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ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO FRENTE À AUTONOMIA DO IDOSO NAS INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA PARA IDOSOS (ILPI

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OLHARES PLURAIS – Revista Eletrônica Multidisciplinar, Vol. 1, Nº. 18, Ano 2018 ISSN 2176-9249 
37 OLHARES PLURAIS 
ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO FRENTE À AUTONOMIA DO IDOSO NAS 
INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA PARA IDOSOS (ILPI): UMA 
REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA 
 
Vaninna Márcia Santos da Rocha1 
Eder Diogo dos Santos Monteiro2 
Moana da Silva Santos Sampaio3 
 
Artigo submetido em: mai./2016 e aceito em mar./2018 
 
RESUMO 
 
O envelhecimento populacional traz consigo entraves para a coletividade, que merecem 
atenção e espaço para a pauta na pesquisa científica. Além da necessidade da síntese e 
implementação de políticas públicas direcionadas ao idoso, em especial aqueles que são 
amparados pelas ILPI. Com base em tal perspectiva acerca das ILPI e da potencialidade de 
promoção da autonomia do idoso, acrescido das experiências pessoas acadêmicas e 
extracurriculares dos autores, objetivou-se analisar as produções científicas com relação à 
atuação do enfermeiro frente à promoção da autonomia do idoso residente em ILPI. Trata-se 
de um estudo descritivo, tipo revisão integrativa. Realizou-se busca nas bases: SciELO, 
LILACS, BDENF e MEDLINE, delimitando-se o recorte temporal de 2006 a 2016. Foram 
obtidas 12 publicações que serviram de base para a discussão desta produção. A partir da 
análise das publicações, entendeu-se que o papel do enfermeiro, neste contexto de 
vulnerabilidade e dependência, se mostra ímpar, e perpassa o âmbito do cuidar, mas requer de 
tal profissional o uso das habilidades desenvolvidas desde o período acadêmico, no que tange 
à assistência, a pesquisa e o gerenciamento nos serviços, visando a obtenção de resultados 
significativos que representem o crescimento da autonomia do idoso. 
 
Palavras-chave: Idoso. Instituição de Longa Permanência para Idosos. Enfermagem. 
 
 
CARE NURSES FRONT OF THE AUTONOMY OF THE ELDERLY IN LONG-STAY 
INSTITUTIONS FOR THE ELDERLY (LTCF): AN INTEGRATIVE LITERATURE 
REVIEW 
ABSTRACT 
 
Population aging brings barriers to the community, which deserve attention and space for staff 
in scientific research. In addition to the need for synthesis and implementation of public 
policies for the elderly, especially those who are supported by ILPI.Based on this perspective 
about ILPI and potential to promote independence of older people, plus the academic people 
experience and extracurricular authors aimed to analyze the scientific production regarding 
the role of the nurse in the promotion of the elderly resident autonomy. This is a descriptive 
study, an integrative review type. It conducted search in databases: SciELO, LILACS, and 
 
1 Enfermeira, especialista em Saúde Pública com ênfase em saúde da família, docente na Sociedade de Ensino 
Universitário do Nordeste – SEUNE, coordenadora na disciplina Estágio Supervisionado Obrigatório no Núcleo 
Atenção Primária à Saúde. Docente na disciplina Gerenciando o cuidado de Enfermagem III. Mestranda no 
Ensino na Saúde da Faculdade de Medicina - FAMED, da Universidade Federal de Alagoas – UFAL. 
2 Graduado do Curso de Enfermagem da Sociedade de Ensino Superior do Nordeste – SEUNE. 
Email: edermonteiro.1@hotmail.com. 
3 Graduada do Curso de Enfermagem da Sociedade de Ensino Superior do Nordeste – SEUNE. 
 
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MEDLINE BDENF, the time frame is delimiting from 2006 to 2016 were obtained 12 
publications that were the basis for the discussion of this production. From the analysis of 
publications, it was understood that the role of the nurse in this vulnerability and dependence 
on context, shows unique and pervades the scope of care, but requires such professional use of 
the skills developed from the academic period in concerning care, research and management 
services, in order to obtain significant results representing growth of autonomy of the elderly. 
 
