermeiros a respeito do cuidado de enfermagem direcionados às pessoas idosas residentes em Instituição de Longa Permanência para Idosos. Estudo prospectivo com elaboração de cenários futuros. A questão central enfocou a necessidade de preparo dos enfermeiros para cuidar de idosos institucionalizados, agora e em 2026. A11. Qualidade de vida de idosos em instituição de longa permanência Vitorino, Paskulin e Vianna (2012) Doutorando Phd Phd Revista Latino- Americana de Enfermagem Avaliar a percepção da qualidade de vida (QV) dos idosos de duas instituições de longa permanência de Pouso Alegre e Santa Rita do Sapucaí, MG, Brasil, e identificar as variáveis sociodemográficas e de saúde que interferem nessa percepção. Trata-se de estudoepidemiológico, transversal, com 77 idosos institucionalizados. Os resultados sugerem a necessidade de se capacitar os envolvidos com os idosos institucionalizados para que desenvolvam estratégias que favoreçam a adaptação, ajustamento e manutenção da QV. A12. Qualidade de vida de idosos institucionalizados Freitas e Scheicher (2010) Doutor Mestre Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia Avaliar e comparar a qualidade de vida (QV) de idosos institucionalizados. Foram avaliados 36 idososinstitucionalizados da cidade de Avaré, SP, de três instituições, compondo três grupos. Foi utilizado o questionário SF 36 para avaliação da qualidade de vida. Os resultados do estudo apontam que a qualidade de vida de idosos institucionalizados da cidade de Avaré está baixa,mostrando a importância da avaliação da QV nessas instituições. OLHARES PLURAIS – Revista Eletrônica Multidisciplinar, Vol. 1, Nº. 18, Ano 2018 ISSN 2176-9249 47 OLHARES PLURAIS 2.3 Caracterização dos artigos selecionados Em relação ao ano de publicação, 03 artigos foram publicados em 2010 (correspondendo a 25%), outros 03 em 2012 (25%), 02 artigos (16,67%) em 2011, 02 (16,67%) em 2014, havendo apenas uma publicação (8,33%) nos anos de 2013 e 2016. Não houve publicações que respondessem a temática no ano de 2015, como representado no gráfico abaixo (Gráfico 1). Gráfico 1. Distribuição dos artigos segundo o ano de publicação. Tal distribuição em relação aos anos denota a persistência da discussão da temática ainda na atualidade, pautada em preceitos que visam uma melhor promoção do cuidado ao idoso e a preservação de sua autonomia. Elementos que estão envolvidos no discurso atual de assistência a saúde, não concebida como uma mera abordagem física, mas a compreensão do outro como um ser social, que possui características únicas que o definem e que merecem consideração. Em relação ao grau de instrução dos autores, as 12 publicações selecionadas foram sintetizadas por 37 pesquisadores, dos quais 17 possuíam doutorado (45,95%), 12 possuíam mestrado (32,43%), 05 possuíam graduação em enfermagem (13,51%), 02 eram acadêmicos do curso de enfermagem (5,41%), enquanto 01 possuía especialização em saúde pública (2,70%), como representado na tabela abaixo (Tabela 1). OLHARES PLURAIS – Revista Eletrônica Multidisciplinar, Vol. 1, Nº. 18, Ano 2018 ISSN 2176-9249 48 OLHARES PLURAIS Tabela 1. Distribuição dos artigos selecionados segundo grau de instrução do pesquisador. Grau de Instrução Freq. Absoluta (n) Freq. Relativa (%) Doutor 17 45,95 Mestre 12 32,43 Especialista 01 13,51 Graduado em enfermagem 05 5,41 Acadêmico de enfermagem 02 2,70 Total 37 100 Em relação às revistas nas quais os artigos foram publicados, 02 (16,67%) foram publicados na Acta Paulista (Qualis A2), havendo apenas 01 publicação (8,33%) nas seguintes revistas: Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste - RENE (Qualis B2); Revista Gaúcha de Enfermagem (Qualis B1); Health Expectations (Qualis A2); Revista de Saúde Pública (Qualis A2); Revista Brasileira de Enfermagem (Qualis A2); Revista da Escola de Enfermagem da USP (Qualis A2); Interface - Comunicação, Saúde, Educação (Qualis B1); Enfermagem em foco (Qualis B2); Revista Latino-Americana de Enfermagem (Qualis A1); Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia (Qualis B2). 2.4 Eixos de discussão Eixo 1 - A autonomia do idoso frente à institucionalização. A criação das ILPI é apontada como ambiente de acolhimento e cuidado ao idoso (entendido como pessoas com idade igual ou superior a 60 anos), sob um caráter residencial, associado ainda a um discurso de liberdade, cidadania e dignidade e liberdade, ainda que não haja suporte familiar (A2, A5, A6, A9 e A11). Tal aspecto é ratificado por Camarano e Kanso (2010), os quais apontam ainda a necessidade da cautela de associação entre as ILPI e instituições especializadas na assistência em saúde. Contudo, ainda que não definidas como instituições incumbidas da promoção terapêutico-assistencial, estas se mostram como campo plausível para a abordagem de um cuidado que vise a promoção da independência, quer para os idosos que demonstram diminuta renda ou ainda aqueles que carecem de cuidados mais prolongados, ambos com comprometimento relevante da