Keywords: Elderly. Homes for the aged. Nursing. 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
O envelhecimento tem se apresentado como processo cada vez mais presente nas 
nações, em escala diretamente proporcional ao desenvolvimento econômico que estas 
possuem e a consequente disponibilização de serviços de saúde mais resolutivos e 
contributivos no que diz respeito ao cunho assistencial, aspecto este, também observado no 
cenário nacional (ARAÚJO et al., 2007). 
Contudo, ainda que tal perspectiva se mostre favorável, no que se refere ao processo 
de envelhecimento, o aumento da expectativa de vida percebida no contexto brasileiro tem 
sido associado na literatura com elementos negativos no que diz respeito ao quadro 
epidemiológico de doenças crônico-degenerativas (ou Doenças Crônicas Não Transmissíveis 
– DCNT), cada vez mais incidentes na terceira idade (GARRIDO; MENEZES, 2002). 
A esse respeito Cardoso e Costa (2010) trazem que transições demográfica, 
epidemiológica e cultural trouxeram também consigo mudanças incisivas no perfil 
epidemiológico dos idosos no país, o que tem sido expresso por altos níveis de doenças 
crônico-degenerativas. 
As doenças crônico-degenerativas, como a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), 
Diabetes Mellitus (DM) e neoplasias em geral têm nutrido uma preocupação no que se refere 
às medidas assistenciais cabíveis aos seus portadores. Tal temática se expressa de modo 
especial ao se tratar de idosos, acrescentando o risco da dependência, associada à fragilidades 
(SILVA; SANTOS, 2010). 
Este perfil epidemiológico tem induzido o crescimento no número de instituições 
voltadas ao cuidado do idoso, denominadas de ILPI (Instituições de Longa Permanência 
paraIdosos),as quais atuam sob um discurso de assistência ao idoso no galgar ao 
desenvolvimento de sua capacidade funcional e consequentemente da sua autonomia 
(FERREIRA; YOSHITOME, 2010). 
Historicamente, as ILPI surgiram no início do século passado, derivada do processo de 
medicalização hospitalar, atrelado à relevância empregada à senescência. Fatores 
 
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determinantes na criação de instituições direcionadas ao cuidado específico ao idoso, a partir 
dos antigos asilos, que assistiam pessoas que padeciam de afecções mentais ou que não 
possuíssem um lar, num discurso inicial mais voltado à caridade, através de uma prática 
assistencial de homogeneização dos idosos, a concepção do envelhecer como processo 
degenerativo ou ainda a atribuição do caráter infantil à figura do idoso (CREUTZBERG; 
GONÇALVES; SOBOTTKA, 2008). 
Conceitos que só se modificaram por volta da década de 1970, por influência das 
concepções europeias, dando ao idoso uma definição mais ativa e autônoma, o que juntamente 
com as mudanças no contexto previdenciário, permitiram a organização de ILPI mais 
empenhadas num cuidado salutar ao idoso, embasadas nas políticas públicas elaboradas em tal 
cenário, que culminam no que se apresenta na atualidade (CREUTZBERG; GONÇALVES; 
SOBOTTKA, 2008; GROISMAN, 2015). 
No que se referem às atividades cotidianas e cuidados próprios, Santos et al (2010) 
abordam que os resultados podem ser significativos, quando a assistência é fornecida de modo 
holístico em tais instituições, sob a ótica da promoção da autonomia à pessoa idosa. Nesse 
contexto, o enfermeiro tem papel relevante, já que, possui aptidão para fornecer uma 
assistência em que estimule o idoso a desempenhar o autocuidado (OLIVEIRA; MENEZES, 
2011; RODRIGUES et al., 2007). 
Para tal, é de real importância que o idoso possa aderir às mudanças no que se referem 
aos seus hábitos e estilo de vida. Essas mudanças envolvem a redução do uso de substâncias 
psicoativas (álcool e outras drogas), evitar o tabagismo, aderir à prática de exercícios físicos e 
uma dieta coerente com as necessidades metabólicas, além de utilizar adequadamente a
medicação prescrita. Aspectos essenciais que precisam ser trabalhados pela equipe de saúde, 
no contexto das ILPI, sem restringir a autonomia do idoso assistido, o qual precisa se sentir 
como personagens ativos de seu próprio cuidado (CARDOSO; COSTA, 2010). 
É necessário, para isso, segundo Araújo, Paul e Martins (2011), que se promova um 
suporte para que tais ações possam ser desenvolvidas. Deve permitir que o idoso conviva de 
modo mais satisfatório com a enfermidade que possui, criando um ambiente favorável ao 
desenvolvimento de ações com foco na autonomia. Nesse sentido, o idoso deve se sentir 
confiante para prover a si mesmo medidas básicas para o seu cuidado, com qualidade de vida 
e bem estar, cabendo aos profissionais envolvidos nesta assistência atuarem como 
facilitadores nesse processo. 
A enfermagem como uma profissão, segundo o que refere Oliveira (2011), tem como 
essência o cuidar, tem uma importância salutar no desenvolvimento das ações que envolvam a 
educação, a promoção da saúde, prevenção de doenças, amparando e acolhendo ao idoso, em 
 
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especial os que convivem em ILPI, visto que, tem a possibilidade de trabalhar de forma 
conjunta com os de mais profissionais da saúde, com o objetivo de ser uma força 
complementar e essencial durante este processo. 
Sempre considerando as experiências prévias do idoso e os aspectos sociais, o 
enfermeiro permite que o idoso construa habilidades que envolvam o cuidado próprio, 
contornando empecilhos que possam surgir no cotidiano e que o impeçam de desfrutar do 
bem-estar, apesar das limitações advindas da idade, contribuindo com a assistência à saúde do 
idoso, no que tange aos aspectos físicos, mentais e sociais, mediante a promoção da 
autonomia através do autocuidado, que tanto o beneficia (ARAÚJO; PAUL; MARTINS, 
2011; OLIVEIRA; GOMES; PAIVA 2011). 
Com base em tal perspectiva acerca das ILPI e da potencialidade de promoção da 
autonomia do idoso, acrescido das experiências pessoas acadêmicas e extracurriculares dos 
autores, surgiu a seguinte questão norteadora: como o enfermeiro pode contribuir para o 
desenvolvimento da autonomia dos idosos que residem em ILPI?Desta maneira surgiu a 
necessidade de pesquisar nas bases de dados, estudos que apontem acerca da atuação do 
enfermeiro frente à promoção da autonomia do idoso residente em ILPI. 
 
1 MÉTODO 
1.1 Tipo de Estudo 
Trata-se de uma Revisão Integrativa da Literatura. A escolha por este tipo de estudo, 
deu-se dá possibilidade de inferência de questões acerca da assistência de enfermagem frente 
ao idoso que reside em instituições de longa permanência / ILPI, no cerne do princípio da 
autonomia. 
A revisão integrativa da literatura, segundo Mendes e colaboradores (2008), tem por 
objetivo ofertar resultados de pesquisa, com base em uma questão norteadora, por meio de 
uma sistematização e ordenamento da pesquisa, o qual pode auxiliar na compreensão de como 
a literatura tem referido acerca do objetivo da pesquisa. 
Este tipo de estudo é guiado por passos previamente estabelecidos, sendo eles: 
Identificação da temática a ser estudada com base em uma questão norteadora; 
Estabelecimento dos critérios de inclusão e exclusão para seleção da amostra; Identificação e 
categorização dos estudos selecionados; Análise e interpretação dos resultados; e Síntese do 
conhecimento (MENDES et al., 2008). 
 
1.2 Identificação da temática 
 
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A temática desta produção foi elucidada sob a preocupação nutrida pelos 
pesquisadores acerca da potencialidade assistencial que o enfermeiro possui frente à 
promoção da autonomia do idoso residente em ILPI. Aspectos de relevante discussão que 
surgiram a partir de experiências vivenciadas pelos autores, no que se refere as ações e 
serviços ministrados em lares asilares. 
 
1.3 Estabelecimento dos critérios de inclusão e exclusão da amostra 
A coleta ocorreu no período de janeiro a março de 2016, utilizando o formulário de 
busca avançada nas bases de dados: Scientific Eletronic Library Online (SciELO); Base de 
Dados em Enfermagem (BDENF); Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da 
Saúde (LILACS); e MEDLINE/PUBMED; mediante o emprego dos Descritores em Ciências 
da Saúde (DECS): “Instituição de Longa Permanência para Idosos” (ILPI), “Idoso”, 
“Enfermagem” e “Autonomia”, combinados com o operador booleano “AND”. 
Os critérios de inclusão aplicados para composição da amostra foram: publicações que 
estivessem disponíveis na íntegra, no período de 2006 a 2016, publicadas nas línguas 
portuguesa ou inglesa, e que respondesse a questão norteadora do estudo (Quadro I). 
Sendo excluídas as publicações anteriores a 2006, que não estivessem disponíveis na 
íntegra, que fossem repetidas (entre as bases de dados), e principalmente, que não 
respondessem de modo significativo à questão norteadora desta produção. Tal medida foi 
reproduzida em todos os cruzamentos, chegando a uma seleção com um total de 12 artigos 
(Quadro 1). 
 
1.4 Identificação dos estudos selecionados 
As publicações selecionadas foram identificadas segundo: ordem, título, autor, revista, 
objetivos, metodologia e resultados. (Quadro II). Para tal foi construída uma matriz de síntese, 
utilizada como instrumento de coleta de dados, comumente empregado em revisões 
integrativas da literatura, adaptado do modelo de fichamento proposto por Mezzaroba e 
Monteiro (2009). 
 
1.5 Análise e interpretação dos dados 
Os resultados foram interpretados através das variáveis: titulação dos autores, ano, 
revista, metodologia, sujeito investigado, cenário da pesquisa, temática, descritores e estado 
federativo. Seguido da interpretação e comparação entre produções e os elementos que 
compunham cada uma, encontrando informações e evidências relevantes que dissertaram 
 
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acerca de como a literatura tem referido acerca da atuação do enfermeiro frente à promoção 
da autonomia do idoso residente em ILPI. 
 
1.6 Síntese do conhecimento 
Nesta etapa da revisão integrativa objetivou-se a elaboração de documento que 
contemplasse os principais resultados evidenciados da análise dos dados selecionados na 
amostragem. A partir da análise dos artigos científicos, originaram-se eixos temáticos, que 
permitiram uma melhor apresentação das evidências científicas sobre o tema estudado. 
 
1.7 Aspectos bioéticos 
Por se tratar de uma Revisão Integrativa da Literatura, e não utilizar seres humanos 
como objeto da pesquisa, não houve a necessidade de submissão ao Comitê de Ética para a 
aprovação, conforme resolução 466 de 12 de dezembro de 2012. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2 RESULTADOS E DISCUSSÃO 
2.1 Cruzamento dos descritores selecionados 
 
Quadro 1 - Resultado dos cruzamentos realizados nas bases de dados SCIELO, LILACS, BDENF e MEDLINE/PUBMED, 2016. 
Fonte: Autores deste trabalho. 
*Português e Inglês. 
 