autonomia, aspecto sobre o qual as ILPI podem contribuir significativamente (CAMARANO; KANSO, 2010). Tal entendimento deve estar presente não só na compreensão do profissional lá inserido, mas do idoso que solicita os serviços prestados por tais instituições (LENARDT et al., 2006) Acerca de tal aspecto A7 realizou um estudo com 148 idosos, no estado de Minas gerais, no intuito de compreender a concepção que estes possuíam acerca das ILPI, suas OLHARES PLURAIS – Revista Eletrônica Multidisciplinar, Vol. 1, Nº. 18, Ano 2018 ISSN 2176-9249 49 OLHARES PLURAIS implicações sobre a qualidade de vida. Para tal, foi avaliado inicialmente o comprometimento dos domínios: psíquicos, físicos, ambientais e sociais. Estes permitiram avaliar as facetas envolvidas a estes domínios, chamando atenção para a autonomia, presente no discurso dos entrevistados, atingindo um escore de 56,9 (±22), o menor entre os avaliados, o que determina um maior comprometimento neste campo. Neste âmbito os autores citam que alterações no domínio físico podem implicar em déficit na autonomia do idoso, limitando inclusive as relações sociais do mesmo. Contudo o comprometimento da autonomia não se limita a este aspecto, mas perpassa o âmbito da tomada de decisões, além da independência do idoso em realizar as atividades que lhe cabem no cotidiano, o que resulta em prejuízos significativos na qualidade de vida deste. Aspecto apontado em todas as publicações deste estudo, que relacionam as alterações na autonomia do idoso com implicações sobre a qualidade de vida e evidenciado em outros estudos como o de Fragoso et al (2008) e Nunes, Menezes e Alchieri (2010). A institucionalização, conquanto, é associada ao caráter de necessidade de amparo à autonomia (A1, A5, A7, A8, A9 e A12). Idosos institucionalizados apresentam maior vulnerabilidade ao meio no qual se inserem, em especial no que tange à autonomia. Envolvendo ainda declínio funcional na realização das atividades cotidianas, o que induz a uma postura de maior atenção nas ILPI, e uma necessidade de uma abordagem mais holística que dê resposta às necessidades dos clientes assistidos por tais instituições. Tal dependência pode ser expressa por estudos como o realizado por A2, no qual se avaliou o grau de dependência de idosos institucionalizados, onde foi possível aferir que em geral 60% dos idosos apresentam algum grau de dependência. Chamando atenção mais para o sexo feminino, que em geral se mostra mais prevalente nestas instituições e com maior grau de dependência, segundo o estudo referido. Contudo, a dependência não deve ser encarada como uma condição permanente, mas como um processo dinâmico, passível de uma abordagem que favoreça uma maior autonomia por parte do idoso. Para tal, se mostra ímpar, neste contexto, a figura do enfermeiro, em face do potencial que tal profissional possui em assistir e gerenciar serviços, no galgar à promoção de saúde, de modo a favorecer um melhor desenvolvimento e autonomia do idoso, ainda que sob os reveses comuns da institucionalização e as deficiências do autocuidado. OLHARES PLURAIS – Revista Eletrônica Multidisciplinar, Vol. 1, Nº. 18, Ano 2018 ISSN 2176-9249 50 OLHARES PLURAIS Eixo 2- Contribuições do enfermeiro à autonomia do idoso institucionalizado. Compreendendo a dinâmica que cerca as ILPI e as implicações desta sobre a autonomia do idoso, o enfermeiro se mostra como figura ímpar da assistência, ao qual cabem as funções não só de cuidador, mas de orientador. Dentre os campos que o enfermeiro pode contribuir, encontram-se as orientações em saúde, inseridas na promoção da saúde, destacando-se a realização de atividades físicas. Acerca da realização de tal medida de promoção à saúde, A11(p.6) aponta que, [...] os exercícios físicos têm sido colaborador na melhora da QV dos idosos, pois podem ajudar a manter maior vigor e energia para as atividades diárias, diminuição das incapacidades motoras, assim, proporcionando melhora na autonomia [...] A atividade física regular entre os idosos em ILPIs apresenta efeitos benéficos na QV. A atividade física, associada a mudanças no estilo de vida, como a adequação da dieta e uso racional de medicações, permitem mudanças nos fatores que A1 apontam como intrínsecos, no desenvolvimento de uma autonomia adequada. Para tal, o nível de instrução e orientação do idoso se mostra elemento de real importância na determinação do cuidado e nas implicações sobre sua autonomia. A esse respeito, A1 (p.9) afirmou que, “é possível evidenciar que os idosos mais jovens, com maior nível de escolaridade, que realizam atividade física e de lazer regularmente, apresentaram, em média, melhores percepções na QV”. Este aspecto, de forma indireta repercute na autonomia do mesmo. De modo que idosos mais esclarecidos são mais aptos a apreender as orientações quanto aos fatores intrínsecos, proporcionados pelo enfermeiro. Informação que não difere dos resultados apontados por estudos como o de Aires, Paz e Perosa (2009) e Silva et al (2008). Estando ainda relacionada a tais aspectos, a necessidade do estímulo ao desenvolvimento de relações sociais, a participação de atividades que a instituição promova, como exercícios mentais e/ou físicos, no intuito de proporcionar uma melhor qualidade de vida, e por sua vez autonomia ao idoso institucionalizado (A1, A3 e A5). Contudo, além dos fatores intrínsecos envolvidos com o idoso, é importante que se atentem aos aspectos extrínsecos, os quais envolvem condições ambientais e estruturais das ILPI (A1, A11). Na pesquisa ação realizada por A1 acerca da infraestrutura de uma determinada ILPI no Rio Grande do Sul, os pesquisadores perceberam que discrepâncias significativas entre o que preconiza a legislação vigente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) acerca da capacidade de atendimento de tais instituições, envolvendo deficiências quanto a instalação de barras fixas para a locomoção do idoso, iluminação adequada, presença de piso escorregadio e outras. OLHARES PLURAIS – Revista Eletrônica Multidisciplinar, Vol. 1, Nº. 18, Ano 2018 ISSN 2176-9249 51 OLHARES PLURAIS Tais elementos devem ser conhecidos e adequados pelo enfermeiro, quando incumbido a este o gerenciamento de uma ILPI. Compreendendo que os idosos que são institucionalizados apresentam uma maior fragilidade e dependência de fatores extrínsecos, os quais não devem ser desatentados pelos profissionais que lidem com a assistência de clientela (A1, A7, A8 e A11). Sendo importante enfatizar que o ambiente tem seu papel significativo na promoção da autonomia ao idoso. Para tal, faz-se necessário que o enfermeiro assuma uma postura ativa, buscando ferramentas que o permitam promover uma assistência de qualidade ao idoso institucionalizado. A esse respeito, A2 e A3 apontam para a necessidade avaliação do grau de dependência, entendendo tal medida como instrumento norteador da tomada de decisões e planejamentos, para a execução de atividades que deem resposta as solicitações individuais e coletivas de cada idoso assistido nas ILPI. Acerca de tal perspectiva, A5 (p. 905) refere que, [...] observando o comportamento dos idosos que residem nas ILPI, em relação aos modos adaptativos, a enfermeira poderá identificar as respostas adaptativas e as ineficientes nas diferentes condições apresentadas e planejar ações individualizadas, de forma a proporcionar acolhida, prevenindo alterações na saúde dos recém- admitidos. A postura e atribuições do enfermeiro, no que tange ao planejamento e identificação das respostas adaptativas do idoso, as ações e serviços prestados, também se mostram uma possibilidade de atuação que cabe a tal profissional. Direcionando tais medidas para o desenvolvimento da autonomia do idoso institucionalizado. CONCLUSÃO O envelhecimento populacional traz consigo entraves para a coletividade, que merecem atenção e espaço para a pauta na pesquisa científica. Além da necessidade da síntese e implementação de políticas públicas direcionadas ao idoso, em especial aqueles que são amparados pelas ILPI. O papel do enfermeiro, neste contexto de vulnerabilidade e dependência, se mostra ímpar, e perpassa o âmbito do cuidar, mas requer de tal profissional o uso das habilidades desenvolvidas desde o período acadêmico, no que tange à assistência, a pesquisa e o gerenciamento nos serviços, visando a obtenção de resultados significativos que representem o crescimento da autonomia do idoso. OLHARES PLURAIS – Revista Eletrônica Multidisciplinar, Vol. 1, Nº. 18, Ano 2018 ISSN 2176-9249 52 OLHARES PLURAIS O qual poderá contribuir desde com o controle de elementos intrínsecos, inerentes as condições de saúde do idoso, o que envolve os âmbitos: psíquico, social e físico; além do controle de elementos extrínsecos, envolvidos com o meio no qual este idoso se insere, o qual influencia de modo significativo no grau de dependência, e consequentemente na autonomia deste. Prevenindo déficits funcionais passíveis de um manejo adequado. A presença do enfermeiro, portanto, se mostra indispensável neste contexto, requerendo um maior aporte orçamentário direcionado as ILPI, no intuito de permitir não só a permanência constate do enfermeiro em seu espaço, mas a possibilidade de contratação de profissionais de outras áreas, as quais permitam um trabalho interdisciplinar e multiprofissional, que implicará num maior ganho por parte do idoso, que carece de um olhar diferenciado sobre sua autonomia. Em face de tal perspectiva, recomenda-se a realização de estudos desta natureza, no intuito favorecer uma maior reflexão acerca da relevância e potencialidade da atuação do enfermeiro frente a uma realidade ainda desfavorável em nosso cotidiano, o cuidar do idoso inserido em lares para longa permanência. REFERÊNCIAS AIRES, Marinês; PAZ, Adriana Aparecida; PEROSA, Cleci Terezinha. Situação de saúde e grau de dependência de pessoas idosas institucionalizadas. Revista Gaúcha de Enfermagem, v. 30, n. 3, p. 492, 2009. 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