 
 
 
 
 
CRUZAMENTO 
BASES DE 
DADOS 
RESULTA-
DOS 
CRITÉRIOS DE INCLUSÃO CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO 
AMOSTRA 
FINAL Texto 
completo 
Línguas* 
Selecionadas 
Respondem 
ao tema 
Texto 
incompleto 
Outras 
línguas 
Não 
respondem 
ao tema 
Artigos 
repetidos 
ILPI AND 
Enfermagem 
MEDLINE 49 01 47 00 48 02 49 00 00 
BDENF 07 07 07 01 00 00 05 00 01 
LILACS 07 07 06 01 00 01 06 01 00 
SCIELO 01 01 01 01 00 00 00 00 01 
 
ILPI AND 
Idoso AND 
Autonomia 
pessoal 
MEDLINE 95 21 66 01 74 29 94 00 01 
BDENF 01 01 01 01 00 00 00 00 01
LILACS 04 03 04 02 01 00 02 02 00 
SCIELO 02 02 02 02 00 00 00 02 00 
 
Idoso AND 
Autonomiapess
oal 
MEDLINE 1814 557 1580 01 1257 234 1814 00 01 
BDENF 09 07 09 00 02 00 09 00 00 
LILACS 79 47 44 00 32 35 79 00 00 
SCIELO 29 29 25 07 00 04 28 00 07 
Total 2097 683 1792 17 1414 305 2086 05 12 
 
 
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2.2 Matriz de Síntese dos artigos selecionados 
Abaixo estão elencados os 12 artigos selecionados para a discussão deste trabalho, através de uma matriz de síntese. 
 
Quadro 2. Matriz de síntese dos artigos selecionados. 
 
IDENTIFICAÇÃO - 
TÍTULO 
AUTOR/DATA 
FORMAÇÃO 
REVISTA OBJETIVOS METODOLOGIA RESULTADOS 
A1. Alterações 
estruturais numa 
instituição de longa 
permanência 
paraidosos visando 
prevenção de quedas 
Santos et al 
(2011) 
 
Doutora 
Doutora 
Enfermeira 
Enfermeira 
Enfermeira 
Enfermeira 
Revista RENE O objetivo deste estudo foi 
propor alterações na estrutura 
física de uma Instituição de 
Longa Permanência para 
Idosos visando à prevenção de 
quedas nos residentes. 
 
Trata-se de pesquisa-
ação, tipo de pesquisa 
social. 
Verificou-se o distanciamento entre o 
atendimento preconizado pela 
Resolução da Diretoria Colegiada Nº 
283, de 26 de Setembro de 2005 e a 
Resolução n. 94, de 31 de Dezembro de 
2007 da Agência Nacional de 
Vigilância Sanitária e a capacidade real 
de atendimento. A identificação de 
demandas emergentes do processo de 
trabalho com os idosos possibilitou a 
adoção de ações coletivas orientadas 
para a prevenção de quedas. 
A2. Grau de 
dependência de 
idosos residentes em 
instituições de longa 
permanência 
Marinho et al 
(2013) 
Especialista 
Mestre 
Doutora 
Mestre 
Revista Gaúcha 
de Enfermagem 
Identificar o grau de 
dependência dos idosos 
institucionalizados no 
município de Montes 
Claros, Minas Gerais, Brasil. 
Trata-se de um estudo 
transversal descritivo, 
realizado nas três 
Instituições de Longa 
Permanência para Idosos, 
de caráter filantrópico, 
no município de Montes 
Claros, Minas Gerais. 
A independência foi observada em 
41,6% (n=52), a dependência parcial 
em 15,2% (n=19) e a dependência total 
em 43,2% (n=54), sendo que os 
idososapresentam melhor capacidade 
de execução das atividades de 
alimentação (86,4%; n=108) e 
transferência (67,2%; 
n=84). 
A3. A relational 
perspective on 
autonomy for older 
adults residing in 
nursing homes 
Sherwin e 
Winsby (2010) 
PHD 
Mestrado 
Blackwell 
Publishing 
LtdHealth 
Expectations 
Rever criticamente o conceito 
tradicional de autonomia, 
propor uma interpretação 
relacional alternativa de 
autonomia, e discutir como 
isso iria funcionar na 
identificação e abordagem de 
questões éticas que surgem no 
contexto de cuidados de 
Métodos filosóficos para 
explicar e discutir as 
concepções tradicionais e 
relacionais da autonomia 
e iluminar a nossa 
discussão com exemplos 
de várias aplicações 
contextuais. 
Apoiamos a concepção relacional de 
autonomia como oferecer uma 
compreensão mais rica, mais 
contextualizada de autonomia que 
atende às condições sociais, políticas e 
econômicas que servem como pano de 
fundo para algumas deliberações. 
 
 
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enfermagem para adultos mais 
velhos institucionalizados. 
A4. Predictive factors 
for institutionaliza-
tion of the elderly: a 
case-control study 
DelDucaet al 
(2012) 
Doutora 
Doutora 
Mestre 
Mestre 
Mestre 
Revista de 
Saúde Pública 
Identificar indicadores 
preditivos de 
institucionalização dos idosos. 
Estudo caso-controle Os fatores analisados, idade ≥80 anos, 
vivendo sem um parceiro e ser 
fisicamente inativo foram os 
indicadores mais fortemente associados 
à institucionalização. 
A5. Idosos residentes 
em uma instituição de 
longa permanência: 
adaptação à luz de 
Callista Roy 
Freitas et al 
(2014) 
Doutora 
Mestre 
Mestre 
Acadêmica de 
enfermagem 
Acadêmica de 
enfermagem 
Revista 
Brasileira de 
Enfermagem 
Avaliar o processo de 
adaptação de idosos que 
buscam, voluntariamente, 
residir em Instituição de 
Longa Permanência para 
Idosos (ILPI), na cidade de 
Fortaleza-CE, com base no 
modelo teórico de Roy. 
Pesquisa descritiva, 
realizada em uma IPLI 
com treze idosos 
residentes. 
A opção de morar em ILPI não mudou 
efetivamente a vida dos idosos. Estes 
conseguiram adaptação ao local e 
convivem bem com os estímulos 
internos e externos. 
A6. The influence of 
institutionalization on 
the perception of 
autonomy and quality 
of life in old people 
Cobo (2014) Phd Revista Escola 
de Enfermagem 
da USP 
Avaliara influência da 
institucionalização na 
autonomia e na qualidade 
de vida percebida entre 
idosos institucionalizados. 
Estudoquase- 
experimental (série 
temporal interrompida) 
e longitudinal. 
Observou-se uma relação significativa 
entre autonomia e independência e seu 
declínio devido àinstitucionalização, 
como os aspectos físicos e 
sociais.Adependência dos idosos é 
um fenômeno complexo, que demanda 
vários tipos de intervenção, incluindo 
as ações de apoio comum, que 
tendem a cobrir a ausência de 
autonomia na vida cotidiana, sem 
recorrer a institucionalização. 
A7. Idosos em 
instituições de longa 
permanência: 
falando de cuidado 
Freitas e 
Noronha (2010) 
Doutora 
Mestre 
Revista Interface 
– Comunicação, 
saúde e 
educação. 
Discutir o cuidadodispensado 
ao idoso que reside em 
instituição de longa 
permanência. 
Pesquisa de cunho 
etnográfico 
Os resultados indicaram que os 
cuidados prestados pelos profissionais, 
aos idosos, nem sempre correspondem 
ao que é deles esperado. Ressaltamos a 
importância de ampliar a discussão 
sobreinstituições de longa permanência 
e o conceito de cuidado, levando em 
conta a sociabilidade do idoso e a 
promoção da sua saúde. 
A8. Idosos 
institucionalizados: 
uma reflexão para o 
cuidado de longo 
prazo. 
Silva e 
Figueiredo 
(2012) 
Enfermeira 
Doutora 
Revista 
Enfermagem em 
foco 
Fazer uma reflexão 
teórico-conceitual sobre a 
autonomia do idoso 
institucionalizado 
Trata-se de uma reflexão 
teórico-conceitual, a 
partirdas ideias de 
dependência e autonomia 
descritas por Agich 
Extraíram-se os seguintes aspectos: o 
cenário do envelhecimento frágil, a 
incapacidade funcional, o 
envelhecimento institucional e um 
novo paradigma de atendimento 
 
 
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e as possibilidades de 
cuidados de enfermagem. 
proposto. A avaliação da capacidade 
funcional em idosos institucionalizados 
é necessária para a implementação de 
ações terapêuticas e no cuidado de 
longo prazo 
A9. Alterações na 
funcionalidade/cogni
ção e depressão em 
idosos 
institucionalizados 
que sofreram quedas 
Valcarenghiet al 
(2011) 
Mestre 
Doutora 
Mestre 
Doutora 
Revista Acta 
Paulista de 
Enfermagem 
Analisar a influência de 
alterações na 
funcionalidade/cognição e 
presença de depressão em 
idosos institucionalizados que 
tenham sofrido quedas, 
visando à prevenção desse 
acidente. 
Pesquisa quantitativa, 
exploratória e descritiva, 
realizada com 30 idosos, 
no Rio Grande do Sul 
(Brasil). 
Verificou-se a importância de 
determinar-se a influência de alterações 
funcionais/cognitivas e a presença de 
depressão, em episódios de quedas nos 
idosos institucionalizados. 
A10. Cuidados aos 
idosos 
institucionalizados - 
opiniões do sujeito 
coletivo enfermeiro 
para 2026 
Silva e Santos 
(2016) 
Doutora 
Doutora 
Revista Acta 
Paulista de 
Enfermagem 
Identificar a percepção de 
enfermeiros
a respeito do 
cuidado de enfermagem 
direcionados às pessoas idosas 
residentes em Instituição de 
Longa Permanência para 
Idosos. 
Estudo prospectivo com 
elaboração de cenários 
futuros. 
A questão central enfocou a 
necessidade de preparo dos 
enfermeiros para cuidar de idosos 
institucionalizados, agora e em 2026. 
A11. Qualidade de 
vida de idosos em 
instituição de longa 
permanência 
Vitorino, 
Paskulin e 
Vianna (2012) 
Doutorando 
Phd 
Phd 
Revista Latino-
Americana de 
Enfermagem 
Avaliar a percepção da 
qualidade de vida (QV) dos 
idosos de duas instituições de 
longa permanência de Pouso 
Alegre e Santa Rita do 
Sapucaí, MG, Brasil, e 
identificar as variáveis 
sociodemográficas e de saúde 
que interferem nessa 
percepção. 
Trata-se de 
estudoepidemiológico, 
transversal, com 77 
idosos 
institucionalizados. 
Os resultados sugerem a necessidade 
de se capacitar os envolvidos com os 
idosos institucionalizados 
para que desenvolvam estratégias que 
favoreçam a adaptação, ajustamento e 
manutenção da QV. 
A12. Qualidade de 
vida de idosos 
institucionalizados 
Freitas e 
Scheicher 
(2010) 
Doutor 
Mestre 
Revista 
Brasileira de 
Geriatria e 
Gerontologia 
Avaliar e comparar a 
qualidade de vida (QV) de 
idosos institucionalizados. 
Foram avaliados 36 
idososinstitucionalizados 
da cidade de Avaré, SP, 
de três instituições, 
compondo três grupos. 
Foi utilizado o 
questionário SF 36 para 
avaliação da qualidade 
de vida. 
Os resultados do estudo apontam que a 
qualidade de vida de idosos 
institucionalizados da cidade de Avaré 
está baixa,mostrando a importância da 
avaliação da QV nessas instituições. 
 
 
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2.3 Caracterização dos artigos selecionados 
Em relação ao ano de publicação, 03 artigos foram publicados em 2010 
(correspondendo a 25%), outros 03 em 2012 (25%), 02 artigos (16,67%) em 2011, 02 
(16,67%) em 2014, havendo apenas uma publicação (8,33%) nos anos de 2013 e 2016. Não 
houve publicações que respondessem a temática no ano de 2015, como representado no 
gráfico abaixo (Gráfico 1). 
 
Gráfico 1. Distribuição dos artigos segundo o ano de publicação. 
 
Tal distribuição em relação aos anos denota a persistência da discussão da temática 
ainda na atualidade, pautada em preceitos que visam uma melhor promoção do cuidado ao 
idoso e a preservação de sua autonomia. Elementos que estão envolvidos no discurso atual de 
assistência a saúde, não concebida como uma mera abordagem física, mas a compreensão do 
outro como um ser social, que possui características únicas que o definem e que merecem 
consideração. 
Em relação ao grau de instrução dos autores, as 12 publicações selecionadas foram 
sintetizadas por 37 pesquisadores, dos quais 17 possuíam doutorado (45,95%), 12 possuíam 
mestrado (32,43%), 05 possuíam graduação em enfermagem (13,51%), 02 eram acadêmicos 
do curso de enfermagem (5,41%), enquanto 01 possuía especialização em saúde pública 
(2,70%), como representado na tabela abaixo (Tabela 1). 
 
 
 
 
 
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Tabela 1. Distribuição dos artigos selecionados segundo grau de instrução do 
pesquisador. 
Grau de Instrução Freq. Absoluta (n) Freq. Relativa (%) 
Doutor 17 45,95 
Mestre 12 32,43 
Especialista 01 13,51 
Graduado em enfermagem 05 5,41 
Acadêmico de enfermagem 02 2,70 
Total 37 100 
 
Em relação às revistas nas quais os artigos foram publicados, 02 (16,67%) foram 
publicados na Acta Paulista (Qualis A2), havendo apenas 01 publicação (8,33%) nas 
seguintes revistas: Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste - RENE (Qualis B2); Revista 
Gaúcha de Enfermagem (Qualis B1); Health Expectations (Qualis A2); Revista de Saúde 
Pública (Qualis A2); Revista Brasileira de Enfermagem (Qualis A2); Revista da Escola de 
Enfermagem da USP (Qualis A2); Interface - Comunicação, Saúde, Educação (Qualis B1); 
Enfermagem em foco (Qualis B2); Revista Latino-Americana de Enfermagem (Qualis A1); 
Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia (Qualis B2). 
 
2.4 Eixos de discussão 
Eixo 1 - A autonomia do idoso frente à institucionalização. 
A criação das ILPI é apontada como ambiente de acolhimento e cuidado ao idoso 
(entendido como pessoas com idade igual ou superior a 60 anos), sob um caráter residencial, 
associado ainda a um discurso de liberdade, cidadania e dignidade e liberdade, ainda que não 
haja suporte familiar (A2, A5, A6, A9 e A11). 
Tal aspecto é ratificado por Camarano e Kanso (2010), os quais apontam ainda a 
necessidade da cautela de associação entre as ILPI e instituições especializadas na assistência 
em saúde. 
Contudo, ainda que não definidas como instituições incumbidas da promoção 
terapêutico-assistencial, estas se mostram como campo plausível para a abordagem de um 
cuidado que vise a promoção da independência, quer para os idosos que demonstram diminuta 
renda ou ainda aqueles que carecem de cuidados mais prolongados, ambos com 
comprometimento relevante da autonomia, aspecto sobre o qual as ILPI podem contribuir 
significativamente (CAMARANO; KANSO, 2010). 
Tal entendimento deve estar presente não só na compreensão do profissional lá 
inserido, mas do idoso que solicita os serviços prestados por tais instituições (LENARDT et 
al., 2006) 
Acerca de tal aspecto A7 realizou um estudo com 148 idosos, no estado de Minas 
gerais, no intuito de compreender a concepção que estes possuíam acerca das ILPI, suas 
 
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implicações sobre a qualidade de vida. Para tal, foi avaliado inicialmente o comprometimento 
dos domínios: psíquicos, físicos, ambientais e sociais. Estes permitiram avaliar as facetas 
envolvidas a estes domínios, chamando atenção para a autonomia, presente no discurso dos 
entrevistados, atingindo um escore de 56,9 (±22), o menor entre os avaliados, o que determina 
um maior comprometimento neste campo. 
Neste âmbito os autores citam que alterações no domínio físico podem implicar em 
déficit na autonomia do idoso, limitando inclusive as relações sociais do mesmo. 
Contudo o comprometimento da autonomia não se limita a este aspecto, mas perpassa 
o âmbito da tomada de decisões, além da independência do idoso em realizar as atividades 
que lhe cabem no cotidiano, o que resulta em prejuízos significativos na qualidade de vida 
deste. Aspecto apontado em todas as publicações deste estudo, que relacionam as alterações 
na autonomia do idoso com implicações sobre a qualidade de vida e evidenciado em outros 
estudos como o de Fragoso et al (2008) e Nunes, Menezes e Alchieri (2010). 
A institucionalização, conquanto, é associada ao caráter de necessidade de amparo à 
autonomia (A1, A5, A7, A8, A9 e A12). Idosos institucionalizados apresentam maior 
vulnerabilidade ao meio no qual se inserem, em especial no que tange à autonomia. 
Envolvendo ainda declínio funcional na realização das atividades cotidianas, o que induz a 
uma postura de maior atenção nas ILPI, e uma necessidade de uma abordagem mais holística 
que dê resposta às necessidades dos clientes assistidos por tais instituições. 
Tal dependência pode ser expressa por estudos como o realizado por A2, no qual se 
avaliou o grau de dependência de idosos institucionalizados, onde foi possível aferir que em 
geral 60% dos idosos apresentam algum grau de dependência. Chamando atenção mais para o 
sexo feminino, que em geral se mostra mais prevalente nestas instituições e com maior grau 
de dependência, segundo o estudo referido. 
Contudo, a dependência não deve ser encarada como uma condição permanente, mas 
como um processo dinâmico, passível de uma abordagem que favoreça uma maior autonomia 
por
parte do idoso. 
Para tal, se mostra ímpar, neste contexto, a figura do enfermeiro, em face do potencial 
que tal profissional possui em assistir e gerenciar serviços, no galgar à promoção de saúde, de 
modo a favorecer um melhor desenvolvimento e autonomia do idoso, ainda que sob os 
reveses comuns da institucionalização e as deficiências do autocuidado. 
 
 
 
 
 
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Eixo 2- Contribuições do enfermeiro à autonomia do idoso institucionalizado. 
Compreendendo a dinâmica que cerca as ILPI e as implicações desta sobre a 
autonomia do idoso, o enfermeiro se mostra como figura ímpar da assistência, ao qual cabem 
as funções não só de cuidador, mas de orientador. 
Dentre os campos que o enfermeiro pode contribuir, encontram-se as orientações em 
saúde, inseridas na promoção da saúde, destacando-se a realização de atividades físicas. 
Acerca da realização de tal medida de promoção à saúde, A11(p.6) aponta que, 
[...] os exercícios físicos têm sido colaborador na melhora da QV dos idosos, pois 
podem ajudar a manter maior vigor e energia para as atividades diárias, diminuição 
das incapacidades motoras, assim, proporcionando melhora na autonomia [...] A 
atividade física regular entre os idosos em ILPIs apresenta efeitos benéficos na QV. 
 
A atividade física, associada a mudanças no estilo de vida, como a adequação da dieta 
e uso racional de medicações, permitem mudanças nos fatores que A1 apontam como 
intrínsecos, no desenvolvimento de uma autonomia adequada. 
Para tal, o nível de instrução e orientação do idoso se mostra elemento de real 
importância na determinação do cuidado e nas implicações sobre sua autonomia. A esse 
respeito, A1 (p.9) afirmou que, “é possível evidenciar que os idosos mais jovens, com maior 
nível de escolaridade, que realizam atividade física e de lazer regularmente, apresentaram, em 
média, melhores percepções na QV”. 
Este aspecto, de forma indireta repercute na autonomia do mesmo. De modo que 
idosos mais esclarecidos são mais aptos a apreender as orientações quanto aos fatores 
intrínsecos, proporcionados pelo enfermeiro. Informação que não difere dos resultados 
apontados por estudos como o de Aires, Paz e Perosa (2009) e Silva et al (2008). 
Estando ainda relacionada a tais aspectos, a necessidade do estímulo ao 
desenvolvimento de relações sociais, a participação de atividades que a instituição promova, 
como exercícios mentais e/ou físicos, no intuito de proporcionar uma melhor qualidade de 
vida, e por sua vez autonomia ao idoso institucionalizado (A1, A3 e A5). 
Contudo, além dos fatores intrínsecos envolvidos com o idoso, é importante que se 
atentem aos aspectos extrínsecos, os quais envolvem condições ambientais e estruturais das 
ILPI (A1, A11). 
Na pesquisa ação realizada por A1 acerca da infraestrutura de uma determinada ILPI 
no Rio Grande do Sul, os pesquisadores perceberam que discrepâncias significativas entre o 
que preconiza a legislação vigente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) 
acerca da capacidade de atendimento de tais instituições, envolvendo deficiências quanto a 
instalação de barras fixas para a locomoção do idoso, iluminação adequada, presença de piso 
escorregadio e outras. 
 
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Tais elementos devem ser conhecidos e adequados pelo enfermeiro, quando 
incumbido a este o gerenciamento de uma ILPI. Compreendendo que os idosos que são 
institucionalizados apresentam uma maior fragilidade e dependência de fatores extrínsecos, os 
quais não devem ser desatentados pelos profissionais que lidem com a assistência de clientela 
(A1, A7, A8 e A11). Sendo importante enfatizar que o ambiente tem seu papel significativo 
na promoção da autonomia ao idoso. 
Para tal, faz-se necessário que o enfermeiro assuma uma postura ativa, buscando 
ferramentas que o permitam promover uma assistência de qualidade ao idoso 
institucionalizado. A esse respeito, A2 e A3 apontam para a necessidade avaliação do grau de 
dependência, entendendo tal medida como instrumento norteador da tomada de decisões e 
planejamentos, para a execução de atividades que deem resposta as solicitações individuais e 
coletivas de cada idoso assistido nas ILPI. 
Acerca de tal perspectiva, A5 (p. 905) refere que, 
[...] observando o comportamento dos idosos que residem nas ILPI, em relação aos 
modos adaptativos, a enfermeira poderá identificar as respostas adaptativas e as 
ineficientes nas diferentes condições apresentadas e planejar ações individualizadas, 
de forma a proporcionar acolhida, prevenindo alterações na saúde dos recém-
admitidos. 
 
A postura e atribuições do enfermeiro, no que tange ao planejamento e identificação 
das respostas adaptativas do idoso, as ações e serviços prestados, também se mostram uma 
possibilidade de atuação que cabe a tal profissional. Direcionando tais medidas para o 
desenvolvimento da autonomia do idoso institucionalizado. 
 
 
CONCLUSÃO 
 
O envelhecimento populacional traz consigo entraves para a coletividade, que 
merecem atenção e espaço para a pauta na pesquisa científica. Além da necessidade da síntese 
e implementação de políticas públicas direcionadas ao idoso, em especial aqueles que são 
amparados pelas ILPI. 
O papel do enfermeiro, neste contexto de vulnerabilidade e dependência, se mostra 
ímpar, e perpassa o âmbito do cuidar, mas requer de tal profissional o uso das habilidades 
desenvolvidas desde o período acadêmico, no que tange à assistência, a pesquisa e o 
gerenciamento nos serviços, visando a obtenção de resultados significativos que representem 
o crescimento da autonomia do idoso. 
 
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O qual poderá contribuir desde com o controle de elementos intrínsecos, inerentes as 
condições de saúde do idoso, o que envolve os âmbitos: psíquico, social e físico; além do 
controle de elementos extrínsecos, envolvidos com o meio no qual este idoso se insere, o qual 
influencia de modo significativo no grau de dependência, e consequentemente na autonomia 
deste. Prevenindo déficits funcionais passíveis de um manejo adequado. 
A presença do enfermeiro, portanto, se mostra indispensável neste contexto, 
requerendo um maior aporte orçamentário direcionado as ILPI, no intuito de permitir não só a 
permanência constate do enfermeiro em seu espaço, mas a possibilidade de contratação de 
profissionais de outras áreas, as quais permitam um trabalho interdisciplinar e 
multiprofissional, que implicará num maior ganho por parte do idoso, que carece de um olhar 
diferenciado sobre sua autonomia. 
Em face de tal perspectiva, recomenda-se a realização de estudos desta natureza, no 
intuito favorecer uma maior reflexão acerca da relevância e potencialidade da atuação do 
enfermeiro frente a uma realidade ainda desfavorável em nosso cotidiano, o cuidar do idoso 
inserido em lares para longa permanência. 
 
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